Nesta semana, continuaremos o nosso estudo do Evangelho de Lucas.
Você talvez queira consultar Mateus 11:20-24 para ter uma noção do tipo de cidade que era Cafarnaum. (vide também a Nota abaixo)
(1) Lucas 4:32 diz que as pessoas ficaram maravilhadas com o ensino de Jesus porque Sua mensagem tinha autoridade:
a.O que significa isso?
b. Essa "autoridade" significava que Ele pregava com confiança, com firmeza ou com palavras severas? Por que ou por que não?
(2) Onde estava Jesus quando Ele encontrou o homem possesso de um espírito imundo? O que isso nos ensina sobre a condição espiritual da época?
(3) Uma vez que este trecho ainda é parte da etapa inicial do ministério de Jesus, por que Jesus silenciou o espírito maligno que parecia estar testificando em Seu nome, chamando-O de “o Santo de Deus”? (Os ouvintes, com base em Isaías 49:7, teriam entendido essa frase como uma referência ao Redentor.)
(4) Leia o relato muito parecido em Atos 16:16-18, onde Paulo também recusou qualquer associação com um demônio e não aceitou seu testemunho. O que você pode aprender destas duas histórias? (vide 2 Coríntios 6:14-18)
(5) Marcos 1:27 explica que aqueles que ouviram sua pregação e testemunharam a expulsão do demônio comentaram que era "um novo ensino".
a. Em que sentido era um "novo" ensino?
b. Por que eles o chamaram de um novo "ensino"?
c. Continua sendo "novo" para a geração atual?
(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Cafarnaum, junto com Betsaida e Corazim, formava uma espécie de "tríplice cidade" a oeste e a noroeste do Mar da Galiléia. Foi nessa região que Jesus realizou a maioria de Seus milagres.
“Jesus o repreendeu, e disse: 'Cale-se e saia dele!' " (NVI-PT). (Lucas 4:35)
Este
incidente em Lucas 4:31-37, no qual Jesus silencia o "testemunho" do
espírito imundo (também registrado em Marcos 1:21-28), me lembra de um
incidente semelhante que aparece em Atos 16:16-18. Deixe-me simplesmente
reproduzir abaixo um artigo que escrevi anteriormente:
Já me deparei com situações em que monges ou freiras budistas tentaram se aproximar das igrejas cristãs, uma vez que acreditavam que, essencialmente, somos iguais, e de alguma forma todas as religiões levam ao mesmo Deus. Também já observei alguns líderes cristãos que pareciam recebê-los de braços abertos.
O comportamento de Paulo para com a jovem escrava em Atos 16 deveria nos alertar contra esse tipo de entusiasmo incorreto.
Quando pensamos sobre o que aconteceu, à primeira vista pode parecer que a escrava em realidade estava fazendo um grande favor a Paulo e Silas (como aquele que o espírito maligno de Mateus e Marcos parecia estar fazendo a Jesus). Ambos eram estrangeiros, e estavam introduzindo uma nova fé nesta cidade pagã (e Jesus estava apenas começando o Seu ministério público). A escrava não só era conhecida na região, ela era muito procurada. Portanto, à primeira vista, parece que não teria prejudicado a causa de Paulo o fato de a escrava (ou melhor, o demônio ou espírito maligno que estava dentro dela) dar testemunho de quem eram Paulo e Silas. Ela estava dizendo ao povo: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo". Além disso, ela parecia dar credibilidade à sua mensagem: (estes) “anunciam o caminho da salvação” (16:17).
Para aqueles ouvintes que veneravam a escrava e seu espírito, não seria difícil dar as boas-vindas a Paulo e Silas e receber sua mensagem por causa do testemunho da escrava. Mas Paulo não queria ter nada a ver com isso. Em nome de Jesus, ele expulsou o espírito maligno da escrava. Talvez alguém se pergunte por que Paulo escolheu fazer isso. Na verdade, a razão não é difícil de entender.
Em 2 Coríntios 6:15, Paulo pregou fortemente contra os jugos desiguais entre os crentes e o mundo; ao fazer isso, ele disse, "Que harmonia entre Cristo e Belial (isto é, o diabo)?".
Ao dar testemunho de quem eram Paulo e Silas e de sua mensagem, o espírito maligno esperava que as pessoas não só cressem na mensagem do evangelho, mas também permanecessem fiéis ao próprio espírito. Em outras palavras, o espírito maligno estava tentando se colocar no mesmo nível de Deus, esperando que as pessoas não considerassem Cristo como o único caminho para a salvação.
