O livro de Hebreus
Embora tenha-se especulado sobre a identidade do autor do livro de Hebreus desde á época das primeiras igrejas, a canonicidade do livro sempre esteve bem estabelecida. Em geral, as igrejas primitivas o atribuíam ao apóstolo Paulo; no entanto, Orígenes disse o seguinte: "Quem o escreveu, só Deus o sabe". O que é certo é que este livro foi escrito antes do ano 90 d.C., uma vez que Timóteo ainda estava vivo (13:20).
Com base no conteúdo desta carta, sabemos que ela é uma carta pessoal dirigida a um grupo de judeus cristãos. A fim de entender o fluxo dos argumentos nela apresentados e interpretá-la corretamente, é útil ter em mente o propósito desta carta e a identidade de seus primeiros leitores. Considere as seguintes características dos destinatários:
- É possível que eles tenham retrocedido ao Judaísmo (ou pelo menos estivessem em perigo de retroceder).
- Eles estavam duvidando sobre a divindade de Cristo, um atributo sem o qual o mérito de Seu sacrifício expiatório na cruz seria anulado.
Portanto, a maior parte deste livro trata dos seguintes temas:
- A superioridade e divindade de Cristo
- A plenitude de Sua obra redentora (em contraste com o caráter incompleto dos sacrifícios do VT)
- O apavorante perigo e as consequências de vacilar ou abandonar a fé em Cristo Jesus.
Deus falou conosco nestes últimos dias :
(1) Deus fala conosco (vv.1-2a)
a. Que aspectos desta observação inicial nos mostram que os destinatários da carta eram judeus?
b. Como essa observação inicial confirma o papel dos profetas no Antigo Testamento?
c. Quem é Jesus Cristo? Quão diferente é Jesus dos profetas antigos?
d. De que maneira Deus tem falado "por meio do Filho"?
e. O que você entende pela expressão "últimos dias"?
(2) A pessoa de Jesus Cristo (vv.2b-3)
a. Qual a relação entre Ele e todas as coisas (criadas)? (v. 2b)
b. O que a Bíblia quer dizer quando afirma que Cristo é "o herdeiro" de todas as coisas? (vide João 1:1-2; Colossenses 1:16)
c. Quem é o Filho em relação ao Deus Pai? (vide também João 1:14, 18)
d. Qual é a obra que Cristo faz continuamente no universo?
e. Como a obra redentora é descrita aqui?
f. O que implica o fato de Cristo ter se sentado à destra da Majestade no céu?
(3) O nome de Cristo é mais excelente do que o dos anjos (vv. 4-6).
a. Qual é o nome que Cristo herdou?
b. Como o autor de Hebreus usa as citações de Salmos 2:7 e 1 Crônicas 17:13 para provar o seu argumento? (v. 5)
c. Que outro nome é usado em 1:6 para descrever o Filho?
d. Em que sentido Ele é superior aos anjos? (v. 6—observe que a citação é uma "versão aproximada" do que dizem Salmo 97:7 e Dt. 32:43 na Septuaginta. Isso não é evidente na maioria das versões em português. [Guthrie, TNTC, 74])
(4) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa" (NVI-PT). (Hebreus 1:3)
Um dos principais enfoques do livro de Hebreus é a afirmação da divindade de Jesus Cristo. Essa verdade é afirmada de maneira poderosa na observação inicial do livro, especialmente no versículo 1:3. Deixe-me citar o que Guthrie diz sobre isso:
“Isso (1:3) enfatiza de forma específica o fato de que aquele que reflete a glória de Deus participa de Sua natureza. A palavra grega que aqui é traduzida expressão exata (charakter/χαρακτήρ) era usada para se referir a um cunho ou uma gravura. É uma palavra muito expressiva, uma vez que uma impressão feito num selo de cera será idêntica à imagem da gravura que aparece no selo. No entanto, não se deve enfatizar cada detalhe desta ilustração, uma vez que não devemos presumir que o Filho é formalmente diferente do Pai da mesma forma que o selo é diferente da impressão que ele faz. No entanto, existe de fato uma correspondência exata entre os dois. Esta afirmação por si só implica uma verdade profunda, uma vez que a semelhança exata está relacionada com a natureza de Deus ... Para aquele que pensa de forma teológica, esta afirmação não é isenta de importância, pois apoia a postura de que Jesus tem a mesma natureza que Deus. E sendo esse o caso, não se deve fazer nenhuma distinção entre a natureza do Pai e a natureza do Filho".
