Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 7:1–6

No capítulo anterior, especialmente na parte que se refere ao nosso batismo, o apóstolo Paulo nos lembrou que já morremos para o pecado. Ao dizer que o nosso "velho homem" (um conceito ao qual Paulo freqüentemente se refere com a expressão "nossa carne") foi sepultado e crucificado com Cristo, Paulo aponta para a nossa união com Cristo em Sua morte. Nesta perícope, Pablo nos mostra uma nova dimensão da morte do nosso velho eu.

(1) De acordo com o v. 4, para que outra coisa "também" já morremos, além de ter morrido para o nosso pecado?

(2) O que Paulo está tentando dizer ao nos comparar com uma mulher casada que (no passado) era vinculada por lei ao seu marido?

(3) Com quem estamos casados atualmente, devido à justificação pela fé?

(4) Qual é o propósito de ser casado com (pertencer a) Cristo, Aquele que foi ressuscitado dos mortos? (v. 4)

(5) Qual é o fruto que dávamos antes?

(6) Qual é o fruto que devemos dar agora? Você está dando fruto em sua vida?

(7) Paulo diz que as paixões pecaminosas que atuam em nós foram despertadas pela lei. O que quer dizer com isso? Quais poderiam ser as implicações dessa afirmação? (v.5)

(8) O que significa a frase "para que sirvamos conforme o novo modo do Espírito, e não segundo a velha forma da Lei escrita" (NVI-PT)?

(9) Compare o conceito de "mortos para o pecado" com o de "mortos para a lei":
a. Qual poderia ser a diferença entre ambos?

b. O que poderiam ter em comum?
(10) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O novo caminho do Espírito

Durante muitos anos, tive o privilégio de caminhar ao lado de homens cristãos num programa de discipulado que dura 33 semanas. Fiquei muito feliz ao ver que muitos homens que antes não sabiam muito sobre a Bíblia passaram a gostar muito de lê-la. No entanto, a transformação é um longo processo, especialmente para alguns desses homens que acabavam de conhecer a Cristo ou que começaram a levar a sério seu relacionamento com Cristo, na segunda parte de suas vidas. Ainda existem muitos conceitos e valores seculares que precisam ser "dessecularizados", assim como mentalidades "legalistas" que precisam ser submetidas à graça.

Enquanto ajudava alguns desses homens a formular sua própria Declaração de Objetivos Pessoais, observei que muitas vezes eles escolhiam os Dez Mandamentos como sua regra de vida. No entanto, essa decisão é um reflexo de sua falta de compreensão do "novo modo do Espírito" (Rom. 7:6).

Em seu “Sermão da Montanha”, Jesús já destacou a futilidade de observar a letra da lei. Isso significa que não é suficiente evitar o adultério físico; também devemos manter nossos pensamentos puros, refletindo assim que o "fruto" que produzimos para Deus é produto do amor que cultivamos por Ele.

Se permanecermos sob a antiga "Lei escrita" (Rom. 7:6), nunca poderemos dar fruto para Deus. Se fizermos dos Dez Mandamentos a regra central da nossa vida, continuaremos vivendo como escravos do pecado, sendo condenados por esses Mandamentos. Mas se nos focarmos em cultivar um relacionamento de amor com Deus, permitiremos que o Espírito Santo que habita em nós libere seu poder para nos transformar cada vez mais à semelhança de Deus.

Aliás, ainda não entendo por que é necessário colocar os Dez Mandamentos dentro dos tribunais. A cruz seria um símbolo muito mais apropriado, uma vez que os Dez Mandamentos não podem salvar os homens nem impedi-los de pecar. O fruto do arrependimento só pode nascer para Deus quando a vida da pessoa for transformada pelo Espírito Santo, por meio da fé em Jesus Cristo.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 7:7–13

Na seção anterior, Paulo nos lembrou de nossa nova vida em Cristo, a qual não está sob a lei. Ele enfatizou que "as paixões pecaminosas despertadas pela Lei atuavam em nosso corpo” (NVI-PT) (7:5). Esta frase parece sugerir que a culpa é da lei. No capítulo de hoje, ele procura esclarecer o que ele realmente quis dizer. Observe que nesta explicação Paulo começa a usar a primeira pessoa do singular e o tempo pretérito:

(1) Releia a resposta que você deu à pergunta 7 na lição anterior. Qual foi sua resposta à pergunta sobre o versículo 5?