Mas Deus não quer ter nada a ver com isso. Não há espaço suficiente para uma coexistência entre Deus e os demônios ou ídolos. Mediante a expulsão do espírito maligno da escrava em nome de Jesus, Paulo mostrou às pessoas que existe um só Deus verdadeiro, e também que existe um só caminho verdadeiro que leva à salvação, a saber, através de Jesus Cristo.
Eu entendo que até os monges budistas precisam escutar o evangelho; no entanto, devemos tomar cuidado para que não sejamos manipulados de tal forma que transmitimos a mensagem errada às pessoas, levando-as a pensar que Cristo e Belial podem coexistir em harmonia.
(1) Ao comparar este milagre da cura da sogra de Pedro com o da expulsão do demônio, narrado nos vv. 33-35, qual você diria que é mais espetacular? Qual milagre é mais grandioso? Por quê?
(2) De todos os discípulos, sabemos que pelo menos Pedro era casado; quando Jesus o chamou pela primeira vez em Marcos 1:18, ele deixou suas redes e O seguiu "no mesmo instante". O que foi que Pedro realmente tinha deixado para trás? O que a sua família teria pensado sobre a sua decisão?
(3) Parece que a febre da sogra de Pedro já era muito grave. O que esse "pequeno" milagre teria significado para sua família? O que ela fez depois de ser curada?
(4)
O autor do evangelho pinta um quadro muito humano de uma pequena cidade de classe operária, onde os habitantes precisavam trabalhar durante o dia; por isso,
todos eles se reuniram em volta de Jesus naquela noite na casa de Pedro,
provavelmente levando suas lanternas ou lâmpadas. Leia Isaías 9:1-2 e deixe que os eventos daquela noite preencham a sua imaginação.
(4) O versículo 42 nos dá um vislumbre da "vida devocional" de Jesus. Como Lucas nos apresenta em poucas palavras o exemplo de Jesus de como deveria ser uma vida de oração?
(5) Enquanto todos tentavam impedi-Lo de partir, Jesus decidiu ir para outro lugar. Por quê? O que podemos aprender sobre as prioridades do ministério de Jesus?
(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Ao romper do dia, Jesus foi para um lugar solitário" (NVI-PT). (Lucas 4:42)
Eu fico muito perturbado com certos livros devocionais que apoiam a noção de que uns poucos minutos por dia são o suficiente para manter uma vida devocional. Tamanha superficialidade é alarmante. Alguns até chegam a usar a famosa expressão do Irmão Lourenço, a saber “a prática da presença de Deus”, para dar a ideia de que é suficiente “sentir” a presença de Deus em tudo o que fazemos, sem reservar muito tempo a sós para nos dedicar à oração e refletir sobre a Bíblia.
É evidente que tais pessoas ignoram o fato de que o irmão Lourenço baseava sua prática da presença de Deus em seu próprio tempo diário de prolongada comunhão com Deus.
Pior ainda, tais ensinamentos simplesmente "usam" Deus para nos dar uma sensação de paz e nos ajudar a enfrentar o dia. Mas o nosso relacionamento com Deus não é baseado na utilidade, mas no amor — no cultivo da intimidade entre duas pessoas que estão apaixonadas.
É por isso que podemos observar na vida do nosso Senhor Jesus Cristo que mesmo em meio às demandas do ministério, Ele intencionalmente reservava um tempo considerável para estar sozinho com Deus Pai. É por isso que lemos em Lucas 4:42 que “Ao romper do dia, Jesus foi para um lugar solitário”. Este mesmo incidente é narrado com mais detalhes em Marcos 1:35, "De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando".
Efetivamente, Jesus nos deixou o melhor exemplo de como passar tempo com Deus:
- Quando: A fim de poder nos levantar cedo, precisamos nos preparar na noite anterior; caso contrário, não poderemos acordar para nos encontrar com Deus.
- Onde: Se alguma vez houve uma pessoa que realmente podia praticar a presença de Deus em qualquer lugar, essa pessoa foi o Filho de Deus; mas apesar disso, Ele considera absolutamente necessário se afastar da multidão e do Seu entorno habitual a fim de se encontrar com Seu Pai sem distrações.
- O que: E ele fala com o Seu Pai enquanto Ele está sozinho.
- Com que frequência: Os Quatro Evangelhos com certeza nos dão a impressão de que isso foi um hábito que Jesus cultivou ao longo de Sua vida na terra; muitas vezes, Ele até passava a noite inteira em oração.
