Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 21:12–17

A fim de prestar um "serviço" aos fiéis, os sacerdotes permitiam a venda de pombas para os sacrifícios, assim como a operação de um câmbio de divisas para "facilitar" o pagamento das ofertas. Mas Jesus os acusou de serem "ladrões" e os expulsou (do pátio) do templo. Com quais argumentos os sacerdotes poderiam ter justificado sua decisão de permitiram esse tipo de atividade? Como a acusação de Jesus serviu para purificar os seus motivos?

1. Jesus raramente usava a violência. Por que Ele a usou desta vez? O que isso nos ensina sobre o coração de Jesus?

2. Jesus expressa o Seu desejo de que "minha casa será chamada casa de oração".
a. Em que sentido(s) a igreja pode realmente ser chamada uma casa de oração?

b. E que contribuição você pode fazer para transformar a igreja numa casa de oração?
3. Por que os principais sacerdotes e escribas ficaram indignados com a cura dos enfermos e as exclamações das crianças?
a. Qual dessas coisas provavelmente os indignou mais?

b. Como é que as crianças aprenderam a gritar Hosana a Jesus?

c. Que lição podemos aprender destas crianças?
4. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Casa de oração

Quando eu era criança, tinha muita curiosidade ao ver um adolescente que sempre andava sozinho no calor da tarde vestido de uma camisa e calça social, como se ele estivesse indo para a escola. Ele nunca me dizia para onde ia; por isso, um dia, eu resolvi segui-lo. Depois de andar por mais ou menos 15 minutos, ele chegou a uma igreja e se persignou; em seguida entrou, ajoelhou-se e orou. Não vi mais ninguém na igreja, somente ele.

Claro, era uma igreja católica. Naquela época, eu ainda não havia nascido de novo, e raramente ia à igreja. Meu único contato tinha sido com igrejas protestantes, não igrejas católicas. Por isso, foi uma experiência nova para mim encontrar uma igreja que estava aberta 24 horas por dia e disponível para qualquer pessoa que quisesse entrar e orar.

Depois de tantos anos, aquela imagem de meu amigo ajoelhado orando numa igreja vazia permanece gravada na minha mente. Para dizer a verdade, cada vez que leio a declaração de Jesus de que "minha casa será chamada casa de oração", anseio que minha igreja seja como aquela para onde meu amigo foi naquela tarde. Receio que o nosso zelo de reforma nos tem levado a jogar fora o trigo com a palha. O que quero dizer é isso: com a restauração do princípio de "sola scriptura" (somente as Escrituras), também temos descartado a ênfase na oração. É uma pena.

A maioria dos cristãos participa nos cultos de adoração para cantar hinos e ouvir sermões. Em sua graça, o Espírito Santo frequentemente nos fala por meio de canções, leituras das Escrituras e sermões, mas em seguida observa enquanto tudo o que Ele acaba de enfatizar para nós se perde após "um breve momento de oração silenciosa" no final do culto. Não será lembrado durante a semana.

Eu acredito que esse "breve momento de oração silenciosa" é o momento mais crítico da nossa adoração. É um momento decisivo para nos acalmar, refletir sobre o que o Espírito Santo nos disse e responder diligentemente por meio de uma oração sincera. Infelizmente, na maioria das igrejas, especialmente naquelas onde são celebrados vários cultos, nos dão somente alguns segundos para inclinar a cabeça antes de sermos conduzidos para fora do santuário. Apesar disso, nossas almas ficão satisfeitas com a ideia de que já adoramos, de que já estivemos na casa de oração de Deus. Já é hora de parar de enganar a nós mesmos e defraudar o nosso Deus!

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 21:18–22

1. A história da figueira é um tanto estranha, um fato que a torna muito interessante. Você pode anotar cuidadosamente todos os elementos desta hisória que lhe parecem estranhos ou anormais? (Pense na fome de Jesus, Sua presciência e a maldição que Ele pronunciou; Ele nunca havia amaldiçoado nada antes disso.)

2. É óbvio que Jesus fez isso de propósito. Quais seriam os propósitos ou lições que Ele queria ensinar aos discípulos ao amaldiçoar uma árvore infrutífera?

3. Ao mesmo tempo, Jesus usou a figueira seca como uma lição prática sobre a fé; Ele até o expandiu para incluir a remoção de montanhas. Se você orasse por um desses pedidos, qual deles exigiria mais fé — que uma árvore secasse ou que uma montanha fosse removida?

4. De acordo com o livro de Atos dos Apóstolos, como foi que os apóstolos exerceram a fé? Eles oraram para que as montanhas fossem tiradas?

5. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Nada, a não ser folhas!

Eu lhe convido a refletir pausadamente sobre a letra deste antigo hino, examinando-se à luz do fato de que Jesus amaldiçoou uma árvore em Mateus 21 — o único relato nos Evangelhos no qual Jesus amaldiçoa algo:

William J. Henry, 1911

(Consulte a versão bilíngue desta lição.)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 21:23–23

1. Todas as pessoas haviam escutado sobre o poder de Jesus para pregar e curar. Por que os principais sacerdotes e os anciãos não se juntaram ao povo para ouvi-Lo pregar?

2. Não é estranho que esses líderes religiosos não tenham perguntado se Jesus realmente tinha realizado esses milagres, mas em lugar disso desafiaram a Sua autoridade para “faze[r] estas coisas”? O que essa atitude lhe ensina sobre os líderes e seus corações?

3. Jesus já lhes tinha mostrado claramente qual era a base da Sua autoridade ao sempre se referir a Deus como Seu Pai. Qual era seu problema com Jesus, então?

4. Por que Jesus não respondeu diretamente à sua pergunta, mas em vez disso dirigiu a sua atenção ao assunto do batismo de João? Qual tinha sido o problema dos líderes com João Batista?

5. Portanto, como é que Jesus lhes revelou qual era seu verdadeiro problema?

6. Embora na maioria dos casos Jesus tenha aproveitado a oportunidade para responder diretamente à oposição, desta vez ele decidiu não fazê-lo. Por que Ele teria feito isso?

7. Qual lição devemos lembrar cada vez que reclamamos que Deus não responde às nossas perguntas?

8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
 

Reflexão meditativa
Para que não nos arrependamos!

Os líderes religiosos questionaram Jesus, dizendo: "Com que autoridade estás fazendo estas coisas?" A expressão "estas coisas" se refere à cura de cegos e coxos e talvez à expulsão dos mercadores do pátio do templo em Mateus 21. Em essência, Jesus se recusou a responder à sua pergunta.

Acho que há uma lição importante aqui que devemos aprender.

Deus não é obrigado a responder às nossas perguntas. Uma vez que Ele é o nosso Pai Celestial, Ele sem dúvida adora quando Seus filhos vêm a Ele com frequência para falar com Ele, compartilhar as últimas notícias com Ele e ouvi-Lo. Qualquer pai amoroso ama essas coisas.

Mas se nos apresentarmos a Ele sem nenhum desejo de obedecê-lo, será uma perda de tempo para Ele responder às nossas perguntas.

Os principais sacerdotes e os anciãos da cidade vieram a Jesus para fazer uma pergunta cuja resposta eles não tinham a intenção de obedecer. Por que Jesus perderia Seu tempo dando-lhes uma resposta?

No entanto, por mais que eles não merecessem uma resposta, Jesus foi tão misericordioso que lhes mostrou qual era o seu verdadeiro problema. Ao contrastar sua rejeição de João Batista com a receptividade dos cobradores de impostos, e até mesmo das prostitutas, com relação ao batismo de arrependimento de João, Jesus mostrou qual era o verdadeiro problema: “E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele” (NVI-PT). (Mateus 21:32)

Na opinião desses ouvintes os coletores de impostos e prostitutas eram pecadores sem esperança. Portanto, o fato de o poder de Deus ter obrado neles de tal maneira que, apesar de suas vidas pecaminosas, até mesmo eles haviam respondido ao batismo de João, mostra que os sacerdotes e os anciãos realmente não tinham nenhuma desculpa para não ter honrado João Batista como um profeta de Deus. Mas eles não o fizeram. É por isso que teria sido totalmente inútil se Jesus lhes tivesse mostrado quem Ele era.

Assim como Isaías tinha predito, eles estavam decididos a rejeitar a verdade, uma vez que, se eles a recebessem, sua única opção seria se arrepender, e essa era a última coisa que eles queriam fazer. Como resultado, eles ouviriam, mas nunca entenderiam, eles veriam, mas nunca perceberiam. (Mateus 13:14)

Da próxima vez que percebermos que já se passou muito tempo desde a última vez que a Palavra de Deus nos tocou, devemos nos examinar para determinar se temos o mesmo espírito que esses líderes religiosos tiveram.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 21:28–32

Jesus usou a maioria de suas parábolas para contrastar os líderes religiosos com os "pecadores" arrependidos que eles tanto desprezavam. Esse é precisamente o objetivo desta parábola.

