Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 14:13-23

1. Esta seção começa com a palavra "Portanto". A que Paulo se refere quando diz que não devemos julgar uns aos outros em Cristo?

2. O que Paulo nos pede resolver (não) fazer com nossa mente em vez de usá-la para julgar?

3. Paulo está de acordo com a ideia de que nenhum alimento é impuro em si mesmo. Mas então por que eu deveria ser limitado pela opinião errada de outra pessoa? Como alguém que é fraco na fé com respeito a esse ponto pode ser destruído por minha insistência em comer qualquer tipo de comida?

4. Reflita cuidadosamente sobre o v.17:
a. Por que o Reino de Deus não é comida nem bebida?

b. No entanto, de que maneira esses assuntos podem acabar sendo (ou se converter em) questões ligadas ao Reino de Deus (ou seja, um reino de justiça, paz e alegria no Espírito)?
5. A questão de comer coisas que foram oferecidas a ídolos provavelmente não é relevante em nosso contexto atual. Você consegue pensar em questões semelhantes (que não estão ligadas ao Reino) que poderiam levar à destruição da fé de nossos irmãos e irmãs em Cristo?

6. Tente resumir as exortações dos vv. 13-17 e pense em como devemos servir (na igreja) para que nosso serviço seja agradável a Deus. (Romanos 12:2)

7. Compare sua resposta à pergunta anterior com o que dizem os vv. 19-21. Como a conclusão de Paulo nos vv. 19-21 completa sua resposta à pergunta anterior?

8. Você é o tipo de cristão que não consegue guardar silêncio e sempre procura corrigir imediatamente as perspectivas que você percebe como errôneas que outros têm sobre a Bíblia (seja numa aula de escola dominical ou num grupo de estudo bíblico)? O que o v. 22 ensina sobre essa atitude?

9. No entanto, em v. 23, Paulo exorta não só os crentes "fortes", mas também os "fracos". Qual é a sua exortação aos fracos? Como você pode aplicá-lo à sua vida?

10. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O exercício da fé em amor

Não há dúvida de que Paulo está convencido de que nenhum alimento "é por si mesmo impuro" (Rom. 14:14); também não há dúvida de que ele considera aqueles que acreditam que podem comer comida sacrificada aos ídolos e beber vinho como crentes fiéis. No entanto, ele os exorta reiteradamente a não destruir aqueles cuja fé é mais fraca e que acreditam de outra forma.

Isso me lembra uma história que ouvi anos atrás sobre a confissão de um pastor que certa vez foi convidado para um jantar para celebrar o batismo de um casal de novos convertidos. Nesse jantar, o pastor pediu uma taça de vinho, como estava acostumado a fazer. O casal ficou muito perplexo, e até chocado. Eles perguntaram ao pastor: "Os cristãos podem beber?" O pastor experiente então apresentou sua habitual evidência convincente, mostrando com base nas Escrituras que para o cristão não há nada de errado com beber com moderação. O próprio Paulo aconselhou Timóteo a beber um pouco de vinho para melhorar sua saúde. O casal ficou muito feliz quando soube que os cristãos podiam beber, porque ambos eram ex-alcoólatras.

Mas como consequência de eles começarem a beber novamente, o casamento terminou em divórcio. Além disso, um deles acabou indo para uma enfermaria psiquiátrica. Fico feliz que o pastor esteve disposto a compartilhar esse testemunho em público. Além de me ajudar a entender esta admoestação de Paulo, também acredito que me impediu de cometer o mesmo erro em meu próprio ministério.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 15:1–13

Paulo faz um último esforço para nos exortar a ser pacientes com os mais fracos na fé, voltando sua atenção para o exemplo de Cristo.

1. Salmo 69:9 é uma palavra profética sobre Cristo, o Messias, no sentido de que Ele foi alvo de insultos em nome de Deus por causa do Seu zelo pela casa de Deus. Como Ele mostrou através dessa experiência que não buscava agradar a si mesmo?

