Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 13:4–12

Atos 13:4 marca o início da primeira viagem missionária de Paulo. Eu sugiro que você consulte os mapas das viagens de Paulo encontrados nas últimas páginas de sua Bíblia:

(1) Quão importante é fato de que ambos foram "enviados pelo Espírito Santo"? Quais são as implicações disso? Devemos concluir que João Marcos também foi enviado pelo Espírito Santo? Como ajudante ele precisava ser enviado pelo Espírito Santo?

(2) Parece que a partir desse momento, a estratégia que Paulo adotou foi iniciar o seu ministério nas sinagogas dos judeus. Ele fez isso apenas por considerações práticas, ou havia também outros motivos?

(3) O cargo de procônsul era equivalente ao de governador, como o cargo que teve Pilatos. Nesta etapa da propagação do evangelho, quão importante era o fato de um governador romano ter se convertido?

(4) Embora o nome do mágico fosse Barjesus (cujo significado é filho de Josué ou do Salvador), Paulo o chamou de "filho do diabo". Quais podem ter sido as razões pelas quais ele se opôs a Paulo e tentou impedir o procônsul de crer no evangelho? Ele era pior do que havia sido Paulo (isto é, Saulo) antes de sua conversão?

(5) Ao ler sobre o milagre que Paulo realizou no Bar-Jesus, você lembrou de outro evento parecido com esse?

(6) Qual foi o resultado desse outro milagre?

(7) Você percebeu que os papéis de Paulo e Barnabé parecem ter se intercambiado? Quem é o líder da equipe agora? Como você se sentiria se fosse Barnabé?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
O poder do ensino da Palavra

A conversão do procônsul Sérgio Paulo nos lembra do poder do evangelho. Não me refiro ao poder que Paulo demonstrou quando cegou o mágico Bar-Jesus, mas ao fato de que o procônsul creu porque estava "maravilhado da doutrina do Senhor" (Atos 13:12).

Os sinais milagrosos nos impressionam demais. É certo que um milagre surpreendente ocorreu quando o Espírito Santo operou poderosamente por meio de Paulo quando este disse ao mágico que imediatamente viria "sobre ele [Barjesus] névoa e escuridão" (13:11). Este milagre lembra a sua própria experiência na estrada de Damasco. No entanto, se os milagres pudessem converter as pessoas por sí só, leríamos também sobre a conversão instantânea desse mágico. Mas isso não aconteceu. O que lemos em vez disso é que o procônsul creu, embora isso não fosse realmente o resultado do milagre, mas da "doutrina do Senhor".

Já me deparei com pessoas que experimentaram milagre após milagre em suas vidas; cada vez que um milagre acontece, eles o atribuem publicamente ao Senhor. No entanto, apesar de tudo o que tais pessoas experimentam, eu não percebo nenhuma conversão verdadeira em suas vidas. Não há sinais de um verdadeiro arrependimento. Acho que a razão principal disso é que eles nunca foram realmente convencidos pelo ensino sobre o Senhor.

Se uma pessoa não for convencida pelo Espírito Santo, por meio da Palavra de Deus, de sua culpa e "do pecado, e da justiça, e do juízo" (João 16:8), nem mesmo uma quantidade infinita de milagres será suficiente para realmente levá-lo ao arrependimento e a uma conversão autêntica .

Por outro lado, se seguirmos o exemplo de Paulo, ensinando o evangelho de Jesus Cristo, e nada mais, quer seja ou não acompanhado de milagres, o Espírito Santo pode fazer com que o coração das pessoas se arrependa de acordo com Sua vontade.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 13:13–43

(1) Qual foi a atitude de Pablo com relação à decisão de João Marcos de abandonar a equipe (vide 15:38)? Quais podem ter sido as razões de sua decisão?

