Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 8:22–25

Nesta semana, continuaremos o nosso estudo do Evangelho de Lucas.

(1) De quem foi a sugestão de entrar num barco a fim de atravessar para o outro lado e logo voltar (8:40)?

(2) Em quem e no que Jesus estava pensando quando planejou esta curta viagem?

(3) É óbvio que Jesus já sabia que a tempestade estava chegando. Por que Ele resolveu dormir?

(4) O que esses discípulos deveriam ter feito com os seguintes recursos que já tinham quando perceberam que "corriam grande perigo"?

a. As habilidades daqueles discípulos que eram pescadores experientes

b. Sua "fé''

(5) O que os discípulos decidiram fazer?

a. Em que sentido isso foi um ato de fé?

b. Em que sentido não foi um ato de fé?

(6) O que os discípulos tinham testemunhado até esse momento? Quem eles pensavam que era Jesus?

(7) O que Jesus fez para acalmar a tempestade? Qual a importância do método que Ele escolheu?

(8) Por que, então, eles ficaram surpresos com o poder de Jesus? Quão diferentes eram Sua autoridade sobre os ventos e ondas e Sua autoridade sobre os demônios e as doenças?

(9) Você já "clamou" durante uma tempestade parecida com esta em sua própria vida? Como você lidou com ela? O que Jesus lhe teria dito?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Os milagres

"Quem é este que até aos ventos e às águas dá ordens, e eles lhe obedecem?" (NVI-PT). (Lucas 8:25)

Você provavelmente já ouviu alguns céticos do evangelho dizerem que creriam em Deus se O vissem com seus próprios olhos.

Naturalmente, a nossa resposta é que se eles pudessem ver Deus, eles não precisariam "crer" nEle. Por definição, a fé é "a prova das coisas que se não veem" (ARC) (Hebreus 11:1). Além disso, Deus diz que devido aos nossos pecados "homem nenhum verá a minha face e viverá" (Êxodo 33:20).

Isso não significa que Deus não nos dará suficiente evidência para acreditarmos nEle. Como Paulo diz de forma tão eloquente: "Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;" (NVI-PT) (Romanos 1:20).

Mas Deus não parou com o que chamamos Sua "revelação geral". Ele se deu a conhecer a nós por meio da encarnação de Seu Filho. O Evangelho de João também é chamado "o Livro dos Sinais" porque por meio da inspiração do Espírito Santo João elaborou cuidadosamente o seu evangelho de modo que incluísse os sinais (quer dizer, os milagres) que Jesus realizou. Seu propósito foi que “vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome” (João 20:31).

Talvez você se pergunte por que nós, que vivemos num mundo intelectual, não testemunhamos mais milagres parecidos com aqueles registrados nos Evangelhos. Eu acho que uma das respostas é que já temos os muitos testemunhos apostólicos da vida e obra do Senhor Jesus, além do privilégio de possuir a Palavra escrita de Deus, a qual tem sido traduzida em muitas línguas que podemos entender. Se não crermos no testemunho abrangente de Deus em Sua palavra escrita, acabaremos rejeitando-O, mesmo se testemunharmos milagres todos os dias, e mesmo se esses milagres incluírem a ressurreição dos mortos (Lucas 16:31).

Por outro lado, podemos dizer que testemunhamos milagres todos os dias: o nascer e o pôr do sol, o nascimento de um bebê e, principalmente, a regeneração de um pecador que se arrepende diante de Deus. Todas essas coisas são testemunhas do poder eterno e da natureza divina do nosso Deus Criador.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 8:26–39

(1) É óbvio que foi por causa deste homem que Jesus fez esta curta viagem ao outro lado do Mar da Galiléia. O que isso lhe ensina sobre Jesus?

(2) Você consegue descrever como uma pessoa que está sob o poder demoníaco se comporta? Em que sentido qualquer pessoa sem Cristo é como este homem?

(3) A julgar pelo diálogo que ocorre entre os espíritos malignos e Jesus, o que mais podemos aprender sobre o mundo espiritual, e a razão pela qual Jesus concederia o seu pedido?

