Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gálatas 1:1–24

O livro de Gálatas

De acordo com a visão tradicional (que provavelmente ainda é a mais comum), o livro de Gálatas foi escrito para os habitantes do "território" da Galácia, o qual havia sido povoado pelos gauleses por volta do século III a.C. e que foi incorporado como província romana no ano 25 a.C. Este território também inclui as regiões que estão localizadas mais ao sul, a saber, Pisídia, Licônia, Panfília, etc. O apóstolo Paulo provavelmente visitou essas regiões a caminho da Europa durante sua segunda viagem missionária (fonte: anotações de uma palestra de Gordon Fee).

No entanto, quando Paulo se ausentou, certas pessoas que estavam "perturbando" e "inquietando" chegaram da Palestina e entraram na igreja alegando que os crentes gentios não poderiam ser cristãos verdadeiros a menos que observassem o rito da circuncisão. Além disso, esses criadores de problemas desafiavam o apostolado de Paulo, aparentemente porque ele não fora um dos doze apóstolos originais (e porque ele não cumpria com os requisitos estabelecidos pelo apóstolo Pedro em Atos 1:21-22). Pode-se presumir que os ingênuos cristãos na Galácia acabaram aceitando esses argumentos e ensinamentos.

Paulo foi obrigado a escrever esta carta a estes cristãos a fim de comprovar o seu apostolado (1:1-2:14), enfatizar que a justificação é pela fé somente em Cristo somente, não pelas obras da Lei de Moisés (2:15-5:15 ), e salientar que a chave para uma vida piedosa também é a obra do Espírito, não a Lei de Moisés.

A defesa de seu apostolado (I)

(1) Saudações (vv. 1-5)

a. O que Paulo diz já no início de sua carta para defender seu apostolado? (v. 1; vide Atos 9, especialmente os vv. 15-16)

b. Como Paulo usa sua saudação (a qual provavelmente era muito convencional) para lembrá-los das seguintes realidades?

  1. A época (ou idade) em que viviam
  2. A maneira como foram salvos

(2) Um único evangelho (vv. 6-9)

a. O que tinha causado tanto espanto em Paulo? (v. 6)

b. Por que o ato de crer num evangelho diferente equivale abandonar "aquele que os chamou pela graça de Cristo"? A quem a palavra "aquele" se refere?

c. Paulo amaldiçoa duas vezes aqueles que pregam um evangelho diferente:

  1. Você ache que ele estava sendo muito duro? Por que ou por que não?
  2. Em sua opinião, quais são as doutrinas básicas do evangelho, das quais qualquer divergência constitui um “evangelho diferente”? (Talvez queira consultar o Credo Apostólico.)

(3) Uma revelação direta de Cristo (vv. 10-24)

a. Qual é o motivo de Paulo para comprovar o seu apostolado (v.10) ?

b. Ao demonstrar que sua mensagem do evangelho é uma revelação que veio diretamente de Cristo, Paulo narra a trajetória do seu chamado ao ministério:

  1. Que aspectos caracterizavam a sua vida antes de sua conversão? (vv. 13-14)
  2. O que o Dr. Lucas nos diz sobre o período imediatamente após a conversão de Paulo? (Atos 9:20-25)
  3. Que detalhes fornecidos aqui por Paulo preenchem a lacuna que há entre Atos 9:25 e 9:26? (vv. 15-18)
  4. O que aconteceu depois de sua primeira viagem curta a Jerusalém? (vv. 19-24)
  5. Como esse relato é consistente com os eventos narrados em Atos 9:26-30?
  6. O que Paulo procura enfatizar aqui? (1:11-12)
  7. Por que isso é tão importante para ele?

(4) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Paulo defende o seu apostolado

Não o recebi de pessoa alguma nem me foi ele ensinado; ao contrário, eu o recebi de Jesus Cristo por revelação” (NVI-PT). (Gálatas 1:12)

Quando eu era um jovem cristão, sentia-me muito perturbado com o Paulo que encontrava na minha leitura dos Atos dos Apóstolos, e também em alguns dos seus argumentos a favor do seu apostolado. Eu o imaginava como um homem arrogante que se elevava acima de todos os outros apóstolos. Foi somente depois de ter tido a oportunidade de ler todas as suas epístolas, e de ler sobre todos os seus sofrimentos por Cristo e as suas lágrimas de amor pela sua raça e pelos outros crentes, que aprendi a não só aceitá-lo, mas também respeitá-lo.

Também compreendi como as palavras de Pedro o haviam colocado entre a espada e a parede.

