Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 7:1–18

Leia a Nota abaixo sobre os feriados judaicos.

(1) Os irmãos de Jesus:

a. Por que Seus irmãos não creram nEle?

b. Se eles não criam nEle, por que disseram para Ele tentar ficar famoso na Judéia?

c. A que se refere a expressão "essas coisas"? (v.4)

d. A pesar de eles reconhecerem isso, por que decidiram mesmo assim não crer em Jesus?

(2) O que Seu “tempo certo” tinha a ver com o fato de que Ele era odiado?

(3) O que Ele quis dizer ao afirmar "para vocês qualquer tempo é certo"? Quais são as implicações disso para nós hoje?

(4) Jesus acabou indo para Jerusalém. Isso significa que Ele mentiu para Seus irmãos? O que você acha?

(5) Como era o ambiente em Jerusalém durante a temporada da festa?

(6) Por que havia opiniões tão diversas sobre Jesus?

(7) Como a multidão reagiu ao Seu ensino? Isso foi um elogio ou uma manifestação de dúvida? Por quê?

(8) De acordo com Jesus, quem são os que crerão na Sua palavra e na Sua pessoa? (v. 17)

(9) De acordo com Jesus, como podemos saber se alguém é uma pessoa verdadeira? (v. 18)

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

O contexto dos capítulos sete e oito de João é a Festa ou Festival da Colheita, também conhecida como a Festa dos Tabernáculos. Este é um dos três festivais obrigatórias para o povo, de acordo com as instruções que o Senhor deu a Moisés:

Três vezes por ano vocês me celebrarão festa. Celebrem a festa dos pães sem fermento (a qual é celebrada junto com a Páscoa) ...  do mês de abibe, pois nesse mês vocês saíram do Egito ... Celebrem a festa da colheita dos primeiros frutos do seu trabalho de semeadura (a celebração da colheita temporã) ... Celebrem a festa do encerramento da colheita quando, no final do ano (a colheita tardia, a qual corresponde aproximadamente ao nosso mes de outubro)." (Êxodo 23:14-16)


Reflexão meditativa
A "fraqueza" de Deus

Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem” (NVI-PT). (1 Coríntios 1:25)

O comentário sarcástico dos irmãos de Jesus me lembra as palavras com as quais o apóstolo Paulo ridicularizou aqueles cristãos em Corinto que cometeram o mesmo erro que os irmãos de Jesus, “Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem" (1 Coríntios 1:25).

Esses irmãos de Jesus sem dúvida haviam testemunhado os muitos milagres que Jesus realizou na Galiléia, os quais que eles mesmos reconheceram: “Visto que você está fazendo estas coisas” (Jo. 7:4). O que nos deixa perplexos é o fato de eles não terem crido em Jesus.

O problema parece estar no mesmo fato de eles terem vivido com Jesus por muitos anos; durante esses anos, eles foram testemunhas da plena humanidade de Jesus. É claro que isso não significa que eles O haviam visto pecar; pelo contrário, eles nunca O viram pecar (Hb. 4:15). Mas o que sem dúvida viram foi a "fraqueza" de Jesus, a qual se manifestava das seguintes formas:

- Jesus ficava doente como eles.

- Jesus sentia as mesmas emoções de tristeza e raiva que eles.

- Jesus trabalhava duro como carpinteiro para sustentar a família.

- Como eles, Jesus precisava de tempo para se recuperar.

Para eles, essas características não eram próprias de uma pessoa que é "como Deus". Embora Jesus tenha feito milagres para curar os outros, Ele nunca fazia nada para Si mesmo ou para a Sua família (e isso incluía seus irmãos). O resultado foi que eles não acreditaram que Jesus era o Filho de Deus, apesar de que não conseguiam encontrar nenhuma falha em Sua vida perfeita, e apesar de que só podem ter ficado maravilhados com Seu ensino e Seu profundo conhecimento das Escrituras, sem mencionar os muitos milagres que Ele tinha feito. O que eles não conseguiram entender foi a razão pela qual Jesus vivia exatamente como eles:

ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, ... (e para que não tivéssemos) um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado" (NVI-PT). (Hebreus 2:14; 4:15)

Portanto, sem essa "fraqueza" de Deus (que é Cristo), não só não teríamos um sumo sacerdote compreensivo a quem recorrer, mas ainda estaríamos atados pelo pecado e pela morte. A "fraqueza" de Deus é de fato mais forte do que a força do homem, e a "loucura" de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 7:19–29

(1) Reflita novamente sobre a resposta que você escreveu na pergunta nº 8 do estudo de ontem:

a. Qual foi a evidência que Jesus apresentou para provar que Seus ouvintes não estavam fazendo a vontade de Deus?

b. Como Jesus fundamentou Sua acusação de que “nenhum de vocês [Seus ouvintes] obedece à lei”?

(2) Será que a multidão realmente não sabia que os líderes estavam tentando matar Jesus? (vide 7:13, 25)

(3) Por que disseram, então, que não sabiam?

(4) Por que acusaram Jesus de estar endemoninhado? (vide Marcos 3:22)

(5) Por que o sentido de maravilha das pessoas com relação ao milagre de Jesus (a cura do paralítico no sábado) logo deu lugar à raiva?

(6) Qual era o propósito de Jesus ao salientar que, na verdade, a circuncisão havia sido instituída pelos patriarcas, (quer dizer, antes da Lei de Moisés)?

(7) Em sua opinião, qual das seguintes opções descreve o erro desses ouvintes? (i) hipocrisia, (ii) dupla moral (iii) ignorância. Por quê?

(8) Qual foi o veredicto de Jesus no versículo 24 a esse respeito?

(9) As pessoas que afirmavam que "ninguém saberá de onde ele (o Messias) é” (v.27) fundamentavam a sua afirmação em algum ensinamento bíblico do Velho Testamento (vide v. 42)?

(10) Por que Jesus disse que o povo realmente sabia de onde Ele vinha (v. 28)?

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Julgar de acordo com as tradições humanas

Mas nós sabemos de onde é este homem; quando o Cristo vier, ninguém saberá de onde ele é (NVI-PT). (João 7:27)

O debate que ocorreu entre Jesus e a multidão de judeus sobre "quem era" e "de onde era" Jesus serve como uma advertência importante de que não devemos confundir o ensino e as tradições humanas com aquilo que as Escrituras realmente ensinam. Deixe-me compartilhar com vocês as observações de Lightfoot, um renomado erudito das tradições rabínicas:

“ 'quando o Cristo vier, ninguém saberá de onde ele é' (v.27). Como é possível reconciliar isso com o versículo 42 e com Mateus 2:5 e 6? É evidente que eles não duvidavam de que Ele se manifestaria primeiro em Belém; mas também imaginavam que mais tarde Ele seria escondido novamente, e que, depois de um tempo, apareceria de novo, sem que ninguém pudesse dizer de onde vinha.

“Os autores judeus dizem que Cristo de fato já nasceu em Belém antes de sua época; no entanto, Ele teria sido levado embora imediatamente sem que ninguém soubesse para onde, sendo escondido tão bem que ninguém conseguiria encontrá-Lo ... Esse conceito nos é explicado em Midras Schir: 'O meu amado é como uma gazela, como um cervo novo Ct. ii. 9. Uma ova aparece e se esconde, aparece e se esconde novamente. Foi assim que nosso primeiro redentor apareceu (Moisés) e em seguido foi escondido, aparecendo novamente depois de um tempo. Da mesma forma, nosso último Redentor (o Messias) lhes será revelado, e em seguida será escondido novamente. Por quanto tempo ele permanecerá escondido deles? No final de quarenta e cinco dias Ele será revelado novamente e fará com que o maná desça entre eles.' ”
(Lightfoot, Commentary on the NT from the Talmud and Hebraica, Vol. 3, 316)

Esse foi o ensinamento e a tradição humana em que essa multidão de judeus da época de Jesus acreditava, o mesmo ensinamento que os levaram a rejeitá-Lo. Portanto, devemos ter muito cuidado para distinguir entre o ensinamento bíblico e as tradições humanas, especialmente no que diz respeito à Segunda Vinda de Cristo.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 7:30–52

(1) O que levou a multidão a tentar prender Jesus? Suas ações refletem o fato de eles realmente saberem "quem" e "de onde" Jesus era, assim como Ele havia dito? Por que ou por que não?