(2) No v. 7:5, Paulo diz que “as paixões pecaminosas despertadas pela Lei atuavam em nosso corpo”. Em que sentido os versículos 7:7-8 esclarecem o que Paulo quis dizer?

(3) Qual das seguintes declarações é feita por Paulo em 7:7?
a. Se não fosse pela lei, ele não estaria consciente de que tinha pecado (ou cobiçado).

b. Se não fosse pela lei, ele não saberia qual havia sido seu pecado (a cobiça).

Qual é a diferença entre essas duas afirmações?
(4) No v. 7:8, Paulo começa a usar o termo “mandamento” em vez da palavra “lei”. Muitos estudiosos entendem que ele usa esta palavra para se referir ao décimo mandamento. Aquilo que aproveitou a oportunidade para produzir nele todo tipo de desejo cobiçoso foi o pecado ou o mandamento? Qual é a diferença?

(5) Quando Paulo diz: “sem a Lei, o pecado está morto”, o que ele quer dizer com a frase “o pecado está morto”? (Observe que o pecado não é uma pessoa.)

(6) Parece que nos vv. 9-11 Paulo está lembrando como o pecado tinha utilizado a lei em sua própria vida:
a. Devido à vinda da lei (provavelmente uma referência aos 10 Mandamentos), o pecado reviveu e ele morreu.

Se (de acordo com Efésios 2:1) Paulo já estava morto, com ou sem a lei, o que ele quer dizer quando afirma que antes vivíamos sem a lei, mas que morremos quando o pecado reviveu com a chegada do mandamento?

b. O mandamento vivificante lhe trouxe a morte em vez de lhe trazer vida; entretanto, o que realmente o enganou e matou (usando o mandamento) foi o pecado.

Você se identifica pessoalmente com a descrição que Paulo dá nesses versículos de como era sua vida antes de se tornar cristão?
(7) Como essa explicação apóia sua declaração sobre a lei em v. 12?

(8) Nesse sentido, como ese mandamento fez com que “ele (o pecado) se mostrasse extremamente pecaminoso” (v.13b)?

(9) Deixe-me usar a analogia de uma pessoa que dirige com exesso de velocidade numa estrada que já é ruim (por exemplo, é estreita, tem muitos buracos, é sinuosa e perigosa em condições de mau tempo). Nesta analogia, se alguém colocasse um sinal de limite de velocidade nesta estrada, qual seria o seu efeito sobre a infração de dirigir com excesso de velocidade? Compare o pecado e a lei mencionados neste trecho de Romanos com a infração e o sinal. A explicação de Paulo agora faz mais sentido para você?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A boa lei condena!

No seu argumento sobre a futilidade da justificação pelas obras (ou pela lei), Paulo toma cuidado para não dar a impressão errônea de que há algo errado com a lei, cujo mandamento ele considera "santo, justo e bom" (Rom. 7:12). Mesmo assim, seu argumento em Romanos 7 ainda pode ser um tanto confuso para muitos.