(2) Neste trecho, Lucas nos preserva um sermão bastante detalhado, sendo este o primeiro sermão registrado de Paulo. Embora ainda seja apenas um resumo, ele nos dá a impressão de que o argumentação é mais refinada do que a de Pedro. Estudemos seu sermão e reflitamos sobre os seguintes elementos:

a. Vv. 16-20: os primeiros 450 anos de Israel como povo de Deus; observe os verbos que Paulo usa nestes versículos.

b. Vv. 21-22: Deus deu ao povo juízes, profetas e reis, culminando em Davi, o rei segundo o coração de Deus (um rei que o povo respeitava).

c. Vv. 23-25: Jesus é o Salvador, um descendente de Davi sobre quem João Batista (o profeta que eles respeitavam) deu testemunho.

d. V. 26: Paulo apresenta a mensagem de salvação.

e. Vv. 27-29: Os judeus crucificaram Jesus, cumprindo com suas ações a palavra de Deus.

f. Vv. 30-32: Deus ressuscitou Jesus dos mortos; havia muitas testemunhas oculares que ainda estavam vivas.

g. Vv. 33-37: Paulo usa os Salmos para comprovar a ressurreição de Jesus e mostrar quem Ele é.

h. Vv. 38-39: As boas novas, não a Lei, são o que nos oferece perdão e justificação.

i. Vv. 40-41: Paulo adverte contra a incredulidade.

Imagine que você fosse um judeu devoto. Como você reagiria diante desta mensagem? Quais dos elementos deste sermão o teriam impressionado mais?

(Tente comparar este sermão com os de Pedro nos capítulos 2 e 3. Quais são algumas características distintivas do sermão de Paulo?)

(3) Como você descreveria a resposta dos ouvintes?

(4) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
Conheça a sua audiência

Embora acreditemos firmemente que a Palavra de Deus tem “poder”, também aprendemos dos apóstolos, especialmente de Paulo, que precisamos conhecer a nossa audiência a fim de apresentar-lhe o evangelho de forma eficaz.

Quando Paulo proclamou o sermão registrado em Atos 13, ele sabia perfeitamente quem eram seus ouvintes—"Varões israelitas e os [gentios] que temeis a Deus".  Quando escutaram essas palavras, seus ouvintes souberam que o que Paulo tinha a dizer era diretamente relevante para eles.

Observamos que Paulo, ao apresentar o evangelho, teve o cuidado de mencionar números específicos, como os quarenta anos no deserto (13:18), a destruição das sete nações (13:19), o período de 450 anos antes de eles realmente receberam a Terra Prometida (13:20) e o reinado de quarenta anos de Saul (13:21). O propósito de Paulo ao incluir esses números não era enfatizar as suas implicações espirituais, mas enfatizar para os gentios que a Palavra de Deus, tal como aparece no Antigo Testamento, é um fato histórico que se pode verificar, não uma invenção da imaginação dos homens (como a mitologia grega).

Em seguida, dirigindo-se aos judeus, Paulo demonstrou poderosamente quem é Jesus — Ele é o Messias que foi profetizado claramente ao longo de todas as Escrituras. Jesus cumpriu as seguintes profecias:

- Por nascimento, Ele era descendente de Davi (13:23).

- Seu ministério foi confirmado pelo testemunho de João Batista, um homem por quem eles tinham muito respeito (13:25).

- Sua morte cumpriu o que já havia sido escrito sobre Ele (13:29).

- Sua ressurreição foi confirmada pelo testemunho de muitos que O tinham visto vivo (13:31).

O resultado deste sermão foi muito encorajador, uma vez que

"muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos seguiram Paulo e Barnabé, os quais, falando-lhes, os exortavam a que permanecessem na graça de Deus" (ARC). (13:43)

É claro que acreditamos que Paulo foi inspirado pelo Espírito Santo para pregar este sermão tão poderoso; no entanto, tenho certeza de que Paulo, além de esperar no Senhor, também foi diligente em sua preparação.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 13:44–52

(1) Por que os mesmos judeus que no sábado anterior tinham se comportado de forma tão cortês agora se voltaram contra Paulo e seus companheiros? Qual seria a raiz do seu problema?

