Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 1:1–8

Nesta semana, começaremos o nosso estudo do livro de Marcos.

Marcos se concentra nas obras de Jesus em vez de Seus ensinamentos; ele enfatiza o fato de Jesus ser o "servo" do Senhor. Você talvez queira consultar sua Bíblia de estudo, ou qualquer dos muitos ótimos comentários sobre este livro. Para os nossos fins basta notar que Marcos possivelmente escreveu seu evangelho em Roma para os novos crentes na Itália que estavam sendo perseguidos, dando-lhes o que talvez seja o mais antigo relato escrito do evangelho. Ele usou muitas palavras interessantes (como no mesmo instante) que captam a atenção dos leitores com a emoção e a tensão do relato do evangelho.

(1) Imagine receber este livro como o primeiro relato escrito do evangelho. Se você fosse um descrente, especialmente um que morava em Roma, como a primeira linha deste evangelho o teria impactado?

(2) Marcos não começa com o nascimento de Jesus, mas com o início de Seu ministério. O que isso lhe ensina sobre seu propósito ao escrever este relato conforme é inspirado pelo Espírito Santo?

(3) Marcos cita Isaías 40:3 a fim de retratar João Batista como o homem predito nas profecias que prepararia o caminho para Jesus. Qual foi a importância do ministério de João? Por que ele foi tão necessário? O que teria acontecido se não tivesse havido nenhum ministério preparatório de João antes do ministério de Jesus?

(4) Em termos concretos, qual foi o testemunho de João sobre Jesus?

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O impacto de João Batista

Os Quatro Evangelhos não só mencionam o ministério de João Batista; elas também enfatizam o fato de ele e seu ministério terem sido preditos pelo profeta Isaías. Em outras palavras, seu ministério não devia ser menosprezado, pois teria um papel importante no plano de salvação de Jesus Cristo.

Os Quatro Evangelhos nos mostram o impacto imediato de seu ministério, no qual ele corajosamente apontou os pecados dos líderes religiosos, chamando-os e a outros ao arrependimento. Seu ministério foi muito bem-sucedido, uma vez que até mesmo muitos dos líderes religiosos chegavam para receber seu batismo de arrependimento.

Mas a natureza de seu ministério era meramente preparatória, no sentido de que seu batismo de arrependimento não significaria nada para aqueles judeus arrependidos que mais tarde não escutassem seu testemunho sobre a identidade de Jesus.

Acontece que alguns dos que receberam seu batismo de arrependimento de fato acreditaram em seu testemunho e seguiram a Jesus; entre eles estavam Pedro e Andrés.

Ao sair dos Quatro Evangelhos e ler os relatos no Livro de Atos sobre os eventos que aconteceram após a ressurreição, descobrimos que muitos dos apóstolos permaneceram em Jerusalém, enquanto muitos dos discípulos de João se espalharam pela Ásia, levando consigo o evangelho. Portanto, esses discípulos tiveram um papel importante na difusão do evangelho além de Jerusalém. Tudo isso foi o resultado do ousado ministério de João Batista.

Embora entendamos que ninguém é indispensável no que se refere ao ministério da igreja, é impossível não fazer a seguinte pergunta: O que teria acontecido se João não tivesse cumprido fielmente seu papel de ser aquele que prepararia o caminho do Senhor ?

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 1:9–20

(1) Embora Marcos dê somente um breve resumo do batismo de Jesus, nesse resumo ele intencionalmente destaca certas verdades importantes sobre Jesus. Quais são essas verdades?

(2) Vide João 1:32-34. Para quem era este batismo (pelo menos parcialmente)?

(3) Mais uma vez, Marcos dá somente um breve resumo da tentação de Jesus no deserto. Que verdades ele procura destacar ao fazer isso e por que são importantes?

(4) Em seguida, o relato de Marcos pula para o início do ministério de Jesus na Galiléia após a prisão de João Batista. Mais uma vez, ele inclui somente uma forma extremamente resumida da mensagem de Jesus que destaca a sua essência. Que verdades ele procura destacar e por que são importantes?