(Guthrie, TNTC, Hebreus, 66-67)
O argumento (continuação): 1:7-9—Cristo, o Filho, em contraste com os anjos
(1) Quem são os anjos? (v 7; vide Salmo 104:4).
(2) Que ideia o autor busca enfatizar?
(3) Em contraste com isso, como o uso das palavras "trono" e "cetro" apontam para a verdadeira identidade do Filho? (v. 8; Salmo 45:6)
(4) Como o versículo 9 (isto é, Salmo 45:7) faz outro contraste entre o Filho e os anjos?
1:10-12—Ainda mais do que o Rei, o próprio Deus Criador
(5) Quem é o Criador da terra e dos céus?
(6) O que acontecerá com a terra e os céus?
(7) Como esses versículos comparam o Criador com Sua criação?
O argumento (continuação): 1:13-14—Cristo, o Filho, em contraste com os anjos
(8) O que Deus disse ao Filho sobre Sua obra de salvação? (v. 13; Salmo 110:1)
(9) Qual o papel dos anjos na obra da nossa salvação? (v. 14)
(10) Em sua opinião, por que é importante fazer uma distinção entre Cristo (o Filho) e os anjos?
(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"A qual dos anjos Deus alguma vez disse: 'Senta-te à minha direita, até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés'?" (NVI-PT) (Hebreus 1:13)
É interessante ler que o autor do livro de Hebreus, ao afirmar a divindade do Filho e o fato de Ele ter a mesma natureza que o Pai, faz uma distinção clara e poderosa entre Cristo (o Filho) e os anjos em seu capítulo inicial.
É óbvio que o judaísmo reverenciava os anjos. O Senhor freqüentemente apareceu na forma do "Anjo do Senhor" (Gênesis 16:7, 22:11 etc.). Os cristãos entendem que esse personagem que aparece no VT é o próprio Jesus Cristo, mas é óbvio que esse conceito não existe no judaísmo; portanto, seus aparecimentos no VT só servem para realçar o sentido de reverência que eles têm pelos anjos. Até mesmo o apóstolo João foi tentado a se curvar diante do aparecimento de certos anjos. (Apocalipse 22:8-9). Portanto, pode parecer que quem considera Jesus Cristo como um dos anjos, ou talvéz até o chefe dos anjos, não O estaria rebaixando. Apesar disso, o autor de Hebreus está ciente da insensatez de tais heresias, uma vez que são nada menos que uma negação da natureza de Jesus Cristo, que não é outro senão a "expressão exata" do ser de Deus Pai (Hb. 1:3); aliás, Ele é o próprio Deus Criador (Hb. 1:2, 10-12).
No entanto, esta verdade também tem uma consequência muito prática, uma vez que somente a obra completa que Cristo realizou na cruz na qualidade de Deus pode efetuar a salvação da humanidade; por outro lado, os anjos são simples servos que ministram a nós, os beneficiários da salvação de Cristo (Hb. 1:14). Rebaixar Cristo à posição de um mero anjo anularia todo o plano de salvação da humanidade e a derrota de Satanás, o inimigo de Deus (Hb. 1:13).
2:1-4—A salvação por meio de Cristo não pode ser ignorada
(1) O autor compara a mensagem transmitida pelos anjos com a salvação que foi efetuada por Cristo (v. 2)
a. Que mensagem foi transmitida pelos anjos? (vide Gálatas 3:19)
b. Qual é o castigo por não obedecer à lei? (v. 2; vide Gálatas 3:10-13)
(2) A diferença da salvação que é por meio de Cristo (vv. 3-4)
a. Quem anunciou primeiramente a mensagem de salvação ao mundo?
b. Quem foram os primeiros ouvintes, os quais nos confirmaram a mensagem?
c. De que forma Deus atestou a veracidade desta salvação que é por meio de Cristo?
d. Portanto, como esta salvação é diferente da mensagem que foi transmitida pelos anjos?
e. Qual será a conseqüência se ignorarmos esta grande salvação?
f. De que maneira(s) uma pessoa pode "negligenciar" esta grande salvação?