(2) Como você pode explicar a aceitação do evangelho por parte de tantos gentios, mas não por parte dos judeus?

(3) Lucas comenta que "creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna". Uma vez que esta expressão é a mesma palavra de Deus, como ela pode lhe ajudar a entender o que aconteceu na Antioquia da Pisídia? À luz disso, como você deve entender a sua própria conversão?

(4) Apesar de que Paulo e seus companheiros foram perseguidos e expulsos da cidade, como os discípulos locais reagiram a tudo o que tinha acontecido? Por quê?

(5) Lucas menciona que a oposição usou "mulheres religiosas e honestas". Por que Lucas mencionou o papel dessas mulheres neste contexto?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
Ordenado para a salvação

Estou bem ciente de que não poderei resolver neste artigo o mistério (ou a polêmica) que existe em torno da "eleição" (Isso seria impossível, mesmo se eu escrevesse um livro inteiro sobre o assunto). Uma vez que a "simples leitura" da Bíblia, a qual inclui Atos 13:48 ("creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna") parece apontar para o conhecimento prévio, se não a determinação, de Deus com respeito à salvação, a pergunta que fazem os cristãos que se importam com a obra missionária é esta: "Por que, então, devemos procurar compartilhar o evangelho, uma vez que Deus já predeterminou quem será salvo?"

Uma coisa que tem me ajudado é o que Dr. J. Vernon McGee disse em seu ministério Através da Bíblia. Ele (que acreditava na predestinação) comparou aqueles que são "ordenados para a vida eterna" com pessoas que usam faixas amarelas que só Deus consegue ver, e nós não. Portanto, nossa responsabilidade é compartilhar o evangelho com todos aqueles que Deus tem trazido para nossas vidas. Quando compartilharmos diligentemente o evangelho com essas pessoas, aqueles com a faixa amarela responderão com fé. Nossa responsabilidade não é descobrir quais deles têm as faixas amarelas antes de compartilhar o evangelho com eles. Deus quer que sejamos fiéis em compartilhá-lo com todos, independentemente da resposta delas.

Talvez seja por isso que Paulo diz o seguinte:

para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente, cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida para vida. E, para essas coisas, quem é idôneo” (ARC) (2 Cor.2:15-16).

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 14:1–18

(1) Com base nos primeiros 7 versículos, como você resumiria o ministério de Paulo e seus companheiros para os habitantes de Icônio?

a. Quão eficaz foi seu ministério, e até onde chegou o seu impacto?

b. O que o Senhor fez para confirmar as suas mensagens?

c. Que tipo de perseguição eles enfrentaram?

d. Qual foi o resultado dessa perseguição?

(2) Até agora já vimos como seu ministério chegou a Pafos de Chipre, Antioquia da Pisídia e Icônio. Reserve um tempo para identificar o padrão que surge em sua obra missionária. O que você pode aprender desse padrão?

(3) Lucas diz que o homem coxo de Listra "tinha fé para ser curado" (14:9). A cura sempre depende da fé de quem é curado, ou de quem cura? (O que devemos pensar sobre o coxo que Pedro curou no capítulo 3, ou sobre os dez leprosos que Jesus curou em Lucas 17:11-19?) Que verdade você pode deduzir a respeito das curas?

(4) Se você fosse Paulo ou Barnabé, como você teria reagido ao ser erroneamente adorado como um deus pagão? Como você teria aproveitado a oportunidade para redirecionar a atenção deles para Jesus?

(5) Qual foi a reação imediata de Paulo e Barnabé? Eles redirecionaram a atenção dessas pessoas para Jesus? Por que ou por que não?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
Usurpar a glória de Deus

Em Atos 14, Paulo e Barnabé curaram um coxo e foram confundidos com Zeus e Hermes. Eu acredito que você e eu teríamos feito exatamente a mesma coisa que Paulo e Barnabé se fôssemos tratados como deuses pelo simples razão de sermos capazes de fazer milagres. Nós não ousaríamos ocupar o lugar de Deus de forma tão descarada. No entanto, receio que haja situações em que fazemos isso de uma forma mais sutil.