1. Por que Jesus usou dois “filhos” como personagens nesta parábola?

2. Qual foi o problema do primeiro filho?

3. Por que ele retificou o seu erro?

4. Qual era o problema do segundo filho?

5. Em que sentido os líderes religiosos eram como o segundo filho?

6. Nesta passagem, Jesus nos diz claramente quem eram esses pecadores que os líderes tanto desprezavam. Que eram?

7. Por que e como (esses pecadores desprezados) retificaram os seus caminhos errantes?

8. De acordo com o v. 31, podemos dizer que não havia esperança para os líderes religiosos?

9. De acordo com v. 32, por que o arrependimento de cobradores de impostos e prostitutas devia ter um impacto sobre esses líderes religiosos?

10. Qual é a mensagem essencial desta parábola e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Coletores de impostos e prostitutas?

Os escritores dos Evangelhos sinópticos usam com frequência a expressão "cobradores de impostos e pecadores" (vide Mateus 9:10, 11; 11:19; Marcos 2:15, 16; Lucas 5:30, 7:34 e 15:1). Já sabemos quem eram os cobradores de impostos - aqueles judeus que compravam licenças dos romanos para cobrar impostos (e com frequência impostos adicionais) do povo. Eles eram considerados traidores e desprezados pelo povo. Mas a quem se refere a palavra pecadores?

Em Mateus 21:31, Jesus nos dá a resposta quando diz:
Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês (os líderes religiosos) no Reino de Deus” (NIV-PT).
Aliás, fiquei muito surpreso a primeira vez que percebi que esta palabra “pecadores” se referia às prostitutas, porque isso significa que, ao contrário de nós, nosso Senhor Jesus Cristo não as evitava como se fossem a peste. Ele até comia com elas enquanto lhes ensinava a Palavra de Deus. De certa forma, é compreensível que evitemos as prostitutas a fim de não sermos (os homens) tentados. Mas isso não significa que temos o direito de discriminá-las na hora de compartilhar o evangelho.

Tive o privilégio de acompanhar um jovem cristão que tinha uma grande paixão por alcançar as pessoas marginalizadas. Certa noite, ele e eu nos reunimos depois da meia-noite para andar pelas ruas de Vancouver. Levamos uma garrafa térmica de chocolate quente e alguns biscoitos. Uma das pessoas que cumprimentamos e servimos era uma prostituta. Era muito óbvio que ele tinha abusado do seu corpo com as drogas. Ele parou e aceitou os nossos doces, e logo compartilhou a sua dor conosco. Oramos por ela com palavras de bondade e encorajamento das Escrituras (as quais ela conhecia muito bem). Senti que a tratamos como Jesus teria feito.

Antes daquele encontro, eu também havia tido o privilégio de liderar uma equipe de irmãos e irmãs que visitou um motel perto daquele lugar que abriga algumas das pessoas marginalizadas que moram na região. Era dirigido por um irmão que era membro de uma igreja do centro, onde ele era pastor. Antes disso, ele tinha me confrontado com as seguintes palavras: "Se você deixar as prostitutas entrarem na igreja para louvar e se sentarem com a minha família, nós deixaremos a igreja."

Pela graça de Deus, esse irmão abraçou o coração de Jesus e agora tem dedicado a sua vida a trazer os "publicanos e pecadores" para o Reino de Deus.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 21:33–46

1. "Compreenderam que ele falava a respeito deles”(NIV-PT) (v. 45). É óbvio que a vinha é um símbolo da nação de Israel. Com isso em mente, que tipo de relacionamento existe entre Israel e Deus, de acordo com esta parábola?

2. Quem são os servos? O que Jesus busca salientar ao mencionar os sucessivos envios dos servos?

3. Você se lembra de pelo menos um profeta que foi maltratado pelo povo? Como o trataram?

4. Qual foi a lógica do pai de família quando decidiu enviar o seu filho? Suas expectativas eram razoáveis? Por quê?

5. Qual foi o castigo sugerido pelos ouvintes? É razoável? Por que ou por que não?

6. O que a citação do Salmo 118:22-23 no versículo 42 tem a ver com esta parábola? Reflita sobre os seguintes elementos destacados nessa profecia: "os construtores", "a pedra angular", "isso vem do Senhor" e "maravilhoso".

7. É óbvio que Jesus é a pedra que foi rejeitada.
a. O que significa a frase "aquele que cair sobre esta pedra" (NVI-PT)?

b. Qual é o resultado dessa queda?

c. O que significa a frase "aquele sobre quem ela cair" (NVI-PT)?

d. Qual é o resultado dessa queda?
8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A hostilidade contra Cristãos

Muitos de meus amigos cristãos ficam desconfiados com as ações de atletas cristãos que agradecem a Deus e oram em público. Já ouvi muitos cristãos bem-intencionados dizerem: "Deus não se importa com o futebol!".