Portanto, deixe-me usar a analogia já mencionada hoje na seção de reflexão sobre as Escrituras para tentar esclarecer o argumento de Paulo. A analogia envolve um sinal de limite de velocidade (o qual representa o mandamento ou a lei) de uns 24 km/h (15 mph), colocado numa estrada estreita, sinuosa e acidentada. Imagine que você (como eu) está com pressa e não gosta da restrição imposta pelo limite de velocidade; por isso, você dirige a uma velocidade de uns 96,6 km/h (60 mph). Com base nessa analogia, deixe-me parafrasear Romanos 7:7-13 da seguinte maneira:
“Eu não teria conhecido o pecado (o excesso de velocidade) se não fosse pela lei (a sinalização). Porque eu não saberia o que é o exesso de velocidade se a sinalização não tivesse dito, 'Você não pode dirigir a mais de 15 mph (24 km/h)'. Mas o pecado, aproveitando a oportunidade proporcionada pela sinalização, produziu em mim todo tipo de desejo de acelerar. Porque antes de eu vir a sinalização, o pecado estava morto. Naquele momento, eu era livre para dirigir a qualquer velocidade que quisesse, sem ser limitado pela sinalização; mas quando a sinalização veio, o pecado reviveu e eu morri. Descobri que essa sinalização, cujo propósito era trazer vida, na verdade resultou em morte para mim. Porque o pecado, aproveitando a oportunidade proporcionada pela sinalização, me enganou (dizendo que 15 mph é uma velocidade absurda) e por meio da sinalização me matou. De fato a sinalização é santa ... boa ... para que o pecado se mostrasse como pecado, ele produziu morte em mim por meio do que é bom, de modo que por meio da sinalização ele se mostrasse extremamente pecaminoso."

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 7:14–25

Paulo continua usando a primeira pessoa do singular, mas a diferença agora e que começa a usar o tempo presente. Devemos presumir que essa mudança para o tempo presente é intencional. Se os versículos acima são uma autobiografia da velha vida de Paulo, ou uma biografia de "todo homem" (Bruce, 139), pode-se concluir (em minha opinião) que esta seção é melhor entendida como um testemunho pessoal da sua experiência atual como cristão:

(1) Ao descrever essa luta que se trava dentro de si mesmo, parece que Paulo destaca que ele tem duas "partes" e que há duas "leis" que agem nele. Sublinhe todos os termos que ele usa para descrever aquela parte que
a. ... ainda sucumbe ao pecado.

b. ... se deleita na lei de Deus (não na Lei de Moisés, mas na lei do Espírito).
(2) Ao descrever a natureza pecaminosa que ainda forma parte dele, Paulo usa os seguintes termos para se descrever: "não espiritual" (literalmente, de carne, v. 14), "carne" (quer dizer, natureza pecaminosa, v. 18) , "os membros do meu corpo" (v. 23) e "o corpo" (v. 24).

O que você pode aprender do fato de Paulo usar o tempo presente para se referir ao seu "velho homem", o mesmo velho homem que supostamente morreu quando foi crucificado com Cristo (6:6)?

(3) Para descrever a nova vida, Paulo usa termos como "íntimo do meu ser" (v. 22) e "minha mente" (vv. 23, 25). Com base em sua própria comprensão desses termos, o que é que está sendo feito novo em nós? (vide Rom. 6:4, 12:2; 2 Cor. 5:17, 1 João 5:11.)

(4) De acordo com esta seção, já houve uma mudança fundamental em Paulo agora que ele é um cristão, independentemente de ele alcançar ou não a vitória sobre o pecado. Qual é essa mudança?

(5) A que motivo Paulo atribui "seu fracasso em realizar este novo desejo de fazer o bem" (v. 18)? Trata-se de um mero pretexto (v. 19)? Por que ou por que não?

(6) Como cristão, você já experimentou alguma mudança em relação às coisas que lhe agradam (v. 22) e que deseja fazer (v. 21)?

(7) Uma vez que houve uma mudança notável em Paulo, por que ainda existe uma luta tão intensa em sua vida cristã?

(8) Como cristão, você tem lutado como Paulo?

(9) Qual descoberta de Paulo foi a chave para conseguir a vitória nessa luta?

(10) O que significa a frase "por Jesus Cristo nosso Senhor"? Como é que isso funciona? Você já experimentou esse tipo de libertação por meio de Jesus Cristo? Por que ou por que não?