Talvez você já tenha experimentado algo parecido a isso: Talvez, depois de pregar um sermão poderoso ou conduzir um estudo bíblico com muita perspicácia você tenha recebido um sincero agradecimento ou até mesmo um elogio. Logo, talvez nesse momento, ou naquela noite na cama, você tenha continuado reproduzindo em sua mente o "filme" de sua pregação ou estudo bíblico.

Ou em outra ocasião em você esteve consciente de que Deus o havia usado muito (talvez por meio de um sermão, um estudo bíblico ou uma aula de escola dominical), talvez por alguma razão ninguém tenha vindo agradecê-lo, ou ninguém tenha se importado o suficiente para mencioná-lo. Talvez por um tempo, em vez de reproduzir em sua mente os momentos de seu ministério, você tenha tentado induzir as pessoas a comentarem sobre o seu esforço: "O que você achou do meu sermão ou da minha aula?"

Mas a mesma coisa pode acontecer mesmo quando você está consciente de ter feito um trabalho muito ruim em seu sermão ou estudo. Talvez você tenha se sentido tão mal que nem queria pensar mais sobre ele. Mas mesmo assim, talvez você tenha tentado induzir as pessoas a falarem sobre ele, esperando ouvir algo como: “Ei, muito obrigado por ter mencionado esse ponto. Ajudou muito". Talvez você tenha encontrado conforto nisso, mesmo sabendo que o comentário não foi sincero.

Todos esses exemplos revelam quão egocêntricos somos. Embora seja verdade que não ousamos ocupar o lugar de Deus, inconscientemente queremos receber algum crédito por aquilo que é inteiramente a obra do Espírito Santo.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 14:19–28

(1) Como os judeus conseguiram convencer a multidão tão facilmente? A multidão não tinha ficado impressionada com a cura milagrosa por Barnabé e Paulo do homem coxo? O que realmente aconteceu?

(2) Quão severo foi o espancamento de Paulo?

(3) Depois de terem deixado Listra e ido a Derbe, Paulo e Barnabé concluíram seu ministério de alcançar essas regiões, e em seguida retornaram às cidades que haviam visitado e evangelizado primeiro. Os vv. 21-23 descrevem sua obra de "seguimento" nessas igrejas. O que implica essa obra, e o que podemos aprender deles com relação à obra missionária de “dar seguimento” aos novos cristãos?

(4) Depois voltaram para a igreja enviadora em Antioquia, onde apresentaram um relatório sobre primeira viagem missionária. Embora Lucas registre apenas um breve resumo do seu relatório, talvez seja útil imaginar que você fosse um missionário na viagem de Paulo Barnabé e escrever um relatório de uma página para a congregação em nome deles. Pense no que o seu relatório incluiria.

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje?

Reflexão meditativa
Em nada ponho minha fé senão na graça de Jesus

É bastante chocante ver a rapidez com que os homens de Listra mudaram de atitude. Quando testemunharam a cura do coxo através de Paulo, eles não perderam tempo em adorar Paulo e Barnabé como Zeus e Hermes. Eles nem mesmo acreditaram nas palavras dos dois homens de Deus quando rasgaram suas roupas e fugiram, dizendo que não eram deuses. A Bíblia diz, “Dizendo isto, com dificuldade impediram que as multidões lhes sacrificassem" (ARC). (Atos 14:18)

No entanto, com a chegada de certos judeus de Antioquia e Icônio, as multidões foram tão facilmente convencidas a se voltarem contra Paulo que o apedrejaram, quase até a morte. Não é de surpreender que a Bíblia diz, "Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos" (NVI-PT) (João 2:24).

