Esta semana iniciaremos o estudo de Êxodo, o segundo livro do Velho Testamento.
Introdução ao livro de Êxodo
Na Bíblia hebraica, o título dado ao segundo livro de Moisés é "Estes são os nomes de". É com essas palavras que o livro começa. O título dado a este livro na Septuaginta, a tradução grega da Bíblia, é "Êxodo", uma palavra que significa partida (ek significa para fora, e hodos significa estrada).
Este livro contém o relato da primeira etapa do cumprimento das promessas que foram dadas a Abraão: a multiplicação de sua descendência até que fosse um povo numeroso, sua libertação do Egito e sua adoção como povo de Deus no monte Sinai. Segundo os comentaristas, esse período abrange 360 anos, começando com a morte de José (que encerra o livro de Gênesis, daí sua unidade com o primeiro livro de Moisés) e terminando com a construção do tabernáculo no início do segundo ano após a partida do Egito.
O tema principal do livro de Êxodo é a redenção — a libertação dos israelitas da escravidão no Egito; esta libertação simboliza a redenção da humanidade por Deus. Seu líder, Moisés, é considerado um tipo de Cristo.
(Antes de continuar, gostaria de recordar que o único propósito das perguntas que forneço aqui como sugestões é ajudar o leitor a prestar mais atenção em sua leitura das Escrituras. As perguntas de forma alguma devem substituir o processo de raciocínio do próprio leitor, e nem todas elas devem ser respondidas como um simples exercício. Eu oro e entendo que o próprio Espírito Santo o guiará em Sua verdade.)
(1) Antes de começar este estudo de Êxodo, observemos novamente como termina o livro anterior (Gênesis) no v. 50:26. Que tipo de quadro esse último versículo pinta?
(2) Se você não soubesse o que acontece mais tarde na história dos israelitas no Egito, que tipo de futuro você esperaria para eles naquele país, à luz das circunstâncias apresentadas na conclusão do livro de Gênesis?
(3) A descrição em Êxodo 1:6-7 cumpre as suas expectativas? Em que sentido Deus está cumprindo Sua promessa a Abraão? (vide Gênesis 15 e Atos 7:17)
(4) Em que sentido esta aliança ou promessa ainda não tinha sido cumprida nesse momento da história?
(5) Embora os primeiros versículos do capítulo inicial de Êxodo sugiram um futuro próspero para o povo, o que acontece para arruinar essa imagem?
(6) Que lição você pode aprender com essa mudança de sorte?
(7) Se você fosse este novo rei do Egito, como teria lidado com os israelitas, cujos números continuavam crescendo?
(8) Se você fosse um dos líderes dos israelitas, como você teria reagido a esse tratamento por parte do Faraó?
(9) Não obstante a importância de José, e a fidelidade que ele mostrou, ele passou à história, e o restante da narrativa bíblica trata do povo de Deus e a aliança que Deus fez com os patriarcas. Que lição você pode aprender com essa mudança de foco?
(10) Qual é a mensagem que você aprendeu hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Ora, morreram José, todos os seus irmãos e toda aquela geração. Os israelitas, porém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos e fortaleceram-se muito, tanto que encheram o país.” (NVI-PT) (Êxodo 1:6-7)
O personagem de José domina a última parte de Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. Ele foi o piedoso dos filhos de Jacó, cuja confiança e submissão ao Senhor trouxeram a salvação, não só a toda a família de Jacó, mas também a toda a raça de Israel.
Mas apesar de sua importância, neste segundo livro da Bíblia José rapidamente passa à história. Após ser mencionado no início do livro de Êxodo, onde é destacada a continuidade e unidade que existe entre os dois dois livros, José não é mencionado novamente até um trecho do capítulo 13 (quer dizer, são mencionados seus ossos) onde é mencionado que Moisés tirou seus ossos do Egito.
A partir de agora, o foco principal deste segundo livro (e, de fato, do resto da história do povo de Israel) é como Deus foi fiel às promessas que tinha feito aos antepassados do povo, livrando-o das mãos de Faraó para mais tarde guiá-los para a Terra Prometida. Durante este processo, Ele os fez Seu povo, fazendo de Si mesmo seu Deus.
