Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Apocalipse 1:1–8

Apocalipse

O livro de Apocalipse provavelmente está entre os livros da Bíblia de mais difícil compreensão. Salvo alguns capítulos de exortação direta onde o uso de simbolismo é mais limitado, o resto do livro está cheio de símbolos que são difíceis de entender, especialmente para nós que vivemos em tempos modernos. Uma vez que o livro pertence principalmente ao gênero "apokalypsis" (daí o título, que vem da primeira palavra da versão original em grego deste livro), ele obrigatoriamente trata sobre o futuro. Isso contribui ainda mais para e confusão em torno do livro, uma vez que torna-se necessário deduzir a que momento futuro cada passagem específica se refere, e se os eventos aos quais se refere ocorrerão necessariamente em ordem cronológica. Talvez deseje consultar as muitas análises excelentes que existem na tradição conservadora para aprender mais sobre as quatro escolas de interpretação, as quais são resumidos brevemente abaixo:

(1) O "ponto de vista preterista (quer dizer, passado)" interpreta o livro com base em seu contexto histórico no primeiro século depois de Cristo. De acordo com essa interpretação, as principais profecias do livro foram cumpridas com a queda de Jerusalém em 70 d.C. ou com a queda de Roma em 476 d.C. O principal problema com essa visão se deve ao fato de que a vitória decisiva de Cristo profetizada nos últimos capítulos ainda não aconteceu, nem mesmo em nossos dias.

(2) O "ponto de vista histórico" relaciona as visões do livro ao período inteiro da história da igreja, procurando ligar vários eventos importantes da história com o cumprimento das visões de João. No entanto, essas tentativas tendem a ser muito arbitrárias e subjetivas.

(3) O "ponto de vista futurista ou escatológica" considera que todo o conteúdo que aparece depois de Apocalipse 4:1 se refere a um período ainda futuro que começará pouco antes da Parusia, o retorno de Cristo.

(4) O "ponto de vista idealista ou simbólica atemporal", muito popular durante todo o período medieval, interpreta quase tudo de forma alegórica. Essa perspectiva discorda diretamente do propósito declarado do livro, a saber, "mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer" (1:1).

Em vez de sermos guiados por uma preferência preconcebida por qualquer uma dessas abordagens, sugiro que permitamos que o próprio texto nos fale, com as seguintes ressalvas:

- Não estude este livro por curiosidade; ele é a Palavra de Deus que exige um espírito reverente, disposto a obedecer à mensagem do livro.

- Lembre-se de que Deus não usará contra nós aquilo que não entendemos; devemos ser honestos e aceitar que há coisas no livro que não entendemos totalmente.

- No entanto, não devemos usar a nossa falta de compreensão deste livro como pretexto para não lê-lo, uma vez que o próprio livro nos diz, "Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo" (1:3).

- Observe que João registra de forma honesta o que viu em suas visões; no entanto, ele o faz por meio de termos e símbolos que eram comuns em sua época, o primeiro século d.C.

Tenho usado a abordagem de Robert Mounce, a qual inclui o seguinte esboço que é baseado "somente em sua estrutura literária" (NICNT, 32-35):

  1. Prólogo (1:1-20)
  2. As cartas para as sete igrejas (2:1-3:22)
  3. A adoração na corte celestial (4:1-5:14)
  4. Os sete selos (6:1-8:1)
  5. As sete trombetas (8:2-11:19)

Interlúdio: Visões sobre o papel do profeta (10:1-11:14)

A sétima trombeta (11:15-19)

  1. O conflito entre a Igreja e as Forças do Mal (12:1-14:5)

Interlúdio : Uma visão do juízo final (14:6-20)

  1. As sete últimas pragas (15:1-16:21)
  2. A queda da Babilônia (17:1-19:5)
  3. A vitória final (19:6-20:15)
  4. Os novos céus e a nova terra (21:1-22:5)
  5. Epílogo (22:6-21)


1:1-3—Prólogo—De que se trata o livro de Apocalipse?

