Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 9:1–13

Em sintonia com a forma em que cada evangelista foi inspirado a dar mais ou menos ênfase em certos eventos, descobrimos que Mateus omite os detalhes mais gráficos sobre o método usado para abrir o telhado. Em vez disso, ele enfatiza o intercâmbio vocal que ocorreu entre Jesus e os escribas nesta cidade de Cafarnaum. Mateus agora a chama de "sua cidade", já que Jesus a tinha escolhido para montar a sua base de ministério:

1. Por que Jesus disse ao paralítico "Tenha bom ânimo"? Por que o coração do paralítico estava sobrecarregado?

2. Por que Jesus acusou os escribas de "pensarem maldosamente"?

3. Compare estes dois atos - a cura do paralítico e o perdão de seus pecados:
a. Qual dos dois é mais fácil de dizer?

b. Qual é mais fácil de realizar? (Deus pode perdoar qualquer um? Qual é a base para o Seu perdão? Leia 1 João 1:9).
4. Em que sentido o poder de Jesus para curar demonstra a Sua autoridade para perdoar?

5. O que Mateus quer nos dizer sobre Jesus por meio deste milagre?

6. Com base neste relato que Mateus nos dá sobre si mesmo, você pode descrever como pode ter sido a vida de um coletor de impostos? Reserve um momento para pensar em alguém que você talvez conheça que vive uma vida muito parecida com a de Mateus. Quão difícil pode ser para essa pessoa se converter em cristão? Por quê?

7. Com isso em mente, por que Mateus teria seguido Jesus imediatamente depois de ser chamado?

8. O que foi que ele fez imediatamente depois de se tornar discípulo de Jesus? Por que ele não cortou todos os laços com o seu velho grupo de amigos? (Muitos comentaristas nos explicam que o termo "pecadores" é uma referência a prostitutas).

9. Faça-se a seguinte pergunta: se você fosse um dos fariseus, teria se sentido à vontade com Mateus e sua roda de amigos, junto com o seu estilo de vida? Você teria sido um daqueles que se perguntavam por que Jesus estaria disposto a fazer parte desse tipo de jantar?

10. Qual seria o tipo de pessoa com quem você, como cristão, não se sentiria à vontade?

11. Reflita sobre a resposta que Jesus deu nos versículos 12-13. Como essa resposta deve afetar sua atitude com relação à necessidade de alcançar aqueles cujas vidas podem ser incômodas para os cristãos?

12. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O amigo dos pecadores

Não é incomum para aqueles cristãos que gostam de falar com todos sobre a sua fé encontrarem amigos ou conhecidos um tanto mundanos que se sentem incomodados quando estão com eles. Talvez você até os tenha ouvido dizer: "Agora que ele (ou ela) está aqui, suponho que não devo usar palavrões". Talvez você o considere como um elogio, e não sem razão, contanto que essa sensação incômoda não os afaste de você.

Eu tenho um conhecido que se comporta exatamente como tais pessoas mundanas: ele trabalha na indústria de serviços, é um jogador e usa muitos palavrões. Quando ele descobriu que sou pastor, ficou um tanto incomodado com a minha presença. No entanto, devido ao seu trabalho, ele não pôde me evitar e teve que interagir comigo. Com o tempo, ele se sentiu mais à vontade comigo e, de vez em quando, ele até usou algumas das palavras obscenas que fazem parte de seu vocabulário cotidiano. Mas um dia ele fez um comentário do nada: “Você realmente é uma pessoa legal; você fala com as pessoas com uma doçura tão paternal".

Uma vez que somos luz e sal para o Senhor, a nossa própria presença e vida podem incomodar os outros, mas não acho que o que somos como cristãos necessariamente nos afastará dos não-cristãos. É certo que não devemos comprometer a nossa integridade e piedade (por exemplo, não jogo com este conhecido meu), e que isso naturalmente criará certa ruptura entre nós. Mas, com o tempo, o nosso amor pode criar uma ponte que une os dois lados dessa ruptura.

Isso me lembra de uma mulher cristã que tinha um relacionamento terrível com sua sogra. Como na maioria desses casos, ambas tinham contribuído para o mau relacionamento. Mas essa mulher cristã orou fervorosamente por uma oportunidade de reconciliação, embora parecesse que nada do que ela fazia era suficiente aos olhos da sogra. Mas um dia sua sogra ficou gravemente doente. Ela cuidou dela por muito tempo de forma sacrificial, sem reclamar; um dia ela chegou feliz e me contou que sua sogra tinha se reconciliado com ela. De fato, o amor ergue uma ponte sobre o abismo das desavenças.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 9:14–26

1. Leia atentamente as parábolas do remendo de pano novo (não encolhido) sobre a roupa velha, e do vinho novo no odre velho, as quais aparecem nos vv. 16-17. A que Jesus se refere com a roupa velha ou o odre velho? Ao que se refere, então, com o remendo novo e o vinho novo?

