Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Gênesis.
(1) De alguma forma, José percebeu a mão de Deus em sua interpretação do sonho do chefe dos copeiros do faraó, mas teve que esperar mais dois anos “inteiros” (ARC). Além de servir como prova de su fé, quais teriam sido as outras razões práticas para esses dois anos inteiros de espera?
(2) Que lição podemos aprender com isso?
(3) Qual foi o primeiro sonho do faraó? Quão absurdo foi esse sonho?
(4) Qual foi o seu outro sonho? Quão absurdo foi esse?
(5) Se você tivesse que interpretar esses dois sonhos, que respostas lógicas você daria?
(6) Podemos ter certeza de que os sábios e magos do Egito teriam pensado em algum tipo de interpretação. Embora possam ter dado respostas lógicas, não teriam sido necessariamente respostas divinas. Qual foi a resposta imediata de José ao faraó? Por que ele teve que dizer isso? Compare a resposta de José com a de Daniel em Daniel 2:28. Que semelhanças existem entre as duas respostas?
(7) De acordo com a versão NVI-PT , o chefe dos copeiros usou a palavra "faltas" para se referir ao fato de ele ter esquecido José; no entanto, a palavra hebraica usada no texto original (het) significa "pecado" (como na versão ARC). Por que isso tinha sido um pecado?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Costumo dizer, meio brincando, meio falando sério, que Deus nunca chega tarde demais, mas raramente chega cedo. Por que digo isso meio brincando, meio falando sério? Bem, se você já experimentou a dor da espera, sabe o quão difícil pode ser, e o quanto você quer que Deus lhe proporcione uma saída imediatamente. Por outro lado, no fundo do coração, você, como um bom cristão, sabe que o tempo de Deus é sempre melhor.
É interessante ler o que parece ser um destaque especial que Moisés dá ao fato de José precisar esperar mais “dois anos inteiros” (Gn 41:1). Essa expressão transmite com muita precisão aquela sensação dolorosa de espera. Por um lado, José sabia que a experiência interpretar o sonho do chefe dos copeiros do Faraó não tinha acontecido por acaso, mas tinha vindo diretamente de Deus. Pela fé, ele também sabia muito bem que isso representava uma oportunidade para sua reivindicação. Ele tinha uma certeza quase absoluta de que se tratava de uma oportunidade dada por Deus para ele recuperar sua liberdade. No entanto, ele não ouviu nem viu nada por dois anos inteiros. Isso deve ter sido difícil para ele.
Todos nós sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam (Rm 8:28), que Deus conhece o caminho que tomamos, e que quando (nas palavras de Jó) “me puser à prova, aparecerei como o ouro” (Jó 23:10). De fato, para poder assumir a tarefa tão histórico de ser o primeiro-ministro do Egito, José precisava receber muito treinamento na piedade e na fé.
Mas também podemos pensar em outras razões práticas pelas quais ele teve que esperar mais dois anos inteiros.
Para cumprir seu papel de primeiro-ministro do Egito, esse escravo hebreu precisava melhorar seu domínio da língua egípcia para poder se comunicar de manera fluente e majestosa. Uma vez que ele esteve encarregado de cuidar dos prisioneiros importantes do rei (Gn 39:20), ele teve a oportunidade não só de aprender bem a língua, mas também de adquirir uma compreensão básica das práticas e da cultura do palácio. Esses dois anos adicionais serviriam para prepará-lo melhor para sua súbita introdução ao palácio real.
E claro, no plano maior de Deus, o tempo exato da fome já havia sido "determinada de Deus" (41:32), e "Deus se apressa a fazê-la", exatamente de acordo com Sua própria programação.
Claro, nunca é fácil esperar pelo tempo de Deus; no entanto, assim como Davi (com base na sua própria experiência) também atestou, “Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade ” (Sl 25:10), e é óbvio que Suas “veredas” incluem o Seu tempo.
