Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 37:1–11

Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Gênesis.

(1) Qual parece ser o significado do versículo 1 em relação à aliança que Deus fez com Abraão?

(2) Jacó tinha sido vítima direta do dano e da dor infligidos pelo favoritismo de Isaque em relação a seu irmão. Pense nas possíveis razões pelas quais Jacó acabou repetindo o mesmo erro com seus próprios filhos:

a. Foi simplesmente porque "tal pai, tal filho"?

b. Foi porque valorizava muito o filho que tinha nascido em sua velhice?

c. Foi porque Jacó projetava em José o profundo amor que sentia por Raquel, a mãe de José?

d. Foi porque ele notou que José possuía qualidades de piedade inigualadas em seus irmãos?

e. Foi por algum outro motivo?

Independentemente de sua motivação, foi certo Jacó ter praticado o favoritismo?

Qual foi a consequência de suas ações?

(3) Com base no que lemos até agora sobre os filhos mais velhos de Jacó, que tipo "má fama" você acha que José contava ao pai? As ações de José foram corretas?

(4) As traduções da expressão que na versão ARC-2009 aparece como "túnica de várias cores" variam consideravelmente de uma versão a outra, e não há consenso entre os estudiosos quanto ao seu significado exato, salvo que teria sido uma roupa principesca que distinguia José de seus irmãos, e que não era uma roupa usada para trabalhar. Essa roupa era a verdadeira causa do ódio que os irmãos sentiam por José? Não é tão incomum que haja ciúme entre irmãos; no entanto, por que neste caso tinha degenerado em ódio? Qual poderia ter sido a verdadeira causa desse ódio?

(5) Os sonhos eram considerados importantes na antiguidade. Por que não foi necessária nenhuma interpretação para entender o significado dos dois sonhos de José? Foi certo ele ter contado o sonho a seus irmãos, e até mesmo ao pai? Será que ele não sabia que o odiavam? O que isso nos diz sobre o caráter de José?

(6) Por que Jacó "guardava este negócio no seu coração"? Você acha que ele estava pensando sobre a escolha de Deus para a sucessão direta da Aliança Abraâmica? Quem acabou sendo esse sucessor? (vide Mateus 1)

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
José o sonhador

À medida que a história de José se desenvolve, vemos um jovem muito especial que não tinha sido manchado por aqueles ao seu redor, quer dizer, os 10 irmãos cujas vidas eram marcadas pela violência e imoralidade extremas. Mas quando encontramos José pela primeira vez em Gênesis 37, quando ainda era um jovem de dezessete anos, ele parece ser não só um sonhador, mas também uma pessoa totalmente ingênua.

Ele desfrutou tanto do favor especial de seu pai que ele provavelmente foi isentado do trabalho braçal que os outros irmãos tinham que suportar. Isso naturalmente os teria deixado com ciúmes. Se eu fosse um de seus irmãos, eu também o teria invejado.

Lembre-se de que Jacó tinha colocado José e Raquel na retaguarda quando enfrentavam um possível ataque por parte de Esaú. Todos os seus irmãos podiam ver com os próprios olhos que eles não eram importantes para o pai. Receio que isso explique não só o seu ciúme, mas também seu crescente ressentimento contra José.

À luz de tudo isso, a confecção de uma roupa especial só para José não teria sido a verdadeira razão.

Mas será que José, apesar de sua tenra idade, não percebia o ressentimento de seus irmãos? Os dois sonhos que ele teve eram tão claros que qualquer um podia entendê-los. Contá-lo uma vez a seus irmãos os teria deixado ainda mais ressentidos, mas contá-lo duas vezes só teria alimentado seu ódio. Quão ingênuo foi José!

Você já conheceu uma pessoa como José, que sempre foi servido a vida numa bandeja? Que nunca teve que passar pelas dificuldades da vida que os outros precisam suportar? Que parece passar seu tempo sonhando em vez de trabalhar? Que é tão ingênua que ofende os outros o tempo todo sem perceber? Francamente, esse tipo de pessoa não terá muitos amigos!

Até certo ponto, isso me lembra o jovem Van Gogh, que quando tinha mais ou menos a mesma idade que José foi um jovem cristão zeloso. Seu zelo fervoroso pelo Senhor o colocou em águas turbulentas, e ele acabou sendo rejeitado por um líder cristão após outro. Esses líderes eventualmente o afastaram não só do ministério, mas também de Deus.