(1) A fonte: Quem é a fonte desta revelação? Qual é a sua implicação?

(2) O agente celestial: Quem será usado para fazer esta revelação?

(3) O agente terreno: A quem essa será dado testemunhar e registrar esta revelação?

(4) Público alvo: a quem João fará esta revelação?

(5) Qual é a missão específica de João com relação a esta revelação? (v. 2)

(6) Uma vez que a revelação se refere a eventos futuros cuja compreensão é duplamente difícil devido ao uso de simbolismo, devemos encorajar o crente comum a ler este livro? Devemos pregar este livro? Por que ou por que não? (v. 3)

(7) À luz disso, qual deve ser sua atitude ao estudá-lo?

(8) É óbvio que Deus é “extremamente sábio” e que tudo o que Ele faz tem um propósito. Portanto, qual pode ter sido Seu propósito ao usar simbolismo para falar sobre alguns desses eventos futuros?

1:4-8—Saudação e Doxologia

(9) A que pessoas específicas João dirige seu livro? (Observação: naquela época, a palavra Ásia se referia à região que agora é conhecida como Turquia.)

(10) Em sua saudação, João menciona que a graça e a paz viriam do Pai, do Filho e do Espírito Santo (v. 4-6).

a. Que expressão ele usa para se referir ao Deus Pai? Em que sentido este título é uma versão mais elaborada do nome que Ele usa no Antigo Testamento, Yahweh? (vide Êxodo 3:14-15)

b. Que expressão ele usa para se referir ao Espírito Santo? (Vide a descrição multifacetada do Espírito em Isaías 11:2 - observe que a Septuaginta insere mais uma descrição do Espírito, a de Sua piedade)

c. Quão importante é para a mensagem geral de Apocalipse e para as sete igrejas sofredoras o fato de João ter usado as seguintes descrições para se referir a Jesus Cristo: (vv. 5-6)

  1. a testemunha fiel
  2. o primogênito dentre os mortos
  3. o Soberano dos reis da terra

(11) Ao pensar sobre quem é Jesus, João não pode deixar de irromper numa doxologia pessoal (vv. 5a-6). Reflita sobre sua doxologia e pense no que as seguintes verdades significam para você.

a. Ele o ama.

b. Ele o libertou dos seus pecados em Seu sangue.

c. Ele nos constituiu um reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai.

d. Tente escrever esta doxologia usando suas próprias palavras.

(12) Na forma de um apêndice à sua doxologia, John reafirma o seguinte (v.7):

a. Ele vem com as nuvens: sobre que passagem (da Palavra de Deus) o próprio João dá testemunha, cumprindo assim ele mesmo o papel de testemunha fiel? (Atos 1:9-11; Dan. 7:13; Zac. 14:4)

b. Todo olho o verá:

  1. Isso inclui aqueles que o traspassaram. A quem João se refere aqui? (Zacarias 12:10; João 19:37)
  2. Também inclui todas as tribos da terra; no entanto, eles lamentarão por causa dEle. Por que eles fariam isso? (Mateus 24:30)

(13) O Deus Pai fala no final de saudação e da doxologia.

a. Que expressão Ele usa para se referir a Si mesmo?

b. Quão importante é o fato de Deus Pai reafirmar Sua identidade quando João está prestes a começar a registrar o que viu e ouviu?