2. Se os objetos novos representam Jesus, em que sentido se pode dizer que são novos (que Ele é novo)?

3. E se a Lei de Moisés é velha, em que sentido ela é velha?

4. Consulte os vv. 14-15 (sobre a questão do jejum). Em que sentido jejuar na presença de Jesus é como misturar o antigo com o novo?

5. Jesus de fato os deixou por um tempo curto, mas agora o Espírito Santo já chegou e habita em cada crente. Diante disso, você acha que o jejum se tornou "novo" uma vez mais, ou ainda faz parte do "velho"? Qual era o propósito dos discípulos de João e os fariseus ao jejuarem, e como esse propósito o tornava “velho”?

6. Com base no que você tem lido no livro de Mateus até agora, o que pensavam os chefes da sinagoga de Jesus? Por que, então, este chefe decidiu cair aos pés de Jesus?

7. Por que Jesus escolheu ressuscitar a menina na presença somente dos pais e de alguns de Seus discípulos? Por que Ele excluiu desta experiência a multidão de lamentadores?

8. Qual seria a condição física de uma mulher que já tinha sangrado por 12 anos? (vide Levítico 15:19-24)

9. Tente descrever as outras condições físicas, emocionais e espirituais (ou seja, sua atitude para com Deus) das quais esta mulher teria padecido, além de seu problema de saúde.

10. Jesus disse à mulher o mesmo que dissera ao paralítico: "Ânimo". O que ele estava tentando transmitir à mulher com essas palavras?

11. Tem alguma coisa que o está sobrecarregando hoje? Você consegue ouvir a voz de Jesus hoje dizendo "ânimo"?

12. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Ânimo

Para mim, é muito reconfortante ver em Mateus 9 que tanto no caso do paralítico quanto no caso da mulher que sofria de hemorragia, Jesus disse "Ânimo" antes de prosseguir com a cura.

É mais fácil entender quais seriam as cargas da mulher que tinha sofrido de hemorragia por 12 anos - a tontura e fraqueza incessantes, a impureza cerimonial - tudo isso teria impedido que esta mulher tivesse algo parecido com uma vida (para não mencionar que Marcos 5 nos conta que ela tinha gastado todo o seu dinheiro com médicos!) Ela estava sobrecarregada fisica, emocional e até espiritualmente (ela era considerada impura aos olhos dos homens e de Deus).

Mas sabemos menos sobre o paralítico; a única informação adicional que aprendemos em Marcos 2 é que ele tinha quatro bons amigos que ajudaram a baixá-lo do telhado por causa da multidão. Mas neste caso, Jesus menciona o motivo pelo qual ele deveria ter “Ânimo", a saber, os seus "pecados são perdoados”.

Aliás, a única coisa que nos deveria sobrecarregar é o pecado. Embora a mulher tenha sentido o alívio do peso de sua condição após a cura, ela ainda teria muitas preocupações na vida. O mesmo pode ser dito em relação ao paralítico: embora após a sua cura o peso que antes sentia por não poder se mover e precisar depender constantemente dos outros tenha sido aliviado, ele ainda experimentaria muitos desafios na vida.

No entanto, quando o nosso relacionamento com Deus é restaurado, podemos desfrutar de uma paz que transcende todo o entendimento. (Filipenses 4:7)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 9:27–38

1. Por que Jesus decidiu curar estes dois cegos somente depois de entrar na casa? Tinha algo a ver com o comentário de Mateus nos versículos 26 e 31?

2. O que isso nos diz sobre o enfoque de Jesus?

3. Por que Jesus perguntou primeiro se eles acreditavam? E o que significa a frase "Que lhes seja feito segundo a fé que vocês têm" (NVI-PT)?

4. Você coloca em prática a sua fé ao enfrentar os desafios da vida?

5. Em sua narração, Mateus descreve o entorno geográfico do ministério de Jesus na terra: "Jesus ia passando por todas as cidades e povoados (da Galiléia)". O que isso significa para você?

