Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 15:30–41

(1) Lucas conclui seu relato do Concílio de Jerusalém sem mencionar os cristãos que pertenciam ao partido religioso dos fariseus. A julgar pelo resultado do Concílio e pela linguagem da carta (vide especialmente o v. 24), qual pode ter sido a reação deles?

(2) Quem foi enviado a Antioquia para entregar a carta (vide v. 22), e qual foi a reação dos cristãos (gentios) que moravam lá ao receberem a carta? Considere uma vez mais o que você pode aprender sobre a resolução dos conflitos que surgem dentro da igreja.

(3) O que levou Paulo a embarcar em sua segunda viagem missionária? O que começou como um ministério bem-intencionado rapidamente degenerou numa divisão feroz:

a. Qual foi o motivo dessa divisão?

b. Quem tinha razão? Quem não tinha razão?

c. Como você acha que Paulo e Barnabé deveriam ter lidado com sua diferença de opinião?

d. Você acha que a igreja tomou partido nessa questão? (vide versículo 40)

e. Em sua última carta antes de seu martírio, Paulo menciona João Marcos mais uma vez (2 Timóteo 4:11). O que esse fato nos ensina?

f. Quais foram os resultados deste conflito? Identifique um aspecto positivo e um aspecto negativo.

g. Você acha que Romanos 8:28 se aplica também neste caso? Por que ou por que não?

(4) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
Até mesmo os bons cristãos brigam

Um aspecto da beleza da Bíblia é sua sinceridade. Conforme foi guiado pelo Espírito Santo, Lucas escolheu não esconder o fato de que estes líderes altamente respeitados na igreja primitiva eram humanos como você e eu. Lucas usou palavras muito fortes para descrever a acalorada disputa que ocorreu entre Paulo e Barnabé sobre se eles deveriam permitir que João Marcos os acompanhasse de novo em sua segunda viagem missionária.

Lucas não nos explicou por que Juan Marcos os abandonou em sua primeira viagem; e neste trecho, ele não nos diz se Paulo ou Barnabé tinha razão. Isso significa que Lucas não tomou partido nesta questão; ele decidiu deixar que o tempo e a história fossem os juízes. Ou melhor, ele deixou que Deus fosse o Juiz de última instância.

Seja qual for o caso, o resultado desta dispusta foi devastador para ambas as partes e para a igreja.

Paulo e Barnabé se separaram. Barnabé seguiu a rota original, voltando para Chipre, sua cidade natal. Paulo escolheu um caminho diferente porque (de acordo com a opinião de muitos estudiosos) ele simplesmente não podia seguir a rota original sem Barnabé. O que ele teria dito às igrejas que ambos tinham ajudado a fundar, e aos crentes que ambos tinham ajudado a converter? O que ele teria dito se alguém perguntasse onde Barnabé estava ou por que Barnabé não tinha vindo junto com ele?

Além disso, qual teria sido o impacto sobre esta igreja missionária em Antioquia? Observe que, desta vez, Lucas registrou somente que eles oraram por Paulo, sem nenhuma menção de uma oração por Barnabé! O que os novos convertidos teriam pensado sobre a discussão acalorada entre os dois? O que eles teriam pensado ao verem seus dois amados líderes se separarem? Que impacto isso teria tido na sua fé em Cristo? Embora Lucas não nos tenha dado as respostas dessas perguntas, não é necessário ser um gigante intelectual para imaginar o impacto devastador que sua separação teria tido na igreja e nos cristãos, tanto os novos quanto os maduros.

Uma vez que não conhecemos nada sobre os detalhes desse incidente, não podemos tomar partido; aliás, nem deveríamos. No entanto, há duas verdades que é impossível não notar:

(1) Por meio das muitas epístolas que Paulo escreveu na última etapa de sua vida, entre as quais encontramos 2 Timóteo 4:11, podemos ver que Paulo não só veio a aceitar João Marcos; o considerou um ajudante muito útil. O tempo de fato cura as feridas, pois com o tempo Paul mudou sua opinião sobre João Marcos, e Juan Marcos não guardou rancor contra Pablo por havê-lo rejeitado inicialmente. Assim, eles nos deixaram um exemplo de reconciliação que devemos imitar.