Prefiro usar uma abordagem bastante simples e fazer a seguinte pergunta: "Deus se importa com a carreira de um de Seus filhos (como eu)?". A resposta é óbvia. Deus se importa com toda a minha pessoa, e isso inclui a minha carreira. E quanto a Teebow e Lin, cujas carreiras respectivas são o futebol americano e o basquete, digo com toda a certeza que Deus se importa com eles e com suas carreiras.

Todos nós sabemos que, se esses dois realmente amam o Senhor, sua demonstração pública de agradecimento a Deus não é nada diferente da minha quando faço uma oração de agradecimento antes de comer. Embora existam pessoas que se ofendem com isso, eles não irão me impedir.

E se esses atletas realmente amarem ao Senhor, o que eles pedirão em suas orações não será tanto que possam vencer, mas que possam dar o melhor de si e aceitar o resultado com gratidão e submissão. Tenho certeza de que Teebow e Lin estariam de acordo comigo. No entanto, embora não nos deva surpreender quando a exibição pública de sua fé ofende o mundo secular, é muito triste saber que outros atletas cristãos os atacam, como os não-cristãos.

Teebow e Lin estão motivando os jovens cristãos não só a seguir os seus sonhos, mas a imitar sua fé em Cristo. Por isso, devemos orar por eles, não necessariamente para que sejam bem-sucedidos no que fazem, mas para que Deus os proteja para que possam permanecer fiel a Cristo, sem serem manchados pelo sucesso ou o esplendor.

A verdade é que ambos incomodam as elites de seus respectivos esportes. Teebow faz isso de forma não convencional, enquanto Lin não é um dos favoritos. No entanto, isso está em sintonia com a forma em que Deus sempre obra, exaltando os que são humildes aos olhos do mundo para silenciar os orgulhosos.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 22:1–14

1. Que detalhes fazem desta parábola da festa de casamento diferente da parábola anterior sobre a vinha?
a. Qual é o evento descrito nesta parábola?

b. Qual é o objetivo do evento?

c. Quem é aquele que convida?

d. Quem são os convidados?
2. Nesta parábola, os servos são enviados para aqueles que já tinham recebido um convite.
a. Quais são as respostas descritas na parábola?

b. Em cada caso individual, como é retratada graficamente a resposta negativa que as pessoas (inclusive hoje) dão ao evangelho?

c. Em Sua parábola, Jesus os descreve como os "convidados". Em que sentido os judeus eram os "convidados"?
3. No v. 8, por que o Rei disse que aqueles convidados “não eram dignos”?

4. Quem são os próximos a serem convidados? O que as "esquinas" representam? (vide Efésios 2:12)

5. Por que é convidada "gente boa e gente má"?

6. Por que alguns chegaram "sem veste nupcial"? O que é representado pelo veste nupcial? (vide Apocalipse 7:9-14.)

7. Por que o homem "emudeceu" quando foi confrontado?

8. Qual é o resultado de não participar do banquete de casamento?

9. Qual é o significado da frase “Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos” (NVI-PT)? Nesta parábola,
a. Quem são os convidados?

b. Quem acaba participando do banquete?

c. São eles os escolhidos? Ou são eles os que escolhem (responder ao convite e vestir a veste nupcial)?
Quem escolhe quem?

10. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
De quem é a escolha?

Na parábola do banquete de casamento em Mateus 22, descobrimos que os convidados originais (isto é, o povo eleito, os judeus) recusaram o convite.

Alguns ignoraram o convite e foram para seus campos, enquanto outros saíram para administrar os seus negócios. Eles não tinham tempo para Deus. Esta imagem talvez descreva a maioria das pessoas do mundo secular. Elas estão tão envolvidas nas atividades da vida cotidiana que pensam que a religião é uma perda de tempo.

Mas os "outros" convidados eram muito diferentes; não só eram muito religiosos, mas eram tão religiosos que "agarrando... maltrataram... mataram" o mensageiro. Esses são fanáticos religiosos que até recorrem à violência para silenciar ou eliminar aqueles cuja teologia não aceitam. É exatamente o que os líderes religiosos dos dias de Jesus fizeram com ele.

Em seguida, a parábola fala sobre aqueles de nós que somos gentios; nós estamos às esquinas, e não estávamos entre os convidados originais. No entanto, como Paulo explica em Romanos, nós fomos enxertados porque os ramos originais (os judeus) foram cortados devido à sua incredulidade (Rom. 11:17 e ss.). Embora o tom da parábola possa nos parecer bastante cômico devido à forma quase informal com que os servos saíram para convidar todos aqueles que estivessem dispostos a ir, tanto "gente boa e gente má", ela mostra claramente que o evangelho é para todos aqueles que quiserem aceitá-lo.

