Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 13:24–30; 36–43

Hoje continuaremos a nossa reflexão sobre as parábolas de Jesus sobre o Reino dos Céus. Já lemos a parábola  sobre os resultados mistos; Hoje refletiremos sobre a parábola da existência mista. Por favor, leia a parábola, junto com sua explicação.

1. Deus é capaz de impedir que o maligno semeie joio entre o trigo? Por que Deus não impede isso?

2. Uma vez que Deus nunca dorme (Salmos 121:3-4), quem seriam aqueles que estão dormindo?

3. Por que os servos iriam querer arrancar o joio?

4. O texto nos dá duas razões pelas quais o joio não deve ser arrancado imediatamente. Quais são essas razões?
a. De acordo com os v. 41, o joio representa quem?

b. Qual dessas duas razões lhe dá paciência para lidar com eles?

c. Haveria outros motivos que também o ajudam a ser paciente?
5. O que significa "tirar"? Isso é inconsistente com a disciplina eclesiástica? (Aliás, qual é o objetivo da disciplina eclesiástica?)

6. Leia os versículos Joel 3:13 e Apocalipse 14:19, os quais tratam do tempo da colheita; Em seguida, leia também Mateus 8:12, 22:13, 24:51, 25:30 e Lucas 13:28. O que essas passagens lhe ensinam sobre sua atitude em relação ao "joio"?

7. Reflita no versículo 43, e também em Daniel 12:3. O propósito dessas passagens é nos dar uma grande promessa e nos encorajar. É isso o que fazem para você? Por que ou por que não?

8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O Jesus dos Mórmons

Em nome da civilidade e com o pretexto de construir pontes com os mórmons, cada vez mais estudiosos e líderes evangélicos estão tentando suavizar os tradicionais ataques apologéticos intransigentes contra o mormonismo. Certo estudioso cristão até dá a impressão de que o mormonismo é um movimento que é "obcecado" por Jesus Cristo.

Não obstante a maneira em que a Igreja Mórmon moderna busca suavizar suas crenças, ao mesmo tempo que os evangélicos generosos buscam construir uma ponte entre o Cristianismo e o Mormonismo, o conceito que os Mórmons têm de Jesus vai totalmente em contra das nossas crenças bíblicas. A seguinte citação do CARM (Christian Apologetics and Research Ministry) é suficiente para salientar estas diferenças essenciais:
"O Mormonismo ensina que Jesus é uma criação, o produto das relações entre Deus e sua esposa deusa, os quais no passado eram pessoas de outro mundo (McConkie, Bruce, Mormon Doctrine, p. 192, 321, 516, 589). Jesus é literalmente o irmão espiritual do diabo, e de você e eu (McConkie, p. 192, 589). A teologia mórmon também ensina que Deus tem um corpo de carne e sangue (Doctrine & Covenants 130:22), assim como a sua esposa, e que juntos eles produzem descendentes espirituais no céu que passam a morar em corpos humanos na terra."
Você pode visitar o site do CARM para obter uma tabela útil que compara o Jesus Mórmon com o Jesus Bíblico.

Além disso, para entender o que os mórmons querem dizer quando afirmam que crêem na salvação por meio de Jesus Cristo, é necessário ler suas Regras de Fé. Um desses artigos diz o seguinte:
"Acreditamos que, por meio da Expiação de Cristo, toda a humanidade pode ser salva por meio da obediência às leis e ordenanças do Evangelho."
Eles claramente não acreditam na salvação pela fé somente em Jesus Cristo, sem mencionar que o Jesus Cristo em quem eles acreditam é um Salvador muito diferente do nosso.

Certamente amamos os mórmons da mesma forma que amamos todos os outros pecadores no mundo, e devemos orar por sua salvação. No entanto, não fazemos nenhum favor a eles, nem a nós mesmos, quando enganamos a nós mesmos, persuadindo-nos de que eles realmente acreditam em Jesus Cristo.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 13:31–35

Estas duas parábolas ensinam sobre crescimento. Compare-os para ver suas semelhanças, e tente entender quais são os aspectos do crescimento do Reino que Jesus deseja que aprendamos:

1. O tamanho do grão de mostarda e do fermento: por que Jesus escolheu cada um desses objetos para descrever o Reino?

2. Quais são as ideias transmitidas pela noção de “pequenez”? Identifique pelo menos cinco delas. O que isso tem a ver conosco, a igreja atual?