(2) Além disso, talvez Paulo devesse ter compreendido a lógica de Barnabé ao permitir que João Marcos o acompanhasse. Seu apelido era filho de consolação. Barnabé, quem era fiel ao seu nome, assumiu o risco de aceitar Paulo (que era Saulo) quando ninguém mais em Jerusalém confiava nele. A maneira como ele estava tratando João Marcos é a mesma maneira como ele havia tratado Paulo.

Eu realmente acredito que a maneira como Lucas nos relatou este incidente serve para nos ensinar as seguintes verdades:

(1) Não devemos ficar alarmados quando pessoas que são muito bons cristãos brigam. Afinal, somos todos humanos.

(2) Não tome partido a menos que a disputa esteja ligada a questões fundamentais de doutrina, como a salvação por meio de Cristo somente. Caso contrário, deixe que o tempo cure a ferida.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 16:1–10

(1) Nesta passagem, Lucas apresenta Timóteo pela primeira vez no livro de Atos. O que você pode aprender sobre ele ao comparar o livro de Atos com 1 Coríntios 4:17 e 2 Timóteo 1:5? Quais aspectos de sua pessoa mais impressionam você?

(2) Acabamos de ler (no capítulo anterior) sobre a controvérsia que surgiu em torno do tema da circuncisão, mas neste trecho vemos que Paulo escolheu circuncidar Timóteo. Isso não violava o seu próprio princípio (especialmente à luz de seus ensinos em Gálatas 5:2-6)?

(3) Leia 1 Coríntios 9:20-23. Essa passagem ajudou você a entender as ações de Paulo em Listra com respeito a Timóteo?

(4) Quantas vezes encontramos nesta passagem que Paulo foi impedido pelo Espírito Santo? Isso significa que não devemos usar a nossa capacidade mental para fazer planos e desenvolver estratégias? Qual é a mensagem mais importante aqui?

(5) Foi através de uma visão que Paulo e sua equipe finalmente foram guiados a deixar o continente e navegar até a cidade romana mais importante da Macedônia e, mais tarde, para a cidade de Atenas, o centro mais importante da cultura grega. Por que Deus teria usado uma visão para revelar seu plano a Paulo?

(6) Por favor, reflita sobre a sua própria jornada de buscar a direção de Deus para sua vida. O que você pode aprender da experiência de Paulo nesta porção das Escrituras?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
A orientação do Espírito Santo

É interessante ler que até mesmo o apóstolo Paulo precisou da intervenção do Espírito em vários momentos ao longo de sua segunda viagem missionária.

Tenho certeza de que Paulo era muito disciplinado com relação aos hábitos espirituais de orar, esperar e ler a Palavra de Deus constantemente enquanto buscava crescer em seu conhecimento de Deus e Sua vontade, especialmente no que se refere ao cumprimento da comissão que havia recebido do céu. Ele sabia que tinha recebido a missão muito importante de alcançar os gentios, e sua viagem atual era uma parte muito importante dessa missão. Era tão importante que ele não permitiria que nada se interpusesse entre ele e sua missão. Provavelmente foi por isso que ele decidiu com muita prudência quem podia ser membro de sua equipe e não permitiu que Juan Marcos fosse com eles.

É óbvio que Paulo era um estrategista brilhante e tinha grande perspicácia espiritual. Por isso, parece que seu plano era chegar à Ásia Menor, especialmente à cidade de Éfeso, uma cidade muito importante da região. Efetivamente, mais tarde a igreja de Éfeso se tornaria a igreja mais importante da região, uma distinção que manteve durante muitos anos. Mas de acordo com o cronograma de Deus, ainda não era o momento certo para Paulo evangelizar essa cidade. Portanto, embora Paulo tenha reconhecido a importância estratégica dessa cidade, era Deus quem sabia qual era o melhor momento. Foi por isso que o Espírito teve que intervir diretamente nos planos de Paulo para conduzi-lo em outra direção.

