Hoje continuaremos o nosso estudo da Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios no Novo Testamento.
No contexto de sua afirmação "não desanimamos" (v. 1 e v. 16), Paulo compartilha com os crentes de Corinto suas experiências de sofrimento.
(1) Você acha que Paulo foi o único que teve as experiências que ele descreve nos vv. 8-9? Por que ou por que não?
(2) Se for possível, tente entender as experiências de Paulo relacionando-as com as suas.
a. Você já foi pressionado de todos os lados (ou a cada momento)?
- O que isso nos ensina sobre a experiência de Paulo como apóstolo dos gentios?
- Mas apesar disso, Paulo afirma que ele não está angustiado (ARC). O que ele quer dizer com isso? Como isso é possível?
b. O que Paulo quis dizer quando disse que estava perplexo?
- Você já ficou perplexo? Qual pode ter sido a causa de sua perplexidade?
- Por que Paulo não estaria desesperado?
c. O que Paulo quis dizer quando disse que estava abatido?
- Você já se sentiu abatido?
- Como Paulo conseguiu evitar ser destruído, mesmo ao ser abatido?
- O que faria com que um cristão permanecesse abatido, incapaz de se levantar novamente?
(3) Paulo usa a seguinte expressão para descrever as experiências mencionadas acima: "Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus". O que ele quis dizer com isso?
(4) De acordo com a lógica de Paulo, é assim que a vida de Jesus também pode ser revelada em seu corpo. Por que?
(5) A vida de Jesus pode ser revelada em nós sem sofrermos?
(6) No versículo 12, por que a "morte" (ou sofrimento) de Paulo está ligada à "vida" (de Jesus) nos crentes de Corinto?
(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"De modo que em nós atua a morte; mas em vocês, a vida." (NVI-PT) (2 Coríntios 4:12)
Um dos temas que muitas vezes esquecemos ao estudar 2 Coríntios é a realidade do sofrimento. Paulo o menciona repetidamente ao longo da carta, e até descreve suas experiências anteriores de sofrimento; ele deixa bem claro que não quer que o sofrimento venha, mas também não quer evitá-lo, uma vez que ele conhece os "benefícios" do sofrimento para os cristãos.
No trecho que estudamos hoje em nossa reflexão sobre as Escrituras (2 Cor. 4:8-12), Paulo menciona pelo menos dois benefícios de seu sofrimento:
(1) "para que a sua vida também se manifeste em nosso corpo mortal" (4:11)
É verdade que podemos revelar a vida de Cristo em nós mesmo em tempos de prosperidade e sucesso; no entanto, é igualmente verdade que Sua vida se revela em nós mais plenamente no nosso sofrimento, uma vez que é quando sofremos que verdadeiramente seguimos os Seus passos (1 Pedro 2:21).
(2) “De modo que em nós atua a morte; mas em vocês, a vida." (4:12)
Na minha opinião, este benefício é bastante surpreendente, uma vez que Paulo considera o sofrimento que ele traz no corpo como "o morrer de Jesus" (4:10). Ao dizer isso, ele se refere à crucificação de sua carne, a morte para si mesmo, como algo que o faz revelar mais da vida de Cristo, e que tem o efeito de transmitir de vida aos crentes de Corinto. Em outras palavras, o nosso próprio sofrimento muitas vezes resulta na conversão e capacitação de outros cristãos.
Hermann Bezzel (1861-1917) teve razão quando disse o seguinte sobre o discipulado e o sofrimento:
“O navio da nossa vida precisa de lastro; precisa de algumas pedras para não afundar no abismo. Assim como o navio da vida não pode ficar sem lastro, o retrato da vida não pode ficar sem feridas, e nenhum dia da vida sem lágrimas ...
"O sofrimento é o ato supremo da obediência cristã; aqueles que considero bem-aventurados não são os que trabalharam, mas todos os que sofreram. O sofrimento é a obra mais grandiosa no discipulado de Jesus."
(1) Você realmente crê que "aquele que ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus"? Por que ou por que não?