2. Portanto, como podemos imitar Cristo, de acordo com 15:1-2?

3. Como o exemplo de Cristo nos ensina a perseverar?

4. Como o exemplo de Cristo nos encoraja?

5. De acordo com o v. 7, Cristo nos deixou outro exemplo que também devemos imitar. Qual é esse exemplo?

6. Em que sentido a nossa unidade (ter um só coração e uma só voz) traz glória e louvor a Deus?

7. Por outro lado, o que uma igreja dividida e cheia de conflitos trará ao nome de Deus?

8. De acordo com o texto original dos vv. 8-9, a frase "por amor à verdade de Deus" faz parte de uma construção paralela com a frase "por sua misericórdia". Por que Paulo usa a expressão "verdade de Deus" quando se refere aos circuncidados (isto é, os judeus), mas usa a expressão "misericórdia de Deus" quando se refere aos gentios?

9. Para apoiar sua doutrina, Paulo cita as seguintes passagens: Salmo 18:49, Deut. 32:43, Salmo 117:1 e Isaías 11:10. Diante dessas palavras proféticas claras, por que os judeus discriminariam os gentios por questões espirituais, e como era possível que os primeiros cristãos judeus ainda considerassem o evangelho como um evangelho judaico?

10. Como estas palavras de bênção registradas por Paulo fazem eco da essência do Reino de Deus, de acordo com o versículo 14:17?

11. Qual destes três atributos - alegria, paz, esperança - significa mais para você? Por quê?

12. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Outrora éramos fracos

Ao longo dos anos, tenho tido o privilégio de guiar homens e mulheres cristãos na aprendizagem de como orar, em eventos de entre 24 horas e 3 dias realizados num centro de retiros. Aprendemos a orar biblicamente, separando um tempo para refletir sobre as Escrituras ou materiais devocionais que estão baseados nas Escrituras. Fico grato por ver que muitos deles são guiados a buscar uma intimidade mais profunda com o Senhor enquanto aprendem a reservar um tempo longe das distrações do seu entorno normal, num ambiente onde podem estar livres da pressão do tempo e da tirania dos assuntos urgentes. No entanto, o que sempre acontece é que aqueles que chegam ao retiro pela primeira vez têm muita dificuldade para estarem quietos. Aqueles que reconhecem sua necesidade de uma transformação radical em sua vida de oração acompanham os materiais e se esforçam para aprender a ler lenta, repetida e reflexivamente. Com o tempo, eles conseguem se concentrar e ficar quietos.

No entanto, aqueles me preocupam são os que pensam que sua vida de oração já é boa, embora seja óbvio para mim que eles nem são capazes de ficar quietos e a sós com Deus por um período de tempo mais longo. Eles lêem o material como se fosse as letras miúdas de uma apólice de seguro. Como resultado, enquanto outros conseguem aprender e aproveitar muito de seu tempo a sós com Deus, estes ficam presos em sua forma de se aproximar a Deus que envolve mais a mente do que o espírito.

No entanto, a preocupação que sinto por eles também é um reflexo da minha própria impaciência; Esqueço que levei anos, até mesmo décadas, para aprender a ficar quieto, para aprender que é muito mais importante "ser" do que "fazer", para aprender a ler lenta, repetida e reflexivamente, para aprender não só a orar, mas também escutar. Apesar disso, eu espero que outros aprendam da noite para o dia o que levei anos para aprender. Certa pessoa o expressou muito bem: eu sou como um ex-viciado que levou anos para se reabilitar, mas que espera que outros viciados se recuperem instantaneamente.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 15:14-21

1. Você notou alguma mudança no tom desta passagem? Qual você acha que é a razão para essa mudança?

2. Uma vez que Paulo é um ministro do evangelho, por que ele sente a necessidade de quase se desculpar pela ousadia das duras palavras de advertência dos capítulos anteriores? O que isso nos ensina sobre Paulo?

