2 Timóteo
É muito possível que esta tenha sido a última carta que Paulo escreveu enquanto esperava seu martírio nas mãos de Nero numa prisão em Roma. Parece que ele foi absolvido em seu primeiro julgamento (Atos 28:30-31) e posteriormente voltou à Grécia e à Ásia Menor, onde permaneceu por algum tempo. Não temos ideia de por que ele foi preso pela segunda vez; talvez sua prisão tenha sido ligado à perseguição aos cristãos que começou sob Nero depois de ele incendiar a cidade de Roma. Uma vez que esta carta a Timóteo contém as últimas palavras de Paulo, ela é pessoal e cheia de emoção. Paulo o exorta a perseverar em meio ao sofrimento e a ser um obreiro aprovado de Jesus Cristo.
(1) Compare a saudação de Paulo aqui com a de sua primeira carta a Timóteo. Com base nas semelhanças e diferenças, você consegue detectar um toque mais pessoal nesta segunda carta?
(2) No final de sua vida, Paulo reflete sobre o fato de ele ter servido a Deus como os seus antepassados. Por que ele acrescenta que ele servia com a "consciência limpa"? (Lembre-se de que Paulo, ao longo de sua vida, sempre foi e continuava sendo atacado por judeus que queriam matá-lo.)
(3) Nas palavras de Paulo, com que frequência ele se lembrava de Timóteo? De que "lágrimas" ele estava falando?
(4) Que tipo de relacionamento entre Paulo e Timóteo é descrito aqui?
(5) Há alguém pelo qual você intercede como Paulo fazia por Timóteo?
(6) Paulo lembra a Timóteo que ele deve manter “viva a chama” do dom que ele recebeu de Deus:
a. A que dom Paulo se refere? (vide também 1 Timóteo 1:18; 4:14)
b. O que significa "mantenha viva a chama"?
(7) Embora a Bíblia diga que “seu [de Timéoteo] pai era grego” (Atos 16:1), como ele se tornou um crente com uma “fé não fingida” (sincera)?
(8) Que lição podemos aprender da conversão e chamado de Timóteo?
(9) Uma vez que naquele momento estavam experimentando sofrimento e perseguição (vindo tanto de fora quanto de dentro da igreja), é compreensível que Paulo tenha procurado encorajar Timóteo apontando que “Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder” (1:7); no entanto, por que Paulo salienta que esse espírito também é "de amor e de equilíbrio [autocontrole]"?
(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.” (NVI-PT) (2 Timóteo 1:7)
Estou de acordo com Howard Marshall em que é improvável que o "Espírito" mencionado por Paulo se refira ao "espírito humano dotado do Espírito Santo ... e menos ainda ao espírito humano desacompanhado ... ou simplesmente a uma disposição humana", mas ao próprio Espírito Santo; Ele nos transmite as qualidades de poder, amor e disciplina a fim de equipar “todos os crentes, cada um para as suas necessidades específicas” (TICC, The Pastoral Epistles, 698-9).
Para Timóteo, que havia sido encarregado do que na época era provavelmente a igreja mais proeminente, onde havia pressões causadas por falsas doutrinas, num momento de crescente risco de perseguição estatal sob Nero (que tinha queimado a cidade de Roma e tentado culpar os cristãos), o lembrete de que o Espírito Santo que habita em nós não é um "Espírito" de timidez era muito oportuno. Paulo claramente opõe a timidez ao poder que Timóteo teria testemunhado em primeira mão ao acompanhar Paulo em sua segunda viagem missionária.
No entanto, Paulo não se concentra somente no poder do Espírito Santo, mas também nas qualidades de amor e autodisciplina que o Espírito dá a todos os crentes. Esta é uma verdade à qual todos precisamos prestar atenção, especialmente aqueles de nós que estão envolvidos em algum ministério.
É muito fácil para nós ficarmos amargos quando enfrentamos resistência e perseguição. Nosso senso de justiça queima mais intensamente quando enfrentamos falsos ensinos e falsos mestres. No entanto, Paulo lembra a Timóteo que ele precisa manter viva a chama do amor, mesmo em meio a essas batalhas espirituais. Afinal, nossos inimigos nunca são "carne e sangue" (Efésios 6:12).