(4) Quão importante pode ser o fato de Lucas ter enfatizado o nome do demônio?

(5) Uma vez que somente os pagãos criavam porcos, tanto os pastores quanto o endemoninhado provavelmente eram gentios.

a. Apesar disso, qual teria sido uma reação natural diante da cura do homem endemoninhado?

b. Essas pessoas sem dúvida teriam ouvido falar de Jesus. Qual deveria ter sido sua atitude para com Jesus ao testemunharem um milagre tão grande?

c. Por que, então, eles pediram a Jesus que se retirasse?

d. Você já se deparou com pessoas que continuam a rejeitar Jesus apesar de tê-Lo visto fazer milagres (por exemplo, de cura)? Qual pode ter sido a razão disso?

(6) Por que esse homem implorou a Jesus que permitisse que ele O acompanhasse? Por que Jesus rejeitou seu pedido? (Nota: Marcos 5:20 nos diz que o homem deu testemunho na região de Decápolis, uma palavra que quer dizer as dez cidades; esta palavra se refere às cidades a leste e a nordeste do rio Jordão, todas elas cidades gentias.)

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Seja uma testemunha instantânea

"Volte para casa e conte o quanto Deus lhe fez." (NVI-PT) (Lucas 8:39)

Tenho usado o programa Evangelism Explosion (E.E.) para ensinar aos cristãos leigos (não só os da minha igreja local, mas também os de outras igrejas) como podem estar preparados para compartilhar o evangelho de forma clara, consistente e responsável, onde quer que estejam. Uma das abordagens de EE da qual gosto muito é o desafio que dá aos novos convertidos de compartilharem o seu testemunho imediatamente com alguém que amam. Além de ser uma forma de afirmar sua fé em Cristo, isso também está totalmente em sintonia com o que Jesus disse ao ex-endemoninhado recém-convertido em Lucas 8:39:

"Volte para casa e conte o quanto Deus lhe fez".

É claro que o homem teria tido pouco conhecimento bíblico. Mas esse conhecimento viria com o tempo, e sua conversão não havia sido acidental. As cidades extremamente supersticiosas de Decápolis precisavam desesperadamente do evangelho, e por causa da cura milagrosa e inegável desse homem, ele imediatamente se tornou uma testemunha poderosa que atrairia essas pessoas de origem gentia a Jesus.

Embora os habitantes desta cidade tenham (infelizmente) pedido a Jesus para se afastar deles, Ele não os abandonou. Como lemos mais tarde em Marcos 7:31, Jesus voltou para a região de Decápolis; desta vez, o povo esteve muito mais disposto a recebê-Lo. Eu acho que parte da razão disso foi o testemunho desse ex-endemoninhado.

Concordo que precisamos receber treinamento adequado na área de evangelismo, mas independentemente de quanto conhecimento bíblico temos, nenhuma quantidade de treinamento pode substituir um espírito disposto e cheio de entusiasmo de compartilhar o que o Senhor fez por nós.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 8:40–42a; 49–56

(1) Com base no que você leu até agora em Lucas, que opinião você acha que os chefes da sinagoga tinham de Jesus?

(2) Sendo assim, por que Jairo escolheria cair aos pés de Jesus? Você teria feito o mesmo, apesar de ser um daqueles que talvez tenham ficado com raiva de Jesus por ter violado descaradamente as regras do sábado? Por que ou por que não?

(3) Se você fosse Jairo, o que teria pensado ao ouvir as notícias do v. 49?

(4) Que impacto a cura da mulher com fluxo de sangue (no v. 44) teria tido sobre ele?

(5) Mesmo se a menina realmente estivesse morta, os mensageiras teriam razão em dizer: "Não incomode mais o Mestre"? Por que ou por que não?

(6) Jesus poderia ter decidido ressuscitar a menina sem dizer palavra alguma. Por que Ele decidiu dizer a Jairo: "Não tenha medo; tão-somente creia"?

(7) Por que Jesus escolheu ressuscitar a menina na presença de só alguns discípulos e dos pais? Por que Ele expulsou a multidão que estava lamentando? Teve algo a ver com o fato de eles terem zombado de Jesus?

