Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 6:7–13

Esta semana continuaremos o nosso estudo do Livro de Marcos.

(1) Qual foi o propósito de Jesus ao enviar os Doze? Eles estavam "qualificados" para pregar? Quanto eles sabiam? Isso realmente importava?

(2) Porque Ele os enviou em grupos de dois?

(3) Ao enviá-los, Jesus lhes deu instruções muito específicas para não levar nada na viagem. Devemos aplicar esse princípio a nós mesmos hoje? Por que ou por que não?

(4) O que significa a instrução para ficar em uma só casa (em vez de ir de casa em casa)? Qual foi o propósito dessa instrução?

(5) O ato de sacudir oera um tratamento severo demais para aqueles que os rejeitavam? Por que ou por que não? Que mensagem esse ato procurava comunicar?

(6) Tente dizer de memória os nomes de cada um dos Doze discípulos (vide 3.16 e ss.). Judas estava entre os Doze? Como é possível que ele também tenha feito milagres? (vide Mateus 7:22)

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la à sua vida?

Reflexão meditativa
Uma missão de fé

"Eles saíram e pregaram ao povo que se arrependesse." (NVI-PT) (Mc. 6:12)

Com certeza é interessante notar que Jesus enviou esses doze apóstolos para pregar o evangelho do arrependimento e realizar milagres numa etapa em que eles ainda eram lentos para entender, e até mesmo estavam endurecidos (Mc. 6:52). O fato de Judas ter estado entre eles, e de ele ter recebido poder para expulsar demônios, é ainda mais desconcertante.

Assim como o incidente anterior com o homem endemoninhado em Marcos 5, esta passagem nos ajuda a compreender que o que realmente importa para que se possa testemunhar de Cristo não é a profundidade da nossa compreensão da Bíblia, mas o fato de termos uma experiência de conversão genuína. As palavras de Jesus em Mateus 7:21-23 também explicam como uma pessoa como Judas foi capaz de fazer milagres em Seu nome.

Estas instruções de Jesus para os Doze Apóstolos continuam a ser relevantes para todos aqueles que são enviados pelo Senhor (daí o título apóstolos a fim de difundir os Evangelio, uma vez que se trata de uma missão de fé. Quando o Senhor da colheita nos envia, Ele se faz responsável de todas as nossas necessidades. O nosso dever é permanecer totalmente e focados na missão que nos foi dada e confiar que o Senhor suprirá todas as nossas necessidades, incluindo as nossas necessidades financeiras.

Isso não é o que observo entre alguns servos ou futuros servos do Senhor hoje. Em vez disso, vejo disputas constantes sobre o dinheiro entre os pastores e suas igrejas, e uma ansiedade com relação à arrecadação de fundos entre futuros missionários ou estudantes de seminário. Ou somos chamados e enviados pelo Senhor, ou não somos. Se o Senhor nos chamou, devemos seguir as instruções que Ele deu quando disse:Não levem nada pelo caminho, a não ser um bordão. Não levem pão, nem saco de viagem, nem dinheiro em seus cintos;” (Marcos 6:8).

A realidade é que nem Deus não tem mudado, e nem a Sua fidelidade.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 6:14–29

"Raramente na história teria havido uma série de complicações conjugais tão complexas como as da família de Herodes. Ao (seduzir e) casar-se com Herodias, esposa de seu irmão, Herodes violou a lei judaica (Lv. 18:16; 20:21), além de ter violado as leis da decência e da moralidade” (Barclay, 150). Herodes era basicamente um governador; no entanto, sar havia dado a seu pai (Herodes, o Grande, o mesmo que matou os filhos de Belém em Mateus 2) o título de rei.

(1) Este trecho começa com três opiniões diferentes sobre a identidade de Jesus. O que você pode deduzir sobre o raciocínio e as causas subjacentes de cada uma das seguintes especulações?

- Jesus é Elias (vide Mal. 4:5)

- Jesus é como um dos profetas da antiguidade (na época do Novo Testamento, já havia passado mais de 400 anos sem aparecer nenhum profeta aos judeus)

- Jesus é João Batista (a especulação de Herodes)

(2) A missão de João era preparar o caminho para o Messias (Is. 40:3 e ss.); no entanto, parecia que essa missão havia sido interrompida devido à sua decisão de confrontar uma rainha gentia, a ímpia Herodias. Essa confrontação valeu a pena? O que você acha?