3. O tamanho da árvore e da massa: por que Jesus escolheu cada um desses objetos para descrever o Reino?

4. Quais são as ideias transmitidas pela noção de "grandeza"? Identifique pelo menos cinco delas. O que isso ensina sobre o Reino de Deus?

5. Que palavras que transmitem a ideia de “tempo” são usadas em cada uma das parábolas? O que isso lhe ensina sobre o Reino de Deus?

6. Depois de refletir sobre as semelhanças destas parábolas, você consegue pensar em alguma diferença entre eles que significa algo para você, e também lhe ensina algo sobre o Reino?

7. Embora Jesus estivesse falando principalmente em parábolas, é óbvio que Ele queria que Suas palavras fossem compreendidas. No entanto, Ele só as explicava mais detalhadamente quando estava sozinho com Seus discípulos. Portanto, que impacto essas parábolas provavelmente tiveram na multidão de ouvintes?

8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?


Reflexão meditativa
Um grão de mostarda

Adoro ler biografias sobre puritanos e adoro ler histórias sobre missionários. Uma dessas biografias, a história de David Brainerd, me tem tocado ao longo dos anos.

Este missionário teve um ministério muito curto: David Brainerd se dedicou ao ministério de alcançar os índios de Nova Jersey quando tinha somente 27 anos e morreu de tuberculose aos 29 anos. Deus o usou nesse ministério específico por um tempo muito curto, e como um grão de mostarda, ele deu sua vida por seu chamado, deixando poucos resultados no momento de sua morte (somente alguns conversos).

Ele teve um ministério difícil: embora tenha recebido sua educação em Yale, ele foi expulso devido ao seu zelo evangelístico (apesar de Yale mais tarde ter dedicado uma sala com o seu nome). Embora fosse tentado a pastorear igrejas, ele permaneceu fiel à sua vocação e paixão, dedicando sua vida a alcançar os índios, algo que poucas pessoas estavam dispostas a fazer.

Seu ministério era caracterizado pela oração: algo que talvez o diferenciasse de outros missionários e puritanos era sua vida de oração. Ninguém deve perder a oportunidade de ler seu diário, o qual foi publicado por Jonathan Edwards. Nele podemos ver claramente que David era um homem de intensa oração. Fico comovido ao me lembrar de sua vida de oração cada vez que leio um de seus diários. Talvez a leitura de um trecho de seu diário o ajude a entender por que ele me comove tanto:
“3 de novembro. Hoje passei o dia jejuando e orando em segredo, da manhã até à noite. Cedo de manhã, recebi ajuda na oração. Em seguida, li a história do profeta Elias. Minha alma se comoveu ao observar a fé, o zelo e o poder daquele homem santo e ver como ele lutou com Deus em oração. Então eu gritei com Eliseu: 'Onde está o Senhor Deus de Elias?' Eu ansiava por ter mais fé! Minha alma suspirou por Deus e Lhe implorou que uma porção dobrada daquele mesmo espírito que foi dado a Elias repousasse sobre mim; então percebi que Deus é o mesmo Deus que era nos dias de Elias. Fui capacitado a lutar com Deus por meio da oração, de uma forma mais amorosa, humilde e perseverante que o que eu havia experimentado por muitos meses. Nada parecia difícil demais para Deus; não havia nada tão grande que eu não o pudesse esperar dEle. Havia muitos meses eu tinha perdido qualquer esperança de realizar algum serviço especial para Deus no mundo; parecia impossível que alguém tão vil como eu pudesse ser usado assim para Deus. Mas naquele momento Deus se agradou em reacender essa esperança. Então eu li o terceiro capítulo de Êxodo e depois o vigésimo, e pude perceber mais da glória e majestade de Deus revelada nesses capítulos do que jamais tinha visto antes; durante esse tempo, muitas vezes caí de joelhos e clamei a Deus, pedindo que me desse a fé de Moisés e uma manifestação da glória divina. Minha alma ardia em oração e fui capacitado para lutar por mim mesmo, pelos meus amigos e pela igreja. Senti um desejo mais profundo de ver o poder de Deus na conversão de almas do que há muito tempo. Bendito seja Deus por esse tempo de jejum e oração. Que a Sua bondade permaneça sempre comigo e atraia a minha alma para Ele."
Ele teve um ministério impressionante: por mais curto que tenha sido sua vida, seu tempo de ministério foi ainda mais curto, e naquele instante o seu ministério parecia não ter produzido muitos frutos; no entanto, sua vida, conforme foi contada em seus diários publicados, teve um grande impacto em inúmeros cristãos, pastores e missionários. Certamente, ele tem se tornado uma árvore em cujos galhos muitos pássaros fazem os seus ninhos. (Mateus 13:32)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 13:44–52