(2) É óbvio que Paulo crê isso. De onde vem esse tipo de fé?
(3) Quando
Paulo fala sobre a ressurreição futura, por que ele se preocupa tanto
pelo fato de que ele será apresentado junto com os coríntios na presença
de Deus? (v.14)
(4) Em sua opinião, o que quer dizer "tudo isso é para o bem de vocês"? No contexto desta passagem, quão abrangente é a palavra “tudo”?
(5) Paulo diz que exteriormente ele estava se desgastando. Qual teria sido a condição física de Paulo depois de tudo o que ele teve que suportar? Você se identifica com suas palavras? Por quê?
(6) Paulo acrescenta que “interiormente estamos sendo renovados dia após dia”. O que ele quer dizer com isso? Você se identifica com suas palavras? Por que ou por que não?
(7) Você pode pode afirmar que a aflição que você enfrenta é na verdade "leve e momentâne"? Seja honesto. Você tem uma verdadeira percepção da glória eterna?
(8) Então, quais são as coisas nas quais você tem fixado os olhos recentemente - naquilo que se vê ou naquilo que não se vê?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.” (NVI-PT) (2 Coríntios 4:17)
Parece que Paulo, ao exortar-nos a colocar os olhos no que não se vê (como ele fazia) em vez do que se vê, também faz alusão ao que se vê, a fim de encorajar a si mesmo e aos seus companheiros, uma vez que ele diz:
"De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.” (NVI-PT) (1 Cor. 4:8-9)
Em outras palavras, ele não é tão “superespiritual” que não precisa ser resgatado pelo Senhor (o tesouro em seu pote de barro), inclusive em situações passageiras. O próprio fato de ele não estar desanimado, desesperado, abandonado ou destruído é o que lhe dá confiança para continuar seu ministério do evangelho.
No entanto, ele também reconhece que, em última análise, o que lhe dá coragem para não desmaiar (4:1, 16) não é a sua libertação dessas situações passageiras, uma vez que, como já sabemos, no final ele seria totalmente abandonado — “Na minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar; todos me abandonaram” (2 Timóteo 4:16); e ele de fato morreu como mártir nas mãos do imperador Nero. No final das contas, aquilo que o encoraja é a glória eterna que virá com a volta do Senhor Jesus. Ele sabe que será ressuscitado juntamente com os crentes de Corinto (4:14). Para ele, essa esperança gloriosa supera todos os seus problemas, os quais ele considera como "sofrimentos leves e momentâneos" (2 Coríntios 4:17).
O Senhor sabe o quanto podemos suportar e sempre nos dá uma saída para podermos permanecer firmes em nossa prova (1 Coríntios 10:13); no entanto, em última análise, a base de nossa confiança em Cristo, a razão pela qual não ficamos desanimados, se encontra na mesma esperança eterna em Cristo Jesus que Paulo tinha; caso contrário, como Paulo diz em sua carta anterior, "Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão". (1 Cor.15:19)
Paulo continua sua comparação entre aquilo que se vê (isto é, aquilo que é leve e momentâneo) e o que é invisível (eterno), usando a analogia de uma habitação (afinal, ele era fabricador de tendas) e de roupas.
(1) Em que sentido a analogia de Paulo (de que nosso corpo é uma habitação) é apropriada?
(2) No v. 1, Paulo usa pelo menos três objetos, senão quatro, para contrastar os nossos corpos terrestres com o corpo celestial. Quais são?
(3) Na seguinte analogia, Paulo usa a nudez para descrever aqueles que não têm uma morada celestial. Em que sentido eles estarão nus? Diante de quem eles estarão nus? (v. 10)
(4) Paulo diz que gememos e nos angustiamos "nesta casa". De acordo com ele, qual é o motivo de nosso gemido e angústia? Por que devemos gemer e nos angustiar enquanto ainda estivermos "nesta casa"? Essa tem sido sua experiência?
(5) No v. 5, Paulo se refere ao propósito de Deus em nos preparar assim. Você acha que a palavra "propósito" se refere ao nosso gemer ou ao momento em que o nosso corpo mortal será engolido pela vida (enquanto ele diz que o Espírito é uma garantia do que está por vir)? Por quê?