(8) Qual tinha sido o impacto dessa aparente tragédia em Jairo?

(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Nao
incomode

"Não incomode mais o Mestre." (NVI-PT) (Lc. 8:49)

É claro que criar a filha teria sido um acontecimento muito significativo na vida de Jairo:

- A tristeza de perder uma menina de 12 anos é impensável para qualquer pai; e para Jairo, sua ressurreição dos mortos teria sido o acontecimento mais alegre de sua vida, muito mais do que o dia em que ela nasceu.

- Também era muito óbvio que ele amava a sua filha, uma vez que apesar de ele ser dirigente da sinagoga, [provavelmente a mesma sinagoga de Cafarnaum onde Jesus tinha curado o homem com a mão direita atrofiada, enfurecendo os fariseus tanto que eles “começaram a discutir entre si o que poderiam fazer contra Jesus” (6:11)], ele se ajoelhou diante de Jesus buscando ajuda. Foi um ato muito corajoso que somente um pai desesperado faria naquelas circunstâncias.

Mas para ele, a cura da mulher que sofria de hemorragia teria sido uma faca de dois gumes. Sem dúvida, a notícia dessa cura milagrosa teria lhe dado mais confiança de que Jesus podia curar sua filha; no entanto, o atraso inoportuno que ocorreu quando ela se escondeu acabou resultando na morte de sua filha. Os momentos que passaram enquanto Jesus esperou a confissão da mulher teriam sido muito difíceis para ele.

- E infelizmente, uma vez terminado esse drama, descobriu-se que sua filha realmente tinha morrido; e embora fosse possível perceber sua mágoa e raiva, Jesus não decidiu simplesmente ressuscitar a menina sem dizer nenhuma palavra. Em vez disso, Jesus lhe disse: “Não tenha medo; tão-somente creia, e ela será curada". Jesus não queria que Jairo se entregasse ao desespero e à dor desnecessários, nem por um só instante. Assim é o coração do nosso Senhor sempre.

- Como já sabemos, Jesus ressuscitou a filha de Jairo na sua presença, e podemos presumir que sua fé em Jesus nunca mais voltou a ser o mesmo. Sua fé corajosa em Jesus e seu amor pela filha valeram a pena.

No entanto, acho que são muito tristes as palavras do mensageiro que trouxe a notícia da morte da menina. Esse mensageiro disse: "Sua filha morreu. Não incomode mais o Mestre".

Devemos nos aproximar a Jesus pelo único motivo de Lhe levar os nossos pedidos? Devemos chegar à Sua presença somente para Ele nos curar ou suprir as nossas necessidades? Jesus é um curador e nada mais?

Isso também me faz lembrar de Maria, que também chorou, pensando que Jesus tinha chegado tarde demais, porque seu irmão Lázaro também havia morrido (Jo. 11:32). Mas ela não falou para Jesus ir embora. Ela cria em Jesus, não porque queria que Ele curasse seu irmão ou atendesse suas necessidades, mas porque ela cria nEle e o amava como seu Salvador, Senhor e amigo. E é isso o que Jesus quer ser para cada um de nós, incluindo Jairo e seus amigos. Não houve outro momento em que ele precisou mais de Jesus do que quando sua filha morreu, não necessariamente para que Jesus a ressuscitasse, mas para receber consolação, força e (o mais importante) salvação.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 8:42b–48

(1) Qual seria a condição física depois de 12 anos de uma mulher com uma hemorragia?

(2) Leia Levítico 15:19-24. Quais teriam sido as implicações de ela ter se introduzido a multidão? Será que o certo não teria sido informar a multidão de que ela era impura?

(3) Tente descrever as outras condições físicas, emocionais e espirituais (ou seja, sua atitude para com Deus) que essa mulher teria experimentado, além de seu problema de saúde.

(4) Pense no seguinte: Esta mulher mostrou muita coragem ao se aproximar de Jesus; teve que se esforçar muito, lutando contra a multidão para chegar à frente onde Jesus estava; ela teve muita fé (suficiente para crer que seria curada se pudesse tocar no manto de Jesus), e instantaneamente "sentiu" que havia sido curada. Como você descreveria o que ela teria sentido naquele momento? Qual adjetivo seria o mais adequado para descrever esse sentimento?