3. O que podemos aprender dele ele enquanto ministramos com ousadia a nossos irmãos e irmãs?

4. Ao descrever seu ministério aos gentios, Paulo usa termos que normalmente eram usados para descrever um sacrifício oferecido por um sacerdote (v.16). Essa linguagem é um eco das palavras que ele já usou em Romanos 12:1-2.
a. Você já pensou em seu ministério como um sacrifício oferecido a Deus?

b. Se você é um professor de escola dominical, ou se Deus lhe deu a responsabilidade de cuidar de seu povo em algum outro contexto de ministério, como essa linguagem sacerdotal o lembra de quão sagrado e importante é esse ministério?
5. Os vv. 18-19 contêm uma "frase desajeitada", mas precisamos lembrar que Paulo não está dizendo "nada, exceto o que Cristo fez por meio dele para promover a obediência dos gentios, em palavra e ação, com o poder de sinais e maravilhas, no poder do Espírito" e isso "parece ser a forma mais simples natural de entendê-lo.” (Cranfield, 738) É claro que estas palavras afirmam a autoridade das advertências anteriores de Paulo. No entanto, como elas ao mesmo tempo revelam a integridade do ministério de Paulo?

6. Paulo agora nos ajuda a entender uma das prioridades de seu ministério: ele se esforça para ir a lugares onde Cristo ainda não é conhecido.
a. É certo que Paulo faça disso uma de suas prioridades?

b. Seu desejo de não construir sobre o alicerce de outra pessoa é motivado pelo orgulho? Por que ou por que não?

c. Você acha que Paulo deveria ter ficado em um só lugar em vez de ser um apóstolo itinerante? Por quê?
7. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Tudo no altar

Os dois versículos de Romanos 12:1-2 possivelmente estão entre os versículos mais citados do livro de Romanos. São uma poderosa exortação a entregar todo o nosso ser ao Senhor como um sacrifício vivo. No entanto, Paulo retoma sua metáfora do dever sacerdotal de fazer sacrifícios em Romanos 15:16, onde ele fala sobre seu chamado como apóstolo dos gentios em termos de isso ser parte de seu dever sacerdotal de ministrar no altar. Eu o convido a refletir sobre a letra do seguinte hino enquanto você considera a seguinte pergunta: "Eu já entreguei todo o meu ser a Deus no altar?"

Em fervente oração
Refrão
Quando tudo perante o Senhor estiver
E todo o teu ser Ele controlar
Só, então, hás de ver que o Senhor tem poder
Quando tudo deixares no altar



Em fervente oração, vem o teu coração
Na presença de Deus derramar
Mas só podes fluir o que estás a pedir
Quando tudo deixares no altar

2
Maravilhas de amor te fará o Senhor
Atendendo à oração que aceitar
Seu imenso poder, te virá socorrer
Quando tudo deixares no altar

3
Se orares, porém, sem o teu coração
Ter a paz que o Senhor pode dar
Foi por Deus não Sentir que tua alma se abriu
Tudo, tudo, deixando no altar


Elisha Hoffman, 1839-1929
https://www.letras.com/harpa-crista/853757/


Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 15:22-33

1. Por que Paulo diz que não há “nestas regiões nenhum lugar em que precise trabalhar”? A que "trabalho" ele se refere? (15:23)

2. Por que ele quer ir à Espanha?

3. O que ele pensa conseguir com sua parada em Roma?

4. No entanto, ele já decidiu ir primeiro a Jerusalém. Quais são os seus objetivos para sua viagem a Jerusalém?

5. Sabemos que Paulo recebeu inúmeras advertências a respeito dessa viagem a Jerusalém (Atos 21: 4; 11). Por que, então, ele insistiu em ir?