(6) Paulo usa a expressão "estar no corpo"
duas vezes (na língua original), mas parece que cada vez ela
tem um significado diferente. Consideremos o que
significa cada ocasião:
a. No v. 6, a expressão "estar no corpo" significa estar "confortável". Com isso em mente, o que significa o v. 6?
b. No v. 9, a mesma expressão (na língua original; traduzida na NVI com as palavras "estejamos no corpo") significa permanecer no corpo físico, ou seja, "estar vivo" nesta terra. Com isso em mente, o que Paulo diz ser seu objetivo no v. 9?
(7) Paulo nos diz no v. 10 que “todos nós devemos comparecer ante o tribunal de Cristo”.
Sabemos que já fomos salvos e cremos que seremos ressuscitados com Jesus
para a glória eterna. No entanto, como você responderia às seguintes
perguntas?
a. O que o v. 10 significa para você como cristão?
b. Uma melhor tradução da frase "ou bem ou mal" seria "ou bem ou inútil". Você acha que a palavra "inútil" significa mais do que algo que é somente "mal"? O que você acha? O que o termo "inútil" significa para você?
(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal." (ARC) (2 Coríntios 5:10)
Na época romana, a palavra "bema" se referia ao tribunal do governador; acredita-se que Atos 18:12-17 seja uma descrição de como Paulo foi julgado ante o bema de Gálio, uma experiência que aparentemente lhe forneceu estas imagens que ele usou como metáforas na declaração acima .
A pergunta que frequentemente surge diante da declaração de Paulo é se ela contradiz o conceito da salvação pela graça (Efésios 2:8-9). Acho que, com relação a esta declaração em si, devemos observar o seguinte:
(1) A expressão "todos" usada nesta passagem provavelmente se refere a Paulo e aos crentes de Corinto, uma vez que esta carta foi dirigida especificamente a eles e a "todos os santos" (1:1). Nas palavras de Murray Harris, "No entanto, neste contexto, Paulo está pensando principalmente, senão exclusivamente, na obrigação do cristão ..." (EBC, 2 Coríntios, 349).
(2) Ao usar a expressão "bom ou mau", Paulo na verdade usa um termo cuja tradução mais literal seria "inútil" em vez de "mau". Este uso parece estar em sintonia com o que acontecerá aos crentes naquele "Dia", de acordo com 1 Coríntios 3:13, no sentido de que se as "obras" dos crentes forem feitas de madeira, feno ou palha, materiais que não podem suportar a prova de fogo, "esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do fogo." (1 Coríntios 3:15)
Portanto, o tema central aqui não é a ressurreição de todos os mortos (Apocalipse 20), mas o "julgamento", em termos de recompensas ou vergonha para os crentes. Portanto, nós, como crentes, devemos examinar a nós mesmos para ter certeza de que o que fazemos como discípulos de Jesus Cristo não é “inútil” para Seu reino.
Motivos de reflexão!
(1) Esta passagem segue imediatamente a advertência de que "todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo" (5:10).
a. O que acontecerá com aqueles que tiverem rejeitado a Cristo?
b. O que acontecerá a nós que cremos? Devemos sentir um pouco de "temor"? Por que ou por que não?
(2) De acordo com o versículo 11, Paulo sente um pouco de temor? Por quê?
(3) De acordo com Paulo, com que base as pessoas normalmente se orgulham dos outros? (vide também o versículo 16).
(4) Mas qual é a base do nosso orgulho? Reflita sobre a sua própria atitude quando você se sente orgulhoso de alguém; seu orgulho se fundamenta no que é visível ou no coração?
(5) Por que as pessoas diriam que Paulo era louco? (vide Atos 26:24)
(6) Elas diriam o mesmo de você? Por que ou por que não?
(7) Como Paulo explicou a razão de sua "loucura"?