(5) O que se segue é um relato do chamado dos primeiros discípulos. Você consegue identificar algumas das palavras especiais que Marcos usa para dar vida ao seu relato destes eventos? O que ele quer nos dizer?

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma decisão precipitada?

Marcos é conhecido pelo seu uso de palavras como "no mesmo instante" para engajar as emoções de seus leitores e pintar um quadro muito vívo dos eventos que descreve. Portanto, neste relato do chamado dos primeiros discípulos de Jesus, ele diz que Pedro e André deixaram suas redes “no mesmo instante” para segui-Lo.

Talvez isso nos dê a impressão de que esta decisão tão importante para as vidas de Pedro e Andrés foi tomada de maneira precipitada. No entanto, o Evangelho de João nos diz o contrário. A verdade é que esses irmãos já haviam conhecido Jesus quando João lhes disse que Ele era o Cordeiro de Deus (João 1:36). Pedro e André passaram pelo menos um dia com Jesus, aprendendo mais sobre Ele de forma personalizada.

Portanto, parece que quando voltaram à sua profissão (eram pescadores), tiveram mais tempo para ponderar e refletir sobre Quem era Jesus e se deveriam segui-Lo. Foi então que Jesus apareceu na beira do Mar da Galiléia e os chamou para segui-Lo. A essa altura, eles já teriam refletido sobre qual devia ser sua decisão e já estavam prontos para assumir um compromisso imediato.

É verdade que existem alguns que usam a “pressa” como desculpa para não tomar a decisão de seguir a Cristo; também há aqueles que parecem tomar essa decisão sem muita hesitação. Uma vez que seguir a Cristo é um assunto muito pessoal, não é sábio julgar suas decisões.

O que sempre é mais importante é o fato de aquele que toma a decisão ter sido "convencido" pelo Espírito Santo. Se essa pessoa for convencida pelo Espírito Santo de seus pecados e do amor de Cristo, quem somos nós para dizer que ela ainda não está pronta para tomar a decisão de segui-Lo? Mas o pior é quando uma pessoa que ainda não foi convencida de seu pecado toma a decisão de seguir a Cristo; na melhor das hipóteses, tal pessoa toma sua decisão com base na razão, mas isso não significa que ela o tenha feito "em espírito e em verdade".

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 1:21–28

(1) Onde estava Jesus quando encontrou o homem possuído pelo espírito imundo? O que isso nos ensina sobre a condição espiritual daquela época?

(2) Uma vez que este evento marca a etapa inicial do ministério de Jesus, por que Jesus teria silenciado esse espírito maligno que parecia estar testificando dEle, chamando-O de “o Santo de Deus”?

(3) Leia o relato semelhante em Atos 16:16-18, onde Paulo também se recusou a se associar com o demônio e não aceitou seu testemunho. O que você pode aprender das duas histórias? (vide 2 Coríntios 6:14-18)

(4) Aqueles que ouviram sua pregação e testemunharam a expulsão do demônio falaram sobre "um novo ensino". Em que sentido esse ensino era "novo"? Ele também é "novo" para a geração atual?

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Cristo e Belial (demônio)

Este incidente em Marcos 1:25, no qual Jesus silenciou o "testemunho" do espírito imundo, me lembra um incidente semelhante em Atos 16: 16-18. Deixe-me simplesmente reproduzir a meditação reflexiva que escrevi para essa passagem:

Já me deparei com situações em que monges ou freiras budistas tentaram se aproximar das igrejas cristãs, uma vez que acreditavam que, essencialmente, somos iguais, e de alguma forma todas as religiões levam ao mesmo Deus. Também já observei alguns líderes cristãos que pareciam recebê-los de braços abertos.

O comportamento de Paulo para com a jovem escrava em Atos 16 deveria nos alertar contra esse tipo de entusiasmo incorreto.