Se o Filho de Deus "precisava" reservar tanto tempo com tanta frequência para se encontrar com o Seu Deus Pai, quanto mais nós precisamos fazê-lo a fim de podermos crescer no nosso conhecimento dEle e de Sua vontade para nós? Quanto mais nós precisamos receber forças para cumprir a Sua vontade, para reconhecer os nossos pecados e arrepender-nos, e para crescer no nosso amor por Ele e pelos homens?
(1) Esta não foi a primeira vez que Jesus chamou Pedro. Vide João 1:35-42 para ter uma ideia do que aconteceu antes de Jesus chamá-lo nesta ocasião.
(2) Foi um acidente o fato de Jesus ter escolhido usar o barco de Pedro para pregar à multidão que estava se aglomerando sobre Ele?
(3) Qual era a profissão de Pedro, inclusive depois de ele ser chamado por Jesus a primeira vez? O que pode ter acontecido a Pedro e André após o seu primeiro encontro com Jesus (narrado em João 1)?
(4) Pedro já tinha visto Jesus realizar muitos milagres e, é claro, também tinha ouvido a Sua pregação. Por que ele aparentemente contestou a sugestão de Jesus quando disse, “Vá para onde as águas são mais fundas... Lancem as redes para a pesca.” ?
(5) Qual foi o resultado de sua obediência relutante?
(6) Que lições podemos aprender desta experiência de Pedro?
(7) Quais são as possíveis reações que Pedro poderia ter tido ao ver a grande pesca?
(8) Por que sua reação foi pedir a Jesus que se afastasse dele em vez de querer segui-Lo como ele tinha feito em outra ocasião?
(9) O que Jesus fez em vez de deixar Pedro sozinho como ele havia pedido?
(10) Quanto Pedro entendia sobre o significado da expressão "pescar homens"?
(11) A frase “pescador de homens” é uma analogia apropriada para a vocação que Jesus lhes deu? Em que sentido?
(12) O que esses quatro deixaram para trás para poderem seguir a Cristo? Qual aspecto poderia ter sido o mais difícil de deixar para trás?
(13) Qual tem sido o aspecto mais difícil para você?
(14) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!” (NVI-PT) (Lucas 5:8b)
É muito significativo ler sobre a decisão final de Pedro de realmente se comprometer com Cristo e de deixar todas as coisas para trás para poder segui-Lo. De acordo com o que lemos no primeiro capítulo de João, esta não foi a primeira vez que Pedro “seguiu” Jesus. É óbvio que Pedro tinha testemunhado muitos dos milagres de Jesus e ouvido muitos de Seus sermões poderosos. Portanto, independentemente de quais tenham sido as razões que o levaram de volta à sua antiga profissão, o sermão que ouviu no seu barco e a manifestação do poder de Jesus na pesca fizeram Pedro se ajoelhar diante dEle. Pedro conseguiu enxergar não só a futilidade de tentar viver a vida para si mesmo, mas também o seu pecado de ter recuado de sua determinação original de achar e seguir o Messias.
Na verdade, quando se
trata da decisão de crer em Jesus e segui-Lo, a necessidade de estarmos tão
cientes dos nossos pecados que sentimos contrição por eles é
vital para que o arrependimento seja genuíno. Inclusive em nossa vida
constante em Cristo, é vital mantermos um sentimento contínuo de indignidade e
pecaminosidade a fim de vivermos uma vida de humildade genuína.
Deixe-me compartilhar o seguinte poema de Christina Rossetti
(1830-1894), no qual a autora se inspira na experiência que o apóstolo João teve
ao encontrar Aquele que é “o Primeiro e o Último”:
(Edição em espanhol)
Temblando ante Ti nos postramos para adorarte;
Avergonzados y temblorosos alzamos nuestros ojos hacia Ti:
¡Oh primero y con el último! anula nuestro pasado arruinado,
Edifícanos nuevamente para Tu gloria, libéranos
Del pecado y del dolor para postrarnos y adorarte.
Considéranos con piedad, extiende hacia nosotros Tu cetro,
Permite que vivamos de tal modo que podamos entregarnos a Ti:
¡Oh fiel y Verdadero Señor! Defiéndenos y
Haznos hermosos, haznos nuevos, libéranos —
Nuestro corazón, alma y espíritu — para traerlo todo y adorarte.
( Epifanytide )
(1) O que significava o fato de o leproso ter caído de cara no chão?
(2) O que ele pediu?