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Torna-me um Cativo, Senhor

Ao refletirmos sobre esta grande passagem em Romanos 7:14-25 que descreve a intensa luta contra o pecado que havia na vida de Paulo, uma luta com a qual todos nós nos identificamos, convido você a refletir sobre a letra de um grande hino escrito por George Matheson, um homem que o Senhor usou grandemente, apesar de sua cegueira total que começou quando tinha 20 anos.

Torna-me um cativo
Torna-me um cativo, Senhor,
e, então, livre serei.
Força-me a render minha espada,
e conquistador serei.
Eu me afundo nos temores da vida
quando sozinho fico;
aprisiona-me em Teus braços,
e forte será minha mão.

Meu coração será fraco e pobre
até encontrar o seu mestre;
não procede dele nenhuma ação confiável;
ele varia com o vento.
Ele é incapaz de se mover livremente
enquanto Tu não forjares grilhões para ele;
escraviza-o com Teu amor inigualável,
e imortal ele reinará.

Meu poder será débil e tímido,
enquanto eu não aprender a servir;
ele carece do fogo necessário para brilhar,
e da brisa para revigorar-se.
Meu poder não pode conduzir o mundo
até que ele mesmo seja conduzido;
a bandeira de meu poder só pode ser desfraldada
quando soprares do céu.

Minha vontade não é minha própria,
até que a tornes Tua;
se ela subissse ao trono de um monarca,
ela teria de resignar a sua coroa.
Minha vontade só fica firme,
em meio à estrondosa luta,
quanto em Teu peito se apóia
e descobre sua vida em Ti.

George Matheson (1842-1906)
https://camposdeboaz.com.br/torna-me-um-cativo



Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 8:1–11

Talvez o leitor pense que a solução de Paulo para sua luta é muito fácil (7:25); talvez até ache difícil entender como isso funciona. É por isso que Paulo explica como podemos nos apropriar desse poder de libertação por meio de Cristo:

(1) De acordo com o que Paulo diz em 7:25, qual é a solução para sua luta?

(2) Quais são as duas leis que ainda estão operando nas vidas dos cristãos? Qual delas é a mais poderosa? Em que sentido?

(3) Deveríamos ser condenados como pecadores. Por que, então, não há condenação para aqueles que estão em Cristo? (vv. 3-4)

(4) O v. 4 nos descreve como aqueles "que não vivemos (o andamos) segundo a carne, mas segundo o Espírito". Como podemos andar segundo o Espírito? De acordo com o v. 5, qual é o campo de batalha?

(5) O que acontece quando decidimos nos submeter à mentalidade da carne? (vv. 6-7)

(6) O que acontece quando decidimos nos submeter à mentalidade do Espírito? (vv. 6-7)

(7) O que torna possível sermos governados pelo Espírito? (v. 9)

(8) Quão poderoso é o Espírito de Deus que vive em nós? (vv. 10-11)

(9) Você já conseguiu aproveitar o poder do Espírito em sua vida? Por que ou por que não?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Nossa mente é o campo de batalha

Em Romanos 8:1-11, onde Paulo nos exorta a viver uma vida que está em conformidade com (ou governada por) o Espírito Santo, ele menciona a nossa mente várias vezes. Em outras palavras, a nossa mente é o campo de batalha onde se trava a luta contra nossa natureza pecaminosa. É por isso que Paulo nos exorta a ter uma mente voltada para o que o Espírito deseja, e não para o que a carne deseja.

Da mesma forma, em Colossenses 3:2, Paulo nos exorta a manter o pensamento nas coisas do alto e não nas coisas terrenas.

Nesse sentido, vale a pena citar as seguintes palavras de James Allen:
“Cada semente (pensamento) que é plantada, ou que é permitida cair na mente e criar raízes, floresce mais cedo ou mais tarde, produzindo seu próprio fruto de acordo com as oportunidades e circunstâncias. Os bons pensamentos produzem bons frutos, enquanto os maus pensamentos produzem maus frutos.

