Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 13:18–30

Nesta semana, continuaremos o nosso estudo do Evangelho de Lucas.

O tema das próximas duas parábolas é o crescimento. Compare-os um com o outro, observando os seus pontos em comum a fim de entender quais são os aspectos do crescimento do Reino que Jesus deseja que aprendamos.

13:18-21

(1) O tamanho de um grão de mostarda e um pouco de fermento. Por que Jesus escolheu cada um desses objetos para descrever o Reino? O que eles têm em comum?

(2) É possível usar os conceitos "pequeno" e "escondido" para descrever o Reino de Deus?

(3) O tamanho de uma árvore e a massa de farinha. Por que Jesus escolheu cada um desses objetos para descrever o Reino?

(4) É possível usar os conceitos "grande" e "visível" para descrever o Reino de Deus?

(5) Quais palavras são usadas em cada uma das parábolas para se referir ao "tempo"? O que elas nos ensinam sobre o Reino de Deus?

(6) Depois de refletir sobre as semelhanças destas duas parábolas, você consegue notar entre elas alguma diferença significativa para você que também lhe ensina algo sobre o Reino?

13:22-30—A resposta de Jesus parece enfatizar o contexto judeu dos ouvintes, uma vez que Seus ensinamentos mencionam Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas.

(7) De acordo com o que Jesus disse no v. 26, por que os Seus ouvintes (Ele usa a palavra "vocês" para se dirigir a eles diretamente) pensavam que eles também participariam do Reino de Deus?

(8) Por que eles são chamados de pessoas "que praticam o mal"?

(9) Qual será o destino daqueles que não puderem entrar no Reino de Deus?

(10) Por que o "alguém" do versículo 23 pensou que só alguns seriam salvos? Jesus estava pensando em alguém que não seria salvo. Em quem você acha que Jesus estava pensando? (vide o comentário de Jesus nos versículos 29-30).

(11) Ao usar a palavra "estreita" para descrever a porta (que leva ao Reino), Jesus naturalmente transmite a ideia de que é difícil entrar por ela. À luz disso, que tipo de esforço é preciso para alguém entrar por esta porta estreita? (vide, por exemplo, Lucas 14:26-27)

(12) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma semente de mostarda

Com que se parece o Reino de Deus? ... É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta ...” (NVI-PT) (Lc. 13:18-19)

Adoro ler biografias sobre os puritanos e adoro ler histórias sobre missionários. Uma delas, a história de David Brainerd, tem tido muito impacto sobre mim ao longo do tempo.

Este missionário teve um ministério muito curto: David Brainerd
tinha 27 anos quando começou a dedicar seu ministério à evangelização dos índios de Nova Jersey, e morreu de tuberculose aos 29 anos. Deus o usou nesse ministério específico por um tempo muito curto, e como um grão de mostarda, ele deu a sua vida por seu chamado, tendo deixado poucos resultados na hora de sua morte (poucos tinham se convertido).

Ele teve um ministério difícil:
apesar de ele ter sido educado na universidade de Yale, ele foi expulso devido ao seu zelo evangelístico (embora Yale mais tarde tenha dedicado um salão com o seu nome). Apesar do tentador que era para ele ser pastor de uma igreja, ele permaneceu fiel à sua vocação e paixão ao dedicar a sua vida para alcançar os índios, algo que muito poucas pessoas estavam dispostas a fazer.