(1) O único desejo de José era sair da prisão (40:14), mas o que ele obteve excedeu em muito seus sonhos mais loucos (ou talvez não). Qual poderia ser a lição para nós nisso?
(2) Ao interpretar os sonhos do faraó, José enfatizou que Deus lhe havia revelado "o que Deus há de fazer".
a. Quão importante foi para o faraó ouvir essa declaração?
b. Quão importante foi para os magos do Egito ouvir essa declaração?
(3) De acordo com a interpretação de José, por que Deus tinha dado ao faraó o mesmo sonho em duas formas?
(4) O discurso de José pode ser dividido em duas partes: a primeira contém a interpretação dos sonhos, e a segunda o plano de ação que José recomendou ao faraó.
a. O que a sua proposta envolvia?
b. Quão importante era o plano que ele recomendou?
c. Que aspecto do plano teria sido o mais difícil de implementar?
d. Você acha que José se considerava um candidato a ser nomeado como o sábio responsável pelo projeto? Por que ou por que não?
(5) Em essência, qual foi a responsabilidade que o faraó deu a José, o escravo hebreu? Que tipo de risco o faraó correu ao fazer isso? Por que ele decidiu fazer uma jogada tão ousada?
(6) Tente imaginar a enorme mudança de status que José experimentou, quase de um minuto para outro. Qual pode ter sido a mudança mais improvável de todas? Como explicar uma mudança tão improvável?
(7) Tanto José quanto Daniel receberam um nome nativo (no caso de José, seu novo nome provavelmente significa “Deus fala e vive”; além disso, ele recebeu como esposa a filha de um sacerdote egípcio). Tudo isso teve algum impacto em sua fé pessoal em Javé? Por que ou por que não?
(8) Gostamos de dizer "tal pai tal filho". O que você espera acontecer com o casamento de José? Alguma parte da Bíblia diz que ele teve outras esposas? (Você talvez queira ler a última parte do livro de Gênesis).
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
A historicidade do relato sobre José tem gerado muita controvérsia entre alguns estudiosos liberais, uma vez que, "Em todo o corpo da literatura do Egito, não há registro de nenhum escravo asiático que tenha sido elevado à posição de grão-vizir". No entanto, se os historiadores egípcios antigos tivessem registrado o nome de José, um oficial tão importante da corte, também teriam sido obrigados a registrar o êxodo do povo de Israel que aconteceu mais tarde. Os dois eventos estão tão entrelaçados que é impossível separá-los. É impossível registrar um sem mencionar o outro. O fato de não encontrarmos nenhum relato histórico desses eventos não significa que não sejam eventos históricos.
Suponho que teria sido extremamente improvável que Faraó tivesse elevado um escravo hebreu a qualquer posição de importância política, muito menos à de segundo em comando, um cargo público ao qual todo o seu povo teria que se submeter (Gênesis 41:40). Os egípcios tinham tanto desprezo pelos hebreus que nem podiam "comer pão com os hebreus, porquanto é abominação para os egípcios" (ARC) (Gênesis 43:32).
Isso também nos dá a sensação de que o faraó, ao fazer isso, corria o risco de criar dissensões entre seus oficiais e possíveis divisões em seu reino. Se eu fosse faraó, mesmo que estivesse convencido da sabedoria e grande habilidade de José, eu o teria feito servir sob um primeiro-ministro egípcio para evitar qualquer dissensão. Se ficasse evidente que José era popular entre o povo e tinha conseguido ganhar a confiança de seus pares, então (e só então) eu pensaria na possibilidade de elevá-lo ao cargo de primeiro-ministro. Isso se chama prudência.
No entanto, Faraó imediatamente deu a José autoridade sobre seu palácio e todo o seu povo, declarando que "somente no trono eu serei maior que tu" (41:40). E, como se isso fosse pouco, a Bíblia nos dá a seguinte descrição ainda mais vívida: “E [Faraó] o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: 'Ajoelhai'. Assim, o pôs sobre toda a terra do Egito” (41:43).