"O mundo exterior das circunstâncias se acomoda ao mundo interior dos pensamentos. As condições externas, tanto as agradáveis quanto as desagradáveis, são fatores que contribuem para o bem maior do indivíduo. Uma vez que o homem é o ceifeiro de sua própria colheita, ele aprende muito, tanto pelo sofrimento quanto pela da felicidade.

"Ao seguir seus desejos, aspirações e pensamentos mais íntimos pelos quais se deixa dominar ... o indivíduo atinge um estado final de realização e produção no âmbito da condição externa de sua vida."

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 8:12–17

(1) Paulo diz que o fato de o poderoso Espírito de Deus que ressuscitou Cristo dos mortos viver em nós nos dá uma obrigação. Qual é essa obrigação? (vv. 12-13)

(2) Quais serão as consequências se continuarmos vivendo de acordo com a carne?

O que significa "morrerão" (v.13a)? Paulo não havia declarado em 8:1 que "agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus"?

(3) "O arminiano acredita que um crente regenerado pode de fato cair novamente num estilo de vida 'carnal'; nesse caso, a ameaça expressada neste versículo se torna real. No entanto, o calvinista acredita que o crente que de fato foi regenerado, embora ele possa cometer atos 'carnais' com certa frequência, será infalivelmente impedido pelo Espírito que mora dentro dele de retornar a um estilo de vida carnal.” (Moo, Romanos, 494)

Qual das duas posições você acha que está correta? (vide a Nota abaixo)

(4) De acordo com o v. 14, qual é a evidência de que alguém realmente é filho de Deus?

(5) No início do capítulo 5, Paulo salientou que todos nós somos escravos, alguns escravos dos pecados e outros escravos da justiça. Mas neste versículo (v. 15), Paulo afirma que na verdade nossa posição está acima da dos escravos, uma vez que os escravos vivem com medo.

Você pode afirmar que não vive mais com medo?
Por que ou por que não?

(6) Paulo diz que nossa posição como filhos nos dá todos os privilégios de quem é filho; portanto, não precisamos viver com medo.
a. Por que ele usa a palavra “adoção” para se referir à nossa filiação? Quão apropriado é este termo?

b. Embora sejamos adotados, desfrutamos de uma filiação plena, de modo que podemos chamar Deus de "Aba, Pai" e somos "co-herdeiros" de Cristo.
  1. O que significa o uso do termo "Aba"? (Nem mesmo os próprios judeus ousavam se dirigir a Deus com este termo aramaico, o qual era usado por crianças pequenas para se dirigirem aos pais.) (vide também Mc. 14:36)
  2. Quão especial é o verbo "clamamos" que Paulo usa aqui?
  3. O que herdaremos junto com Cristo?
  4. Por que Paulo menciona que parte de nossa condição de co-herdeiros é "participar dos seus sofrimentos"?
(7) Tente escrever com suas próprias palavras uma descrição da maravilhosa realidade de ser filho de Deus.

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:
  1. Moo diz que ele prefere a interpretação "calvinista", com base em Romanos 5:9-10, 21, 8:1-4, 10-11, e em vista do caráter definitivo da justificação.
  2. "Clamamos" é um termo que expressa a emoção, não a lógica.

Reflexão meditativa
A justificação é muito mais que isso

Se lermos o livro de Romanos como se fosse um mero tratado teológico, não faremos jus à paixão que Paulo tem pela graça de Deus em Cristo. Além disso, é possível que não estejamos aproveitando as bênçãos maravilhosas que recebemos quando somos justificados diante de Deus pela fé em Jesus Cristo.

