Nesta semana terminaremos o nosso estudo do Evangelho de João.
A expressão "Dia da Preparação" tinha se convertido num termo técnico para se referir à "Preparação para o Sábado", quer dizer, sexta-feira; de acordo com a lei judaica, era proibido deixar o cadáver de um criminoso executado "no madeiro durante a noite" (Deuteronômio 21:23). Por isso, devia ser enterrado no mesmo dia. (NICNT, John, 722)
(1) Como o pedido dos judeus para remover os cadáveres das cruzes revela sua dupla moral com relação ao seu desejo de não profanar sua terra?
(2)
Presume-se que a prática de quebrar as pernas dos crucificados era para apressar a sua morte, impossibilitando a respiração; a efusão de
sangue e água do corpo de Jesus parece mostrar também que Ele já estava
morto. Qual a importância dos seguintes detalhes?
a. O fato de que as pernas de Jesus não foram quebradas (vide Salmos 34:20; Êxodo 12:46; Números 9:12 sobre as regras da Páscoa)
b. A perfuração do lado de Cristo (vide Zacarias 12:10)
(3) Este incidente, pelo menos na forma em que ele é narrado aqui, aparece somente no Evangelho de João. Com base na explicação de João em João 19:35-36, quais foram seus motivos para incluí-lo em seu relato?
(4) Ler esta história fortalece sua fé? Por que ou por que não?
(5) Que risco José e Nicodemos correram quando pediram o corpo de Jesus para lhe dar um enterro digno?
(6) O que os teria levado a fazer isso naquele preciso momento?
(7) Talvez pareça excessivo o uso de 75 libras de especiarias para embalsamar o corpo (embora essa quantidade seja apropriada para o sepultamento de um rei, vide 2 Crônicas 16:14). Como você compararia este embalsamamento de Jesus quando Ele já estava morto com a unção de Maria em João 12:1 e ss. quando Ele ainda estava vivo?
(8) O jumentinho que Jesus usou para entrar em Jerusalém nunca fora montado por ninguém (Marcos 11:2), e neste trecho Ele é sepultado num sepulcro que ninguém jamais havia usado. Você acha que essas são meras coincidências? Qual poderia ser a mensagem por trás desses detalhes?
(9) Talvez as últimas palavras deste capítulo nos dêem a impressão de que Jesus finalmente descansou. No entanto, quão diferente foi este descanso do descanso da morte de qualquer ser humano?
(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida ?
“Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados” (NVI-PT). (João 19:31)
O costume romano era deixar os corpos dos crucificados na cruz para servir de advertência aos outros; portanto, teria sido bastante incomum remover corpo de Jesus da cruz imediatamente. No entanto, esses judeus eram tão piedosos que não queriam profanar sua terra deixando esses corpos dos homens crucificados pendurados na cruz durante a noite, uma vez que Deuteronômio 21:22-23 claramente ordena que:
"Se um homem culpado de um crime que merece a morte for morto e pendurado num madeiro, não deixem o corpo no madeiro durante a noite. Enterrem-no naquele mesmo dia, porque qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus. Não contaminem a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança” (NVI-PT).
Na opinião desses judeus, esse pecado seria ainda mais sério se eles permitissem que os corpos ficassem pendurados num "sábado especial".
Acontece que a crucificação de Jesus realmente simbolizava que Ele estava sob a maldição de Deus, embora não tenha sido por causa de Seu próprio pecado, mas por causa do pecado do povo. Leon Morris tem razão quando diz: “Embora os judeus não quisessem que sua terra fosse contaminada por esses mortos, eles não estavam preocupados pelo fato de eles mesmos estarem contaminados por seus atos”. (NICNT, John, 723)
Como resultado de sua hipocrisia, as pernas de Jesús quase foram fraturadas, algo que teria anulado as palabras proféticas sobre o Cordeiro de Dios (vide Sal. 34:20; Éxodo 12:46; Núm. 9:12), se não fosse pela intervenção de Deus. Infelizmente, esse tipo de hipocrisia ainda existe hoje, até mesmo dentro da igreja de Deus; portanto, devemos fazer um auto-exame constante, para que não conspiremos inconscientemente com o maligno para destruir a obra de Deus.
