Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 3:21-31

Paulo acaba de demonstrar de forma convincente que todos pecaram, tanto judeus quanto gentios, e que a função da Lei é nos alertar sobre nossa injustiça. Nesta porção, ele fará uma descrição clara da justiça de Deus e da justificação pela fé. É somente por meio dessa justificação que pecadores como nós podemos satisfazer a Sua justiça.

(1) V. 21: Ao apresentar o tema da “justificação pela fé” neste versículo introdutório, Paulo enfatiza dois aspectos essa justificação. Quais são? Você acha que parecem contraditórios? Por que ou por que não?

(2) Vv. 22-23: Ao afirmar que a justiça de Deus vem pela fé em Jesus Cristo, Paulo nos proporciona uma nova dimensão da essência do pecado— a saber, estar destituido da glória de Deus. O que significa estar destituido da glória de Deus? Trata-se de uma definição do pecado, uma simples afirmação sobre o pecado, ou ambas? Por quê?

(3) Vv. 24-25a: Paulo explica o que significa a “justificação pela fé”, com destaque para os seguintes aspectos:
a. É gratuita. Como você definiria o conceito algo ser gratuito?

b. É o resultado da graça: como você definiria a graça?

c. É o resultado da obra redentora de Cristo.
  1. É Deus quem oferece o sacrifício que é necessário para esta redenção. Por que o fato de que foi Deus quem apresentou este sacrifício é tão importante?
  2. Cristo é o sacrifício desta redenção. Como é que os sacrifícios do VT expiavam o pecado (vide Lev. 16 e especialmente os vv. 29-34)?
  3. Nossa fé está em (ou vem por meio de) Seu sangue. Por que Seu sangue é tão importante para a expiação (vide Lv 17:11)?
(4) Vv. 25b-26: Além de explicar como podemos ser justificados, Paulo também busca reivindicar a justiça de Deus:
a. O que significa a afirmação de que Deus em Sua tolerância havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos (vide também Atos 17:30)?

b. Em que sentido a justificação pela fé em Cristo manifesta a justiça (ou retidão) de Deus?
(5) Vv. 27-28: Em que sentido a justificação pela fé exclui quaisquer motivos de orgulho? (vide também Ef. 2:8-10)

(6) Quão diferente é a salvação bíblica pela fé daquilo que ensinam as outras religiões com as quais você está familiarizado, ou nas quais você antes acreditava?

(7) Parte do público-alvo de Paulo inclui judeus e judeus cristãos, os quais ainda são zelosos da lei. Paulo equipara a "justificação independente da lei" (3:21) à "justificação pela fé".

Como é possível que a justificação "independente da obediência à lei" seja uma justificação que "confirma a Lei" (ou seja, em que sentido se trata de uma justificação da qual testemunham a Lei e os Profetas (3:21)?)

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A tolerância de Deus

Em pelo menos duas passagens da Bíblia, Paulo afirma que Deus "não teve em conta" a ignorância do homem até a vinda de Cristo (Atos 17:30) e que Deus em Sua tolerância "havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos (isto é, antes da vinda de Cristo)" (Rom. 3:25).

Em outras palavras, a ira de Deus foi retida antes da chegada de Cristo à terra; caso contrário, toda a Sua vingança teria sido desencadeada sobre a humanidade pelos pecados que cometeram. Mas com a encarnação de Seu Filho Jesus Cristo, a ira de Deus foi desencadeada, não sobre nós, mas sobre Seu Filho.

Isaías 53 contém uma descrição gráfica de como a ira de Deus foi desencadeada sobre seu Filho: “...ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz ... Contudo, foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer" (Isaías 53:5, 10).

O profeta Malaquias ao descrever a ira de Deus em termos do fogo do ourives, faz a seguinte pergunta retórica: “Mas quem suportará o dia da sua vinda? Quem ficará em pé quando ele aparecer? ... ” (Mal. 3:2).

