Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 12:34–50

A visita dos gregos levou Jesus a falar de forma pensativa sobre a hora da Sua morte. Sua oração submissa ao Pai suscitou uma resposta celestial do Pai. Com base nessa resposta, Jesus reafirmou que Sua morte iminente não seria uma perda, mas uma vitória, no sentido de que o príncipe do mundo seria julgado e que Jesus, ao ser levantado, atrairia todos os homens a Si.

(1) Responda às seguintes perguntas à luz da reação da multidão:

a. Você acha que eles entenderam o que Jesus quis dizer com a expressão "ser levantado"?

b. Será que eles realmente não sabiam quem era o Filho do Homem?

c. Qual era, então, o verdadeiro problema da multidão?

(2) Jesus deu uma resposta direta à sua pergunta? Por que ou por que não?

(3) Qual é a essência da resposta que Jesus lhes deu? (vv. 35-36)

(4) João vê na resposta da multidão um cumprimento de Isaías 53:1 e 6:10:

a. À luz da resposta do mundo ao evangelho hoje, você está de acordo com a opinião expressa em Isaías 53:1?

b. De acordo com Isaías, qual foi o razão de sua incredulidade?

c. Como a seguinte declaração de Tom Rees pode ajudá-lo a entender essa profecia de Isaías: "O mesmo sol que derrete a cera endurece o barro".

(5) O v. 42 começa com a frase "Ainda assim": Você entende isso como algo positivo ou negativo? Por quê?

(6) Este evento específico termina com uma "exclamação" por parte de Jesus:

a. Por que Jesus teve que exclamar?

b. Quém é Jesus então, de acordo com o v. 45?

c. Duas respostas diferentes produzem dois resultados diferentes:

  1. O que acontecerá com aqueles que acreditarem nEle? Por quê? (12:46, 50)
  2. O que acontecerá com aqueles que não "aceitarem" Suas palavras? (12:48)

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
"Quem creu em nossa mensagem?"

Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele” (NVI-PT). (João 12:37)

Se avaliássemos o sucesso do ministério de Jesus com base nos resultados imediatos, teríamos que dizer que Ele foi um fracasso, porque apesar de Sua vida sem pecado e de Sua mensagem poderosa, e mesmo depois de ter feito todos aqueles sinais miraculosos, (os judeus) não creram nele” (João 12:37). Mesmo entre os integrantes de Seu pequeno grupo de seguidores havia um que O trairia por trinta moedas de prata, enquanto os outros fugiam ao serem confrontados com a possibilidade de perseguição.

Apesar disso, João acrescenta imediatamente que, em meio a esses aparentes fracassos, "Ainda assim, muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga" (João 12:42). Na minha opinião, esta afirmação não é inteiramente negativa, apesar de João também ter acrescentado "pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus" (João 12:43).

A verdade é que a semente que o Senhor plantou por meio de Sua vida sem pecado, Sua mensagem poderosa e Seus muitos sinais milagrosos acabariam dando frutos. Aqueles que tinham crido nEle, como Nicodemos e José de Arimatéia, despertariam de seu medo, reconhecendo-O abertamente após a Sua morte, e muitos mais fariam o mesmo depois da Sua ressurreição. Era apenas uma questão de tempo, o tempo de Deus!

Este é um lembrete importante para todos nós que não devemos medir o sucesso no ministério de Deus com base em resultados imediatos. Devemos confiar firmemente no poder vivo da semente do evangelho e crer que o nosso trabalho no Senhor não será em vão. Se permanecermos fiéis à nossa comissão, será uma questão de tempo para nós também, o tempo de Deus, até que a semente que plantamos dê frutos para a causa do Reino de Deus.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 13:1–17

Nos capítulos 13-17, o apóstolo João nos convida a participar do jantar no "Cenáculo" na noite em que Jesus foi traído, para ouvirmos estas últimas palavras ditas por nosso Senhor aos Seus amados discípulos.

(1) O versículo 1 talvez sirva como uma introdução a tudo o que aconteceu naquela noite no "Cenáculo". Isso sem dúvida inclui o ato inesperado de Jesus de lavar os pés dos discípulos:

a. O que o ato de lavar os pés dos discípulos tem a ver com mostrar-lhes “a plena extensão” de Seu amor? (A versão original em grego tende a enfatizar a frase "até o fim".)