É certo que o propósito de Paulo ao desenvolver seus argumentos foi mostrar aos judeus - passo a passo, com paixão e uma firme convicção - a futilidade de confiar na lei para a salvação. No entanto, seu objetivo final não foi ganhar uma discussão, mas nos ajudar a aproveitar todas as bênçãos que são nossos por sermos justificados pela fé em Jesus Cristo. É por isso que no capítulo 7 ele descreveu sua velha vida e sua luta contra sua carne. Na seção de hoje, Paulo coloca esses temas de lado, e todo o seu pensamento é dominado pelo entusiasmo e a paixão ao compartilhar as riquezas de sua vida (e, portanto, a nossa também) no Espírito. Logo, em 8:14-17, ele "contradiz" sua afirmação anterior de que somos escravos da justiça (8:15) ao afirmar que "vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem".

É claro que, na verdade, Paulo não está se contradizendo; o que ele realmente está fazendo é descrever a nossa nova condição em Cristo de duas perspectivas diferentes. Em Romanos 6, a ênfase está na substituição de nosso senhor. Paulo nos diz que ao sermos justificados pela fé, somos colocados sob uma nova administração. Nosso senhor não é mais o pecado, mas Cristo. E este novo senhor opera com base em princípios que são muito diferentes daqueles do nosso antigo senhor. Nosso antigo senhor, o pecado, quer nos controlar e dominar. Mas o nosso novo Senhor procura nos atrair com Seu amor, para que nossa obediência a Ele não seja inspirado pelo medo, mas pelo amor. Este é o ponto que Paulo enfatiza em Romanos 8 ao observar que este novo relacionamento não pode mais ser descrito em termos de um relacionamento entre senhor e escravo, mas entre Pai e Filho - e até mesmo entre Aba e filho!

Na mentalidade judaica, essa noção era totalmente impensável, uma vez que os judeus nunca ousavam se dirigir a Deus com tanta intimidade. Sem dúvida teria sido muito difícil para eles aceitarem a noção de que os gentios pudessem se dirigir a Deus como Pai, muito menos como Aba! Mas esse é o privilégio, o privilégio impensável, da justificação pela fé em Jesus Cristo. Tornamo-nos irmãos e até co-herdeiros de Cristo.

No entanto, como muitos comentaristas salientam, a expressão mais impressionante que Paulo usa é o termo "clamar", uma palavra que não é racional, mas emotiva. O Espírito Santo que mora dentro de nós nos dá a capacidade de tomar posse do amor desse novo relacionamento, nos levando a clamar “Aba” a Deus de forma imperceptível, como uma criança faria. Quando foi a última vez que você se sentiu tão comovido pelo amor de Deus que imperceptivelmente clamou, "Aba Pai"?

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 8:18–30

(1) O sofrimento é uma realidade da vida. Tanto os cristãos quanto os não-cristãos sofrerão nesta vida.
a. Como os não-cristãos normalmente reagem ao sofrimento, especialmente quando esse sofrimento não for auto-infligido?

b. Quão diferente deve ser a atitude do cristão em relação ao sofrimento?

c. A sua resposta à pergunta anterior incorpora a razão dada por Paulo no v. 18? Por que ou por que não?
(2) Quál é a descrição dada por Paulo nos vv.19-22 do conflito que (até mesmo) a criação inanimada tem experimentado desde a Queda do homem? Qual será o impacto da revelação final dos filhos de Deus (os quais somos nós; vide v. 23) sobre toda a criação?

(3) O que tem a ver este trecho (v.23-25) com o sofrimento pelo qual você está passando neste momento? Que diferença faz quando a nossa esperança está naquilo que se vê em vez de estar naquilo que é invisível?

(4) Você pode dizer honestamente que espera ansiosamente o dia da redenção do seu corpo? Por que ou por que não?

(5) Você acha que não colocar nossa esperança no invisível representa uma fraqueza espiritual? Como essa fraqueza pode afetar nossas orações?

(6) De acordo com o v.26, como é que o Espírito Santo nos ajuda nesses momentos de fraqueza? De acordo com o v. 27, quão eficaz é Sua oração por nós?