É claro que a história de Êxodo tem um significado cósmico maior, pois prefigura a salvação de Deus para toda a humanidade por meio do Cordeiro definitivo de Deus, Jesus Cristo.
Mas José ministrou à sua geração, terminou sua corrida e completou sua tarefa. Ele morreu e seus ossos foram enterrados em solo egípcio, onde esperavam o dia em que Deus cumpriria Sua promessa de levá-los de volta para a Terra Prometida.
Penso que esse mesmo quadro deve descrever a vida de todos os servos de Deus. Deus e Seu plano de salvação devem sempre ser o foco dominante da história, incluindo a história da nossa vida pessoal. Devemos servir nossa geração, terminar bem a nossa corrida e cumprir a tarefa que nos foi designada; depois disso devemos desaparecer da cena e descansar em Sua promessa de voltar para nos ressuscitar dos mortos e nos levar ao nosso lar celestial.
Portanto, qualquer ilusão de morrer no púlpito ou desejo de deixar um legado que será recordado no futuro revela nossa própria vã glória (não reconhecermos o quão insignificantes somos), bem como nosso desejo de usurpar a glória e a honra que pertencem somente ao Deus Trino. O apóstolo Tiago nos lembra corretamente que somos “como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa” (Tiago 4:14).
(1) Uma coisa é a escravidão forçada e outra muito diferente é o genocídio. Mais tarde na história de Israel, os profetas considerariam os sofrimentos dos judeus nas mãos das potências estrangeiras como o castigo de Deus por seus pecados. No entanto, qual foi a razão de suas dificuldades nesta etapa inicial de sua história?
(2) Por que o faraó foi atrás dos bebês? Que perspectiva tinha o faraó referente aos bebês? Por que ele decidiu deixar com vida as meninas?
(3) Uma vez que havia mais de meio milhão de homens judeus, é um enigma por que o relato menciona somente duas parteiras. Muitos comentaristas pensam que elas eram as responsáveis pela profissão. A Bíblia diz que essas parteiras temiam a Deus.
- Como você definiria o verbo “temeram”, tal como é usado neste contexto?
- Quão incomum é o caráter exibido por essas duas mulheres? Você teria feito o mesmo?
- Quão especial foi a recompensa que receberam devido ao seu temor a Deus?
(4) O que o faraó finalmente decidiu fazer, de acordo com o versículo 22?
- Que efeito teria esse decreto sobre a população judaica que morava no Egito?
- Que efeito teria esse edito no relacionamento entre a maioria dos judeus e os egípcios?
- Esse crime teria sido menos horrível se tivesse sido cometido contra as meninas em vez de os meninos?
(5) Por qualquer razão, têm-se cometido genocídios ao longo da história. Você consegue pensar em alguns exemplos recentes? Sob que pretexto foi cometido?
(6) Qual é a mensagem que você aprendeu hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Por isso o faraó ordenou a todo o seu povo: 'Lancem ao Nilo todo menino recém-nascido, mas deixem viver as meninas'." (NVI-PT) (Êxodo 1:22)
É impossível não perguntar por que os bebês sempre têm sido o alvo de reis implacáveis em sua busca pelo poder. Uma resposta óbvia é que os bebês são totalmente impotentes, incapazes de se defender. Isso foi o que pensaram tanto o faraó quanto o Rei Herodes.
No entanto, uma razão mais profunda que subjaz sua crueldade implacável foi seu total desprezo pelos bebês como seres humanos. De alguma forma, para esses reis, o assassinato de bebês era menos crime que o assassinato de adultos. Como você já sabe, essa mesma mentalidade está por trás do "aconselhamento genético" de hoje. Embora aqueles que a praticam não necessariamente estejam procurando o poder, mas antes a "purificação do património genético da população", esta prática revela seu total desprezo pelos bebês indefesos e sua noção de que são sub-humanos. Um certo farmacêutico australiano que sofre de OI (osteogenesis imperfecta) descobriu essa verdade de maneira muito pessoal.