Lucas não nos explica como o Espírito revelou Sua orientação a Paulo, mas parece lógico supor que ocorreu durante seu tempo devocional. O Espírito revelou Seu plano não uma, mas duas vezes. Isso nos ensina muito sobre a sensibilidade de Paulo à orientação do Espírito Santo. Embora isso não elimine a necessidade de fazer planos e desenvolver estratégias, ele destaca a necessidade de deixar um espaço onde o Espírito possa substitutir algumas das nossas conclusões espirituais que de outro modo seriam sólidas.

Também é interessante notar que, depois das mudanças que ocorreram nos planos de Paulo devido à sua obediência à orientação do Espírito, foi necessária uma visão especial para que Paulo entendesse não só onde não devia ir, mas também onde devia ir em seguida. Seu próximo destino seria a Macedônia.

Embora eu entenda que muitas vezes admiramos essas maravilhosas experiências espirituais que Paulo teve, seu propósito não era que Paulo "desfrutasse" delas. Elas não eram para o seu próprio benefício. Ocorreram com o único objetivo de ajudar a obra missionária. Muitos daqueles que têm sido obedientes ao chamado de Deus e têm se entregado totalmente ao ministério do evangelho nos contariam que já tiveram experiências semelhantes; no entanto, isso não significa que eles são melhores cristãos, uma vez que essas experiências ocorreram somente devido à urgência e importância da obra do reino de Deus.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 16:11–24

Vale a pena notar que Lucas, ao mencionar a cidade de Trôade, deixa de usar o pronome "eles" na narrativa e começa a usar o pronome "nós"; isso significa que foi nessa cidade que Lucas se juntou à equipe de Paulo. A aparente ausência de qualquer sinagoga nos mostra que o evangelho ainda não tinha chegado aos judeus que moravam nesse lugar. Além disso, entre os poucos que se reuniam para orar, havia uma mulher gentia, Lídia, originalmente de Tiatira na Ásia Menor (Ap 2:18-29).

(1) A que ação Lucas atribuiu a conversão de Lídia? Como ela mostrou que sua conversão tinha sido genuína?

(2) O que gritava a jovem escrava? Por quê?

(3) Uma vez que, de certo modo, ela estava dando testemunho do evangelho ao dizer às pessoas quem eram Paulo e seus companheiros, por que Paulo a impediu?

(4) Imagine que Paulo não tivesse feito isso, e que alguns dos que estavam presentes tivessem crido no evangelho por causa do testemunho da jovem escrava (ou mais precisamente, do espírito maligno). O que essas pessoas poderiam ter pensado sobre a prática da adivinhação?

(5) O que as ação de Paulo de expulsar o espírito demonstrou para as pessoas?

(6) Esta passagem nos dá uma ideia do poder do anti-semitismo nesta cidade romana (o que talvez explique porque não havia sinagoga, e porque os fiéis tinham que se reunir na beira do rio para orar).

Barrett "sugere que Paulo e seus companheiros foram acusados de proselitismo ilícito". (TICC, Atos, II, 790) Se você estivesse num país onde o proselitismo é proibido, você deveria ou não obedecer à lei local? Por quê? O que Paulo teria feito?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
Cristo e Belial (o demônio)

Já me deparei com situações em que monges ou freiras budistas tentaram se aproximar das igrejas cristãs, uma vez que acreditavam que, essencialmente, somos iguais, e de alguma forma todas as religiões levam ao mesmo Deus. Também já observei alguns líderes cristãos que pareciam recebê-los de braços abertos.

O comportamento de Paulo para com a jovem escrava em Atos 16 deveria nos alertar contra esse tipo de entusiasmo incorreto.