(8) Reflita sobre o seu próprio relacionamento com Cristo:
a. Escreva o que o amor de Cristo tem significado para você.
b. Você já teve a experiência de ser constrangido pelo amor de Cristo?
c. O amor de Cristo continua a constrangê-lo a não viver para si mesmo, mas para Aquele que morreu por você? Por que ou por que não?
d. Quão diferente deveria ser a sua vida se você já foi profundamente comovido pelo amor de Cristo?
(9) Uma das marcas de uma pessoa que é uma nova criatura em Cristo é ela ter abandonado o seu antigo modo de vida mundano. Examine-se para ver se seu modo de vida é consistente com aquele de uma nova criatura em Cristo.
(10) O que quer dizer que nos tornamos justiça de Deus (v. 21)?
(11) Em vez de usar termos ligados à redenção para descrever nossa salvação, Paulo usa termos relacionados com a reconciliação. Como a reconciliação é diferente da redenção, e que relação existe entre ambas? Por que Paulo enfatiza a reconciliação nesta passagem?
(12) Como uma nova criação, qual é o nosso papel na obra de reconciliação de Deus?
(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (ARC) (2 Cor 5:17).
É
uma pena que Paulo, o fundador da igreja de Corinto, tenha sido obrigado a se defender do próprio rebanho que lhe devia a dívida do evangelho, não
só com relação ao seu apostolado, mas também no que diz respeito
à sua integridade como servo do Senhor. Por meio de suas duas cartas
para esta igreja que foram preservadas, entendemos que os
crentes de Corinto tinham sido influenciados por mestres estranhos que, nas palavras de Paulo, "se vangloriam das aparências e não do que está no coração" (2 Coríntios 5:12). Em outras palavras, os crentes de Corinto estavam
julgando Paulo de acordo com os padrões do mundo (uma palavra que na língua original
significa carne ) - provavelmente sua aparência pouco impressionante, sua fala e seu passado (2 Coríntios 10:10).
Paulo exorta os crentes de Corinto a não fazerem isso, usando como advertência a sua própria experiência dolorosa do passado, uma vez que ele também havia pensado assim sobre Cristo, considerando-o como um blasfemador e um falso Messias, e esteve decidido a exterminar todos os Seus seguidores (Atos 9:1-2; 26:9 e ss.). Agora que ele reconhece o quão errado ele havia sido, ele os exorta a não seguir o seu exemplo de julgar os outros crentes com base em coisas superficiais, especialmente em coisas que aconteceram no passado. É nesse sentido que ele diz: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2 Coríntios 5:17). Paulo conhecia essa verdade muito bem. Ele antes havia sido um assassino, mas agora era um apóstolo.
Observamos que houve muitos outros "Paulos" ao longo da história, entre os quais estão Agostinho de Hipona, o adúltero que se tornou bispo e um dos maiores teólogos da cristandade, e John Newton, o comerciante de escravos bêbado que se tornou pastor e escreveu o hino Sublime Graça, um dos hinos mais famosos de todos os tempos.
Os crentes coríntios também deveriam ter conhecido essa verdade muito bem, uma vez que Paulo havia mencionado em sua carta anterior todo tipo de pecado e pecadores horríveis: praticantes de imoralidade sexual, idólatras, adúlteros, prostitutas, homossexuais, ladrões, gananciosos, bêbados, caluniadores e trapaceiros, dizendo, "Assim foram alguns de vocês" (1 Cor. 6:9-11). Apesar disso, ainda encontro crentes na igreja de Deus que desprezam os outros ou guardam rancor contra outros com base em quem são, como se a obra de Cristo na cruz fosse de alguma forma inadequada para fazer deles uma nova criação!
Ao longo desta carta, Paulo detalha alguns dos sofrimentos que havia experimentado; mas cada vez que ele faz isso, eles aparecem num contexto ligeiramente diferente.
(1) A julgar pelos vv. 1-2, qual poderia ser o contexto dos sofrimentos que ele descreve nos vv. 3-10? (Observe especialmente a maneira como ele se dirige aos crentes de Corinto no versículo 1.)