(1) Você consegue imaginar o que Maria Madalena e as outras mulheres teriam experimentado durante as duas noites que antecederam esta manhã?
(2) Por que essas mulheres correram para o túmulo sozinhas tão cedo? (vide a Nota abaixo)
(3) Quem era Maria Madalena? (vide Lucas 8:2)
(4) Com base no que Maria disse a Pedro e João, o que ela pensava que tinha acontecido?
(5) Um detalhe bastante incomum é que João escreveu todo o relato no tempo presente (embora as versões em português geralmente traduzam todos os verbos no pretérito perfeito). Você consegue imaginar por que ele teria feito isso?
(6) João descreve que o lenço do enterro estava "dobrado à parte". Qual poderia ser a importância desse detalhe?
(7) Pedro e João correram para ver o que tinha acontecido. Eles viram e acreditaram nas palavras das mulheres, mas não acreditavam que Cristo havia ressuscitado. Por quê? Jesus não tinha falado muitas vezes sobre a Sua ressurreição? Qual pode ter sido a razão?
a. Era simplesmente porque seus espíritos estavam muito abalados?
b. Era porque eles se sentiram completamente traídos por Jesus?
c. Era porque eles se sentiram culpados devido à sua própria traição a Jesus?
d. Era porque eles estavam com muito medo dos judeus (20:19)?
e. Era porque eles eram muito "lentos de coração" (Lucas 24:25)?
f. Era porque a noção de uma ressurreição era incrível demais?
(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida ?
Nota:
- Cedo de manhã, as mulheres foram ao sepulcro de Jesus para ungir Seu corpo. (Marcos 16:2-3 e Lucas 24:1)
- As três mulheres eram María Magdalena, María (mãe de Santiago) e Salomé, seguidas de outras mulheres. (Marcos 16:1 e Lucas 24:10)
- As três mulheres descobriram que um anjo já tinha rolado a pedra. (Mt 28:2)
- Maria Magdalena correu para avisar Pedro e João, os quais correram em direção ao sepulcro. (João 20:2-4)
- Um pouco depois, Maria (a mãe de Tiago), Salomé e as outras mulheres foram ao sepulcro, entraram e viram anjos que lhes asseguraram que Jesus havia ressuscitado. Elas correram cheias de alegria e de medo para informar os discípulos. (Mateus 28:8)
- Pedro e João chegaram e viram o sepulcro vazio, sem entender o que havia acontecido; depois eles foram embora. (Jo. 20:4-10)
- Maria Magdalena voltou ao sepulcro (chegando depois de Pedro e João) e ficou lá chorando; foi então que Jesus se revelou a ela. (João 20:11-18)
- Quando as outras mulheres voltaram para contar tudo aos discípulos, Jesus apareceu a elas. (Mt 28:9-10)
“Depois o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, também entrou. Ele viu e creu. 9 (Eles ainda não haviam compreendido que, conforme a Escritura, era necessário que Jesus ressuscitasse dos mortos” (NVI-PT). (João 20:8-9)
Embora os quatro relatos do evangelho forneçam diversos detalhes sobre os eventos daquela manhã no domingo da Páscoa, os relatos estão longe de ser contraditórios; pelo contrário, eles se complementam, e muitos estudiosos têm desenvolvido cronogramas que mostram a seqüência aproximada de eventos nesta primeira Páscoa (vide a Nota na Reflexão sobre as Escrituras), mostrando que é possível conciliar as histórias do Evangelho.
Certos eruditos salientam que alguns dos eventos daquela manhã "não podem ser explicados"; no entanto, isso não significa que esses relatos não sejam verdadeiros. Na verdade, todos os quatro relatos do Evangelho afirmam como evidência sólida da ressurreição de Jesus Cristo o fato de o sepucro ter estado vazio. Deve-se notar também que João, em particular, escreveu a maioria do capítulo vinte (até o versículo 29) no tempo presente; Em minha opinião, essa foi sua maneira de enfatizar que estava escrevendo seu relato na qualidade de testemunha ocular. Ele de fato ouviu com os próprios ouvidos, viu com os próprios olhos e apalpou com as próprias mãos o Senhor ressuscitado, a Palavra da vida (1 João 1:1).