O seu
ministério foi caracterizado pela oração: algo no qual ele talvez tenha sobressaído em comparação com outros missionários e puritanos foi sua vida de oração. Todos deviam aproveitar a oportunidade de ler o seu diário, que foi publicado por Jonathan Edwards, onde se pode ver claramente que ele foi um homem que praticava uma intensa vida de oração. Fico muito impactado cada vez que leio alguns dos seus diários e me lembro de sua vida de oração. Talvez a leitura de um pequeno trecho de seu diário o ajude a entender por que ele me comove tanto:
“3 de novembro. Passei o dia jejuando e orando em segredo, de manhã até à noite. Cedo de manhã, recebi ajuda na oração. Logo, eu li a história do profeta Elias. Comoveu-se a minha alma quando observei a fé, o zelo e o poder daquele homem santo e vi como ele lutou com Deus em oração. Então eu gritei com Eliseu: 'Onde está agora o Senhor, o Deus de Elias?'. Eu ansiava por ter mais fé! Minha alma suspirou por Deus e implorou-Lhe que uma porção dobrada daquele espírito, como aquela que foi dada a Elias, repousasse sobre mim; e eu percebia que Deus é o mesmo que Ele era nos dias de Elias. Recebi a capacidade de lutar com Deus mediante a oração de uma forma que era mais amorosa, humilde e perseverante do que eu havia experimentado por muitos meses. Nada parecia difícil demais para Deus; não havia nada tão grande que eu não o pudesse esperar dEle. Já fazia muitos meses que eu havia perdido qualquer a esperança de realizar algum serviço especial para Deus neste mundo; parecia impossível que alguém tão vil pudesse ser usado assim para Deus. Mas naquele momento Deus se agradou em reacender essa esperança. Logo, eu li o capítulo 3 de Êxodo e depois o capítulo 21, e pude enxergar mais da glória e majestade de Deus revelada nesses capítulos do que jamais tinha visto antes; durante esse tempo, caí várias vezes de joelhos e clamei a Deus para que Ele me desse a fé de Moisés e uma manifestação da glória divina. Minha alma ardia em oração e pude lutar por mim mesmo, pelos meus amigos e pela igreja. Senti mais desejo de ver o poder de Deus na conversão das almas do que tinha sentido há muito tempo. Bendito seja Deus por este tempo de jejum e oração. Que a Sua bondade permaneça sempre comigo e atraia a minha alma para Ele."
Ele teve um ministério impressionante: ainda mais breve do que sua curta vida foi o seu tempo no ministério, e parece que o seu ministério produziu muito poucos frutos em sua época. Mas apesar disso, a sua vida, que foi conhecida através da publicação de seus diários, teve um grande impacto em inúmeros cristãos, pastores e missionários. Ele de fato tem se tornado uma árvore em cujos ramos muitos pássaros fazem os seus ninhos. (Lucas 13:19)

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 13:31–35

Era verdade que Herodes havia dito aos fariseus que queria matar Jesus; por isso, Jesus não os acusou de terem mentido para Ele. O objetivo de Herodes era enviar uma advertência a Jesus, dizendo-lhe que O queria fora de seu território, o qual incluía a Galiléia, mas não Jerusalém. Ao se referir a Herodes com a expressão "àquela raposa", Jesus o insultou publicamente; e ao dizer aos fariseus que lhe transmitissem a sua resposta, Ele os mostrou que estava consciente de sua aliança com os herodianos (Marcos 3:6).

(1) Logo, Jesus não se dirigia a Jerusalém porque tinha medo de Herodes, mas por outro motivo. De acordo com o versículo 33, qual foi esse outro motivo ?

(2) Por que Ele mencionou intencionalmente que podia continuar expulsando demônios e curando as pessoas, e que Ele continuaria a fazê-lo?

(3) Concordo com Lenski e muitos outros comentaristas que quando Jesus disse "hoje e amanhã ... e no terceiro dia (o dia seguinte)", Ele não estava se referindo à Sua morte e ressurreição, mas à urgência e o pouco tempo que faltava para Ele completar o Seu ministério na terra. Qual era o objetivo final para o qual Jesus estava se esforçando?

(4) Além do senso de urgência e tempo limitado, que outras atitudes você percebe nas palavras de Jesus? Como você pode imitá-Lo com relação ao uso do tempo que ainda lhe resta?

(5) Por que Jesus lamentou a condição de "Jerusalém"? O que Jerusalém representa?

(6) Qual tinha sido a missão dos profetas? (vide Ezequiel 3:6-21)

(7) Muitos dos profetas foram mortos ou apedrejados. Sendo assim, por que Deus continuou enviando mais profetas?

(8) A “Jerusalém” de hoje é muito diferente?

(9) Descreva como Deus se sente com relação aos que moram nos lugares mencionados na seguinte lista. O coração de Deus é diferente hoje?

a. Jerusalém

b. o mundo

c. a cidade onde você mora

(10) O que Deus está fazendo hoje para reunir essas pessoas "debaixo das Suas asas"?

(11) E você? Qual poderia ser o seu papel nisso?

(12) Quão semelhante seria esse papel ao dos profetas da antiguidade?

(13) Quais eventos do ano 70 d.C. cumpriram a profecia dos versículos 3-5? Isso acontecerá de novo? (vide Zacarias 14:1-2)

(14) Será que essas pessoas (os habitantes de Jerusalém, os judeus) finalmente terão uma oportunidade de ver Cristo? (vide Zacarias 12:10 e ss.)

(15) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A lamentação sobre Jerusalém

"Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!" (NVI-PT) (Lucas 13:34)

Ontem à noite, ouvi o poderoso discurso que Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, deu na AIPAC. Em seu discurso, ele defendeu poderosamente o direito de Israel de se defender contra a ameaça de um eventual ataque com armas nucleares vindo do Irã. No seu discurso, ela mencionou que Israel é o único país da região que tem uma democracia genuína, e que é um país onde as mulheres são tratadas com igualdade e os cristãos podem praticar a sua religião livremente.

