Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Coríntios 7:1–9

Hoje continuaremos o nosso estudo da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios no Novo Testamento.

Tema: Este corpo não é seu

(1) Devido à imoralidade desenfreada na cidade de Corinto (naquela época, o nome desta cidade era usado como sinônimo de imoralidade sexual), alguns tinham perguntado a Paulo se a melhor maneira de evitá-la era simplesmente abster-se de qualquer tipo de relação sexual, mesmo entre cônjuges. Qual é a resposta de Paulo? Por quê?

(2) Muitos casais ficam insatisfeitos com sua vida sexual, muitas vezes devido à rejeição (motivada pela vingança ou pelo ressentimento) ou desinteresse (por razões físicas) por parte de um dos cônjuges. Qual é a exortação de Paulo a esse respeito, e qual é o fundamento do seu argumento?

(3) Caso haja questões não resolvidas que têm levado a esse tipo de privação, qual é o conselho prático de Paulo, e o propósito desse conselho? Por que ele chama isso de "concessão"?

(4) É evidente que Paulo é solteiro (ou viúvo) e que ele se refere à sua condição como um "dom". O que isso quer dizer?

(5) Sabemos que o casamento é a união mais íntima que existe entre um homem e uma mulher e que deve ser baseado no amor. No entanto, o conselho de Paulo é baseado no "desejo" ou na falta de controle. Por quê?

(6) Havia uma história sobre uma conversa que ocorreu entre o presidente dos Estados Unidos Grant e o general chinês Hung-Cheung Lee sobre o casamento. Grant estava caçoando de Lee por causa da falta de amor nos casamentos chineses daquela época. Lee respondeu: "O casamento ocidental é como uma panela de água fervente que esfria com o tempo, mas o casamento chinês é como uma panela de água fria que é colocada no fogão e ferve com o tempo." Em sua opinião, qual das duas analogias melhor representa o ensino das Escrituras sobre o casamento? Por quê?

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Casamentos cristãos em crise

"Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração ... como concessão." (NVI-PT) (1 Cor. 7:5, 6)

Não preciso dizer nada ou citar estatísticas para mostrar que os casamentos cristãos estão em apuros.

Eu não acho que isso seja resultado de uma falta de ensino na igreja. Qualquer casal que recebeu aconselhamento pré-matrimonial cristão entende que o amor em Cristo é um compromisso, especialmente no que diz respeito ao nosso casamento. Os sentimentos vão e vêm, mas o amor no casamento está firmemente alicerçado no compromisso que o apóstolo Paulo descreve tão claramente em 1 Coríntios 13:7: "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". Isso é o que Cristo demonstrou de forma poderosa quando “amou a igreja e entregou-se por ela...” (Efésios 5:25). Cristo Jesus também deixa este assunto completamente claro quando faz a seguinte declaração: “Portanto, o que Deus ajuntou, não separe o homem” (Mt 19:6). Assim, a palavra "homem" se refere tanto ao marido quanto à mulher!

Como pastor, tenho sido testemunha do contínuo desmoronamento dos casamentos dentro da igreja, especialmente entre casais de meia-idade e idosos. É verdade que muitos maridos são viciados em pornografia, especialmente na Internet, e outros têm caído nas tentações que estão facilmente disponíveis através de seus contatos dentro e fora da igreja com mulheres mais jovens que muitas vezes estão destroçadas e têm necessidades emocionais. Os ataques e advertências implacáveis nas Escrituras contra a imoralidade sexual parecem ter pouco impacto sobre eles. Eu acredito que os pastores e líderes masculinos da igreja precisam tomar a iniciativa de dar um exemplo piedoso nesta área; devemos nos comprometer a caminhar junto com os outros homens na igreja. Nesse sentido, fico feliz em ver o rápido crescimento dos ministérios de homens que tem havido em muitas igrejas durante as últimas duas décadas.