(2) Uma vez que Paulo se refere a si mesmo como cooperador de Deus e menciona que os coríntios já haviam recebido a graça de Deus, o que o tom urgente do v. 2 deveria significar para eles?
(3) No v. 3, antes de descrever seus sofrimentos, Paulo compartilha o princípio orientador de seu ministério. Qual é esse princípio? Você consegue pensar em algum "motivo de escândalo" que poderia desacreditar o seu ministério na vista de outra pessoa?
(4) Por que é tão importante não pôr motivos de escândalo em frente dos outros enquanto servimos ao Senhor?
(5) Agora, nos vv. 5-10, Paulo apresenta suas credenciais como servo de Deus (ou, como alguns comentaristas o chamam, o cartão de identificação do apostolado de Paulo). Eles podem ser agrupados sob os seguintes títulos:
Consideremos brevemente cada título:a. Os sofrimentos de Paulo (vv. 4b-5), uma seção marcada pelo uso da preposição "em"
b. A integridade de Paulo (vv. 6-7a), outra seção marcada pelo usa de em (en, em grego)"
c. O triunfo de Paulo apesar da adversidade (vv.7b-10), uma seção marcada pelo uso da preposição "com" (também traduzida "por") e da palavra "como (hōs, em grego)".
a. Os sofrimentos de Paulo (vv. 4b-5):
- Marque cada item desta lista que você também tem experimentado por causa do evangelho.
- Você conhece alguém pessoalmente que teve experiências semelhantes às de Paulo por causa do evangelho?
- Você está disposto a sofrer como Paulo? Por que ou por que não?
- O que fortaleceu Paulo, permitindo-lhe suportar tais sofrimentos?
b. A integridade de Paulo (vv. 6-7a): Nesta comparação clara com aqueles que negociam o evangelho (2:17) para obter lucro, Paulo lista as atitudes com as quais ele serve como servo de Deus. A fim de valorizar ainda mais esta lista na qual Paulo defende sua integridade, sugiro que você faça o seguinte para cada uma dessas qualidades:
- Para cada uma delas, faça uma autoavaliação, dando-se uma nota entre 1 e 10 (a nota mais alta).
- Escreva qual seria a qualidade oposta, identificando que tipo de escândalo ela representaria para o ministério (v. 3).
- Como você pode imitar Paulo em sua própria vida de ministério?
c. A vitória de Paulo apesar dos reveses (vv. 7b-10.): Paulo lista isso em pares contrastantes:
- O que ele procura demonstrar ao contrastar a sua experiência de honra versus desonra, infâmia versus boa fama, ser verdadeiro versus ser considerado enganador e ser conhecido versus ser considerado como desconhecido?
- Como isso pode servir como encorajamento para você?
- Os demais pares contrastantes retratam o triunfo sobre a morte, ser espancado, triste e pobre, sem possuir nada. Como Paulo podia proferir palavras de triunfo contra essas aparentes adversidades ou derrotas?
(6) Depois de refletir sobre as experiências mencionadas acima, você concorda com o que Paulo diz na primeira parte do v. 4?
(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Não damos motivo de escândalo a ninguém, em circunstância alguma, para que o nosso ministério não caia em descrédito.” (NVI-PT) (2 Cor. 6:3)
Embora Paulo tenha exortado os crentes de Corinto a não julgá-lo com base nas aparências, ele também entende que a maneira como uma pessoa é percebida é tudo. É por isso que ele está determinado a conduzir o seu ministério (e portanto a sua vida) de tal modo que ele não se torne um motivo de escândalo para ninguém, a fim de que seu ministério não perca a credibilidade. Ao compartilhar os detalhes de sua vida com os crentes de Corinto de maneira sumamente transparente, Paulo se recomenda a eles com uma longa lista de credenciais, começando com seu trabalho e sofrimentos, logo ressaltando sua integridade impecável no ministério e terminando com uma perspectiva triunfante em meio a contratempos e adversidades.