Sou uma pessoa que respeita e apóia Israel como
o Povo de Deus por meio do qual recebemos a preciosa herança do Velho Testamento; ao mesmo tempo, estou bem ciente do fato de que este povo ainda precisa olhar para "aquele a quem traspassaram". (Zacarias 12:10)

Nas palavras do autor de RealChristianity.com: “Embora exista uma parte de mim que tem o maior respeito por esses judeus, existe outra que ainda está triste por eles ainda estarem cegos, esperando o chegada do Messias, quando Ele já veio na pessoa de Jesus (Yeshua ) Cristo".

Mas há algo ainda pior ―

Outro relatório diz que "a terrível situação dos cristãos palestinos na Cisjordânia,
em Gaza e em algumas regiões dentro de Israel está entre as histórias menos comentadas de perseguição aos cristãos ..." (www.persecution.org).
 
Atualmente, e
u recebo relatórios pessoais de um casal de missionários cristãos cuja casa (localizada numa das cidades de Israel) tem sido atacada por judeus ortodoxos.

Embora eu acredite que devemos defender o direito de Israel de existir como
nação e amá-lo como o Povo de Deus, não devemos esquecer de orar para que os judeus se arrependam diante daquele que traspassaram. Eu acredito que nosso Senhor Jesus continua a lamentar sobre Jerusalém, assim como Ele fez há 2.000 anos.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 14:1–14

(1) Por que um fariseu tão importante convidaria Jesus para jantar em sua casa? Eles não O odiavam?

(2) Por que Jesus aceitou o convite?

(3) Nesta ocasião, por que Jesus decidiu fazer esta pergunta antes de curar o homem doente?

(4) Como Jesus respondeu à Sua própria pergunta?

(5) Por que os fariseus não puderam responder nada?

(6) Nos vv. 8-11, Jesus conta uma parábola interessante. Se fizermos o que Jesus disse na parábola a fim de evitar a humilhação ou sermos honrados, nossa humildade é genuína? Por que ou por que não?

(7) É necessariamente errado convidar amigos ou familiares para uma refeição? Qual das seguintes verdades Jesus queria enfatizar?

a. Não procure ser recompensado.

b. Ajude aqueles que têm pouco ou os carentes.

c. Ambas as coisas

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um amigo de pecadores

"Certo sábado, entrando Jesus para comer na casa de um fariseu importante, observavam-no atentamente." (NVI-PT) (Lucas 14:1)

Embora os quatro livros do Evangelho registrem várias ocasiões em que Jesus comeu com os fariseus, a passagem em Lucas 14 é única por mencionar que Ele foi convidado por um fariseu "importante", e que os que estavam presente O observavam cuidadosamente. Podemos ter certeza de que Jesus sabia o que eles realmente queriam, mas mesmo assim Ele esteve disposto a aceitar o convite.

É óbvio que os fariseus eram exemplos dos piores pecadores de Israel, e Jesus não media as palavras em Suas frequentes e implacáveis repreensões de seus pecados, especialmente o pecado da hipocrisia (você pode ler uma das mais severas repreensões contra os fariseus em Mateus 23:13-35, o qual aparece em forma resumida em Lucas 11:39-52). Mas apesar do ódio que esses fariseus nutriam contra Jesus, Ele nunca se afastou deles. Neste relato Ele fez algo bastante incomum.

Era sábado, e havia um homem “à frente dele” que sofria de hidropisia (Lc. 14:2); isso sugere que esse homem foi "plantado" ali para testar Jesus. Em vez de curá-lo imediatamente (como Ele normalmente faria), Jesus decidiu fazer-lhes a seguinte pergunta: "É permitido ou não curar no sábado?". E quando eles não tinham nada a dizer, Ele mesmo respondeu à pergunta que havia feito. Nisso, Jesus demonstrou o Seu amor pelos fariseus; Ele queria ser o Amigo deles também.

Muitas vezes gostamos de dizer que Jesus é amigo de pecadores, mas ao dizer isso pensamos principalmente nos cobradores de impostos e prostitutas (como em Lucas 15:1). No entanto, Ele é amigo de todos os pecadores, incluindo os fariseus. Eles O odiavam, eram os piores transgressores da Lei de Moisés e estavam determinados a matá-lo; mas apesar disso, em vez de se afastar deles, Jesus procurou ser amigo deles até o fim. Por quê? Jesus fez isso porque Ele veio para morrer por todos os pecadores, incluindo os fariseus.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 14:15–24

(1) Com base na "resposta" de Jesus, você estaria de acordo comigo se eu dissesse que o homem que disse: "Feliz será aquele que comer no banquete do Reino de Deus!" pronunciou essas palavras porque estava satisfeito consigo mesmo? Por que ou por que não?