Essa foi a resposta que João deu a todos aqueles críticos de sua época (e também da nossa) que procuravam negar a ressurreição corporal de Jesus.
(1) Por que os dois discípulos decidiram voltar para casa?
(2) Por que Maria Madalena decidiu ficar sozinha no sepulcro?
(3) Em sua opinião, por que os anjos estavam lá? Para que estavam lá?
(4) Por que, em vez de simplesmente contar a Maria o que tinha acontecido, os anjos lhe perguntaram por que ela estava chorando? A resposta não era óbvia?
(5) Que palavra Maria usou para se referir a Jesus no versículo 13?
(6) Por que ela não reconheceu que o homem com quem estava falando era Jesus?
(7) Por que Jesus também decidiu fazer-lhe uma pergunta em vez de lhe contar o que havia acontecido?
(8) O que ela queria fazer com Jesus?
(9) O que Jesus pediu que Maria dissesse aos discípulos? Quão importantes são as Suas palavras?
(10) Do ponto de vista estratégico, qual teria sido mais importante - aparecer primeiro aos discípulos ou a Maria? Por que, então, o Senhor escolheu aparecer primeiro a Maria?
(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Jesus lhe disse, 'Maria!' Então, voltando-se para ele, Maria exclamou em aramaico: 'Rabôni!' (que significa 'Mestre!')" (NVI-PT). (João 20:16)
De todos os eventos narrados nos quatro relatos do Evangelho, o que mais me emociona é o encontro de Maria Madalena com Jesus.
Embora João tenha mencionado somente Maria Madalena em seu relato do Evangelho, os Evangelhos Sinópticos deixam claro que ela tinha ido ao túmulo junto com as outras mulheres (Marcos 16:1 e Lucas 24:10). O relatório que ela deu a Pedro e João é evidência disso, uma vez que ela diz: “não sabemos onde o colocaram” (Jo 20:2; itálico acrescentado).
No entanto, João a destaca em seu relato por uma razão muito específica. Foi ela que correu para informar João e Pedro sobre o sepulcro vazio, e foi ela que depois disso foi deixada sozinha no sepulcro.
Suas ações são uma evidência de sua coragem e seu amor pelo Senhor, e como recompensa ela recebeu o privilégio de ser (provavelmente) a primeira pessoa a ver o Senhor Ressuscitado naquela manhã.
Existem vários detalhes do relato de João sobre Maria que vale a pena ressaltar:
(1) Depois de João e Pedro irem embora (sem procurar consolá-la ou ajudá-la), Maria foi deixada sozinha, chorando fora do sepulcro. Lenski comenta que a palavra usada aqui denota um "choro desenfreado". A morte de Jesus já havia sido traumática o suficiente para ela, e agora até o Seu corpo estava perdido. Talvez a única coisa que ela quisesse era ver o corpo de Jesus mais uma vez; e agora até isso lhe fora negado!
(2) Ela não demonstrou espanto ou medo, nem mesmo quando viu os anjos, e é impossível não nos perguntar por quê. Lutero nos dá a seguinte perspectiva: “Nenhum homem é tão corajoso que não ficaria assustado se, de repente, visse um anjo; e ela era uma mulher! No entanto, ela estava andando de um lado para o outro, de modo que não via, nem ouvia, nem indagava sobre nada; seu coração estava inteiramente em outro lugar." Aliás, seu coração focava somente uma coisa — Jesus!
(3) No entanto, quando Jesus lhe apareceu, ela não pôde reconhecê-Lo. A dor era tão profunda que, na verdade, ela nem estava olhando para Jesus. Embora inicialmente os anjos e Jesus a tivessem chamado de "mulher", o Senhor logo a chamou de "Maria"; ela imediatamente reconheceu essa saudação familiar do Senhor — tão amorosa e terna. E ela também respondeu ao Senhor com a sua habitual saudação afetuosa e terna, dizendo "Rabboni!".