Como explicar um evento tão improvável, ou melhor, impossível? A única explicação é que cada detalhe desse evento foi um ato de Deus, no sentido mais estrito da expressão, pois “O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer” (Provérbios 21:1).
Vemos repetidamente na história que é assim que Deus age. É o que fez com o rei babilônico, Nabucodonosor (Dn 2:48), e também com Ciro, o rei da Pérsia (Esdras 1:1).
(1) Quantos anos tinha José quando seus irmãos o venderam como escravo no Egito? (vide 37:2)
(2) Tente contar novamente os eventos em sua vida ao longo dos 13 anos anteriores, e as principais mudanças que ele experimentou.
(3) Embora a Bíblia não mencione novamente Potifar e sua esposa, como você acha que eles (especialmente sua esposa) se sentiram quando ouviram as notícias sobre a mudança de sorte de José? Quanto tempo se passou antes de sua reivindicação?
(4) Alguma etapa de sua vida é semelhante à de José? Por que?
(5) Embora a Bíblia não mencione que José tenha enfrentado algum tipo de oposição enquanto exercia suas funções como segundo em comando no Egito, pensemos logicamente sobre seu entorno. Que tipo de situações ele teria enfrentado? Qual teria sido o aspecto mais difícil de suas responsabilidades enquanto armazenava grandes quantidades de grãos para o faraó?
(6) Os nomes dos dois filhos de Joseph nos dão muita informação sobre o estado de espírito de José ao lidar com seu passado:
a. O que o nome Manassés nos mostra sobre o que José pensava sobre seu passado quando ainda morava com sua família?
b. O que ele quer dizer quando menciona que tinha esquecido “toda a casa de meu pai”?
c. O que o nome Efraim nos ensina sobre o que José pensava sobre seus primeiros 13 anos no Egito?
d. E o que ele pensava sobre sua vida atual no Egito?
(7) O que o povo e o faraó poderiam ter pensado à medida que se aproximava o final (mas não no final) dos sete anos de fartura? Como José teria se sentido?
(8) Se chegou a haver ceticismo e oposição entre o povo durante os primeiros sete anos, o que teria acontecido com o começo dos anos de fome, "como José tinha dito"?
(9) Quão severa foi a fome? Como uma tragédia tão grave pode nos ajudar a entender Romanos 8:28?
(10) De que forma José é um tipo de Cristo?
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Fico maravilhado com o nome que José deu ao seu primeiro filho, Manassés.
Por um lado, José não lhe deu um nome egípcio. Seria lógico pensar que José lhe teria dado um nome egípcio para facilitar sua interação com os filhos da corte real durante seus anos formativos. Mas ele lhe deu um nome hebraico; eu acredito que ele fez isso não só porque queria que seu filho se lembrasse de sua identidade, mas (e mais importante) porque queria lembrá-lo do Deus que eles serviam. Muitos nomes egípcios estavam ligados aos deuses que eles serviam.
Mas o que mais me chamou a atenção foi a explicação do próprio José em relação com o nome do filho: "Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho e de toda a casa de meu pai” (Gênesis 41:51).
É compreensível que ele tenha esquecido todos os seus problemas; no entanto, foi normal ele ter esquecido toda a casa de seu pai? Esta declaração realmente é de partir o coração!
Eu, um imigrante na América do Norte, tenho observado um fenômeno bastante interessante entre muitos imigrantes chineses idosos. Muitos do meu círculo de amigos e parentes imigrantes chineses receberam uma educação avançada. Receberam graus máximos em e fizeram conquistas notáveis em suas respectivas áreas, conseguiram se integrar totalmente à sociedade americana e até falam inglês com muita fluência. Mas tenho notado que na medida em que se aproxima a idade da aposentadoria, muitos deles começam a assistir a programas de TV chineses e a ler jornais chineses, coisas que raramente faziam antes. Também ficam com saudades de suas humildes regiões de origem no interior da China e conversam muito mais sobre elas. Em outras palavras, todos eles se lembram de suas raízes, e isso é muito natural.