6. Consciente do perigo que o espera, Paulo pede ajuda aos cristãos romanos:
a. Qual é o seu pedido?

b. Por que ele diz que seu pedido é feito "por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito"?

c. O que significa "se unir a ele em sua luta" em oração? (Gênesis 32:22-32)

d. É compreensível que Paulo peça que esteja livre dos descrentes. Mas por que ele também pede que seu serviço em Jerusalém seja "aceitável aos santos" (v.31)? O que isso nos ensina sobre seu relacionamento com os discípulos em Jerusalém (vide Atos 21:20-22)?
7. Reflita sobre as doações feitas pela igreja nas regiões de Macedônia e Acaia:
a. Por que esses irmãos sentiram a necessidade de enviar dinheiro aos santos em Jerusalém?

b. Por que fizeram isso somente para os pobres que havia entre eles?

c. Você concorda com a lógica de Paulo no v. 27? Por que ou por que não?

d. O que você pode aprender dessas verdades?
8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A intercessão mútua

É interessante ler sobre os planos e desejos que o próprio Paulo tinha para suas viagens. A razão provável pela quel ele queria ir à Espanha é que a Espanha era um campo missionário que ainda não tinha sido alcançado pelo evangelho de Cristo. No caso de Roma, onde já havia uma igreja consolidada, a razão pela qual Paulo queria visitá-los se torna evidente quando lemos a longa lista de saudações aos "entes queridos", pessoas que Paulo sem dúvida queria ver de novo, principalmente Priscila e Áquila, os quais tinham colaborado muitos anos com ele em Cristo. Mas naquele momento ele estava viajando a Jerusalém, e já sabia pelas muitas advertências do Espírito que ele enfrentaria uma perseguição bastante severa nessa cidade. Embora Paulo desejasse participar dos sofrimentos de Cristo (Fp. 3:10), ele também sabia que não era capaz de suportá-los sozinho; por isso ele pediu à igreja de Roma que se unisse a ele em sua "luta", orando a Deus em seu favor (Rom. 15:30).

O que aconteceu foi que Paulo foi brutalmente espancado e quase morto pelos judeus em Jerusalém. Foi somente pela graça do Senhor que ele escapou, e eu acho que também foi resultado da intercessão dos santos, entre os quais estavam estes crentes romanos.

Paulo foi espancado pelos judeus, e só foi resgatado no último momento pelo comandante do exército romano. Depois enfrentou uma conspiração de cerca de 40 judeus que queriam assassiná-lo e foi escoltado a um julgamento após outro num processo que terminou com sua viagem a Roma como prisioneiro. Sem dúvida, não foi essa a forma que ele tinha planejado ou esperado chegar a Roma; mas mesmo assim, Deus finalmente lhe concedeu seu desejo de ir a Roma. Sua oração foi atendida e ele finalmente veria todos os seus amados colaboradores. Paulo sabia que a igreja em Roma realmente tinha orado por ele e que o desejo da igreja também havia sido concedido.

É realmente um grande privilégio saber que seus irmãos e irmãs o amam e estão dispostos a lutar com você em oração.

Ao longo dos anos, tenho feito muitas promessas sinceras de orar por outras pessoas que obviamente estavam contando com a minha fiel intercessão. E às vezes, tenho falhado no meu compromisso de lembrá-los em oração, especialmente quando a lista de pessoas que precisavam das minhas orações aumentava. Diante da importância de praticar uma intercessão fiel e do meu próprio esquecimento, criei uma tabela de intercessão semanal (vide a última página deste devocional semanal). Desde que comecei a agendar as minhas orações por pessoas e ministérios durante horários já estabelecidos para a intercessão diária, tenho sido mais fiel às minhas promessas de orar por eles. Mas o que é ainda mais importante é que por meio da oração tenho tido o privilégio de participar das lutas daqueles que amo.


Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 16:1-16 (I)

Paulo envia uma lista de saudações aos irmãos e irmãs em Roma. Esta lista revela que muitos daqueles que tiveram que deixar a cidade por decreto do imperador já estavam de volta. Além disso, as saudações pessoais de Paulo também nos dão um vislumbre de como era a vida da igreja primitiva. Refletiremos sobre esta passagem hoje e amanhã:

1. Você pode fazer uma lista das saudações que Paulo envia às igrejas individuais que se reuniam nas casas, as quais faziam parte da igreja em Roma?

2. Você pode contar os nomes dos indivíduos e os nomes de família incluídos nesta lista de saudações?

3. Que impacto tem sobre você o fato de Paulo ter escolhido cumprimentar tantos deles?

4. Você sabe quantas destas pessoas que Paulo cumprimenta são mulheres? * O que isso lhe ensina sobre o ministério e a posição das irmãs na igreja primitiva?

5. Quem são aqueles que Paulo elogiou por terem trabalhado arduamente? Há alguém em sua igreja que você pode elogiar por ter trabalhado arduamente?

6. Quem são aqueles que Paulo chama de "amados"? Por que ele os chama de "amados" em vez de elogiar suas outras virtudes?

7. Dois desses nomes, Aristóbulo e Narciso, são notáveis por terem pertencido a famílias célebres. Acredita-se que o primeiro se refere ao irmão do rei Herodes Agripa I, quem morreu em 48 ou 49 d.C., enquanto o último se refere a um homem que tinha sido servo do imperador Cláudio, mas que havia se suicidado um pouco antes de Paulo escrever esta carta à Igreja romana. Provavelmente se trata de incrédulos cujas famílias tinham crido em Cristo. Por que Paulo cumprimentaria essas famílias?

8. Vale a pena mencionar que muitos eruditos importantes acreditam que Rufo seja o filho de Simão de Cirene, quem foi obrigado a carregar a cruz por Jesus (Marcos 15:21). O fato de Marcos ter mencionado Rufo por nome revela que se tratava de uma pessoa bem conhecida na comunidade da igreja primitiva. À luz disso, como você entende a saudação especial de Paulo no v. 13?

9. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

*Observação:
Embora alguns desses nomes não possam ser identificados na história, pode-se presumir que os seguintes sejam nomes de mulheres: Priscila, Junias, Trifena, Trifosa e Persida (e, é claro, Maria).

Reflexão meditativa
Paulo-um ministro exemplar do evangelho

Normalmente torcemos o nariz quando nos deparamos com uma passagem da Bíblia que está cheia de nomes; no entanto, a lista de nomes que aparece no final da carta de Paulo à igreja em Roma é muito interessante e informativa. Embora não seja útil especular sobre alguns dos nomes, como Maria (Rom. 16:6), esta lista de 26 pessoas, duas "famílias" e várias "igrejas domésticas" nos fornece uma informação sobre a vida da igreja primitiva cujo valor é inestimável. Mas também revela muito sobre que tipo de ministro do evangelho era Paulo.

Paulo tinha muitos colaboradores que ele podia chamar de queridos amigos, amados e companheiros da prisão; além disso, muitos de seus amigos eram mulheres. Isso mostra que Paulo estava longe de ser um chauvinista. De fato, ele era uma pessoa que amava tanto estar com as pessoas que era amado por muitos, como os anciãos de Éfeso, que choraram ao se despedir dele (Atos 20:37).

Paulo também não era um pregador de meras palavras, mas alguém que praticava o que pregava. Sua vida era um livro aberto para todos (Atos 20:18). Com todos os crentes a quem ministrava, Paulo compartilhava não só palavras, mas também a sua própria vida. (1 Tes. 2:8).