(7) De acordo com o v. 28, qual é o resultado final da intercessão do Espírito Santo por nós?

(8) Você consegue "reconhecer" algum resultado recente da intercessão do Espírito Santo que demonstra a realidade do v.28 em sua vida? Faça uma breve pausa para agradecer ao Espírito Santo.

(9) Os dois últimos versículos nos dizem o que Deus deseja quando nos adota como Seus filhos. Faça uma lista de todos os Seus desejos, identificando-os individualmente. Depois, escreva uma oração de agradecimento em resposta aos Seus desejos em sua vida.

(10) Com base no que você leu sobre o Espírito Santo ao longo deste capítulo, escreva o que aprendeu.

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O triunfo definitivo de Cristo

Eu sempre desconfio daqueles cristãos que são tão fervorosos de ver a justiça aqui e agora que participam com frequência nas lutas pela justiça social com amargura, cansaço e perplexidade, esquecendo que na cruz, Cristo venceu de uma vez por todas o pecado e seu poder. Isso não significa que não devam nos importar as questões de justiça nesta terra; no entanto, precisamos entender que nós não somos capazes de resolvê-las; a seguinte verdade permanece em vigor, “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zac. 4:6). Precisamos lembrar que os tempos estão em Suas mãos.

A seguinte oração foi escrita pelo Padre Luis Espinal pouco antes do seu assassinato no dia 22 de março de 1980. Eu acho que expressa sua compreensão desse tema:

Cristo glorioso
Hay cristianos
que toman reacciones histéricas,

como si el mundo hubiese escapado

de las manos de Dios.

Por esto actúan violentamente,
como si lo arriesgasen todo.
Pero creemos en la historia;
 el mundo no es un azar que va hacia el caos.
No tenemos nada nuevo,
porque todo lo nuevo
ha empezado ya a suceder
cuando Cristo ha resucitado…
Jesucristo,
nos alegramos de tu triunfo definitivo;
de que la historia no sea más
que un devenir hacia tu triunfo fatal.
Con nuestros cuerpos aún en la brecha,
y con el alma rota,
te gritamos un primer «¡Hurra!»
hasta que se desencadene la eternidad.
Tu dolor ya pasó;
tus enemigos han fracasado
antes de nacer.
Tú eres el Rey de la sonrisa definitiva.
¡Qué nos importa la espera!
Aceptamos con ilusión
la lucha y la muerte;
porque Tú, nuestro Amor, no mueres.
Marchamos detrás de Ti,
por una calzada de eternidad.
Tú estás con nosotros
y eres nuestra inmortalidad.
Señor triunfador de los siglos,
quita todo rictus de tristeza
de nuestros rostros.
No estamos embarcados en un azar;
la última palabra ya es tuya.
Más allá del crujir de nuestros huesos,
ya ha empezado el «Aleluya» eterno.
Que las mil gargantas de nuestras heridas
se sumen ya a tu salmodia triunfal.
Y enséñanos a vocear tu optimismo
por todo el mundo.
Porque Tú enjugarás las lágrimas
de los ojos de todos,
y para siempre,
y la muerte desaparecerá…

https://www.cristianismeijusticia.net/sites/default/file/pdf/eies92.pdf

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 8:31–39

(1) Quais são as forças que normalmente atuam contra você, procurando separá-lo de Deus?

(2) Nesse sentido, qual das seguintes dificuldades seria a mais perigosa para você:
a. algum problema que o incomoda

b. dificuldades que o desanimam

c. perseguições que o intimidam

d. pobreza ou perigo que o circunda

Por quê?
(3) Como é que Deus nos mostrou que é totalmente por nós? O que significa a afirmação de que Deus é "por nós" (literalmente, "age em nosso favor")?

(4) Sobre qual base Deus o escolheu? Como Ele o justificou? Você vale mais do que Seu Filho? Então por que Ele não poupou Seu Filho, mas O entregou por você?