Mas isso não foi o que aconteceu na vida de José. O passado era simplesmente tão doloroso que ele queria apagá-lo completamente de sua memória. E uma vez que seu passado doloroso estava ligado à casa de seu pai, ela queria esquecer sua família também. Sua dor deve ter sido muito profunda! Talvez isso nos ajude a entender por que ele fez seus irmãos experimentarem algumas das dores que eles lhe tinham infligido.
Mas para poder apagar seu passado doloroso de sua memória, José teria que lidar com os sonhos que Deus lhe dera. Talvez ele tenha tentado se convencer de que, na verdade, esses sonhos não tinham vindo de Deus — mas ele também sabia que se realmente eram de Deus, ele não podia simplesmente esquecer a casa de seu pai, independentemente de quão dolorosa era essa lembrança. No entanto, o simples fato de ele ter chamado seu primeiro filho de Manassés, juntamente com a explicação que ele mesmo deu do nome, nos mostra que ele tinha tomado a decisão consciente de desistir daquilo que Deus lhe havia prometido através de seus sonhos.
Mas o nosso Deus é tão fiel que nunca esquecerá nem abandonará Sua promessa, mesmo quando nós já esquecemos. Na hora certa, Sua mão providencial lhe trouxe seus irmãos, e até mesmo seu pai. Embora essa experiência seria brutal para José, pois em um instante ele seria forçado a reviver seu passado doloroso, também era a única forma de curar completamente sua dor, sem mencionar que também cumpriria o propósito maior de Deus — a salvação da casa de seu pai.
Eu também tenho algumas lembranças do passado que prefiro esquecer. Muitas vezes eu acordava de madrugada, assombrado por algumas dessas lembranças dolorosas do passado. Mas Deus tem me ensinado a dar graças, porque por mais dolorosas que sejam essas lembranças, já fazem parte do passado, e já tenho muitos “Efraims” (duas vezes frutíferos) pelos quais devo agradecer.
(1) É claro que Jacó não sabia quanto tempo essa fome duraria, mas quando soube que outros em Canaã tinham ido ao Egito em busca de comida, ele ordenou que seus filhos (cuja inação parece tê-lo incomodado) também fossem. Por que não foi Benjamin? Por que Jacó ainda não tinha renunciado ao seu favoritismo?
(2)
Por que José tratou seus irmãos com tanta severidade? Será que ele ainda
guardava rancor contra eles? Isso teria sido correto? O que você teria feito?
(3) Por que a lembrança de seus sonhos (que nesse momento ainda não tinham sido cumpridos plenamente) o impeliu a acusá-los de espiões? (v. 9) Você acha que José alguma vez pensou que esta reunião realmente aconteceria algum dia? (vide 41:51)
(4) Você não acha que um grupo de dez homens que tinham chegado juntos e afirmavam ser membros de uma única família levantaria suspeitos?
(5) José quase foi assassinado por causa da inveja desses irmãos. Qual teria sido sua principal preocupação naquele momento ao ver somente dez de seus irmãos?
(6) De acordo com José, o que eles poderiam fazer para provar que eram inocentes? Como essa ordem teria colocado em perigo as vidas de toda a família de seu pai, especialmente durante aquele período de fome?
(7) Que efeito a experiência de ficarem presos por três dias teria tido sobre os irmãos?
(8) Por que os irmãos não reconheceram seu próprio irmão José, mas José conseguiu reconhecer seus irmãos? (Vemos mais tarde, no v. 23, que todo o diálogo ocorreu por meio de um intérprete.)
(9) O que José procurava fazer ao deixar seus irmãos atrás das grades por três dias?
