Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Hebreus 4:12–16

4:12-13–O Poder da Palavra de Deus

(1) O que é a Palavra de Deus que o autor acaba de citar das Escrituras como advertência para seus leitores? (4:7)

(2) Ao exortá-los a levar a sério a palavra de Deus, o autor a compara com uma espada.

a. Quão poderosa é uma espada convencional de "dois gumes"?

b. Em que sentido a Palavra de Deus é mais poderosa do que uma espada de “dois gumes”? (v. 12)

(3) Alguém consegue esconder seus pensamentos desta espada? Por que ou por que não?

(4) Mesmo se tentarmos nos esconder dela, o que acontecerá quando virmos a Deus?

4:14-16–O que devemos fazer "Hoje"

(5) Onde está Cristo agora, e onde Ele tem estado desde que concluiu Sua obra de salvação na cruz?

(6) Em que qualidade Ele está servindo no céu?

(7) À luz desta verdade, o que o autor nos exorta a fazer (isto é, nós que professamos fé em Cristo)? (v. 14)

(8) Qual privilégio é nosso por termos a Cristo como nosso Sumo Sacerdote no céu? (v. 15)

(9) Por que o trono de Deus agora é chamado um trono da graça?

(10) Portanto, como você deve aproveitá-lo? (v. 16)

(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A palavra de Deus é poderosa

Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (NVI-PT). (Hebreus 4:12)

Para um pregador como eu, é sempre  uma experiência alegre sentir o poder do Espírito Santo ao pregar; da mesma forma, é sempre uma experiência humilhante não sentir nenhum poder ao pregar. No entanto, não é tão incomum que o Espírito Santo me lembre de que o que realmente importa é que eu tenha manejado corretamente a Palavra de Deus (2 Timóteo 2:15) e sido fiel na minha preparação, mesmo naquelas vezes em que sinto que não preguei um sermão perfeito,.

Aliás, mais de uma vez, o Espírito Santo tem me permitido descobrir mais tarde que alguém foi muito impactado pela Palavra que preguei numa daquelas ocasiões não tão poderosas. Há alguns meses, após um culto em que senti não ter dado o melhor de mim durante a pregação, uma jovem se aproximou de mim e disse: “Pastor Paul, obrigada pelo sermão de hoje. De agora em diante, com certeza farei ... "

Isso me lembra mais uma vez que o que realmente importa não é a nossa eloqüência, mas a Palavra em si que "procede da boca" de Deus (Mateus 4:4). Somos meros "porta-vozes" de Deus; Sua Palavra continua sendo a poderosíssima espada de “dois gumes”!

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Hebreus 5:1–10

5:1-6–O sumo sacerdote humano

(1) Qual (quais) era(m) a(s) função (funções) que um sacerdote humano devia cumprir? (v. 1)

(2) Por que um sumo sacerdote humano pode tratar brandamente o ignorante e o pecador? (v. 2)

(3) O que o sacerdote precisa fazer por si mesmo antes de poder servir? (v. 3)

(4) Quem pode servir como sumo sacerdote? (v. 4)

(5) Em que aspecto(s) Cristo é como um sumo sacerdote humano? (v. 4-6; Salmos 110:4)

5:7-10–Cristo o Sumo Sacerdote

(6) No versículo 7, o autor menciona experiências específicas de Jesus. Descreva-os abaixo:

a. Na cruz (Mateus 27:33 e ss.)

b. No Jardim do Getsêmani (Mateus 26:36-46)?

(7) O autor procura destacar quais aspectos dessa experiência de sofrimento, luta e submissão?

(8) O que essa experiência tem a ver com Sua nomeação como Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque?

(9) O que o sofrimento, a luta e a submissão de Jesus significam para você?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O Filho que sofre

" ... embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu; e, uma vez aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem" (NVI-PT). (Hebreus 5:8-9)

Embora a passagem acima possa suscitar várias questões com respeito à divindade de Jesus, devemos estar cientes do propósito do autor, a saber, lembrar-nos da luta que Jesus teve durante Suas últimas horas na terra.

