Nesta semana, estudaremos o livro de 2 Tessalonicenses no Novo Testamento.
Prefácio ao livro de 2 Tessalonicenses
Assim como a primeira carta, esta segunda carta de Paulo aos tessalonicenses foi escrita por volta do ano 51-52 d.C. e foi enviado de Corinto, provavelmente algumas semanas ou meses após o primeiro. Pode-se supor que esta carta foi necessária porque os tessalonicenses não haviam entendido o que Paulo havia escrito na carta anterior sobre a repentina volta de Jesus. Alguns, devido aos sofrimentos intensos que estavam experimentando, pensavam que o Senhor já havia voltado. Nesta segunda carta, Paulo inclui informações sobre o Homem do Pecado a fim de esclarecer que esse homem precisa ser revelado antes da segunda vinda de Cristo. Além disso, pode-se presumir que a advertência de Paulo aos preguiçosos havia sido ignorada; por isso ele se sente obrigado a informar a igreja sobre como eles deveriam lidar com essa desobediência. Esta carta também dá a Paulo uma oportunidade de encorajar ainda mais os tessalonicenses em meio a suas aflições.
(1) De alguma forma, Paulo deve ter ouvido não só sobre a resposta dos tessalonicenses à sua primeira carta, mas também as notícias mais recentes sobre a condição espiritual da igreja, as quais o levaram a dizer: "Devemos sempre dar graças a Deus" por eles.
a. A julgar pelas ações de graças nos vv. 3-5, quão especial era esta igreja em Tessalônica?
b. Por quais aspectos de sua própria igreja você pode agradecer nestes meses de outubro e novembro (uma época de Ação de Graças em muitas partes do mundo)?
(2) É difícil entender o v. 5 com base na tradução que aparece na versão NVI-PT. No entanto, estudiosos como Lenski e Morris nos ajudam a entender o seu significado ao explicar que (a) a palavra "juízo" é melhor entendida como uma referência a um veredicto; (b) a forma do infinitivo aoristo usada na expressão traduzida "de que vocês sejam considerados dignos" seria melhor traduzida como "de modo que vocês sejam considerados dignos"; (c) a expressão traduzida "pelo qual" seria melhor traduzida "em nome de qual". Portanto, o significado do versículo 5 seria algo como: “Tudo isso é evidência de que o veredicto de Deus é correto, de modo que vocês sejam considerados dignos do reino de Deus, em nome do qual estão sofrendo”.
a. À luz disso, como essa declaração servia para encorajar os tessalonicenses?
b. Como isso pode lhe ajudar a entender os sofrimentos que afetam as vidas dos cristãos?
(3) Embora Paulo saliente que haverá alívio para os sofrimentos dos tessalonicenses, quando ele espera que recebam esse alívio? Por que ele não acha que é "tarde demais"? Ao contrário, por que ele o considera uma grande consolação?
(4) Sublinhe cuidadosamente todas as palavras que Paulo usa nos vv. 6-9 para se referir à vinda do Senhor e à punição que Ele infligirá aos que "causam tribulação" aos tessalonicenses. Que adjetivos você usaria para descrever esse julgamento?
(5) Quem receberá esse castigo, além daqueles que os estão afligindo?
(6) Por outro lado, que tipo de evento será para nós que cremos?
(7) À luz dessa promessa e esperança, como devemos pensar sobre os nossos sofrimentos atuais?
(8) Faça uma pausa e reflita sobre a mensagem principal para você hoje. Como você pode aplicá-la em sua vida?