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Talvez não entendamos plenamente a luta que José experimentou no seu interior quando, de maneira súbita e inesperada, encontrou-se cara a cara com seus irmãos, os mesmos irmãos que quase lhe tiraram a vida quando ele ainda era muito jovem, e que efetivamente o separaram de seu pai. Mas podemos ter certeza de que a dor e a tristeza do passado continuavam sendo muito reais para ele naquela época.
Eu o convido a meditar sobre o seguinte Spiritual que reflete uma dor e tristeza semelhante ao que José experimentou. O autor desta música provavelmente também foi um escravo. Ao que tudo
indica, ninguém sabe a origem desta música, que alcançou popularidade quando foi gravada pela primeira vez por Marian Anderson em 1925 para o selo Victor, embora a versão de Louis Armstrong seja a mais conhecida.
(Edição em espanhol)
(1) Por que José mudou de ideia e decidiu deixar preso só um deles, dizendo aos outros que podiam ir?
(2) José sabia que seu irmão mais novo e seu pai estavam passando fome em casa. Também compreendia quão doloroso seria para Jacó permitir que Benjamim os acompanhasse. Por que ele decidiu brincar com os irmãos?
(3) Qual foi o efeito dessas táticas sobre os irmãos? Por que isso os lembrou de seu pecado?
(4) Que outra dimensão do sofrimento de José é revelada nesta conversa entre os irmãos?
(5) O que fez José chorar?
(6) Por que José escolheu manter preso Simeão, o segundo filho, em vez de Rúben, o primogênito?
(7) O que tem a ver as ações de José com o primeiro sonho que ele lembrou?
(8) Embora José lhes estivesse dando uma lição, o que ele fez para mostrar seu amor por seus irmãos?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?'.” (Mateus 18:21).
Esta pergunta de Pedro só serve para nos mostrar o quão difícil é para nós nos perdoarmos uns aos outros. Parece que o que tinha provocado sua pergunta foi a questão do abuso. Se eu continuar perdoando meu irmão e ele continuar cometendo a mesma ofensa contra mim, isso não me faz responsável por perpetuar seus pecados?
Mas sejamos honestos. Temos que admitir que a verdadeira razão é sempre a nossa falta de vontade de perdoar nosso irmão. E nada mais.
Também foi difícil para José perdoar seus irmãos imediatamente. A maneira como José finalmente conseguiu perdoar seus irmãos está ligada aos seus dois sonhos—quer dizer, José percebeu que os sonhos estavam se tornando realidade, e isso deve tê-lo ajudado a aceitar seu destino com muito mais facilidade. No entanto, esse reencontro com seus irmãos foi súbito demais. Ele não o esperava. Já tinha conseguido esquecer a casa de seu pai (Gn 41:51). Esse repentino encontro com seus irmãos só serviu para abrir novamente todas as feridas do passado que ele recebera (em parte) por causa de seus sonhos.
O que ele fez depois poderia ter colocado em perigo as vidas de toda a família de seu pai. Não era seguro viajar naquela época. A fome severa só teria agravado o perigo dos roubos. O fato de ele ter mandado colocar a prata de volta nos sacos dos irmãos significaria que eles não ousariam voltar ao Egito. Foi somente devido à providência de Deus que todos os planos de José funcionaram perfeitamente de tal maneira que cumpriram o Seu propósito, a salvação de toda a família.
Eu acho que apesar da dificudade que José teve em perdoar seus irmãos naquele momento, seu coração se abrandou tanto que em vez de deixar presos nove deles e deixar somente um deles voltar, ele decidiu fazer o contrário; ele chorou quando ouviu a confissão de seus irmãos e descobriu que Rubén tinha tentado salvá-lo. Com o tempo, ele chegou a entender que o propósito de Deus foi enviá-lo ao Egito para salvar toda a família de seu pai.
Aos poucos, à medida que José aprendeu a perdoar, suas feridas do passado começaram a cicatrizar. Quando ele finalmente conseguiu perdoar completamente, o processo de cura também já estava completo.
E você? Seu processo de cura já está completo?