Além disso, por mais talentoso que fosse, Pablo não era nenhum "herói solitário". Sua vida nos mostra que nenhum líder deve agir por conta própria, mas deve procurar cercar-se de um grupo de amigos íntimos que podem lhe dar apoio e encorajamento, além de ser pessoas a quem ele presta contas.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 16:1–16 (II)

Paulo inclui mais detalhes quando menciona Febe, Priscila, Áquila, Andrônico e Júnias (vv. 1-2; 3-5 e 7). Hoje refletiremos um pouco mais sobre cada um deles:

1. Febe: Esta é a primeira diaconisa a ser mencionada por nome na igreja (Lenski); sua igreja estava na cidade de Cencréia, cerca de 13 km de Corinto, onde Paulo estava quando escreveu esta carta. Foi ela quem provavelmente levou esta carta a Roma (acredita-se que ela levou a carta numa viagem de negócios a Roma):
a. Quão especial é ela como crente?

b. Quão especial é ela para Paulo?

c. Qual foi a sua contribuição para a igreja primitiva?
2. Priscila e Áquila: Leia Atos 18 para se familiarizar mais uma vez com este casal missionário:
a. Quão especiais são eles como crentes?

b. Quão especiais são eles para Paulo, e inclusive para Apolo?

c. Qual foi a contribuição deste casal leigo para a igreja primitiva e para a Grande Comissão?

d. Por que Paulo mencionaria o nome de Priscila primeiro, antes de mencionar o nome de Áquila?

e. Como você deve imitá-los?
3. Andrônico e Júnias: Uma vez que são parentes de Paulo, trata-se de dois judeus, o primerio com um nome grego e o segundo com um nome latino.
a. Quão especiais são estes dois como crentes?

b. Quão especiais são para Pablo?

c. Qual foi a sua contribuição para a igreja primitiva e para a Grande Comissão?
Observação:
Não sabemos exatamente quando nem onde estes dois estiveram na prisão com Pablo. Neste versículo, Paulo usa o termo "apóstolos" com um sentido mais geral.
4. Ao refletir sobre esta lista de saudações, e especialmente, sobre os cinco indivíduos mencionados acima, o que você pode deduzir sobre a igreja primitiva?

5. Qual é a principal mensagem para você hoje e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A Igreja em Roma-uma igreja que exemplifica o Evangelho

No estudo de ontem expliquei como a longa lista de nomes daqueles que Paulo cumprimentou nos permite entender que tipo de ministro ele era; no entanto, a lista também nos dá um vislumbre da vida da igreja primitiva, especialmente a igreja que estava em Roma. Consideremos as seguintes características:
a. Era uma igreja multiétnica: a lista inclui nomes gregos, latinos e judaicos. Isso nos descreve uma poderosa imagem da realidade do evangelho, um evangelho que é para todos os povos. A igreja em Roma não só pregava um evangelho de reconciliação; ela o praticava, quebrando as barreiras culturais e étnicas e tornando-se um em Cristo.

b. Era uma igreja com igualdade de gênero: muitas pessoas, e até muitos cristãos, pensam que Paulo era um chauvinista, devido ao seu posicionamento sobre o dever das mulheres de cobrirem seu cabelo y outras palavras severas que Paulo usou a fim de manter a órdem na igreja. Mas na realidade, Paulo trata os homens e as mulheres como iguais em Cristo. Ele até cumprimenta Priscila antes de seu marido Áquila. Ele envia saudações a muitas mulheres em Roma, elogiando-as por seu trabalho no Senhor. Além disso, ele se dirige a Febe como diaconisa. A igreja primitiva, especialmente esta igreja em Roma, não discriminava as pessoas com base na sua raça ou no seu gênero. Todos somos iguais em Cristo.

c. Era uma igreja dirigida por leigos: é óbvio que a maioria dos santos que Paulo cumprimenta, senão todos, eram leigos que tinham suas próprias profissões e famílias. Mas juntos, eles formavam a liderança principal da igreja, embora não necessariamente ocupassem cargos oficiais. Muitos deles até abriam as suas casas para os irmãos se reunirem. Priscila e Áquila são excelentes exemplos disso, pois sua profissão era fazer tendas. Mas aonde quer que fossem, levavam consigo o evangelho, inclusive discipulando figuras tão importantes como Apolo (Atos 18:26). Uma vez caducado o decreto do imperador Cláudio (devido à sua morte no ano 54 d. C.) que tinha expulsado os judeus de Roma, eles também voltaram a Roma e abriram sua casa para as reuniões da igreja.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Romanos 16:17-27