“Elas dão prova do justo juízo de Deus e mostram o seu desejo de que vocês sejam considerados dignos do seu Reino...” (NVI-PT) (2 Tes. 1:5)
Gostaria de compartilhar com vocês as seguintes reflexões de Leon Morris sobre como devemos pensar sobre os nossos sofrimentos como cristãos:
“Para nós, a realidade do sofrimento parece negar, e não confirmar, que Deus está cumprindo Seu justo propósito. No entanto, é necessário dizer duas coisas a respeito disso. A primeira é que a perspectiva que o Novo Testamento tem do sofrimento não é a mesma da maioria das pessoas modernas. Para nós, embora o Novo Testamento não ignore este aspecto do sofrimento, ele também não perde de vista o fato de ele ser, de acordo com a boa providência de Deus, o meio que Deus freqüentemente usa para cumprir Seu propósito eterno. O sofrimento produz qualidades de caráter na pessoa que sofre. Ele dá lições valiosas. O sofrimento não é considerado algo que o cristão possa evitar. Ele é inevitável para os crentes. Eles foram designados para isso (1 Tes. 3:3). Eles devem viver suas vidas e desenvolver seu caráter cristão num mundo dominado por noções não-cristãs. Assim, a sua fé não está posta em algo frágil que deve ser guardado numa espécie de algodão espiritual, protegido de qualquer golpe. Ela é robusta. Será provada no fogo da angústia e na fornalha da aflição. Esses lugares, além de ser onde a fé é provada, também são onde ela deve ser moldada (pelo menos parcialmente). Sob Deus, até mesmo os problemas e aflições que o mundo amontoa sobre os crentes se tornam os meios que transformam esses crentes no que deveriam ser. Quando conseguirmos pensar no sofrimento sob este prisma, não pensaremos nele como uma evidência de que Deus abandonou Seu povo, mas como uma evidência de que Deus está com ele ... Esse sofrimento é um poderoso sinal da presença de Deus.”
(TNICNT, I e II Tessalonicenses, 196, 197)
(1) Para encerrar a sua ideia anterior, Paulo compartilha com os tessalonicenses quais são as coisas pelas quais ele ora em suas orações constantes por eles, dizendo: "Conscientes disso". O que ele quer dizer com essas palavras?
(2) Sua oração constante por eles tem um propósito.
a. Que Deus os considere dignos de Sua vocação: Com base no contexto acima, qual é essa vocação de Deus?
b. Que Deus, com Seu poder, cumpra todo bom propósito e toda obra que procede de fé. E você? Como isso se aplica no seu caso?
- Quais são os "bons propósitos" que Deus pode cumprir para você?
- Quais são algumas de suas obras recentes ou atuais que você poderia chamar de resultados da fé?
(3) De acordo com o v. 12, qual é o propósito final da oração de Paulo por eles?
(4) Paulo já havia mencionado que o dia da volta do Senhor virá como um ladrão (1 Tes. 5:1-3). Qual pode ter sido a razão pela qual alguns deles ainda diziam que "o dia do Senhor já ti[nha] chegado"? (Imagine que você tivesse vivido durante a época, digamos, da Segunda Guerra Mundial, ou em um dos primeiros séculos da nossa era, nos quais a perseguição contra os cristãos foi muito severa.)
(5) Paulo deixa claro que o dia da volta de Jesus não virá antes da revelação do "homem do pecado". Embora não saibamos quem será esse homem, Paulo nos dá alguns detalhes sobre ele:
a. Este homem será revelado quando ocorrer a "apostasia". O que significa isso? Você concorda com a seguinte interpretação de Neil: "uma oposição generalizada e violenta à autoridade de Deus"?
b. Este homem está destinado à destruição, pois ele é chamado de "o filho da perdição". O que significa isso? (vide João 17:12)
c. Este homem se oporá e se exaltará acima de tudo o que se chama Deus ou que é adorado. Essa descrição inclui somente Jesus Cristo?
d. Ele se assentará no santuário de Deus. De acordo com as palavras imediatamente anteriores, é forçoso que isso se refira ao templo de Deus, ou poderia ser uma referência ao templo de cualquier "deus"?
e. Ele proclamará que ele mesmo é Deus. Uma vez mais, é forçoso que isso se refira a Deus, ou poderia ser uma referência a qualquer deus?
(6) Uma vez que o resto da Bíblia dá muito pouca informação sobre este homem, você acha que os detalhes mencionados acima foram suficientes para mostrar aos tessalonicenses que este homem ainda não havia sido revelado? São suficientes para nós hoje?