Quem sabe, se esses líderes cristãos maduros e experientes (o diretor de uma escola cristã e párocos) não o tivessem rejeitado como os dez irmãos rejeitaram José, talvez Van Gogh tivesse se tornado outro José, uma bênção para os outros, até mesmo nas artes!

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 37:12–28

(1) O que tinha acontecido em Siquém (Gênesis 34)? Por que Jacó sentiu a necessidade de enviar alguém (uma distância de aproximadamente 80 quilômetros) para ver se estavam bem?

(2) Por que José não tinha ido com eles para cuidar do rebanho?

(3) Que tipo de roupa estava usando quando foi ver os irmãos?

(4) A trama para matar José foi feita de forma improvisada?

(5) Jacó e José estavam cientes de quanto os irmãos o odiavam? Porque não?

(6) Com base na conversa dos irmãos, de que se tratava o rancor que guardavam contra José? Por que o sonho de José os incomodava tanto?

(7) Por que Rúben queria livrar José? Não era o mesmo irmão que tinha cometido o ato tão perverso de dormir com a esposa de seu pai (35:22)?

(8) Como José teria se sentido ao ser apanhado sem aviso por seus irmãos e jogado no poço?

(9) Por que Judá também quis poupar a vida de José?

(10) A passagem da caravana ismaelita foi uma coincidência?

(11) Depois de ser vendido como escravo e levado para o Egito, que tipo de futuro esperava José?

(12) Para José, quão grande foi essa mudança de sorte?

(13) Você já experimentou este tipo de mudança tão grande e repentina em sua vida?

(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A transformação de Judá

A Bíblia não nos explica por que Deus decidiu ignorar Rúben, Simeão e Levi, dando a Judá a bênção de que "O cetro não se apartará de Judá,...até que venha aquele a quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão" (ARC) (Gênesis 49:10). De fato, o Messias veio de Judá.

Talvez o pecado de Rúben (de dormir com a esposa de seu pai) tenha sido tão grande que o desqualificou como sucessor da aliança abraâmica, enquanto Simeão e Levi foram tão violentos (a ponto de matar todos os homens da cidade de Siquém) que não havia maneira de Deus usá-los. Mas Judá sem dúvida não foi nenhum santo.

Lemos mais tarde em Gênesis que ele teve dois filhos, Er e Onan, que foram tão perversos que Deus os matou. Embora ambos tivessem que responder por seus próprios pecados, Judá sem dúvida não lhes tinha dado nenhum exemplo piedoso em casa. Após a morte de sua esposa, Judá propositalmente procurou uma prostituta, e não qualquer prostituta, mas uma prostituta do santuário; isso quer dizer que ele não se importava com o fato de ela estar ligada à adoração de ídolos.

Mas Deus sempre é misericordioso. E como já vimos, Ele não está interessado somente em usar um indivíduo para cumprir Sua missão, mas também em moldá-lo, transformando-o numa uma pessoa que conhece o Seu coração, que é digna de ser Seu colaborador. Esta passagem nos dá um vislumbre desta obra de transformação na vida de Judá.

Rúben foi o primeiro a intervir em favor de Joseph, mas sua intervenção foi motivada por seu senso de obrigação por ser o primogênito. Nas palavras de Rúben, “O jovem não está lá! Como posso voltar a casa?” (de acordo com a tradução de Wenhem). Parece que não estava preocupado com a segurança do jovem, mas com o que ele diria ao pai.

Mas embora Judá não tivesse a mesma obrigação, ele também tentou intervir com as seguintes palavras: “afinal é nosso irmão, é nosso próprio sangue”. Judá sabia que sua palavra não teria mais peso do que a de seus irmãos; mesmo assim, ele implorou em favor de José, impelido pela sua consciência. Enquanto os outros irmãos tinham corações de pedra, Judá pelo menos tinha uma consciência que ainda podia ser despertada.

Sua consciência foi despertada ainda mais pela ação justa de Tamar. Mais tarde, Judá assumiria um papel de liderança entre os irmãos (o papel do primogênito); ele até esteve disposto a se tornar um escravo para salvar todos os seus irmãos de José (Gn 44:33). Talvez essa seja a razão pela qual até mesmo nosso Senhor Jesus Cristo é chamado de “o Leão da tribo de Judá” (Apocalipse 5:5). Que recompensa gloriosa!