Francamente, do ponto de vista estratégico, teria sido muito mais importante para o Senhor aparecer aos onze discípulos, os quais seriam comissionados para serem Suas testemunhas. No entanto, Ele escolheu aparecer primeiro a Maria Madalena. Isso me lembra duas palavras do Senhor:
“Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados; pois ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama” (NVI-PT). (Lucas 7:47)
Não,
não estou tentando dizer que Maria Madalena era a prostituta da casa de Simão; no entanto, a experiência que ela tivera de ter sete demônios expulsos dela pelo Senhor foi sinal de um perdão
tão grande que suscitou um amor ainda maior por Ele (Lc 8:2). A outra palavra é esta:
“Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele" (NVI-PT). (João 14:21)
De fato, o Senhor, por ser fiel à Sua promessa, é obrigado a se revelar àqueles que O amam, e com certeza o amor que Maria Madalena tinha por Jesus era tão maior que o dos outros que Ele não suportava a ideia de ela estar chorando de forma desnecessária, mesmo que fosse por um só segundo. Por isso, Ele Se revelou a ela o mais rápido possível, antes mesmo de voltar ao Pai (João 20:17)!
(1) Você consegue imaginar sobre o que os discípulos estariam discutido antes da aparição de Jesus e depois do relato das mulheres e do de Pedro e João?
(2) Uma vez que Jesus lhes disse pelo menos duas vezes: "Paz seja com vocês", podemos supor que essa não era Sua saudação habitual. Quão importantes foram essas palavras para os discípulos naquele momento, e o que poderia ter significado para eles ter visto Jesus no meio deles, apesar de as portas estarem fechadas?
(3) Quão importante foi para Jesus mostrar-lhes “as marcas dos pregos nas suas mãos” e a ferida no Seu lado?
(4) Elas eram marcas de derrota ou de vitória?
(5) Reflita sobre as seguintes coisas que Jesus fez em Sua primeira aparição a todos os discípulos, todas as quais foram feitas no contexto da comissão que receberiam:
a. O que significa a frase "Assim como o Pai me enviou, eu os envio"? Isso se refere ao "quê", ao "como" ou ao "por quê"?
b. Quão importante é o fato de os discípulos receberem o Espírito Santo (especialmente à luz de sua comissão)?
c. No versículo 23, parece que a comissão é ligada ao "perdão". Cual a ligação entre essa duas coisas?
d. De acordo com tudo o que as Escrituras ensinam, qual é a base do perdão? (vide 1 João 1:9)
(6) Qual pode ter sido a razão pela qual Tomé não havia estado com os discípulos na semana anterior? Por que ele se recusou a acreditar no testemunho coletivo de tantos discípulos? Qual pode ter sido o seu raciocínio?
(7) Você acha que Tomé acabou colocando os dedos nas mãos e no lado de Jesus? Por que ou por que não?
(8) Como você teria respondido se fosse Tomé? Por que ele disse: "Senhor meu e Deus meu"? O que ele quis dizer com essas palavras?
(9) Por que são abençoados aqueles que creem sem terem visto? Em que sentido eles são abençoados? Você é um deles?
(10) Com estas palavras, João tira uma conclusão de seu relato do Evangelho:
a. Qual foi o seu propósito ao escrever o Evangelho de João?
b. Você acha que o Evangelho de João tem cumprido o seu propósito? Por que ou por que não?
(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas ele lhes disse, 'Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei' ” (NVI-PT). ( João 20:25)
Embora Tomé seja retratado com frequência como o discípulo que teve menos fé que os outros dez, e embora ele seja conhecido como "o discípulo que duvidou", eu não acho que ele necessariamente teve menos fé do que os outros dez discípulos ou, nesse sentido, do que você e eu.
Os onze discípulos ficaram com medo e se esconderam após a crucificação de Jesus, pensando que talvez eles fossem os próximos. Não acho exagero afirmar que, alem do medo que experimentaram, sua fé em Cristo foi abalada, se não destruída. Pense nisto:
- Eles tinham dedicado três anos de suas vidas para seguir Jesus; em suas próprias palavras, eles tinham deixado tudo para segui-Lo (Mt 19:27) — agora, com Sua morte covarde, o sonho messiânico deles estava destroçado, e eles mesmos tinham se tornado alvos da zombaria de seus amigos e entes queridos.