No entanto, há um número crescente de esposas cristãs, muitas das quais amam sinceramente o Senhor, nas quais tem surgido um ressentimento contra os seus maridos de longa data. Isso não quer dizer que seus maridos tenham piorado, mas que elas mesmas, talvez como consequência da síndrome do berço vazio, têm exagerado cada vez mais as deficiências dos maridos: sua insensibilidade, seu chauvinismo, sua teimosia ou sua hipocrisia. Embora eu realmente não possa defender alguns desses maridos, a verdade é que essas deficiências sempre estiveram presentes, desde o início do casamento; no entanto, por alguma razão, essas esposas decidem não aguentar mais e buscam um divórcio. Elas têm acreditado na mentira do mundo (que na verdade vem de Satanás) de que seriam mais felizes sem seus maridos. Como cristãos, todos sabemos que ninguém pode ser feliz, muito menos mais feliz, quando suas ações estão fora da vontade de Deus. Além disso, a felicidade nem mesmo é o objetivo do cristão; seu objetivo é amar e honrar o Senhor.

É óbvio que em 1 Coríntios 7:1-7 Paulo se dirige aos cônjuges cristãos cujos casamentos estão em apuros, e que o propósito de sua "concessão" é permitir-lhes um "tempo de descanso" limitado; mas logo ele enfatiza que o único propósito desse tempo é "para se dedicarem à oração" (7:5). Espero que o que eu tenho dito até agora não seja um fardo para você; no entanto, se você achar difícil demais para aceitar, meu único conselho é o de Paulo: dediquem-se à oração para poder identificar quais são os seus verdadeiros motivos e reunir forças para fazer o que agrada e honra ao Senhor.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Coríntios 7:10–24

Tema: Fique onde você está

Talvez seja útil manter duas coisas em mente: (1) É muito provável que Paulo esteja respondendo a uma carta que a igreja de Corinto lhe enviara anteriormente, na qual eles teriam feito uma pergunta após a outra, às quais Paulo responde nesta seção. (2) Ao longo deste trecho podemos ver que Paulo os exorta repetidamente a "permanecerem" na condição em que já estão, seja lá qual for.

Vv. 10-19—Neste trecho, Paulo se refere aos casamentos mistos, isto é, nos quais um dos cônjuges já se converteu (provavelmente depois de se casar) enquanto o outro não.

(1) Paulo recorre diretamente às palavras do Senhor Jesus. A versão mais completa de Sua declaração aparece em Mateus 19:4-9. Qual é a ordem de Jesus a esse respeito, e em que se fundamenta Sua ordem?

(2) Que fundamento lógico (e espiritual) poderia haver (além do adultério) para um cônjuge crente (e parece que, no contexto coríntio, as esposas cristãs eram mais propensas a isso) pensar seriamente em se divórciar do seu cônjuge?

(3) Ainda hoje, não é incomum ouvir sobre um cônjuge cristão que está pensando em se divorciar de seu cônjuge descrente. Como eles normalmente defendem sua forma de pensar?

(4) Sabemos que as Escrituras ensinam que não seremos salvos a menos que nos arrependamos e acreditemos em Jesus Cristo. Portanto, Paulo com certeza não se refere à "salvação" no versículo 14; ele simplesmente usa o motivo de pureza cerimonial do Velho Testamento para corrigir a aplicação indevida dos ensinos dos coríntios, como aqueles mencionados em 6:16. Qual seria, então, o significado das seguintes afirmações?

a. O marido descrente é santificado por meio de sua esposa.

b. Os filhos nascidos neste casamento não serão impuros, mas santos.

(Dica: De acordo com Gordon Fee, neste trecho Paulo usa termos do Velho Testamento que se referem à pureza ritual.)

(5) Qual é a probabilidade de uma pessoa cujo cônjuge ou pai é crente crer em Cristo, em comparação com a de uma pessoa que mora num lar totalmente secular?

(6) Paulo desafia as esposas crentes com a seguinte pergunta: "Você, mulher, como sabe se salvará seu marido?" Como uma esposa pode salvar seu marido? (vide 1 Pedro 3:1-6, dirigido às esposas crentes, e 3:7, dirigido aos maridos crentes)

Vv. 20-24

(7) A escravidão não é um crime contra a humanidade? Com que fundamento Paulo exorta os escravos cristãos a não buscarem a liberdade por si só?