(2) Podemos supor que eles já tinham celebrado as duas refeições pascais anteriores em algum lugar onde o anfitrião tinha providenciado tudo, inclusive os criados; no entanto, é óbvio que desta vez eles estão reunidos num lugar secreto onde não há criados. Os versos 13:3-4 são uma declaração de "causa e efeito":

a. Qual é a causa?

b. Qual é o efeito?

c. Como estão relacionados entre si?

(3) Por que Pedro se recusou a deixar Jesus lavar os seus pés?

(4) Por que ele mudou de ideia?

(5) Não há dúvida de que lavar o corpo inteiro não simboliza a mesma coisa que lavar os pés. Se lavar o corpo inteiro simboliza a salvação (algo que torna a pessoa participante de Jesus), o que simboliza lavar os pés (neste contexto imediato)?

(6) Portanto, qual foi o significado do ato de Jesus de lavar os pés dos discípulos?

(7) Jesus pediu a seus discípulos que seguissem Seu exemplo: "para que vocês façam como lhes fiz".

a. Por que Jesus mencionou Sua posição de autoridade como "Senhor" e Sua posição de respeito como "Mestre"?

b. Quais são, então, as implicações de Seu exemplo?

c. Como devemos "fazer o mesmo"?

(8) Qual é o aspecto mais difícil de seguir este exemplo de Jesus?

(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Lavar os pés um do outro

Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros (NVI-PT). (João 13:14)

Já compartilhei com vocês o que testemunhei numa conferência em que o “líder” procurou demonstrar seu desejo de seguir o exemplo de Jesus de lavar os pés dos outros. No entanto, quando ele tentou lavar os pés de "um pequeno", esse líder percebeu que não havia toalha. Frustrado, ele gritou para o seu assistente: "Onde está a toalha?"

O exemplo que Jesus deu ao lavar os pés dos discípulos de fato tem significados muito ricos e profundos, os quais eu suspeito que nunca poderemos esgotar, assim como nunca poderemos compreender totalmente a “extensão total do Seu amor” (João 13:1).  No entanto, deixe-me compartilhar algumas reflexões que são baseadas no que João intencionalmente salientou com relação a este incidente:

(1) João menciona a traição de Judas antes de nos contar sobre essa ação inesperada de Jesus (13:2). Quando lembramos que a traição de Judas foi profetizada no Antigo Testamento, percebemos que a ação de Jesus de lavar os pés de Seus discípulos, inclusive (obviamente) os de Judas, realmente expressou a profundidade de Seu amor. Seu desejo era que Judas também fizesse parte dEle. Isto talvez tenha sido Seu último esforço para chamar Judas ao arrependimento.

(2) João também enfatiza que esta ação foi motivada pelo fato de que "Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder, e que viera de Deus e estava voltando para Deus" (13:3). Na verdade, Jesus tem autoridade para salvar a Sua vida e para dar a Sua vida (10:18). Embora Ele tenha escolhido a segunda opção, Ele sabia muito bem que Sua morte não era a última palavra, mas que Ele venceria o pecado e a morte e voltaria para o Pai, ressuscitando dos mortos. Portanto, Seu ato de lavar os pés dos discípulos mostra que Sua morte iminente por crucificação não é uma derrota vergonhosa que aconteceu devido à Sua impotência, mas uma vitória gloriosa sobre o pecado por meio de Seu sangue.

(3) Além disso, ao pedir que os discípulos fizessem o mesmo, Jesus intencionalmente os lembra que Ele é o seu Senhor e o Mestre (13:14). Eu acho que o Senhor não está pedindo que lavem os pés um do outro literalmente, antes Ele deseja que sigam o Seu exemplo. Como seu Senhor, Seu poder e autoridade sobre eles são absolutos; como seu Mestre, Ele exige deles o mais alto respeito como seu Rabino. Apesar disso, ao amá-los ao máximo, Ele renuncia à Sua autoridade absoluta e ignora a sua posição de respeito, assumindo o papel de escravo. Não, Ele não faz isso a fim de servir a outros escravos; ao lavar os pés de Seus discípulos, Ele inverte completamente os papéis. Os escravos lavam os próprios pés, mas lavam os pés do seu senhor. Portanto, o que realmente fazemos quando seguimos o Seu exemplo não é lavar os pés de outros escravos como nós; antes, os consideraremos como nossos senhores, colocando-nos sob a sua autoridade; consideramo-los dignos do nosso maior respeito.