2:5-9—A obrigatoriedade da encarnação (I)
(3) O autor se baseia no Salmo 8 para falar sobre a encarnação de Cristo.
a. O que o Salmo 8:4-6 diz a respeito do homem e seu relacionamento com os anjos? (v. 7)
b. Qual é o plano de Deus com relação ao homem e à criação de Deus? (v. 8)
c. De acordo com o autor de Hebreus, já se materializou esse plano de sujeitar tudo a "Ele" (v. 8)
d. Em quem já se materializou esse plano de sujeitar “tudo a ele”? (v. 9)
e. Como isso aconteceu? (v. 9)
f. A palavra "todos" se refere somente a este mundo criado visível? (v. 5)
(4) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvação?" (NVI-PT) (Hebreus 2:3)
Depois de mostrar que Jesus Cristo é muito superior aos anjos, o autor começa a falar sobre a obrigatoriedade de que Cristo se tornasse homem, sofresse e morresse em obediência ao Pai (Hebreus 2). Ele começa esta grandiosa mensagem dizendo que esta obra completa de Cristo é uma “grande salvação” que não pode e não deve ser ignorada (2:3).
É interessante notar que o autor optou por usar a palavra "negligenciar" para descrever a ação daqueles que não crêem em Jesus Cristo e em Sua salvação, em vez da palavra “rejeitar”; no entanto, a consequência de ambas as ações é a mesma. Aqueles que ignorarem essa grande salvação não poderão escapar da "devida punição", a saber, a morte eterna (João 3:16 e ss.).
Muitas pessoas pensam que ainda não estão "prontas" para aceitar a Cristo como seu Senhor e Salvador, e que de algum modo precisam "esperar" até que estejam prontas. Quando encontro tais "procrastinadores", exijo que me digam o que realmente estão esperando; aqueles que são honestos são obrigados a admitir que realmente não sabem o que estão esperando. Na verdade, eles estão usando essas palavras como desculpa para rejeitar a Cristo, uma vez que aquele que não responde a Cristo com fé na verdade O está "ignorando". A consequência dessa ação pode ser terrível, pois ninguém tem certeza do momento de sua morte, e já me deparei com alguns desses "procrastinadores" que acabarm perdendo a oportunidade de aceitar uma salvação tão grande quando ainda era possível.
A obrigatoriedade da encarnação (II)
(1) O sofrimento "conveniente" (v. 10)
a. Quem é o "autor" da nossa salvação?
b. O que essa salvação fará para nós, os "muitos filhos"? (v. 10)
c. À luz disso, por que é "conveniente" que Deus tenha tornado perfeito este autor de nossa salvação mediante o sofrimento? (v. 10)
d. Embora a noção de um "Messias sofredor" seja alheia à mente judaica, quão importante é a obrigatoriedade do sofrimento de Cristo ?
e. No contexto desse sofrimento "conveniente", por que a Bíblia enfatiza que Deus Pai é Aquele "por causa de quem e por meio de quem tudo existe"? (v. 10)
(2) Fraternidade (vv. 11-12)
a. Quem éramos antes de sermos santificados por Cristo?
b. Ele deveria ter vergonha de nos chamar de Seus irmãos? (Sal. 22:22) Por que ou por que não?
(3) Seus filhos (vv. 13-18)
a. Em que sentido somos Seus irmãos e em que sentido somos Seus filhos? (v.13; Isa.8:18)
b. Sua participação da condição humana dos filhos:
- O que Sua morte conquistou para Seus filhos? (vv. 14-15)
- Por que foi necessário que Cristo se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos (além da necessidade de destruir o diabo e nos libertar da morte)? (v. 17)
- Por quê? (v. 18)
- Em que qualidade Cristo desempenhou Seu serviço a Deus? (vv. 16-17)
(4) Quão importante é para você pessoalmente saber que Cristo participou de sua humanidade em todos os aspectos?