Quando pensamos sobre o que aconteceu, à primeira vista pode parecer que a escrava em realidade estava fazendo um grande favor a Paulo e Silas. Ambos eram estrangeiros, e estavam introduzindo uma nova fé nesta cidade pagã. A escrava não só era conhecida na região, ela era muito procurada. Portanto, à primeira vista, parece que não teria prejudicado a causa de Paulo o fato de a escrava (ou melhor, o demônio ou espírito maligno que estava dentro dela) dar testemunho de quem eram Paulo e Silas. Ela estava dizendo ao povo: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo". Além disso, ela parecia dar credibilidade à sua mensagem: (estes) “anunciam o caminho da salvação” (16:17).

Para aqueles ouvintes que veneravam a escrava e seu espírito, não seria difícil dar as boas-vindas a Paulo e Silas e receber sua mensagem por causa do testemunho da escrava. Mas Paulo não queria ter nada a ver com isso. Em nome de Jesus, ele expulsou o espírito maligno da escrava. Talvez alguém se pergunte por que Paulo escolheu fazer isso. Na verdade, a razão não é difícil de entender.

Em 2 Coríntios 6:15, Paulo pregou fortemente contra os jugos desiguais entre os crentes e o mundo; ao fazer isso, ele disse, "Que harmonia entre Cristo e Belial (isto é, o diabo)?".

Ao dar testemunho de quem eram Paulo e Silas e de sua mensagem, o espírito maligno esperava que as pessoas não só cressem na mensagem do evangelho, mas também permanecessem fiéis ao próprio espírito. Em outras palavras, o espírito maligno estava tentando se colocar no mesmo nível de Deus, esperando que as pessoas não considerassem Cristo como o único caminho para a salvação.

Mas Deus não quer ter nada a ver com isso. Não há espaço suficiente para uma coexistência entre Deus e os demônios ou ídolos. Mediante a expulsão do espírito maligno da escrava em nome de Jesus, Paulo mostrou às pessoas que existe um só Deus verdadeiro, e também que existe um só caminho verdadeiro que leva à salvação, a saber, através de Jesus Cristo.

Eu entendo que até os monges budistas precisam escutar o evangelho; no entanto, devemos tomar cuidado para que não sejamos manipulados de tal forma que transmitimos a mensagem errada às pessoas, levando-as a pensar que Cristo e Belial podem coexistir em harmonia.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 1:29–39

(1) Compare esta cura milagrosa da sogra de Pedro com o milagre de expulsar o demônio. Qual dos dois é mais espetacular? Qual é o maior dos dois milagres? Por quê?

(2) Sabemos que, de todos os discípulos, pelo menos Pedro era casado. O v. 1:18 diz que ele deixou as suas redes "no mesmo instante" e seguiu Jesus (vide Marcos 10:28). O que foi que Pedro realmente havia deixado? O que ele achou de sua decisão? O que esse "pequeno" milagre teria significado para a sua família?

(3) Marcos pinta um quadro muito humano de uma pequena cidade de classe trabalhadora onde os habitantes tinham que trabalhar durante o dia; é por isso que todos eles se reuniram para ver Jesus ao anoitecer na casa de Pedro, levando suas lanternas ou lâmpadas. Leia Isaías 9:1-2 e tente imaginar como teria sido a experiência dos acontecimentos daquela noite.

(4) O v. 1:35 nos pinta um quadro da “vida devocional” de Jesus. Como Marcos usa poucas palavras para nos apresentar por meio do exemplo de Jesus o que deveria ser uma autêntica vida de oração?

(5) Bem quando todos começaram a procurar Jesus, Ele decidiu ir para outro lugar. Por quê? O que isso nos ensina sobre a prioridade do ministério de Jesus?

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Imitar a vida de oração de Jesus

Eu fico muito perturbado com certos livros devocionais que apoiam a noção de que uns poucos minutos por dia são o suficiente para manter uma vida devocional. Tamanha superficialidade é alarmante. Alguns até chegam a usar a famosa expressão do Irmão Lourenço, a saber “a prática da presença de Deus”, para dar a ideia de que é suficiente “sentir” a presença de Deus em tudo o que fazemos, sem reservar muito tempo a sós para nos dedicar à oração e refletir sobre a Bíblia.