- Apesar de todas as vezes que Jesus os tinha advertido sobre o Seu sofrimento e predito Sua ressurreição, o sofrimento de Jesus, especialmente Sua crucificação, simplesmente não se enquadrava com a pessoa do Messias, muito menos a do Filho de Deus. Portanto, eles ficaram totalmente confusos.
- Eles realmente amavam o Senhor — o fato de Ele ter sido preso, recebido um julgamento irregular, sido espancado, cuspido e, finalmente, cravado na cruz — tudo isso foi horrível demais para eles. Seus corações estavam destroçados.
O resultado foi que apesar de eles terem ouvido as palavras das mulheres sobre o sepulcro vazio, as quais foram confirmadas por João e Pedro, sua dor, sua perplexidade e seus sonhos despedaçados (sem mencionar a possível sensação de terem sido traídos por Jesus) — tudo isso os impediu de considerar a possibilidade de que Jesus realmente tivesse ressuscitado, assim como Ele havia dito!
Se Jesus não tivesse aparecido no meio deles na noite daquele primeiro domingo, eles não teriam
acreditado em nenhum relato sobre a Sua ressurreição. Talvez o fato de Tomé não
ter se escondido com eles naquela primeira noite seja um sinal de que ele tinha
renunciado ao Senhor e a si mesmo, decidindo se separar dos outros
discípulos. Nesse caso, ele provavelmente teria rido das palavras desses dez que afirmavam ter visto Jesus. Talvez tenha pensado que (na
melhor das hipóteses) eles tinham visto um fantasma, e por isso zombou
deles, dizendo:
"Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei”. (Jo. 20:25)
Na verdade, o que admiro dele é sua honestidade. Ao mesmo tempo, também admiro seu arrependimento instantâneo. Eu acho que ele não ousou tocar as marcas do Senhor com os dedos. Só foi necessária a aparição do Senhor para que seu arrependimento fosse completo e total, levando-o a dizer: "Senhor meu e Deus meu!" (João 20:28).
De acordo com as tradições da igreja, Tomé foi quem levou o evangelho à Índia, onde ele morreu como mártir.
João salientou que esta foi a terceira aparição de Jesus aos discípulos (v. 14). Parece que essa aparição específica ocorreu no contexto do mandamento de Jesus em Mateus 28:7, 10 e Marcos 14:28.
(1) Somente sete dos discípulos são mencionados aqui; onde estariam os outros?
(2) Simão disse: "Vou pescar". Com essas palavras, ele quis dizer que ia pescar por diversão, para matar o tempo enquanto espera por Jesus ou que ele estava tentando voltar à sua profissão anterior? (Observe que ele aparentemente estava usando redes para pescar um grande número de peixes, e não para pescar de forma recreativa.)
(3) Quão parecida foi toda esta cena com a de Lucas 5? Isso foi por acaso?
(4) Uma vez que eles não reconheceram Jesus ou Sua voz, o que foi que fez com que João O reconhecesse de repente e dissesse: “É o Senhor” ?
(5) Apesar de Pedro ter se lançado ao mar, quando ele e os outros seis discípulos chegaram à praia, ninguém ousava falar com Jesus. Por que? Você acha que eles olharam diretamente para Jesus? Por que ou por que não?
(6) Por que Jesus escolheu repetir o mesmo milagre de Lucas 5?
(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida ?
“Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio” (NVI-PT). (Apocalipse 2:4-5)
Ao concluir seu relato do Evangelho, João o encerra deliberadamente com um relato sobre sua pesca no mar de Tiberíades. Eu acho que esta história teria sido muito significativa para o próprio João.
Embora o Senhor já tivesse aparecido a eles duas vezes (de acordo com 21:14, esta seria a terceira vez) e embora pareça que eles já tinham se recuperado de sua descrença, um sentimento de fracasso deve ter persistido entre eles. Todos eles (não só Pedro) tinham prometido morrer com Jesus e não O repudiar (Mateus 26:35). Mas depois, no momento de Sua prisão, todos eles (não só Pedro), O abandonaram (Mateus 26:56). Além disso, eles o fizeram no pior momento possível, no momento em que Jesus mais precisava deles, no momento de Sua prisão.