Portanto, pelo que eu entendo, o ato de lavar os pés representa a mais alta expressão de amor, o amor que demonstramos até para com os nossos inimigos; significa perdoar como nós fomos perdoados pelo sangue de Cristo e servir aos outros em Cristo, não como outros escravos como nós, mas como senhores que têm autoridade sobre nós, e como mestres que são dignos de maior respeito do que nós.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 13:18–30

(1) Você consegue se lembrar de alguns traidores sobre os quais tem lido em romances, ou talvez que até conheceu na vida real?

(2) Como você os compararia a Judas?

(3) O que fez com que o pecado de Judas fosse tão horrível e angustiante para Jesus (v. 21)?

(4) Uma vez que Satanás foi quem entrou no coração de Judas (v. 27), quem foi o culpado de trair Jesus? Judas podia dizer: "O diabo me obrigou a fazer isso"? Por que ou por que não?

(5) Por que era tão difícil para os discípulos imaginar que aquele que trairia Jesus seria Judas, mesmo depois de ouvir estas palavras da boca de Jesus?

(6) Em que sentido podemos ser parecidos com Judas?

(7) Considere cuidadosamente os versículos 13:18-20:

a. Quando os discípulos finalmente testemunharam a traição de Judas, como ela os afetou pessoalmente?

b. Como o fato de Jesus ter predito essa traição ajudaria a fortalecer sua fé?

c. Como isso afetaria sua futura missão (como enviados de Jesus)?

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Mensageiros gloriosos de Cristo

Estou lhes dizendo antes que aconteça, a fim de que, quando acontecer, vocês creiam que Eu Sou (NVI-PT). (João 13:19)

Fico muito perplexo com o fato de que, mesmo depois de ter ouvido as palavras explícitas de Jesus sobre Judas e ter visto Judas pegar o pão molhado que Jesus lhe passou, os outros discípulos ainda não conseguiram entender "por que Jesus lhe disse isso" (Jo. 13:28).

Não acho que foi porque os discípulos eram tolos, mas porque seu relacionamento pessoal com Judas tinha cegado os seus olhos.

Todos os doze tinham feito sacrifícios significativos, deixando tudo para seguir Jesus (Marcos 10:28). Todos teriam enfrentado as críticas de suas famílias e colegas; mas apesar disso, eles perseveraram em seguir Jesus por cerca de três anos, um período de tempo importante. Mesmo que eles ainda não entendessem completamente tudo o que Jesus lhes havia ensinado e ainda não compreendessem Sua verdadeira identidade, eles tinham feito uma promessa, comprometendo-se a segui-Lo até a morte. Do ponto de vista deles, eles já haviam passado o ponto de "não retorno" ao entrar em Jerusalém plenamente cientes das intenções assassinas dos judeus. Pelo menos isso foi o que eles pensaram! Nessa altura, a possibilidade de que um deles fosse um traidor era impensável!

Por que, então, Jesus lhes diria de antemão que havia um traidor entre eles? Cerca de 60 anos após esses eventos, o apóstolo João nos dá as seguintes razões:

(1) Ele o fez para que, nas palavras de Jesus, "vocês creiam que Eu Sou" (v.19), quer dizer, que Ele é o mensageiro de Deus. Os discípulos não entendiam que Judas O trairia, nem mesmo depois de ouvir essas palavras de Jesus; portanto, quando essa traição realmente aconteceu, eles naturalmente perguntariam se sua traição também havia pegado Jesus de surpresa. Mas com essa predição, “quando ocorrer a tragédia, os onze não deveriam pensar que Jesus tivesse sido enganado por Judas, ou que Ele fosse a vítima indefesa do traidor e dos judeus. Eles não deveriam tirar conclusões negativas baseadas no aparente sucesso do traidor, questionando assim a divindade de Jesus, e Seu poder e conhecimento divinos” (Lenski, 934).