(3) Marcos nos pinta um quadro bastante detalhado da luta interna de Herodes. O que você acha sobre a sua pessoa, suas qualidades louváveis e suas fraquezas? Qual foi a avaliação de Jesus (vide Lucas 13:32 e 23:8-12)? Que lição podemos aprender da vida de Herodes? (César finalmente enviou este Herodes ao exílio na Gália.)

(4) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la à sua vida?

Reflexão meditativa
O fim súbito do ministério de João

Podemos dizer que o ministério de João Batista começou com um estrondo. Ele apareceu da maneira mais incomum — vestido com pelo de camelo e comendo gafanhotos e mel silvestre — e atraía grandes multidões, apesar de ele ter se instalado longe da agitação dos mercados. Sua pregação era tão poderosa que "toda a província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele" (Mc. 1:5), e recebiam seu batismo de arrependimento. Entre eles havia muitos sacerdotes e fariseus. (Mateus 3:7)

As pessoas comuns não foram os únicos que sentiram o impacto de seu ministério: foi sentido até mesmo no palácio de Herodes. Mas foi aí que surgiram os problemas. Por ter denunciado a relação adúltera deste rei (ou melhor, governador), João foi preso. Mas sua fama e ministério inspiraravam tanto respeito que o rei Herodes não se atreveu a lhe fazer nada além de prendê-lo. Mas numa virada muito repentina e dramática, João basicamente morreu nas mãos de uma moça, a filha do rei Herodes, por causa do que parecia ser um interlúdio inocente no meio de uma festa desenfreada no palácio. De repente, este profeta importantíssimo, o campeão do Messias, foi eliminado, sem mais.

É impossível não perguntar: "Por quê?" O fim desta história não parece fazer jus ao início!

Mas, na realidade, o fim corresponde perfeitamente ao início, uma vez que a morte de João não foi "O FIM", como aquele que vemos no final de um filme.

Uma razão disso é que o impacto de seu ministério continuou. Foi por meio do ministério de João que alguns de seus discípulos, como Pedro e André, começaram a seguir a Cristo. Além disso, lemos no Livro de Atos que muitos de seus discípulos se espalharam por toda a Ásia Menor e mais além, onde desempenharam um papel importante na divulgação do evangelho.

E não parou por aí —João também receberá sua coroa diante do trono de Cristo no céu. Esse "fim" será ainda maior do que o início.

Além disso, é possível que sua morte tenha sido a resposta à sua oração na qual ele disse: "É necessário que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30). Com a sua morte, a atenção das pessoas naturalmente se voltaria para Aquele sobre o qual João tinha dado testemunho, "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo. 1:29).

Em essência, a morte de João só serve para mostrar que, depois de tudo, ele só  estava seguindo os passos de Cristo, apesar de sua morte ter acontecido antes da dEle.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 6:30–36

(1) Imagine que você fosse um dos Doze. Descreva o que você teria experimentado e o relatório que você teria apresentado a Jesus. O que essa experiência teria significado para você?

(2) Que resposta você teria esperado receber de Jesus? Qual foi Sua resposta? Ela o surpreende? Por que ou por que não? Jesus estende este mesmo convite a você hoje?

(3) Você teria se sentido irritado ao ver essa multidão que não o deixava descansar? Qual foi a reação de Jesus a essa multidão? O que a expressão "como ovelhas sem pastor" quer dizer? (vide Ezequiel 34:4, que descreve os deveres de um pastor). Como Jesus os pastoreou naquele dia (v. 34)?

(4) Pense sobre as ações dos discípulos. O que havia de errado com seu plano de ação com relação ao seguinte?

(a) seu desejo de mandar a multidão embora

(b) sua sugestão de que comprassem sua própria comida a uma hora tão tardia; dizer que não necessariamente tinham dinheiro

(c) dizer a Jesus o que Ele devia fazer

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la à sua vida?

Reflexão meditativa
Hora de descansar?