Eu concordo com a opinião de Guthrie de que a expressão

"'alta voz e com lágrimas' parece ser uma alusão inegável à agonia de Jesus no jardim do Getsêmani, onde sua oração foi acompanhada por um suor de sangue que revelava a intensidade da luta interior pela qual estava passando" (TNTC, 129).

Essa experiência extenuante demonstra plenamente a humanidade plena de Jesus, um atributo que o autor já havia esclarecido ao dizer que Jesus "como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado" (NVI-PT) (4:15).

A experiência no Getsêmani foi, sem dúvida, a culminação da tentação de Jesus, na qual Ele teve que lutar internamente perante a morte, e uma morte que implicava suportar a maldição do juízo de Deus em nome da humanidade e ficar abandonado e separado de Deus Pai, mesmo que fosse por pouco tempo. No entanto, a importância dessa alusão à luta de Jesus está nas seguintes verdades:

- Embora Ele seja o Filho de Deus, igual ao Pai e um com Ele (Filipenses 2:6; João 10:30), Jesus optou por participar "em todos os aspectos" (Hb. 2:17) da humanidade com pecadores. E o fez ao máximo, embora sempre tenha permanecido sem pecado.

- Além disso, participar da humanidade é um pré-requisito para ser o Sumo Sacerdote (5:2). Assim, Ele pode "compadecer-se" dela (4:15) e tratá-la com bondade (5:2).

- Ainda mais importante, Ele demonstrou através desta experiência que "aprendeu a obedecer". Isso não quer dizer que Ele precisa "aprender" (uma vez que Ele é sempre obediente ao Pai), mas que por meio dessa experiência Ele revelou quem Ele já era (ou, para usar uma expressão mais popular, Ele "mostra do que Ele é feito!");

- Uma vez "aperfeiçoado" (vale a pena repetir que nunca houve nenhuma dúvida com respeito à Sua perfeição, embora o processo de submissão ao qual foi submetido tenha manifestado Sua perfeição, isto é, sua impecabilidade), Ele se tornou a fonte da salvação eterna. Em outras palavras, Sua perfeição sem pecado fez de Sua morte um eficaz sacrifício perfeito para a expiação do pecado pelo mundo.

- Portanto, agora ele pode servir no céu como nosso Sumo Sacerdote "segundo a ordem de Melquisedeque", no sentido de que Ele assumiu as funções de Sumo Sacerdote a fim de "apresentar ofertas e sacrifícios pelos pecados" (5:1), não na qualidade de um ser humano pecador, mas na de Deus Santo, "sem princípio de dias nem fim de vida" (7:3).

Havia alguns que talvez estivessem sendo tentados a retornar ao Judaísmo devido a certas dúvidas a respeito da divindade de Cristo. Tais dúvidas provavelmente surgiram por causa das "fraquezas" que Ele demonstrava, as quais são evidentes especialmente no Jardim do Getsêmani; também podem ter surgido devido à noção de que não é possível nem necessário que Deus se converta em um de nós. No entanto, esta passagem mostra de forma poderosa para esses judeus (e para nós também) que não precisamos duvidar do que professamos; ao invés disso, devemos aproveitar o privilégio de ter na pessoa de Cristo Jesus um Sumo Sacerdote a cujo trono da graça podemos nos aproximar com confiança, especialmente em tempos de necessidade (4:16).

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Hebreus 5:11–6:12

5:11-6:3–A frustração do autor com a imaturidade de seus leitores

(1) Ao explicar porque era necessário que Cristo sofresse ao tomar sobre Si a nossa humanidade "segundo a ordem de Melquisedeque", o autor expressa sua frustração com a imaturidade de seus leitores:

a. Por que o autor diz que essa explicação é um dos "princípios elementares da palavra de Deus"? (5:12)

b. A que o autor atribui essa imaturidade espiritual? (5:11)

(2) Portanto, como pode um crente que ainda é uma "criança" crescer, tornando-se uma pessoa madura? (5:13-14)

(3) Quão importante é para um crente poder ser alimentado com alimentos sólidos? (5:14)

(4) Que verdades estão incluídos na lista de "princípios elementares"? (6:1-2)

(5) É óbvio que esta lista contém algumas verdades básicas que são elementos fundamentais da fé cristã:

a. O que o autor quer dizer quando menciona a necessidade de “deixar” esses ensinamentos elementares, apesar de eles serem tão importantes? (6:1)

b. Qual poderia ser o problema com a fé de um cristão de quem é preciso chamar continuamente a atenção para estas verdades?