Na semana antes do Pentecostes, Pedro e os outros apóstolos, com base na profecia que aparece em Salmo 69:25 (Atos 1:20), sentiram a necessidade de escolher um discípulo para ocupar o lugar de Judas. Embora Pedro tivesse uma compreensão correta desta passagem, ele mesmo decidiu tomar a iniciativa de preencher a vaga que Judas havia deixado, havendo primeiro estabelecido os seguintes critérios:

Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição." (Atos 1:21-22)

Infelizmente, Pablo não satisfazia nenhum dos critérios acima. Como resultado, ele teve que passar boa parte de seu ministério defendendo seu apostolado e afirmando que ele era um "apóstolo enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos" (NVI-PT). (Gálatas 1:1)

Isso serve como um importante lembrete para nós de que às vezes as nossas intenções nobres e espirituais, quando forem realizadas de forma presunçosa, podem prejudicar a causa do Reino de Deus.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gálatas 2:1–21

A defesa do seu apostolado (II)

(1) O Conselho de Jerusalém (vv. 1-10)

a. Por que Paulo foi a Jerusalém? (vv. 1-3)

b. Quais foram os eventos específicos que conduziram a essa revelação de ir a Jerusalém? (Atos 15:1-2)

c. Qual foi a questão específica que foi levantada na reunião? (Atos 15:5)

d. Como Paulo interpretou a questão que foi levantada por estas pessoas? (vv. 4-5)

e. Além de Paulo e Barnabé, quem mais falou nesta reunião? (Atos 15:7, 13)

f. Quem finalmente decidiu sobre esta questão? (Atos 15:22)

g. O que Paulo pensava sobre a autoridade dessas pessoas (vv. 2:6, 9)

h. Que diferenças havia entre o ministério de Paulo e o deles? (vv. 7-9)

i. O que havia de comum entre seus respectivos ministérios? (v. 8)

j. Como essas "colunas" em Jerusalém confirmaram o apostolado de Paulo? (v. 9; Atos 15:25-26)

k. Qual foi a resolução do Concílio de Jerusalém? (Atos 15:28-29)

l. Qual é a versão que Paulo dá dessa resolução? (v. 10)

m. O que você acha que Paulo tenha pensado sobre a decisão do Conselho?

(2) A visita de Pedro a Antioquia (vv. 11-16)

a. Uma vez que Pedro era um apóstolo "aos circuncidados" (v. 8), qual pode ter sido o motivo de sua visita a Paulo e Barnabé em Antioquia?

b. Inicialmente, Pedro comia com os gentios. O que isso mostra sobre o que Pedro pensava sobre os crentes gentios?

c. Quando ele viu “alguns da parte de Tiago (o líder da igreja em Jerusalém)”, Pedro começou a se retirar da mesa dos gentios. Por quê?

d. Qual foi o impacto de suas ações sobre os outros? (v. 13)

e. Como Paulo escolheu confrontar Pedro? O que ele fez foi correto? Por que ou por que não?

f. Em que sentido Paulo podia dizer que Pedro vivia "como gentio"? (Observe que, para os judeus piedosos, a palavra "gentio" é um sinônimo da palavra "pecador".)

g. Em que sentido as ações de Pedro (além de sua hipocrisia) são uma violação da mensagem do evangelho? (vv. 15-16)

(3) Morrer para o pecado com Cristo (vv. 17-21)

a. Por que a ação de Pedro não é compatível com o fato de ele também ter sido justificado em Cristo? (vv. 17-18)

b. Qual é a relação entre ter "morrido para a Lei" (v. 19) e ter sido "crucificado com Cristo" (v. 20)?

c. Para quem vivemos agora? Como vivemos assim? (vv. 20-21)

d. O que pode ter motivado Paulo a viver para Cristo? (v. 20b)

e. Em que sentido as ações de Pedro anularam a obra expiatória de Cristo? (v.21)

(4) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Não somos mais prisioneiros

Se reconstruo o que destruí, provo que sou transgressor. Pois, por meio da Lei eu morri para a Lei, a fim de viver para Deus” (NVI-PT). (Gálatas 2:18-19)

À primeira vista, pode parecer que a ação de Paulo de confrontar Pedro de forma direta e aberta foi um pouco dura; afinal, Pedro era, essencialmente, o "apóstolo principal" naquela época. Mas era precisamente por causa de quem era Pedro que a única opção que Paulo teve foi confrontá-lo abertamente. De fato, as ações de Pedro já haviam influenciado Barnabé, de modo que ele também foi levado pela sua hipocrisia.