(7) Você deveria ter medo deste homem? Por que ou por que não?
(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição." (NVI-PT) (2 Tes. 2:3)
Quem é este homem do pecado? Ele deve ser um dos personagens da Bíblia que mais gera especulação. Deixe-me compartilhar com você algumas das hipóteses que já eram comuns nos dias de Agostinho (o início do século V d.C.):
“Confesso abertamente que eu não sei o que ele (o apóstolo Paulo) quer dizer. No entanto, mencionarei algumas hipóteses que já ouvi ou li.
"Alguns pensam que o apóstolo Paulo estava se referindo ao Império Romano, e que ele não quis usar uma linguagem mais explícita, por medo de incorrer na acusação caluniosa de desejar mal ao império que se esperava que fosse eterno. De acordo com essa hipótese, quando Paulo disse 'A verdade é que o mistério da iniqüidade já está em ação', ele estava se referindo a Nero, cujas obras já eram comparáveis às do Anticristo. É por isso que alguns supõem que Nero será ressuscitado e será o Anticristo.
"Outros ainda supõem que neste momento ele não está morto, mas que se ocultou a fim de que as pessoas pensassem que havia morrido, e que agora vive escondido com o mesmo vigor da idade que tinha alcançado quando se acredita que pereceu, e que viverá até ser revelado em seu próprio tempo e restaurado ao seu reino. Mas fico maravilhado que os homens sejam tão ousados com seus palpites ... ”
(A Cidade de Deus 20.19)
Começando na Reforma, muitos têm procurado relacionar o papado com o Homem do Pecado, como Leon Morris aponta: “O Prefácio à versão King James da Bíblia [em inglês] chama o Papa de 'o Homem do Pecado' ".
A Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial deram ainda mais impulso a essas especulações, na medida em que a expectativa da volta de Jesus aumentava (e com razão). No entanto, todas essas especulações, uma a uma, foram desfeitas, e a história mostrou que seus autores estiveram errados. Talvez não devamos ser tão duros com alguns desses especuladores bem-intencionados, uma vez que João nos diz que os anticristos já existem, e continuará havendo muitos (1 João 2:18). Portanto, não é de estranhar que ao longo dos últimos 2.000 anos muitos tenham aparecido cujas obras perversas nos lembram as deste Homem do Pecado. No entanto, este homem só será revelado um pouco antes da volta do nosso Senhor, e devido aos seus milagres, sinais e maravilhas falsificados, além das outras obras que Paulo descreve, não será necessária especulação alguma quando ele aparecer, salvo para aqueles que estiverem perecendo (2 Tes. 2:10). Por mais espetaculares que sejam suas obras, ele não poderá ser comparado com o nosso Senhor, cujo sopro e esplendor acabarão com ele (2 Tes. 2:8).
Portanto, não devemos ter medo dele, nem devemos participar de especulações inúteis, mas devemos vigiar e orar para que não sejamos surpreendidos pela volta do nosso Senhor.
Se Agostinho foi honesto o suficiente para dizer: "Confesso abertamente que não sei o que ele (o apóstolo Paulo) quer dizer", nós também devemos permitir que o próprio Senhor revele este homem. Só então saberemos quem ele é “no seu devido tempo”. (2 Tes. 2:6)
Nota : Recomendo o artigo Excursus on Antichrist de F.F. Bruce (1 e 2 Tessalonicenses, Word Biblical Commentary, 179-188) àqueles que estiverem interessados numa discussão completa e sensata sobre o Homem do Pecado ou o Anticristo.
Eu acho que é importante ter em mente que, embora nós talvez não entendamos completamente o que Paulo quis dizer sobre este assunto, parece que os tessalonicenses o entendiam plenamente, uma vez que Paulo diz: “Não se lembram de que quando eu ainda estava com vocês costumava lhes falar essas coisas?" (2:5).
(1) Paulo dá mais informações sobre este homem do pecado:
- Ele está sendo detido até o devido tempo.
- Mas apesar disso, o poder secreto da iniquidade já está em ação.