(2) Por que alguns creriam nele?

(3) Qual é a diferença entre esses dois grupos e suas respostas?

(4) Naquele momento os líderes religiosos decidiram prender Jesus. Essa decisão foi motivada pela multidão descrente ou por aqueles que tinham crido em Jesus? Por quê?

(5) Qual é a essência da mensagem de Jesus nos vv. 33-34?

(6) Embora os judeus não entendessem totalmente a Sua mensagem, qual era o seu hipótese? (v. 35)

(7) Vemos o impacto e o poder das palavras de Jesus no “último e mais importante dia da festa”. Vide a Reflexão Meditativa de hoje para obter uma compreensão mais profunda do contexto, significado e impacto dessas palavra de Jesus:

a. Qual foi o impacto dessas palavras sobre a multidão?

b. Por quê?

c. Qual foi o impacto dessas palavras sobre os guardas que o abordaram para prendê-lo?

d. Por quê?

e. Qual foi o impacto dessas palavras sobre Nicodemos?

f. Por quê?

g. Qual foi o impacto dessas palavras sobre os fariseus?

h. Por quê?

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Jesus é a água viva

No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz, 'Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, "do seu interior fluirão rios de água viva" '” (NVI-PT). (Jo. 7:37-38)

Deixe-me compartilhar o contexto deste “último e mais importante dia” da Festa da Colheita ou da Festa dos Tabernáculos, com base principalmente nas informações encontradas no Word Commentary sobre o livro de João (p.113).

Quase não há dúvida de que este trecho se baseia no rito de buscar água que era praticado em cada um dos sete dias desta festa. Os peregrinos que chegavam de todo o mundo participavam com grande alegria; um antigo documento nos diz que “quem não viu a alegria da cerimónia de buscar a água, nunca na sua vida conheceu a verdadeira alegria”. ( Sukk. 5:1)

Ao amanhecer, os sacerdotes saíam do templo e iam ao tanque de Siloé. Lá eles enchiam com água uma jarra de ouro e a levavam para o templo. Ao se aproximarem da Porta das Águas, localizada no lado sul do pátio interno, o shofar (a trombeta) era tocado três vezes eram toques de alegria, ligadas explicitamente a Isaías 12:3, "Com alegria vocês tirarão água das fontes da salvação".

Em seguida, os sacerdotes que levavam a água faziam uma procissão ao redor do altar enquanto os peregrinos observavam, e o coro do templo cantava o Halel (quer dizer, os Salmos 113-118).

Ao ler-se as palavras iniciais do Salmo 118, "Dêem graças ao Senhor", cada homem e cada menino agitava o lulav (um buquê de salgueiro e murta amarrado com uma folha de palmeira) com a mão direita e erguia uma fruta cítrica (um símbolo da colheita) com a mão esquerda, exclamando três vezes "Dêem graças ao Senhor”. Faziam a mesma coisa ao ouvir a exclamação "Salva-nos, Senhor! Nós imploramos" do Salmo 118:25.

Uma vez que tudo isso acontecia na hora da oferta diária, a água era oferecida a Deus junto com a libação diária (de vinho). Um sacerdote escolhido subia ao altar, onde havia duas tigelas de prata, uma para receber a libação e outra para receber a água. Em seguida, ele derramava o vinho e a água nas respectivas tigelas, que por sua vez eram então derramadas como oferendas a Deus.

Nesse momento a multidão exclamava: "Levante a mão!" (Essa exigência era feita como sinal de que o rito havia sido realizado de forma adequada.) Em resposta a essa exigência, o sacerdote tinha que levantar a mão para mostrar que havia cumprido fielmente seu dever.