(2) Jesus também disse que “Quem receber aquele que eu enviar, estará me recebendo; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou": Esta declaração tem grandes implicações para a missão que eles estavam prestes a empreender sem a presença de Jesus. Assim como Jesus não foi aceito por todos, e até mesmo foi traído por um de seus companheiros mais próximos, eles não deveriam ficar surpresos ao receberem o mesmo tratamento. No entanto, assim como Jesus, eles não seriam vítimas indefesas da rejeição dos outros, mas gloriosos mensageiros enviados por Ele, assim como Ele havia sido enviado pelo Pai. Nas palavras de Lenski: "Deixe Judas fazer o que ele quiser; isso não afeterá a obra poderosa de Jesus e daquele que o enviou" (Lenski, 937).

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 13:31–38

(1) Como o Filho glorificará o Pai?

(2) Como o Pai glorificará o Filho?

(3) A que se refere a expressão "em breve" (v. 32)?

(4) O que significa a palavra "glorificar"?

(5) Por que Jesus nesse momento chamou os discípulos de “filhinhos” (v. 33)?

(6) Por que Ele teria dado esse tipo de mandamento precisamente naquele momento (é o último mandamento que Ele deu antes de morrer)?

(7) Era realmente um novo mandamento? Se não, por que Ele disse que era novo?

(8) Qual é a base deste mandamento?

(9) O que significa a frase "como eu os amei"?

(10) O que acontecerá se não obedecermos a esse mandamento?

(11) Você consegue deduzir o que Pedro entendeu sobre o lugar para onde Jesus iria? (v. 37)

a. Se Jesus se referia à cruz, os discípulos também podiam ir? Por que ou por que não?

b. Se Jesus se referia ao Pai, por que os discípulos não podiam ir?

(12) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O novo mandamento de amar

Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; que, assim como eu vos amei, vós também vos ameis uns aos outros” (ARC). (João 13:34)

Tecnicamente, o mandamento de amar não é novo; a Lei de Moisés diz claramente: "Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas ame cada um o seu próximo como a si mesmo" (Lv. 19:18). Porém:

(1) O Povo de Deus nunca foi capaz de guardar este mandamento, cuja obediência devia basear-se no seu amor a Deus; portanto, ele abrange mais do que amor ao próximo, e inclui também os inimigos (Mt. 5:44). A verdade é que eles ainda não tinham um relacionamento com Deus como "filhos de seu Pai que está nos céus" (Mt 5:45).

(2) Agora é diferente; Pela primeira vez, Jesus chama seus discípulos de “filhinhos” (Jo 13:33), uma vez que agora eles pertencem a Cristo e são capazes de amar.

(3) Além disso, eles agora são testemunhas do amor encarnado de Deus, o qual culminou no Seu sacrifício na cruz por todos os pecadores.

O melhor comentário sobre este novo mandamento é aquele fornecido pelo próprio apóstolo João em sua reflexão sobre este “novo” mandamento:

Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros ...  Ele nos deu este mandamento” (NVI-PT). (1 Jo 4:7-11, 21)

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 14:1–14

Jesus continua falando sobre o lugar para onde Ele iria:

(1) Por que o coração dos discípulos ficou perturbado quando ouviram Jesus falar sobre esse lugar para onde Ele estava indo?

(2) Jesus fez o seguinte pedido aos discípulos: “credes em Deus, crede também em mim" (v.1):

a. Você faz uma distinção entre confiar em Deus e confiar em Jesus? Por quê?

b. Por que, então, Jesus teve que dizer isso aos discípulos?

(3) Todos nós sabemos que o céu é um lugar maravilhoso. Que imagem Jesus usou para descrever o céu aos discípulos? Por quê?

(4) Que processo (ou método) Jesus usaria para preparar o lugar para onde Ele levaria todos os Seus discípulos?

(5) Depois de ouvir a referência explícita à "casa de meu Pai", por que Tomé ainda insistia que eles não sabiam para onde Jesus estava indo, nem o caminho que os levaria até lá? Qual era o seu problema?