Embora não possamos impor o sofrimento a nós mesmos, podemos imitar a vida de integridade de Paulo no ministério, o qual é uma área que muitas vezes pode se tornar uma pedra de tropeço para outros. Convido você a considerar qual seria o oposto da lista de Paulo para ver como o ministério na igreja hoje tem se tornado um obstáculo para a propagação do evangelho:
- O oposto da pureza é a impureza: Se você tivesse acesso aos computadores de muitos líderes de igreja e pastores, ficaria chocado ao ver o que eles estão olhando em segredo.
- O oposto do conhecimento no ministério é uma mentalidade secular: Como já sabemos, a compreensão e o conhecimento começam com o temor do Senhor, algo que uma mentalidade secular é incapaz de entender.
- O oposto da paciência é, naturalmente, a impaciência: Muitas vezes a impaciência é uma marca de não orar e esperar;
- O oposto da bondade é a falta de gentileza: Muitas vezes isso se manifesta quando tratamos as pessoas como projetos, ministérios, meios ou ferramentas!
- O oposto de estar no Espírito Santo é a carnalidade: Quantas vezes podemos dizer o seguinte sobre o nosso ministério: “Oh, isto sem dúvida é a obra do Espírito Santo!”?
- O oposto da sinceridade é a falta de sinceridade: Quantas vezes falamos apressadamente com aqueles irmãos e irmãs que são “menos importantes” porque estamos ansiosos para resolver outros assuntos “mais importantes”?
- O oposto do amor é a falta de amor: A verdade é que as pessoas sempre saberão se realmente as amamos ou não.
- O oposto de falar a verdade é mentir ou enganar: Já é ruim espalhar boatos, mas o que devemos pensar sobre a prática de "improvisar" enquanto pregamos ou ensinamos?
- O oposto de estar no poder de Deus é estar em nosso próprio poder: quando foi a última vez que você sentiu o poder de Deus em seu ministério?
Ao refletir sobre a lista acima, o que é mais preocupante é a compreensão de que apenas uma dessas qualidades pode se tornar um obstáculo que pode destruir todo o nosso ministério.
(1) Abaixo está uma tradução mais literal dos vv. 11 e 12. Considere o impacto que ela pode ter em você (uma vez que Paulo põe um fim provisório a sua torrente de emoções).
“Já abrimos a nossa boca a vocês. Coríntios, já lhes alargamos os nossos corações! Vocês não estão sendo restringidos em nós, mas vocês estão restringidos em suas entranhas."
(2) Que tipo de acusação Paulo faz contra os coríntios? Com base no que você leu até agora, qual pode ter sido o resultado disso?
(3) Como os coríntios deviam responder ao seu desafio?
6:14-18—Em seguida, Paulo aborda questões específicas da igreja.
(4) O que você sabe sobre o mundo greco-romano daquela época? Quais eram os desafios específicos enfrentados por estes crentes que viviam numa das cidades mais prósperas, imorais e idólatras do mundo romano?
(5) Nesse contexto, que oportunidades eles teriam tido para estarem “em jugo desigual com descrentes”? (Lembre-se de que Paulo não defende a noção de que não devemos nos associar com incrédulo; se fosse esse o caso, precisaríamos sair do mundo. Vide 1 Coríntios 5:10.)
(6) Paulo usa cinco perguntas retóricas para fazer entender o seu ponto de vista. Tente responder a cada uma delas e destacar a ênfase de Paulo em cada comparação.
a. O que têm em comum a justiça e a maldade? De que maneiras os crentes de Corinto podem ter se envolvido com os incrédulos de tal forma que estavam embaçando a distinção entre a justiça e a maldade?
b. Que comunhão pode ter a luz com as trevas? De que forma eles podem ter se envolvido de tal forma que estavam tendo “comunhão” com as trevas?
c. Que harmonia entre Cristo e Belial (outro nome para Satanás)? De que maneira eles podem ter levado o mundo a acreditar que pode haver harmonia entre Cristo e Belial?
d. Que há de comum entre o crente e o descrente? Que práticas nas quais eles podem ter se envolvido talvez estivessem embaçando a distinção entre o povo de Deus e os do mundo?
e. Que acordo há entre o templo de Deus (isto é, nós) e os ídolos? Que práticas nas quais eles podem ter se envolvido teriam permitido que os ídolos fossem incluídos na adoração a Deus?