1. A parábola do tesouro:
a. Por que o Reino é comparado com aquilo que está "escondido"?

b. Por que é comparado com um "tesouro"? Com o que você o compararia?

c. Quão especial é o homem da parábola?

d. Ponha-se no lugar do homem desta parábola. Você teria vendido "tudo" para comprar o campo? (Em que condições você faria isso?)

e. Como esta parábola relaciona o Reino de Deus com você?
2. A pérola:
a. Por que este comerciante é tão especial?

b. Se você estivesse no lugar dele, em que condições venderia “tudo” para comprar a pérola?

c. Como esta parábola relaciona o Reino de Deus com você?
3. Que aspectos das parábolas acima descrevem com precisão a sua conversão? Que aspectos não a descrevem com precisão?

4. A rede mista: Compare esta parábola com as parábolas anteriores sobre os resultados mistos (vv. 1-9) e a colheita mista (vv. 24-30).
a. Qual é uma possível diferença de ênfase nesta parábola?

b. Qual é uma possível semelhança de ênfase entre estas parábolas?
5. A palavra "escribas" no versículo 52 agora se refere aos discípulos que já foram capacitados e já compreendem o Reino (Lenski, Mateus, 550):
a. O que eles têm agora?

b. A que Jesus se refere quando menciona a coisas novas e velhas?

c. Você está se esforçando hoje para ser um especialista ou dono das palavras de Deus?
6. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Jesus é melhor

"Jesus é melhor” é uma canção escrita por Rhea F. Miller cuja melodia foi composta por George Beverly Shea. Este poema, escrito em 1922, foi deixado num piano na casa da família Shea por Bev Shea com a intenção de que fosse encontrado pelo seu filho e que mudasse o rumo de sua vida.

As palavras “Jesus é melhor” comoveram George profundamente e o fizeram refletir sobre quais eram os seus próprios objetivos e ambições na vida. Ele se sentou ao piano e começou a cantar as palavras com uma melodia que parecia combinar bem com elas. A mãe de Shea a ouviu e pediu que ele a cantasse no dia seguinte na igreja.

O rumo da vida de George mudou. Embora tenha recebido a oferta de uma carreira como músico popular na NBC, alguns anos depois ele escolheu se unir ao evangelista Billy Graham, com quem ele cantou esse hino por todo o mundo. Eu o convido a meditar sobre estas palavras significativas e refletir sobre quem é Jesus para você:
Coro
Pode ser um rei com poder nas mãos,
Mas do mal escravo, sim.
Mil vezes prefiro o meu Jesus,
E servi-lo até o fim.

1
Jesus é melhor, sim, que ouro e bens.
Jesus é melhor do que tudo que tens;
Melhor que riquezas e posições;
Melhor muito mais do que milhões

2
Jesus é melhor que qualquer valor;
Amigo leal, no prazer e na dor;
Melhor do que tudo, Ele é pra mim,
Melhor que qualquer amigo, enfim.

3
Jesus é mais puro que a linda flor;
Jesus é o Sol da Justiça e do amor;
Jesus é a fonte que satisfaz,
Caminho do bem, verdade e paz.


https://www.youtube.com/watch?v=6y_c_kORQsM

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 13:53–58

1. Quais foram as perguntas incríveis que as pessoas estavam fazendo sobre Jesus? O que eles estavam admitindo sobre Ele ao fazerem essas perguntas?

2. Quais foram as outras perguntas que eles também estavam fazendo sobre Jesus, estas com um ar de ceticismo? Como estas últimas parecem contradizer o que eles já tinham admitido sobre Jesus, tanto que "ficavam escandalizados por causa dele"? Com o que eles estavam mais preocupados?

3. Leia o comentário de Jesus no v. 57. Seu comentário era verdadeiro? Poderíamos dizer o mesmo hoje sobre um servo de Deus que serve na igreja onde foi criado? Qual deve ser a coisa mais importante para uma igreja, quando se trata de seus professores ou líderes?

4. Qual foi o efeito desse escândalo (e falta de fé) no ministério de Jesus entre eles?

5. O que esse relato pode nos ensinar sobre a condição da nossa comunidade de fé atualmente?

6. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um profeta sem honra

Apesar de que as igrejas que crêem na Bíblia tentam basear suas decisões em princípios bíblicos, há pelo menos uma área em que simplesmente não os aplicamos, e o fazemos de forma descarada. Refiro-me a como as igrejas chamam um novo pastor.