1. Chegamos ao final desta longa carta:
a. Reserve um tempo para refletir sobre os temas principais abordados por Paulo nesta carta.

b. Você conseguiu deduzir a razão pela qual ele teve que escrevê-la?
2. Com que tipo de advertência Paulo encerra esta carta? Por quê?

3. Baseado no conteúdo principal desta carta, quem são as pessoas contra as quais Paulo alerta?
a. Como elas afetam a igreja de Deus?

b. Como podemos explicar sua considerável eficácia aparente?

c. De acordo com Paulo, qual é a motivação dessas pessoas?

d. Como os crentes devem tratá-las? Por quê?
4. No v. 19, Paulo usa palavras muito precisas para admoestar os crentes. O que significam estas frases?
a. Sábios em relação ao que é bom

b. Sem malícia em relação ao que é mal
5. O v. 20 lhe parece um tanto estranho? Por que ou por que não?
a. De quem são os pés que Paulo menciona no v. 20?

b. Por que Paulo usa a expressão "Deus de paz" para se referir a Deus neste contexto?
6. A bênção final é bastante "carregada" de implicações:
a. A quem Paulo está dando glória?

b. Deus tem poder para fazer o que com os crentes?

c. Por que Paulo usa a expressão "único Deus sábio" para se referir a Ele?

d. Na sua opinião, de que forma o evangelho de Jesus Cristo revela a sabedoria de Deus?
7. Ao chegar ao fim do estudo desta carta, utilize esta doxologia para louvar a Deus.

8. Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Cultos interconfessionais

Hoje em dia, em nome da tolerância, muitos cristãos, tanto ministros quanto leigos, participam de cultos interconfessionais pelo que normalmente é considerado uma boa causa. Não tenho nenhuma dúvida de que Deus rejeita as orações que são feitas em nome de ídolos ou falsos deuses, mas será que Deus ouve as orações feitas por ministros cristãos nesses contextos, especialmente quando são feitas por servos Seus que se recusam a invocar o nome de Jesus?

Em certa ocasião, quando eu estava orando publicamente num contexto cristão onde havia cristãos de diversas denominações, orei muito explicitamente em nome de Jesus. Os gritos de "amém" que recebi não foram pronunciados com muito entusiasmo, pois a maioria dos outros líderes fazia suas "orações da sinagoga" (ou seja, orações em que só se dirigiam a Deus sem invocar o nome de Cristo).

Nem consigo imaginar qual seria a reação de Paulo se ele estivesse num desses cultos!

Na conclusão de sua extensa epístola à Igreja Romana, depois de ter defendido apaixonadamente a justificação pela fé e a igualdade absoluta de judeus e gentios perante Cristo, Paulo encerra mais uma vez com palavras severas contra doutrinas que são contrárias aos o evangelho de Jesus Cristo. Ele exorta os crentes em Roma a terem cuidado com aqueles que pregam tais heresias, dizendo, "afastem-se deles" (Rom. 16:17).

Não tenho nenhuma dúvida de que Paulo não toleraria os assim chamados "cultos interconfessionais", uma vez que, de acordo com 2 Coríntios 6:15, “¿Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há de comum entre o crente e o descrente?".

Mas tome cuidado; isso não significa que Paulo defende a noção de que não devemos nos associar com descrentes, porque então "vocês precisariam sair deste mundo."(1 Coríntios 5:10). O que ele condena é a tolerância de doutrinas e crenças que vão contra o evangelho de Jesus Cristo.