(3) Como sua lepra o teria afetado fisicamente (saúde, bens, trabalho, etc.), emocionalmente (relacionamentos - família, amigos, seu sentido de dignidade, comunhão, etc.) e espiritualmente (sua atitude para com Deus)?
(4) O leproso tinha fé quando disse: "Se quiseres"? O que a fé em Deus devia incluir?
(5) Como Jesus o curou? Ele poderia tê-lo curado de outra maneira? Por que Ele escolheu esse método específico?
(6) Embora Jesus lhe tenha dado instruções para não contar a ninguém o que tinha acontecido, o simples fato de ele apresentar o seu corpo curado a outros não teria sido uma forma de contar-lhes o que Jesus havia feito?
a.Por que Jesus pediu que ele não desse um testemunho verbal nesse momento?
b. Qual pode ter sido a importância da instrução de Jesus ao leproso curado para observar a prática da lei "para que sirva de testemunho"?
(7) Compare 4:37 com 5:15. Qual é a ideia que Lucas procura enfatizar?
(8) O que o versículo 16 significa para você? Como você pode imitar Jesus?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Jesus estendeu a mão e tocou nele, dizendo, 'Quero. Seja purificado!' " (NVI-PT) (Lucas 5:13)
Lucas nos diz simplesmente que havia um leproso, sem dar mais informações sobre sua identidade. No entanto, o fato de este homem ter se ajoelhado diante de Jesus, uma pessoa de quem ele só tinha ouvido falar, mostra claramente o seu desespero e a difícil situação em que se encontrava - sua solidão, sua falta de esperança e sua dor, tanto física quanto emocional.
Lucas também registra sua súplica muito simples: "Se quiseres". Estas palavras são um retrato muito fiel da luta interna que os crentes enfrentam. Não duvidamos sobre o grande poder de Deus para curar; no entanto, muitas vezes temos dificuldade em acreditar que Ele se importa o suficiente conosco para nos curar.
Eu acho que o que mais decepciona a Deus não é a nossa falta de fé em Seu poder, mas a nossa falta de confiança em Seu amor e no fato de que Ele realmente se importa conosco! É por isso que Ele deseja mostrar a esse leproso que Ele realmente se importa com ele: em vez de simplesmente mandar que a doença desapareça (algo que sem dúvida Ele poderia ter feito), Jesús o toca com a mão desprotegida. Ninguém havia tocado naquele leproso, pelo menos desde que ele contraíra a doença (e quem sabe quanto tempo já havia passado desde então). As pessoas nem mesmo queriam se aproximar do homem. Este toque de Jesus teria sido tão inesperado e tão poderoso que é impossível ele não ter tocado o leproso até o mais profundo de seu ser!
Francamente, mesmo se ele não tivesse sido curado, este homem teria adorado Jesus como Deus, uma vez que só Deus se importaria o suficiente para tocar um leproso como ele. Mas ele de fato foi curado! O Evangelho de Marcos 1:45 nos diz que esse homem não obedeceu à ordem de Jesus de ficar calado. Mas como ele poderia ter ficado calado? Mesmo se tivesse feito isso (para usar uma expressão usada por Jesus em outra ocasião), as mesmas pedras teriam clamado! Este é o tipo de Deus que temos em Jesus Cristo. Ele é um Deus que se importa conosco!
(1) Por que os fariseus e mestres da lei teriam vindo da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém para se sentar diante de Jesus?
(2) De que maneira “eles”, isto é, os amigos e o paralítico, demonstraram a sua fé tão claramente que Jesus a podia enxergar (5:20)? Além de sua fé, que outras qualidades os amigos mostraram?
(3) Por que Jesus, em vez de dizer "seja purificado" como Ele tinha dito ao leproso, disse, "os seus pecados estão perdoados"?
(4) De acordo com 1 João 1:9, sobre qual base os pecados são perdoados?
(5) Compare essas duas ações — a cura do paralítico e o perdão de seus pecados:
a.O que é mais fácil "dizer"?
b. O que é mais fácil "fazer"? (Deus pode perdoar qualquer um?)
(6) Os fariseus estavam pensando isso consigo mesmos: "Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?"
a. Em que sentido eles tinham toda a razão?
b. Em que sentido eles estavam totalmente errados?
(7) O que Lucas procura nos ensinar sobre Jesus por meio deste incidente?
(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: 'Homem, os seus pecados estão perdoados' " (NVI-PT) (Lucas 5:20)
Uma das heresias que se encontra com frequência no Cristianismo é a noção de que Deus, por ser tão amoroso, realmente não condenará ninguém ao inferno, mas que, de alguma forma, todos serão salvos.