(6) Jesus falou somente sobre o "caminho" que leva à Casa do Pai?

(7) Por que Ele mencionou a "verdade" e a "vida"?

(8) O que significa exatamente esta declaração surpreendente no versículo 6?

(9) Por que Filipe disse que lhes bastaria se Jesus lhes mostrasse o Pai? Diante disso, por que, na opinião dos discípulos, ter visto a Jesus não era suficiente?

(10) Os versículos 14:7-10 contêm algumas das declarações mais claras sobre o relacionamento que existe entre Jesus e o Pai. Escreva o significado ou as implicações de cada uma das seguintes afirmações:

a. “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai” (ARC). (14:7)

b. “Quem me vê a mim vê o Pai” (14:9).

c. "Eu estou no Pai e ... o Pai está em mim" (14:10a).

d. "As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras" (14:10b).

(11) Como as declarações acima confirmam o conceito bíblico da Trindade?

(12) Quais são as coisas ainda maiores que farão aqueles que acreditarem em Jesus? Em que sentido elas são ainda maiores?

(13) Por que Jesus enfatizou que devemos pedir em Seu nome?

(14) O que significa pedir em Seu nome, e quais são os resultados prometidos? (vv. 13-14)

(15) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um reino celestial

Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar (ARC). (João 14:2)

É bastante surpreendente ler que Tomé tenha insistido em dizer: "Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho?" (João 14:5). Jesus lhes tinha dito claramente que Ele estava indo para a casa de Seu Pai; seria compreensível se Tomé tivesse perguntado somente sobre o caminho, mas é muito preocupante ler que ele perguntou para onde Jesus ia. No entanto, isso talvez seja um reflexo da perspectiva totalmente "terrestre" de Tomé com relação ao reino de Deus, a qual não é muito diferente daquela que os liberais tem atualmente, a saber, um reino de Deus que é somente terrestre. Até mesmo alguns evangélicos, ao pensarem sobre o reino de Deus, pensam apenas em termos terrenos, embora admitam que também pode ser eterno. Estas palavras de Lenski descrevem o "Tomés" do nosso tempo:

“Em nossos esforços para analisar o que estava passando pela mente de Tomé, podemos dizer que ele sabia que Jesus voltaria para Seu Pai no céu e que esse retorno significava a morte de Jesus, com o resultado de que os discípulos seriam deixados para trás. Lembramos que em 11:16 ele mencionou que estava disposto a morrer com Jesus. No entanto, seu problema não era que ele era incapaz de conceber como uma descida à morte poderia ser uma ascensão ao Pai no céu. Tomé não acreditava no conceito de 'um reino dos mortos' ... como aquele que algumas interpretações modernas atribuem aos antigos judeus (devido à sua interpretação incorreta das palavras sheol e hades) e também tentam incorporar à doutrina cristã. A mancha escura que estava na mente de Tomé era o fato de ele não poder conceber a missão e a obra de Jesus além dos limites da morte. Para ele, a missão de Jesus era estabelecer um reino nesta terra (Atos 1:6). Como, então, Ele poderia recolher-se para o céu ... e como poderia haver um caminho para este reino que passaria pelo céu? Por causa disso, Tomé fica desanimado, como uma pessoa que está perdido no escuro; ele suspira profundamente e diz a Jesus: "Você acha que sabemos, mas na realidade tudo isso sobre a Sua partida e Sua afirmação de que nós conhecemos o caminho nos parece escuro."
(Lenski, 976-977).

Se pensarmos apenas em termos de um reino de Deus nesta terra, escureceremos não só as nossas próprias mentes, mas também as mentes daqueles que buscamos conduzir ao reino de Deus.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 14:15–24

À primeira vista, o versículo 15 parece estranho e fora de lugar, mas a ideia que ele expressa é repetida no versículo 21, funcionando assim como um recurso literário conhecido como uma inclusão; o tema que ele apresenta é desenvolvido em mais detalhes diante da questão colocada por Judas:

14:16-17—Jesus nos apresenta ao Espírito Santo

(1) Uma vez que o Espírito Santo é "outro Consolador (intercessor)", quem é o primeiro?

(2) Normalmente, qual é o papel de um intercessor?