(14) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A palavra revelada de Deus

Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer....” (NVI-PT). (Apocalipse 1:1)

Apesar de o livro do Apocalipse ser difícil de entender, e apesar de muitos ao longo dos séculos o terem lido com uma obsessão prejudicial (dando origem, por um lado, a interpretações rebuscadas, e por outro, um raciocínio liberal que o ignorou por considerá-lo um livro de fantasia como as outras obras apocalípticas que floresceram no período entre os dois Testamentos), o prólogo do apóstolo João serve para pôr as seguintes verdades acima de qualquer dúvida:

(1) Esta é a revelação dada a ele por Jesus Cristo; esta declaração confirma que o apóstolo Pedro diz sobre todas as profecias encontradas nas Escrituras: "pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" (NVI-PT). (2 Pedro 1:21)

(2) João é uma simples testemunha do que viu; portanto, "as descrições (no livro de Apocalipse) em si não são uma espécie de tentativa criativa de João de retratar as verdades escatológica usando terminologia apocalíptica, mas a fiel transmissão do que ele realmente viu numa visão autêntica" (NICOT, 30).

(3) A revelação de que ele recebeu é "o que em breve há de acontecer". Além disso, o conteúdo do livro nos mostra que ela se trata da consumação final da obra redentora de Cristo por meio de Sua segunda vinda. O apóstolo Pedro já havia explicado por que pode parecer que a Sua segunda vinda tem sido adiada (2 Pedro 3:8-9); no entanto, “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: 'Sim, venho em breve!'" (Apocalipse 22:20). Portanto, ao lermos este livro de Apocalipse, devemos levá-lo a sério para que sejamos abençoados por nossa leitura e o nosso ouvir, conforme o Espírito confirma em nossos corações que, efetivamente, "o tempo está próximo". (Apocalipse 1:3)

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Apocalipse 1:9–20

A revelação de Jesus Cristo a João começa com uma visão gloriosa de Quem Ele é:

1:9-17—A gloriosa aparição de Jesus Cristo a João

(1) João se apresenta (v.9)

a. Que expressão João usa para se apresentar? (v. 9a)

b. O que ela significa para as sete igrejas para as quais ele escreve?

c. O que ela significa para você, uma vez que você também é um companheiro (ou participante) deste reino?

d. Por que João está na ilha de Patmos? (vide a Nota 1 abaixo)

(2) O aparecimento de Jesus (vv. 10-16)

a. Como João chega a receber a visão? (v. 10)

b. Como soa a voz do Senhor? (vv. 10b, 15b; Ezequiel 43:2)

c. O que o Senhor diz para João fazer? (v.11; talvez deseje consultar o mapa que se encontra entre as últimas páginas de sua Bíblia para ver onde estavam localizades estas igrejas, todas elas na região oeste do que hoje é a Turquia.)

d. Por que João diz que a pessoa que ele viu é semelhante ao "Filho do Homem"? (vide Dn. 7:13 e e a Nota 2 abaixo)

e. Como João descreve Sua aparência gloriosa? (Talvez deseje fazer um desenho de Sua aparência baseado nessa descrição para ter uma ideia melhor do assombro que teria provocado. Muitos aspectos dessa descrição são citados nas sete cartas sobre quem é Cristo.)

f. O que representam os sete candelabros de ouro e as sete estrelas? (vide o versículo 20)

g. O que significa o fato de Ele estar entre os sete candelabros de ouro? (v. 13)

h. O que significa o fato de ele estar segurando as sete estrelas na mão direita? (v. 16)

(3) Qual é a reação de João ao ver esta aparição do Senhor? (v. 17a)

(4) Por que João está com medo? (v. 17b)

1:18-20—O encargo de João

(5) Quais são as expressões que este Filho do Homem usa para se referir a Si mesmo? (vv. 17b, 18)

(6) Como estas expressões teriam aliviado o medo de João?

(7) Quais são as chaves que Ele tem? Por que Ele não faz nenhuma menção das chaves do céu, somente as da morte e do Hades?

(8) Que responsabilidade ele dá a João? (v. 19)

(9) Com isso, o que podemos esperar encontrar no resto do livro?

(10) Qual é a mensagem mais importante para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota 1:

Tive o privilégio de visitar a ilha de Patmos, uma pequena ilha localizada no Mar Mediterrâneo perto da costa da Turquia. Até mesmo em tempos modernos, o mar fica tão agitado entre os meses de outubro e abril que a ilha fica inacessível de barco; por isso era um lugar ideal para exilar prisioneiros na época de João.