O Senhor sabia que o que eles precisavam antes de tudo para que fossem totalmente restaurados a Ele era restaurar seu "primeiro amor" por Ele. Pelo menos para Pedro e os dois filhos de Zebedeu, esse primeiro amor tinha surgido no momento em que eles decidiram deixar seu barco, sua pesca abundante e sua família (vide Lucas 5).
Por isso, o Senhor decidiu recriar a mesma cena:
- Estavam no mar de Tiberíades (ou Genesaré).
- Tinham pescado a noite inteira sem sucesso, sem pegar nada.
- Assim que ouviram as palavras de Jesus, lançaram as redes do outro lado do barco.
- O resultado foi que eles pegaram muitos peixes!
Talvez tenha sido certo sentimento de "déjà vu" que fez João clamar: "É o Senhor" e que fez Pedro se lançar ao mar, uma vez que tinha servido como um poderoso lembrete de sua determinação de amar e seguir o Senhor. Portanto, a posterior repetição de Seu chamado a Pedro, dizendo “Siga-me” (21:19) foi, com certeza, dirigida não só a Pedro, mas a todos!
De fato, não importa até onde pensemos que já caímos em desgraça; O Senhor nos pede que “lembremos” e reconheçamos nosso “primeiro amor” por Ele. Ele também nos repete a mesma instrução: “Siga-me”.
(1) À luz do contexto acima, qual é a interpretação mais provável do que Jesus quis dizer com a frase "mais do que estes"? Você consegue pensar em duas possibilidades?
(2) Em João 1:42, Jesus mudou deliberadamente o nome de Simão para Pedro. Por que Ele escolheu chamá-lo de Simão ao fazer-lhe estas três perguntas? Qual poderia ser a mensagem nisso?
(3) Independentemente da língua em que Jesus pronunciou estas palavras, é claro que João, inspirado pelo Espírito Santo, decidiu usar aqui o seguinte trocadilho com a palavra "amor":
a. Primeira pergunta: "Você me ama (agape)?"
Resposta do Pedro: "Te amo (fileo)".b. Segunda pergunta: "Você realmente me ama (agape)?"
Resposta do Pedro: "Te amo (fileo) ".c. Terceira pergunta: Aqui, Jesus usa outro verbo, "Você me ama (fileo)?".
Resposta do Pedro: "Te amo (fileo)".
Embora os estudiosos modernos procurem minimizar o contraste que resulta do uso de duas palavras diferentes ("agape", o tipo de amor de Deus, e "fileo", uma afeto pessoal), há neles um trocadilho inconfundível (vide o artigo Reflexão Meditativa de hoje). O que esse detalhe lhe ensina, tanto sobre Jesus quanto sobre Pedro?
(4) Por que Jesus respondeu às respostas de Pedro colocando a ênfase na alimentação ou cuidado de Suas ovelhas?
(5) Por que Jesus se importava tanto se Pedro o amava ou não? Por que queria saber especificamente se ele O amava com amor “agape”?
(6) Se o Senhor lhe fizesse a mesma pergunta hoje, qual seria a sua resposta?
(7) Embora Jesus tenha respondido às respostas de Pedro com a instrução de apascentar as Suas ovelhas, o que você acha que Ele espera de você hoje?
(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida ?
“Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro, 'Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?' Disse ele, 'Sim, Senhor, tu sabes que te amo' ” (NVI-PT). (João 21:15)
Apesar
de um dos meus queridos professores uma vez ter comentado: “É absurdo alargar-se sobre os diferentes significados das palavras usadas para o amor neste diálogo que ocorreu entre
Jesus e Pedro, uma vez que ambos estavam falando em aramaico”, e apesar de certo erudito
do Novo Testamento também me ter dito diretamente que "a erudição
moderna já havia rejeitado a noção de que há alguma diferença entre as duas palavras
(quer dizer, entre agape e fileo)", acho que as palavras de Lenski ainda são válidas, e acredito
sinceramente que o uso que João deu a estas palavras não foi acidental, mas
inspirado:
“Jesus faz a pergunta, 'ἀγαπᾷς με' (Você me ama?); e Pedro responde: 'φιλῶ σε'. Até hoje, e apesar das informações de longa data sobre essas duas palavras, alguns invertem os seus significados, dizendo que ἀγαπᾷv se refere à forma mais baixa do amor (o equivalente do nosso verbo "gostar") ao passo que φιλειv se refere à forma mais elevada . Assim, eles confundem as verdadeiras idéias, uma vez que pensam que ἀγαπᾷv se refere apenas ao amor por um benfeitor, enquanto φιλειv se refere ao amor pela própria pessoa. Os comentaristas mais antigos pensam que não há nenhuma diferença entre os dois verbos. Não se deve recorrer ao aramaico. Embora Jesus tenha usado essa língua neste diálogo, a narrativa foi registrada em grego. O aramaico pode ou não ter dois verbos que são os equivalentes exatos daqueles que são usados em grego; Cada língua possui os seus próprios recursos, além do uso de verbos isolados, para indicar as diferenças entre as noções que se deseja transmitir, como aquelas que ao longo deste trecho são apontadas com muita clareza (v. 15-17). O verbo ἀγαπᾷv se refere ao amor que vem da inteligência, da razão e do entendimento, junto com seu propósito pretendido; Por isso, a ideia que ele transmite excede em muito o outro tipo de amor. Quanto ao verbo φιλειν, ele expressa o amor que provém de um simples afeto ou gosto pessoal, o qual pode incluir também as paixões, conforme exige o contexto; não necessariamente inclui nenhuma participação da inteligência ou um propósito elevado; este significado coloca o verbo num plano pouco elevado. Nunca se poderia dizer que Deus φιλει mundo pecador, uma vez que Ele só pode abominar o mundo impuro. Jesus nunca nos pediu que amássemos os nossos inimigos no sentido do verbo φιλειv; Ele mesmo jamais amou seus inimigos dessa maneira. Mas Ele os amou no sentido de ἀγαπᾷv — sim, foi com esse amor que Deus amou o mundo, e com ele podemos amar os nossos inimigos, embora estejamos cientes de tudo o que há de errado com eles, e estendendo-nos para alcançá-los com o poderoso propósito de eliminar esse mal, santificar o mundo e converter os nossos inimigos. Compare o versículo 3:16 e todas as outras passagens neste Evangelho onde é usado qualquer um desses dois verbos. Há somente uns poucos casos em que se pode entender qualquer um desses dois tipos de amor, onde qualquer um desses dois verbos pode ser usado; mas mesmo nesses casos, conserva-se uma grande distinção entre eles: nunca são idênticos."
(Lenski, John, 1418-9)
(1) Por que Jesus disse a Pedro "Siga-me"? Ele não tinha seguido Jesus por três anos? Será que isso significa que ele tinha deixado de segui-Lo? O que realmente tinha acontecido com Pedro?
(2) Ao repetir Seu chamado a Pedro, por que Jesus teve que predizer o futuro de Pedro no v. 18?
(3) Qual foi a resposta imediata de Pedro diante desse segundo chamado? O que esse detalhe lhe ensina sobre Pedro, inclusive nesse momento?
(4) Qual foi a resposta de Jesus diante da reação de Pedro ao seu chamado? Qual foi a ênfase de Jesus?
(5) Reflita sobre esta terceira aparição de Jesus. Em sua opinião, qual foi o principal motivo da terceira aparição de Jesus? Qual foi a sua importância?
(6) Com base nos dois últimos versículos deste evangelho (21: 24-25), escreva com suas próprias palavras as considerações finais de João sobre seu evangelho.
a. Quem foi João? Quão especial foi ele entre os discípulos?
b. Por que ele estava qualificado para escrever este evangelho?
c. Como ele descreveu o conteúdo de seu evangelho?
d. Qual foi o seu propósito ao escrevê-lo? (vide 20:30-31)
(7) Leia João 1:1-14 novamente, fazendo um resumo dos pontos principais do testemunho de João.