Também é verdade que em meio às batalhas espirituais, e especialmente depois de uma experiência vitoriosa (como a de Elias sobre os profetas de Baal em 1 Reis 18), somos muito vulneráves à tentação; é por isso que Paulo também lembra Timóteo da importância da autodisciplina.
Vv. 8-12—Não tenha vergonha
(1) Paulo já havia sido preso pelo estado romano por causa do evangelho e esperava ser executado em breve (4:6):
a. De que Paulo diz que Timóteo não deve se envergonhar?
b. Se você fosse Timóteo, do que você teria precisado para ouvir?
(2) Ao exortar Timóteo a suportar com ele os sofrimentos pelo evangelho, Paulo o lembra do seguinte:
a. O evangelho: O que Cristo tinha realizado por meio de Sua (primeira) aparição?
b. Como Paulo e Timóteo tinham beneficiado do evangelho?
c. Com base em que eles tinham sido salvos e chamados?
(3) Que papel tinha sido dado a Paulo neste evangelho?
(4) Por que Paulo não se envergonhava do evangelho e de seu papel, nem mesmo em meio ao sofrimento?
Vv. 15-18—O sofrimento agravado pela deserção (vide a Nota abaixo).
(5) Paulo compartilha com Timóteo a dura realidade de sua prisão, no sentido de que "todos os da província da Ásia me abandonaram". É possível que a segunda prisão de Paulo tenha ocorrido na Ásia, e que devido à natureza de sua prisão (que desta vez não tinha nada a ver com os judeus, mas com o decreto de Nero), ninguém tenha se apresentado em sua defesa.
a. Paulo estava amargo ou desanimado?
b. Por que ele mencionou os nomes de Fígelo e Hermógenes, duas pessoas sobre as quais nada sabemos?
(6) Pelo contrário, quão diferente tinha sido a atitude da casa de Onesíforo (vide 4:19 sobre seu papel em Éfeso) com relação a Paulo e sua prisão?
(7) Que risco a casa de Onesíforo pode ter corrido?
(8) Qual é a mensagem para Timóteo?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota :
Os vv. 15-18 funcionam como um parêntese, enquanto o capítulo 2 dá prosseguimento as idéias expressas em 1:13-14 sobre o que Timóteo tinha ouvido de Paulo. Portanto, refletiremos sobre os versículos 1:13-14 junto com o capítulo 2 na próxima semana.
"Você sabe que todos os da província da Ásia me abandonaram, inclusive Fígelo e Hermógenes." (NVI-PT) (2 Timóteo 1:15)
Ainda me lembro de quando visitei Roma. Como Onesíforo, procurei com muito esforzo entre suas ruínas até que finalmente achei o que se acredita ser a cela subterrânea onde Pablo esteve preso. Tive que descer alguns degraus estreitos para poder entrar na pequena cela de pedra. Eu consegui imaginar o quão frio esse lugar teria sido à noite. Não é de admirar que Paulo tenha implorado a Timóteo que lhe trouxesse sua capa antes do inverno (4:13, 21).
Porém, ao contrário de Onesíforo , eu não tive que arriscar nada para encontrar a cela de Pablo; na verdade, foi um dos pontos altos de minha visita a Roma. Pelo contrário, Onesíforo não só teve que arriscar sua segurança, mas provavelmente teve que pagar algum tipo de suborno para raceber acesso a Paulo. Embora não saibamos nada sobre as circunstâncias da segunda prisão de Paulo, sabemos que ocorreu sob o reinado de terror do imperador Nero, que alegadamente incendiou Roma e tentou culpar os cristãos. Portanto, é muito provável que esta segunda prisão não tenha tido nada a ver com os judeus, mas com a perseguição estatal aos cristãos. Em geral, acredita-se que tanto Paulo quanto Pedro morreram como mártires sob o reinado de Nero.
Embora não tenhamos idéia de quem eram Fígelo e Hermógenes, o fato de Paulo ter mencionado seus nomes sugere que eles talvez tenham sido líderes cristãos na Ásia (menor) de quem Paulo esperava receber ajuda no momento de sua prisão. Em outras palavras, esses dois tinham se envergonhado do evangelho e de Paulo (1:8). Embora Paulo tenha sido obrigado a usá-los como exemplos para advertir Timóteo, não devemos julgá-los com um espíritu crítico demais, mas examinar a nós mesmos para ver se nós também nos envergonharíamos do evangelho em circunstâncias semelhantes.