No final das contas, tanto aqueles que não o aceitarão quanto aqueles que aceitarão tomam uma decisão consciente. A escolha é deles; por isso, aqueles que acabam não participando do banquete "emudece[ram]". A culpa é toda sua.

Mas por que Jesus terminaria a parábola dizendo: "Porque muitos são chamados, mas poucos são escolhidos" (NVI-PT)?

Eu acredito que Jesus está chamando nossa atenção para dois aspectos igualmente verdadeiros de nossa fé.

Por um lado, a salvação é oferecida a todos, porque "...Deus tanto amou o mundo (todo)" (João 3:16). Portanto, muitos, aliás, todos, são convidados.

Por outro lado, cada um deve tomar a decisão de rejeitá-lo ou aceitá-lo. Mesmo aqueles que decidem não tomar uma decisão já tomaram a sua decisão, a saber, a de não aceitar a salvação oferecida por Jesus. Mas nosso Deus onisciente continua sendo Aquele que escolhe. É por isso que Jesus diz: "Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça" (NVI-PT). (João 15:16)

Eu sei que isso é um mistério; no entanto, não devemos fixar a nossa atenção em seu aspecto misterioso, mas no fato de que fomos escolhidos para cumprir um propósito, não o nosso, mas o de Deus.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Mateus 22:15–22

1. Estes mensageiros enviados pelos líderes religiosos nos deixaram uma descrição bastante detalhada do caráter de Jesus. Examine-se à luz do caráter de Jesus e reflita sobre como você pode imitá-lo:
a. É um homem íntegro.

b. Não se deixa influenciar.

c. Não se prende à aparência dos homens.

d. Ensina o caminho de Deus conforme a verdade.
2. Antes de ler a resposta de Jesus, formule sua própria resposta à pergunta, "É certo pagar imposto a César ou não?". (Lembre-se de que a maioria dos césares eram homens implacáveis e violentos. Além disso, Tibério, o César dos dias de Jesus, também era preguiçoso, autoindulgente, hipócrita e altamente desprezado pelos historiadores, sem mencionar o fato de que representava o governo estrangeiro que estava ocupando o território judeu.)

3. Se a "imagem" de César na moeda lhe conferia autoridade, qual é a "imagem" que confere a Deus autoridade sobre a terra?

4. Uma vez que tudo o que pertence a César realmente pertence a Deus, o que a resposta de Jesus nos ensina sobre a relação que existe entre nós e o governo do nosso país? (vide Dan. 2:21.)

5. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
À imagem de deus

Jesus sabiamente se esquivou da armadilha preparada para ele pelos fariseus, os quais tinham se aliado aos seus inimigos, os herodianos, para prender o inimigo comum, Jesus. (Mat. 22:15-22) Ao fazer Sua famosa declaração: "Então, dêem a César o que é de César", Jesus usou a imagem que estava no denário romano para provar o Seu argumento. Em essência, o que Ele estava dizendo era que a imagem na moeda conferia autoridade a César. A pergunta que não posso deixar de fazer é esta: "Qual é a imagem nesta terra que confere autoridade a Deus?"

A resposta é óbvia: cada um de nós é essa imagem, uma vez que todos portamos a imagem do nosso Criador. (Tiago 3:9)

Esta é uma consideração incrível, porque se portamos a imagem de nosso Criador, cada parte do nosso ser pertence ao Criador. Temos que dar a Deus o que é de Deus.

Como cristãos, gostamos de pensar que, se dermos o dízimo, já teremos cumprido a nossa obrigação de honrar a Deus como nosso Deus. Mas a verdade é que nosso dízimo é simplesmente o nosso reconhecimento de que 100% de nós, 100% da nossa renda, 100% da nossa riqueza, e de fato, 100% de tudo o que temos, sejam bens tangíveis ou intangíveis, pertence a Deus. É nesse sentido que somos mordomos de Deus. Mesmo depois de termos dado tudo isso, não somos livres para usar nada do que ainda ficou em nossa posse.

Isso me lembra de certa serva de Deus que tem uma Bíblia em cuja capa estão impressas as seguintes palavras: "Para o uso de fulano de tal". A Bíblia é dela, mas ela entende que na realidade nada lhe pertence; tudo vem de Deus. Somos portadores de Sua imagem; portanto, essa imagem Lhe confere autoridade e posse absolutas sobre nós, os portadores.