No entanto, o que realmente estava em jogo era mais do que a hipocrisia; era todo o evangelho, "pois, se a justiça vem pela Lei, Cristo morreu inutilmente" (2:21).

No caso de Paulo, ele tinha sido prisioneiro da Lei de Moisés por muito tempo, pensando que a única forma de obter a justiça era por meio da estrita observância da lei. Mas quando Cristo se revelou a ele diretamente (1:12, 16), Paulo aprendeu que o único caminho da salvação não é ser "justificado pela prática da Lei, mas mediante a fé em Jesus Cristo" (2:16). Em Cristo, ele já havia obtido uma completa liberdade da lei; por que um prisioneiro que já havia sido libertado tentaria voltar para sua prisão?

Portanto, quando Pedro tentou cumprir as tradições judaicas ao não se associar com os gentios, Paulo, quem não tolerava essa insensatez de forma alguma, o enfrentou "face a face” (2:11). No entanto, o abandono total da lei por parte de Paulo não é somente uma questão teológica. Embora seja verdade que sua forte mensagem teológica pode ser expressa através da declaração "a graça + qualquer outra coisa anula a graça!" (Fee), sua motivação para viver uma vida crucificada com Cristo era que Ele “me amou e se entregou por mim” (2:20).

Você está vivendo uma vida crucificada com Cristo? Qual é a sua motivação para fazer isso?

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gálatas 3:1–29

Em seguida, depois de defender o seu apostolado, Paulo confronta os gálatas por continuarem a depender da Lei de Moisés.

3:1-5—A obra do Espírito Santo

(1) O versículo 3:4 contém uma alusão aos sofrimentos dos crentes da Galácia. Por que os crentes do primeiro século tinham sofrido?

(2) Como eles tinham recebido o Espírito Santo no início?

(3) Qual é o objetivo dos crentes após sua conversão?

(4) Como devemos cumprir o nosso objetivo (de santificação)?

a. Pelo nosso próprio esforço

b. Pelo Espírito Santo

(5) Paulo teve razão ao chamar os gálatas de insensatos? Por que ou por que não?

3:6-9—O exemplo da fé de Abraão

(6) Em que momento Deus creditou a fé de Abraão como justiça? (v. 6; Gênesis 16:1-6)

(7) Em que momento Abraão e sua família observaram a circuncisão? (vide Gênesis 17:9 e ss.)

(8) O que a implicação da promessa "por meio de você (Abraão) todos os povos da terra serão abençoados” tem a ver com a justificação dos gentios? (Gênesis 12:3; 18:18; 22:18)

(9) Como os gentios se tornam filhos de Abraão? (vv. 7, 9)

3:10-14—A lei não pode justificar

(10) Se a Lei de Moisés diz que “quem praticar estas coisas (isto é, quem cumpre a Lei), por elas viverá(v. 12; Lev. 18:5), por que Paulo diz que os que se apóiam na prática da Lei estão debaixo de maldição”? (v. 10; Deuteronômio 27:26; Tiago 2:10)

(11) Como Cristo nos redimiu da maldição da lei? (v.13; Deuteronômio 21:23)

(12) Como podemos receber Sua redenção e o Espírito Santo que foi prometido? (vv. 11b, 14b; Hab. 2:4)

3:15-25—O Pacto e a Lei (Observe que a seguinte discussão de Paulo é fundamentada na promessa que Deus fez a Abraão e seu “descendente” em Gênesis 12:7; 13:15; 24:7.)

(13) Por que Paulo teve que salientar que as promessas foram feitas à semente de Abraão (a palavra "semente" aparece na forma singular)? (v. 16)

(14) Quando foi introduzida a Lei de Moisés? (v. 17)

(15) Se um testamento humano não pode ser invalidado (v. 15), a Lei pode invalidar as promessas de Deus?

(16) O propósito da Lei de Moisés (vv. 19-25)

a. Por que a Lei foi "acrescentada"? (v. 19)

b. Qual era a condição do mundo inteiro (nós incluídos) antes da chegada da semente? (vv. 22, 23)

c. Agora que a semente, Cristo, já chegou, o que tem acontecido com a promessa? (vv. 22b, 25)

d. Portanto, qual é a função da lei? (vv. 24, 25: observe que em ambos os versículos as palavras gregas que são usadas na versão original se referem à tutela de uma criança.)

e. Em que sentido Cristo serve como "mediador" da lei? (v.20)

3:26-29—Somos mais do que filhos de Abraão

(17) Por que nós, os que cremos, somos “filhos de Deus”? (vv. 26-27)

(18) Por que em Cristo não há mais distinção entre judeus e gentios? (vs. 28-29)

(19) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A obra do espírito do começo ao fim

Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?" (NVI-PT). (Gálatas 3:3)

Eu acredito que a maioria dos cristãos entende que com certeza a salvação é pela graça, somente pela fé, assim como Paulo deixou claro em Efésios 2:8-9, “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie”.