O relato de como os Doze Apóstolos relataram com entusiasmo seu primeiro ministério a Jesus após uma viagem tão cansativa, e logo como Jesus graciosamente os convidou para ir a um lugar tranquilo para descansar, só para serem interrompidos por uma multidão insensível, me lembra uma história contada por Henri Nouwen (Guide to Prayer):

"Muitas vezes o que nos pressiona não é tanto o tempo, mas a sensação de que o tempo nos pressiona. Há alguns anos, eu me senti tão pressionado pelas exigências de ser professor em Yale que pedi uma licença sabática para praticar a oração num mosteiro trapista em Geneseo, Nova Iorque. Lá, eu não teria que ensinar, dar palestras ou aconselhar havia somente solidão e oração.

“No segundo dia, chegou um grupo de alunos do Colégio Geneseo. Eles entraram e fizeram a seguinte pergunta: 'Henri, você poderia nos dar um retiro?'.

"É claro que no mosteiro essa decisão não cabia a mim. No entanto, eu disse ao abade: 'Saí da universidade e vim até aqui para fugir desse tipo de coisa. Esses alunos estão me pedindo cinco meditações, o que representa uma enorme quantidade de trabalho e preparação. Eu não quero fazer'.

“O abade disse: 'Você vai fazer'.

“ 'O que você quer dizer? Por que eu deveria gastar meu sabático preparando tudo isso?'

"'Preparando? — ele respondeu você é cristão há quarenta anos e padre há vinte, e alguns poucos alunos de ensino médio querem fazer um retiro. O que você precisa preparar? O que esses adolescentes querem é fazer parte de sua vida em Deus por alguns dias. Se você orar meia hora pela manhã, cantar em nosso coro por uma hora e fizer sua leitura espiritual, você terá tanto a dizer que poderia dar dez retiros'."

Você pode ver que a questão não é estar preparado, mas viver num constante estado de preparação; assim, quando alguém que está se afogando no mundo entrar no seu, você está pronto para estender a mão e ajudar. Isso pode acontecer às quatro horas, às seis horas ou às nove. Às vezes isso será chamado de pregação, às vezes de ensino e às vezes de aconselhamento ou administração. O que é importante é permitir que eles façam parte de sua vida em Deus—isso é o que significa ministrar.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 6:37–44

(1) Que problema(s) os discípulos podem ter enfrentado para alimentar a multidão?

(a) Eles não tinham dinheiro suficiente.

(b) Eles não queriam gastar tanto dinheiro.

(c) Era uma tarefa onerosa demais para eles.

(d) Eles não consideravam isso como parte de seu ministério.

(e) Eles não se importavam com essas pessoas.

(2) Qual foi a mensagem de Jesus para os discípulos quando disse: “Dêem-lhes vocês algo para comer."? Qual deveria ser sua resposta? E você? Qual teria sido a sua resposta?

(3) Que opções Jesus teve para alimentar os 5.000 (homens)? Qual delas Ele escolheu? Compare o método que Ele escolheu com o método que foi usado em circunstâncias semelhantes em II Reis 4:42-44, salientando as semelhanças e diferenças entre os dois eventos. Qual dos dois cativa sua imaginação?

(4) O que essa experiência significou, tanto para a multidão faminta quanto para os discípulos?

(5) Qual foi o ensinamento mais importante para você hoje, e como você pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
Cuidando da pessoa
inteira

"Dêem-lhes vocês algo para comer." (NVI-PT) (Marcos 6:37)

Acho que não foi por acaso que Marcos decidiu incluir a alimentação dos 5.000 no final de um ministério cansativo, tanto para Jesus quanto para os Doze Apóstolos. Mas o contraste entre Jesus e os Doze não poderia ser mais claro enquanto Jesus "teve compaixão deles" (Marcos 6:34), os apóstolos pediram a Jesus: "manda embora o povo" (Marcos 6:36).

Jesus não só estava preocupado porque essas pessoas eram como "ovelhas sem pastor"; ele também estava preocupado com o fato de os Doze tratarem as pessoas como se fossem um "projeto". O povo já havia recebido instrução e cura; o ministério já havia acabado e era hora de mandá-los para casa.

Infelizmente, isso é exatamente como tratamos aqueles que procuramos evangelizar e servir. Assim que elas ouvirem a mensagem, ou depois de ter acabado a reunião, já terminou o nosso trabalho e vamos para casa!