Os conceitos nos quais este rito se baseava eram complexos. Os conceitos explicados a seguir têm a ver com o fato de que, em sua essência, a festa estava relacionada com o ano agrícola:

(1) Um fator importante na realização deste rito era a oração para que Deus enviasse chuva, um elemento do clima palestino que é muito incerto. (Parece que a profecia de Zacarias 14:16-17 contém uma referência a este significado do rito.) Aliás, qualquer chuva que caísse durante a festa era vista como um sinal de que haveria chuvas abundantes durante o próximo ano agrícola.

(2) Uma vez que a Festa dos Tabernáculos também era uma celebração das bênçãos de Deus sobre Israel durante os quarenta anos em que a nação esteve no deserto, a extração de água também servia de lembrete da água que saiu da rocha que Moisés bateu quando o povo estava em perigo de morrer de sede (Êxodo 17:1-6). De acordo com as interpretações rabínicas, essa pedra permaneceu com as pessoas durante toda a sua jornada pelo deserto (cf. 1 Cor. 10:4).

(3) O rito também estava relacionado com expectativa da bênção abundante da água viva que fluirá de Jerusalém quando chegr o reino de Deus (junto com Isaías 12:3, cf. especialmente Ez. 47:1-12 e Zacarias 14:8; ambas as passagens eram lidas durante o festival).

Portanto, o fato de a cerimônia estar relacionada com a salvação de Deus no passado, no presente e no futuro era evidente para aqueles que participavam da festa.

Agora, imagine a seguinte cena: no último e mais importante dia da festa (o sétimo dia), no momento exato em que os sacerdotes tiravam a água com a jarra de ouro e, cautelosamente, subiam ao altar, colocavam a água nas tigelas e a ofereciam ao Senhor, Jesus ficou de pé e gritou, “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, 'do seu interior fluirão rios de água viva'". É impossível imaginar algo que teria um efeito maior na multidão que essa ação de Jesus!

Todos teriam reconhecido essa voz que gritava, e também teriam entendido o significado das palavras que dizia, a saber, que tudo o que esse rito simbolizava, a experiência passada de salvação, a oração presente e a esperança futura, já estava disponível e estava sendo oferecido por meio de Jesus.

A mensagem de Jesus ao povo foi tão clara que João disse: "Ouvindo as suas palavras, alguns dentre o povo disseram, 'Certamente este homem é o Profeta'"— isto é, o Messias que Moisés prometeu. “Outros disseram, 'Ele é o Cristo'". Até os guardas do templo ficaram tão convencidos que não obedeceram às órdens dos sacerdotes de prendê-Lo!

Mais tarde, o apóstolo Paulo testificaria que Jesus de fato é a Rocha que acompanhou Moisés. Nas palavras de Paulo, "Todos comeram do mesmo alimento espiritual e beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo!" (1 Coríntios 10:3-4)

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 8:1–11

(1) Quais podem ter sido os motivos pelos quais Jesus decidiu não passar a noite em Jerusalém?

(2) Por que Ele decidiu voltar a Jerusalém ao amanhecer, embora Ele estivesse ciente da animosidade dos líderes religiosos?

(3) João explica que tudo isso era uma armadilha que fora preparada para Jesus:

a. Você acha que foi "por acaso" que esses escribas e fariseus surpreenderam a mulher em adultério? Por que ou por que não?

b. Uma vez que eles pareciam estar tão ansiosos para obedecer à Lei de Moisés, por que eles não levaram o homem para ser julgado também, conforme exigido pela lei em Deuteronômio 22:22-27?

c. O que isso nos diz sobre estes líderes religiosos?

d. Do que eles estavam tentando acusar Jesus?

e. De acordo com o plano deles, o que eles esperavam que Jesus fizesse, dando-lhes assim um pretexto para acusá-Lo?

(4) É óbvio que Jesus não precisava "ganhar tempo":

a. Por que, então, ele se inclinou para escrever no chão?

b. Qual é o propósito de Deus cada vez que Ele parece estar "calado"?

c. Em que momento Jesus cumpriu o Seu objetivo?