É evidente que tais pessoas ignoram o fato de que o irmão Lourenço baseava sua prática da presença de Deus em seu próprio tempo diário de prolongada comunhão com Deus.

Pior ainda, tais ensinamentos simplesmente "usam" Deus para nos dar uma sensação de paz e nos ajudar a enfrentar o dia. Mas o nosso relacionamento com Deus não é baseado na utilidade, mas no amor — no cultivo da intimidade entre duas pessoas que estão apaixonadas.

É por isso que podemos observar na vida do nosso Senhor Jesus Cristo que mesmo em meio às demandas do ministério, Ele intencionalmente reservava um tempo considerável para estar sozinho com Deus Pai. É por isso que lemos em Marcos 1:35: "De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando".

Efetivamente, Jesus nos deixou o melhor exemplo de como passar tempo com Deus:
- Quando: A fim de poder nos levantar cedo, precisamos nos preparar na noite anterior; caso contrário, não poderemos acordar para nos encontrar com Deus.

- Onde: Se alguma vez houve uma pessoa que realmente podia praticar a presença de Deus em qualquer lugar, essa pessoa foi o Filho de Deus; mas apesar disso, Ele considera absolutamente necessário se afastar da multidão e do Seu entorno habitual a fim de se encontrar com Seu Pai sem distrações.

- O que: E ele fala com o Seu Pai enquanto Ele está sozinho.

- Com que frequência: Os Quatro Evangelhos com certeza nos dão a impressão de que isso foi um hábito que Jesus cultivou ao longo de Sua vida na terra; muitas vezes, Ele até passava a noite inteira em oração.
Se o Filho de Deus "precisava" reservar tanto tempo com tanta frequência para se encontrar com o Seu Deus Pai, quanto mais nós precisamos fazê-lo a fim de podermos crescer no nosso conhecimento dEle e de Sua vontade para nós? Quanto mais nós precisamos receber forças para cumprir a Sua vontade, para reconhecer os nossos pecados e arrepender-nos, e para crescer no nosso amor por Ele e pelos homens?

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 1:40–45

(1) Qual foi a atitude do leproso que veio pedir a Jesus que o curasse? O que isso o ensina sobre esse leproso?

(2) O leproso teve fé quando disse "Se quiseres"? O que a fé em Deus deveria acarretar?

(3) Quais são algumas formas em que Jesus poderia tê-lo curado? Qual foi o método que Ele escolheu? Por quê?

(4) Por ser leproso, que tipo de dificuldades ele teria experimentado na vida? Que tipos de cura trouxe esse toque de Jesus?

(5) Depois de limpá-lo, Jesus pediu ao homem que cumprisse com a Lei mosaica. Qual era o propósito desse tipo de cerimônia?

(6) Não teria sido uma resposta natural o homem querer contar essas boas novas? Qual foi o resultado de sua desobediência?

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Jesus se
importa

Embora Marcos sempre registre suas histórias de forma muito breve e concisa, seu estilo não enfraquece a preciosa mensagem por trás de cada incidente. A cura do leproso em Marcos 1:40-45 é um exemplo.

A única coisa que Marcos nos diz é que houve um leproso; ele não acrescenta muitos detalhes sobre sua identidade. No entanto, o fato de ele ter se  ajoelhado diante de Jesus, uma pessoa que ele só conhecia pelo que tinha ouvido sobre Ele, mostra plenamente o seu desespero e sua difícil situação: a solidão, o desespero e as dores, tanto físicas quanto emocionais.

Marcos também registra uma súplica muito simples: "Se quiseres". Essa é uma descrição muito víva da luta que experimentamos como crentes. Não duvidamos de que Deus tenha suficiente poder para curar, mas muitas vezes é difícil para nós acreditar que a nossa situação é importante o suficiente para Ele nos curar.