De fato, ninguém pode enfrentar a ira de Deus, nem mesmo Seu filho. Talvez fosse por isso que enquanto o Senhor Jesus Cristo estava no Jardim do Getsêmani, pouco antes de enfrentar a ira de Deus em nosso lugar, ele teve que fazer a seguinte oração:
Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice;...” (Mat. 26:39).
O Velho Testamento usa com frequência a palavra "cálice" para se referir a um cálice cheio de ira, e a ira de Deus é tão tremenda que nem mesmo o Filho podia suportá-la sozinho.

Embora a ira de Deus já tenha sido derramada sobre Seu Filho, um dia também será derramada sobre aqueles que não crêem em Seu Filho, os quais, quando Jesus voltar, terão que enfrentar todo o rigor da ira de Deus.

Entretanto, a tolerância de Deus continua em vigor; é por isso que Paulo nos lembra, "eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação." (2 Coríntios 6:2). Mas esse tempo está acabando. Só existe uma maneira de evitar a ira de Deus: reconciliar-se com Ele por meio do arrependimento e da fé em Jesus Cristo. Você está preparado para a Sua volta?

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 4:1-12

Neste trecho, Paulo resolve a questão que ele mencionou em 3:21 (a saber, a existência de uma justiça independente da lei, da qual própria Lei testemunha), citando como evidência um evento da vida de Abraão (Gênesis 15) e dois trechos dos Salmos:

Vv. 1-3:
(1) Por que os judeus consideram Abraão o mais importante de todos os seus antepassados?

(2) Por que os judeus enfatizam tanto o fato de eles serem descendentes de Abraão? (vide Lucas 3:8, João 8:33)

(3) Paulo cita Gênesis 15:6 para mostrar como Abraão foi justificado.
a. Leia novamente os eventos de Gênesis 15 e explique em suas próprias palavras como o versículo 15:6 apóia o argumento de Paulo de que a justificação é pela fé e não pelas obras.

b. O que significa a frase "lhe foi creditado como justiça"?
Vv. 4-8:
(4) Qual é o termo que Paulo usa no v. 4 para se referir a esse crédito gratuito?

(5) De acordo com Paulo, que tipo de pessoas são as que Deus justifica?

(6) Como é que os Salmos 32:1-2 e 103:10 provam o argumento de Paulo?

Vv. 9-12:
Como se estivesse ouvindo as objeções de um público judeu que considera que todos os versículos que acaba de citar se aplicam somente aos judeus, e não aos gentios, Paulo usa o rito importantíssimo da circuncisão para provar o seu argumento:

(7) Em que momento Deus mandou Abraão a circuncidar os seus descendentes do sexo masculino? (Se você não sabe, procure nos dois capítulos posteriores ao momento em que Deus lhe imputou a justiça. Gênesis 15-16)

(8) De acordo com Paulo, qual era a função da circuncisão? (Rom. 4:11)

(9) Nesse sentido, quão semelhantes são o batismo e a circuncisão?

(10) Qual poderia ser a reação daqueles judeus ou cristãos judeus ao lerem esta passagem, na qual Paulo chama Abraão de pai dos judeus e também dos gentios?

(11) Paulo exorta os judeus a andarem "nas pisadas daquela fé de Abraão". A que se refere com essa expressão?

(12) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Pai Nosso

Muitas igrejas têm o costume de recitar o Pai-Nosso todos os domingos durante o culto como parte de sua liturgia. Talvez muitos de nós estejamos tão acostumados a recitá-lo todos os domingos desde a infância que consideramos como naturais esta oração tão precioso e este privilégio tão incrível de chamar Deus de "Pai nosso que estás nos céus."