(5) Por que Jesus fez a pergunta "Quem tocou em mim?" Será que Ele não sabia? Por que, então, Ele fez essa pergunta? Qual foi o Seu propósito?

(6) Por que a mulher “veio tremendo”? Você não acha que sua reação foi o oposto do adjetivo no qual você pensou para descrevê-la?

(7) Sua fé já tinha resultado em sua cura. E quando ela caiu aos pés de Jesus, mostrando que estava disposta a contar-Lhe toda a sua história, Ele acrescentou a seguinte declaração: “Filha, a sua fé a curou (a palavra grega original significa “salvou”, sendo a mesma que Jesus usou em 7:50); vá em paz (e seja 'curada' da sua aflição)” (Lucas 8:48, Marcos 5:34). E se ela tivesse escolhido escapar, recusando-se a ser confrontada por Jesus? Sua saúde não a teria deixado. Mas será que ela teria sido salva? Por que ou por que não?

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Jesus Salva!

Filha, a sua fé a curou! Vá em paz." (NVI-PT) (Lucas 8:48)

Não tenho ideia de por que a frase usada na versão NVI-PT para traduzir estas últimas palavras de Jesus à mulher é que Lhe confessou sua condição e história diante da multidão é “sua fé a curou; Vá em paz” (Lucas 8:48). No versículo 7:50 (na história da mulher pecadora que ungiu Jesus), o NVI-PT traduz a mesma palavra grega da seguinte forma: “Sua fé a salvou; vá em paz” (itálico acrescentado).

Com respeito a isso, simplesmente compartilharei os pensamentos de Lenski:

“Não há nenhuma palavra de acusação ou repreensão; somente palavras de encorajamento e ânimo. Inclusive a expressão que Jesus usa para se dirigir a ela ('filha') revela o Seu cuidado amoroso. Ao atribuir a restauração da mulher à sua fé, isto é, à sua confiança nEle, Jesus não faz da sua fé a causa eficaz (a causa do efeito), uma vez que a causa tinha sido o Seu próprio poder e vontade; o que Ele quer dizer é que sua fé foi a causa instrumentalis (o instrumento da causa), o organon lhptikon, quer dizer, a mão que recebe os dons. O próprio Jesus foi quem havia inspirado essa fé (Marcos 5:27). Essa fé efetuou a restauração da mulher, levando-a a tocar em Jesus. A noção de que essa fé esteve baseada somente no contato físico é injustificada; esteve baseado na Pessoa em que ela tocou. O ponto de vista de Lutero é correto: Ela confia que o poder divino e onipotente está em Jesus, e que Ele pode responder à confiança secreta e tácita de seu coração, que a única coisa que ela precisa é a Palavra e a pregação pela qual Ele se deu a conhecer. Portanto, ela usou o toque simplesmente como uma forma de ter algum contato com Ele. Quem já viu pessoas tão maravilhosas - Jairo, que confia em que o contato entre a mão de Jesus e sua filha pode trazê-la de volta à vida, e esta mulher, que confia em que o contato entre ela e Seu manto a restaurará? Não é de se admirar que Jesus tenha recompensado tamanha fé.

"O verbo seswke aparece (no original) no tempo perfeito (σέσωκέν: tem salvado). Ele se refere ao momento em que Jesus a restaurou e inclui também a sua condição contínua de uma pessoa restaurada. Jesus quer que a mulher perceba o valor de sua fé, e que ela confie nEle. Compare isso com  o versículo 7:50, onde as mesmas palavras são usadas para descrever a condição da alma de outra mulher, e note também naquele trecho a exposição das palavras com as quais Jesus despediu a mulher restaurada."
(Lenski , Luke , 488)

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 9:1–9

9:1-6

(1) Leia esta passagem com muito cuidado. Estas palavras lhe dão a impressão de que Jesus as pronunciou somente com relação à tarefa imediata dos Doze, ou também com relação a uma tarefa de longo prazo? Por quê?