(8) Você acha que ele apresentou seu testemunho com poder suficiente para fundamentar todos os seus argumentos?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida ?
“Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as registrou. Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (NVI-PT). (João 21:24)
“Existem diferenças óbvias e surpreendentes entre o Evangelho de João e os Evangelhos Sinópticos (Mt., Mc. e Lc.). Algumas dessas diferenças são as seguintes:
• João não inclui nenhuma parábola narrativa, nenhum relato da transfiguração, nenhum registro da Ceia do Senhor, nenhuma menção da tentação de Jesus e nenhuma menção de que Jesus tenha expulsando demônios.
• João inclui muito conteúdo que não faz parte da tradição sinótica, como registros de conversas prolongadas (como aquelas que Jesus teve com Nicodemos e a mulher samaritana junto com os discípulos) e milagres importantes (por exemplo, a transformação de água em vinho e a ressurreição de Lázaro).
• João documenta um extenso ministério de Jesus na Judéia que inclui várias visitas a Jerusalém, ao passo que os Evangelhos Sinópticos focam o Seu ministério na Galiléia.
• Certos aspectos da apresentação de João também apresentam dificuldades cronológicas com relação à nossa compreensão das ações de Jesus no templo (João 2) e a seqüência precisa dos eventos que ocorreram durante a Semana Santa.
• Talvez as diferenças estilísticas mais significativas e notáveis sejam aquelas que surgem entre o Jesus de João, que de forma poetica discorre sobre a questões de luz, vida, testemunho e verdade, e o Jesus Sinótico, que argumenta de forma enérgica e consistente sobre o Reino de Deus.
"Tomadas em conjunto, essas diferenças têm dado origem a especulações sobre a confiabilidade histórica deste documento como um testemunho sobre Jesus (20:31). No entanto, existem razões importantes para acreditar que o Evangelho de João é um registro histórico fiel:
• Qualquer tentativa de determinar a confiabilidade do Evangelho de João, deve levar em conta o próprio testemunho de João sobre o caráter do seu projeto literário. De todos os evangelistas, somente João inclui uma declaração explícita de seu propósito (vide 20:30-31). Essa declaração de propósito reflete a intenção do escritor de fornecer relatos selecionados do ministério de Jesus, com o objetivo de persuadir o leitor de que Jesus de Nazaré é de fato o Messias prometido. O apóstolo sabia muito bem que Jesus tinha feito muitas outras coisas, e até incluiu o seguinte comentário no final de seu relato do Evangelho: “Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos” (21:25). Portanto, o próprio João reconhece a existência de muitas das supostas omissões; portanto, elas não devem ser tomados como evidência contra sua historicidade.
• Nenhum outro evangelho menciona o tema da verdade com tanta freqüência quanto o de João. Ele usou uma série de sinais e um desfile de testemunhas para reforçar a tese principal de sua obra. A confiabilidade dessas testemunhas, incluindo a declaração explícita de João de ter sido uma testemunha ocular (19:35), é parte integrante de seu propósito e deve servir de lembrete ao leitor de que a precisão era muito importante para este apóstolo e autor.
• Essa preocupação em deixar um relato preciso fica evidente no registro preciso dos números (2:20; 21:11), na tradução de alguns termos estrangeiros (1:38, 41; 20:16 ) e nas descrições precisas de pessoas, lugares e costumes (2:6; 4:20; 5:2; 19:40).
• Uma leitura atenta do Evangelho de João revela que ele tém vários pontos em comum com os Evangelhos Sinópticos, tanto em seus temas gerais quanto nos detalhes específicos.
"Os leitores modernos de João devem evitar tanto o exagero de aparentes contradições quanto o esforço excessivo para harmonizar o Evangelho de João com os outros
Evangelhos. João conseguiu cumprir com sucesso o seu objetivo declarado, a saber, apresentar
um testemunho eloquente, preciso e persuasivo de que Jesus é de fato o Messias, o Filho de Deus (20:31)."
(Archaeological Study Bible, p. 1761)