Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 43:16–34

Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Gênesis.

(1) Enquanto os irmãos “corriam” para o Egito, José teve bastante tempo para se preparar para o seu retorno. Desta vez, quão diferente foi a maneira como ele os tratou? Por quê?

(2) Como os irmãos interpretaram as intenções de José? Por quê?

(3) Como o administrador respondeu diante da sua admissão de que a prata tinha sido devolvida em sua bagagem? Por que o mordomo mencionou "Seu Deus, o Deus de seu pai"? (A palavra aqui traduzida “Fiquem tranqüilos” é literalmente “shalom”.)

(4) Será que Simeão lhes perguntou: "Por que vocês demoraram tanto?" Você acha que Simeão ainda tivera esperança de que seus irmãos voltassem por ele?

(5) Qual dos sonhos de José se cumpe nesta passagem?

(6) Qual foi a primeira pergunta de José? No final das contas, ele conseguira esquecer a casa de seu pai? (41:51)

(7) José foi levado de sua casa com 17 anos de idade e foi exaltado aos 30 anos. A fome já tinha durado cerca de dois anos, depois dos sete anos de fartura. Isso significa que José já tinha quase 40 anos. Quantos anos tinha Benjamim quando José foi levado de sua casa?

(8) Pela segunda vez, José saiu para chorar. Quando tinha sido a primeira vez? Qual é sua impressão de José, depois de ler que ele chorou essas duas vezes?

(9) Os egípcios sabiam muito bem que José era hebreu. Por que não pararam de desprezar os hebreus por causa dele? Como você teria se sentido se fosse José?

(10) Apesar da discriminação que Israel sofreu por parte dos egípcios, qual seria o lado positivo da discriminação que seus descendentes sofreriam no Egito ao longo dos 430 anos seguintes?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Deus age em todas as coisas para o nosso bem

É interessante notar que o autor de Gênesis menciona repetidamente que os egípcios detestavam os pastores e, por conseguinte, os hebreus. Isso é compreensível, pois a história do Egito nos conta que os egípcios viviam sob constantes ameaças provenientes das tribos nômades do leste que eram muito menos cultas e sofisticadas. A ironia é que o faraó tinha nomeado como governador uma pessoa que não só era um desses nômades, mas também era escravo, dando-lhe uma autoridade quase absoluta. Pior ainda, mais tarde o faraó daria a esses nômades um pedaço de terra muito desejável, apesar de eles serem uma família pequena e insignificante (um pouco mais de 70 pessoas ao todo). Pelo menos, isso era o que pensavam os egípcios.

No entanto, apesar de eles terem se submetido à supervisão de José, os egípcios não abrandaram nem um pouco a sua discriminação contra os hebreus. À luz disso, por que Deus não mudou sua atitude para que os filhos de Israel tivessem não só um novo lar para os próximos 430 anos, mas também um relacionamento harmonioso com a população local? Bem, nisto podemos ver quão sábio é o nosso Deus.

Os egípcios adoravam muitos deuses; no entanto, apesar da esposa de José ter sido egípcia, podemos ver que quando os israelitas deixaram o Egito 430 anos mais tarde, não haviam sido contaminados pela cultura e religião egípcias. Aparentemente, a maioria dos israelitas não tinham esposas egípcias. Isso em si é incrível, mas teve muito a ver com o fato de os egípcios os discriminarem e não procurarem socializar com eles.

De fato, "Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam" (ou neste caso, daqueles a quem escolheu para chamar de Seus) (Rm 8:28). Você e eu podemos dar testemunho de repetidas experiências semelhantes em nossas vidas. Às vezes nos perguntamos por que nem tudo acaba bem em determinada situação na qual fomos claramente guiados por Deus. Basta ter a certeza de que estamos andando de acordo com a vontade de Deus para podermos confiar na sabedoria e nas intenções de Deus, sabendo que todas as coisas realmente contribuem juntamente para o nosso bem.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 44:1–34

(1) Você acha que o mordomo tinha alguma ideia do que estava acontecendo?