(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados" (NVI-PT). (Hebreus 2:18)
O Islã ensina que Deus é tão santo e maravilhoso que os muçulmanos não podem aceitar que Jesus seja Deus, porque para isso seria preciso que Deus se tornasse homem. Para eles é uma blasfêmia acreditar que Deus possa ter se tornado um de nós e participado da nossa humanidade. No entanto, o autor de Hebreus explica que era obrigatório que Deus se tornasse um de nós, porque essa era a única forma de fazer propiciação pelos pecados do povo (2:17). Mas o autor também mostra que foi conveniente ele ter participado da nossa condição humana em todos os aspectos, especialmente no que diz respeito à experiência de nossos sofrimentos, "porque, enquanto ele mesmo foi tentado no sofrimento, pode ajudar os que são tentados" (NVI-PT) (2:18).
Em certa ocasião, eu estava compartilhando esta mesma mensagem (por meio de um intérprete) a um grupo de imigrantes ilegais de origem islâmica que estavam detidos num centro de detenção. Percebi que havia conseguido captar a atenção deles quando disse que Jesus também esteve detido numa cela de prisão. Expliquei que Ele entendia o que eles estavam experimentando porque Ele também o havia experimentado. Ele tinha estado na mesma situação. Ele é um Deus que se importa conosco, não um Deus que fica longe dos nossos sofrimentos. É claro que Ele teve que se tornar homem para que pudesse morrer por nossos pecados e fazer expiação por eles.
No final do culto, alguns deles decidiram ficar e conversar com nossos conselheiros; eles simplesmente não podiam ignorar um Deus tão amoroso, uma salvação tão grande.
Na porção anterior, o autor argumentou que foi necessário que Cristo sofresse e morresse por seus irmãos como o sumo sacerdote de Deus (2:9-18); Ele agora nos exorta a fixar nossos pensamentos nEle:
(1) Quais seriam as implicações do fato de ele ter chamado seus destinatários de "santos irmãos"?
(2) Qual é o chamado celestial do qual todos os crentes participam? (v.1)
(3) Ele nos exorta a fixar "os ... pensamentos em Jesus"
a. O que significa a frase "fixem os seus pensamentos em Jesus"?
b. Quem é o Jesus que confessamos?
(4) Como o autor compara Jesus com Moisés? (v. 2; Números 12:7)
(5) Embora Jesus certamente seja maior que os anjos (capítulos 1-2), como Ele se compara a Moisés? (v. 3)
(6) Por quê?
(7) De acordo com a analogia do construtor usado pelo autor, quem ele diz, em essência, que é Jesus? (v. 4)
(8) O versículo 3:5 afirma que Moisés foi fiel como servo em toda a casa de Deus, dando testemunho do que haveria de ser dito no futuro (v.5).
a. O que haveria de ser dito no futuro?
b. Como a fidelidade de Moisés serve de testemunho a esse respeito?
(9) Em comparação com a fidelidade de Moisés, quão diferente é a fidelidade de Cristo (v.6) com respeito ao seguinte:
a. Quem é Ele na casa de Deus?
b. O que quer dizer que somos a casa de Deus?
c. O versículo 3:6b apresenta uma condição? Por que ou por que não?
(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Jesus foi considerado digno de maior glória do que Moisés, da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa" (NVI-PT). (Hebreus 3:3)
Talvez tomemos por garantido que Cristo é maior do que Moisés e pensemos que nem é preciso um argumento para prová-lo; no entanto, para aqueles que por alguma razão estavam em perigo de voltar ao judaísmo, esta consideração é de extrema importância. De todos os personagens do Antigo Testamento, Moisés é o único que lhes deu a Lei e o único que Deus usou para tirá-los do Egito e levá-los para a Terra Prometida.