No entanto, no que se refere ao caminho de fé após a conversão, ou seja, a busca da santificação, muitos cristãos ainda tentam atingir essa meta por meio dos seus próprios esforços. Eu também fiz isso por muito tempo depois da minha conversão. Tentava usar a disciplina da minha hora tranquila diária, das lutas constantes e dolorosas contra os pecados (especialmente o pecado da luxúria) e todo tipo de abstinência para efetuar a minha santificação. De fato, tais esforços são, em si mesmos, bons e úteis; no entanto, uma vez que eu estava tentando fazer tudo pelo meu próprio esforço, acabei me sentindo miserável e deprimido. Além disso, na maioria das vezes me sentia mais como perdedor do que como vencedor. Mas Deus, pouco a pouco, me mostrou as seguintes verdades:

A hora tranquila diária e as disciplinas da oração e da meditação nunca são meios de santificação. O propósito dessas práticas é aproximar-nos do Senhor e cultivar a nossa relação amorosa com Ele. Aproximamo-nos dEle diariamnte; estamos dispostos a passar horas em solidão por causa do nosso amor por Ele, e não com o objetivo de alcançar determinado status ou receber benefícios espirituais.

Nossa luta contra o pecado é um reflexo da nossa vida no Espírito. Na medida em que andamos na luz do Espírito que habita em nós, é impossível não perceber todo tipo de trevas e pecados que há em nossas vidas. A falta de paz que sentimos quando entristecemos o Espírito nos obrigará a chegar repetidamente diante de Cristo a fim de confessar os nossos pecados e receber pleno perdão (1 João 1:9). No entanto, tais pecados só podem ser vencidos pelo poder do Espírito e não pelo nosso próprio esforço. O poder vencedor do Espírito virá na medida em que formos cada vez mais transformados à semelhança de Cristo.

Nossa determinação de ficar longe de qualquer tentação é fundamentada na prudência; não queremos permitir que Satanás crie raízes em nossas vidas (Efésios 4:27). Não o fazemos com relutância ou com um sentimento de perda, mas porque somos motivados pelo desejo amoroso de agradar Aquele que nos ama tanto e que se entregou por nós (Gl. 2:20).

Esse tipo de vida vivida no Espírito é uma de alegria e não de miséria; uma de vitória e não de derrota.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gálatas 4:1–20

No capítulo anterior, Paulo usou a analogia da tutela (uma analogia que é mais evidente na língua original) para explicar o propósito e a função da Lei de Moisés (3:23-25); neste capítulo, Paulo explica essa analogia:

4:1-7—A lei é o tutor

(1) Qual é o papel da lei como tutor? (v. 2)

(2) Quem éramos perante a lei? (v. 1)

(3) Que tipo de escravo éramos? (v. 3)

(4) Quando o nosso status mudou? (vv. 4-5)

(5) Qual é o papel que o Espírito Santo desempenha em nossa obtenção da condição de filhos? (v. 6)

(6) Como filhos, de que somos herdeiros? (v. 7; 3:29)

4:8-11—Não somos mais escravos

(7) De quem éramos escravos? (v. 8)

(8) O contrário da condição de um escravo devia ser a de um filho; no entanto, Paulo diz que agora conhecemos a Deus, ou melhor, somos conhecidos por Deus (v.9).

a. O que significa a frase "conhecendo a Deus"?

b. O que significa "sendo por ele conhecidos"?

(9) Outro tipo de escravo: (vv. 9b-11)

a. Por que Paulo se refere à observância de dias especiais, etc., como princípios elementares, fracos e sem poder (rudimentos)?

b. Por que Paulo diz que a observância dessas coisas é escravidão?

4:12-20A súplica de Paulo

(10) O que Paulo pede que os gálatas se tornem? Por quê? (v. 12)

(11) Qual é o fundamento dessa súplica apaixonada de Paulo? (vv. 13-15; observe que ninguém sabe com certeza a que doença Paulo se refere aqui)

(12) O que parece ter mudado? Por quê? (vv. 16-17)

(13) A que experiência Paulo compara sua dor? (vv. 19-20)

(14) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Conhecidos por deus

"Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos..." (Gálatas 4:9)

Entendemos que a Bíblia usa a palavra "conhecer" com um significado muito mais profundo daquele que tem o uso secular da palavra.