  1. Na primeira vez que Ele se inclinou para desenhar no chão?
  2. Na segunda vez?

(Nota: Uma vez que as Escrituras não dizem nada sobre o que Jesus estava desenhando, podemos deduzir que esse detalhe não é importante ou que Deus decidiu não revelá-lo. Portanto, qualquer especulação sobre isso é fútil e inútil!)

(5) Por que eles foram saindo "um de cada vez, começando pelos mais velhos"?

(6) Embora todos tivessem ido com o propósito de apanhar Jesus, o que eles estavam tentando evitar ou escapar ao irem embora?

(7) Dentro do contexto desta cena, o que Jesus quis dizer com a palavra "condenar"?

a. Estabelecer se determinada ação é ou não é um pecado

b. Pronuncar o juízo que esse pecado merece

(8) À luz disso, por que Jesus não "condenou" essa mulher? Ela mostrou estar arrependida? Se a resposta for sim, como ela mostrou isso?

(9) Quais foram as últimas palavras de Jesus para a mulher? Quão significativas foram essas palavras?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Abandone sua vida de pecado!

Declarou Jesus, 'Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado'." (NVI-PT). (João 8:11)

Em outro estudo compartilhei a história de um certo indivíduo homossexual que um dia ligou para um apresentador de um programa de entrevistas para criticar a hipocrisia dos cristãos que condenam o comportamento homossexual. Ele se fundamentou na maneira como Jesus tratou a mulher adúltera na passagem de hoje.

No entanto, essa pessoa cometeu dois erros ao citar esta passagem para defender o seu argumento:

1. Ele não entendeu o que a palavra "condenação" significa no contexto desta passagem.

2. Ele ignorou a última parte da conversa de Jesus com a mulher, na qual Jesus lhe disse "vá e abandone sua vida de pecado".

Em primeiro lugar, quando Jesus lhe perguntou, “Ninguém a condenou?”, Ele não estava se referindo à questão de ela ter cometido o não um pecado de acordo com a Lei de Moisés. Ele estava perguntando se alguém havia executado o castigo exigido pela Lei de Moisés, a saber, a morte (Deuteronômio 22:22-27).

Portanto, ao dizer: "Eu também não a condeno", Jesus estava expressando Seu perdão, uma vez que ela não havia aproveitado a oportunidade para escapar quando todos os seus acusadores haviam ido embora. Isso em si foi uma expressão de sua confissão e disposição de enfrentar as consequências de seu pecado. As últimas palavras de Jesus deixam bem claro que Jesus considerava que o que ela tinha feito era pecado; mas uma vez que ela agora é uma pecadora perdoada, ela deve abandonar a sua vida de pecado. Embora Jesus perdoe os pecadores que se arrependem, Ele nunca aprova o pecado pelo qual Ele veio morrer.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 8:12–20

Por favor, leia a Reflexão Meditativa de hoje para entender o contexto desta passagem.

(1) Neste trecho, Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo”.

a. O que Ele quis dizer com a frase "andar em trevas"?

b. E com a frase “luz da vida”?

(2) Como os fariseus desafiaram Jesus ao ouvirem isso?

(3) A julgar por esse desafio, você acha que os fariseus entenderam o que Jesus quis dizer?

(4) Jesus havia declarado anteriormente que "Se testifico acerca de mim mesmo, o meu testemunho não é válido" (João 5:31).

a. À luz disso, por que no versículo 14 Ele parece contradizer o que havia dito em outra ocasião?

b. Jesus realmente estava dando testemunho de Si mesmo? (v. 18)

(5) Ao desafiarem o testemunho de Jesus, os fariseus se colocaram no papel de juízes. Responda às seguintes perguntas sobre a missão de Jesus:

a. O que Jesus disse sobre o que não era a Sua missão (nem a do Pai)? (v.15 e 5:22)

b. O que era, então, a Sua missão? (3:17)

(6) Embora os fariseus lhe tenham perguntado, "Onde está seu pai?" ...