- Ele será revelado assim que "aquele que" o detém for afastado.
Embora muitas opiniões sobre essa passagem tenham sido expressas ao longo dos últimos 2.000 anos, vamos tentar usar um pouco de senso comum bíblico e “santificado” ao fazer as seguintes considerações:
a. Em última análise, quem tem o poder de deter um homem de pecado como este?
b. Quem determina qual será o "devido tempo"? O que significa a expressão "devido tempo"?
c. Desde a queda de Adão, o poder da iniqüidade sempre esteve em ação. Por que Paulo diz que ele é um "mistério" ligado à revelação final deste homem do pecado? Por que ele diz que é um "mistério", e à luz disso qual deve ser a atitude dos crentes com relação à revelação deste homem do pecado?
d. Muitos dos primeiros pais cristãos consideravam que o que estava "detendo" este homem era o poder do(s) imperador(es) romano(s); no entanto, Severiano da Gabala (no final do século IV d.C.) dizia que "o que detém e impede a vinda do homem do pecado é o Santo Espírito”. O que você acha? Por quê? (Alguns estudiosos se opõem a esta interpretação com base no fato de não haver nenhum precedente para que o Espírito Santo seja afastado.)
(2) Paulo também revela o destino deste homem do pecado: Este homem será ...
a. ... derrubado com o sopro da boca do Senhor Jesus. O que essas palavras descrevem?
b. ... destruído pelo esplendor (ARC) de Sua vinda. O que estas palavras descrevem?
Resumindo, o que Paulo quer nos dizer?
(3) Em seguida, Paulo descreve a obra deste homem do pecado:
a. Este homem poderá realizar todo tipo de milagres, sinais e maravilhas. Por que Paulo os chamam de enganadores (isso não quer dizer que sejam meras simulações)?
b. O que quer dizer que ele fará todo tipo de injustiça "segundo a ação de Satanás"?
c. Quem será enganado? Como Paulo descreve estas pessoas e seu destino?
d. De acordo com o versículo 10, por que serão enganados?
e. O que Deus fará "por essa razão"? O que significa isso? Portanto, de quem é a culpa de sua condenação?
(4) Como esta passagem o ajuda a entender o poder maligno que opera no mundo hoje?
(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado." (NVI-PT) (2 Tes. 2:6)
Assim como a identidade do homem do pecado, a identidade daquele que o detém também é um mistério para nós. Mas não era um mistério para os tessalonicenses; Paulo deixa isso muito claro no seu lembrete: “Não se lembram de que quando eu ainda estava com vocês costumava lhes falar estas coisas? E agora vocês sabem o que o está detendo ... ” (2 Tes. 2:5-6a).
Mais uma vez, muitos ao longo da história da igreja têm especulado sobre a identidade daquele que "detém" o homem do pecado. Em geral, tem havido quatro opiniões principais sobre isso ao longo dos séculos:
- Nos séculos II e III d.C., Tertuliano propôs sua interpretação de que esta passagem se refere ao estado romano: "O que é isso, senão o estado romano, cuja remoção, depois de sua divisão entre os dez reis, trará o anticristo?" (Não há dúvida de que sua opinião foi influenciada por Apocalipse 17:12-14.) Naturalmente, a história tem mostrado que ele estava errado.
- Alguns têm usado a perspectiva de Tertuliano do estado romano como base para extrapolar a conclusão de que este versículo se refere a algum governo futuro que será parecido com o estado romano, uma vez que Paulo considerava que, até certo ponto, os governos estabelecidos limitam o mal (Rom. 13:3, 4).
- Alguns, como Severiano de Gabala (século IV d.C.), acreditam que aquele que o detém é o Espírito Santo.
- Outros consideram que a igreja é aquele que o detém (e a igreja com certeza tem funcionado ao longo da história como um poderoso limitador do mal.