Nota 2:

“[Na língua original] João diz que a pessoa que ele viu era 'semelhante a um Filho de homem'; Esta não é a expressão exata usada por Jesus, 'o Filho do homem'; (Jesus usa dois artigos em grego, 'o Filho do homem'; neste trecho, João não usa nenhum artigo.) Ele aparentemente tomou esta expressão diretamente de Daniel 7:13, onde lemos sobre um Ser celestial que vem com as nuvens e recebe um grande domínio."
(TNTC, Apocalipse, 53)


Reflexão meditativa
Onde estão as sete igrejas de Apocalipse?

Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia” (NVI-PT). (Apocalipse 1:11)

O Senhor não explicou por que, de todas as igrejas existentes no primeiro século, ele decidiu pedir a João que escrevesse cartas somente a estas sete igrejas específicas. Talvez a hipótese mais lógica seja que elas eram igrejas onde João havia ministrado, e que devido à sua influência sobre elas a mensagem da revelação (especialmente o seu conteúdo de difícil compreensão) seria melhor aceita. Mas é mais importante notar que estas sete igrejas compartilham as seguintes características:

(1) Todas elas estavam sofrendo.

(2) Todas elas também estavam enfrentando desafios internos.

(3) Mas apesar disso, elas são chamados de candelabros de ouro entre os quais o próprio Senhor andava.

(4) Para todos os efeitos, estas igrejas desapareceram da face da terra e da história.

Por outro lado, é um grande conforto para nós saber que nós hoje não somos os únicos a enfrentar os problemas do sofrimento e dos desafios internos; também nos consola saber que apesar desses problemas o Senhor ainda anda entre nós. Por outro lado, também é um lembrete sério para nós de que, embora essas sete igrejas já tenham morrido e desaparecido, o cristianismo continua vivo; há pelo menos duas lições que podemos tirar desta observação:

(1) Todos nós servimos à geração à qual Deus nos destinou e na qual ele nos colocou. Embora algumas dessas sete igrejas tenham continuado a prosperar por um tempo, Deus, por alguma razão e de acordo com o Seu plano geral, decidiu que havia chegado o momento certo para acabar com a sua existência. No entanto, se estas igrejas realmente foram fiéis ao que o Senhor lhes mandou nestas palavras, elas já teriam cumprido Seu propósito eterno. Portanto, não é necessariamente uma coisa ruim quando uma igreja ou um ministério chega ao fim, desde que sirvamos a nossa geração fielmente, assim como Moisés e Davi fizeram. É muito evidente que esses dois não foram capazes de controlar o destino de seus seguidores, nem garantir a fidelidade de seus sucessores! Portanto, siga em frente e seja fiel; Você só será responsabilizado por sua própria geração!

(2) A segunda observação é que Deus nunca falhará: embora as sete igrejas eventualmente tenham desaparecido da face da terra, nem o cristianismo nem a igreja de Jesus Cristo desapareceram. Pelo contrário, ela têm crescido com muita velocidade desde o primeiro século, atingindo os confins da terra, exatamente como Deus tinha projetado. Portanto, embora o antigo bastião do Cristianismo (refiro-me à Europa) esteja seguindo o mesmo caminho das sete igrejas, a Igreja de Jesus Cristo está experimentando um crescimento explosivo na China, na África e em outras partes do mundo. Deus nos livre de que os Estados Unidos e o Canadá sigam o mesmo caminho das sete igrejas; no entanto, mesmo se isso acontecer, não será o fim da igreja. Como Deus lembrou a João no início desta série de visões: "'Eu sou o Alfa e o Ômega', diz o Senhor Deus, 'o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso'." (1:8)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Apocalipse 2:1–7

A Igreja em Éfeso (vide Nota abaixo)

(1) O Senhor dirige esta carta a que pessoa da igreja em Éfeso? Por quê? (v. 1)

(2) Qual é o elemento específico da descrição gloriosa do Senhor em 1:13-16 que o Senhor usa para descrever a Si mesmo? (v. 1b)

(3) Qual é o propósito deste enfoque?