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 37:29–36

(1) O que Rúben fez quando descobriu que José não estava na cisterna? É assim que Wenham traduz o v. 30: "Como posso voltar a casa?". O que Rúben quis dizer com isso?

(2) O que podemos dizer sobre o tipo de relacionamento que existia entre esses dez irmãos de José?

(3) Como os filhos enganaram Jacó, seu pai?

(4) Como Jacó tinha enganado o seu pai, Isaque? Você percebeu alguma semelhança?

(5) "Tudo o que vai, volta." O que você acha desse provérbio?

(6) Em qual dos dois casos o engano foi mais perverso? Por quê?

(7) Qual é a importância histórica desta venda de José?

(8) Por qué é importante o fato de ele ter sido vendido à casa do capitão da guarda de Faraó?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O que vai volta

Há um provérbio que diz: "Tudo o que vai, volta". Isso significa que as ações de alguém, sejam boas ou más, muitas vezes trazem consequências . No caso de más ações, estas muitas vezes fecham o círculo, afetando quem as praticou.

Penso nesse provérbio quando leio como Jacó foi enganado por seus filhos, que usaram o manto de José manchado do sangue de um bode. Isso tem muitas semelhanças com a maneira como Jacó enganou Isaque.

Primeiro, Jacó enganou seu pai; agora, os filhos de Jacó o enganam.

Jacó usou a roupa que vestia para enganar o pai, fingindo ser seu irmão mais velho. Os filhos de Jacó também usaram roupa para enganar seu pai, fingindo que seu irmão tinha sido devorado por algum animal feroz.

Jacó enganou seu pai a fim de receber sua bênção, servindo-lhe um bode como caça. Os filhos de Jacó enganaram seu pai para evitar sua ira, apresentando-lhe a túnica de José manchada de sangue de bode.

As semelhanças são notáveis. O habilidoso enganador é agora enganado pelos seus próprios filhos.

De fato, todas as nossas ações têm consequências. Estamos enganando-nos a nós mesmos se pensamos que podemos escapar das nossas ações pecaminosas. Nossos pecados nos encontrarão; é só uma questão de tempo. É a pura graça de Deus quando eles nos encontram mais cedo em vez de mais tarde. Quanto mais cedo formos obrigados a enfrentar os nossos pecados, mais cedo poderemos nos arrepender e ser perdoados. A verdadeira maldição é quando nossos pecados nunca nos alcançam!

Talvez você se pergunte: "O que acontece quando nos arrependemos sinceramente dos nossos pecados? Nosso Senhor Jesus Cristo não deveria arcar com todas as consequências na cruz?" Isso é verdade: ao nos arrependermos, nossos pecados e suas consequências já foram carregados por nosso Senhor na cruz; portanto, somos perdoados e reconciliados com Deus. No entanto, isso não significa que não teremos que enfrentar as consequências naturais de algumas de nossas ações aqui e agora. Os pecados de Davi, seu assassinato e seu adultério, também foram perdoados por causa de seu arrependimento sincero (Sl. 51); no entanto, suas ações imorais tiveram um impacto horrível na vida espiritual de seus filhos, mergulhando sua família nas tragédias de estupro e assassinato (2 Sam. 13).

Tudo o que vai, volta. Surpreendentemente, embora Davi tenha tido que enfrentar as consequências temporais de seus pecados, ele pôde dar o seguinte testemunho "Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida". De fato, Deus estará conosco mesmo quando nossa ferida for auto-infligida.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 38:1–30

(1) Por alguma razão, Deus escolheu Judá para ser o sucessor da Aliança Abraâmica. Como esta história sobre Judá serve para demonstrar a ameaça contínua que podia destruir a aliança de Deus?

(2) Por que Judá finalmente considerou Tamar mais justa do que ele? (Uma tradução melhor seria: "Ela é justa, não eu." [Waltke, 513])

(3) Esta história pode ser dividida em duas partes: a primeira (vv. 1-11) começa com a frase "Por essa época", e a segunda (vv. 12-30) com a frase "Tempos depois".

Vv. 1-11

a. O que representou a decisão de Judá de deixar seus irmãos (ou seja, a família de seu pai), mudar-se e depois se casar com uma mulher cananéia, especialmente à luz de seu papel como herdeiro escolhido (algo que ele ainda não sabia) e do fato de Abraão e Isaque terem feito um grande esforço para impedir que seus filhos se casassem com mulheres cananéias?

b. A julgar pelo fato de que ambos os filhos de Judá foram mortos pelo Senhor devido à sua maldade, como você descreveria a condição moral e espiritual de Judá?

c. Por que o Senhor considerou tão perversa a ação de Onan de manter relações sexuais com sua cunhada mas derramar o sêmen no chão que o castigou com a morte?

d. O que Judá fez com seu terceiro filho? Por que ele fez isso? Como ele finalmente reconheceu que sua ação não tinha sido justa?