a. ... em que sentido eles já sabiam quem Ele era e onde estava Seu pai?

b. ... em que sentido eles ainda não O conheciam? (v. 19)

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A luz do mundo

"Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida" (NVI-PT). (João 8:12)

Perto do final da Festa dos Tabernáculos, e depois de ter evitado a armadilha dos líderes religiosos (para a qual eles usaram a mulher que foi surpreendida em adultério), Jesus falou mais uma vez dizendo as seguintes palavras poderosas: “Eu sou a luz do mundo”. Deixe-me compartilhar com você o contexto especial em que Jesus fez esta declaração poderosa:

Recordemos o que já havia acontecido: no último e mais importante Dia da Festa (7:37), quer dizer, no sétimo dia, Jesus declarou que Ele é a Água Viva. Mais tarde, à noite, Ele retirou-se para o Monte das Oliveiras, possivelmente para a Sua própria segurança, mas também como um ato simbólico que mostrava Sua rejeição do pecado de Jerusalém.

No dia seguinte, Ele voltou aos pátios do templo (8:2), onde os escribas e os fariseus tinham preparado uma armadilha para Ele ao prender só a mulher adúltera e não o homem. Você já sabe o que aconteceu: Jesus lhes pediu que atirassem a primeira pedra e todos foram embora (8:9) porque não queriam admitir os seus pecados!

Permita-me citar alguns documentos antigos dos judeus conforme aparecem no Word Commentary. Esses documentos nos fornecem o contexto dos eventos desse oitavo dia, os quais possivelmente ocorreram no final da tarde:

“Perto do fim do primeiro dia da Festa dos Tabernáculos, a multidão descia ao pátio das mulheres ... Havia lâmpadas de ouro, e em cada lâmpada quatro taças de ouro; também havia quatro escadas ao lado de cada lâmpada. Havia quatro jovens do grupo dos jovens sacerdotes, os quais carregavam nas mãos jarras de azeite cuja capacidade era de aproximadamente 120 log. O azeite dessas jarras era vertido em cada uma das taças ... Não havia nenhum pátio em Jerusalém que não fosse iluminado pela luz que vinha do local de extração (da água). Homens piedosos, conhecidos por suas boas obras, dançavam diante deles com tochas nas mãos e cantavam canções e louvores diante deles ... "
( Word, João , 127)

Esta procissão era repetida em cada uma das 7 noites. Portanto, na oitava noite, quando alguns já haviam começado a sair de Jerusalém, todos sentiam o anticlímax da festa. De repente, com as luzes brilhantes apagadas, todos os pátios teriam parecido ainda mais escuros.

Foi nesse momento que Jesus declarou: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”.

Você consegue sentir o impacto de Suas palavras? Todos aqueles rituais festivos — toda a comida, a dança, a emoção — tudo isso durava somente 7 dias muito fugazes; agora eles precisariam esperar um ano inteiro para experimentar toda essa alegria e emoção novamente. A essência do que Jesus está dizendo a eles com Suas palavras poderosas é: “Embora estes rituais religiosos e a observância da Lei possam trazer um alívio e alegria passageiros, não têm nenhum uso ou valor duradouro. Mas eu sou a Luz do Mundo que afasta as trevas para sempre!"

Estas palavras são de fato poderosas!

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 8:21–36

Depois da declaração poderosa de Jesus na qual Ele diz que é a Água Viva, e a outra no final da Festa dos Tabernáculos, na qual Ele diz que é a Luz do Mundo, a atenção da multidão naturalmente estava na Pessoa de Jesus, especialmente na questão de se Ele realmente é o Filho de Deus, como Ele havia declarado:

(1) Sobre o que Jesus fala mais uma vez no v. 21?

(2) É óbvio que os judeus não entenderam que Ele estava se referindo à Sua morte e ressurreição como resultado de sua rejeição a Ele. Qual era a hipótese desses judeus?

(3) Embora eles não tenham entendido o que Jesus lhes disse no v. 21, nos vv. 23-24 Jesus concentrou sua atenção naquilo que eles podiam entender. O que foi?