(4) Elogios (vv. 2-3)

a. Suas obras - esta palavra provavelmente se refere ao comportamento geral de suas vidas:

  1. Uma vez que o Senhor os elogia, como teria sido o seu estilo de vida?
  2. O que o Senhor diria sobre você?

b. Seu trabalho árduo:

  1. Como é uma igreja que “trabalha arduamente”?
  2. Isso descreve sua igreja? Por que ou por que não?

c. Sua perseverança

  1. Quais podem ter sido os fatores que os sustentaram naqueles dias de sofrimento?
  2. Você fica frustrado facilmente e tende a desistir ao enfrentar dificuldades ou oposição em seu ministério?

d. Sua intolerância para com os homens maus

  1. A que tipo de homens maus se refere aqui?
  2. Como esta igreja têm demonstrado sua intolerância?
  3. O que esta igreja fazia para "pôr a prova" esses homens para descobrir que eram impostores? (vide Gálatas 1:9)

e. Sua paciência no sofrimento―Responda às seguintes perguntas à luz dos elogios acima:

  1. Como você descreveria a igreja em Éfeso?
  2. Você gostaria de ter pertencido a esta igreja? Por que ou por que não?

(5) A repreensão (v.4)

a. Em geral, o que quer dizer a expressão "primeiro amor"?

b. Como você descreveria seu "primeiro amor" pelo Senhor?

c. Como é que uma igreja com tantas boas obras, trabalho árduo, doutrina pura e perseverança pode perder o seu primeiro amor? (vide também 1 Coríntios 13:1-3)

d. Uma vez que não era o amor, o que os motivava a fazer tudo isso?

(6) A chamada ao arrependimento (v.5)

a. Quais são as duas coisas que o Senhor pede que façam para se arrependerem?

b. Uma vez que o amor vem do coração, o que eles fizeram no princípio que poderia restaurar seu primeiro amor pelo Senhor?

c. O que acontecerá se eles continuarem a louvar e servir sem amor?

d. À luz disso, o que você precisa fazer hoje?

(7) Um último elogio (v. 6)―seu ódio pelas práticas dos nicolaítas

a. Se o que eles precisam restaurar é seu "amor", por que o Senhor aprovaria seu ódio?

b. Como eles podem ter demonstrado o seu ódio contra tais práticas? (Vide 2:14-15 para entender o que essas práticas podem ter incluído.)

(8) A exortação para prestar atenção à mensagem (v. 7a)―Este chamado para ouvir a mensagem do Espírito funciona quase como uma fórmula no final de cada uma das sete cartas.

a. Quem é o orador nestas cartas?

b. Naturalmente, todos têm ouvidos para ouvir. O que significa, então, esse chamado para ouvir?

(9) O encorajamento (v. 7b)—Cada carta termina com uma promessa de recompensa. Embora em sua essência as promessas sejam as mesmas, uma garantia do bem de cada igreja, parece que a promessa individual de cada igreja destaca certa recompensa com um propósito específico:

a. O que significa "o vencedor"?

b. Qual é a recompensa prometida? (vide Gênesis 2:9; 3:22-24; Apocalipse 22:2)

c. Como essa promessa teria encorajado a igreja em Éfeso?

d. É encorajadora para você?