Gênesis 17 nos ensina que nenhum incircunciso podia reivindicar para si qualquer porção da aliança abraâmica. Já é bastante surpreendente que mediante a circuncisão os prosélitos ao judaísmo (que antes eram gentios) aparentemente podiam gozar de todos os privilégios da aliança. F.F. Bruce salienta que, essencialmente,
“Nem mesmo os prosélitos, os quais podiam ser considerados filhos de Abraão por adoção, eram autorizados a chamá-lo de 'nosso pai'; de acordo com a liturgia da sinagoga, os prosélitos usavam a expressão 'vossos pais' ao se referirem aos patriarcas, enquanto os judeus de nascimento usavam a expressão 'nossos pais'."
Portanto, é fácil imaginar o quão ofendidos ou alarmados estariam alguns dos primerios ouvintes ou leitores do livro de Romanos ao ouvirem a afirmação de Paulo de que Abraão é o “pai de todos os que creem (estando eles também na incircuncisão)” (Rom.. 4:11).

Mas Paulo ainda não havia terminado; ele acrescenta que nós, os crentes gentios, podemos até chamar Deus de "Aba, Pai" (Rom. 8:15).

É por isso que o livro de Romanos é tão perturbador e revolucionário. Na próxima vez que recitarmos o Pai Nosso ou chamarmos Deus de "nosso Pai" em nossas orações individuais, devemos fazê-lo com um imenso sentimento de gratidão.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 4:13-25

1. Quão importante era a circuncisão para os judeus (incluindo os cristãos judeus) nos dias de Paulo? (vide Atos 21:17-22)

Vv. 13-16: A promessa

(2) Qual é a promessa original de Deus feita a Abraão em Gênesis 12:1-3? Como é que estes versículos de Gênesis explicam a afirmação de Paulo em 4:13 de que Deus prometeu "que havia de ser herdeiro do mundo" (provavelmente uma referência a Abraão). (Rom. 4:13)

(3) É óbvio que o argumento de Paulo aqui é muito poderoso; mesmo assim, o que diriam os judeus que queriam tanto defender a justificação pelas obras (ou seja, mediante o cumprimento da lei) para refutar o argumento de Paulo no v. 14?

(4) Qual é a resposta de Paulo (no v. 15) a essa provável refutação?

(5) Por dedução lógica, qual destas proporciona uma garantia mais segura de que essa "promessa" é verdadeira: a salvação pelas obras (da lei) ou a salvação pela graça (pela fé)?

Vv. 17-25: A explicação da "imputação" da justiça: Parece que Paulo acha que a noção de que algo é "imputado como justiça" ainda é um pouco confusa para os ouvintes; por isso, ele passa a explicar o que esse processo significa e como se aplica a Abraão.

(6) Naquele momento de sua vida, qual era o maior obstáculo que Abraão enfrentava para que a promessa fosse cumprida? (v. 19)

(7) Em que tipo de Deus Abraão teve que confiar para que esse obstáculo fosse superado? (v.17)

(8) Leia Gênesis 15:1-8 novamente para entender os argumentos de Paulo sobre aquilo que resultou na imputação de justiça a Abraão:
a. Por acaso não é certo que Abraão questionou Deus em Gen.15:2? Sendo esse o caso, como é que Paulo pode dizer que Abraão expressou uma fé inabalável na promessa de Deus?

b. Como é que a fé de Abraão foi fortalecida depois de ele questionar a Deus? Gen. 15:4-6

c. Em Gênesis 15:8, Abraão solicita uma confirmação da promessa sobra a terra. Como isso revela que sua fé com relação à promessa de uma semente tinha sido fortalecida?
(9) Como funciona esse mesmo processo de "imputação de justiça" em nosso caso? Quanto mais segura é nossa justiça devido à morte e ressurreição de Jesus Cristo?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A salvação por obras

Como já sabemos, praticamente todas as religiões, menos o cristianismo, defendem algum tipo de "salvação por obras".

Quando compartilho o evangelho com meus amigos budistas, eles respondem com diversas objeções a este evangelho da graça, mas todas elas se encaixam numa das seguintes respostas comuns:
- Sem trabalho não há recompensa: Alguns até diriam, “Mesmo que o seu evangelho seja verdadeiro, me recuso a receber algo pelo qual não trabalhei. Esse é o princípio reitor de minha vida."