(8) Por que Paulo diz que os escravos cristãos são de fato livres em Cristo? Nesse sentido, defina o que é a verdadeira liberdade.

(9) Por que Paulo diz que aqueles cristãos que não são escravos são, na verdade, escravos de Cristo? Defina o que significa ser um escravo de Cristo.

(10) Paulo, ao nos exortar a permanecer na condição para a qual Deus nos chamou, expõe a seguinte verdade principal: devemos ser escravos de Cristo, não escravos dos homens. O que ele quer dizer com isso?

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Salvação por meio do casamento?

Pois o marido descrente é santificado por meio da mulher..." (NVI-PT) (1 Coríntios 7:14)

Eu reconheço que a linguagem que o apóstolo Paulo usa ao exortar os cônjuges crentes a não deixarem seus cônjuges descrentes (talvez uma expressão mais apropriada seria "cônjuges que ainda não creram") é um pouco confusa. Os cônjuges incrédulos realmente podem ser salvos simplesmente em virtude da fé de seus cônjuges cristãos? Os filhos que são produto desse casamento são salvos automaticamente?

Estas são precisamente as instruções do apóstolo Paulo que têm sido manipuladas por algumas seitas que defendem a poligamia, uma vez que (de acordo com os seus ensinamentos) os homens cristãos devem se casar com o maior número possível de mulheres a fim de salvá-las para Cristo. É claro que qualquer pessoa em seu perfeito juízo compreenderá quão distorcida é a mentalidade dessas seitas. No entanto, estes mesmos argumentos têm sido usado também para justificar o batismo infantil.

Tudo isso destaca a importância de entender o contexto de cada instrução dada nas Escrituras a fim de obter uma compreensão adequada do seu significado.

As instruções dadas em 7:12-24 tratam especificamente da questão dos casamentos com jugo desigual, aqueles em que um dos parceiros se tornou crente, enquanto o outro (ainda) não. Parece que alguns dos crentes pensavam que era pecado manter relações físicas (com base num um argumento muito parecido com o de Paulo em 6:15). Foi por isso que alguns deles (fosse por motivos sinceros ou por motivos malignos) procuraram se divorciar de seus cônjuges descrentes. Foi nesse contexto que Paulo disse que o cônjuge incrédulo era santificado por meio de seu cônjuge crente (7:14).

Apesar disso, não há dúvida de que a palavra “santificação”, conforme ela é usada aqui, não significa que o cônjuge descrente é salvo; se fosse esse o caso, Paulo não teria que fazer as seguintes perguntas no versículo 16: "Você, mulher, como sabe se salvará seu marido? Ou você, marido, como sabe se salvará sua mulher?". O que Paulo quer dizer é isso: quando permanecemos no casamento, temos uma chance muito melhor de salvar o nosso cônjuge descrente (vide 1 Pedro 3:1).

Além disso, com relação aos filhos que nascerem nesse tipo de casamento, Paulo diz que não serão impuros, mas santos (7:14). Há um claro contraste aqui entre as palavras "impuro" e "santo". O uso da palavra impuro mostra claramente que o argumento de Paulo ao respeito toma como exemplo a pureza cerimonial exigida no contexto das tradições judaicas. As tradições judaicas consideram que a impureza cerimonial é transmitida por contato ou associação; portanto, uma pessoa que tem contato com coisas que foram tocadas por uma pessoa impura torna-se impura, e se um homem se unir fisicamente com uma mulher impura (durante o seu período menstrual), ele  automaticamente ficará impuro também. Este é o raciocínio ou medo que os cônjuges crentes em Corinto teriam tido, a saber, que eles, ao permanecer casados e continuar a se unir fisicamente com os seus cônjuges, seriam impuros, e não só eles mesmos, mas também qualquer filho que fosse produto dessas uniões.

A resposta de Paulo para o cônjuge crente é clara: quando alguém se torna crente, até mesmo o seu casamento é santificado, e isso inclui tanto o cônjuge cristão quanto seu parceiro não cristão, uma vez que agora inclusive o seu casamento está no Senhor (é um casamento cujo propósito é refletir o amor de Deus através da continuidade de sua união); portanto, os filhos nascidos de tal união não serão impuros, mas santos, no sentido de que a união física não é um ato de adultério, mas uma união que tem sido santificada pelo Senhor.