(7) A ordem que Paulo dá aos crentes de Corinto de saírem, de se separarem e de não tocarem em coisas impuras provavelmente é uma citação de Isaías 52:11. À luz dessas três ordens específicas, quais teriam sido as situações de jugo desigual às quais Paulo se referia?
(8) Como podemos aplicar esse mandamento de não estar em “jugo desigual” ao nosso contexto hoje?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Não se ponham em jugo desigual com descrentes." (NVI-PT) (2 Coríntios 6:14)
Embora talvez fiquemos frustrados pelo fato de que Paulo não nos deu nenhum exemplo para explicar exatamente o que ele tinha em mente ao nos exortar a não nos pormos em jugo desigual com os incrédulos, eu acho que Paulo o fez de propósito, a fim de que não nos tornássemos legalistas, mas antes fôssemos prudentes em seguir o princípio de sua doutrina. Embora os casos específicos que Paulo tinha em mente possam não ser relevantes para nós hoje, o princípio continua sendo relevante.
Mas uma coisa é certa: Paulo não está pedindo que não sejamos amigos dos incrédulos, uma vez que ele mesmo já disse: “Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo" (1 Cor. 5:9-10). Ele sabe muito bem que a maneira pela qual podemos levar os não crentes a Cristo é ser seus amigos.
No entanto, ao nos exortar a não nos pormos em jugo desigual com os incrédulos, Paulo destaca os seguintes cinco tipos de "jugo": ter algo em comum (uma participação), comunhão, harmonia (ou acordo), ter algo em comum (uma porção) e estar de acordo (ou em união) com algo.
No Velho Testamento, o jugo se refere à união de dois animais; Deuteronômio 22:10 proíbe colocar um boi e um jumento sob o mesmo jugo. E as palavras que Paulo usa aqui apontam para um "jugo" que está na mente ou na própria vida.
Portanto, uma vez que somos pessoas que foram feitas justas em Cristo, não podemos participar das obras ou atividades iníquos dos ímpios (a palavra original que é traduzida "impiedade" significa "iniquidade") que não tem consideração pela lei ou os princípios de Deus. Isso é, naturalmente, um forte eco do ensino do Salmo 1:1.
Uma vez que já saímos das trevas para a luz, não podemos compartilhar a nossa vida com aqueles que ainda pertencem às trevas (por essa razão, é válido aplicar este princípio aos casamentos entre um crente e um descrente).
Uma vez que pertencemos a Cristo e O adoramos, não podemos adorar nenhum outro deus ou divindade (esta é uma séria acusação contra a nossa participação nos chamados cultos inter-religiosos, mesmo se a causa for boa).
Uma vez que temos fé (em Cristo), com certeza não compartilhamos o mesmo corpo (de Cristo) com os incrédulos. Não somos membros diferentes de um mesmo corpo, mas membros de um corpo diferente (portanto, o que na verdade fazemos não é nos distanciar do mundo, mas implorar aos do mundo que confiem em Cristo, para que eles também possam fazer parte de este corpo).
Além disso, nós que somos o templo de Deus não podemos e não aceitaremos nos associar com ídolos; portanto, para nos é impossível participar de qualquer função ou culto que for dedicado à sua adoração.
Caso ainda tenhamos alguma dúvida sobre como aplicar este ensino do apóstolo Paulo, ele nos dá mais uma diretriz: qualquer coisa que “contamina” o nosso corpo e espírito quando for praticada com os descrentes constitui um “jugo desigual” (7:1).
Devemos ter em mente que aquilo que atrai o mundo a buscar o conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo não são as concessões que lhe fazemos, mas o fato de sermos diferentes do mundo.