- Nada na vida é de graça: Alguns também afirmam que este evangelho da graça é barato e bom demais para ser verdade, dizendo, "Se parece bom demais para ser verdade, o mais provável é que não seja verdade."

- Como é possível que todos os pecados sejam perdoados? Os que se encaixam nesta categoria geralmente citam o exemplo de algum crime hediondo e perguntam, “Você quer dizer que fulano será perdoado se ele se arrepender e crer em Jesus? Eu não gostaria de passar tempo no céu com uma pessoa como ele!"
Acho que a primeira resposta tem mais a ver com o pensamento confucionista que o budismo, e ela é em si uma resposta bastante nobre. Se a sociedade ocidental reconhecesse o valor dessa maneira de abordar a vida, não estaria sobrecarregada com tantos programas de bem-estar social. Além disso, essa atitude também tem certo ar de puritanismo.

No entanto, o livro de Romanos nos mostra claramente que "todos" — tanto judeus quanto gentios — são pecadores sem esperança, incapazes de fazer o bem. Isaías acrescenta que, uma vez que somos pecadores, "todas as nossas justiças [são] como trapo da imundícia" (Isa. 64:6).

Embora seja certo que os puritanos defendiam o comportamento ético, não o defendiam como meio para obter a justiça, mas como um reflexo da nova vida daqueles que são justificados pela fé.

Também podemos concordar com a opinião de que não existe nada de graça nesta vida. Sabemos por experiência própria que sempre tem alguma pegadinha em qualquer propaganda que nos oferece algo de graça. Mas também sabemos que efetivamente existem coisas na vida que são absolutamente gratuitas—o ar que respiramos é um excelente exemplo de algo que provém da bondade de Deus ao preservar as nossas vidas. Mas Deus está ainda mais interessado na preservação da nossa vida espiritual; é por isso que Ele enviou Seu Filho Jesus Cristo para morrer na cruz pelos nossos pecados. Sua morte não foi barata—o preço foi a vida do Filho Unigênito de Deus. Tão cara foi a graça que Deus nos oferece.

Também é certo que sempre haverá crimes tão atrozes que é difícil perdoar os criminosos, especialmente quando nós ou nossos entes queridos formos as vítimas de seus crimes. Seria indelicado de minha parte banalizar o horror de tais crimes. A única coisa que podemos fazer é voltar nossos olhos para a cruz, onde está pendurado o Deus Santíssimo que carregou os pecados do mundo; isso inclui o seus pecados, o meus e os daqueles que cometeram atrocidades. A ira de Deus que todos aqueles criminosos mereciam experimentar já foi derramada sobre Seu Filho. Sua redenção é tão completa que Seu sangue pesa muito mais do que qualquer um dos nossos pecados. E cada um daqueles que estão nEle é uma nova criatura, as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo. (2 Cor. 5:17) No amor de Cristo, até mesmo o nosso ódio (mesmo o ódio justificado) pode ser vencido no amor de Cristo.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 5:1-11

Paulo acaba de fechar com sucesso todos no "círculo universal dos pecadores", tendo mostrado que, com ou sem lei, a única maneira de obter a justiça de Deus é pela graça por meio da fé. Paulo também demonstrou que isso não se trata de um conceito novo, mas de uma verdade atestada pela Lei e pelos Profetas. Depois ele cita Abraão como o exemplo mais importante dessa "justificação pela fé" (capítulo 4). Nesse sentido, a próxima seção começa com a expressão "Sendo, pois",  a qual apresenta os resultados desta justificação:

(1) Note bem que esta pequena perícope começa no v. 2 com o verbo "nos gloriamos" (καυχᾶσθαι), e termina com o mesmo verbo no v. 11. (A maioria das versões em inglês traduzem esta palavra com uma expressão equivalente ao verbo "regozijar-se", cuja ênfase está no "gozo", uma nuance talvez seja preferível neste contexto.) Portanto, nós, os que ja fomos justificados pela fé, devemos viver uma vida caracterizada pelo hábito de nos gloriar em Deus, de ter uma confiança que traz grande gozo por meio da obra reconciliadora de Cristo. Você pode dizer que o gozo dEle é uma realidade em sua vida? Por que ou por que não?