Isto é, portanto, uma inversão da noção de imundícia do Velho Testamento, uma vez que o cônjuge descrente e seus filhos, devido ao seu contato e associação com o cônjuge crente, não são cerimonialmente imundos. Além de não haver nenhuma necessidade de divórcio, há uma chance ainda maior de que o cônjuge descrente e seus filhos sejam salvos.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Coríntios 7:25–40

Tema: Casar ou não casar

Vv. 25-28—Fique onde você está

(1) Paulo parece estar a favor do celibato. Qual a diferença entre a atitude dele e a do ascetismo?

(2) Paulo, que parece preferir ser solteiro, dá neste trecho duas razões para sua preferência. Quais são?

(3) Que tipo de aflição (ou pressão) os crentes no Corinto do primeiro século estavam enfrentando?

(4) Que tipo de problemas somente afetam as pessoas casadas?

(5) Paulo deixa claro que seu conselho não provém do Senhor; ele simplesmente está dando a sua opinião. Você está de acordo com a opinião que ele expressa neste trecho? Por que ou por que não?

Vv. 29-35—Mais duas sugestões

(6) O tempo é cuto. O que Paulo quer dizer quando afirma que " o tempo é curto"? A que "tempo" ele se refere?

(7) Devido à fugacidade do tempo, Paulo lhes dá as seguintes exortações:

a. Se você é casado, viva como se não fosse.

b. Se você chorar, viva como se não chorasse.

c. Se você é feliz, viva como se não fosse feliz.

d. Se você comprou algo, viva como se não o tivesse comprado.

e. Use as coisas como se não precisasse delas.

Em que sentido os vv. 32-35 explicam a forma de raciocinar acima exposta e o propósito de sua exortação?

(8) O que isso tem a ver com a declaração no versículo 31 de que "a forma presente deste mundo está passando."?

(9) Como devemos aplicar isso à nossa vida atual, quer sejamos casados, quer solteiros?

Vv. 36-40

(10) À luz da imoralidade que estava afetando a igreja de Corinto, é difícil imaginar que ainda houvesse alguns que achavam que o casamento era pecado; no entanto, podemos supor que houve entre eles crentes excessivamente espirituais (embora talvez não procurassem aplicar esse princípio tão errôneo a si mesmos, mas eles provavelmente o usavam para julgar os que estavam casados ou prestes a se casar). Nestas últimas palavras de Paulo sobre o assunto, de que forma ele defende habilmente o celibato ao mesmo tempo que ele rejeita o ascetismo?

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A inspiração divina

" ... penso que também tenho o Espírito de Deus." (NVI-PT) (1 Coríntios 7:40)

Todo o capítulo 7 de I Coríntios parece ser a resposta de Paulo a uma carta que a igreja lhe escrevera com perguntas sobre temas relacionados ao casamento, sem dúvida sob uma forte influência e pressão da cultura secular de Corinto, uma cidade cujo nome era usado na época como sinônimo de imoralidade.

Parece que o apóstolo Paulo também decidiu abordar várias situações relacionadas ao casamento, uma vez que primeiro (nos vv. 1-11) ele aborda a questão dos casamentos (que estavam em apuros) entre dois crentes; logo, nos vv. 12-24, ele fala sobre casamentos que estavam em jugo desigual (aqueles em que somente um dos cônjuges se converteu); finalmente, nos vv. 25-38, ele aborda temas ligados ao estado do solteiro, e prossegue com uma breve conclusão nos vv. 39-40.

Também é interessante notar que o apóstolo Paulo, ao abordar as várias situações que podem existir no casamento, usa uma linguagem um tanto intrigante, uma vez que ele se refere ao mandamento do Senhor no versículo 10 (sobre o casamento dos crentes), mas esclarece no v. 12 que o que ele está prestes a dizer são suas próprias palavras e não as do Senhor (dependendo do contexto, isso inclui o trecho em que ele se refere aos casamentos de jugo desigual); em seguida, ele reconhece no v. 25 que não tem mandamento do Senhor a respeito dos solteiros. Finalmente, na conclusão desta abordagem das diversas situações no casamento, ele diz no v. 40 que pensa que também tem o Espírito de Deus.