(4) Vv. 12-30

a. O que Judá fez imediatamente após a morte de sua esposa?

b. O que ele fez depois de se recuperar do luto?

c. Em contraste, o que Tamar tinha feito durante todos esses anos?

d. Que opção tinha uma viúva normal como Tamar?

e. Por que ela ainda se vestia como viúva todos os dias?

f. Que tipo de risco ela correu quando fingiu ser uma prostituta?

g. Por que ela estava tão determinada a ter um filho para o marido?

h. Em que sentido ela era justa?

i. A Bíblia parece enfatizar o fato de que Judá "não voltou a ter relações com ela". O que poderia significar isso? Waltke comenta que este incidente marca a transformação de Judá. Você concorda?

(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um ato
de fé

Uma das características especiais da genealogia do nosso Senhor Jesus Cristo é a inclusão intencional dos nomes de várias mulheres, algo muito estranho (segundo a antiga tradição hebraica), pois somente os pais importavam nas genealogias. Além de não serem de origem semítica, essas mulheres tinham reputações que, na melhor das hipóteses, eram duvidosas. Raabe era uma prostituta conhecida, Rute se escondeu debaixo da cama de seu futuro marido e Bate-Seba deu à luz Salomão por causa de um relacionamento adúltero que teve com Davi. Em Gênesis 38, Tamar, uma cananéia, foi recrutada para a mesma genealogia sagrada por meio de circunstâncias questionáveis. No entanto, Judá a declarou justa!

Precisamos entender que embora o mandato na lei mosaica sobre a obrigação de perpetuar a linhagem de um irmão mais velho que morreu sem filhos tenha vindo muito mais tarde (Deuteronômio 25:5-6), obviamente era uma expressão do que a cultura da época ditava .

Mas Tamar tinha outra opção. Uma vez que ainda era relativamente jovem, ela tinha a opção de se casar novamente e começar uma nova família, ou de esperar até que o terceiro filho de Judah crescesse, o que poderia levar mais dez anos.

Como sabemos, ela escolheu a segunda opção, e para assegurar que não fosse tentada a conhecer outro homem, ela usou suas roupas de viúva todos os dias. Assim, todos sabiam que ela era viúva e que queria continuar sendo viúva. Ela não estava disponível!

Enquanto Judá foi injusto, pretendendo enganar sua nora e privá-la da oportunidade de começar uma nova vida com uma nova família, Tamar agiu com retidão, comprometendo-se totalmente com seu papel como esposa de seu falecido marido e fazendo tudo o que estivesse a seu alcance para ter um descendente para ele dentro da família de seu marido. Embora suas ações possam parecer um pouco estranhas aos olhos das pessoas modernas, ela arriscou sua vida ao realizá-las. No final das contas, suas ações foram um ato de fé. E ela foi recompensada com o privilégio de ser a portadora da semente que propagaria a linhagem da genealogia messiânica.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 39:1–10

(1) Se você fosse um adolescente como José, como você se sentiria sobre as seguintes pessoas depois de ser vendido como escravo pelos seus próprios irmãos?

a. seus irmãos

b. Deus

c. seu futuro

(2) O que quer dizer que seu amo "viu" que o Senhor estava com ele?

(3) As pessoas conseguem “ver” que o Senhor está com você? Como? Você consegue pensar em alguns exemplos?

(4) Que tipo de vida você acha que teve José para que Deus fosse visível nela?

(5) A julgar pela confiança que Potifar teve em José, descreva o que ele teria pensado sobre o seguinte:

a. a pessoa de José

b. o Deus de jose

(6) Por mais bela que fosse a vida de José, tanto por dentro quanto por fora, sua “prosperidade” durou?

(7) Que desculpas ou razões José poderia ter dado para ceder e dormir com a esposa de seu amo?

(8) Quais foram as razões pelas quais José não cedeu, mesmo estando sob tremenda pressão?