(2) Estes irmãos, uma vez impelidos pela inveja, tinham feito o filho favorito de seu pai desaparecer a fim de ferir tanto José quanto Jacó. Qual é a lição que José procurava ensiná-los ao deter Benjamim?

(3) Qual papel Judá assumiu ao apresentar sua súplica a José?

(4) Em que sentido Judá é um tipo de Cristo?

(5) Através da súplica de Judá, como José obrigou seus irmãos a enfrentarem o crime que tinham cometido contra ele e seu pai? (Judá menciona a palavra "pai" 14 vezes em seu discurso.)

(6) Embora o apelo de Judá tenha sido emocionante e comovente, ele omitiu o detalhe mais importante. Qual foi?

(7) Será que os irmãos ainda não reconheciam seu pecado? Eles já tinham um arrependimento genuíno?

(8) Se você fosse José, como teria confrontado seus irmãos com um pecado que eles ainda não tinham mencionado ou reconhecido?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A transformação é possível

É incrível ver como a mão de Deus usa José para transformar esta família disfuncional.

O favoritismo de Jacó em relação a José não só tinha despertado a inveja de seus irmãos; provavelmente também tinha contribuído ao seu estilo de vida ímpio e violento. Se Jacó fosse nosso vizinho, provavelmente não deixaríamos os nossos filhos se associarem com os filhos dele. Eles eram más influências. Acredito que as intenções dos irmãos ao venderem José foram magoar não só ele, mas também o pai. Foi a vingança perfeita pela indiferência do seu pai em relação ao seu bem-estar. Em outras palavras, nunca houve um relacionamento amoroso entre estes irmãos e o pai.

Mas na medida em que a história de José avança, Deus começa a trabalhar na consciência dos irmãos até eles finalmente confessarem seus pecados (Gênesis 42:21). Além de descrever como eles foram obrigados a encarar seus pecados do passado na presença de José, esta passagem também mostra como finalmente tiveram que enfrentar a prova do arrependimento genuíno ― será que eles abandonariam seu irmão mais novo (contra o qual teriam sentido a mesma inveja) a fim de magoar o pai mais uma vez?

Se eles ainda não tivessem se arrependido, teriam visto nestas circunstâncias uma oportunidade única para se livrarem de Benjamim, uma vez que esse governante egípcio (cuja identidade verdadeira não conheciam) considerava que somente Benjamim era responsável pelo suposto crime de roubar a taça de prata. Também teria sido a vingança perfeita contra seu pai por todos aqueles anos de negligência e favoritismo.

Mas seu arrependimento era genuíno. Por isso, todos os irmãos, representados por Judá, se ofereceram para serem seus escravos (44:16). Que transformação! Aqueles que uma vez venderam seu irmão como escravo se mostraram dispostos a se tornarem escravos para resgatar seu irmão.

Além disso, Judá mencionou seu pai 14 vezes em seu longo discurso. Ele implorou pelo bem de seu pai. Que transformação! Aqueles que antes quiseram magoar seu pai agora estavam dispostos a protegê-lo a todo custo, para que ele não tivesse mais tristeza.

Uma família outrora disfuncional estava se tornando uma família unida. Se pôde haver uma reconciliação numa família tão disfuncional quanto a de Jacó, há esperança em Cristo para todas as famílias disfuncionais: "Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio" ( Efésios 2:14).

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 45:1–15

(1) Ontem refletimos sobre a seguinte pergunta: "Se você fosse José, como teria confrontado seus irmãos com um pecado que eles ainda não tinham mencionado ou reconhecido?" José os confrontou com seu pecado? Por que ou por que não?

(2) Por que José chorou tão alto?

(3) Por que ele perguntou novamente se seu pai ainda estava vivo?

(4) Se você fosse um dos irmãos de José, o que você teria pensado e sentido ao ouvi-lo dizer: "Eu sou ...  aquele que vocês venderam ao Egito!"?

(5) Quais palavras de José nos mostram que ele tinha perdoado seus irmãos sem reservas?