6:4-12 – Uma advertência e uma afirmação

(6) O que significan as seguintes expressões que o autor usa para descrever certo tipo de pessoa?

a. Iluminados (Pelo que foram iluminados?)

b. Provaram o dom celestial (O que é o dom celestial?)

c. Tornaram-se participantes do Espírito Santo

d. Experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir

(7) Reflita sobre as seguintes perguntas sobre a possibilidade de tal pessoa "cair" da fé, ou ser reconduzida ao arrependimento:

a. Qual das duas possibilidades é mais "impossível"?

b. Por quê?

(8) Na opinião do autor, seus leitores pertencem a qual categoria? (v. 9)

(9) Se uma pessoa que já teve a experiência espiritual descrita em 6:4 cair da fé, por que (de acordo com o autor) ela de fato estará "crucificando de novo o Filho de Deus"? (6:6)

(10) Por que o destino de tal pessoa é comparado ao de uma terra que logo será amaldiçoada? (6:7-8)

(11) Que sinais de fé seus leitores já demostraram? (6:10)

(12) Reflita sobre as seguintes perguntas sobre a exortação do autor para serem diligentes e não preguiçosos (ou apáticos):

a. A que esperança o autor se refere? (6:11)

b. Quem são aqueles que deviam imitar? (6:12; talvez deseje dar uma olhada nessas pessoas de fé, os quais aparecem no capítulo 11)

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Crucificar Cristo novamente

"(Contra si mesmos) estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública" (NVI-PT). (Hebreus 6:6b)

É óbvio que o autor de Hebreus está frustrado com seus leitores; ele precisa explicar-lhes verdades muito básicas do evangelho, a saber, a divindade de Cristo e a necessidade de "o Verbo se tornar carne" (capítulos 1-5). Essas verdades são alguns dos "princípios elementares" que já lhes foram ensinados e nos quais creram ao aceitarem a fé. O fato de o autor precisar explicar repetidamente essa verdade, junto com o "arrependimento de atos que conduzem à morte (provavelmente uma referência à sua antiga fé na lei e na justiça que se baseava nas obras), da fé em Deus, da instrução a respeito de batismos, da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno” (NVI-PT) (6:1-2) significa que eles ainda eram crianças em Cristo. Pior ainda, também significa que eles estavam em perigo de voltar ao judaísmo, o qual defende que a justiça deve ser obtida por meio de obras e não por meio da fé em Jesus Cristo. A insistência dos judeus nessa crença foi o que os tinha levado a rejeitar a Cristo e crucificá-lo. Portanto, se os leitores tivessem escolhido retornar ao judaísmo, em essência O teriam rejeitado e crucificado novamente! (6:7).

A ênfase quíntupla do autor no versículo 6:4 aponta claramente para o fato de seus leitores, a quem ele advertiu com essas palavras, realmente terem crido em Jesus Cristo. Essa consideração naturalmente suscita a questão de se um cristão realmente pode cair da fé.

Por um lado, o autor de Hebreus tem certeza de que seus leitores não têm feito isso (6:9). No entanto, se fosse impossível, ele não teria perdido seu tempo alertando-os sobre a apostasia, tanto sua terrível consequência (6:8) quanto sua natureza hedionda (6:7).