Hoje, eu o convido a refletir sobre a letra deste famoso hino escrito por Edward Mote, A minha Fé e o meu Amor, cujas últimas duas estrofes foram escritas para uma certa irmã moribunda cujo sobrenome era King, que o autor tinha visitado no mesmo dia antes de escrever o hino.

Coro
A minha fé e o meu amor
Estão firmados no Senhor;
Estão firmados no Senhor.

1
Em nada ponho minha fé
Senão na graça de Jesus,
No sacrifício remidor,
No sangue do bom Redentor.

2
Se não Lhe posso a face ver,
Eu mesmo assim não vou temer;
Em cada transe a suportar,
Vou sempre nEle confiar.

3
O Seu amor é mui leal,
Abriga-me no temporal;
Ao vir cercar-me a tentação,
É Cristo minha salvação.

4
Assim que o Seu clarim soar
Irei com Ele me encontrar,
E gozarei da redenção
Com todos que no céu estão.

Edward Mote, ca. 1834

https://hinosdaauroradomilenio.wordpress.com/2017/03/17/178-em-nada-ponho-a-minha-fe/

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 15:1–11

Ao chegarmos ao capítulo 15, talvez seja útil recapitular o relato que Lucas registrou até agora sobre a resposta obediente dos primeiros discípulos à Grande Comissão:

Capítulo 1

Jerusalém

Os discípulos permanecem em oração enquanto aguardam o batismo do Espírito Santo.

Capítulo 2

Jerusalém

Com a chegada do batismo do Espírito Santo, mais de 3.000 pessoas se convertem, marcando o início da primeira igreja.

Capítulo 3

Jerusalém

Os apóstolos evangelizam no templo.

Capítulo 4

Jerusalém

Os apóstolos são presos pelos oficiais do templo, mais tarde são postos em liberdade; os discípulos se regozijam e compartilham suas posses e bens com todos os irmãos.

Capítulo 5

Jerusalém

Morre um casal que tentou enganar a igreja; cresce o número de cristãos; cresce também a perseguição.

Capítulo 6

Jerusalém

Surge o primeiro conflito, no contexto do ministério de compaixão para as viúvas; são eleitos os primeiros diáconos.

Capítulo 7

Jerusalém

Estêvão se torna o primeiro mártir.

Capítulo 8

Samaria

Os discípulos (salvo os apóstolos) difundem o evangelho para além de Jerusalém; Filipe converte os samaritanos e um etíope.

Capítulo 9

Damasco

Judeia, Samaria

Conversão de Saulo.
Pedro começa seu ministério de visitar cristãos em outras regiões.

Capítulo 10

Cesareia

Pedro é guiado pelo Espírito Santo para converter a família de um centurião gentio.

Capítulo 11

Jerusalém

Antioquia

Pedro volta a Jerusalém para defender a evangelização dos gentios.
Os gentios continuam se convertendo; Barnabé é enviado para verificar o que estava acontecendo; Saulo o acompanha.
Os crentes são chamados "cristãos" em Antioquia.

Capítulo 12

Jerusalém

Herodes retoma a perseguição dos cristãos; mata Tiago e aprisiona Pedro.

Capítulo 13

Antioquia

O Espírito Santo guia a igreja a enviar Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária às terras dos gentios.

Capítulo 14

Chipre +

Região sul da Ásia Menor

Paulo e Barnabé concluem sua primeira viagem missionária; muitos gentios são convertidos.

(1) Você se lembra qual foi a evidência mais importante de que os gentios de fato estavam sendo salvos? Por que alguns dos cristãos judeus que moravam na Judéia ainda estavam insatisfeitos, apesar dessa evidência? Eles tinham razão? Por que ou por que não?

(2) O que os crentes de Antioquia decidiram fazer quando souberam do debate? Que lição podemos aprender de sua forma de proceder?