(3) Nesse sentido, como o Espírito Santo é o nosso intercessor?

(4) De acordo com os vv. 16-17, como a maneira que o Espírito Santo opera agora é diferente da maneira como ele operava nos tempos do Velho Testamento?

(5) Por que Ele é chamado o Espírito da verdade?

(6) Por que o mundo não pode aceitar o Espírito Santo?

14:18-21—O retorno de Jesus ao Pai é para o nosso bem

(7) O que é um órfão?

(8) À luz de Sua partida iminente, como é que não seremos deixados órfãos quando estivermos sem Ele?

a. Quando Ele voltará?

b. Antes do Seu retorno, quem morará em nós?

c. O que Ele quer dizer com a afirmação: "porque eu vivo, e vós vivereis"?

d. "Naquele dia" deve ser uma referência ao dia da ressurreição de Cristo dos mortos:

  1. O que significa a promessa em v. 21?
  2. Você já percebeu essa realidade?

e. Qual é a promessa adicional que Ele faz àqueles que O amam? (v. 21b)

f. O que significa a frase "me manifestarei a ele"?

g. Qual é a marca daqueles que O amam? (vv. 15 e 21)

(9) Portanto, qual é a mensagem principal desta inclusão (vv. 15-21)?

(10) Qual é a implicação da pergunta de Judas no v. 22? (O mundo realmente acreditaria se Deus se revelasse a ele?)

(11) Qual é a essência da resposta que Jesus dá a Judas? (O que Jesus realmente quis dizer quando disse que Deus se revelará a nós?)

(12) De acordo com esta curta passagem, quem realmente habita nos crentes, fazendo a sua morada neles?

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Mais do que um intercessor!

Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (ARC). (João 14:15-16)

Diversas palavras têm sido usadas para traduzir a palavra grega "parakletos", entre as quais estão "Conselheiro", "Consolador", "Ajudante" e Intercessor"; sem dúvida, o Espírito Santo desempenha todas essas funções. No entanto, em seu sentido estrito, este termo é usado em grego para se referir a uma pessoa que é chamada a defender outra num tribunal. Embora essa pessoa não precise ser necessariamente um advogado, ela deve ser alguém que represente o acusado a fim de defender a sua causa perante o juiz. É nesse sentido que o Senhor Jesus chama o Espírito Santo de Espírito da Verdade, uma vez que muitos representantes legais que defendem os acusados perante o tribunal o fazem independentemente de qual seja a verdade. Mas o Espírito Santo não.

Embora o sentido estrito do termo “parakletosse refira à sua função como Advogado, as outras traduções, tomadas em conjunto, nos dão uma imagem mais completa das funções do Espírito Santo.

Como nosso Advogado, o Espírito Santo de Deus necessariamente nos convence da nossa culpa com relação ao pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), levando-nos assim ao arrependimento.

Como nosso Conselheiro, o Espírito da Verdade nos guia aos ensinamentos de Deus e nos lembra de tudo o que o Senhor disse (João 16:13; 14:26).

Como nosso Ajudador, o Espírito Santo “nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (NVI-PT). (Rom. 8:26)

No entanto, o mundo não pode aceitar o Espírito Santo, uma vez que Seu ministério é principalmente para os discípulos: Ele é o Espírito que nos dá um novo nascimento em Jesus Cristo pela fé (João 3:5); é Ele quem nos permite gritar: "Aba, Pai!" (Rom. 8:15) ; é Ele quem nos dá testemunho de que somos filhos de Deus, garantindo a nossa redenção (Rm. 8:16; Ef. 1:14); também é Ele que vive conosco para sempre (João 14:16).

Você não acha que devemos ser gratos e louvar ao Deus Pai, ao Filho e ao Espírito Santo?

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
João 14:25–31

14:25-26—Neste trecho, Jesus compara a obra do Espírito Santo com o Seu ministério terrestre:

(1) Qual a importância das palavras que Jesus lhes tinha falado ao longo de todos esses anos? (vide João 5:24; 8:51; 12:47-48)

(2) Até que ponto os discípulos e o povo tinham compreendido as Suas palavras? (vide João 8:27; 10:26; 12:16)

(3) Que papel importante o Espírito Santo desempenha a esse respeito?