Minha opinião pessoal é que um crente pode realmente se desviar da fé por um tempo (isso é explicado claramente pelo autor de Hebreus nesta passagem); no entanto, também acredito que, apesar do "impossível" que é ser reconduzido ao arrependimento, também é verdade que "todas as coisas são possíveis para Deus" (Marcos 10:27); depois de tudo, foi Ele mesmo quem fez a promessa de que "ninguém as poderá arrancar da minha mão" (NVI-PT) (João 10:28).

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Hebreus 6:13–20

O autor de Hebreus usa a certeza da esperança prometida na salvação eterna em Cristo para encorajar seus leitores a perseverarem na fé (6:12), e agora usa a promessa de Deus a Abraão como ilustração da certeza da promessa de Deus:

(1) Num contexto humano comum, qual é o propósito de fazer um "juramento"? (v. 16)

(2) Qual foi o propósito de Deus ao fazer essa promessa a Abraão sob juramento? (v. 17)

(3) Por que essa promessa foi tão importante? (vide Gênesis 22:15-18)

(4) Quanto tempo demorou para Abraão receber essa promessa, ou seja, quanto tempo passou entre o momento em que Deus lhe fez a promessa originalmente (Gênesis 12:4) e o momento em que ela foi cumprida (Gênesis 21:5)? (vide também Hebreus 11:11-12)

(5) O fato de que Deus ter jurado por Si mesmo (v. 13) é muito especial; Seu juramento é fundamentado em "duas coisas imutáveis" (v. 18).

a. Quais são essas duas coisas imutáveis?

b. O que o cumprimento da promessa abraâmica tem a ver com a “esperança a nós proposta”? (v. 18)

(6) "Temos esta esperança" (v. 19)

a. O que é esta esperança? (3:6; vide também 1 Pedro 1:3)

b. Como essa esperança funciona como âncora da alma?

c. Essa frase descreve a sua vida? Por que ou por que não?

d. O que essa esperança conquistou para nós (vv. 19-20)?

  1. O que significa adentrar o santuário interior, "por trás do véu"? (v. 19; 10:19-23; vide também Mateus 27:51)
  2. Quão importante é o fato de Jesus ter se tornado sumo sacerdote em nosso nome para sempre? (v. 20: quer dizer, o que teria acontecido se Jesus não tivesse entrado no santuário interior em nosso nome?)

(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A promessa firme de Deus

Deus fez isso "por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta..." (NVI-PT) (Hb. 6:18).

O autor de Hebreus usa a promessa abraâmica de Deus para dar certeza de que a promessa de Deus da salvação eterna por meio de Jesus Cristo é tão certa quanto a anterior, além de ser apropriada, pelos seguintes motivos:

- Em última análise, a promessa abraâmica aponta para o seu cumprimento na "semente" de Abraão, a qual não é outro senão o próprio Cristo Jesus (vide Atos 3:25; 13:23).

- A promessa de Deus é garantida por Seu “juramento por Si mesmo”, uma promessa com dupla garantia que se baseia em “duas coisas imutáveis” (Hebreus 6:18), a saber, no próprio Deus e em Sua Palavra. Enquanto a promessa abraâmica foi assegurada por Deus (o Imutável) e pela palavra que Ele pronunciou (e é impossível que Deus minta), a promessa da salvação eterna é feita ainda mais certa, uma vez que Deus é o autor desta salvação, a qual é efetuada por meio de Seu Filho, a própria Palavra (João 1:1).

Como resultado, a mensagem para aqueles que estavam em perigo de recair no judaísmo é clara: você confiou na promessa abraâmica, que foi cumprida em Isaque enquanto Abraão esperava pacientemente (v.15); portanto, você também deve confiar na promessa da salvação eterna em Jesus Cristo, uma vez que ela é o cumprimento final da promessa abraâmica. Além disso, essa promessa foi cumprida diante de seus próprios olhos quando a cortina que separava os homens da presença de Deus foi rasgada (Mateus 27:51) e "Jesus [o Sumo Sacerdote], que nos precedeu, entrou em nosso lugar" (v. 20).