(3) É interessante notar que, em Jerusalém, até mesmo alguns dos fariseus tinham se tornado crentes; no entanto, eles continuaram a insistir na obediência à Lei de Moisés, especialmente com relação à circuncisão dos gentios. Você acha que esses fariseus que eram novos discípulos de Jesus deviam ter continuado sendo membros do “partido religioso dos fariseus”? Por que ou por que não?

(4) Tente analisar o ponto de vista de Pedro exposto nos vv. 6-11

a. Por que o testemunho de Pedro devia exercer muita influência?

b. O que Pedro apontou como evidência de que os gentios de fato estavam sendo salvos?

c. Qual foi a acusação de Pedro contra os opositores?

d. De acordo com Pedro, qual é a base da salvação?

(5) Imagine que você fosse um dos crentes que participaram deste primeiro conselho da igreja primitiva. Como você teria se sentido? Feliz ou triste? Por quê?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
Ele poderia ter enviado anjos

Ao chegarmos a Atos 15, o capítulo que marca o fim da primeira viagem missionária de Paulo, descobrimos que ele também marca o ponto médio dos 28 capítulos do livro. Talvez seja útil avaliar o sucesso dos primeiros discípulos ao cumprirem a Grande Comissão de Jesus Cristo.

Se adotarmos o ponto de vista de teólogos como Charles Puskas de que a morte e ressurreição de Jesus ocorreram no ano 33 d.C., a conversão de Paulo no ano 34 d.C. e o final de sua primeira viagem missionária no ano 51 d.C., observaremos que os primeiros 14 capítulos de Atos abrangem um período de aproximadamente 18 anos.

Nesse caso, os apóstolos obviamente teriam começado o seu poderoso ministério em Jerusalém. Eles teriam permanecido na cidade por pouco mais de um ano antes do início da perseguição que obrigou os discípulos (mas não os apóstolos) a sairem e difundirem o evangelho para além de Jerusalém.

Isso significa que durante os três anos seguintes, enquanto Paulo estava no deserto da Arábia, o evangelho se espalhou lentamente para Samaria e Cesaréia, onde Pedro ajudou a converter o centurião italiano. Mesmo assim, parece que o evangelho estava se espalhando principalmente no território da Palestina.

A morte do Rei Herodes no ano 44 d.C. nos dá outro sinal de que as atividades evangelísticas dos apóstolos ainda estavam concentradas nas regiões próximas a Jerusalém.

À luz disso, parece que o esforço intencional para alcançar aqueles que viviam além da Palestina começou com o envio de Paulo e Barnabé pela igreja em Antioquia em 51/52 d.C.

Durante sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé levaram o evangelho à ilha de Chipre, e depois à região sul da Ásia Menor.

Portanto, o mandamento de Jesus de evangelizar até os confins da terra levou pelo menos 18 anos. Por meio da maravilhosa unção do Espírito Santo (Atos 2), com sinais e eventos milagrosos (especialmente Atos 5:12-16), por meio de uma severa perseguição em Jerusalém (Atos 8:1), e por meio da intervenção direta do Espírito Santo (Atos 13:2), os primeiros discípulos conseguiram se mover, levando o evangelho para além de sua própria região e sua própria raça, embora de forma gradual e indiferente.

Deus é muito paciente conosco. Nas palavras de um certo compositor, Deus poderia ter enviado anjos, os quais teriam sido muito mais rápidos e eficientes; no entanto, aqueles que Ele escolheu para realizar Seu importantíssimo plano de salvação somos nós. Por que Ele fez isso? Ele fez isso porque nos ama e confia em nós, e Seu desejo é que sejamos moldados à Sua semelhança, a fim de sermos um povo que realmente ama o mundo, assim como Ele o ama.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 15:12–29

O Novo Testamento não nos dá nenhuma explicação sobre por que Tiago, o irmão de Jesus, parece ocupar a posição de maior autoridade na igreja de Jerusalém. No entanto, sabemos que ele não era um dos Doze. Ele nem cria em Jesus enquanto Ele ainda estava na terra; apesar disso, de repente ele aparece como o líder da primeira igreja (vide Gálatas 2:12). Além disso, é evidente que é ele quem preside este importante primeiro conselho.