Mas Jesus exige que tratemos as pessoas como pessoas e não como projetos. A alimentação dos 5.000 nos impacta com uma mensagem muito importante: não basta pastorear suas almas; devemos cuidar da pessoa inteira. E embora a Grande Comissão inclui a salvação de almas, a Bíblia nunca nos ensina a abordar as pessoas com uma mentalidade dualista que separa a alma do corpo. Uma pessoa é composta de um corpo e uma alma. Quando realmente amamos as almas das pessoas, amamos sua pessoa inteira.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 6:45–56

(1) Lembre-se de que o ensino e a alimentação da multidão aconteceram num contexto onde os discípulos e Jesus já estavam exaustos (v. 32). Com a chegada do fim do dia, seu cansaço só teria aumentado. O que Jesus decidiu fazer e por quê?

(2) A quarta vigília corresponde aproximadamente à parte da noite entre as 3 e 6 da manhã, uma hora em que eles precisavam desesperadamente de descanso. Essa tempestade aconteceu por acaso? Onde estava Jesus durante a tempestade? O que isso lhe ensina sobre as tempestades em sua própria vida?

(3) Jesus poderia ter acalmado a tempestade desde a praia. Ele também poderia ter entrado no barco secretamente antes de acalmar a tempestade. Por que Ele escolheu andar sobre o lago em direção a eles? Ele alcançou Seu objetivo ao fazer isso?

(4) O comentário de Marcos no versículo 52 liga o assombro dos Doze com o milagre dos pães. Que impacto o milagre dos pães teve sobre eles? Se tivesse tido o impacto desejado, como a experiência dos discípulos no lago teria sido diferente?

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la à sua vida?

Reflexão meditativa
O longo caminho
da conversão

E eles ficaram atônitos, pois não tinham entendido o milagre dos pães. O coração deles estava endurecido.” (NVI-PT) (Marcos 6:51b-52)

A autenticidade do milagre da alimentação dos cinco mil tem sido constantemente rejeitada pelos cristãos liberais, os quais preferem especular que foi a generosidade daqueles que tomaram a iniciativa de oferecer a sua comida que levou os outros a contribuirem com o que tinham. Supostamente, o resultado disso foi que havia comida suficiente para saciar a fome de todos os cinco mil.

Claro, essa rejeição nada mais é do que uma evidência de que "o coração deles estava endurecido", uma vez que tais pessoas se recusam a acreditar em milagres e no fato de Jesus ser não só um homem, mas o Filho de Deus.

Mas Marcos diz o mesmo sobre os discípulos, que foram testemunhas oculares desse milagre. É óbvio que esses discípulos não podiam negar que Jesus tinha feito esse milagre; nem podiam recusar-se a acreditar em milagres, uma vez que eles mesmos tinham recebido poder para fazer milagres (Marcos 6:12-13). Portanto, o que Marcos quis dizer quando disse que seus corações estavam endurecidos por não terem entendido sobre os pães?

Estes mesmos discípulos que tinham experimentado pessoalmente o poder que lhes fora dado para realizar milagres (provavelmente em nome de Jesus), que ficaram apavorados ao ver Jesus acalmar o mar (Mc. 4:41), os mesmos discípulos que tinham tocado nos cinco pães e dois peixes com as próprias mãos e que os tinham visto se multiplicar o suficiente para alimentar 5.000 pessoas—para estes discípulos teria sido impossível não crer que Jesus não era um homem comum. No mínimo, eles O teriam considerado um profeta, como a maioria dos judeus da época (Marcos 6:15). No entanto, Jesus queria ser reconhecido como mais do que um profeta; queria ser reconhecido como o Filho de Deus. Podemos supor que isso ainda não tinha acontecido. A este respeito, os discípulos continuavam com os seus corações endurecidos, como os liberais de nossos dias.