Como pastor, tenho visto a realidade dessa esperança repetidamente, pois tenho tido o privilégio de visitar os crentes em seus leitos de morte. Jamais esquecerei o sorriso angelical de uma jovem que confessou sua fé poucas horas antes de morrer. A paz que o seu rosto irradiava era um testemunho de que sua esperança em Cristo era a "âncora da alma, firme e segura" (v. 19).

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Hebreus 7:1–10

É útil ler a história de fundo sobre Melquisedeque em Gênesis 14:18-20:

7:1-3–Sua semelhança com o Filho de Deus

(1) O autor de Hebreus atribui dois títulos a Melquisedeque:

a. Qual é o significado do seu nome?

b. O que significa ser o Rei de Salém?

c. De que forma esses dois significados juntos expressam o ofício e a identidade de nosso Senhor Jesus Cristo?

(2) Que informação especial sobre a origem de Melquisedeque é fornecida pelo autor de Hebreus? (v. 3)

(3) Em que sentido Melquisedeque é semelhante ao Filho de Deus? (v. 3)

7:4-10–A grandeza de Melquisedeque

(4) Para o povo de Israel, quem é Abraão? (vide Mateus 3:9)

(5) Quão importante é o fato de o próprio Abraão ter dado uma décima parte de seu despojo a Melquisedeque? (v. 4)

(6) Embora os levitas também recebessem uma décima parte da produção do povo, como eles se comparam com Melquisedeque? Por quê? (v. 9)

(7) Ao considerarmos estes exemplos de Abraão e dos levitas, o que aprendemos sobre a identidade de Melquisedeque?

(8) Embora não saibamos realmente quem foi Melquisedeque, em que sentido ele serve perfeitamente como um "tipo" de Cristo?

(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Melquisedeque e Cristo

Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre” (NVI-PT). (Hebreus 7:3)

Embora alguns comentaristas considerem que o autor de Hebreus aproveita o "silêncio das Escrituras" para "extrapolar" o evento em que Abraão dá a Melquisedeque uma décima parte de seus despojos do relato de Gênesis 14:18-20, eu acredito que devemos nos lembrar que o livro de Hebreus também é parte das Escrituras inspiradas. Portanto, seu verdadeiro autor é o mesmo Espírito Santo. Isso significa que Hebreus nos dá perspectivas sobre a identidade de Melquisedeque sobre as quais o resto das Escrituras guardam silêncio.

Portanto, devemos interpretar de forma literal, e não alegórica, as palavras que mencionam que Melquisedeque é "sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre” (Hb. 7:3). No entanto, apesar de esse fato ter sido revelado pelo Espírito Santo, sabemos que Melquisedeque não é Cristo Jesus, uma vez que o autor esclarece que ele é apenas "semelhante" ao Filho de Deus, ou, de acordo com a tradução mais precisa (com a voz passiva) que aparece na versão NVI-PT, é "feito semelhante" (NVI-PT) ao Filho de Deus. Portanto, não é o próprio Cristo Jesus, mas é um tipo de Cristo Jesus.

Por que o autor de Hebreus usaria essa passagem um tanto obscura para comparar Melquisedeque com Cristo? Uma vez mais, precisamos ter em mente que o seu objetivo é dissuadir os judeus cristãos de retornarem ao judaísmo. É por isso que ele usa o exemplo poderoso de Melquisedeque como um tipo de Cristo para salientar o seguinte:

- Cristo é muito superior a Abraão, seu pai, uma vez que o próprio Abraão teve que dar seu dízimo a Melquisedeque, uma pessoa que sem dúvida é maior do que Abraão (v.7).

- Os ritos levíticos têm pouco valor em comparação com Cristo, uma vez que os levitas também tiveram que pagar o dízimo a Melquisedeque através de Abraão (v. 9).

Portanto, seria uma pura tolice se eles renunciassem à sua confiança em Cristo, o eterno Sumo Sacerdote, que é muito superior a Abraão e aos ritos levíticos.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Hebreus 7:11–28

Um sacerdócio perfeito e eterno

(1) Leia Salmo 110:4:

a. Quais são as duas partes em que o autor de Hebreus divide este versículo do salmo? (vv. 17 e 21)

b. O que cada parte enfatiza?