Por causa disso, muitos têm expressado sua preocupação com a possibilidade de que estas palavras de Paulo não sejam realmente inspiradas por Deus. Antes de falar mais sobre o assunto, devemos entender que toda a Escritura é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16). Acreditamos que isso se refere ao cânon inteiro do Velho e do Novo Testamento, não só as palavras do Senhor Jesus (que muitas versões traduzidas imprimem em letras vermelhas). Este princípio também inclui a redação das Escrituras. Nesta passagem em que Paulo aborda as diversas questões relacionadas ao casamento cristão, ele faz uma distinção entre o que o Senhor Jesus transmitiu de forma  direta (no v. 10) e suas próprias instruções, as quais não foram mencionadas pelo Senhor Jesus enquanto esteve na terra. Isso não significa que alguns de seus conselhos não tenham sido inspirados pelo Espírito Santo. Pelo contrário, ele diz em sua conclusão que pensa que o Espírito o guiara em suas respostas (v. 40).

Sabemos por meio da segunda carta de Paulo aos coríntios que alguns de fato continuaram a contestar o apostolado de Paulo, e como consequência, a autoridade das instruções que ele tinha dado (vide 2 Coríntios 11-12). Em sua defesa, o apóstolo Pedro disse o seguinte: “Suas cartas contêm algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (2 Pedro 3:16—itálico adicionado). Com essas palavras do apóstolo Pedro, devemos descartar para sempre qualquer dúvida sobre o caráter divino dos escritos do apóstolo Paulo que chegaram até nós.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Coríntios 8:1–13

Tema: Livres para amar

O contexto desta resposta a (mais) uma questão que os coríntios tinham levantado tem a ver com a idolatria que predominava em Corinto. Sua preocupação tinha a ver com a carne que era sacrificada aos ídolos no templo e depois vendida no mercado aberto; o culto que se prestava no templo com frequência envolvia as prostitutas do templo.

(1) Vv. 1-3—O princípio a ser usado para discernir

a. Quais são os dois princípios contrastados por Paulo?

b. Por que é perigoso um discernimento fundamentado somente no conhecimento?

c. O amor e o conhecimento sempre são mutuamente exclusivos?

d. O que o fato de alguém ser conhecido por Deus tem a ver com sua capacidade de conhecer "como deveria" e ter discernimento?

(2) Vv. 4-6—Um só Deus

a. Quem é o nosso Senhor e Deus?

b. Como o nosso Deus é diferente dos ídolos (ou de outros deuses)?

c. Se um ídolo não é nada, o que devemos concluir sobre a comida que é sacrificada aos ídolos?

(3) Vv. 7-13—O princípio do amor

a. Que palavra Paulo usa para descrever aqueles que não têm esse mesmo conhecimento teológico (isto é, de que os ídolos não são nada)?

b. Que razões Paulo dá em cada um dos versículos do trecho de 8-12 para nos exortar a não comer carne que foi sacrificada aos ídolos?

c. Em que sentido a questão do consumo de álcool no nosso contexto atual é parecido com a do consumo de carne sacrificada aos ídolos no contexto dos coríntios?

d. Você consegue pensar em algum outro exemplo contemporâneo?

e. Como podemos aplicar o conselho de Paulo em nosso contexto atual?

(4) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Liberdade para amar

"O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica." (NVI-PT) (1 Cor. 8:1)

Enquanto eu lia o capítulo 8 de I Coríntios, lembrei-me de um testemunho de outro pastor que ouvi no rádio (e tenho certeza de que já o compartilhei várias vezes com alguns de vocês), no qual ele explicava como a forma em que ele usou o seu conhecimento acabou destruindo os outros em vez de edificá-los.