6. Ele também o descreve em determinada sequência: ensino, pregação e cura. Qual foi o modelo que Jesus estabeleçeu com relação ao evangelismo?

7. Mateus também descreve o coração de Jesus que guiava as Suas atividades (ou ministérios):
a. O que Jesus enxergava nestas pessoas, e qual é o significado disso?

b. O que isso nos ensina sobre as pessoas de hoje?

c. O que motiva o Seu ministério?

d. Portanto, o que podemos aprender com o exemplo de Jesus com respeito ao nosso evangelismo?
8. A avaliação de Jesus no versículo 37 ainda descreve os nossos dias? Esse problema continua igual ou tem piorado? Por quê?

9. Diante desta situação (a falta de trabalhadores), quais palavras você esperaria que Jesus dissesse aos discípulos?

10. Então por que, ao contrário disso, Ele exortou os discípulos a fazerem esse pedido ao Senhor da Colheita (quer dizer, a orarem por essa situação)?

11. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
As viagens missionárias de curto prazo

Apesar de o foco de muitas das viagens missionárias de curto prazo de hoje ter mudado, os missionários de curto prazo continuam sendo um exército poderoso que Deus tem levantado nos nossos dias para penetrar nas muitas regiões que estão cujas portas estão fechadas para os missionários.

Quando digo que o foco das viagens tem mudado, refiro-me a uma mudança de foco, de uma abordagem que procura compartilhar o evangelho diretamente para uma que só contempla o trabalho pré-evangelístico, o qual inclui projetos de intercâmbio cultural, de construção de amizades ou de prestação de algum tipo de serviço. Algumas dessas mudanças são válidas, principalmente em regiões que são hostis ao cristianismo; em alguns casos, não é somente um método prudente entre vários, mas a única forma em que tais regiões podem ter algum contato com o cristianismo.

No entanto, em regiões que não são hostis ao evangelho, a única função dos projetos voltados somente para a prestação de serviços parece ser suavizar o ego dos crentes a fim de que eles se sintam bem consigo mesmos. Tanto em regiões hostis quanto em regiões não hostis, o objetivo final de qualquer viagem missionária de curto prazo deve ser salvar almas. Por mais que sejam necessárias viagens missionárias pré-evangelísticas, precisam ser repensadas ou reavaliadas se, ano após ano, elas continuarem sendo projetos puramente pré-evangelísticos.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 10:1–20

1. Leia esta passagem cuidadosamente. Estas palavras lhe dão a sensação de que Jesus estava falando somente sobre a sua missão imediata, ou também sobre uma missão cujo prazo seria muito maior? Por quê?

2. Se você fosse um dos Doze, como teria se sentido ao receber esse tipo de autoridade? Mas quanto às suas responsabilidades de pregação, os discípulos eram "qualificados" para pregar? Quanto conhecimento eles tinham? Isso realmente importava?

3. Quais são as possíveis razões pelas quais eles deviam alcançar somente os judeus, e não os gentios, nem mesmo os samaritanos? Você acha que esta instrução específica pode ter afetado a perspectiva que os discípulos tinham da Grande Comissão na primeira parte do Livro de Atos?

4. A instrução de Jesus para que não levassem nada na viagem foi muito específica. Devemos aplicar o mesmo princípio a nós hoje?

5. O que significa a instrução sobre o dever de ficarem na mesma casa (em vez de ir de casa em casa)? Qual era o propósito desta instrução?

6. A ação de sacudir a poeira dos pés era um tratamento muito severo para aqueles que os rejeitavam? Por que ou por que não? Que mensagem transmitia esse ato?

7. Judas estava entre os Doze? Como ele também conseguia realizar milagres?

8. Por que Jesus descreveu essa missão com a metáfora de enviar ovelhas entre lobos? Diante disso, de que se trata a mensagem de ser astuto, mas sem malícia? O que significa isso?

9. Qual é o contexto no qual Jesus faz a promessa de que o Espírito falaria por meio deles?

10. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um ministério de fé

A maioria dos ministérios paraeclesiásticos cristãos se descrevem como ministérios de fé; Isso significa que eles creem que seus ministérios são uma resposta ao chamado de Deus; portanto, eles se comprometem a depender de Deus para obter seus recursos financeiros. Essa perspectiva é inteiramente bíblica, apoiada tanto pelos ensinamentos diretos quanto pelos exemplos dados nas Escrituras.