O autor de Hebreus demonstra de forma convincente que Jesus é muito superior a Moisés pelas seguintes razões:
- Tanto a Lei de Moisés quanto os eventos do êxodo servem para testificar "do que haveria de ser dito no futuro" (3:5); Esta é uma referência ao cumprimento de todos os requisitos da Lei pela morte de Jesus e o "descanso prometido " (4:3), algo que nunca aconteceu sob a liderança de Moisés (3:18-19), mas que agora é possível graças à salvação que é por meio de Jesus.
- Moisés era um simples servo na casa de Deus, ao passo que Jesus é o Filho; na verdade, Ele é o próprio construtor da casa (3:4-6).
Para nós, que não estamos em perigo de voltar ao judaísmo, a comparação da fidelidade de Jesus com a de Moisés serve para nos lembrar de que Jesus realmente não precisava experimentar esse sofrimento e morte; Ele decidiu fazê-lo somente devido a Seu amor por nós. Uma vez que Ele nos chama Seus irmãos (2:11) e nos introduz na casa celestial de Deus (3:6), Ele é, sem dúvida, digno de mais glória do que Moisés.
A comparação de Jesus com Moisés dá ao autor de Hebreus outra oportunidade para advertir o povo contra a tentação de abandonar sua fé na redenção de Cristo e voltar ao Judaísmo. Ele usa como ponto de partida o fracasso de Israel ao não entrarem no "descanso" que Deus desejava para a nação, devido à sua desobediência no deserto.
(1) A advertência do Salmo 95:7-11—Ao exortar seus leitores com as palavras "se é que nos apegamos firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos" (3:6), o autor cita a advertência contida no Salmo acima (vv. 7-11).
a. Quem é o verdadeiro autor do Salmo? (v. 7)
b. Como pode ser deduzido da exortação que segue no restante do capítulo, o autor enfatiza um dos temas do Salmo que ele cita aqui ao repetir a palavra "hoje".
(2) Aplicação (vv. 12-14)— agora, o autor de Hebreus aplica esta advertência a nós.
a. Que palavras ele usa para descrever o tipo de coração que se afasta do Deus vivo? (v. 12) Por quê?
b. O autor nos exorta a não sermos endurecidos pelo engano do pecado (v.13).
- Como devemos fazer isso?
- Por que o autor enfatiza as expressões "todos os dias" e "hoje"?
c. O versículo 3:14 apresenta uma condição? Por que ou por que não?
(3) Não entrar no descanso de Deus (vv. 15-19)— Uma vez mais, o autor menciona o fracasso dos israelitas sob a liderança de Moisés:
a. Qual é a primeira pergunta retórica? (v. 16)
b. Qual é a segunda pergunta retórica? (v. 17)
c. Qual é a terceira pergunta retórica? (v. 18)
d. Por que a expressão "descanso de Deus" é usada para se referir à entrada de Israel na Terra Prometida?
e. O autor chega a qual conclusão? (v. 19)
(4) Qual é a principal mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Ao contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama 'hoje', de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado" (NVI-PT). (Hebreus 3:13)
Basicamente, os primeiros dez capítulos desta carta são um argumento que demonstra a superioridade de Cristo e de toda a Sua obra de redenção. Nisso é possível perceber a urgência e seriedade da possível apostasia que o risco de voltar ao judaísmo representava para alguns desses primeiros cristãos judeus. Embora se tenha dito que esses argumentos são apresentados no mais alto padrão do grego koiné, e que eles são os argumentos mais claros do Novo Testamento, é importante enfatizar repetidamente que o autor de Hebreus colocou a responsabilidade final pela prevenção da apostasia nas mãos de toda a comunidade de fé:
“Ao contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama 'hoje', de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado" (NVI-PT). (Hebreus 3:13)
"Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia" (NVI-PT). (Hebreus 10:25)
Em outras palavras, embora seja verdade que a exortação é dirigida aos crentes individuais, é necessário que todos os membros do corpo coletivo de Cristo fortaleçam uns aos outros a fim de que todos mantenhamos a esperança e a fé que confessamos (3:6). Para nós, é muito fácil criticar os erros dos outros, mas é muito mais importante reconhecer que nossa responsabilidade é tomar a iniciativa de evitar que os outros caiam, aproveitando a oportunidade que o "hoje" nos apresenta para encorajar uns aos outros em Cristo.