Quando pensamos sobre o que aconteceu, à primeira vista pode parecer que a escrava em realidade estava fazendo um grande favor a Paulo e Silas. Ambos eram estrangeiros, e estavam introduzindo uma nova fé nesta cidade pagã. A escrava não só era conhecida na região, ela era muito procurada. Portanto, à primeira vista, parece que não teria prejudicado a causa de Paulo o fato de a escrava (ou melhor, o demônio ou espírito maligno que estava dentro dela) dar testemunho de quem eram Paulo e Silas. Ela estava dizendo ao povo: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo". Além disso, ela parecia dar credibilidade à sua mensagem: (estes) “anunciam o caminho da salvação” (16:17).

Para aqueles ouvintes que veneravam a escrava e seu espírito, não seria difícil dar as boas-vindas a Paulo e Silas e receber sua mensagem por causa do testemunho da escrava. Mas Paulo não queria ter nada a ver com isso. Em nome de Jesus, ele expulsou o espírito maligno da escrava. Talvez alguém se pergunte por que Paulo escolheu fazer isso. Na verdade, a razão não é difícil de entender.

Em 2 Coríntios 6:15, Paulo pregou fortemente contra os jugos desiguais entre os crentes e o mundo; ao fazer isso, ele disse, "Que harmonia entre Cristo e Belial (isto é, o diabo)?".

Ao dar testemunho de quem eram Paulo e Silas e de sua mensagem, o espírito maligno esperava que as pessoas não só cressem na mensagem do evangelho, mas também permanecessem fiéis ao próprio espírito. Em outras palavras, o espírito maligno estava tentando se colocar no mesmo nível de Deus, esperando que as pessoas não considerassem Cristo como o único caminho para a salvação.

Mas Deus não quer ter nada a ver com isso. Não há espaço suficiente para uma coexistência entre Deus e os demônios ou ídolos. Mediante a expulsão do espírito maligno da escrava em nome de Jesus, Paulo mostrou às pessoas que existe um só Deus verdadeiro, e também que existe um só caminho verdadeiro que leva à salvação, a saber, através de Jesus Cristo.

Eu entendo que até os monges budistas precisam escutar o evangelho; no entanto, devemos tomar cuidado para que não sejamos manipulados de tal forma que transmitimos a mensagem errada às pessoas, levando-as a pensar que Cristo e Belial podem coexistir em harmonia.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 16:25–40

(1) O que Paulo e Silas tiveram que enfrentar, segundo o trecho que termina com o versículo 24? Em que situação eles se encontram no versículo 25?

(2) Se você estivesse nas mesmas condições que eles, estaria orando e cantando hinos no meio da noite? Como você pode explicar como Paulo e Silas podiam fazer isso?

(3) Tanto os donos do escravo quanto o carcereiro haviam testemunhado milagres: aqueles a expulsão do espírito e este o romper das cadeias. Em sua opinião, qual desses dois milagres foi o maior?

(4) Qual foi a reação dos donos da escrava? Por quê?

(5) Qual foi a reação do carcereiro? Por quê?

(6) Leia o versículo 31 cuidadosamente e tente entender seu significado. Por que Paulo disse isso?

(7) Qual aspecto da fé do carcereiro o impressionaria mais? Por quê?

(8) Por que Paulo decidiu exercer seus direitos como cidadão romano? Foi motivado pelo desejo egocêntrico de se vingar daqueles que os tinham maltratado, ou foi feito para o bem daqueles que tinham se convertido em cristãos? O que você acha?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
A salvação de uma família inteira

Muitas vezes ficamos perplexos quando tentamos entender o que Paulo e Silas realmente quiseram dizer ao darem a seguinte instrução para o carcereiro, "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa" (NVI-PT). (Atos 16:31)

Com frequência usamos esse versículo para encorajar os outros (e a nós mesmos) com a ideia de que, se nos convertermos em crentes em Cristo, nossa família inteira acabará acreditando em Cristo também e, por conseguinte, será salva. Será que esse é o verdadeiro significado do versículo? É realmente uma promessa que Deus nos deu a fim de que tenhamos confiança de que, algum dia, todos os membros de nossa família virão a Cristo?