Parte do problema com a interpretação de que o Espírito Santo é aquele que o detém provém de traduções que dizem que ele será revelado quando aquele que o detém for "afastado". No entanto, Lenski nos lembra que o fato de este verbo ser traduzido na voz passiva é uma decisão do tradutor, uma vez que na língua original ele nem sempre é passivo, e poderia ser traduzido como "até ele se retirar". Se a ação de se retirar não for passiva, podemos concluir que o único que tem esse poder é Deus, o Espírito.
E se for certo que o Espírito Santo se retirará, isso pode significar que a igreja inteira também será retirada, uma vez que o Espírito habita no coração de cada crente.
Dado que Pablo não o disse de forma explícita, a minha única conclusão é que, de todas as especulações acima, a interpretação de Severiano é a mais provável. No entanto, a mensagem principal do apóstolo Paulo aos tessalonicenses sobre este assunto é dupla:
1. Cristo ainda não tinha chegado, e os tessalonicenses não deviam ficar alarmados, como se eles não tivessem sido recolhidos por Ele (ou seja, como se estivessem sido deixados para trás), como se o Senhor já tivesse vindo.
2. Embora seja um fato que o Homem do Pecado virá, ele será totalmente destruído pela mera aparição do nosso Senhor - Seu sopro e Seu esplendor (ARC); as provas pelas quais os tessalonicenses estavam passando eram alguns dos resultados do poder da iniqüidade que já está em ação.
Portanto, não devemos perder o nosso tempo e energia tentando decifrar a identidade deste Homem do Pecado, mas antes usá-los para difundir o evangelho, a fim de que o maior número possível de pessoas não seja enganada por ele e sua obra secreta, mas que seja salvo da condenação eterna.
(1) Em seguida, Paulo agradece a Deus pelos tessalonicenses, usando aqui a expressão "devemos":
a. Por quê?
b. Qual é a razão específica que Paulo dá para isso?
(2) Paulo os lembra que Deus os escolheu "desde o princípio":
a. O que significa isto?
b. Qual foi a base na qual Deus os escolheu? É diferente daquela na qual Ele escolheu você?
(3) Como eles haviam sido salvos? O que significa isso?
(4) Qual é o propósito de Seu chamado?
(5) Em que sentido as verdades acima (ou seja, os versículos 13-14) devem ser as razões pelas quais eles (e você) podiam permanecer firmes, apegados aos ensinamentos que haviam recebido?
(6) Leia várias vezes a bênção nos vv. 16-17. Quão significativo é para as seguintes pessoas?
a. para os tessalonicenses, em meio às suas severas aflições
b. para você
(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação." (NVI-PT) (2 Tes. 2:13)
Paulo procura tranquilizar os tessalonicenses em meio às suas severas provações, uma vez que estavam inquietos devido ao ensino de que o Senhor talvez já tivesse voltado sem tê-los recolhido com Ele, ou seja, eles estavam com medo de terem sido deixados para trás. Nesse sentido, Paulo os lembra do destino do homem do pecado, o qual só poderá enganar aqueles que estiverem perecendo (2 Tessalonicenses 2:10a). Mas Paulo também explica por que essas pessoas serão enganadas. A razão principal é que "não receberam o amor da verdade para se salvarem" (2:10b). Ao contrário desses, os crentes tessalonicenses amam a verdade; portanto, eles são salvos.
No entanto, Paulo salienta imediatamente que, embora eles de fato tenham crido, é tudo pela graça; por isso ele descreve em poucas palavras a própria essência da nossa salvação em Cristo, a qual inclui as seguintes verdades:
- Somos irmãos amados pelo Senhor. Os que antes éramos inimigos de Deus, mortos em ofensas e pecados, os menos amáveis, agora somos amados pelo Senhor, que morreu na cruz para nos salvar!
- Deus nos escolheu desde o início; na verdade não foi a nossa escolha. Éramos como aqueles que perecem; por natureza, não amávamos a verdade — foi somente devido à escolha e misericordiosa do Senhor, uma escolha que Ele fez "antes da fundação do mundo” (Efésios 1:4). Realmente não há motivo algum para nos gabar!