4:1-3—Já entramos no descanso de Deus
(1) Por que o autor diz: "Pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso"? (v. 3a)
a. A que se refere a expressão "aquele descanso"?
b. Como foi que entramos nela?
(2) Por que o povo que Moisés conduziu para fora do Egito não pôde entrar no descanso de Deus? (v. 2)
(3) Que lição devemos aprender deles? (v. 1)
4:4-11—O descanso sabático
(4) Responda às seguintes perguntas à luz das palavras de Gênesis 2:2, que nos diz que "Deus descansou de todas as obras" no sétimo dia da criação (Hb. 4:4), e da afirmação de Jesus d que “até agora meu Pai trabalha, e eu também trabalho” (Jo. 5:17):
a. Por que o descanso sabático se fundamenta no fato de Deus ter descansado de Sua obra de criação? (Êxodo 31:17; vide a Nota abaixo)
b. Qual é a obra que Deus ainda está fazendo e sempre fará?
c. Portanto, qual é o verdadeiro significado do descanso de Deus ao qual fomos chamados?
(5) É evidente que aqueles que estavam sob a liderança de Moisés não puderam entrar na Terra Prometida; no entanto, o que aconteceu com os que estavam sob a liderança de Josué? (v. 8)
a. Eles entraram na Terra Prometida?
b. Eles entraram no descanso de Deus? (v.8) Por que ou por que não?
(6) O verdadeiro significado de entrar no descanso de Deus (vv. 9-11)
a. Aquele que é autorizado a entrar no descanso de Deus descansa de que tipo de trabalho? (v. 10)
b. Como é possível esforçar-nos "por entrar nesse descanso"? (v. 11)
c. Reflita sobre as seguintes perguntas sobre os cristãos judeus:
- Como eles tinham entrado no descanso de Deus originalmente? (ver 4:3)
- Se eles tivessem voltado ao judaísmo, que tipo de trabalho eles teriam que retomar, o qual os impediria de desfrutar do descanso de Deus?
(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Ao fundamentar a instituição do descanso sabático no exemplo de Seu próprio descanso no sétimo dia da criação, Deus mostra que já criou tudo o que é necessário para sustentar a vida. Seu povo, ao observar o descanso sabático, estaria demonstrando sua total confiança em Deus para suprir todas as suas necessidades.
"Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus; pois todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas" (NVI-PT). (Hebreus 4:9-10)
Para entender o argumento usado pelo autor de Hebreus para nos exortar a entrar no descanso de Deus, precisamos nos lembrar do erro que seu público imediato, os cristãos judeus, estava prestes a cometer. Ao retornar ao judaísmo, eles estariam abandonando a salvação que é pela graça por meio da fé em Cristo (Efésios 2:8) e voltando a uma salvação que se baseava nas obras, por meio da observância das leis e rituais do Antigo Testamento. Isso significa que eles não estariam descansado de seu trabalho, o trabalho sem fim de confiar na observância da Lei de Moisés para obter a justiça. Como resultado, eles não poderiam entrar no descanso de Deus.
Por outro lado, se estivessem dispostos a renunciar aos seus esforços que se baseavam nas obras realizadas a fim de obter a salvação e "fazer ... as obras que Deus requer", as quais consistem em "crer naquele que Ele enviou" (Jo. 6:28-29), eles entrariam no descanso de Deus— uma total confiança na obra consumada de Seu Filho na cruz.
Portanto, a escolha que esses judeus cristãos enfrentavam era entre as seguintes duas opções:
- Eles podiam endurecer o coração e desobedecer à obra de Deus, a obra completa de redenção efetuada por meio de Seu Filho.
- Eles podiam ser obedientes e colocar sua confiança somente em Cristo para a salvação, descansando de seus próprios esforços para obter sua própria justiça.
Na superfície, é uma decisão muito simples; no entanto, muitos em nossos dias
preferem confiar em qualquer coisa para salvar suas almas, menos
colocar sua fé em Jesus Cristo. No entanto, este convite para entrar no
Seu descanso continua aberto:
“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (NVI-PT) . (Mateus 11:28)