De acordo com a simples leitura deste versículo na língua original, parece que ambas as palavras, "creia" e "salvos", são dirigidas à família interia. Isso significa que não é tanto uma garantia da salvação de uma família inteira, mas uma afirmação de que cada membro da família que responder com fé será salvo.

No entanto, as escrituras com frequência nos falam de ocasiões em que o evangelho foi compartilhado e toda a família respondeu com fé em Cristo ao mesmo tempo. Como resultado, toda a família foi salva. Isso é claramente o que aconteceu no caso deste carcereiro, e parece que também aconteceu em Atos 10 com toda a casa de Cornélio.

E em minha própria experiência, tanto como cristão quanto como pastor, tenho visto ocasiões em que, depois de um membro da família se tornar cristão, os outros também vêm a Cristo, um por um, pouco a pouco, até que finalmente todos os membros da família venham a Ele. Tenho visto isso acontecer uma e outra vez na maioria das famílias para as quais tive o privilégio de ministrar. As fervorosas orações daqueles familiares que já eram cristãos foram ouvidas, às vezes depois de muitíssimos anos. Deus de fato é fiel.

Por outro lado, também tenho visto algumas famílias cujos membros cristãos oraram com o mesmo fervor e tentaram por anos alcançar seus membros descrentes com o evangelho. Mas esses membros descrentes acabaram não vindo a Cristo, nem mesmo quando estavam em seu leito de morte. Eu sei que talvez nunca saibamos (até chegarmos ao céu) se esses membros incrédulos aceitaram a Cristo enquanto estavam em coma. Mas eu não ficaria surpreso se alguns deles continuassem a rejeitar a Cristo até o último suspiro.

Minha própria interpretação deste versículo é essa: provavelmente não deve ser considerado como uma promessa de "salvação da família inteira"; no entanto, uma vez que "Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna ”(João 3:16), nossas orações pela salvação dos nossos entes queridos sem dúvida sempre estão de acordo com a Sua vontade. Não há razão para Ele não responder a nossa oração para que o dom do Espírito Santo seja derramado na vida de nossos entes queridos (Lucas 11:13).

No entanto, para que um presente seja nosso, devemos recebê-lo. A decisão final de receber ou rejeitar este maior presente de amor em Jesus Cristo ainda depende de nossos entes queridos; além disso, em última análise, também temos que nos submeter à soberania de Deus.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 17:1–15

(1) Ao lermos sobre estas duas viagens missionárias, com frequência descobrimos que entre os ouvintes nas sinagogas dos judeus havia gregos tementes a Deus. Em sua opinião, que aspectos únicos do Judaísmo (a fé do Antigo Testamento) teria atraído tantos gentios para a fé judaica?

(2) Além disso, por que esses gregos foram mais receptivos ao evangelho do que os próprios judeus?

(3) Parece que, ao longo da viagem missionária de Paulo, a perseguição era um fato esperado. Se você estivesse no seu lugar, teria continuado com essa viagem?

(4) Em 1999 houve um congresso mundial de missiologia no Brasil. Uma das conclusões da conferência foi que a missiologia atual carece de uma teologia do martírio e do sofrimento. O que você acha? Como isso deve transformar a nossa mentalidade sobre a estratégia missionária, tanto no curto quanto no longo prazo?

(5) "Chegando alí (isto é, em Beréia), eles foram à sinagoga judaica" (v. 10). O que esse fato o ensina sobre Paulo e Silas?