(2) Jesus começa a Sua resposta mencionando "certo homem" que estava preparando um grande banquete e termina dizendo que "nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete". Qual é a essência de Sua resposta?

(3) Inicialmente, os servos são enviados para aqueles que já foram convidados:

a. O que é representado por cada uma das três "desculpas"?

b. Você estaria de acordo comigo se eu dissesse que a primeira desculpa envolve um investimento, a segunda a carreira e a terceira a família?

c. Como cada um desses exemplos descreve nítidamente um obstáculo ou desculpa que as pessoas dão hoje para não seguirem a Cristo? Qual deles seria o mais comum? Por quê?

d. A parábola de Jesus se refere a eles como os "convidados". Em que sentido os judeus eram os "convidados"?

(4) Quem são os próximos convidados? O que é representado pelos "caminhos e valados"? Por que Jesus descreve esses hóspedes como "os pobres, os aleijados, os cegos e os mancos"? (vide Efésios 2:12)

(5) Descreva as pessoas que Jesus menciona na terceira série de convites. Quem seriam estes, especialmente os que são dos caminhos e valados?

(6) Qual foi, então, a mensagem de Jesus para o homem que fez a declaração no versículo 15?

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Quem
escolhe?

"Ainda outro disse: ‘Acabo de me casar, por isso não posso ir'." (NVI-PT) (Lucas 14:20)

Eu o convido a ler também a parábola do banquete de casamento que aparece em Mateus 22:1-14, a qual apresenta essencialmente a mesma mensagem que a parábola do grande banquete em Lucas 14:15-24, embora com mais detalhes.

Ambas as parábolas contam que os convidados originais (os quais representam o Povo Eleito, os judeus) recusaram o convite.

Alguns o ignoraram e foram para os seus campos, enquanto outros saíram para cuidar de seus negócios; e a parábola de Lucas também menciona um convidado que estava preocupado com a sua lua de mel! Eles não tinham tempo para Deus. Esta imagem talvez descreva a maioria das pessoas no mundo secular. Elas estão tão absortos nas ocupações da vida cotidiana que pensam que a religião é uma perda de tempo.

No entanto, na parábola de Mateus, os “outros” convidados eram muito diferentes. Eles não só eram muito religiosos; eles eram tão religiosos que "capturaram ... maltrataram ... e mataram" o mensageiro. São fanáticos religiosos que até recorrem à violência para silenciar ou eliminar aqueles de cuja teologia discordam. É exatamente o que os líderes religiosos dos dias de Jesus fizeram com Ele.

Ambas as parábolas mencionam aqueles de nós que somos gentios; nós somos os que estavam nas ruas e becos, os que não foram incluídos entre os convidados originais. No entanto, assim como Paulo salienta em Romanos, nós fomos enxertados porque os ramos originais (os judeus) foram cortados devido à sua incredulidade (Rm. 11:17 e ss.). Talvez o tom da parábola nos pareça bastante cômico devido à maneira quase informal em que os servos saíram para recrutar todos aqueles que se estivessem dispostos a ir, "gente boa e gente má". Isso mostra claramente que o evangelho é para todos aqueles que o aceitarem.

No final das contas, tanto aqueles que aceitam o convite quanto aqueles que o recusam tomam uma decisão consciente. A escolha é sua; portanto, aqueles que acabam não participando do banquete "emudecem"; (Mateus 22:12). A culpa é somente deles.

No entanto, por que em Mateus Jesus
teria terminado a parábola dizendo: "Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos"? (Mateus 22:14)

Eu acredito que Jesus está chamando
a nossa atenção para dois aspectos igualmente verdadeiros de nossa fé.

Por um lado, a salvação é oferecida a todos,
uma vez que "Deus tanto amou o mundo (inteiro)" (João 3:16). Nesse sentido, muitos, aliás, todos, são convidados.

Por outro lado, cada um deve tomar a
sua própria decisão de recusá-lo ou aceitá-lo. Inclusive aqueles que decidem não tomar nenhuma decisão já a tomaram, a saber, a decisão de não aceitar a salvação oferecida por Jesus. Mas mesmo assim, o nosso Deus onisciente continua sendo Aquele que escolhe. É por isso que Jesus diz: "Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça" (NVI-PT) (João 15:16).