(4) Portanto, qual deve ser nossa atitude ao tentar estudar e compreender as palavras de Deus?

14:27-31—Jesus nos deixa Sua paz

(5) Quão importante foi promessa de paz para os discípulos naquela época? (14:1, 27)

(6) Por que Jesus se refere à paz que Ele nos deixa como "minha paz"?

(7) Jesus diz, "Não vo-la dou como o mundo a dá": Que diferença há entre a maneira como Ele dá a paz e a maneira como o mundo a dá?

(8) Por que os discípulos deveriam estar contentes com a partida de Jesus? O que isso tem a ver com amar Jesus?

(9) O que significa a declaração "o Pai é maior do que eu"? (vide a Reflexão Meditativa de hoje)

(10) Como a vinda do príncipe deste mundo nos leva a entender que Jesus amava o Pai e fazia exatamente o que Seu Pai lhe mandava? (vide 1 João 5:19 sobre a vinda do príncipe deste mundo)

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Jesus não é um Deus inferior

"Se me amásseis, certamente, exultaríeis por ter dito: vou para o Pai, porque o Pai é maior do que eu" (ARC). (João 14:28)

Embora João 14:28 pareça levantar muitas objeções contra a doutrina da Trindade, os comentários de Calvino sobre esta passagem são, em minha opinião, muito precisos e úteis:

“Esta passagem tem sido deturpada de várias maneiras. Os arianos, a fim de provar que Cristo é uma espécie de Deus inferior, argumentaram que Ele é menos que o Pai. Os Padres Ortodoxos, numa tentativa de remover qualquer base para tal calúnia, disseram que isso se refere à Sua natureza humana; no entanto, assim como os arianos abusaram perversamente desse testemunho, a resposta dada pelos Padres à sua objeção não foi correta nem apropriada, uma vez que nesta passagem Cristo não fala nem de Sua natureza humana nem de Sua divindade eterna; antes, por causa da nossa fraqueza, Ele se coloca entre Deus e nós. Uma vez que não nos foi concedido alcançar as alturas de Deus, Cristo desceu até nós para levá-nos a elas. Vocês deviam estar contentes, diz Ele, porque eu volto para o Pai, uma vez que este é o objeto final que vocês devem almejar. Com essas palavras, Ele não procura explicar em que aspecto a Sua pessoa é diferente da do Pai, mas a razão pela qual Ele desceu até nós, a saber, para nos unir a Deus; porque até chegarmos a esse ponto, estaremos, por assim dizer, no meio do caminho. E se o Cristo que imaginamos não nos conduz a Deus, Ele é somente um meio Cristo ou um Cristo mutilado.

“Há uma passagem semelhante nos escritos de Paulo onde ele diz que Cristo entregará o reino a Deus seu Pai, para que Deus seja tudo em todos, (1 Coríntios XV. 24). Cristo, com certeza, reina, não só na natureza humana, mas porque Ele é Deus manifestado na carne. Como, então, Ele deixará de lado o reino? É porque a Divindade, a qual neste momento é contemplada somente no rosto de Cristo, será naquele tempo abertamente visível nEle. O único ponto de diferença é que Paulo, em sua passagem, descreve a mais alta perfeição da radiância Divina, cujos raios começaram a brilhar a partir do momento em que Cristo ascendeu ao céu. Para esclarecer esta questão, devemos usar uma expressão ainda mais simples: nesta passagem, Cristo não faz uma simples comparação da divindade do Pai com a Sua, nem da Sua própria natureza humana com a essência divina do Pai, mas antes, entre Seu estado atual e a glória celestial, na qual Ele em breve seria recebido. É como se Ele tivesse dito: 'Vocês querem me reter no mundo, mas é melhor que eu suba ao céu'. Portanto, aprendamos a contemplar o Cristo humilhado na carne, para que Ele nos conduza à fonte da bendita imortalidade; Ele não foi designado para ser nosso guia, ou simplesmente para nos elevar à esfera da lua ou do sol, mas para nos fazer um com o Deus Pai”.
(Comentários de Calvino, Vol. XVII, 102-3)