No sentido secular, conhecer pode se referir à aquisição de conhecimento num sentido racional. Mas na Bíblia, além de denotar a aquisição de conhecimento objetivo, o termo conhecer também se refere necessariamente a um conhecimento experiencial e subjetivo, sem o qual não pode haver um conhecimento genuíno.

Gênesis 4:1 é um exemplo disso. A Bíblia diz, “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim ... ” (ARC). A versão NVI-PT traduz corretamente o significado da palavra aqui: “Adão teve relações com Eva, sua esposa ...”. Este é o verdadeiro significado da palavra conhecer na Bíblia: ter um encontro íntimo que leva a um conhecimento genuíno da outra pessoa.

Portanto, quando Paulo diz que ao nos tornar filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo (3:26) já "conhecemos a Deus" (4:9), ele não se refere a um simples conhecimento objetivo que obtemos "sobre Deus", mas ao fato de que temos experimentado um "encontro pessoal" com Ele e assim estabelecemos uma relação com Ele - Ele é o nosso Aba, Pai (4:6).

No entanto, Paulo acrescenta imediatamente que, "[somos] por Ele conhecidos" (4:9). Isso não quer dizer que não conhecemos a Deus; nós de fato O conhecemos, mas é muito mais precioso dizer que somos conhecidos por Ele. Uma coisa é dizer que conhecemos alguém, outra é que a pessoa diga que nos conhece. Uma coisa é dizer que conhecemos, por exemplo, a rainha Elizabeth, e outra bem diferente seria que a rainha dissesse: "Ah, sim, eu o (ou a) conheço." Quando Deus diz que Ele nos conhece, Ele não só afirma que pertencemos a Ele, mas também mostra que nosso relacionamento com Ele não é um relacionamento comum, mas um relacionamento muito íntimo que pode ser comparado àquele que é descrito em Gênesis 4:1. Que privilégio! Que mistério!

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gálatas 4:21–5: 12

4:21-31—Expulsar o servo—Paulo agora usa Agar e Sara e seus respectivos filhos como uma ilustração da superioridade da promessa em relação à Lei (vide Gênesis 21:8 e ss.).

(1) Como Paulo destaca quem eram Agar e Sara, respectivamente? (v.22 )

(2) Que diferença houve entre os nascimentos de seus respectivos filhos? (v.23)

(3) Com o que Paulo compara o nascimento do filho de Agar? (vv. 24-25)

(4) Com o que Paulo compara Sara e seu filho? (vv. 26-28)

(5) O que aconteceu quando o filho de Agar (Ismael) perseguiu o filho de Sara (Isaque)? (vv. 29-30; vide Gênesis 21:8 e ss.)

(6) Qual é a implicação para nós desta analogia? (v. 31)

5:1-6A liberdade em Cristo—Paulo continua falando sobre o exercício de nossa liberdade em Cristo.

(7) Do que Cristo nos libertou? (v. 1; vide Romanos 6:6-7)

(8) Essa liberdade pode incluir ou aplicar-se à libertação da escravidão da lei? Por que ou por que não?

(9) O que simboliza a observância continuada da circuncisão? (v. 4a)

(10) O que essa observância acarreta? (v. 3)

(11) Qual o efeito dessa observância na obra redentora de Cristo? (vv. 2, 4b)

(12) Como obtemos justiça por meio de Cristo? (vv. 5-6)

(13) Por que a circuncisão é irrelevante quando se trata da obtenção de justiça?

(14) Por que a fé se expressa necessariamente no amor? O que significa isso? (v. 6)

5:7-12— Os "perturbadores"

(15) O que esses perturbadores tinham feito aos crentes da Galácia? (v. 7)

(16) Quão prejudicial foi a sua persuasão? (vv. 8-9)

(17) Como Deus lidará com eles? (v. 10)

(18) Por que Paulo se recusa a continuar pregando a circuncisão? (v. 11)

(19) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Somos todos um em Cristo

"Mas o que diz a Escritura? 'Mande embora a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava jamais será herdeiro com o filho da livre' " (NVI-PT). (Gálatas 4:30)

Quando penso em como Paulo usa Hagar e Sara como uma analogia para a escravidão sob a lei e a liberdade sob a promessa (4:21 e ss.), é impossível não pensar em como eu me senti quando li a história dessas duas mulheres pela primeira vez no livro de Gênesis (onde aparece nos capítulos 16 e 21). Eu senti que Hagar e Ismael foram tratados injustamente, uma vez que eles realmente não tiveram outra opção. Basicamente, foi o resultado das ações do próprio Abraão, ou antes, as de Sara.