(6) Qual teria sido a chave para ele poder perdoar seus irmãos sem reservas?

(7) Que lições você pode aprender com ele sobre o perdão total?

(8) Você consegue pensar em alguém contra quem você ainda guarda rancor?

(9) O que precisa acontecer para você poder perdoar essa pessoa (ou pessoas) sem reservas?

(10) Qual das frases de José mais o emociona? Por quê?

(11) Qual das ações de José mais o emociona? Por quê?

(12) Por que José teve que “convencer” seu pai a descer ao Egito?

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Perdão sem reservas

Embora Judá (em nome de todos os irmãos) tenha dado evidências de sua transformação quando apresentou o seu caso a José, seu arrependimento ainda não estava completo. Judá nunca confessou diante de José o que eles tinham feito com seu irmão. Ele só dizia que "[seu] irmão já morreu" (Gênesis 44:20). Sua confissão mútua em 42:21 não havia sido dirigida a José, uma vez que eles pensavam que ele não entendia sua língua. E a Bíblia não menciona que eles tenham confessado a Jacó o que eles fizeram com José.

No entanto, a consciência que eles tinham de seu pecado, juntamente com seus atos de arrependimento ao não abandonarem Benjamim e cuidar de seu pai, foi suficiente para que José os perdoasse sem reservas. Apesar da imensa dor que essas experiências tinham trazido a José, tanta dor que ele até tentou apagar completamente as lembranças dolorosas do passado, até mesmo as da casa de seu pai (41:51), ele foi capaz de enfrentar ese passado diretamente com uma perspectiva completamente nova.

Considere os seguintes resultados de ele ter sido capaz de desviar sua atenção de si mesmo para Deus:

- Foi capaz de rejeitar a autopiedade e ter compaixão por aqueles que o tinham ferido — “Do contrário, tu, a tua família e todos os teus rebanhos acabarão na miséria” (45:11).

- Foi capaz de desistir de seus próprios planos e aceitar os de Deus — “Assim, não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus” (45:8).

- Em vez de se considerar uma vítima, ele conseguiu se ver como um agente de Deus que seria usado até mesmo em Seu plano de salvação — "pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês" (45:5).

E consigo ver que José perdoou sem reservas nas seguintes palavras que ele disse a seus irmãos: "Agora, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá". Ele até mesmo se importou pela possibilidade de que seus irmãos não se perdoassem entre si.

Durante seus treze anos de escravidão, além de ficar separado do pai que o amava muito, José foi caluniado e detido sem esperança de ser libertado e voltar para casa. A dor foi profunda, a tristeza real. Enquanto o ódio dominava a sua vida, José foi uma pessoa miserável, preso não só pelas paredes da prisão, mas também pela sua própria falta de perdão.

Seu primeiro encontro com os irmãos no Egito aconteceu de forma tão súbita que ele provavelmente não estava preparado para enfrentar o passado que pensava ter enterrado. A realidade é que é impossível enterrar o passado. Geralmente aparece quando menos esperamos. Somos verdadeiramente livres somente quando estamos dispostos a enfrentar o passado de frente, com um espírito de perdão sem reservas. José lidou com seu passado com sucesso, enfrentando-o, levando-o diante de Deus, enxergando-o da perspectiva de Deus, concentrando-se nas bênçãos que tinha trazido. Ele aceitou seu doloroso passado, reconhecendo que tinha vindo da mão de Deus e dando graças por ele. Assim, ele foi capaz de rejeitar a autopiedade e ter compaixão por aqueles que o tinham ofendido. Esta é a chave para um perdão sem reservas e genuíno.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 45:16–28

(1) Qual foi a reação do Faraó diante das notíciasda chegada dos irmãos de José?

(2) De que forma Faraó foi extremamente amável com eles?

(3) Você esperava ver essa reação do Faraó? Por que ou por que não?

(4) É óbvio que José tratou Benjamim muito melhor do que os outros irmãos. O que ele fez foi correto?