(6) O que você pode aprender da atitude dos bereanos a respeito da atitude com a qual você deve ler as Escrituras? Você tem essa atitude hoje?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
A leitura da Palavra de Deus

Como parte da nossa reflexão sobre os bereanos, os quais ao ouvir a mensagem de Paulo examinaram as Escrituras diariamente para ver se o que ele disse era verdade, eu o convido a refletir sobre esta oração bem conhecida de John Wesley e tentar aprender de sua forma de abordar os hábitos de ler e ouvir a Palavra de Deus:

"Então aqui estou, longe dos caminhos movimentadas dos homens. Estou sentado sozinho: só Deus está aqui. Na Sua presença, abro e leio este livro. Faço isso com o seguinte objetivo: encontrar o caminho que leva ao céu. Tenho alguma dúvida sobre o significado do que estou lendo? Há algo que parece estar oculto ou que é muito complicado? Elevo o meu coração ao Pai das luzes - Senhor, não foi a tua palavra que nos disse: 'Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida' (Tiago 1:5). Você mesmo disse: 'Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ...' (NVI-PT) (João 7:17). Estou disposto a fazê-la: faze-me saber a Tua vontade. Em seguida, eu procuro e reflito sobre as passagens paralelas da Escritura, 'comparando as coisas espirituais com as espirituais' (1 Coríntios 2:13). Medito sobre isso, com toda a atenção e seriedade das quais a minha mente é capaz. Se ainda houver alguma dúvida, consulto aqueles que têm experiência nas coisas de Deus e logo as obras escritas pelas quais alguns, estando mortos, ainda falam. E aquilo que aprendo dessa forma é o que ensino”.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 17:16–34

(1) Por que Paulo se sentiu tão indignado na cidade de Atenas?

(2) Você conhece alguma cidade atual que poderia ser parecido com Atenas?

(3) Você se sente indignado com a cidade em que mora? Por que ou por que não?

(4) Como Paulo lidou com sua indignação?

(5) Talvez esta passagem lhe dê a impressão de que os gregos eram ao mesmo tempo supersticiosos e intelectuais. Como é possível reconciliar essa aparente contradição? O que a superstição pode ter em comum com a filosofia?

(6) O resumo que Lucas faz da mensagem de Paulo nos dá um exemplo muito útil de como devemos apresentar o evangelho a pessoas totalmente alheias à nossa fé. Analisemos sua mensagem e aprendamos dela:

a. Paulo atacou sua superstição diretamente?

b. Como ele se referiu à sua superstição de maneira positiva, e depois a inverteu para apontar para o evangelho?

c. Como ele contrastou o nosso Deus com o deles?

d. Que outro terreno comum Paulo usou como ponto de partida para falar sobre o evangelho?

e. Paulo falou sobre o pecado e o arrependimento? Como?

f. Como Paulo encerrou sua mensagem?

(7) A mensagem de Paulo foi eficaz?

(8) O que você pode aprender de sua apresentação do Evangelho?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
A especulação humana

A primeira visita de Paulo a Atenas deve ter sido muito desconcertante para ele. Devido ao seu toque intelectual, talvez ele tivesse esperado participar de discussões filosóficas com os habitantes desta cidade culta. Parece que ele ficou muito surpreso quando o que encontrou, alem das escolas de filosofia, foram "florestas de ídolos". Como é possível conciliar uma contradição tão óbvia? Por definição, a adoração de ídolos é uma superstição, ao passo que a filosofia é necessariamente baseada no raciocínio humano. Como essas duas coisas podiam coexistir na cidade de Atenas?

No entanto, ao refletir sobre isso, descobrimos que a superstição e a filosofia têm algo em comum. Ambos se baseiam na especulação humana. Os supersticiosos especulam sobre quais deuses possam ser reais, enquanto o filósofo também especula sobre o significado da vida e a origem do universo. Uma vez que ambos se baseiam na especulação humana, ambos levam à futilidade.

Por outro lado, o evangelho do Cristianismo é completamente diferente, uma vez que é uma religião revelada. Isso significa que foi Deus quem tomou a iniciativa de se revelar a nós. Isso foi necessário porque Ele, o Deus Criador, é tão grande, e em comparação com Ele nós somos criaturas tão pequenas, que nem mesmo os seres humanos mais brilhantes são capazes de compreender os caminhos de Deus, muito menos o próprio Deus. Pior ainda, devido à nossa pecaminosidade, nossa visão interior se tornou tão embaçada que não conseguimos formar uma imagem adequada de quem é Deus.