Sabemos muito bem que o caráter do servo de Deus é muito mais importante do que seus dons, seu carisma e sua educação; no entanto, a maioria, senão todas, as igrejas se baseia principalmente nesses critérios externos ao chamar um pastor. Qual é o problema das nossas igrejas? É uma falta de fé? Uma falta de coragem? Uma falta de sensibilidade e obediência ao Espírito Santo? Ou simplesmente não estamos dispostos a abandonar a nossa mentalidade secular?

Visitei uma igreja em Nova York que, de forma milagrosa, conseguiu comprar uma escola abandonada para o uso de sua igreja. Digo que foi de forma milagrosa porque a oferta que apresentaram às autoridades foi inteiramente pela fé, e não com base no dinheiro, o qual eles não tinham.

Mas a coisa mais milagrosa que esta igreja tem feito até agora é a forma que eles chamaram o pastor titular. Quando o ex-pastor principal se aposentou, eles começaram o processo de buscar um substituto. Como fazem todas as boas igrejas, eles o fizeram com muita oração. Mas suas orações eram bem diferentes, uma vez que eles oravam com um espírito obediente. Tão grande foi sua obediência ao Espírito Santo que eles O obedeceram quando os guiou a nomear, não um pastor que tinha doutorado, nem um pastor experiente, nem um pastor com grandes habilidades para a pregação, mas o zelador da igreja, que tinha demonstrado um caráter de amor, tanto pelos homens como por Deus.

Para resumir uma longa história, disseram-me que, como resultado dessa decisão, metade da congregação deixou a igreja; apesar disso, a igreja prosperou e cresceu fortemente, com um ministério de discipulado exemplar que buscava alcançar até mesmo as pessoas sem-teto.

Eu gostaria que mais igrejas vivessem honestamente sua afirmação de serem igrejas que crêem na Bíblia.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 14:1–14

“Raramente na história tem havido uma série de complicações conjugais como as que havia na família Herodes. Ao (seduzir e) se casar com Herodias, a esposa de seu irmão, Herodes violou a lei judaica (Levítico 18:16; 20:21) e ultrajou as leis da decência e da moralidade." (Barclay, 150)

Em essência, Herodes era um governador, embora César tivesse concedido o título de rei a seu pai, Herodes, o Grande, o mesmo que matou os meninos de Belém em Mateus 2.

1. Marcos 6:14-16 nos dá um pouco mais de informação sobre as diversas opiniões que havia sobre quem era Jesus. O que você pode descobrir sobre a lógica e as razões que estavam por trás de cada uma destas especulações?
- Era Elias (vide Mal. 4:5)

- Era como um dos profetas antigos (naquela época os judeus não tinham visto um profeta há mais de 300 anos)

- Era João Batista (a especulação de Herodes)
2. A missão de João tinha sido preparar o caminho para o Messias (Is 40:3 e ss.), mas sua missão parecia ter sido interrompida quando ele decidiu confrontar uma rainha gentia, a malvada Herodias. Esse confronto valeu a pena? O que você acha?

3. Marcos nos dá uma descrição ligeiramente diferente de Herodes em Mc. 6:20. Leia os dois relatos (o de Marcos e o de Mateus); em seguida, faça uma avaliação da pessoa de Herodes, com relação às suas características louváveis e suas fraquezas. Qual foi o veredicto de Jesus (vide Lucas 13:32 e também 23:8-12)? Qual é a lição que se pode aprender da vida de Herodes? (Este mesmo Herodes acabou sendo enviado por César ao exílio na Gália.)

4. Qual foi a reação de Jesus ao ouvir as notícias sobre a morte de João? Por que Ele reagiu assim?

5. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um tempo a sós

Mateus 14:13 diz que quando Jesus soube da execução de João, Ele "retirou-se de barco, em particular, para um lugar deserto" (NVI-PT). Fico chocado com as palavras que ele usou: retirar-se, de barco, em particular, para um lugar deserto. Juntos, eles servem para destacar as seguintes nuances:
a. Uma interrupção abrupta da rotina (retirar-se)

b. A determinação de estar longe da multidão (de barco)

c. Deixar atrás até mesmo Seus companheiros mais chegados (em particular, sem Seus amados discípulos)

d. Um tempo a sós com o Pai (um lugar deserto)
Embora eu não tenha ideia de como Jesus teria lidado na presença do Pai com a morte de João, sem dúvida foi um momento de dor, do aparente triunfo do mal, do encerramento de uma era importante (a missão de João para preparar o Seu caminho, uma vez que ele já tinha servido o Seu propósito no Reino) e da lembrança de Sua própria morte. Como era seu costume, Jesus sentiu a necessidade de lidar com isso diante do Pai.