Sinto que o que decepciona Deus não é tanto a nossa falta de fé em Seu poder, mas a dor provocada pela nossa falta de confiança em Seu amor e no fato de que Ele se importa conosco! Portanto, querendo mostrar a esse leproso que Ele realmente se importa com ele, Jesus o cura, não simplesmente mandando que a doença vá embora (algo que Ele com certeza poderia ter feito), mas tocando-o com a mão nua. Não sabemos quanto tempo tinha passado desde a última vez que alguém tinha tocado nesse leproso, especialmente depois de ele ter contraído a doença. As pessoas nem sequer queriam se aproximar dele. Esse toque deve ter sido completamente inesperado e ao mesmo tempo poderosíssimo. Ele deve ter tocado o mais profundo de seu ser!

Francamente, mesmo se este homem não tivesse sido curado, ele ainda O teria adorado como Deus, uma vez que somente Deus se importaria o suficiente para tocar um leproso como ele. Mas ele de fato foi curado! É certo que não obedeceu à ordem que Jesus lhe dera de guardar silêncio. Mas como ele poderia ter guardado silêncio? Se tivesse feito isso, como Jesus disse em outra ocasião, as mesmas pedras teriam clamado! Este é o tipo de Deus que temos em Jesus Cristo. Um Deus que se preocupa conosco!

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 2:1–12

Os primeiros pais da igreja nos dizem que Marcos escreveu este evangelho exatamente como lhe foi ditado por Pedro. Portanto, é natural que muitos dos primeiros relatos se concentrem na cidade natal de Pedro e em sua casa.

(1) Jesus "vendo a fé que eles tinham" (2:5). De quem é a fé que Jesus viu? Como eles demonstraram sua fé? Quão especial era sua fé?

(2) Por que Jesus disse "os seus pecados estão perdoados" em vez de dizer "sê limpo", como Ele tinha dito ao leproso do primeiro capítulo? O que a Bíblia diz que é a base para alguém receber o perdão de seus pecados? (I João 1:9)

(3) Jesus fez a seguinte pergunta: "Que é mais fácil dizer ao paralítico, 'Os seus pecados estão perdoados', ou, 'Levante-se, pegue a sua maca e ande'?". Na sua opinião, qual seria a resposta correta? Jesus poderia dizer a todos os pecadores do mundo que seus pecados estão perdoados? Porque não?

(4) O que Marcos procura nos ensinar sobre Jesus através deste milagre?

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Por que Deus não perdoaria?

Uma das heresias que se encontra com frequência no Cristianismo é a noção de que Deus, por ser tão amoroso, realmente não condenará ninguém ao inferno, mas que, de alguma forma, todos serão salvos.

Mas com certeza essa não é a mensagem do evangelho.

É verdade que “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele” (João 3:17). No entanto, esta não é toda a verdade. Imediatamente após isso, João diz que "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus" (João 3:18).

A verdade é esta: existe de fato uma coisa que Deus não pode fazer, a saber, perdoar-nos sem que nós nos arrependamos dos nossos pecados. Isso seria uma contradição de Seu caráter. Era isso o que Jesus estava pensando quando desafiou os escribas com a seguinte pergunta:  “Que é mais fácil dizer ao paralítico, 'Os seus pecados estão perdoados', ou, 'Levante-se, pegue a sua maca e ande'?” (Marcos 2:9).

Por um lado, o que Jesus queria fazer era dizer-lhes quem Ele realmente é — Ele é Deus, o único que pode perdoar os pecados. Sabemos que os espíritos imundos podem fazer milagres, mas eles nunca poderão perdoar os pecados, uma vez que eles mesmos são pecadores. Só Deus pode fazer isso, e isso é exatamente quem Jesus é.