(1) O que os irmãos de José pensaram quando descobriram a prata em seus sacos? Por que eles tremeram e ficaram apavorados?
(2) O versículo 28 registra a primeira menção do nome de Deus por esses irmãos em todo o relato. O que eles quiseram dizer com a expressão "Que é isto que Deus fez conosco?"
(3) O que José lhes tinha prometido se eles pudessem provar que sua história era verdadeira?
(4) Como Jacó reagiu diante desse dilema? Por que ele considerava que Simeão "não está aqui"? O que ele pretendia fazer para ajudá-lo?
(5) O que Rúben ofereceu a seu pai? Por quê?
(6) Por que Jacó disse sobre Benjamim que “é o único que resta”?
(7) Por que ele não aceitou a proposta de Rubén, seu filho mais velho?
(8) Impulsionado pela autopiedade, Jacó exclamou: "Todas estas coisas vieram sobre mim." Você já se sentiu assim?
(9) O que Jacó deveria ter feito nesse dilema? O que você teria feito?
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Alguém (provavelmente um especialista) escreveu o seguinte: “A autopiedade é uma forma extrema de egocentrismo que geralmente é o resultado de uma perspectiva muito egoísta do mundo. As pessoas que praticam a autopiedade de forma habitual são infelizes e tendem a fazer os outros ficarem muito infelizes também". Eu não poderia estar mais de acordo com esse autor.
Jacó foi um exemplo típico disso.
Quando a família enfrentou uma fome severa, ele enviou seus filhos ao Egito para comprar comida; eles de fato voltaram com comida, mas sem Simeão. Ele também escutou como o egípcio desconhecido que estava no comando exigiu ver seu filho mais novo, Benjamin, e que, caso contrário, eles não receberiam Simeão de volta nem poderiam obter mais comida.
Ouvindo isso, Jacó culpou os filhos, dizendo: “Tendes-me desfilhado: José já não existe, e Simeão não está aqui, e, agora, levareis a Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim” (Gênesis 42:36).
Mesmo sem saber, o que Jacob disse foi verdade. Esses dez irmãos de fato tinham participado na perda de José, mas sua culpa terminava aí.
Embora fosse verdade que ele e sua família estavam enfrentando uma fome muito severa, a fome estava afetando todos os habitantes da região.
Simeão de fato estava preso; no entanto, seu destino agora estava nas mãos de Jacó e não nas dos irmãos.
A decisão de permitir que Benjamin os acompanhasse era somente dele. Jacó decidiria o destino, não só de Benjamin, mas de toda a sua família. Quase setenta vidas, incluindo as de seus netos, dependiam de sua decisão (Gn 46:27).
O amor de Jacó por um de seus filhos, Benjamin, era tão forte que ele estava disposto a arriscar a vida do resto de sua família. Ao invés de tomar as medidas necessárias para salvar a família inteira, ele simplesmente recorreu à autopiedade, dizendo "Todas estas coisas vieram sobre mim!".
Será que ele nunca tinha enfrentado outros desafios em sua vida, até maiores do que este? É claro que sim — ele tivera que fugir sem nenhum centavo no bolso para salvar a própria vida, e até teve que confrontar o irmão que ele havia traído, que vinha com uma comitiva de centenas de homens!
Como ele havia conseguido superar esses desafios? Colocando sua confiança em Deus, o Deus que muito claramente tinha prometido abençoá-lo repetidas vezes, uma promessa que incluía não só a entrega da Terra Prometida, mas também a multiplicação de seus descendentes (35:11-12).
É verdade que desta vez ele estava sendo colocado entre a espada e a parede. No entanto, em vez de buscar a face de Deus, como ele tinha começado a aprender a fazer, Jacó escolheu o caminho da autopiedade.
Não há dúvida de que esta é uma forma de egocentrismo. A única coisa que importava para Jacó era ele mesmo e seu filho favorito; e tudo isso era claramente o resultado de uma perspectiva muito egoísta do mundo. O resto da família não tinha valor algum para ele. Deus e seu plano da aliança não eram importantes para ele.