Eu sei que
isso é um mistério, mas não devemos focar a nossa atenção em seu aspecto misterioso. Em vez disso, devemos refletir sobre o fato de que fomos escolhidos para cumprir um propósito; não o nosso, mas o de Deus.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 14:25–35

(1) Imagine o que teria acontecido fisicamente às enormes multidões que acompanhavam Jesus (Lucas 12:1 diz que muitos milhares O estavam seguindo). O que teria acontecido quando, de repente, Ele parou e se virou? O que Ele quis dizer com a Sua linguagem corporal?

(2) As palavras de Jesus nos vv. 26-27 são duras. Será que Jesus não queria que as pessoas O seguissem?

(3) Jesus alguma vez nos ensinou que devemos aborrecer os outros, especialmente os de nossa família (aliás, encontramos esse ensino em alguma outra parte da Bíblia?)?

(4) À luz disso, o que significa a palavra "aborrecer" neste contexto, algo que (de acordo com Jesus) é um requisito para sermos os Seus discípulos?

(5) Por que Jesus disse: "não pode ser" em vez de "não deveria ser" ou "não será"? Como essas expressões são diferentes uns das outras?

(6) Jesus acrescenta que além de “aborreceraqueles que são mais queridos por nós, é preciso“carrega[r] sua cruz" e "segui-Lo":

a. O que a "cruz" representa?

b. O que a nossa cruz representa (não a dEle)?

c. O que a ação de carregar a nossa cruz tem a ver com segui-Lo?

(7) Como a conclusão do v. 33 ajuda a explicar os vv. 26-27?

(8) Em seguida, Jesus usa duas parábolas para explicar a "impossibilidade" de segui-Lo:

a. Consideremos o significado daquilo que ambas as parábolas têm em comum:

  1. Por que é necessário sentar-se primeiro?
  2. O que é levado em consideração em cada um desses casos?
  3. O que o personagem faria se (a) o custo fosse muito proibitivo ou (b) o inimigo fosse forte demais para ser derrotado?

b. Consideremos agora as diferenças destas duas parábolas:

  1. Por que na primeira parábola Jesus usou o exemplo de construir uma torre (não uma casa comum, mas um projeto muito grande, provavelmente o tipo de decisão que somente se tomaria uma vez na vida)?
  2. Como o contexto de guerra usado na segunda parábola descreve acertadamente a decisão de seguir a Cristo?
  3. Embora nem todos possuam os recursos necessários para construir uma torre, seria correto dizer que todos têm os recursos necessários para seguirem a Cristo? Qual é o preço de seguir a Cristo? (vide 14:33)
  4. Na segunda parábola, quantos homens o rei tem em comparação com o inimigo? Qual é a mensagem desta parábola, especialmente no que diz respeito à decisão de seguir a Cristo?
  5. Portanto, como podemos vencer a batalha, quer dizer, como podemos seguir a Cristo? (vide Josué 5:13-15 para ver qual é a chave para a vitória.)

(9) O que acontecerá se tomarmos a decisão de seguir a Cristo sem primeiro sentar para calcular o preço de segui-Lo; ou o que acontecerá se depois de fazermos isso decidirmos que não estamos dispostos a amá-Lo mais do que a todas as outras pessoas em nossa vida (o verdadeiro significado do v. 26) e mais do que todas as outras coisas (o verdadeiro significado do v. 27) em nossa vida (quer dizer, permanecer fiel até a morte, como é mencionado em Apocalipse 2:10). De acordo com os vv. 34-35, como terminaremos?

(10) Leia novamente o v. 34. Você consegue ouvir o suspiro de Jesus? Você O está fazendo suspirar hoje?

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Não pode ser um discípulo

"Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo." (NVI-PT) (Lucas 14:33)

É importante notar que Jesus diz que quem quiser segui-Lo deve "aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida" e "levar a sua cruz"; caso contrário, "não pode ser" Seu discípulo (Lc. 14:26-27). Ele não diz que tal pessoa não deve segui-Lo, mas aponta a futilidade e impossibilidade de essa pessoa ser o Seu discípulo. Ao ler essas palavras de Jesus, muitos leitores naturalmente farão as seguintes duas perguntas:

(1) Por que é impossível segui-Lo sem aborrecer aqueles que mais amamos?

(2) O que quer dizer que alguém precisa carregar a sua cruz para segui-Lo?