(9) Que precauções José tomou para evitar essa tentação?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Se fores tentado

Temos que admirar a pureza do jovem José, que facilmente poderia ter caído na tentação. Afinal, ele era um simples escravo. No entanto, sua lealdade ao seu amo, sua integridade como pessoa e seu temor ao Senhor uniram forças para produzir nele um gigante espiritual. Apesar da sua juventude, Joseph era espiritualmente maduro o suficiente para saber que existem tentações sobre as quais nos enganamos, pensando que podemos enfrentá-las. A única opção foi fugir, e as ações de José ecoam o que Paulo diz em 2 Timóteo 2:22: "Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça...".

Enquanto procuramos imitar o exemplo de José, eu o convido a refletir sobre a letra do seguinte hino conhecido, Se fores tentado.


Se fores tentado, não deves ceder
Resiste ao pecado até o vencer
Sê mui valoroso, com fé que Deus dá
Então, o inimigo de ti fugirá

Não manches as vestes que Cristo lavou
Para embranquecê-las, sangue derramou
Rejeita o pecado, procura imitar
Os que o venceram sem desanimar

Se forças te faltam para combater
Deus, o onipotente, pode te valer
A quem busca auxílio, vitória dará
Jamais confundido Ele o deixará

Só em Cristo confia
Seja noite ou dia
E terás alegria em teu coração

Só em Cristo confia
Seja noite ou dia
E terás alegria em teu coração

(Horatio R. Palmer , 1868)

https://www.letras.mus.br/congregacao-crista-no-brasil/se-fores-tentado/



Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 39:11–23

(1) À luz da história de José, como você entende a oração que Jesus nos ensinou a orar, segundo a qual devemos pedir ao Pai Celestial: “E não nos deixes cair em tentação”?

(2) O que teria acontecido se José tivesse cedido só uma vez à esposa de seu amo?

(3) Por que José foi tão descuidado que deixou sua capa dentro da casa?

(4) Em sua acusação contra José, o que a esposa de Potifar disse para ganhar a simpatia e o apoio dos membros da casa? (Observe que eles teriam entendido perfeitamente que ela era promíscua e que sua acusação provavelmente era uma mentira.)

(5) Quem era José para Potifar? Por que, em sua cólera, ele não simplesmente matou José?

(6) José, o menino outrora amado na casa de seu pai que tinha a roupa mais elegante, se tornou um escravo no Egito e depois um prisioneiro sem esperança nenhuma de ser libertado. Reflita sobre as seguintes perguntas:

a. Se você estivesse nas mesmas circunstâncias, teria desistido de si mesmo e de seu futuro?

b. Que tipo de atitude você percebe em José, mesmo nestas circunstâncias tão difíceis?

c. Quão especial era José?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A adoração de um
só Deus

Abraão, Isaque, Jacó e seus filhos viviam na terra de Canaã, uma terra que não só era violenta e imoral, mas também politeísta. Seus habitantes adoravam muitos deuses. Os pais de Abraão também tinham sido expostos à adoração de muitos deuses, mesmo quando ainda moravam na Mesopotâmia. O que é interessante é que entre os muitos deuses que eles adoravam (como Sin, o deus da lua, ou Baal, o deus da fertilidade) estava El, outro deus que eles acreditavam ser o Criador. A pergunta é esta: já que eles acreditavam que este Deus, o Deus El, era o Deus Criador, por que eles não se apegavam a Ele e somente a Ele?

Devido à minha origem (sou chinês, e cresci em Hong Kong), eu entendo por quê. O povo chinês tem adorado muitos deuses por milhares de anos, uma prática que continua até hoje. Eles mesmos consideram muitos dos deuses que adoram como deuses inferiores, mas mesmo assim os adoram. As razões incluem as seguintes:

- Eles acreditam em deuses territoriais que protegem regiões específicas. Por exemplo, se forem agricultores, adorarão o deus da colheita; se forem pescadores, adorarão o deus do mar.

- Eles também acreditam que alguns deuses são mais poderosos que outros. É como procurar um médico que realmente funciona. Eles vão de templo em templo até encontrarem um deus que ouça suas orações específicas.

- Em tudo isso está a impressão subjacente de que o Deus mais poderoso é tão remoto e temível que não se importa com eles, nem é acessível!

Em meio a esse ambiente de politeísmo estabelecido, tanto na Mesopotâmia quanto em Canaã, como os historiadores podem explicar o repentino surgimento da adoração de um só Deus, El, e a ampla expansão de sua adoração numa nação chamada Israel? A única explicação possível é esta: o relato de Gênesis é um registro histórico verdadeiro, e esse Deus, El, se revelou a Abraão e a suas sucessivas gerações de maneira inconfundível, confirmando o fato de que Ele é o único Deus verdadeiro e que não há outro.