(2) Se você fosse um dos Doze, como teria se sentido ao receber tamanha autoridade? No entanto, no que se refere à porção que menciona a pregação, os discípulos estavam "qualificados" para pregar? Quanto eles sabiam sobre o reino de Deus? Isso realmente importava?

(3) Jesus lhes deu instruções muito específicos sobre não levar nada na viagem. Deve-se aplicar esse mesmo princípio a nós hoje?

(4) O que devemos dizer sobre a instrução para ficar numa só casa (em vez de ir de casa em casa)? Qual foi o propósito dessa instrução?

(5) O ato de sacudir a poeira era uma reação severa demais contra aqueles que os rejeitavam? Por que ou por que não? Que mensagem esse ato transmitia?

(6) Judas também esteve entre os Doze? Como é possível que ele também tenha feito milagres?

9:7-9

Nota:

Herodes era basicamente um governador; no entanto, César havia dado a seu pai, Herodes o Grande (o mesmo Herodes mencionado em Mateus 2 que matou as crianças em Belém), o título de rei.

(7) Lucas nos dá um pouco mais de informação sobre as diversas opiniões sobre a identidade de Jesus. O que você consegue deduzir sobre o raciocínio e os motivos por trás de cada uma destas especulações?

- Ele é Elias (vide Mal. 4:5)

- Ele é como um dos profetas antigos (já havia passado cerca de 400 anos desde a última vez que os judeus viram um profeta).

- Ele é João Batista (de acordo com Mateus 14:2, essa foi a especulação de Herodes)

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um ministério de fé

"Não levem nada pelo caminho: nem bordão, nem saco de viagem, nem pão, nem dinheiro, nem túnica extra" (NVI-PT). (Lucas 9:3)

A maioria dos ministérios paraeclesiásticos cristãos se descrevem como ministérios de fé; Isso significa que eles creem que seus ministérios são uma resposta ao chamado de Deus; portanto, eles se comprometem a depender de Deus para obter seus recursos financeiros. Essa perspectiva é inteiramente bíblica, apoiada tanto pelos ensinamentos diretos quanto pelos exemplos dados nas Escrituras.

No entanto, se prestarmos mais atenção aos detalhes dos ensinamentos e exemplos das Escrituras sobre este assunto, veremos que elas destacam mais claramente sua aplicação aos próprios ministros. Abraão obedeceu ao chamado de Deus para se desarraigar de sua cidade e iniciar uma longa jornada marcada pela fé (Gn. 12). Elias obedeceu ao chamado de Deus para fugir para Querite, onde viveu pela fé (1 Reis 17). E quando Jesus chamou Seus discípulos, eles obedeceram e começaram a viver pela fé (Lucas 9:3).

No entanto, a teologia ocidental moderna minimiza o papel central da fé em ser um ministro do evangelho, usando como pretexto a prudência financeira. Minha intenção não é afirmar que a igreja não deve ser responsável no cuidado de seus pastores, nem que o pastor deve mergulhar a igreja de forma irresponsável e inescrupulosa numa crise financeira sob o pretexto da fé. No entanto, o fato é que se um ministério for de Deus, Ele será responsável pela provisão de tudo o que lhe for necessário, e se um ministro receber um chamado de Deus, uma das evidências de seu chamado será que Deus suprirá as suas necessidades financeiras. Deus nunca muda, e Sua Palavra também não muda.

Foi por isso que quando certo estudante estagiário que tinha uma sensação clara de que Deus o estava chamando para um ministério de tempo integral decidiu viver de empréstimos estudantis depois de deixar o seu emprego para entrar no seminário, eu recomendei enfaticamente que ele não o fizesse. Se Deus o estava chamado para um ministério de tempo integral, Ele providenciaria tudo o que fosse necessário (mas não tudo o que ele desejasse). Se este jovem não podia confiar em Deus para a provisão de suas necessidades enquanto ele ainda era solteiro, como iria poder confiar que Deus supriria as suas necessidades quando já tivesse uma família? Como ele iria poder ensinar os outros a confiarem em Deus quando ele fosse pastor de uma igreja?