No entanto, se prestarmos mais atenção aos detalhes dos ensinamentos e exemplos das Escrituras sobre este assunto, veremos que elas destacam mais claramente sua aplicação aos próprios ministros. Abraão obedeceu ao chamado de Deus para se desarraigar de sua cidade e iniciar uma longa jornada marcada pela fé (Gn. 12). Elias obedeceu ao chamado de Deus para fugir para Querite, onde viveu pela fé (1 Reis 17). E quando Jesus chamou Seus discípulos, eles obedeceram e começaram a viver pela fé (Mateus 10).

No entanto, a teologia ocidental moderna minimiza o papel central da fé em ser um ministro do evangelho, usando como pretexto a prudência financeira. Minha intenção não é afirmar que a igreja não deve ser responsável no cuidado de seus pastores, nem que o pastor deve mergulhar a igreja de forma irresponsável e inescrupulosa numa crise financeira sob o pretexto da fé. No entanto, o fato é que se um ministério for de Deus, Ele será responsável pela provisão de tudo o que lhe for necessário, e se um ministro receber um chamado de Deus, uma das evidências de seu chamado será que Deus suprirá as suas necessidades financeiras. Deus nunca muda, e Sua Palavra também não muda.

Foi por isso que quando certo estudante estagiário que tinha uma sensação clara de que Deus o estava chamando para um ministério de tempo integral decidiu viver de empréstimos estudantis depois de deixar o seu emprego para entrar no seminário, eu recomendei enfaticamente que ele não o fizesse. Se Deus o estava chamado para um ministério de tempo integral, Ele providenciaria tudo o que fosse necessário (mas não tudo o que ele desejasse). Se este jovem não podia confiar em Deus para a provisão de suas necessidades enquanto ele ainda era solteiro, como iria poder confiar que Deus supriria as suas necessidades quando já tivesse uma família? Como ele iria poder ensinar os outros a confiarem em Deus quando ele fosse pastor de uma igreja?

Sei que por nós mesmos não teremos fé - não teremos suficiente fé para empreender uma jornada como Abraão ou Elias; no entanto, estou convencido de que se quem chamar for Deus, Ele nos dará suficiente fé para cumprir a missão que nos confiou.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 10:21–42

Ao enviar os Doze para pregar as boas novas do Reino, Jesus parece dar instruções que vão além de suas tarefas imediatas e predizem a perseguição que sofrerão por causa dEle. (10:22)

1. Vv. 21-23: Será severa
a. Quão severa será a perseguição? Você consegue se lembrar de alguns eventos da história atual ou recente que fazem eco desta severidade?

b. Por que as pessoas reagiriam de forma tão violenta contra o evangelho?

c. Jesus nos exorta a permanecer firmes, mas ao mesmo tempo nos recomenda fugir. Por quê? O v. 23 nos dá uma pista?

d. De acordo com R. T. France, a frase “venha o Filho do Homem” parece ser “um eco de Daniel 7:13, uma passagem que não fala da vinda do 'filho do homem' à terra, mas da [Sua] chegada a Deus para receber autoridade”. (TNTC, Mateus, 184) À luz disso, qual é a mensagem central desta exortação?
2. Vv. 24-25: Será inevitável
a. Você já levou a sério esta consequência de seguir a Cristo? Por que ou por que não?
3. Vv. 26-31: "Não tenham medo deles"—este segmento começa e termina com estas mesmas palavras de encorajamento.
a. Razão #1: Nada permanecerá escondido — Isso parece significar que a mensagem será divulgada mesmo se você não a pregar.

b. Razão #2: Ninguém pode matar a alma — somente Deus pode matar o corpo e a alma; nossos perseguidores não podem fazer isso, nem mesmo Satanás!

c. Razão #3: Até mesmo nossos corpos são importantes para Ele — eles são mais preciosos do que pardais.
Qual dos motivos acima o ajuda mais a "não ter medo" da perseguição?
4. Vv. 32-39: Uma decisão que nós devemos tomar
a. Vv. 32-33: confessá-Lo ou não confessá-Lo

b. Vv. 34-38: uma espada em vez da paz

c. Vv. 39: o tipo de vida que devemos escolher
Tanto para os discípulos dos primeiros séculos quanto para os cristãos de hoje que vivem em regiões hostis, estas provas são reais. Diante disso, por que eles confessariam a Cristo até o fim? A maioria dos cristãos de hoje não terão que enfrentar a perseguição severa. Como, então, podemos tornar conhecida a nossa decisão diante de Deus e diante do mundo?
5. Vv. 40-42: A recompensa
a. Por que Jesus chama os Seus discípulos de "estes pequeninos"?