É claro que Jesus (em sintonia com os ensinamentos do resto da Bíblia) nunca nos ensinou a odiar ninguém. Pelo contrário, Ele nos ensina que devemos amar até mesmo os nossos inimigos (Mt. 5:44). Portanto, a fim de interpretar corretamente estas palavras de Jesus, é preciso comparar as Escrituras com as próprias Escrituras e entendê-las com base no que Jesus já explicou num contexto parecido. Por exemplo, Jesus diz o seguinte em Marcos 10:29-30: “Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho, deixará de receber cem vezes mais, já no tempo presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, e com eles perseguição; e, na era futura, a vida eterna". (itálico acrescentado)

É óbvio que devemos amar a todos, e isso inclui os nossos entes queridos; no entanto, se o nosso verdadeiro desejo for seguir a Cristo, por causa dEle e do evangelho (ou seja, em situações em que um desses entes queridos for um obstáculo para o nosso amor a Cristo e ao evangelho) devemos tomar a decisão de colocá-los em primeiro lugar. Embora não haja dúvida de que ainda amamos os nossos entes queridos, o mundo o verá de uma perspectiva diferente, pensando que na verdade os "odiamos" ao invés de amá-los. Esta, de fato, é a cruz que devemos carregar. No entanto, nossa cruz implica muito mais do que isso, e inclui o abandono de "tudo" — uma vez mas, isso deve ocorrer quando há algo que impede o nosso amor a Cristo e ao evangelho — e isso até pode levar à morte. Aliás, isso foi aonde a cruz de Jesus finalmente O conduziu. Esse é o verdadeiro significado de seguir a Cristo.

De acordo com a Sua presciência, Jesus sabia que haveria alguns que, embora afirmassem segui-Lo, não O colocariam em primeiro lugar, acima de tudo e todos; foi por isso que Ele usou uma linguagem corporal tão poderosa para deter as enormes multidões que O seguiam — Ele se virou para eles. É fácil imaginar que todos teriam parado quando Ele se virou. E a mensagem de Jesus para eles foi esta: "Antes de dar mais um passo em minha direção, pare e calcule o preço de ser meu discípulo."

- É preciso fazer o mesmo que fez o homem que queria construir uma torre, só que neste caso, para todos aqueles que tiverem recursos suficientes para realizar este projeto (ou seja, seguir-Me), que será o maior de suas vidas, o preço será tudo o que tiverem.

- É preciso fazer o mesmo que faz um rei que se prepara para uma guerra, ciente de que ele só tem 10.000 homens. Isso com certeza não é suficiente para derrotar os nossos inimigos (Satanás e o pecado), cujo exército é duas vezes mais forte. No entanto, se envolvermos as nossas vidas totalmente com Ele, permitindo que Ele seja o nosso Comandante-chefe, assim como Josué fez em Josué 5:13-15, poderemos ser os Seus discípulos.

Mas há uma pergunta que a maioria de nós que desejamos seguir a Cristo não fazemos, a saber: "O que acontece quando afirmamos ser Seus seguidores sem realmente amá-Lo primeiro, antes e acima de tudo e todos em nossas vidas?" A razão pela qual muitas vezes não fazemos essa pergunta é que a vida eterna, o perdão dos pecados, a alegria e a paz que Cristo oferece são boas demais para serem rejeitadas. O Senhor sabe que muitos de nós ignoraremos essa pergunta; é por isso que Ele destaca a futilidade de “segui-Lo” dessa maneira, comparando-nos nos vv. 34-35 com o sal que já perdeu o sabor. Aqueles que têm ouvidos para ouvir ouvirão não só as Suas palavras, mas também o suspiro que acompanha as seguintes palavras:

Bom é o sal, mas, se ele degenerar, com que se adubará? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. ..." (ARC)

A pura verdade é esta: seguir a Cristo nunca é algo que se faz para o próprio bem, mas para o bem dEle e de Seu evangelho (Marcos 10:29).

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 15:1–10

As três parábolas a seguir são muito famosas: todas foram contadas por Jesus em resposta à murmuração dos fariseus e dos mestres da lei:

Vv. 3-7—A Parábola da Ovelha Perdida — Esta é uma parábola com a qual todo o público imediato podia se identificar (embora nem todos fossem pastores, a criação de ovelhas era um elemento muito importante de sua sociedade).

(1) Responda às seguintes perguntas à luz da maneira como os fariseus e escribas consideravam os publicanos como "pecadores":

a. Quem eles pensavam que eram?

b. Embora os publicanos fossem imorais, estes fariseus tinham razão em se sentirem contentes consigo mesmos, à luz do fato de eles estarem conspirando contra Jesus?

c. Por que, então, eles criticaram Jesus por ser amigo de tais "pecadores"?

d. Em sua opinião, por que os publicanos (os quais aos olhos do povo eram traidores e enganadores) e "pecadores" (provavelmente prostitutas) se reuniam tão frequentemente em torno de Jesus? Por que eles parecem ter respondido de maneira tão diferente à dos fariseus aos ensinamentos e milagres de Jesus?