Durante um jantar de celebração para um casal cristão recém-batizado, o pastor pediu ao garçom um pouco de vinho. O casal ficou chocado ao ver isso, porque ambos pensavam que os cristãos não deviam consumir nem uma gota de álcool. Em seguida, este pastor erudito explicou com sólidos argumentos bíblicos que aquilo que a Bíblia proíbe é a embriaguez, não o consumo de álcoo em sil. Mas o que ele não sabia era que ambos os cônjuges eram ex-alcoólatras. Como consequência de terem ouvido a exposição clara e convincente das Escrituras por parte de seu pastor, ambos começaram a beber novamente. O resultado foi trágico: eles voltaram ao seu antigo vício, e além de seu casamento terminar em divórcio, um deles foi parar numa instituição psiquiátrica.

De fato, "'Tudo é permitido', mas nem tudo convém." (1 Coríntios 10:23). Quão verdadeiro é esse ditado!

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Coríntios 9:1–15

Tema: Livres para servir

(1) Este trecho é claramente uma defesa do apostolado de Paulo. Com base no que já lemos nos capítulos anteriores, quais são as verdadeiras razões pelas quais os coríntios questionavam seu apostolado, embora ninguém duvidasse que Paulo fora o primeiro a levar-lhes o evangelho, e foi quem plantou a igreja entre eles? O que você acha das seguintes possíveis razões?

a. Paulo desprezava a sabedoria humana, da qual eles se orgulhavam.

b. Paulo não era tão eloqüente quanto Apolo.

c. Paulo estava sendo muito duro com eles e sua repreensão direta os envergonhava

d. Em vez de ficar com eles, Paulo havia continuado o seu esforço missionário em outro lugar.

Você consegue pensar em outras possíveis razões?

(2) Também é muito evidente que Paulo consertava tendas para suprir as suas necessidades, e embora ele aceitasse ofertas das igrejas da Macedônia, ele aparentemente se recusou a ser apoiado pelos coríntios. De acordo com o versículo 12, por que Paulo fazia isso? Por que o dinheiro que ele poderia ter recebido dos coríntios teria sido um obstáculo para o evangelho de Cristo (embora não o tenha sido no caso das igrejas da Macedônia)?

(3) Nos vv. 3-6, Paulo desafia os coríntios com uma série de perguntas. Você consegue sentir a dor e a frustração por trás dessas perguntas? Foi certo ele ter desabafado suas frustrações assim? Por que ou por que não?

(4) No v. 7, Paulo usa três analogias sensatas para argumentar que os ministros do evangelho devem receber apoio financeiro daqueles a quem servem. Quais são essas analogias? Você acha que elas fazem sentido? Por que ou por que não?

(5) Em seguida, Paulo recorre a Deuteronômio 25:4 para defender seu argumento. Você acha que Paulo realmente precisava usar essa passagem de Deuteronômio para apoiar o seu argumento? Será que a analogia dos sacerdotes no versículo 13 não era suficiente?

(6) É óbvio que os coríntios apoiavam outros ministros do evangelho (v. 15); mas Paulo diz "prefiro morrer" em vez de receber o apoio deles. O que você pode deduzir sobre o tipo de relacionamento que havia entre Paulo e a igreja em Corinto? Que lição você pode aprender disso?

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Seja
amável com os seus ministros

Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho." (NVI-PT) (1 Cor. 9:14)

Como diretor de uma organização paraeclesiástica, tenho tido a oportunidade de viajar ao redor do mundo e ministrar a igrejas de diversas denominações. Um elemento comum que tenho visto nelas é o fato de muitos de seus pastores serem maltratados. Atualmente, há cada vez menos respeito pelos pastores na igreja de Jesus Cristo.

Tenho que reconhecer que já tenho conhecido alguns pastores que agem como verdadeiros ditadores e não merecem nosso respeito. No entanto, eles são a minoria. A maioria dos pastores realmente são chamados por Deus e se sacrificam para servir seus rebanhos com humildade, mas muitos não recebem o respeito que os servos do Senhor merecem.

Muitos daqueles que não são respeitados pelos seus rebanhos não têm o dom de pregar com eloqüência; no entanto, muitas vezes essa deficiência é compensada pelo seu amor sacrifícial e cuidado do seu rebanho.