Mas se o paralítico não tivesse a fé do arrependimento, Deus não poderia ter feito nada. Foi isso o que aconteceu com o jovem rico em Lucas 18, que foi embora triste, sem ter a fé do arrependimento, embora Jesus claramente o amasse. (Marcos 10:21)



Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 2:13–17

(1) Com base neste breve relato sobre Levi, você consegue descrever o tipo de vida que um coletor de impostos poderia ter? Reserve algum tempo para pensar em alguém que você conhece que talvez tenha uma vida bastante parecida com a de Levi (que é Mateus). Quão difícil seria para essa pessoa se tornar um cristão? Por quê?

(2) À luz disso, por que Levi teria decidido seguir Jesus logo depois de ser chamado?

(3) O que Levi fez imediatamente após se tornar discípulo de Jesus? Por que ele não cortou todos os laços com o seu antigo círculo de amigos? (Muitos comentaristas nos dizem que o termo pecadores se refere a prostitutas.)

(4) Faça a seguinte pergunta a si mesmo: Se você fosse um dos fariseus, você se sentiria bem com Levi e seu círculo de amigos, e com o seu estilo de vida? Você também teria se perguntado por que Jesus participaria de tal jantar?

(5) Quais são os tipos de pessoas em cuja presença você, como cristão, não estaria confortável?

(6) Reflita sobre a resposta de Jesus no v.17. Como Sua resposta deve afetar sua atitude para com aqueles que talvez façam com que os cristãos fiquem incômodos?

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Faça amizade com pecadores

Acho que você estaria de acordo comigo em que quanto mais tempo passa desde nossa conversão, menos amigos não cristãos temos.

Por um lado, isso é natural.

Quando nos tornamos cristãos, entramos numa nova família, a família de Deus. Como novos bebês em Cristo, precisamos desesperadamente de nutrição e crescimento, e o crescimento em Cristo sem dúvida acontece no contexto de relacionamentos. Portanto, é imprescindível que passemos muito tempo não só em nosso tempo devocional pessoal, mas em adoração coletiva e comunhão. E na medida em que crescemos e adquirimos os dons de serviço do Espírito Santo, também é natural que estejamos dispostos a exercer nossos dons espirituais para a edificação do corpo de Cristo. Tudo isso, junto com a nossa necessidade de cuidar de nossa família e trabalhar para ganhar a vida, significa que raramente temos tempo para conservar as amizades que já temos com os nossos amigos seculares, e muito menos para fazer novas amizades.

Portanto, a pergunta permanece: Como podemos realmente cumprir a Grande Comissão (aqueles de nós que não são missionários em tempo integral) se nosso grupo de amigos não-cristãos ficar cada vez menor?

É por isso que o exemplo de Levi é tão importante para nós.

Ele não cortou os laços com o seu círculo de amigos depois de se tornar um seguidor de Cristo. É preciso entender quem eram seus amigos: eles eram o grupo mais secular e mundano de todos os grupos que os fariseus daquela época reprovavam. Além disso, as pessoas que frequentavam esse círculo de amigos não eram as mais puras: eram prostitutas. Se eu tivesse sido conselheiro de Levi, eu o teria aconselhado a cortar todos os laços com os seus velhos amigos.

No entanto, para nossa surpresa, Levi não só não evitou os seus amigos mundanos, mas também ofereceu um jantar para eles em sua casa, e até permitiu que trouxessem suas companheiras pecadoras (ou seja, as prostitutas). Mas ele fez tudo isso por um só motivo: ele queria dar-lhes a oportunidade de encontrar Jesus. O fato de ele ter recebido os seus amigos, não significa que ele aprovava do seu estilo de vida pecaminoso, nem significa que ele estava tentando viver uma vez mais o seu antigo estilo de vida. Seu objetivo era usar a influência que ainda tinha entre eles para dar testemunho de sua vida recém-transformada, apresentando-lhes o seu novo Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Isso é o que Paulo tem em mente quando diz:

Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo.” (NVI-PT) (1 Coríntios 5:9-10)

Eu acredito que devemos intencionalmente cultivar, ou formar novamente, um círculo de amigos seculares a fim de apresentar-lhes o nosso Senhor Jesus.