No entanto, o Senhor foi paciente com eles apesar de sua incredulidade e lhes permitiu continuar andando com Ele, vendo, ouvindo e experimentando mais de Seu ensino, Suas ações milagrosas e Sua vida. Finalmente, seus corações foram abertos, e pela boca de Pedro reconheceram diante de Jesus que "Tu és o Cristo". (Marcos 8:29)

Isso me lembra a conversão de Sally Read , uma poetisa inglesa contemporânea que ganhou o Prêmio Eric Gregory da Sociedade de Autores em 2001. Ela também era uma ateia cujo coração endurecido a tinha levado a afirmar que o Cristianismo era sintoma de intolerância ou debilidade mental. Mas sua dureza começou a suavizar através de sua experiência de escrever uma coleção de monólogos desde o ponto de vista de pacientes psiquiátricos. Em suas próprias palavras, “Por meio da luta e da dor que são uma parte normal da criação literária, de repente percebi que meu ato de criar as vozes dessas pessoas machucadas estava ligado a uma criação mais abrangente. Eu entendi que era possível a existência de um autor supremo. Parecia que uma camada do céu havia desprendido. Eu estava cheio de uma felicidade latente que não ousava questionar."

Relutante, ela começou a frequentar a igreja; em uma dessas visitas, ao olhar para a cruz, ela sentiu a presença indiscutível de Cristo. Ela abandonou seu ateísmo e creu em Cristo. Se não me engano, ela tinha 40 anos quando isso aconteceu.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 7:1–13

Nesta passagem, a palavra anciãos não se refere aos líderes da sinagoga; antes, refere-se aos antigos, os grandes estudiosos da lei de otrora. Suas regras e tradições originalmente foram transmitidas oralmente, até que, finalmente, elas foram escritas no século III d.C. numa coleção conhecida como a Mishná . Considerava-se que essas regras resumiam a essência do que é o serviço a Deus. Assim, uma religião ética foi enterrada sob muitos tabus e regras.

(1) Qual pode ter sido o objetivo desses fariseus e escribas, os quais tinham vindo de Jerusalém para ver Jesus na Galiléia? Com base nessa história, em qual das opções abaixo eles se concentravam?

a. o ensino de Jesus

b. Seu poder milagroso

c. a maneira como Ele conduzia Sua vida

d. algo mais ...

(2) Você acha que o coração deles estava no lugar certo? Por que ou por que não? Qual foi o veredicto de Jesus (vv. 6-7)?

(3) Qual pode ter sido a motivação daquele que dizia que algo era "Corbã" em vez de cuidar de seus pais? Tente justificá-lo como um judeu da época teria feito.

(4) Você consegue pensar em três "tradições" ou "regras" comparáveis à tradição do "Corbã" nas igrejas que crêem na Bíblia de hoje? Como essas igrejas justificam suas tradições?

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la à sua vida?

Reflexão meditativa
Quando as tradições são mais importantes do que as palavras de Deus

"Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira de pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecerem às suas tradições!" (NVI-PT) (Marcos 7:9)

Acho que a maioria dos cristãos já ouviu exemplos de como os judeus dos dias de Jesus tinham transformado a Lei de Moisés numa coleção de minuciosas regras externas cuja observância supostamente lhes faria justos. Lenski nos informa que essa coleção era sua halacha, uma cerca que haviam erguido em torno da lei, um total de "613, aos quais foram acrescentados sete deveres adicionais" (Lenski, Mark, 283).

Essas são tradições orais que só começaram a ser escritas no século III d.C. numa coleção conhecida como a Mishná .

Algumas dessas tradições beiravam o absurdo; Jesus menciona algumas delas em Marcos 7.

A primeira tradição que Ele menciona é o ritual de lavar as mãos antes de comer. É verdade que o espírito da lei levítica servia para lembrá-los da necessidade de serem santos diante de Deus; no entanto, eles o tinham transformado em algo bastante estranho. Marcos descreve sua tradição de lavar as mãos com o punho (a palavra grega usada no original em 7:3). Barclays nos diz que essa tradição era tão "minuciosa" que estipulava que as mãos deviam ser "extendidas com as pontas dos dedos para cima ... e limpas com o punho da outra mão". Lightfoot acrescenta que se a água “tivesse molhado acima da articulação do braço”, a própria água se contaminaria e não poderia ser usada para uma segunda limpeza (para lavar a outra mão).

Marcos também menciona a tradição que os obrigava a lavar o corpo inteiro após uma visita ao mercado, por causa da possibilidade de eles terem tocado em gentios ou em coisas que tinham sido tocadas por gentios.

As regras que governavam a limpeza dos utensílios eram igualmente absurdas, uma vez que faziam distinções minuciosas sobre quais regras deviam ser usadas com recipientes ocos e quais deviam ser usadas com recipientes planos, quais com utensílios de metal e quais com utensílios de madeira, e quais com mesas de três pernas versus tábuas planas.