(1) Assim como Pedro tinha apresentado o seu argumento, Paulo e Barnabé logo apresentaram o que eles haviam testemunhado, os sinais e maravilhas que foram realizados entre os gentios. Como a congregação reagiu ao seu relatório? Por quê?

(2) Tiago cita Amós 9:11-12. Qual foi a época aproximada em que Amós profetizou? Quão importante foi esta citação para a validação dos relatórios de Pedro e Paulo?

(3) Qual foi a sugestão de Tiago para resolver a disputa?

a. Qual foi o fundamento de sua sugestão?

b. Ele estava fazendo uma concessão?

c. Você concorda com ele?

d. Você teria feito a mesma sugestão, ou teria feito uma sugestão totalmente diferente?

(4) Agora a decisão é apoiada por "toda a igreja" (v.22). O que você pode aprender deste exemplo com relação à resolução de disputas dentro da igreja?

(5) Leia com atenção o conteúdo da carta. Se você fosse um crente gentio, qual teria sido sua reação ao ouvir conteúdo da carta? Por quê?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
O apóstolo Tiago

Por muito tempo depois de minha conversão, me senti muito incômodo com o apóstolo Tiago. Mais tarde descobri que eu não sou o único; até Martinho Lutero também se sentia incômodo com ele. Embora tenha incluído o livro de Tiago em seu cânone, ele (de forma nada elogiosa) o rotulou de "livro de palha". Talvez você concorde comigo depois de ler a maneira como Paulo falou sobre Tiago em sua carta aos Gálatas e os eventos de Atos 15. No entanto, depois de conhecer a pessoa de Tiago um pouco mais, eu comecei a apreciá-lo como um servo fiel do Senhor. Deixe-me citar Ajith Fernando que, por sua vez, cita o que F.F. Bruce disse sobre o apóstolo Tiago em seu comentário sobre Atos 15:

"(Mas podemos encontrar muitas informações) sobre Tiago nos escritos extrabíblicos da época. Ele era respeitado, até mesmo entre os não-cristãos, 'em grande parte devido ao seu estilo de vida ascético e sua participação regular nos cultos de oração no templo, onde ele intercedia pelo povo e sua cidade'. Muitos ficaram profundamente chocados quando ele foi apedrejado até a morte no ano 62 d.C. em Jerusalém. 'Poucos anos depois, alguns atribuíram a calamidade que veio sobre a cidade e seus habitantes à interrupção das orações de intercessão de Tiago'. Bruce diz que a prontidão com que a igreja reconheceu sua liderança se deveu mais ao seu caráter e personalidade exemplar do que ao seu parentesco com o Senhor. Seu papel neste conselho é uma evidência desse caráter".
(Fernando, Atos, 417)

Outra coisa que por muito tempo me incomodou foi a maneira que Tiago escolheu lidar com a controvérsia em Atos 15, especialmente sua admoestação aos cristãos gentios de se absterem "das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação" (15:29). Mas isso foi antes de eu compreender o contexto de sua exortação. Os gentios de sua época estavam rodeados de uma classe de imoralidade que estava intimamente ligada à adoração de ídolos; além disso, grande parte do consumo de alimentos também estava relacionado aos festivais que eram realizados em templos de ídolos. Esta diretriz ajudaria os crentes gentios a se afastarem dessas tentações. E uma vez que Tiago já havia afirmado repetidamente que a salvação é somente por meio da fé em Cristo, era evidente que esses "acréscimos" não têm nada a ver com a salvação, embora tenham ajudado muito a levar a uma reconciliação entre os gentios e os crentes judeus. Quando percebi isso, finalmente entendi que as ações de Santiago foram motivadas pela prudência e pelo amor.