Mas com certeza essa não é a mensagem do evangelho.
É verdade que “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele” (João 3:17). No entanto, esta não é toda a verdade. Imediatamente após isso, João diz que "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus" (João 3:18).
A verdade é esta: existe de fato uma coisa que Deus não pode fazer, a saber, perdoar-nos sem que nós nos arrependamos dos nossos pecados. Isso seria uma contradição de Seu caráter. Era isso o que Jesus estava pensando quando desafiou os escribas com a seguinte pergunta: "Que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou: ‘Levante-se e ande’?" (Lucas 5:23).
Por um lado, o que Jesus queria fazer era dizer-lhes quem Ele realmente é — Ele é Deus, o único que pode perdoar os pecados. Sabemos que os espíritos imundos podem fazer milagres, mas eles nunca poderão perdoar os pecados, uma vez que eles mesmos são pecadores. Só Deus pode fazer isso, e isso é exatamente quem Jesus é.
Mas se o paralítico não tivesse a fé do arrependimento, Deus não poderia ter feito nada. Foi isso o que aconteceu com o jovem rico em Lucas 18, que foi embora triste, sem ter a fé do arrependimento, embora Jesus claramente o amasse. (Marcos 10:21)
(1) Você consegue descrever o tipo de vida que teria um cobrador de impostos?
(2) Reserve um tempo para pensar em alguém que você conhece cuja vida talvez seja bastante parecida com a de Levi (que é Mateus). Quão difícil seria para essa pessoa se tornar um cristão? Por quê?
(3) Por que, então, Mateus teria seguido Jesus logo depois de ser chamado?
(4) O que Mateus fez imediatamente depois de se tornar discípulo de Jesus? Por que ele não cortou todos os laços com aqueles que faziam parte de seu antigo círculo de amigos? (Muitos comentaristas nos dizem que o termo pecadores se refere a prostitutas.)
(5) Faça a seguinte pergunta a si mesmo: Se você fosse um dos fariseus deste relato, você teria se sentido confortável com Mateus e seu círculo de amigos, levando em conta o seu estilo de vida? Você também teria se perguntado por que Jesus estaria disposto a participar desse tipo de banquete?
(6) Quais são os tipos de pessoas em cuja presença você, como cristão, não se sentiria confortável?
(7) Reflita sobre a resposta que Jesus deu nos vv. 31-32. Como Sua resposta deve afetar a sua atitude para com aqueles cujo estilo de vida talvez incomode os cristãos?
(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Então Levi ofereceu um grande banquete a Jesus em sua casa. Havia muita gente comendo com eles: publicanos e outras pessoas.” (NVI-PT) (Lucas 5:29)
Não
é incomum para aqueles cristãos que gostam de falar com todos sobre a
sua fé encontrarem amigos ou conhecidos um tanto mundanos que se sentem
incomodados quando estão com eles. Talvez você até os tenha ouvido
dizer: "Agora que ele (ou ela) está aqui, suponho que não devo usar
palavrões". Talvez você o considere como um elogio, e não sem razão,
contanto que essa sensação incômoda não os afaste de você.
Eu tenho um conhecido que se comporta exatamente como tais pessoas
mundanas: ele trabalha na indústria de serviços, é um jogador e usa
muitos palavrões. Quando ele descobriu que sou pastor, ficou um tanto
incomodado com a minha presença. No entanto, devido ao seu trabalho, ele
não pôde me evitar e teve que interagir comigo. Com o tempo, ele se
sentiu mais à vontade comigo e, de vez em quando, ele até usou algumas
das palavras obscenas que fazem parte de seu vocabulário cotidiano. Mas
um dia ele fez um comentário do nada: “Você realmente é uma pessoa
legal; você fala com as pessoas com uma doçura tão paternal".
Uma vez que somos luz e sal para o Senhor, a nossa própria presença e
vida podem incomodar os outros, mas não acho que o que somos como
cristãos necessariamente nos afastará dos não-cristãos. É certo que não
devemos comprometer a nossa integridade e piedade (por exemplo, não jogo
com este conhecido meu), e que isso naturalmente criará certa ruptura
entre nós. Mas, com o tempo, o nosso amor pode criar uma ponte que une
os dois lados dessa ruptura.