b. Usando como exemplo um copo de água fria, como Jesus esclarece o que significa “receber” neste contexto?
6. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O martírio

É muito fácil pensar que a era dos mártires e a igreja dos mártires são coisas do passado, que pertencem à era dos gladiadores e dos esportes de anfiteatro que chegaram ao fim no início do século IV. O termo "mártir" passou a ser usado somente com relação a esse período. No entanto, como todos nós já devemos saber e reconhecer, o martírio não desapareceu repentinamente no século IV. Até mesmo em nossa época, a menção de só dois nomes é suficiente para nos lembrar que o século 20 foi também um século de martírio, uma era de mártires, como aquela época do passado. Para muitos anglicanos, a morte cruel do arcebispo Janani Luwum, ocorrida naquele período horrível em que Amin era presidente de Uganda, os impressionou com o fato de que a fé e o compromisso do cristão ainda podem levar ao assassinato e à morte. Da mesma forma, o súbito fuzilamento na América Central do arcebispo Oscar Romero enquanto celebrava a Eucaristia em sua própria igreja trouxe consternação e tristeza para muitos católicos romanos e outros cristãos.

Essas duas mortes mostram só o que está acontecendo atualmente no século atual da existência da igreja. Não é nem mais nem menos do que ocorreu durante os primeiros quatro séculos da Igreja, ou em qualquer outra época. A realidade é que ha existido muitas pessoas em nosso mundo que deram suas vidas por amor a Jesus Cristo e Seu evangelho. Vivemos numa época de martírio. Aqueles de nós que vivemos em regiões onde nossa profissão de fé não resulta em nenhuma ameaça direta às nossas vidas faríamos bem em meditar sobre a realidade de que dentro da mesma família e comunhão, isto é, o corpo de crentes que está distribuído por todo o mundo, há quem enfrente esta realidade diariamente.

(Fonte: David Hope, Friendship with God)

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 11:1–19

1. João nasceu para cumprir a missão de preparar o caminho do Messias (11.10); ele escutou o testemunho dado pelo Pai e pelo Espírito Santo no batismo de Jesus, e ele mesmo declarou publicamente que Jesus era o Cordeiro de Deus (João 1:29-34). Por que agora ele estava duvidando se Jesus realmente era o Messias? O que tinha mudado?

2. Em Sua resposta a João, Jesus citou parte da profecia de Isaías (mas não a profecia interia) sobre Si mesmo (61:1-3; 35:5-6). Que detalhe na porção da profecia que Jesus não citou teria sido muito relevante para João, diante de sua situação particular imediata. Como isso poderia ter feito João “virar as costas” e duvidar?

3. Jesus parece se referir ao avanço do Reino em termos de três fases distintas:

(i) os dias dos profetas até João,
(ii) os dias de João até "agora" (o batismo de arrependimento de João)
(iii) os dias de Jesus em diante.
a. Que função tem cada uma dessas fases?

b. Que papel de João Batista o tornou o maior "entre os nascidos de mulher"? Em que sentido ele foi o "maior"?

c. A terceira fase é muito diferente das duas primerias que prepararam o caminho para ela. Com isso em mente, por que "o menor no Reino dos céus é maior do que ele"? Em que sentido tal pessoa é "maior" do que ele?

d. Como Jesus apresenta João nos vv. 7-9 - como uma pessoa delicada ou vigorosa?

e. Quão diferente era Jesus de João? Como essa diferença pode ter feito João vacilar?
4. Jesus contrastou a sabedoria daquela geração com a Sua e a de João. Ao fazer isso, Jesus estava aprovando ou desaprovando João e seu ministério? Por quê?

5. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Os diferentes papéis no Reino de Deus

Em Mateus 11:16-19, Jesus conclui Seus comentários sobre João Batista com palavras de repreensão dirigidas àquela geração, uma vez que eles tinham rejeitado tanto o ministério ascético e vigoroso de João quanto o ministério celebrativo e doce de Jesus. Com essa palavras, Jesus não só repreende o povo, mas também confirma João e seu ministério, embora o papel preparatório de João e seu ministério tenha sido diferente do papel de Jesus.

Mesmo assim, continua sendo chocante que João naquele instante tenha duvidado que Jesus fosse o Messias. O nascimento e chamado milagroso do próprio João, o testemunho de sua mãe, Isabel, o testemunho do Pai e do Espírito Santo que João tinha ouvido com os próprios ouvidos no batismo de Jesus - tudo isso o tinha levado a afirmar e declarar publicamente que Jesus era o Cordeiro de Deus.