(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Éfeso era uma cidade de muita importância regional; além disso, Roma a havia autorizado a ser uma cidade livre, com direito ao autogoverno. Situava-se no cruzamento de três das grandes rotas comerciais da época, o que favorecia muito o seu comércio, e no final do primeiro século sua população já havia crescido tanto que havia cerca de 250.000 habitantes. A cidade também era conhecida por seu culto imperial e seu grande templo de Ártemis. A igreja em Éfeso foi estabelecida por Paulo, junto com Áquila e Priscila, por volta do ano 52 d.C. (Atos 18:18-22). Em sua segunda viagem missionária, Paulo ficou mais de dois anos nesta cidade (Atos 19:8, 10), após os quais ela se tornou um centro de divulgação do Evangelho, alcançando muitas partes da Ásia Menor (Atos 19:10) . Timóteo ministrou nesta igreja e, de acordo com a tradição da igreja, o apóstolo João também passou seus últimos anos em Éfeso.

Reflexão meditativa
Onde está nosso primeiro amor?

"Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor" (NVI-PT). (Apocalipse 2:4)

Devemos considerar a igreja em Éfeso como uma igreja modelo até hoje, especialmente dado a permissividade e tolerância ao mal que tem se infiltrado em muitas igrejas evangélicas de hoje.

Esta igreja se destacava por suas obras, quer dizer, por levar um estilo de vida puro, com pouco ou nenhum escândalo.

Era uma igreja trabalhadora, uma qualidade que normalmente é associada com igrejas que têm ministérios vibrantes e praticam um cuidado abnegado do seu rebanho e pessoas na comunidade.

Era uma igreja que, apesar de ser perseguida, aprendeu a perseverar em nome de Cristo (2:3).

Além disso, era uma igreja que não tolerava os homens maus, especialmente os nicolaítas , os quais, de acordo com a explicação dada na carta à igreja de Pérgamo, eram pessoas que praticavam a imoralidade sexual e estavam associadas à adoração de ídolos.

No entanto, até mesmo uma igreja exemplar pode carecer de seu "primeiro amor", uma expressão que obviamente se refere ao seu amor pelo Senhor. Não podemos deixar de nos fazer as seguintes perguntas: Como isso é possível? O que os motivaria a ser uma igreja "modelo"?

O apóstolo Paulo já havia afirmado que isso é totalmente possível (1 Cor. 13:1-3); aliás, pode ser a principal tentação de uma igreja tão trabalhadora e respeitável. Seu trabalho e sucesso teriam feito com que os membros fossem orgulhosos e egoístas, e seu esforço por manter essa aparência os teria cegado de modo que não pudessem enxergar a sua verdadeira condição espiritual, ou seja, o fato de eles terem abandonado seu primeiro amor.

Surpreendentemente, ao chamá-los ao arrependimento, o Senhor pede que lembrem de onde caíram e que pratiquem as obras que praticavam no princípio.

Claro, antes de que pudessem "lembrar", eles precisavam fazer uma pausa e passar algum tempo em oração e auto-exame. Além disso, para que pudessem fazer de novo o que faziam quando ainda eram uma igreja jovem ou jovens crentes, eles precisavam dar mais valor ao "ser" (quer dizer, dedicar o tempo necessário para cultivar sua comunhão íntima com o Senhor) do que ao "fazer".

Sem dúvida, esta é uma mensagem atemporal que todos os crentes e todas as igrejas precisam ouvir.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Apocalipse 2:8–11

A segunda carta é dirigida à igreja em Esmirna: (vide a Nota abaixo)

(1) Qual é o elemento específico da descrição gloriosa do Senhor em 1:13-18 que o Senhor usa para descrever a Si mesmo? (v. 8b)

(2) Qual é o Seu propósito ao enfatizar esse elemento para a igreja em Esmirna?

(3) O Senhor conhece suas aflições e sua pobreza (v.9)

a. Que tipo de perseguição eles enfrentavam?

b. Estes cristãos viviam numa cidade muito próspera (de acordo com algumas estimativas, ela tinha até 200.000 habitantes); portanto, quais seriam alguns dos motivos de sua pobreza? (vide Hebreus 10:34)

(4) Um futuro ainda mais sombrio (v.10a)

a. O que o Senhor prediz sobre o seu futuro?

b. Quem é o responsável por sua perseguição?

c. A expressão "dez dias" é provavelmente uma metáfora. Você acha que essas palavras se referem a um período longo ou curto? (A história nos diz que a perseguição nesta cidade foi prolongada.)