(Nota: Na medida em que este Deus, El, apareceu a Abraão e seus descendentes, e mais tarde a Moisés, Ele deu a conhecer Seu nome Javé. Talvez para distingui-Lo como o Único Deus Verdadeiro (antes da apresentação formal de Seu nome, Javé), a Bíblia usa Elohim, a forma plural de El, um título que aponta para o mistério da Trindade, mas sempre conjuga no singular os verbos dos quais Ele é o sujeito, mostrando que Ele é um só Deus.)

Sempre me surpreende o fato de estes antepassados, incluindo José, terem conseguido estabelecer uma fé tão forte em Deus quando o único que eles tinham eram tradições orais transmitidas pelas gerações anteriores, e sem os 66 livros das Escrituras que todos nós temos. Isso deveria nos envergonhar.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 40:1–23

(1) Com base nesta história do copeiro e o padeiro, como você compararia a vida na antiguidade com a vida na época moderna em grande parte do mundo ocidental? O que pode ter contribuído para essa diferença?

(2) Não sabemos exatamente o que esses dois prisioneiros fizeram para ofender o Faraó. Como você teria se sentido ao ser preso pelo rei se você fosse o copeiro ou o padeiro?

(3) Qual detenção foi mais injusta: a dos dois oficiais ou a de José?

(4) Como esta experiência de José mostra a diferença que deve existir entre os filhos de Deus e aqueles que estão sem Deus em tempos de sofrimento ou adversidade (vide 39:21-23)?

(5) À luz da reação que José teve ao ouvir os sonhos destes dois antigos servos do rei (v. 8), você acha que ele os considerou como meras coincidências?

(6) Depois de interpretar o primeiro sonho, o que José fez nos vv. 14-15? Por que ele disse isso?

(7) De acordo com o v. 23, a oração de José foi respondida?

(8) Por que Deus não respondeu à sua oração, apesar de os sonhos e as interpretações de José não serem coincidências?

(9) O que finalmente aconteceu em 41:9? Você sabe quanto tempo tinha passado desde a libertação do copeiro? (vide 41:1)

(10) Você já fez orações que ainda não foram respondidas? Qual lição que você aprendeu hoje pode ajudá-lo a louvar a Deus hoje?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O impacto social do Evangelho

Parece que em nossa época está de moda culpar o cristianismo e os cristãos por muitos dos problemas (pasados e presentes) do mundo — as brutais cruzadas, a aparente oposição à ciência e à razão, e a aparente falta de compromiso com o ecossistema, entre outros.

Enquanto lia a história em Gênesis 40 sobre estes dois oficiais que foram presos pelo Faraó, não podia deixar de agradecer a Deus pela democracia e a liberdade que desfrutamos hoje. No entanto, muitas pessoas já esqueceram de como surgiu essa preciosa liberdade que gozamos hoje, especialmente aqueles de nós que moramos no mundo ocidental. Foi o resultado do evangelho.

Além de proclamar a mensagem fundamental da salvação pela fé na morte e ressurreição de Jesus Cristo, o evangelho também proclama a igualdade de todos os seres humanos, sem importar seu gênero, cor e raça, um conceito inédito no mundo antes do cristianismo. Embora os romanos tivessem um sistema legal bastante sofisticado, nem todas as pessoas eram tratadas como iguais.

O que preparou o caminho para o sistema moderno de justiça e a democracia no Ocidente foi a mensagem da verdadeira igualdade de todas as pessoas. Além disso, o estabelecimento de universidades, sindicatos e hospitales, e a abolição da escravidão e do trabalho infantil foram todos resultados diretos do cristianismo.

Jonathan Hill escreveu um livro chamado What Has Christianity Ever Done for Us, no qual ele dá muito mais detalhes sobre as contribuições do cristianismo ao longo dos últimos 2.000 anos, incluindo nas áreas de arte e cultura. James Hannam, autor de The Genesis of Science, também apresenta um forte argumento que mostra como o cristianismo contribuiu para a ciência. Em outras palavras, não há dúvida de que o mundo seria muito diferente sem o cristianismo. Nós que vivemos no Ocidente ainda viveríamos sob o governo totalitário de algum tipo de faraó. Que pensamento aterrorizante!