(4) Uma vez que Jesus tinha deixado claro que eles morreriam em seus pecados porque não criam nEle, sua resposta no versículo 25 é muito natural:

a. Jesus não tinha esclarecido para eles repetidas vezes quem Ele é? (vide 2:16; 5:17, 43; 6:44, 40; 8:16, 18, 19)

b. Por que eles não sabiam?

c. Seu problema era a ignorância ou a falta de fé? Por quê?

(5) Qual é a essência da resposta que Jesus lhes deu no v. 26?

(6) Parece que apesar da resposta de Jesus no v. 26, os judeus não conseguiram entender naquele momento o que Ele estava tentando dizer. Foi por isso que Jesus decidiu contar-lhes sobre eventos futuros, para que quando esses eventos acontecessem, eles pudessem entender e crer (vv.27-30).

a. O que Ele quis dizer com a frase "quando vocês levantarem o Filho do homem"? (vide 3:14-15)

b. Quando isso acontecesse, como eles saberiam que o Pai O havia enviado e não O havia deixado sozinho?

(7) A declaração de Jesus em v. 31 é uma declaração de "causa e efeito".

a. Qual é a causa?

b. Qual é o efeito?

c. Por que Jesus disse "verdadeiramente serão meus discípulos" ? Isso significa que existem "falsos" discípulos?

(8) Como Jesus definiu o que é a verdadeira "liberdade"? (vs. 34-36)

(9) Quão diferente é esta definição de Jesus da definição que o mundo dá?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Verdadeiramente são meus discípulos

Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele, 'Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará'” (NVI-PT). (Jo. 8:31-32)

Por que Jesus disse àqueles que creram nEle que eles ainda precisavam permanecer firmes na Sua palavra para serem "verdadeiramente" Seus discípulos? Permita-me compartilhar as seguintes reflexões de Lenski:

“A apódose: então 'verdadeiramente serão meus discípulos', corrobora o que está implícito na prótese. Jesus dá a entender que esses crentes já são Seus discípulos ... no entanto, há uma diferença entre ser Seus discípulos e realmente ser Seus discípulos. O uso do subjuntivo aoristo na frase anterior mostra qual é essa diferença. Todos aqueles que de alguma forma crêem na palavra de Jesus são Seus discípulos; mas os que são verdadeiramente Seus discípulos são aqueles que de uma vez por todas se fixam em Sua palavra. Por isso ele também diz "se". Por mais genuíno que sejam os primeiros passos do iniciante, ele pode cair novamente; mas assim que ele estiver fixado de forma definitiva, de modo que fique na palavra, ele nunca mais cairá. Observe também que, apesar de várias traduções em português utilizarem o tempo futuro na apódose ('verdadeiramente serão'), na versão original (em grego) Jesus usa o tempo presente:  'verdadeiramente são' meus discípulos. Ele não usa o tempo futuro: 'verdadeiramente serão'; assim, Ele evita sugerir que  esses crentes só poderão  alcançar esse status elevado em algum momento futuro. Pelo contrário, eles podem ficar fixos e estabelecidos na palavra de Jesus em pouco tempo. Não é necessário um longo período de aprendizado. O conceito de ficar na palavra de Jesus (tempo aoristo) inclui também um sentido intensivo, não só um sentido extensivo. O que nos torna verdadeiros discípulos não é a quantidade da palavra que recebemos, mas a fidelidade e a firmeza com que guardamos aquela quantidade da palavra que nos foi confiada. Embora esses iniciantes na fé deviam aprender cada vez mais da preciosa palavra de Jesus, na qual repousa sua fé incipiente, e embora todas as porções adicionais da palavra, assim como a porção que já possuem, servirão para mantê-los na fé, o significado principal de eles permanecerem na palavra de Jesus é o mesmo que Paulo inclui na seguinte admoestação, 'mantenham-se firmes, e que nada os abale!' (1 Coríntios 15:58).