Alguns deles não são por natureza pessoas sociáveis. São tímidos, e alguns não têm habilidades interpessoais. Em certa ocasião, encorajei com as seguintes palavras certa líder que reclamava sobre a falta de confiança de seu pastor no ministério de visitação: "Por que você não acompanha o pastor em suas visitas?" É importante entender que Deus freqüentemente usa leigos para complementar e potenciar seus pastores. Uma igreja bem-sucedida sempre é o resultado de trabalho em equipe.

Tenho observado que existem dois tipos de igreja. O primeiro entende que o chamado de seu pastor é sagrado e reconhece que ele ou ela não é um super-homem, mas uma pessoa imperfeita; portanto, este tipo de igreja se esforça para "tornar o pastor bem-sucedido". O segundo tipo pensa em seu pastor como se fosse um simples funcionário (não há nada pior do que esse conceito na igreja de Deus) e adota a seguinte atitude: “Nós o respeitaremos e apoiaremos se você nos mostrar que é digno; se não, … ".

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Coríntios 9:16–27

Tema: Tudo pelo Evangelho

Vv. 16-18A pregação do Evangelho

(1) Como Paulo pregava o evangelho - de forma voluntária ou involuntária?

(2) Uma vez que Paulo não estava buscando recompensas financeiras, mas a recompensa de poder apresentar o evangelho "gratuitamente, não usando, assim, dos meus direitos ao pregá-lo" (v. 18), que tipo de recompensa era essa?

(3) Por que você prega o evangelho? (Ou por que você não prega o evangelho?)

(4) Qual poderia ser a sua recompensa se você pregar o evangelho?

Vv. 19-23Tudo para com todos

(5) De acordo com o v. 19, o que caracteriza a atitude de Paulo de se tornar tudo para com todos?

(6) Sabemos que Paulo se opunha fortemente aos que buscavam viver sujetos à lei; mas apesar disso, ele estava disposto a se tornar uma pessoa sujeta à lei. Leia Atos 21:17-26 para ver um exemplo disso.

(7) Por que Paulo enfatizou que embora ele também tivesse se tornado como uma pessoa sem lei enquanto ministrava aos gentios, ele não era livre da lei de Cristo? (vide Gálatas 5:14 e 6:2)

(8) O que você pode aprender da atitude de Paulo com relação ao evangelho?

Vv. 24-27—Correr com um objetivo claro

(9) Qual era o objetivo de Paulo? O que ele fazia para garantir que seu objetivo fosse alcançado?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Lute a boa luta

"Corram de tal modo que alcancem o prêmio... para ganhar uma coroa que dura para sempre." (NVI-PT) (1 Cor. 9:24, 25)

Tenho certeza de que enquanto você lia as palavras de Paulo sobre sua firme resolução de correr, lutar e esmurrar, coisas que ele de fato fazia "por causa do evangelho, para ser co-participante dele"  (1 Coríntios 9:23), você foi tocado por seu zelo pelo evangelho e amor pelo Senhor. Isso me lembra duas coisas: a primeira é Eric Liddell (cuja biografia foi retratada no filme Chariots of Fire ); a segunda é um dos hinos que é cantado no filme, Fight the Good Fight .

Convido-os a meditar sobre a letra deste maravilhoso hino (de John S.B. Monsell, 1811-1875) e considerá-lo uma oportunidade para renovar o seu compromisso diante do Senhor.

(Consulte a versão bilíngue desta lição.)

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Coríntios 10:1–13

Tema: Tenham cuidado

Paulo usa o exemplo dos israelitas no deserto como um aviso aos cristãos coríntios. Consideremos o que nós também podemos aprender deles.

Vv. 1-4—Os israelitas tiveram experiências espirituais muito especiais.

(1) Foram batizados: De acordo com Paulo, essas pessoas foram de fato batizadas em Moisés na nuvem e no mar. A nuvem se refere à presença diária de Deus que se manifestou de forma visível por meio da nuvem que se interpôs entre os exércitos do Egito e os israelitas quando chegaram ao mar (Êxodo 14:20); é óbvio que o mar se refere à sua passagem por meio do Mar Vermelho quando se dividiu (Êxodo 14:21-22).

a. Por que Paulo usaria a palavra batismo para descrever essa experiência?

b. Em que sentido sua experiência foi semelhante ao nosso batismo hoje?