No entanto, embora Sara tenha sido a "mulher livre" e Isaque a "semente prometida" ao passo que Hagar e seu filho foram expulsados por Abraão, o texto esclarece as duas seguintes verdades:

- O fato de Hagar e Ismael terem sido expulsos da casa de Abraão não significa que foram expulsos da presença de Deus. Deus os viu e ouviu o seu clamor (Gênesis 21:17). O fato de eles terem conseguido sobreviver no deserto é um testemunho da proteção milagrosa e amorosa de Deus (Gênesis 21:20).

- Assim como todos nós podemos, mediante a fé, nos tornar semente de Abraão e herdeiros da promessa de Deus a Abraão (Gálatas 3:29), tanto Agar quanto Ismael podiam herdar a mesma promessa espiritual mediante a fé. Embora não saibamos quais eram as condições espirituais de Hagar e Ismael a esse respeito, sabemos com certeza que muitos de seus descendentes se tornaram semente de Abraão e herdeiros da promessa de Deus, pois ao longo dos últimos dois mil anos, muitos cristãos de ascendência árabe têm posto a sua confiança em Jesus Cristo. De fato, “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa."
(Gálatas 3:28-29)

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gálatas 5:13–6:5

Paulo, em toda a sua afirmação de que a justiça não se obtem pela observância da Lei, mas pela fé em Cristo, menciona várias vezes e salienta o papel do Espírito Santo neste processo (3:2, 3, 5, 14; 4:6, 29; 5:5). Neste trecho, ele exorta os crentes da Galácia a porem em prática a realidade de viver no Espírito. Os dois trechos contidos nos vv. 5:13-15 e 6:1-5 (os quais enfatizam a frase “uns aos outros”) funcionam como um recurso literário conhecido como inclusão, o qual enquadra a seção central que contrasta as obras da carne com o fruto do Espírito. Portanto, examinaremos primeiro esta inclusão.

5:13-15—"Uns aos outros" (I)

(1) Uma vez que temos recebido o crédito de justiça por meio da nossa fé em Cristo, e não somos mais escravos da Lei, como uma verdade tão maravilhosa poderia ser abusada? (v. 13) Por quê?

(2) Paulo faz um resumo da essência da Lei:

a. O fato de não estarmos mais sob a lei significa que a lei foi abolida? (vide o comentário de Jesus em Mateus 5:17-18)

b. Como é possível que o amor mútuo resuma (a palavra original também pode significar "cumpra") toda a lei? (vide Mateus 22:37-40)

c. Como a igreja na Galácia estava agindo contra esse "resumo" da Lei? (5:15)

6:1-5“Uns aos outros” (II)—Como amar o nosso próximo como a nós mesmos:

(3) Por que Paulo parece dirigir essas palavras àqueles "que são espirituais"? (v. 1)

(4) O que as pessoas da igreja normalmente fazem quando um deles é surpreendido em algum pecado?

(5) O que Paulo diz que devemos fazer?

(6) Por que Paulo nos pede que façamos o seguinte enquanto procuramos restaurar um crente desobediente?

a. Agir com mansidão

b. Cuidar de nós mesmos

(7) Em 5:14, Paulo diz que quando amamos uns aos outros cumprimos “toda a Lei”; agora, em 6:2, qual é a expressão prática para a qual ele dirige a nossa atenção?

(8) Nos vv. 6:3-6, Paulo nos mostra qual é o nosso problema fundamental quando maltratamos uns aos outros:

a. Por que nossa tendência é pensar muito sobre nós mesmos? Como podemos vencer esse pecado? (v. 4)

b. Que tipo de "orgulho" encontraríamos em nós mesmos se examinássemos as nossas vidas com sinceridade?

c. Quando nos gabamos com frequência de outra pessoa (não motivados pela humildade, mas pela inveja), qual é o nosso problema? Para onde nos conduzirá essa atitude?

(9) Os “fardos” mencionados no versículo 2 se referem a fardos muito pesados; a "carga" mencionada no v. 5 se refere a uma que é parecida com uma mochila de viajante (Fung, p.291):

a. Que tipo de fardo devemos compartilhar?

b. Que tipo de carga devemos levar sozinhos?