"A palavra de Jesus, o logos, é o Seu ensino, o evangelho; a palavra é 'Sua', da maneira mais enfática possível. Percebemos imediatamente quão necessário é apegar-se firmemente a ela quando lembramos que somente esta "palavra", e nada mais, é espírito e vida, e fora dela só há morte espiritual. Jesus se identifica com a Sua palavra quando diz 'Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras (a única palavra, em suas várias partes) permanecerem em vocês' (15:7). A palavra é o meio que Jesus usa para se aproximar a nós e levar-nos a Ele. Vemos um exemplo do que significa permanecer na Sua palavra na descrição dos 3.000 que acreditaram nEle no Dia de Pentecostes: 'eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos' (Atos 2:42). Compare isso com Atos 13:43; Colossenses 1:23; Hb. 3:14; 1 João 2:28 (João adora usar a palavra 'permanecer'); 2 João 9. Portanto, permanecer não é somente uma evidência do discipulado; é a sua própria essência."
(Lenski , John, 629-630)

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 8:37–47

(1) Jesus admitiu que eles eram de fato descendentes de Abraão: que privilégio tinham por serem descendentes de Abraão?

(2) Qual é a diferença entre simplesmente ser os descendentes de Abraão e ter Abraão como pai? (v. 38)

(3) Como Jesus provou para esses ouvintes que eles não eram filhos de Abraão? (vv. 39-40)

(4) Jesus chamou sua atenção duas vezes ao fato de que eles estavam tentando matá-Lo. Eles tentaram negar Sua acusação? Por que ou por que não?

(5) O que foi que os levou a afirmar não só que eram filhos de Abraão, mas também que eram filhos de Deus? (v. 41 ) O que eles estavam tentando enfatizar com isso?

(6) Jesus deixou claro quem Ele é e de onde veio?

(7) Jesus foi muito duro com eles ao afirmar que seu pai era Satanás?

(8) Como Jesus descreveu Satanás?

(9) O que quer dizer que alguém tem Satanás como pai?

(10) Como isso serve de advertência para você?

(11) Por que Jesus lhes disse no v. 42 "vocês me amariam?"

(12) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Filhos de Satanás

Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele ...” (NVI-PT). (Jo. 8:44)

Estou de acordo com Lenski em que embora o v. 31 diga que Jesus estava falando aos judeus “que haviam crido nele”, o resto do discurso foi dirigido à multidão em geral, uma vez que foram eles que estavam tentando matá-lo por causa de sua incredulidade.

Apesar disso, a acusação de que Satanás era seu pai parece, à primeira vista, muito dura; no entanto, quando Jesus explica quem é Satanás, fica claro que o que os judeus procuraram fazer com Jesus os torna filhos de Satanás.

Primeiro, Satanás "foi homicida desde o princípio": Jesus se refere ao assassinato de Abel por Caim, pouco depois que Adão e Eva pecaram contra o Senhor e foram expulsos do Jardim do Éden. O apóstolo João faz eco desta verdade em 1 João 3:12 quando escreve, "Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão". Agora eles estão tentando matar Jesus, e Jesus lhes explica que ao fazer isso "querem realizar o desejo dele” (8:44). É mais do que dizer "tal pai, tal filho"; trata-se de uma obediência voluntária para cumprir a vontade de Satanás.

Em segundo lugar, Satanás é mentiroso e o pai da mentira: com isso Jesus se refere ao engano que Satanás cometeu ao tentar Eva a pecar no Jardim do Éden. Se o orgulho é a raiz do pecado de Satanás, a falsidade é a sua ferramenta. "Portanto, aqueles que vivem falsamente, como os adversários de Jesus estavam fazendo, estão simplesmente refletindo o seu parentesco com o diabo." (NICNT, John , 412)

Este é um aviso muito sério para todos nós, uma vez que quando alimentamos o ódio (o qual equivale a assassinato, de acordo com as palavras de Jesus em Mateus 5:22), quer consciente quer inconscientemente, e recorremos ao engano em nossas atitudes ou ações, o que realmente estamos fazendo é "cumprir" os desejos de Satanás, e isso nos torna filhos do diabo!