Diante disso, como é possível que ele tenha duvidado de Jesus quando estava na prisão? Alguns estudiosos são da opinião que aquilo que o fez duvidar foi o estilo de vida celebrativo de Jesus. João era uma pessoa austera demais para compreender um Messias que não jejuava. Na verdade, Jesus jejuava, mas não tão freqüentemente quanto João, e sem dúvida não tão abertamente quanto João e seus discípulos teriam gostado. Pior ainda, parecia que Jesus não impunha a obrigação de jejuar aos seus próprios discípulos. Isso talvez tenha sido demais para João.

Esta é a lição para nós hoje. Não existe uma forma predeterminada de espiritualidade para todos os cristãos que amam a Deus. Ao longo dos séculos, alguns santos têm sido chamados a viver uma vida de ascetismo e contemplação. Outros têm se dedicado a uma vida de ação, alcançando os pagãos nas regiões mais remotas da terra. Enquanto alguns santos se dedicam a alterar estruturas políticas e sociais malignas, outros se dedicam a uma vida de serviço aos pobres. Alguns santos vivem suas vidas para testemunhar de Cristo nos seus lugares de trabalho e nas suas carreiras. Outros que vivem uma vida normal neste mundo se dedicam à intercessão pelo Reino de Deus, esperando a volta do Senhor. Contanto que sejam fiéis ao seu chamado e ao papel que Deus lhes deu, não devem invejar ou criticar aqueles que desempenham um papel diferente no Reino.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 11:20–30

1. Procure as cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum num mapa do mundo do Novo Testamento.

2. De acordo com Jesus e de acordo com Isaías 9:1-2, em que sentido essas cidades foram mais privilegiadas que as outras regiões?

3. Por que elas deveriam ter se arrependido? Por que não se arrependeram?

4. Você sabe o que as cidades de Sodoma, Tiro e Sidom tinham em comum com relação à sua geografia (consulte o mapa na sua Bíblia), composição racial, status espiritual e destino?

5. Por que Jesus disse que essas cidades teriam reagido de maneira diferente?

6. O v. 25 começa com as palavras "naquela ocasião", e parece que o que se segue é a consequência do lamento de Jesus nos vv. 20-24:
a. Diante disso, qual era o problema das pessoas que viviam nessas três cidades da Galiléia?

b. Por outro lado, a quem se refere a palavra "pequeninos" (vide 10:42)?

c. Ao usar as palavras "esconder" e "revelar", Jesus mostra um aspecto que é fundamental para alguém conhecer a Deus. Qual é esse aspecto?
7. Quando respondemos ao convite de Jesus para ir a Ele, devemos ...

(i) ... reconhecer ou levar em consideração que estamos cansados e sobrecarregados,
(ii) ... trocar o nosso jugo e carga pelo Seu
(iii) ... aprender dEle:
a. Quais são as causas de nosso cansaço e da nossa carga?

b. Por que para descansar em Jesus precisa haver um intercâmbio de jugos e fardas, quer dizer, não é possível simplesmente eliminar os nossos?

c. Antes de podermos encontrar descanso para as nossas almas, por que devemos também vincular o nosso descanso à nossa aprendizagem de Jesus, quem é manso e humilde?

d. O que é o descanso que Jesus dá?
8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Em paz com Deus

Quais serão as tuas delícias? “E gozarão de paz profunda”.

A paz será teu ouro,

a paz será tua prata,

a paz será tua propriedade,

a paz será tua vida.

A paz estará em teu Deus.

A paz será para ti tudo o que desejares, aqui, na terra, o que é ouro não pode ser tua prata, o que é vinho não se torna pão para ti, a luz não se faz tua bebida. No entanto, teu Deus será tudo para ti. Tu o comerás para não teres fome; bebê-lo-ás para não teres sede; serás iluminado por ele, para não seres cego; nele te apoiarás para não desfaleceres. Ele, todo inteiro, te possuirá integralmente. Não sofrerás aperturas na companhia daquele, no qual tudo possues; terás tudo, e ele terá tudo, porque tu e ele sereis um, e aquele que vos possui terá totalmente a unidade.

(Santo Agostinho, Comentário de Santo Agostinho ao Salmo 36, Sermão I, 12-11)
https://liturgiadashoras.online/comentario-de-santo-agostinho-ao-salmo-36/