(5) A exortação e a recompensa (vv. 10b-11)

a. Que encorajamento o Senhor dá para incentivá-los a serem fiéis?

b. A palavra coroa se refere à grinalda que era dada ao vencedor nos famosos jogos daquela época, cujo valor não era intrínseco, mas simbólico:

  1. Que tipo de coroa é prometida aos "vencedores" na igreja de Esmirna?
  2. Isso se refere à vida presente ou à vida eterna? (v. 11)

c. À luz do que foi dito acima, quão significativa você acha que foi esta carta para a igreja em Esmirna?

d. Quão significativo é para as igrejas que sofrem hoje?

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota :
Esmirna era uma cidade muito especial. Embora fosse pequena, foi uma das poucas cidades "planejadas" da época; Graças ao seu grande porto, era famosa por sua beleza, e suas moedas até a descreviam como "A Mais Bela da Ásia". Devido à adoração no seu templo, sua forte lealdade a Roma e sua grande população de judeus, era extremamente difícil ser um cristão em Esmirna. O mártir mais famoso entre os pais da igreja é Policarpo, o "décimo segundo mártir em Esmirna" (NICNT, Apocalipse, 74). A Reflexão Meditativa do devocional de hoje conta a história de seu martírio.

Reflexão meditativa
A coroa da vida

"Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida" (NVI-PT) (Apocalipse 2:10b)

“Parece que Policarpo tinha noventa anos quando começou a perseguição em Esmirna. Quando ficou claro que certo feriado romano seria usado como ensejo para assediar severamente os cristãos, a maioria da igreja persuadiu seu pastor idoso a recolher-se numa fazenda que estava fora da cidade. Lá, na companhia de alguns amigos, ele passou seu tempo em oração.

"Os cristãos de Esmirna foram presos e apresentados ao procônsul romano, que tentou persuadi-los a jurar fidelidade ao imperador, reconhecendo César como Senhor e oferecendo sacrifícios pagãos. Menciona-se que um certo Quinto 'se fez de covarde' e obedeceu, mas a maioria dos cristãos em Esmirna permaneceu fiel a Cristo. Eles foram chicoteados, queimados vivos, torturados no cavalete e despedaçados por animais selvagens. Após alguns dias desse espetáculo público, a multidão na arena ficou impaciente e pediu que se fizesse uma busca por Policarpo.

“Policarpo foi transferido para outra fazenda, mas não conseguiu permanecer escondido. Um jovem escravo revelou seu esconderijo sob tortua, e o capitão da polícia, com um destacamento de cavalaria, foi enviado para levá-lo à arena. Quando Policarpo entrou no arena, houve um estrondo ensurdecedor dos espectadores, mas esse barulho não pôde silenciar a voz celestial que o velho pastor ouviu: 'Seja forte Policarpo, seja homem'.

"Aparentemente, o Procônsul, que nunca tinha visto Policarpo, ficou profundamente comovido quando o venerável ancião ficou de pé diante dele. Ele instou com este pastor idoso a levar em consideração sua idade avançada, pressionando-o a fazer o juramento pelo gênio de César: 'Faça o juramento e eu o deixarei ir. Vitupere a Cristo'. Policarpo respondeu sem vacilar: 'Oitenta e seis anos O tenho servido, e Ele nunca me fez nenhum dano. Como posso blasfemar contra o Rei que me salvou?' (Martírio de Policarpo, 9:3) Depois de esgotar todos os seus métodos de dissuasão, o Procônsul enviou seu arauto à arena para anunciar três vezes: 'Policarpo tem confessado que ele é cristão'. Decretou-se que Policarpo fosse queimado vivo. Ele foi amarrado e entregue às chamas."

Policarpo sem dúvida recebeu a coroa da vida, assim como o Senhor prometeu!