Isso me lembra de uma mulher cristã que tinha um relacionamento terrível
com sua sogra. Como na maioria desses casos, ambas tinham contribuído
para o mau relacionamento. Mas essa mulher cristã orou fervorosamente
por uma oportunidade de reconciliação, embora parecesse que nada do que
ela fazia era suficiente aos olhos da sogra. Mas um dia sua sogra ficou
gravemente doente. Ela cuidou dela por muito tempo de forma sacrificial,
sem reclamar; um dia ela chegou feliz e me contou que sua sogra tinha
se reconciliado com ela. De fato, o amor ergue uma ponte sobre o abismo
das desavenças.
Todos os três evangelhos sinópticos incluem esta parábola logo após o relato sobre Levi e seu banquete; portanto, é lógico supor que ela se trate de um diálogo entre Jesus e os fariseus sobre Sua amizade com os pecadores e o fato de Seus discípulos não jejuarem:
(1) Você cortaria um pedaço de uma roupa nova para costurá-lo numa roupa velha?
(2) No versículo 36, Jesus dá duas razões pelas quais ninguém cortaria um retalho de uma roupa nova. Quais são essas razões?
(3) O que faria uma pessoa (em circunstâncias normais) com uma roupa velha que já está gasta ou que foi danificada, especialmente quando não pode mais ser remendada?
(4) Em outras palavras, qual é o propósito de obter uma nova roupa?
(5) Qual é a razão pela qual ninguém colocará vinho novo em odres velhos?
(6) Qual é a conclusão que Jesus tira no versículo 38?
(7) À luz do que foi dito acima, o que representam a roupa velha e o vinho velho?
(8) O que representam então a roupa nova e o vinho novo?
(9) O que representam os odres velhos e odres novos, respectivamente?
(10)
Com base na oposição dos fariseus e dos mestres da lei ao
banquete de Levi, você consegue entender o lamento de Jesus: “E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O vinho velho é melhor!’ "?
(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“O vinho velho é melhor." (NVI-PT) (Lc. 5:39)
Em cada um dos três evangelhos sinópticos, a parábola da roupa velha e os odres velhos aparece imediatamente após o diálogo de Jesus com os fariseus e os mestres da lei sobre o Seu banquete com os cobradores de impostos e pecadores; portanto, é lógico deduzir que a parábola está ligado a esse evento.
Sabemos que os fariseus e os mestres da lei se ofenderam pelo fato de Jesus e seus discípulos terem comido com aqueles que eles consideravam pecadores: os publicanos e os pecadores. A razão disso era que o comportamento dessas pessoas ia contra a piedade dos judeus ortodoxos. Uma vez que Jesus era considerado, no mínimo, como um rabino, tal comportamento era considerado impróprio para Ele, senão um desrespeito total pela Lei de Moisés.
Portanto, o mínimo que se podia fazer para proteger a piedade era evitar se associar a esses cobradores de impostos e pecadores, especialmente quando se tratava de comer com eles. Portanto, a Lei de Moisés na qual eles baseavam a sua piedade é a roupa velha e o vinho velho desta parábola. Evitar associar-se com judeus impiedosos, sem mencionar os gentios, é o velho odre mediante o qual procuravam expressar sua piedade e fé.
A propósito, naquela época os odres eram feitos de pele de cabra, a qual com o tempo ficava quebradiça ou distendida; como consequência, os odres velhos não podiam ser usados como recipientes para vinho novo, uma vez que o processo de fermentação os arrebentaria, devido à expansão dos gases produzidos durante a reação química.
É óbvio que Jesus é o vinho novo. Ele cumpriu a Lei com o evangelho de Sua morte e ressurreição. Portanto, o caminho que nos leva à piedade e a Deus (ou seja, ao odre) não é a observância da lei, e com certeza não é evitar nos associar com nenhum pecador, quer seja judeu ou gentio, mas a cura que vem ao nos arrependermos e confiarmos no Grande Médico, o qual é o próprio Jesus Cristo.
Para os fariseus e mestres da lei, era totalmente inaceitável abandonar totalmente a sua forma de piedade, uma vez que isso os privaria de todo o seu orgulho e sua confiança na lei. É por isso que Jesus lamenta que ninguém depois de beber o vinho velho (algo que os judeus já tinham feito por milhares de anos) queira o novo, porque ele diz: "O vinho velho é melhor" (Lucas 5:39).
Eu tenho observado que, às vezes, quando a igreja deseja alcançar de forma criativa aqueles com quem a congregação se sente desconfortável, esta mesma mentalidade de "o velho é melhor" ainda está muito presente.