Sem dúvida, muitas vezes devemos imitar o hábito de Jesus de passar tempo a sós em oração com o Pai (Marcos 1:35; Lucas 5:16; 6:12, etc.). Especialmente quando nos deparamos com algum acontecimento importante em nossa vida, precisamos levá-lo diante do Senhor para que possamos entender o que significa, ter certeza de que nossa atitude e resposta são corretas e buscar a Sua vontade.

Se para Jesus foi necessário parar o que estava fazendo, esforçar-se para deixar as multidões e Seu entorno habitual e até mesmo abandonar os Seus companheiros mais chegados para achar um lugar onde Ele podia se encontrar com o Pai sem nenhuma distração, imagine quanto mais nós precisamos fazê-lo!

O exemplo de John Stott de passar um dia por mês sozinho, além de seu tempo devocional diário, de desaparecer na floresta para orar e refletir, é algo que devemos imitar; não é somente para aqueles de nós que somos servos de Deus, mas para todos os crentes.

Mas para isso é necessário determinação, sacrifício e talvez até mesmo a falta de compreensão por parte de nossos entes queridos. E, claro, é necessário agir.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 14:14–21

1. Na sua opinião, quais foram os motivos da multidão, que teve que andar uma distância considerável para ver Jesus?

2. Jesus veio para nos salvar do pecado. Por que, então, Ele se preocuparia em curar os enfermos e, neste caso, alimentar as pessoas?

3. À luz disso, como você definiria a palavra "compaixão" (v. 14)?

4. Os discípulos perceberam que a multidão estava com fome? Como pensavam lidar com essa situação? Eles estavam errados? Por quê? Ou por que não? O que você teria feito?

5. Por que Jesus pediu os pães e os peixes? Ele não poderia tê-los alimentado sem eles? Qual poderia ser a lição nisso?

6. O fato de Jesus ter olhado para o céu e dado graças era um simples gesto? Por que ou por que não? Qual poderia ser a lição nisso?

7. Do ponto de vista dos discípulos, o que teria significado para eles ter participado na distribuição dos alimentos e no recolhimento dos pedaços?

8. Da perspectiva da multidão, o que teria significado para eles a experiência de serem milagrosamente ensinados, curados e alimentados? Qual devia ser sua resposta? (Vide João 6:14-15.)

9. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?


Reflexão meditativa
O pecado dos profissionais

Marcos 6 conta que a história da alimentação de 5.000 pessoas ocorreu no contexto de um período muito agitado para os discípulos. Eles estavam muito cansados, mas também muito animados. Acabavam de ter a experiência de pregar o evangelho em grupos de dois, por conta própria, e tinham visto resultados que possivelmente incluíam não só conversões, mas também curas milagrosas e a expulsão de demônios através deles (e talvez pela primeira vez).

Eles voltaram e compartilharam todas essas notícias emocionantes com Jesus (e com os outros discípulos). Jesus conhecia suas necessidades e propôs um retiro num lugar tranquilo, longe das pessoas, para descansar um pouco, por “eles não terem tempo para comer”. (Marcos 6:31)

Por isso, quando li que eles pediram a Jesus para despedir as pessoas (que tinham interrompido seu retiro), mandando-os embora para comprar a sua própria comida, nem por um momento os culpei por isso. Eu teria feito a mesma coisa. Mas, para sua surpresa (ou talvez até mesmo seu desânimo), Jesus lhes disse: "Dêem-lhes vocês algo para comer". (Mateus 14:16, Marcos 6:37)

Com essas palavras Jesus lhes mostrou o que é a verdadeira compaixão.

A compaixão não é algo que praticamos somente quando é confortável para nós. Apesar de que os discípulos estavam cansadadíssimos e estavam passando um tempo de descanso e retiro, a compaixão não podia parar. Certa vez, um jovem pastor tinha muito trabalho em seu escritório quando, para sua consternação, alguém decidiu entrar e pedir-lhe um conselho. Franzindo a testa, ele se sentiu obrigado a cumprimentar aquele desconhecido. Mas no meio da conversa, o desconhecido disse: “Você só está olhando pela janela; não está prestando atenção no que estou dizendo." A ocupação tem um jeito muito especial de endurecer os nossos corações e afastar de nós a compaixão.