(2) Quais são as implicações da necessidade de outro sacerdote, um que não pertence à ordem de Arão, para o sacerdócio levítico original estabelecido pela Lei de Moisés? (v. 11)

(3) Talvez alguns se opusessem à noção de que Cristo Jesus pudesse ser o Sumo Sacerdote predito pelo Salmo 110:4, uma vez que Ele não é da tribo de Levi, mas da tribo de Judá.

a. Como o autor de Hebreus responde a essa objeção? (vv. 13-15)

b. Portanto, em que se baseia esta nomeação de Cristo? (v. 16)

(4) Qual é o propósito do sacerdócio levítico, e por que ele não é perfeito? (vv. 19-20)

(5) A ordem sacerdotal que se fundamenta num juramento garante uma melhor aliança (vv. 22-28).

a. De que forma Cristo é diferente dos outros sacerdotes, no que diz respeito à Sua permanência? (vv. 23-25)

b. Como isso faz com que Sua aliança seja ainda melhor?

c. Quem é Cristo, em comparação com os sacerdotes levíticos (v. 26)?

d. Como isso faz com que Ele seja "um sumo sacerdote ... que precisávamos"? (vv. 26-28)

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um sumo sacerdote que é diferente de qualquer outro

"É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus" (NVI-PT). (Hebreus 7:26)

Embora os argumentos do autor de Hebreus sejam dirigidos principalmente aos judeus cristãos que estão em perigo de apostatar, eles também servem para destacar quão maravilhoso é o Salvador que temos em Jesus Cristo, o qual “vive sempre para interceder” por nós (7:25). Façamos uma breve pausa para agradecer ao nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, pelas seguintes bênçãos:

- Não precisamos mais da mediação de sacerdotes humanos, nem de seres angelicais ou santos para nos aproximarmos do Seu trono; temos acesso direto a Ele a qualquer hora, em qualquer lugar e por qualquer motivo (4:16).

- Mesmo quando temos cometido pecados (até mesmo pecados horríveis), ainda temos acesso ao Seu trono, uma vez que Ele ofereceu um sacrifício pelos pecados “uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu” (v. 27). Portanto, mesmo em tais casos recebemos perdão total quando confessamos nossos pecados a Ele (1 João 1:9).

- Temos um Sumo Sacerdote que se compadece de todas as nossas fraquezas, pois Ele já esteve nas mesmas circunstâncias que nós; no entanto, temos alguém que "como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado" (NVI-PT) (4:15).

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Hebreus 8:1–13

Havendo estabelecido a superioridade e eficácia do Sumo Sacerdócio de Cristo, o autor usa os próximos dois capítulos e meio (até 10:18) para nos explicar como esse Sumo Sacerdote cumpre Seus deveres. Neste oitavo capítulo, ele liga o Seu ministério à “nova aliança”:

(1) Um resumo dos argumentos anteriores (vv. 1-2):

a. O autor já mencionou em 1:3 que o Filho de Deus está sentado à direita da Majestade no céu. Quais são as ênfases adicionais que ele dá aqui no versículo 8:1?

b. Qual a importância deste Sumo Sacerdote que agora serve no santuário (o Lugar Santíssimo) do verdadeiro tabernáculo? (8:2) O que quer dizer o verdadeiro tabernáculo?

(2) O verdadeiro tabernáculo (vv. 3-7):

a. Que função cumpria o sumo sacerdote ao apresentar ofertas e sacrifícios a Deus em nome do povo? (v. 3)

b. Por que o autor diz que o serviço desses sacerdotes é uma "cópia e sombra" das coisas celestiais? (v. 5)

c. Portanto, por que Deus advertiu Moisés quando o comissionou a construir o tabernáculo, dizendo: "Tenha o cuidado de fazer tudo segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte"? (NIV-PT) (v. 5; Êxodo 25:40)

d. Responda às seguintes perguntas com base na discussão dos vv. 3-7:

  1. Em que aspectos Jesus é semelhante ao sumo sacerdote terreno?
  2. Em que aspectos Jesus é superior ao sumo sacerdote terreno?