(2) Antes de falarmos mais sobre o gozo, é importante notar que o resultado imediato dessa justificação é a "paz". O conceito bíblico da paz tem dois aspectos: o primeiro se refere ao bem-estar e integridade interiores (a mesma ideia que em hebraico é expressa pela palavra shalom), enquanto o segundo se refere à condição objetiva de ter sido reconciliado com Deus, de não ser mais Seu inimigo.

É óbvio que ambos os aspectos são o resultado da nossa justificação:
a. Eu lhe pergunto novamente, o "shalom" é uma realidade em sua vida? Por que ou por que não?

b. Quão importante é para você essa paz externa, quer dizer, o fato de você ter recebido acesso à graça que o mantém firme (ou seja, sua condição de estar em paz com Deus)?
(3) Ao refletir sobre sua resposta à pergunta acima sobre a alegria, responda também à seguinte pergunta adicional: Em que se fundamenta o nosso gozo? Em que se fundamenta o gozo descrito por Paulo?

(4) Embora seja certo que a esperança é a base do nosso gozo (e apesar das minhas dúvidas de que isso realmente descreva a realidade da maioria de nós), Paulo vai além disso, dizendo que o gozo provém da nossa esperança até mesmo no sofrimento. De acordo com Paulo, quais são as razões pelas quais podemos nos regozijar, até mesmo em nossos sofrimentos? Essas razões fazem sentido para você?

(5) Ao salientar que nossa esperança não nos decepcionará (ou envergonhará), mesmo quando estivermos no meio do sofrimento, Paulo argumenta que isso ocorre porque o amor de Deus tem sido derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que Deus nos deu. Como é que o amor de Deus que foi derramado em nossos corações pode constituir a razão pela qual não seremos envergonhados?

(6) Talvez porque ele achasse que era necessário exclarecer sua declaração anterior, Paulo nos mostra de maneira poderosa nos vv. 6-8 quão maravilhoso é o amor de Deus quando é derramado em nossos corações:
a. Você concorda com o que ele diz sobre o homem justo e o homem bom?

b. Em que sentido o amor de Deus vai muito além do amor humano?
(7) Mais duas vezes (nos vv.9-10), Paulo usa a frase "muito mais" para nos ajudar a entender os resultados práticos e surpreendentes de nossa justificação. Considere as seguintes comparações que ele faz:
a. a justificação pelo sangue de Cristo em comparação com a salvação da ira de Deus.

b. a reconciliação com Deus de Seus antigos inimigos em comparação com a salvação por meio da vida de Cristo
Essas duas comparações não são incríveis? (itálico acrescentado)

(8) Na conclusão desta perícope, Paulo volta ao tema do gozo que experimentamos por causa da nossa justificação, salientando que é “em Deus” que nos regozijamos. Como é possível que o amor de Deus, descrito por Paulo nos vv. 6-8, pode lhe dar a capacidade de se regozijar, até mesmo no meio do sofrimento?

(9) Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Regozijem-se no Senhor

Quando eu era um novo cristão, levava minha caminhada com Deus muito a sério e estava decidido a viver uma vida santa. Um dia, um de meus superiores na empresa onde eu trabalhava se aproximou de mim e disse: “Por que você sempre parece tão sério? Você sabe que raramente sorri? "

Naquele dia, decidi que também experimentaria a alegria que vem de ter uma nova vida em Cristo.

Gostaria de compartilhar com você a letra da seguinte canção que tem me ajudado muito em minha vida cristã ao longo dos anos.

Regozija Em Deus
Refrão
Regozija em Deus, que erros não faz

Ele sabe o fim do caminho em que vais
Pois, ao te provar, purificar
Qual ouro, então, serás

1    
Deus nada faz sem um plano ou razão
Quando prova seu servo e lhe dá formação
Dá graças a Deus, quando teste se faz
Em trevas, nos dá sua paz.