- Fomos salvos pela obra santificadora do Espírito. Somos como diamantes em bruto; sem a obra santificadora do Espírito, nunca seremos aperfeiçoados. No entanto, temos a gloriosa esperança de que nos tornaremos imaculados e irrepreensíveis quando virmos a Cristo.
- Fomos salvos por meio da nossa fé na verdade. Talvez este seja o único aspecto da nossa salvação no qual nós participamos; no entanto, Paulo diz que até mesmo a fé "não vem de vocês, é dom de Deus" (Ef. 2:8).
- Fomos chamados pelo (ouvir do) evangelho de Paulo, embora na realidade o que os tessalonicenses ouviram de Paulo não tenha sido o seu próprio evangelho, mas o de Jesus Cristo. Em nosso caso também, Deus enviou o seu "Paulo" para que pudéssemos ouvir o evangelho e crer nEle.
- O resultado disso é que nós participamos na glória do nosso Senhor Jesus Cristo. Embora talvez não valorizemos plenamente a glória que nos será revelada naquele dia, uma simples leitura de como o homem do pecado será completamente destruído por Seu sopro e esplendor é suficiente para nos fazer irromper em júbilo, sem mencionar que não seremos meros espectadores de tamanha glória, mas “participantes”. Que pensamento incrível!
Que graça gloriosa!
(1) Paulo é o mestre, apóstolo e fundador desta igreja em Tessalônica. Ele tem orado por eles constantemente (1:11). Por que, então, ele precisa que esta igreja interceda por ele também?
(2) Nesse sentido, por quem você deve orar constantemente?
(3) Como você pode orar "constantemente"?
a. Quais poderiam ser alguns obstáculos para fazer isso?
b. O que você deve fazer para superar esses obstáculos?
(4) Sobre quais coisas específicas Paulo deseja que a igreja ore por ele? Por quê?
(5) Paulo pede que a igreja interceda por ele, especialmente à luz do fato de que "a fé não é de todos" e alguns podem ser homens maus e perversos:
a. Mas em última instância, de acordo com o v. 3, qual deve ser a base das orações nas quais eles pedem a Deus para libertá-lo e protegê-lo?
b. Paulo pede aos tessalonicenses que orem por ele neste trecho, ou ele mesmo ora por eles?
(6) Qual é a base da confiança que Paulo tem nos tessalonicenses?
a. Isso é uma mera ilusão, ou uma esperança bem fundamentada?
b. Por quê?
(7) O v. 5 é uma oração muito significativa. Reflita sobre esta oração de bênção.
a. Você entende por que Paulo pede que seus corações sejam conduzidos?
b. Quão importante é que seu coração seja conduzido para o amor de Deus?
c. Quão importante é que seu coração seja conduzido para a perseverança de Cristo? (O que é a perseverança de Cristo?)
(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"No demais, irmãos, rogai por nós, para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada ... e para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; ..." (NVI-PT) (2 Tes. 3:1-2)
Não há dúvida de que o apóstolo Paulo era um homem de oração; ele orava constantemente pelos tessalonicenses (2 Tess. 1:11). Por que, então, ele os exortou a orar por ele também? João Crisóstomo diz o seguinte ao exortar seu próprio rebanho a orar por ele:
“Portanto, façamos guerra contra os nossos inimigos com orações e súplicas ... Porque violento é o inimigo que temos. Porque cada um pensa com ansiedade nos seus próprios interesses, mas nós nos preocupamos pelos assuntos de todos. Estamos na parte da batalha onde mais se sente a pressão. O diabo se arma mais violentamente contra nós. Porque a mesma coisa acontece nas guerras: os do lado oposto se esforçam para derrubar o general antes dos outros. É por isso que todos os seus camaradas correm para estar onde ele está. Por isso há tanto tumulto; todos estão tentando resgatá-lo; eles o cercam com seus escudos, procurando preservar sua pessoa ...
“Você notou que Paulo constantemente pede tais orações? Você ouviu que foi assim que Pedro foi libertado da prisão, com uma fervorosa oração feita por ele? (Atos xii, 5) ...