Sei que por nós mesmos não teremos fé — não teremos suficiente fé para empreender uma jornada como Abraão ou Elias; no entanto, estou convencido de que se quem chamar for Deus, Ele nos dará suficiente fé para cumprir a missão que nos confiou.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 9:10–17

(1) Embora não tenhamos ideia de quanto tempo durou essa viagem missionária de “curto prazo” dos discípulos, o que é certo é que estavam ao mesmo tempo exaustos e alegres (vide Marcos 6:30-32) quando voltaram. A primeira coisa que Jesus fez foi levá-los longe da multidão. Quão importante era para os apóstolos passar um tempo a sós com Jesus nesse momento?

(2) Quais podem ter sido os problemas que os discípulos enfrentaram para poderem alimentar a multidão?

a. Eles não tinham dinheiro suficiente.

b. Eles não queriam gastar tanto dinheiro.

c. A tarefa era árdua demais para eles.

d. Eles não a consideraram como parte do seu ministério.

e. Eles não se importavam com essas pessoas.

(3) O que Jesus queria enfatizar para os discípulos quando disse: “Dêem-lhes vocês algo para comer”? Qual deveria ter sido a resposta deles? E você? Qual teria sido a sua resposta?

(4) Quais foram as opções de Jesus para alimentar os 5.000 (homens)? Qual foi a opção que Ele escolheu? Compare o método que Ele escolheu com o que ocorreu em 2 Reis 4:42-44; considere tanto as semelhanças quanto as diferenças entre ambos eventos. Qual deles tem mais impacto sobre sua imaginação?

(5) O que essa experiência teria significado para a multidão faminta? O que teria significado para os discípulos?

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Comida que permanece para a vida eterna

"Dêem-lhes vocês algo para comer" (NVI-PT). (Lucas 9:13)

E já tive o privilégio de trabalhar com jovens pastores com um forte desejo de ajudar aqueles que vivem às margens da sociedade. Ainda me lembro de certa noite em que fui com um jovem pastor depois da meia-noite a um bairro de má reputação para distribuir chocolate quente e comida aos moradores de rua. Acabamos orando na calçada com uma prostituta. Embora eu admirasse a paixão desse jovem pastor, também percebia nele um sentimento de raiva contra aqueles na igreja que não compartilhavam o mesmo desejo de ajudar que ele. E ele não é o único.

Embora me alegre com o fato de muitos cristãos evangélicos se preocuparem profundamente com as necessidades físicas e emocionais dos marginalizados, com frequência percebo neles uma atitude de que eles são mais santos do que os outros, junto com certo ressentimento contra aqueles que não compartilham de sua paixão.

Quando Jesus disse: “os pobres vocês sempre terão consigo(João 12:8), é claro que Ele não quis dizer que não devemos nos preocupar com os pobres; Ele simplesmente adotou um ponto de vista prático, dizendo-nos que nunca seremos capazes de resolver cabalmente o problema da pobreza enquanto estivermos neste lado do céu. Se não percebermos isso, acabaremos frustrados e cheios de raiva, porque mais cedo ou mais tarde perceberemos que este problema nunca deixará de existir (apesar da recente profecia de Bill Gates de que com o tempo não haverá no mundo nenhum país pobre). Não, isso não significa que devemos parar de alimentar os pobres; pelo contrário, devemos reconhecer que, ao cuidar dos pobres, simplesmente cumprimos a nossa função como uma extensão das mãos e dos pés do Senhor. No entanto, é mais importante reconhecer que, em última análise, nosso verdadeiro objetivo é a sua salvação.

Foi por isso que Jesus se retirou para a montanha quando a multidão (depois de ter comido) procurou coroá-Lo rei, e mais tarde os repreendeu por segui-Lo pelos motivos errados. Para aqueles que O buscavam porque "todos receberam o suficiente para comer", Jesus salientou que, em última instância, o que eles deveriam buscar era a "comida que permanece para a vida eterna". (João 6:15, 26-27)

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 9:18–27

Os discípulos já haviam seguido Jesus por muito tempo; eles tinham visto Seus milagres, ouvido Seus ensinos e testemunhado a feroz oposição dos fariseus; eles já conheciam Jesus de perto. É neste momento que Jesus começa a revelar-lhes o Seu plano final de sofrimento. Mas antes disso, Ele queria que que eles soubessem quem Ele realmente é:

(1) Em geral, quem as pessoas pensavam que Jesus era?