(5) Por que José mandou a seus irmãos que não brigassem pelo caminho? Sobre o que eles poderiam ter brigado?

(6) Você acha que os irmãos contaram a Jacó como José tinha chegado ao Egito?

(7) Jacó tinha sofrido aproximadamente de 22 anos de luto por José. Quem realmente tinha sido responsável por esse sofrimento?

(8) Como você descreveria a graça que Deus deu a esta família tão disfuncional?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Graça maravilhosa

Ao refletirmos sobre como essa família disfuncional de Jacó aprendeu aos poucos a ter amor e respeito uns pelos outros, eu o convido a refletir sobre a letra da seguinte música mais contemporânea, cuja letra é muito significativa:

(Consulte a versão bilíngue desta lição.)


Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 46:1–27

(1) Embora Deus tenha mudado o nome de Jacó para Israel, na maioria das ocorrências de seu nome a Bíblia ainda o chama de Jacó. Aqui no v. 1 ele é chamado de Israel. O que poderia significar sua decisão de oferecer sacrifícios em Berseba nesta altura de sua vida ao "Deus de Isaque, seu pai"? (vide Gênesis 21:33; 22:19; 26:32-33; 28:10)

(2) Por que Deus escolheu esse momento para aparecer a Israel?

a. Do que ele tinha o medo?

b. Quais foram as promessas de Deus?

c. Mais especificamente, quão importante foi a promessa de trazê-lo de volta?

d. Quanto significado essas promessas teriam tido para ele?

Nota:

Esta foi a última aparição de Deus aos patriarcas. Sua próxima aparição seria a Moisés.

(3) Reflita sobre intercâmbio entre o uso dos nomes Israel e Jacó dentro do mesmo versículo (46:5). Qual é a mensagem importante por trás disso?

(4) Parece que al longo de toda a Bíblia o ato de ir ao Egito sempre sugere uma falta de fé por parte do povo de Israel. Qual poderia ser o significado histórico e espiritual desta viagem ao Egito que foi guiada por Deus?

(5) Se você tentasse somar os números que aparecem nesta passagem, teria que manipular alguns deles para chegar ao número 70. No entanto, os estudiosos da Bíblia geralmente pensam que esse número é usado para dar uma sensação de completude. Na sua opinião, que tipo de completude representou a entrada da família de Jacó no Egito? (Nota: Estevão, usando o número que aparece na Septuaginta, mencionou o número mais literal de 75 em Atos 7:14.)

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Deus age de forma misteriosa

No Velho Testamento, cada vez que os filhos de Deus saem da Terra Prometida para ir ao Egito ou buscam ajuda no Egito, suas ações são vistas como resultado de uma falta de fé. Abraão foi para o Egito por causa da fome, e é óbvio que ele foi sem consultar a Deus. Isso quase resultou num desastre que colocou em perigo a promessa de Deus (Gn 12:10ss.). Temendo que seguisse os passos de seu pai devido a outra fome (26:2), Deus decidiu aparecer a Isaque e avisá-lo a não ir ao Egito: "Habita na terra que eu te disser".

Pode-se dizer o mesmo sobre o resto da história de Israel. Até mesmo a tentativa de buscar ajuda no Egito era considerada um ato de falta de fé (Isaías 30:2). No entanto, a viagem de Jacó e sua família ao Egito não só foi aprovada por Deus, também foi planejada por Ele do início ao fim. Quem estava relutante em ir era Jacó (talvez ele tenha aprendido dos exemplos de Isaque e Abraão), e foi necessária uma aparição de Deus para assegurar-lhe que não tinha nada errado com ir ao Egito e dar-lhe certeza de que “certamente o trarei de volta” (Gênesis 46:4). Em outras palavras, a remoção de Jacó para o Egito foi um ato de fé e obediência.