5:6-26As obras da carne versus o fruto do Espírito

(10) Conhecemos a batalha que é travada entre nossos desejos naturais e os do Espírito que está dentro de nós.

a. Como podemos vencer a nossa carne? (vv. 16, 18)

b. Como, então, podemos "andar em Espírito" e ser "guiados pelo Espírito"? (vide João 15:5)

(11) As obras da carne (vv.19-21): Paulo destaca 15 vícios, os quais podem ser classificadas em quatro categorias.

a. Obras de imoralidade: imoralidade sexual, impureza, libertinagem (ou lascívia)

b. Falsos deuses: idolatria, feitiçaria

c. Pecados interpessoais: ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo (ou rivalidades), dissensões, facções e inveja.

d. Ausência de autocontrole: embriaguez, orgias

Paulo dirige essas palavras aos crentes; portanto, examine-se com sinceridade e sublinhe aqueles pecados aos quais você é mais vulnerável.

(12) O fruto do Espírito (vv. 22-25): Estas nove virtudes podem ser classificadas em três categorias.

a. Por que Paulo usa a forma singular quando fala sobre o "fruto" do Espírito?

b. Uma vez que é possível observar essas nove virtudes na vida de nosso Senhor Jesus, façamos as seguintes duas perguntas enquanto pensamos sobre cada uma delas:

  1. Como nosso Senhor mostra essa virtude ou caráter?
  2. Como posso expressar isso em minha vida?

Aquelas que são inerentes a Cristo:

- Amor (Gálatas 2:20)

- Alegria (João 16:24; 17:13)

- Paz (João 14:27; 16:33)

Aquelas que são concedidas aos pecadores:

- Paciência (1 Tim. 1:16)

- Amabilidade (Lc. 6:35)

- Bondade (Mat. 5:45; 7:11)

Aquelas que são exercitadas em momentos de prova:

- Fidelidade (Hebreus 2:17; 2 Timóteo 2:13)

- Mansidão (Mateus 11:29; Isaías 53:7)

- Domínio próprio (autocontrole) (Mateus 27:41-44)

(13) Considere as seguintes perguntas ao ler como Paulo conclui este trecho:

a. Por que ele diz: "Contra essas coisas não há lei"? (v. 23) Isso quer dizer que os gálatas estavam sendo seletivos quanto às partes da Lei que escolhiam obedecer?

b. Por que ele conclui com mais uma repetição da frase “uns aos outros”? (v. 26)

(14) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A vida no espirito

Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. ... Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da Lei”(NVI-PT). (Gálatas 5:16, 18)

Tenho certeza de que todos estamos de acordo com a declaração acima de Paulo de que se andarmos pelo Espírito e formos guiados por Ele, não cairemos no pecado e produziremos o fruto do Espírito. No entanto, a grande pergunta é esta: "Como é possível fazer isso?"

O Senhor Jesus já nos deu a resposta em João 15, especialmente no v. 5:

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma."

Em seguida, Ele acrescenta que também devemos permanecer em Suas "palavras" (v. 7) e em Seu "amor" (v. 9).

Não é preciso ser um gênio para entender que não podemos "permanecer" nEle a menos que passemos tempo com Ele frequentemente, e que o caminho para permanecer nEle é, obviamente, orar e meditar em Suas palavras (Sal. 1:2-3). Em outras palavras, se não mantivermos uma vida devocional regular e significativa, será impossível produzirmos o fruto do Espírito; é preciso que esse fruto seja o resultado da nossa comunhão íntima com Ele.

E como permanecemos em Seu amor?

A resposta de Jesus também é muito simples, a saber, obedecer ao Seu mandamento:Amem-se uns aos outros como eu os amei” (João 15:12). Em outras palavras, a única maneira de permanecermos no amor de Cristo é amar-nos uns aos outros nEle, pois Ele é necessariamente a fonte do nosso amor, uma vez que foi Ele quem nos amou primeiro (1 Jo. 4:19). Portanto, “se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós” (1 João 4:12).

Quando não amamos uns aos outros em Cristo, não permanecemos no amor de Cristo; não vivemos no Espírito, independentemente de quanto tempo gastamos em oração e meditação. Isso explica porque Paulo enquadra a seção sobre o “Fruto do Espírito” com os trechos 5:13-15 e 6:1-5—o tema de ambos é amar uns aos outros em Cristo.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gálatas 6:6–18

Embora Paulo tenha concluído sua carta com o que parece ser uma coleção de várias exortações, seu ataque contra a prática da circuncisão permanece inconfundível.

6:6Ame o seu próximo” (Cont.)

(1) Embora a seção sobre o amor mútuo pareça haver terminado em 6:5, o que Paulo acrescenta aqui, dando-nos a sua última palavra sobre esse tema? (v. 6)

(2) Por quê?