(2) Ser considerado Elias já era uma grande honra. Por que isso não foi suficiente para Jesus?

(3) Por que Jesus acrescentou a pergunta: “E (em grego, = mas neste contexto) vocês, quem vocês dizem que eu sou?” Qual a importância de Ele ter usado a palavra “mas”?

(4) O que as pessoas normalmente dizem hoje sobre a identidade de Jesus? Em que aspectos eles tem razão? Em que aspectos e até que ponto eles estão errados?

(5) E você? Quem você diz que Jesus é?

(6) É óbvio que a resposta de Pedro estava correta; no entanto, era suficiente reconhecer que Jesus era o Cristo (quer dizer, o Messias)? Porque não?

(7) Por que, depois de fazer essa pergunta, Jesus começou a falar sobre os Seus sofrimentos, morte e ressurreição?

(8) Jesus aproveitou esta oportunidade para corrigir a mentalidade dos homens sobre o que significa segui-Lo, afirmando que: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me" (v. 23).

a. O que Ele quis dizer com a frase "acompanhar-me"? Tente formular a definição mais precisa possível.

b. O que significa "negue-se a si mesmo"?

c. O que significa "tome diariamente a sua cruz"?

d. O que significa "siga-me"?

e. Você já fez tudo isso?

(9) O que seguir a Cristo tem a ver com "salvar" e "perder" a vida? Ganhar o mundo necessariamente leva à perda ou destruição de si mesmo?

(10) Nesse contexto, por que Jesus enfatizou a ideia dese envergonhar de mim e das minhas palavras”? É possível para um de seus verdadeiros seguidores ter vergonha dEle e de Suas palavras?

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O caminho da cruz

Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem se envergonhará dele ...” (NVI-PT). (Lucas 9:26)

No âmbito das missões, há um debate crescente sobre se devemos exigir que os novos convertidos ao cristianismo renunciem às suas religiões originais (por exemplo, o islamismo ou o hinduísmo).

É óbvio que o que tem motivado esse debate são as consequências que esses novos convertidos enfrentam em seus respectivos países, entre as quais estão a perseguição imediata e a probabilidade de morrer por sua fé.

Mas é claro que este debate não é novo. Os cristãos dos primeiros séculos tiveram que enfrentar uma feroz  perseguição nas mãos do governo romano. Muitos historiadores estimam que o número de mártires durante alguns dos momentos mais severos de perseguição chegava com frequência às centenas de milhares. Também sabemos que houve também cristãos que obedeceram à demanda de se curvar diante da estátua do imperador a fim de que suas vidas fossem poupadas. Muitos dos pais da igreja, com base nas palavras de Jesus acima, não os deixaram entrar novamente na igreja.

Devo admitir que eu mesmo nunca sofri perseguição, muito menos o tipo de perseguição enfrentado por aqueles cristãos que vivem em países islâmicos, ou em países como a Índia ou o Paquistão. No entanto, quando Jesus falou essas palavras, Ele estava pensando precisamente nesse tipo de situação.

O Evangelho de Marcos nos mostra que a razão pela qual Pedro "repreendeu" Jesus foi porque ele temia a perseguição; ele especialmente detestava a idéia da provável morte de Jesus. (Marcos 8:32)

Se tivesse sido possível evitar o caminho da cruz, por que Jesus, depois de voltar-se para o resto dos discípulos, teria repreendido Pedro, chamando-o de "Satanás"? (Marcos 8:33)

Além disso, se seguir a Cristo não acarretasse a perseguição, ou até mesmo a morte, por que Jesus os teria advertido que "quem quiser salvar a sua vida, a perderá ..." (Lucas 9:24)?

O chamado de Jesus, "negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me", é para quem "quiser acompanhá-Lo", quer dizer, para todos (Lc. 9:23). Infelizmente, não há nenhuma exceção!