2  
Quando as trevas, à frente, se impõem
Eu olho pra a cruz que o Calvário expõe
Submeto-me ao Mestre, não olho pra trás
A paz vem, e o medo desfaz

3  
Sim, posso ver, provações vêm de Deus
Em amor, fortalece e limpa os seus
Meu Pai sempre faz o melhor, sim, eu sei
Eu, limpo, mais fruto darei.

por Ron Hamilton
https://www.letras.com/hinario-voz-e-melodia/regozija-em-deus/


Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 5: 12-21

Para compreender essa perícope, é importante estar consciente das ferramentas literárias empregadas por Paulo, entre as quais estão as seguintes:
- o uso de frases comparativos que empregam palavras como "assim como", "como", "assim" e "muito mais"

- a repetição de palavras como "reinar" e "um só".
Vv. 12-14: A grave realidade do pecado

(1) Como foi que o pecado entrou no mundo?

(2) Como surgiu a morte?

(3) Moisés e sua lei já existiam naquela época?

(4) Uma vez que a lei ainda não existia, como era determinado o pecado do homem?

(5) Como foram determinados os pecados daqueles que viveram depois de Adão (mas antes de Moisés)? (Paulo deixa claro que embora os que pecaram depois de Adão não tenham cometido o mesmo tipo de pecado que ele, mesmo assim estavam sob o reino da morte.)

(6) Com base nessa descrição, quão poderoso é o pecado?

(7) A maneira em que Paulo descreve o pecado como algo que é passado de uma pessoa para outra o faz pensar em outro fenômeno natural? Você concordaria comigo se eu o comparasse com uma doença, como a SARS? Qual dos dois é mais poderoso e mortal?

Vv. 15-20: A realidade ainda maior da graça

(8) Você acha que a declaração de Paulo nos vv. 15-16 sobre o "muito mais" da graça de Deus é puro sentimentalismo, ou está fundamentada na realidade? Por que ou por que não?

(9) Como você descreveria a tirania que a morte exerce sobre uma pessoa? Quão diferente é a maneira em que Paulo retrata aqueles que já receberam o dom da justiça mencionado no v. 17? Quais são as implicações para você?

(10) Por mais que não gostemos da ideia (e do fato) de que um só homem nos arrastou para o domínio do pecado, qual é a nossa atitude com relação à ideia (e à realidade) de que todos podemos ser justificados pelo ato e pela obediência de um só homem, Jesus Cristo? (vide o v. 18)

(11) O que significa a frase "Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça"? Os argumentos anteriores de Paulo conseguiram convencê-lo desse fato?

(12) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A herança do pecado de Adão

O seguinte texto de David Pareus (1548-1622), citado por Calvino em seu comentário sobre o mesmo tema, me ajudou muito:
“É necessário levar em conta três coisas com relação ao pecado de Adão - o ato pecaminoso em si, a penalidade imposta pela lei e a depravação da natureza; ou, em outras palavras, a transgressão do mandamento, a pena de morte e a corrupção natural, a qual consiste na perda da imagem de Deus e sua substituição pela deformidade e a desordem. A descendência de Adão não está livre de nenhuma delas, sendo que todas foram transmitidos a ela; há certa participação na transgressão, certa imputação de culpa e certa propagação da depravação natural. Há participação no pecado, uma vez que a semente de toda a sua descendência estava presente em seus lombos, de modo que em seus pecados, todos pecaram. Assim como Levi pagou dízimos estando nos lombos de Abraão, e assim como os filhos são parte de seus pais, os filhos são, de certa forma, participantes dos pecados dos pais. Há também imputação de culpa, uma vez que o favor de que gozava o primeiro homem era tal que, ao pecar, não só ele, mas também toda a sua descendência caiu com ele, sendo sujeita com ele à morte eterna. Por último, há propagação ou geração de uma terrível deformidade natural, uma vez que aquilo no qual Adão se transformou depois da queda é o que também foram os filhos que ele gerou, por terem sido gerados à sua imagem, e não à imagem de Deus. Gênesis v. 1 ... Tudo isso, com relação ao primeiro pecado, se aplica tanto aos pais quanto aos filhos, com apenas uma diferença: cuando Adão pecou, ele foi o primeiro a transgredir, o primeiro a se tornar culpado e o primeiro a depravar sua natureza; tudo isso agora pertence à sua descendência, como resultado de sua participação, imputação e propagação."
(John Calvino, Romanos, 201)