(2) Comeram alimento espiritual: essas pessoas de fato foram alimentadas com comida e bebida de forma milagrosa—por meio do maná e da rocha (Êxodo 16:4-36 e 17:5-7).

a. Por que Paulo diria que essas coisas foram de fato alimento espiritual e bebida espiritual?

b. Por que Paulo diria que a rocha era Cristo? (vide a Nota abaixo)

c. Como sua experiência foi semelhante à do alimento espiritual que nós recebemos hoje? (Em termos espirituais, o que estamos bebemos e comendo hoje, conforme o simbolismo da Ceia do Senhor?)

Vv. 5-13—Aplicação

(3) Depois de descrever essas experiências e encontros espirituais tão extraordinárias, Paulo continua no v. 5 com a expressão “Contudo”. Por quê?

(4) Ao mencioná-los como exemplos "para que não cobicemos coisas más", Paulo nos dá as seguintes aplicações (com respeito às coisas más):

a. Não sejam idólatras (Êxodo 32:6)

b. Não pratiquemos imoralidade (Números 25:1-9)

c. Não ponhamos o Senhor à prova (Êxodo 17:2,7)

d. Não nos queixemos (Números 16:3, 31-35)

Responda às seguintes perguntas para cada um dos incidentes acima:

- Qual foi o resultado?

- Como o seu pecado levou a um castigo tão severo?

- Você acha que você cometeria um pecado semelhante?

(5) Por que Paulo acrescenta outra advertência para nós no v. 12?

(6) O versículo 13 é uma promessa:

a. Como ela nos encoraja?

b. Como ela poderia servir também de repreensão?

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota :

George Beasley-Murray faz o seguinte comentário: "De acordo com a exposição rabínica, a rocha permaneceu com o povo ao longo de suas jornadas pelo deserto". (WBC, John, 114)

Reflexão meditativa
Os únicos culpados somos nós

"Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens." (NVI-PT) (1 Cor. 10:13)

Gostamos de pensar que o versículo acima é uma promessa de que Deus em Sua fidelidade não permitirá que sejamos tentados além do que podemos suportar, mas que, quando formos tentados, Ele providenciará um escape a fim de que possamos resistir. De acordo com a nossa experiência, essa interpretação com certeza é correta.

Ainda me lembro de certa etapa da minha vida, antes de Deus me chamar para ser um ministro do evangelho em tempo integral, na qual enfrentei uma crise que por pouco não me levou à falência. A saída mais fácil teria sido pedir falência e assim não precisar pagar nenhum centavo aos meus credores. Mas Deus, em Sua graça, me deu um banqueiro que tinha plena confiança em mim e na minha integridade; ele fez tudo ao seu alcance para me ajudar a saldar as dívidas, e finalmente, depois de muitos anos, eu me recuperei financeiramente. Aliás, ainda me lembro de muitos outros incidentes críticos na minha vida espiritual nos quais Deus providenciou um escape para eu não precisar pedir falência espiritual.

No entanto, esse versículo também serve como uma advertência, porque uma vez que Deus é fiel, os únicos culpados quando fracassamos somos nós, assim como no caso dos israelitas. As muitas obras milagrosas do Senhor que os israelitas testemunharam antes de sua chegada ao Monte Sinai não tiveram nenhum efeito para impedi-los de fazer um bezerro de ouro para adorar. Eles escolheram fazê-lo de forma deliberada, e se não tivesse sido pela intercessão apaixonada de Moisés, eles teriam sido consumidos pela ira de Deus. Esse também foi outro escape, outra oportunidade que Deus lhes deu. Pode-se dizer que a história de Israel é uma história de numerosas segundas chances; aliás, foram tantas que quando a glória do Senhor finalmente se afastou deles, os únicos culpados realmente foram eles mesmos; é por isso que o apóstolo Paulo disse que sua história foi registrada na Bíblia "para aviso nosso". (1 Coríntios 10:11).