(2) O que significa o exemplo da única ovelha no rebanho de cem?

(3) Embora fosse apenas uma ovelha, o pastor deixou as outras em busca dela. Por quê?

(4) Quão apropriada é o uso da imagem da ovelha perdida para descrever um pecador, com relação aos seguintes aspectos?

a. A escolha que ela faz de se extraviar

b. O perigo enfrentado pela ovelha perdida

c. A impotência d
a ovelha
 
d. Qualquer outro aspecto que
talvez venha à mente

(5) Por que o pastor chamou os seus amigos e vizinhos para comemorar?

(6) Descreva o que esta parábola ensina sobre o seguinte:

a. A preciosidade dos pecadores

b. A tenacidade de Jesus em buscar um só pecador

c. A alegria no céu pelo arrependimento do pecador

Vv. 8-10—A parábola da moeda perdida

(7) Faça uma lista dos pontos que esta parábola tem em comum com a primeira.

(8) Quais poderiam ser algumas diferenças entre esta parábola e a primeira?

(9) Você acha que os fariseus e escribas se identificavam ainda mais com esta parábola? Por quê?

(10) Como a alegria das pessoas desta parábola se compara à atitude dos fariseus?

(11) Quem realmente é representado pela ovelha / a moeda perdida?

(12) Como essas duas parábolas o ajudam com relação aos seguintes temas?

a. Orar pelos não salvos

b. Alegrar-se com o arrependimento de uma pessoa que você ama

c. O seu próprio arrependimento, se você ainda não creu em Jesus Cristo?

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Alegria no paraíso

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (NVI-PT) (Lucas 15:7)

Alguns evangélicos modernos têm seguido os passos dos liberais ao negar o fato de que um arrependimento único leva à vida eterna. Eles pensam na conversão como um processo em que não há um momento específico de conversão. No entanto, as parábolas da ovelha perdida e da moeda perdida deveriam resolver essa questão de uma vez por todas.

Se o arrependimento do pecador não leva à vida eterna e à salvação, como se pode dizer que ele é encontrado? Nesse caso, por que no céu haveria um banquete, com regozijo pelo arrependimento de um pecador, se ainda existisse a possibilidade de ele não ser salvo?

É verdade que ainda somos pecadores, mesmo depois de nos arrependermos e sermos encontrados, embora agora sejamos pecadores salvos pela graça. Mas é com esse arrependimento que começamos a nossa jornada no caminho da santificação, um processo que dura a vida inteira e só alcançará sua plenitude quando virmos a Cristo. No entanto, a conversão já ocorreu; já somos salvos; já fomos selados com a presença do Espírito Santo em nós (Efésios 1:13).

A parábola da ovelha perdida cativou o coração e a imaginação de muitos dos santos do passado. Reflitamos um pouco sobre a letra deste famoso hino, Noventa e Nove Ovelhas (tradução de Sarah P. Kalley):

1
Noventa e nove ovelhas há, seguras no curral,
Mas uma longe se afastou do aprisco pastoral;
A errar nos montes de terror, distante do fiel Pastor,
Distante do fiel Pastor.

2
“Com tantas outras, bom Pastor, não Te contestarás?"
"A errante é Minha”, replicou, “pertence-Me a fugaz.
Vou ao deserto procurar a ovelha que ouço em dor balar,
A ovelha que ouço em dor balar.”

3
Nenhum remido imaginou quão negra escuridão,
Quão fundas águas que passou, trazendo a salvação.
E quando foi pra socorrer, a errante estava a perecer,
A errante estava a perecer.

4
“Por toda a estrada donde vens, que sangue enxergo ali?”
“Busquei a ovelha com dolor, o sangue Meu verti.”
“Ferida vejo a tua mão.” “A angústia encheu-Me o coração,
A angústia encheu-Me o coração.”

5
Vêm de montanha aclamações! É a voz do bom Pastor!
Ressoa em notas triunfais o salmo vencedor!
E os anjos cantam lá nos Céus: “A errante já voltou a Deus,
A errante já voltou a Deus!”

Elizabeth Clephane , 1830-1869


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Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Lucas 15:11–31

Em resposta às murmurações dos fariseus e escribas, Jesus usa as duas primeiras parábolas para ajudá-los a ver o quanto Deus ama os pecadores, e também o fato de que todos nós somos as ovelhas ou moedas perdidas que Ele está procurando. Quando Ele os encontra, há grande alegria no céu. O propósito da terceira parábola, embora também reafirme o amor paternal de Deus pelos pecadores, é expor e corrigir a sua atitude hipócrita:

(1) Esta parábola retrata que tipo de família (a família à qual pertencem os dois filhos)?