(3) Uma nova aliança que é baseada em melhores promessas (vv. 7-12; o autor cita Jeremias 31:31-34, um profeta que profetizou em Jerusalém na época do cativeiro):

a. Com quem foi feita essa nova aliança? Quão importante é o fato da aliança não ter sido feita somente com Judá? (v. 8)

b. Quando foi feita a antiga aliança, e qual era seu problema? (vv. 7, 9; vide Êxodo 3:7-8)

c. Por que a nova aliança é eficaz, mas a velha aliança não? (v. 10)

d. Que evento futuro fará com que todos conheçam o Senhor? (v. 12)

(4) Ao longo dos próximos capítulos, o autor desenvolve esta ideia da nova aliança, explicando como ela está sendo ministrada pelo Sumo Sacerdote celestial. Mas antes de prosseguir, você consegue destacar as principais diferenças entre a antiga aliança e a nova aliança?

(5) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Mistérios celestiais

Por esta razão, "Moisés foi avisado quando estava para construir o tabernáculo: 'Tenha o cuidado de fazer tudo segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte'" (NVI). (Hb. 8:5)

Ao lermos no livro de Êxodo todas as instruções dadas a Moisés para a construção do tabernáculo e as coisas que estariam dentro dele, é impossível não ficarmos perplexos com os seus muitos detalhes, entre os quais estão os tamanhos exatos do comprimento, largura e altura da mobília e da própria construção, os materiais específicos que deviam ser usados e os símbolos que deviam ser gravados ou bordados (vide Êxodo 25 e ss.). É verdade que o significado espiritual é mais óbvio para algumas dessas instruções do que para outros. Por exemplo, a cortina que seria pendurada entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo representa a separação obrigatória que havia entre Deus e o homem pecador, o qual só podia se aproximar da presença do Santo Deus uma vez por ano, através da aspersão de sangue pelo Sumo Sacerdote. No entanto, muitas das instruções continuam sendo um enigma para nós. Apesar disso, Moisés foi advertido mais de uma vez: “Tenha o cuidado de fazê-lo segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte”. (Êxodo 25:9, 40; Núm. 8:4).

Ao declarar que o "verdadeiro tabernáculo" é o tabernáculo celestial "que o Senhor erigiu, e não o homem" (Hb. 8:2), o autor de Hebreus nos dá a razão da advertência de Deus a Moisés: o tabernáculo terrestre é apenas uma “cópia e sombra daquele que está nos céus” (NVI-PT) (Hb. 8:5).

Pode-se dizer o mesmo hoje. Embora Jesus já tenha vindo e efetuado a obra da salvação eterna, e embora Ele agora esteja sentado à direita do trono da Majestade nos céus como o Sumo Sacerdote celestial, ainda há muitas verdades espirituais que estão além da nossa capacidade intelectual, uma vez que Deus ainda é a "Majestade nos céus" enquanto nós ainda somos seres finitos e pecadores, embora sejamos salvos pela graça.

Ademais, isso não significa necessariamente que Deus não deseja revelar mais verdades, mas que nosso vocabulário limitado não nos deixa compreender as coisas celestiais. Portanto, o apóstolo Paulo tem razão quando diz: “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido” (NVI-PT) (1 Coríntios 13:12).

Portanto, além das verdades básicas do evangelho que nos permitem crer “que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; e para que, acreditando, possais ter vida em seu nome” (João 20:31), existem muitas outras verdades espirituais ainda ocultas, que não fazem parte das verdades básicas do evangelho. Faríamos bem em não recorrer à especulação inútil e à chamada crítica bíblica, mas simplesmente admitir a nossa ignorância e esperar até a volta do nosso Senhor. Só então conheceremos plenamente, da mesma forma como somos plenamente conhecidos!