Deus está ciente da dificuldade de nossa situação e da futilidade da nossa busca por Ele quando é feita com as nossas próprias forças. É por isso que Ele escolheu se revelar a nós, não só por meio de Sua maravilhosa criação, a qual nos chama a atenção para a existência do Criador, mas também por meio de Suas palavras na Bíblia e, finalmente, por meio da encarnação de Seu Filho Jesus Cristo. Com isso, o incognoscível se tornou conhecível, mas somente se nos humilharmos e reconhecermos tanto a nossa condição de criaturas quanto a nossa pecaminosidade, arrependendo-nos e crendo em Seu Filho. Se fizermos isso, não só o conheceremos; também teremos vida eterna (João 6:47).

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Atos 18:1–11

Todos nós sabemos que a igreja em Corinto foi um motivo de muita tristeza para Paulo. Era uma igreja orgulhosa e moralmente corrupta. Em Atos 18, Lucas nos conta como essa igreja foi fundada.

(1) Paulo era fabricante de tendas e se dedicou a esse ofício enquanto esteve em Corinto. Leia 1 Coríntios 9:13-18 para ter uma ideia de por que Paulo decidiu trabalhar. O que você pode aprender da atitude de Paulo?

(2) Atos 18:5 (NVI-PT) diz: "Depois que Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo se dedicou exclusivamente à pregação ...".

O que você pode aprender desse versículo?

(3) Por que Paulo reagiu de forma tão enérgica no v. 6? Como você descreveria o que ele estava sentindo? Seu sentimento era justificado?

(4) Essa visão foi uma resposta de Deus ao que Paulo estava sentindo? Por que ou por que não?

(5) Como Paulo reagiu diante desta visão?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje?

Reflexão meditativa
Graças a Deus pela Igreja em Corinto

Imagine que nunca houvesse igreja em Corinto e que as duas cartas aos coríntios não existissem! (Os estudiosos estão de acordo em que Paulo escreveu três cartas aos Coríntios, uma das quais teria sido perdida.)

Nesse caso, só leríamos sobre igrejas boas, como as de Filipos e Éfeso. Leríamos sobre como as igrejas primitivas eram harmoniosas, como eram zelosas pelo evangelho, e como até mesmo estavam dispostas a morrer por ele. Leríamos os elogios de Paulo por sua pureza, fé e amor. Ao nos compararmos com elas, sempre sentiríamos que nunca poderemos estar à altura das vidas daqueles santos do primeiro século. Aliás, poderíamos até duvidar de que possamos nos chamar de santos.

No entanto, quando lemos as duas cartas de Paulo à igreja em Corinto, entendemos que as primeiras igrejas nem sempre foram puras, bonitas e sadias. Havia igrejas orgulhosas que ousavam desafiar o apostolado de Paulo. Elas procuravam colocar um pregador em conflito com outro. Elas se orgulhavam de seu conhecimento humano. Elas eram igrejas divididas. Os membros processavam uns aos outros nos tribunais por questões financeiras. Elas pecavam e toleravam o pecado dentro da igreja. Elas desprezavam os pobres e comiam a Ceia do Senhor sem se importar com o seu significado sagrado. Elas provocavam distúrbios nos cultos porque alguns de seus membros se orgulhavam de poder falar em línguas. E a lista continua ...

Mas apesar de tudo isso, Paulo nunca os abandonou. Ele orava por eles; ele escrevia para eles e continuava chamando-os de santos. Por quê? Porque isso é o que eles eram (e nós também somos). Estas cartas aos Coríntios não só nos dão esperança, mas também nos dão orientações práticas sobre como praticar o amor cristão em nossas vidas e continuar sendo testemunhas de Jesus Cristo.