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 6:1-11

No capítulo anterior, no qual Paulo louva a grandeza da graça que existe em Cristo Jesus, Paulo salientou que "onde aumentou o pecado, transbordou a graça" (5:20). No entanto, Paulo entende que essa declaração pode se converter num objeto de crítica e num pretexto para cometer abusos (algo que provavelmente já havia acontecido). Por isso, ele apresenta sua defesa no capítulo de hoje.

(1) Ao responder com um retumbante "não", Paulo faz uma pergunta retórica muito apaixonada no v. 2: "Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?" Sabemos que a nossa justificação pela fé inclui um compromisso de nossa parte de renunciar ao pecado (aquilo que nos tem separado de Deus, que nos trouxe a morte eterna e pelo qual Cristo morreu). Para além de tudo isso, você já se considerou morto para o pecado? Por que ou por que não?

[Parece que nem todos os ouvintes de Paulo levavam em conta essa verdade, embora todos tenham sido batizados. Isso era comum na época de Paulo, quando os crentes eram batizados imediatamente após a conversão.]

(2) Referindo-se ao procedimento que provavelmente era usado para os batismos em sua época (por imersão) em lugares onde “havia água” (Atos 8: 38-39), Paulo apresenta o seu primeiro ponto, no qual ele aborda o significado do batismo. Paulo equipara o "sepultamento" na água com o sepultamento com Cristo em Sua morte.
a. Qual é o significado da frase "Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado" no v. 10?

b. Quanto a nós, o que foi que a morte de Cristo na cruz realizou?

c. De acordo com os vv. 6-7, em que sentido fomos unidos a Ele em Sua morte, e quais são as implicações desta verdade?

d. Como o batismo serve para retratar essa realidade?
(3) O que foi que a ressurreição de Cristo dentre os mortos realizou por nós?

(4) Em que sentido fomos unidos a Ele em Sua ressurreição?
(5) Quais são as implicações dessa união com Cristo em sua ressurreição?

(6) Como o batismo serve para retratar essa realidade?

(7) É possível que alguém esteja unido a Cristo em Sua ressurreição sem primeiro estar unido a Ele em Sua morte?

(8) No v. 11, Paulo nos dá o seguinte conselho prático: "considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus". O que significa para você o uso da palavra "considerar"? Como você pode aplicar esse conselho em sua vida?

(9) Todos os primeiros cristãos eram batizados imediatamente após sua conversão. Portanto, se você ainda não foi batizado, por que você ainda não tomou esse passo?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Ser ou não ser batizado

Embora o nosso Senhor Jesus tenha atacado severamente os fariseus por causa de sua religião externa e hipocrisia, apontando freqüentemente a futilidade de seu cumprimento de rituais e tradições humanas, Ele nos deixou duas ordenanças para observarmos. O primeiro é a Ceia do Senhor e o segundo é o batismo. Portanto, ambas as ordenanças devem ter um significado muito importante e estar muito perto de Seu coração.

Todos os livros do Novo Testamento (menos os quatro evangelhos) nos ensinam que os novos crentes aparentemente eram batizados imediatamente após sua conversão. Tenho certeza de que parte da razão disso é que esses crentes estavam conscientes de que se tratava de uma ordem do próprio Senhor. Mas por outro lado, havia também um aspecto muito prático do seu batismo imediato.