Acho que a lição para nós aqui é que não devemos tentar fazer Deus caber em nossa caixinha. Seus caminhos são mais altos que os nossos, assim como seus pensamentos (Isaías 55:9). Portanto, não devemos ser tão rápidos em julgar os outros quando suas ações parecem ser motivadas por ações prosunçosas ou incrédulas. E, claro, não devemos usar a “vontade de Deus” como disfarce para tentar realizar os nossos próprios planos. Mas quando temos um coração limpo e a convicção genuína de que nossa visão ou desejo vem de Deus, devemos ser corajosos o suficiente para dar um passo de fé, mesmo quando outras pessoas não estejam de acordo e questionem as nossas intenções. William Carey é um bom exemplo disso. Apesar da zombaria de clérigos mais experientes, ele obedeceu ao chamado de Deus para ser missionário na Índia.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 46:28–47:6

(1) Por que Jacó enviou Judá à sua frente? O que isso pode significar?

(2) José pode não ter acreditado nas palavras de seus irmãos sobre o pai. O que ele fez quando o viu vivo com seus próprios olhos? Que tipo de lágrimas foram aquelas que os dois choraram?

(3) Uma vez que os egípcios desprezavam todos os pastores, por que José disse ao faraó qual era o ofício da família, e por que ele se assegurou de que seus irmãos dissessem a mesma coisa diante do faraó?

(4) Qual pode ter sido a vantagem de declarar publicamente seu ofício e garantir que permanecessem assim para o faraó e os egípcios?

(5) Quais podem ter sido as intenções do faraó ao perguntar-lhes sobre seu ofício (uma pergunta que José já tinha antecipado)? Houve alguma motivação política?

(6) Como os irmãos tentaram tranquilizar o faraó com sua resposta?

(7) Você sabe quanto tempo eles acabariam morando no Egito? (vide Êxodo 12:40.)

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma pessoa íntegra

Embora a Bíblia pinte um quadro de total confiança e harmonia entre o faraó e José, o senso comum nos ensina que, dada a origem hebraica de José, junto com a posição de muita importância e poder que ele alcançou, sem dúvida houve oficiais egípcios na corte ao seu redor que procuravam oportunidades para acusá-lo de alguma má conduta e especialmente difamar seu caráter. Tenho certeza de que José estava bem consciente desse jogo de poder político. É por isso que vemos o cuidado com o qual José selecionou somente cinco de seus irmãos para se apresentarem ao faraó, e lhes deu orientações detalhadas sobre o que deveriam dizer ao faraó.

Também é óbvio que José, além de estar bem consciente do desprezo dos egípcios (incluindo o do próprio faraó) por "todos os pastores", também desconfiava de como o faraó reagiria ao descobrir que o ofício de sua família era pastorear. Em vez de esconder esse detalhe ou usar palavras que pudessem camuflar o verdadeiro ofício da família, ele decidiu ser totalmente honesto com o faraó. Além disso, ele não queria que seus irmãos mentissem para o Faraó. Por isso, em vez de instrui-los a mentir, ele os instruiu a dizer a verdade. Ele sabia o quão enganadores seus irmãos podiam ser. Ele não queria que eles mentissem. Ele era um homem íntegro.

Tenho certeza de que era precisamente por isso que o faraó tinha total confiança nele.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Gênesis 47:7–15

(1) Apesar de o faraó ser ao mesmo tempo o governante e seu benfeitor, Jacó o abençoou. Como isso reflete a Aliança Abraâmica de Gênesis 12?

(2) Em sua resposta à pergunta do Faraó sobre sua idade, Jacó decidiu usar algumas palavras bastante incomuns. Reflita sobre o significado de cada uma delas (e pense no que expressam):

a. Ele usou a expressão "são cento e trinta os anos da minha peregrinação" para se referir à sua idade.

b. Apesar de ter vivido 130 anos, ele os descreveu como tendo sido "poucos".

c. Também disse que tinham sido "difíceis".

d. Seus anos "não chegam aos anos da peregrinação dos meus antepassados".

(3) Usando como guia a maneira que Jacó se expressou em cada uma dessas frases, como você responderia à seguinte pergunta: "Quantos anos você tem?"

(4) Como sua resposta seria diferente da de Jacó? Em que sentido?