(5) Sabemos que ainda pecamos (e que ainda somos fracos). Essa realidade altera nosso relacionamento e posição em Cristo?

(6) Sobre qual base podemos continuar sendo vitoriosos e ser vencedores em qualquer situação? (v.37)

(7) Em suas próprias palavras, você pode descrever "o amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor"?

(8) Faça uma breve pausa para agradecer a Deus por Seu amor em Cristo.

(9) Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Quem? Quem? Quem?

Espero que agora, tendo seguido passo a passo o argumento que Paulo desenvolve, você tenha descoberto que o livro de Romanos, longe de ser tedioso e monótono, é poderoso e pode mudar sua vida. Não posso deixar de sentir que, de todas as passagens que estudamos até agora, esta última porção de Romanos, na qual Paulo dá o grito de vitória de ser justificado em Cristo, como se a estivesse anunciando publicamente, é a mais poderosa . Deixe-me compartilhar os pensamentos de alguns cristãos da antiguidade sobre essas três perguntas retóricas maravilhosas feitas por Paulo:

1. Se Deus é por nós, quem será contra nós? (8:31)
“O que Paulo quer dizer é isto: Não quero ouvir mais nada sobre o perigo e o mal que os acometem por todos os lados. Porque embora alguns não acreditem nas coisas que estão por vir, eles não podem dizer nada para refutar as coisas boas que já aconteceram, por exemplo, a amizade que Deus lhes mostrou desde o início, Sua obra justificadora, a glória que Ele dá, etc."
(Crisóstomo)

“Deus nos daria o que é maior, mas não o que é menor? Ele sacrificaria Seu Filho, mas reteria de nós Suas posses? Observe também que existe apenas uma pessoa do Filho. [Teodoreto de Cyr havia sido criticado por 'dividir o Filho Único de Deus em dois Filhos'; portanto, em sua própria defesa, ele enfatiza que existe apenas 'uma pessoa do Filho', não duas.] Sua natureza humana foi dada a nós por sua divindade."
(Teodoreto de Cyr)
2. Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? (8:33)
“Paulo diz que não podemos acusar a Deus, porque Ele é quem nos justifica; nem podemos condenar a Cristo, uma vez que Ele nos amou tanto que morreu por nós e ressuscitou para interceder por nós junto ao pai. As orações de Cristo por nós não devem ser desprezadas, porque Ele está sentado à direita de Deus, ou seja, no lugar de honra, porque Ele mesmo é Deus. Portanto, regozijemo-nos na nossa fé, estando seguros no conhecimento de Deus Pai e de seu Filho Jesus Cristo, quem virá para nos julgar ... ”
(Ambrosiaster)

"A única razão pela qual Paulo mencionou a intercessão foi para mostrar o calor e o vigor do amor de Deus por nós, uma vez que o Pai também é representado como alguém que nos implora a nos reconciliarmos com Ele."
(Crisóstomo)
3.  Quem nos separará do amor de Cristo? (8:35)
“Paulo diz que ele tem certeza, não é uma mera opinião ... de que nem a morte, nem a promessa de uma vida temporal, nem qualquer outra coisa em sua lista pode separar o crente do amor de Deus. Ninguém pode separar o crente de Deus, quer seja aquele que ameaça matá-lo (pois quem crê em Cristo viverá mesmo que morra), quer seja aquele que lhe oferece a vida terrena, porque Cristo nos dá a vida eterna.”
(Agustín)

“Nem os tormentos podem separar as almas espirituais de Cristo, embora às vezes basta uma fofoca para separar as almas carnais. Nem a espada cruel pode separar aqueles, ao passo que as afeições carnais conseguem eliminar estes. Nenhuma dificuldade pode derrubar os homens espirituais, mas bastam umas poucas palavras lisonjeiras para corromper os carnais."
(Cesariana de Arles)