Agora conseguimos entender por que Jesus esteve tão indignado ao acusá-los com esta citação de Isaías: “Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens”. (Marcos 7:7)

No entanto, se fôssemos honestos, teríamos de admitir que nós também somos herdeiros da mesma mentalidade legalista, a qual procuramos aplicar à adoração e ao serviço na casa de Deus. Muitos ainda consideram os vitrais e bancos de igreja como coisas tão sagradas quanto as palavras de Deus. Eu gosto de vitrais; também gosto de bancos de igreja e até mesmo de genuflexórios em frente dos bancos. No entanto, quando se trata de adorar a Deus em verdade e em espírito, tenho que admitir que tais coisas são nada mais que nossas próprias "tradições" e não o "mandamento de Deus" (Marcos 7:9).

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Marcos 7:14–23

(1) Jesus declara que "Não há nada fora do homem que, nele entrando, possa torná-lo ‘impuro’" (7:15) e que "todos os alimentos são puros" (7:19). Isso está em conflito direto com a lei do livro de Levítico que divide todos os alimentos em dois grupos: os que são limpos e os que não são limpos (vide Levítico 11). No entanto, Jesus também declara que Ele não veio para abolir a lei, mas para cumpri-la (Mt. 5:17). Como é possível reconciliar essas duas declarações de Jesus à luz de 2 Coríntios 3:6?

(2) É óbvio que Jesus, ao declarar que todos os alimentos são puros, não aboliu o "espírito" da Lei de Levítico com relação aos alimentos, mas o guardou. Qual é o “espírito” da Lei de Levítico com relação à comida, e como Jesus o cumpriu?

(3) Jesus não fala com rodeios quando repreende os discípulos por serem "sem entendimento". Você teria feito a mesma pergunta se fosse um dos discípulos? Por que ou por que não? Portanto, o que podemos fazer para evitar sermos “sem entendimento” quando se trata de entender a Palavra de Deus?

(4) Nesse sentido, a chave para entender a explicação de Jesus está ligada ao significado da palavra "purificação". Com base em Sua explicação, formule uma definição do que significa "ser impuro".

(5) Jesus deu uma longa lista de coisas que vêm do coração do homem. Em sua opinião, por que Jesus decidiu mencioná-las uma por uma numa lista? Escreva todos os itens desta lista em seu diário (ou caderno), examinando-se à luz de cada um deles. Para cada um, pense em como você poderia ficar contaminado por ele.

(6) Reserve um tempo para confessar os pecados em sua vida que foram expostas por essa lista.

(7) Qual é a mensagem central para você hoje, e como você pode aplicá-la à sua vida?

Reflexão meditativa
Examine-me oh Deus

"Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro'." (NVI-PT) (Marcos 7:23)

Vimos que muitas das regras que os judeus acrescentaram à Lei de Moisés a fim de fortalecer o seu senso de piedade (as quais foram resumidas na Mishná ) não passavam de simples regras e regulamentos externos. Eles haviam ignorado completamente o que havia nos seus corações. É por isso que Jesus cita uma lista de “males” em Marcos 7:21-22, chamando a atenção para o fato de que nada que entra no homem do exterior pode contaminá-lo, mas somente o que sai do homem. Apesar de nós lermos esta lista como crentes nascidos de novo, ela ainda é uma ferramenta útil para examinar o nosso "interior" para ver se há algo ofensivo em nós. Usemos a letra do seguinte hino (o qual é baseado na oração de Davi no Salmo 139:23-24) para sondar os nossos corações:

(Edição em espanhol)

1
Mi corazón, oh examina hoy;
mis pensamientos prueba, oh Señor.
Ve si en mí perversidades hay;
por sendas rectas lléveme tu amor.

2
Dame, Señor, más de tu plenitud,
pues que tú eres fuente de salud.
Sobre la cruz, en medio del dolor,
brotar la hiciste por tu gran amor.

3
En tu redil por siempre estaré,
pues a tu lado, mal no temeré.
Guarda mi fe para poder vencer
hasta que al fin tu faz yo pueda ver.

(Mi corazón, Oh Examina Hoy por James E. Orr)
https://hymnary.org/text/search_me_o_god_and_know_my_heart_orr