(5) Enquanto o Egito ainda estava passando por uma fome severa e muitos egípcios ainda estavam sofrendo muito (“desfaleciam”), a família de José estava sendo muito bem cuidada.

a. O que isso nos ensina sobre a providência e a graça de Deus?

b. O que um egípcio comum teria pensado sobre esses hebreus “desprezados”?

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje?

Reflexão meditativa
Nossa peregrinação

Hebreus 11 nos dá uma noção de como os patriarcas pensavam sobre suas vidas na terra. Embora eles geralmente tenham vivido vidas muito mais longas do que as nossas, Hebreus 11 nos diz que eles de fato viveram como estrangeiros e peregrinos na terra, e que todos viveram esperando a cidade eterna.

Quando lemos sobre a vida de Jacó, tendemos a excluí-lo da lista dos famosos da fé, pelo fato de ele ter vivido boa parte de sua vida enganando os outros e não sendo um bom exemplo para seus filhos. Mas no final de sua vida, quando foi recebido por Faraó, ele expressou (surpreendentemente) a mesma atitude de vida que Abraão e Isaque tiveram, usando a palavra “peregrinação” duas vezes para descrever sua vida: “Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; ... não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações” (Gn 47:9). A palavra peregrinação significa ficar pouco tempo.

Como Jacó tinha chegado a adotar finalmente essa atitude de vida? Talvez encontremos uma pista aqui nas palavras que ele disse ao faraó.

Ele disse que seus anos tinham sido poucos  Nós não diríamos que cento e trinta anos é pouco tempo, e Jacó ainda viveria mais alguns anos. Talvez em lugar de estar falando sobre seus anos de vida física na terra, Jacó se referisse ao número de anos que realmente tinham sido significativos, aqueles que realmente tinham contribuído para o propósito de Deus em sua vida, nos quais realmente houve algo de valor para o Reino de Deus, no qual ele receberia sua recompensa.

Se isso de fato foi o que ele quis dizer, é impossível não concordar com ele.

Ele também descreveu seus anos como difíceis. Mais uma vez, temos que concordar com ele, salvo com respeito àqueles anos de sua juventude, quando ele foi mimado, não teve preocupações e viveu sob o exemplo piedoso de seu pai Isaque, que foi totalmente fiel à sua esposa, algo raro naqueles dias. E ele deu testemunho com suas próprias palavras que seu pai temia ao Senhor (Gênesis 31:42). Mas tudo piorou depois de ele enganar o irmão para ficar com a bênção de seu pai.

Ele fugiu e viveu sob a manipulação de seu tio Labão por aproximadamente vinte anos (31:38). Foram anos difíceis, durante os quais seu status foi quase o mesmo daquele de um escravo. Ele basicamente chegou a ser propriedade de seu tio.

É certo que quando finalmente conseguiu escapar dessa manipulação de Labão, Jacó conseguiu viver como um homem livre e com uma riqueza considerável. Mas a riqueza não lhe trouxe paz. O exemplo de sua própria vida, sua incapacidade de disciplinar seus filhos e seu flagrante desrespeito por todos eles, salvo os que tinham nascido de Raquel – tudo isso contribuiu para criar uma família cheia de conflito, violência e imoralidade. Não se podia falar de paz em sua família, e o único culpado era Jacó mesmo. Ele pagou caro por seus erros com a perda de José, o filho que mais amava. Durante uns 22 anos, viveu de luto pela suposta perda de José. De fato, a maior parte de sua vida tinha sido miserável, inquieta e cheia de conflitos. Se não tivesse sido pelas “severas misericórdias” de José e Deus, sua vida teria continuado sendo difícil. Mas pela graça de Deus, seus filhos se arrependeram por meio das ações de José, e até aprenderam a cuidar dele. Mais importante ainda, por meio das ações de José e da graça de Deus, Jacó finalmente chegou a confiar em Deus e ansiar pela cidade celestial. Ele finalmente reconheceu que esta vida é uma peregrinação.

O ditado antes tarde do que nunca é verdade!