(2) Você estaria contente se morasse nesse tipo de família e casa? Por que o filho mais novo não estava satisfeito?

(3) Como você acha que o filho mais novo aprendeu sobre a vida no país distante? Será que ele já esteve lá?

(4) O que o texto acima nos ensina sobre a razão pela qual os homens escolhem rejeitar e abandonar o Deus Criador?

(5) A vida no país distante acabou sendo como aquilo que o filho mais novo tinha ouvido e esperava encontrar?

(6) Qual foi o momento decisivo na vida deste filho?

(7) Quão importante foi esse momento decisivo para ele?

(8) E você? Qual foi o momento decisivo em sua vida que o levou a acreditar em (ou voltar a) Deus?

(9) Quão parecido foi o seu momento decisivo com o do filho pródigo?

(10) Como Jesus descreveu esse pai que agurdava a volta de Seu filho? Em que sentido isso é um reflexo do coração do Deus Pai?

(11) De que maneira o v. 21 exemplifica o que é o arrependimento genuíno?

(12) De que maneira os vv. 22-23 exemplificam o que é o perdão? (Ou seja, o que o perdão implica?)

(13) Qual você acha que foi o tom da voz do servo no versículo 26 em sua resposta ao irmão mais velho? Que tipo de resposta ele talvez tenha esperado ouvir do irmão mais velho?

(14) A julgar pelas palavras do irmão mais velho, o que a sua “filiação” e o seu relacionamento com o pai significavam para ele?

(15) Embora o filho pródigo tenha sido o filho que antes estava perdido, em que sentido poderíamos dizer que o filho mais velho também estava perdido?

(16) Como a sua atitude reflete a dos fariseus e escribas?

(17) Como o versículo 31 revela quais são as bênçãos e privilégios daqueles que são filhos de Deus (João 1:12)?

(18) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Qu
al é o filho pródigo?

Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado." (NVI-PT)  (Lucas 15:31-32)

Sabemos que Jesus contou essas três parábolas (da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido) para mostrar aos fariseus e escribas que todos somos pecadores. No entanto, a última parábola foi a que Ele usou para mostrar que eles também estavam tão perdidos quanto os cobradores de impostos e "pecadores".

Mas o filho mais velho da última parábola é um exemplo não só da condição dos fariseus e dos escribas, mas também da nossa.

Todos podemos nos identificar com o filho mais velho e com a resposta que ele deu ao pai.

- Apesar de agora sermos filhos de Deus, não valorizamos o privilégio e a preciosidade da nossa “filiação”; achamos natural o fato de Deus estar sempre conosco, sem pensarmos na nossa condição anterior quando ainda estávamos em pecado — a fome, a solidão e a tirania do pecado em que vivíamos, condições que Lucas descreve tão habilmente em 15:14-16;

- Além disso, desprezamos todas as bênçãos que são nossas ao vivermos em Deus e em Sua casa — a nutrição diária em Sua palavra, a comunhão com os Seus outros filhos, a ajuda e proteção invisível de Seus anjos, sem mencionar a paz e alegria que vem do Espírito Santo que mora em nós;

- Pior ainda, embora Deus tenha decidido nos usar para o Seu serviço, consideramos isso como uma tarefa, mostrando a mesma atitude que o filho mais velho mostrou ao dizer: “Por tantos anos eu te servi e nunca desobedeci a nenhuma ordem seu". Nós servimos com muita relutância e com uma sensação de que ninguém nos valoriza; servimos como se fôssemos escravos, vivendo uma vida supostamente santa, mas sem alegria, como se isso fosse uma obrigação!

- Sentimos que Deus não foi justo conosco — Ele nunca nos deu uma festa.

Irmãos e irmãs, receio que haja muitos cristãos cujo serviço na igreja é como aquele do irmão mais velho.

Como e quando essa atitude aparece?

Aparece quando Deus escolhe usar outros irmãos e irmãs e lhes dá ministrérios bem-sucedidos. Aparece quando o trabalho dos outros é reconhecido e o nosso não e imediatamente ficamos chateados. Ficamos com raiva. Ficamos tão zangados que desistimos!

Em última análise, o problema do filho mais velho radica na ausência de um relacionamento amoroso, tanto com o pai quanto com o irmão.

- Sua relação com o pai é baseada somente num sentido de dever; ele nunca quis se identificar com os desejos e a alegria do pai.

- Ele nunca amou seu irmão como seu pai o amou.

Em outras palavras, o filho mais velho está tão perdido quanto o filho mais novo.