"Por que digo essas coisas? Porque o fato de uma pessoa implorar por muitos é extremamente ousado e exige muita confiança; mas não é de nada penoso que muitos, estando reunidos, implorem por um. Porque cada um que faz isso não confia em sua própria virtude, mas na a multidão, e em sua unanimidade, com respeito à qual Deus diz: 'onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles' (Mat. XX.18)[sic]*. Se Ele está no meio de dois ou três que estão reunidos, muito mais está entre vocês. Porque o que um homem não pode receber quando ora sozinho, ele receberá orando com uma multidão. Por quê? Porque embora sua própria virtude não tenha muito poder, o acordo comum o tem”.
(NAPF, vol. 13, 391-2)
Bem-aventurados os servos do Senhor que têm multidões de intercessores!
*Nota: a citação correta é Mateus 18:20.
(1) A terra tem estado sob maldição desde a queda do homem (Gênesis 3:17). No entanto, isso significa que o trabalho é uma maldição? Em que sentido o trabalho pode ser uma maldição e em que sentido o trabalho pode ser uma bênção? (vide também João 5:16-17)
(2) Aparentemente, a razão pela qual os "ociosos" em Tessalônica não estavam trabalhando é que eles aguardavam ansiosamente o retorno iminente de Cristo. Se for assim, por que Paulo lhes teria ordenado que trabalhassem?
(3) Paulo já os havia exortado sobre este assunto na primeira carta (4:11-12).
a. Você percebeu que Paulo usa um tom diferente na exortação desta segunda carta?
b. Em vez de exortar os preguiçosos, Paulo agora exorta os outros sobre como devem lidar com os preguiçosos. O que eles deviam fazer? Por quê?
(4) Que tipo de exemplo Paulo dá?
(5) De acordo com Paulo, por que razão ele trabalhava “dia e noite” (provavelmente reparando tendas)?
(6) Já sabemos que Paulo não gosta muito de "regras"; apesar disso, aqui ele estabelece uma: "Se alguém não quiser trabalhar, também não coma".
a. Por que ele se sente obrigado a fazer essa regra?
b. Como você pode aplicá-la em sua vida e à de sua família?
(7) Em geral, existem três razões corretas pelas quais os cristãos devem trabalhar:
a. Para ganhar a vida (assim como Paulo ordenou)
b. Para contribuir para a sociedade (algo que todos os cidadãos da Terra devem fazer)
c. Para fazer a diferença para Cristo
Examine a sua própria vida à luz dessas três razões para ver se você tem ignorado alguma delas.
(8) Agora, agradeça a Deus pela oportunidade que Ele lhe tem dado de trabalhar e criar.
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma." (NVI-PT) (2 Tes. 3:10)
A atitude medieval com relação ao trabalho era uma de desdém; o trabalho era considerado nada mais que uma necessidade, enquanto o lazer era considerado a expressão de uma existência humana livre. No entanto essa perspectiva não é bíblica. Deixe-me compartilhar um trecho do artigo Calling, Work and Rest, escrito por Paul Marshall, o qual resume a atitude que os Reformadores Protestantes tiveram com respeito ao trabalho:
“Muitos aspectos de seu ponto de vista eram retratos precisos dos ensinamentos bíblicos. No entanto, nesse contexto, procurarei fazer um esboço da perspectiva bíblica, e mencionarei o protestantismo somente como uma influência historicamente significativa para o presente.