Não há dúvida de que Jacó estava infeliz e também fazia os outros ao seu redor ficarem ainda mais infelizes!
Quando Elizabeth Elliot perdeu seu marido (que tinha sido missionário), que foi morto pelos indígenas conhecidos como os Auca, a quem ele tinha procurado evangelizar, ela caiu em depressão. Mas depois ela escreveu isto: “Então, eu tento rejeitar a autopiedade. Não conheço nada mais paralisante, mais mortal, do que a autopiedade. É uma morte que não tem ressurreição, um buraco da qual nenhuma mão salvadora o pode arrastar, porque você mesmo é quem escolheu afundar nela. Mas ela deve ser rejeitada.” Mais tarde, ela retomou o trabalho inacabado de seu marido e seus companheiros entre os Auca no Equador.
(1) À luz do que havia acontecido, como Jacó teve a ousadia de pedir a seus filhos que voltassem ao Egito? Quão desesperado estava?
(2) Simeão estava detido no Egito, e Rúben aparentemente tinha perdido sua credibilidade com seu pai (lembre-se de que ele dormira com a esposa do pai); portanto, Judá tomou a palavra, assumindo (sem querer) seu papel como o herdeiro escolhido da Aliança Abraâmica. Como ele conseguiu convencer o pai?
(3) Ao permitir que Benjamim fosse com eles, que atitude Jacó estava tomando que antes não tivera?
(4) Se Jacó tivesse escolhido se lembrar das várias aparições e promessas que Deus lhe fizera, como essas lembranças teriam mudado sua atitude enquanto lidava com as terríveis consequências dessa fome severa?
(5) Por que ele não se lembrou, nem confiou nas promessas de Deus?
(6) No que ele estava confiando agora?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Deus usou uma fome sobre a qual ninguém tinha controle para induzir a poderosa nação do Egito, a salvar Seu povo e exaltá-lo. As palavras ásperas de José foram outra misericórdia severa que Deus usou para castigar, testar e ensinar esta família abalada. No início desta cena, a família pensa que José está morto, e ele mesmo não faz nenhum esforço para voltar a eles; Jacó continua a lamentar a perda de José e talvez suspeite de seus filhos; os irmãos só podem 'olhar um para o outro' em vez de trabalhar juntos para o bem comum; além disso, sofrem em segredo com uma má consciência; enfim, todos estão alienados de Deus e uns dos outros.
"Através da fome, Deus dá início ao processo de salvação, forçando a família a confrontar seus problemas passados e interpessoais. A aspereza de José também ajudou a curar essas divisões e devolver a família a Deus. A detenção de Simeão no Egito serviu para fazer os dez irmãos pensarem em como tinham tratado José, e pela primeira vez eles mesmos reconheceram que o Governador Moral do universo estava trabalhando em suas vidas, e suas consciências foram despertadas de tal maneira que confessaram sua culpa (42:21-24) e temeram a Deus (42:28). Eles asumiram a responsabilidade de tirar Simeão da prisão (42:19, 24) e proteger Benjamin do mal (42:37; vide 43:1-45:28). Ao retornarem ao Egito, eles se mostram sensíveis às emoções do pai ao lhe contarem sobre suas aventuras de tal maneira que conseguiram acalmar seus medos. A confissão de sua culpa leva José às lágrimas. Em tudo isso, começam a formar-se a fé, o arrependimento, as emoções ternas, a compaixão e uma lealdade que devem unir a família. Por causa da fome, José chega a governar o Egito, e os filhos de Israel se tornam dignos de serem chamados povo de Deus. Tanto a fome enviada por Deus quanto as palavras ásperas de José confrontam os irmãos com uma situação de vida e morte (42:18, 20). Através dessas misericórdias severas, esta família fraturada começa a ser curada."
(trecho de Waltke, Genesis, p.550)