A compaixão não tem limites: Ao refletir sobre o que os discípulos acabavam de fazer antes desses eventos, talvez você se pergunte se eles realmente curaram esses enfermos e expulsaram os demônios por compaixão. Se não fosse assim, qual teria sido o seu verdadeiro motivo? Isso é um pensamento assustador. Mas eu acho que eles realmente o fizeram também por compaixão, embora eles tenham limitado a prática da compaixão a um tempo e lugar determinados. Isso é o que eu chamo do pecado dos "profissionais".

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 14:22–36

1. Lembre-se de que o ensino e a alimentação da multidão ocorreram e se estenderam para depois da hora do jantar. Jesus deve ter estado muito cansado. (Aliás, Marcos explica que eles já estavam muito cansados antes mesmo da chegada das multidões.) O que Jesus decidiu fazer no final daquele dia muito agitado? Por quê?

2. A quarta vigília da noite corresponde a aproximadamente 3-6 da manhã, um momento em que os discípulos precisavam desesperadamente descansar. A tempestade se formou por acaso? Onde estava Jesus enquanto os discípulos estavam enfrentando a tempestade? Nesse sentido, o que você pode aprender sobre a(s) tempestade(s) em sua própria vida?

3. Jesus poderia ter ordenado que a tempestade diminuísse enquanto Ele ainda estava na praia; Ele também poderia ter entrado no barco antes de calmar a tempestade. Por que Ele decidiu andar sobre o lago em direção a eles?

4. Quando o medo dos discípulos deu lugar à alegria, por que Pedro pediu poder andar sobre as águas? Como esse pedido o destacou dos outros discípulos?

5. O que fez Pedro começar a afundar, embora Jesus estivesse bem na frente dele?

6. Você já teve alguma experiência que se pode comparar à de Pedro? O que você pode aprender com esta repreensão de Jesus?

7. Com relação às suas reflexões sobre a pergunta 3, Jesus cumpriu o Seu propósito?

8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Jesus se importa conosco!

Eu acho que esta história de como Pedro andou sobre as águas é divertido e comovedor ao mesmo tempo. É muito engraçado pensar que ele tenha afundado bem na frente de Jesus, e que provavelmente estava só a alguns metros dEle, tão perto que Jesus pôde estender o braço e agarrá-lo.

Mas vista de outra perspectiva, não é tão engraçada. Pedro achava que ia se afogar. Era uma questão de vida ou morte. Acho que é fácil para nós dizer que confiamos totalmente no Senhor quando se trata de questões que têm pouca importância para nós. Quando não faz muita diferença se nossas orações forem respondidas ou não, declaramos ousadamente que temos fé. De certa forma, isso nos lembra de Abraão. Ele não questionou a promessa de Deus de que Ele lhe daria a terra, porque pensava que nunca teria um filho; era mais provavel que Eliezer, seu servo, fosse o herdeiro. Por isso, ele não deu muita importância à promessa (Gênesis 15:3). No entanto, quando Deus lhe garantiu que ele teria o seu próprio filho, ele creu (Gênesis 15:6). De repente, a certeza da promessa de Deus de dar-lhe a terra se tornou um assunto de grande importância. E o que foi que ele fez? Ele pediu um sinal (Gênesis 15:8). Agora ele se importava.

Portanto, se pensamos que temos fé, talvez seja uma boa ideia examinar os nossos corações e pensar novamente antes de nos gabarmos disso.

A história de Pedro também tem um momento comovedor, a saber, quando Jesus estendeu a mão para ele (de uma forma muito humana) para agarrá-lo. Por que digo que Ele o fez de uma forma muito humana? É porque Jesus poderia ter ordenado que a própria água segurasse Pedro, ou Ele poderia ter deixado Pedro se afogar primeiro e depois ressuscitá-lo (o que teria sido um milagre ainda maior). Mas em vez disso, Ele imediatamente estendeu o braço para agarrá-lo, porque não queria que Pedro sofresse mais um segundo de medo e ansiedade desnecessários; tão grande era Sua preocupação por Pedro. É a mesma preocupação que Ele tem por cada um de nós. Jesus não quer que soframos de forma desnecessária, nem mesmo por um só segundo.