7:1
(1) Leia mais uma vez os versículos 6:17-18 que estudamos ontem:
a. Qual é o objetivo de Paulo ao usar estas citações do VT?
b. Embora talvez pensemos nelas como mandamentos, a ênfase de Paulo é que são promessas (v. 1). A quais promessas Paulo se refere, e quais devem ser seus propósitos?
c. Essas promessas significam muito para você? Significam tanto para você que estão cumprindo seus propósitos em sua vida?
7:2-7
(2) Em seguida, Paulo volta ao assunto que já mencionou em 6:11 e ss., exortando-os a fazer um espaço para ele em seus corações. O que ele quer dizer com isso?
(3) Que razões ele dá ao exortar os crentes de Corinto a fazerem um espaço para ele em seu coração?
(4) Essas razões são válidas? Por que ou por que não?
(5) Nos vv. 3-4, Paulo lhes mostra os seus pensamentos mais íntimos e acrescenta mais duas razões para eles fazerem um espaço para ele em seus corações. Quais são?
(6) Que tipo de relatório Paulo recebeu de Tito sobre os crentes em Corinto?
(7) Se o relatório era verdadeiro (com relação ao desejo e preocupação dos coríntios por Paulo, e sua profunda dor), por que Paulo teve que pedir-lhes que fizessem um lugar para ele em seus corações?
(8) Como você reconciliaria esse dilema?
(9) O que você diria sobre o apóstolo Paulo e seu amor pelos crentes de Corinto?
(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Concedam-nos lugar no coração de vocês. A ninguém prejudicamos, a ninguém causamos dano, a ninguém exploramos.” (NVI-PT) (2 Cor.7:2)
De vez em quando, tenho tido a oportunidade de falar com pessoas que aspiravam ser ministros do evangelho e que estavam contemplando seu chamado para o ministério em tempo integral. Eu sempre tenho advertido todos eles, sem exceção, que esse é um caminho de sofrimento. Embora todos os cristãos devam seguir os passos do sofrimento de Cristo, os que são ministros do evangelho em tempo integral precisarão fazê-lo de forma mais intensa.
Ao longo dos anos, tenho visto a minha advertência se tornar realidade ao testemunhar como os ministros do evangelho, inclusive os novatos, são imersos no fogo do batismo na igreja local logo após iniciar seu ministério (e para alguns, antes mesmo de iniciá-lo).
Isso não nos surpreenderá se lermos a descrição de Paulo de sua própria experiência como apóstolo.
No capítulo 6 de 2 Coríntios, enquanto compartilha suas experiências de forma bastante transparente, Paulo diz que ele tem passado “por honra e por desonra; por difamação e por boa fama; tidos por enganadores, sendo verdadeiros; como desconhecidos, apesar de bem conhecidos; como morrendo, mas eis que vivemos; espancados, mas não mortos; entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo muitos outros; nada tendo, mas possuindo tudo." (2 Cor. 6:8-10)
Você consegue acreditar que este poderoso e famoso ministro do evangelho foi abertamente insultado, difamado, considerado um impostor e tratado como se fosse um estranho (quem é este Paulo?), que sua vida foi marcada pelas experiências de quase morrer, ser espancado, pela tristeza e a pobreza, sem possuir nada?
Compreendemos
que muitos desses sofrimentos foram causados pelos seus inimigos; no
entanto, parte deles veio até mesmo daqueles que deviam a ele a dívida
do evangelho, como estes crentes de Corinto. Paulo teve que compartir-lhes o mais profundo de sua
alma e confrontá-los, dizendo "A ninguém prejudicamos, a ninguém causamos dano, a ninguém exploramos" (7:2).
Mas em vez de nutrir ressentimento, dor e frustração, Paulo diz o seguinte aos crentes de Corinto: "vocês estão em nosso coração para juntos morrermos ou vivermos" (7:3).
O autor de um dos comentários que li (não me lembro qual foi) tinha razão ao dizer que Paulo, antes de sua conversão, enxergava uma só distinção — a distinção entre judeus e gentios — e que após sua conversão, ele continuou a enxergar uma só distinção —desta vez entre crentes e descrentes. Isso também é um reflexo do coração de Deus.