“Quase sem exceção, os Reformadores rejeitavam a noção de que a vita contemplativa (vida contemplativa) era a vida cristã mais autêntica. Eles ensinavam que o trabalho, assim como o lazer e a contemplação, eram dons de Deus. Quase sem exceção, eles sustentavam que aos olhos de Deus todas as formas de trabalho tinham igual valor. Uma das acusações feitas contra William Tyndale foi sua convicção de que 'nenhuma forma de trabalho é melhor do que outra para agradar a Deus: despejar água, lavar pratos, ser um souter [sapateiro] ou um apóstolo, é tudo a mesma coisa; no que diz respeito ao trabalho em si, tanto lavar louça e pregar são igualmente agradáveis a Deus'. Lutero ensinou que Deus em Sua providência colocou cada pessoa em sua respectiva posição na sociedade para realizar o trabalho que corresponde a essa posição:
“Se você for um trabalhador manual, descobrirá que a Bíblia foi colocada em sua oficina, em sua mão, em seu coração. Ela o ensina como tratar o próximo ... Basta olhar para as suas ferramentas .. sua agulha e dedal, seu barril de cerveja, seus produtos, sua balança ou vara de medição ... O número de seus pregadores é o número de suas transações, seus produtos, suas ferramentas e outros materiais em sua casa e no lar.
“Até mesmo Adão teve 'trabalho a fazer, a saber ... plantar o jardim, cultivá-lo e cuidar dele'. Portanto, não há nada que seja tão corpóreo, carnal e externo que não se torne espiritual quando for feito na Palavra de Deus e na fé.”
Calvino foi, talvez, o mais contundente em suas exortações sobre o trabalho. Acima de tudo, ele enfatizava o trabalho útil; seu Deus “não era como o dos sofistas (os quais imaginavam que ele era vão, ocioso e quase adormecido), mas vigilante, eficiente, operativo e engajado numa ação contínua”. (Trecho do artigo Calling, Work and Rest, The Best in Theology, Vol. 3, 195-6 por Paul Marshall)
(1) A tradução da versão NVI usa uma descrição muito viva para se referir àqueles que escolhiam não trabalhar: andam se intrometendo na vida alheia
a. O que Paulo quer dizer com a descrição “não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia”?
b. Como tais pessoas intrometidas podem prejudicar a família?
c. Como elas podem prejudicar a igreja?
(2) Há um número crescente de pessoas aposentadas (algumas das quais se aposentaram antecipadamente) na família da igreja. Como elas podem evitar ser "intrometidos"?
(3) Você consegue pensar em sugestões construtivas que poderiam ajudar pessoas aposentadas com boa saúde a “se assentarem” e se tornarem bons administradores do tempo que têm?
(4) Paulo conclui este trecho com palavras duras para aqueles que optaram por não obedecer às suas instruções.
a. Por que Paulo é tão duro com eles?
b. Qual é o propósito de não se associar com eles?
c. Quão importante é não os considerarmos “inimigos”, mas irmãos, apesar do tratamento duro que devemos dar-lhes? Por quê?
d. Como podemos pôr essas instruções em prática, e como podemos fazer com que essas pessoas reconheçam que ainda as consideramos irmãos (ao mesmo tempo que deixamos de nos associar com eles)?
(5) Por que Paulo chama sua atenção para o fato de a saudação final ter sido escrita do próprio punho (vide 2:2)?
(6)
Ao chegar ao final desta carta, sugiro que você leia em voz alta todas
as bênçãos que Paulo deseja para os tessalonicenses e depois as aplique a
si mesmo: 2:16-17; 3:5; 3:16; e 3:18.
“não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia” (NVI-PT) (2 Tes. 3:11)
“Como se costuma dizer, há alguns que andam por aí fingindo que se dedicam à oração, mas não trabalham, transformando assim a piedade num pretexto para a covardia e num ganha-pão; mas estes não pensam corretamente. Que digam que são melhores do que os próprios santos apóstolos, os quais trabalhavam quando surgia a oportunidade e ficavam exaustos por causa da palavra de Deus. Como é que não leram o que São Paulo escreveu a certas pessoas: 'Ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia'? A igreja não tolera os que fazem isso. Certamente, é necessário que aqueles que vivem vidas tranquilas em mosteiros orem continuamente. Mas, longe de ser prejudicial, é extremamente útil trabalhar, para que aquele que aceita o trabalho dos outros para suprir suas próprias necessidades não se torne um fardo para os outros. E talvez seja possível que seu trabalho sirva para ajudar a viúva e o órfão e alguns dos fracos entre seus irmãos."
(ACCS, Vol. 9, Cyril of Alexandria, Letters 83.7)