6:7-10Colheremos o que semeamos

(3) Sobre o que Paulo nos advertiu no capítulo anterior (5:19-21), com relação às graves consequências de ceder à nossa natureza pecaminosa? (5:21)

(4) Neste trecho, sobre o que ele nos adverte mais uma vez a esse respeito? (6:7, 8a)

(5) Ao nos exortar a semear com o propósito de agradar ao Espírito (vv. 8b-10), Paulo nos lembra que colheremos a vida eterna:

a. Por acaso isso não é algo que todos os verdadeiros crentes colherão? (vide João 3:16; 6:47)

b. Qual é o propósito deste lembrete?

(6) Além da vida eterna, o que mais colheremos se não nos cansarmos de fazer o bem? (v. 9; Lucas 6:35; Efésios 6:8; 1 Pedro 2:12)

(7) Quais são algumas coisas que poderiam nos cansar, especialmente enquanto fazemos o bem aos “ membros da família da fé ”? (v. 10)

6:11-16—A insensatez da circuncisão

(8) As cartas de Paulo geralmente foram escritas por secretários. Por que ele escolheu escrever esta carta do próprio punho? (v. 11)

(9) Compare os "perturbadores" com Paulo, que deseja impressionar os gálatas escrevendo-lhes do próprio punho.

a. O que esses "perturbadores" procuravam fazer com sua "boa impressão"? (v. 12a)

b. Como esses falsos mestres usavam seu ensino sobre a circuncisão para evitar ser perseguidos por causa da cruz de Cristo? (v. 12b)

c. Como Paulo denuncia a hipocrisia desses falsos mestres? (v. 13)

d. Como esses falsos mestres podiam se gabar com relação à pregação da circuncisão?

e. Qual é a única coisa da qual Paulo se gabava? Por quê? (v. 14)

f. O que deveria ser a coisa mais importante para os crentes de Galácia? (v. 15; vide 2 Coríntios 5:17)

6:16-18—Saudações finais

(10) Pelas seguintes razões, esta saudação final é especial:

a. Paulo a dirige àqueles que andam de acordo com esta regra (a palavra regra é usada aqui para traduzir a palavra grega que significacânone”). O que ele quer dizer com isso? Por que ele o chama de "regra"? (vide o versículo anterior, v.15)

b. Por que ele também se dirige ao "Israel de Deus"? Esta expressão tem algum significado especial à luz da mensagem principal desta carta?

(11) O versículo 17 revela que Paulo estava sendo afligido por problemas:

a. Você consegue se lembrar do que ele tem defendido ao longo desta carta?

b. Quais são as "marcas de Jesus" que ele traz no seu "corpo", os quais deveriam impedir os ataques vindos dos outros? (v.17; vide 2 Coríntios 11:23-30)

(12) Ao chegar ao final desta carta apaixonada, você consegue pensar nas três coisas que foram mais significativas para você?

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A carta aos Gálatas

Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus” (NVI-PT). (Gálatas 6:17)

Certa vez, Martinho Lutero disse o seguinte sobre esta carta aos Gálatas: “A Epístola aos Gálatas é a minha epístola; eu me casei com ela; é minha esposa ... "; e Gordon Fee tem razão quando ele diz que, tanto para Paulo quanto para Lutero, "a vida ou morte do verdadeiro cristianismo dependia da plena aceitação do argumento desta carta" (Fee, Lecture Notes).

De fato,o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo ... porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada (ARC) (2:16). Este é o cerne do argumento de Paulo nesta epístola; é o argumento central da Reforma que ocorreu 500 anos.

No entanto, o que me comove profundamente não é tanto o argumento apaixonado de Paulo, mas o seu amor apaixonado por Jesus, que sem dúvida o "constrange" (2 Coríntios 5:14) a repreender, ou até mesmo amaldiçoar, os "perturbadores" que estavam pregando o evangelho de circuncisão, o qual é um "evangelho diferente - que, na realidade, não é o evangelho" (1:6-7). Quanto mais duras forem as suas palavras, mais sinto a paixão de seu amor por Cristo.

Mas esta carta não é um simples tratado teológico, apesar de sua grande importância para todos os tempos. O objetivo de Paulo também é prático: que possamos amar uns aos outros verdadeiramente em Cristo como a igreja. Por isso ele acrescenta que a única coisa que tem valor é "a fé que atua pelo amor" (5:6). Em outras palavras, Paulo diz que não importa se você concorda totalmente com seu argumento de que "de nada vale ser circuncidado ou não. O que importa é ser uma nova criação" (6:15); se você não ama de forma genuina, sua fé não é genuína. Você não é uma nova criação!