Na maioria dos casos, ser um seguidor de Cristo não era um assunto fácil, especialmente naqueles primeiros dias. Identificar-se como cristão significava ser perseguido. Nesse sentido, a participação no ato público do batismo era um sinal claro de que o arrependimento e a fé dos que estavam sendo batizados eram genuínos. Ninguém em seu perfeito juízo traria mais problemas a sua própria vida ao confessar publicamente uma fé em Cristo que não fosse genuína.

Em outras palavras, dificilmente havia cristãos "não batizados" nos tempos do Novo Testamento.

Essa questão me faz pensar num fenômeno que me incomoda muito como pastor. Atualmente, existem muitos cristãos "não batizados" na igreja. Se não havia cristãos “não batizados” nos tempos do Novo Testamento, por que isso deveria ser normal hoje?

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 6:12-23

Neste trecho, Paulo nos exorta a viver como mortos para o pecado e vivos em Cristo:

(1) Embora a palavra "hopla" (cujo significado evoca um instrumento / arma) possa ser usado como o significado mais geral de" instrumentos", a forma em que Paulo a usa nesta passagem sugere que o que ele tem em mente é o sentido mais específico (militar) de" armas "(Moo, Romanos, 384). No v. 13, Paulo nos aconselha a não oferecermos nenhuma parte do nosso ser para servir como arma de injustiça. Em vez disso, devemos oferecer cada parte do nosso ser como arma de justiça.
a. Se o sentido que Paulo tem em mente é "instrumento", o que isso significa para você?

b. Se o sentido que Paulo tem em mente é "arma", o que isso significa para você?

c. Apesar das diferenças que possam existir entre essas duas nuances, qual seria o tema comum de ambas?

d. Em qualquer dos casos, o que significa "oferecer"?
(2) O que é um escravo?

(3) Você concorda com a afirmação de que vocês "tornam-se escravos daquele a quem obedecem"? (6:16)

(4) Descreva sua vida antes de sua conversão. Era parecida com o que Paulo descreve no v. 19?

(5) Examine sua vida atual:
a. A quem você está obedecendo atualmente?

b. Sua vida é parecida com o que Paulo descreve nos vv. 17-18?
(6) Como você pode convencer um incrédulo de que (de acordo com o v. 16) suas duas únicas opções são ser um escravo do pecado ou ser um escravo da obediência, e ao mesmo tempo explicar que ele pode escolher qual dos dois será seu senhor?

(7) Como podem os vv. 20-23 ajudá-los a escolher Cristo?

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A justificação pela fé é perigosa?

Ao longo da história, uma das maiores objeções à ideia da justificação pela fé independente da lei (e das obras) é a acusação de que essa noção constitui uma permissão para os crentes pecarem com base na suposição de que sempre poderão se arrepender, buscar perdão e mais tarde continuar pecando.

De fato, havia uma seita bem conhecida na Rússia chamada os Khlysty (flagelantes), que (supostamente) incluía entre seus adeptos o gênio diabólico, Grigori Rasputin. "Rasputin ensinava e exemplificava a doutrina da salvação por meio de ciclos repetidos de pecado e arrependimento. Ele afirmava que, uma vez que aqueles que pecam mais precisam de mais perdão, o pecador que continua a pecar desenfreadamente desfruta mais da graça perdoadora de Deus do que qualquer pecador comum, cada vez que se arrepende." (Bruce, Romanos, 127)

Nesse contexto, não é de se admirar que muitos prefiram associar as obras à salvação, e até impõem as obras como condição de salvação. Essa parece ter sido a preferência de muitos dos cristãos judeus da época de Paulo. Mas Paulo não queria ter nada a ver com isso. Como diz Romanos 3:3-4, nossa infidelidade não pode anular a fidelidade de Deus; e as nossas mentiras não podem anular a veracidade de Deus. Como ele repete em 4:14, se insistirmos na justificação pelas obras da lei, "a fé não tem valor, e a promessa (de Deus) é inútil".

Eu acredito que, ao procurarmos compreender sinceramente a verdade de Deus, é importante lembrar que nunca seremos mais santos do que Deus, mais misericordiosos do que Deus ou mais sábios do que Deus. O Seu caminho sempre é melhor.