Devido à doença herdada da avó, esse farmacêutico tinha sofrido cerca de quinze fraturas na juventude. Quando sua filha de dez meses fraturou a tíbia, foi levada ao hospital a uma consulta com um médico talentoso que sabia muito sobre a OI. Curiosamente, uma das questões que preocupava esse médico era se o casal queria ter outro bebê. Ao ouvir sua resposta afirmativa, o médico teve a seguinte reação (de acordo com o relato em primeira mão):
“Acenando com um gesto desdenhoso para nossa filha, que até então timha feito o possível para chamar a atenção do médico com seus sorrisos e risadinhas tímidas, esse médico talentoso, que sabia tanto sobre a doença, retrucou, 'para garantir que vocês não tenham mais um desses!'.”
Ao narrar sua experiência, Philip Burcham explica que muitos de seus parentes, apesar de eles sofrerem de OI, se tornaram profissionais bem-sucedidos. Mas suas palavras finais merecem ser reproduzidas aqui:
“Sendo uma pessoa que nasceu com fragilidade congênita, tenho aprendido a respeitar esta misteriosa doença chamada osteogenesis imperfecta e até sou grato aos céus pela maneira como ela me fez enfrentar a minha própria fragilidade ainda durante minha juventude. Ao me obrigar a enfrentar minhas limitações e encontrar a força necessária para superar repetidos episódios de adversidade médica, e ao me obrigar a escolher uma vocação onde o sucesso não dependesse da força bruta, a OI me fez mais forte, mais maduro.
"No final, somos todos criaturas frágeis. Talvez seja por isso que alguns desejam abortar pessoas como meu pai e eu: talvez pessoas como nós os confrontemos com a verdade inconveniente de sua própria mortalidade e a futilidade final de sua rebelião. Em vez de correr atrás a ideia fútil de que a humanidade pode viver desafiando a Deus constantemente, nós, os frágeis Burchams, temos achado esperança e refúgio nos braços do Deus poderoso que se tornou tão fraco quanto um bebê recém-nascido para vencer o mal que mancha nosso mundo caído." (First Things, março de 2013)
(1) Embora o nome de Deus não apareça nenhuma vez em todo este relato do nascimento de Moisés, Sua mão está em cada página. Você concorda? Você consegue citar exemplos, um por um, de como podemos ver Sua mão em todos esses eventos?
(2) Ninguém pode escolher os pormenores (quando, onde e como) de seu nascimento. Reflita sobre os seguintes detalhes:
a. o contexto geral da época em que Moisés nasceu
b. o tipo de lugar onde ele nasceu
c. o tipo de família na qual ele nasceu
d. a razão pela qual sua vida foi preservada, quando (presumivelmente) muitos outros bebês judeus morreram
(3) Por que os pais de Moisés decidiram correr o risco de começar uma família num contexto como aquele? Por que escolheram ter filhos?
(4) O que esta história ensina àqueles que deliberadamente se abstêm de ter filhos por causa dos tempos difíceis em que vivemos?
(5) A palavra hebraica que a NVI-PT traduz "cesto”, usada para se referir ao objeto no qual Moisés foi colocado, é a mesma palavra usada no livro de Gênesis para se referir à “arca” de Noé (compare com a tradução da versão ARC—arca). Quão semelhantes foram essas duas "arcas"?
(6) Muitos pais ao longo da história já tiveram a experiência angustiante de ver seus filhos morrerem sem eles poderem fazer nada, semelhante àquela destes pais no livro de Êxodo.
a. Que mensagem Deus procurava transmitir aos pais judeus desta época com o nascimento de Moisés?
b. Qual foi a mensagem proclamada por Deus a todos os pais da humanidade com o nascimento de Seu Filho, Jesus Cristo?
(7) Qual é a mensagem que você aprendeu hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Um homem da tribo de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo, e ela engravidou e deu à luz um filho. Vendo que era bonito, ela o escondeu por três meses.” (NVI-PT) (Êxodo 2:1-2)
Quando li sobre a decisão dos pais de Moisés de continuar tendo filhos apesar das dificuldades e perigos que havia em sua época, lembrei-me de um casamento que oficiei há alguns anos, após o qual fui abordado por um casal maravilhoso que também são pais piedos. Eles me fizeram o seguinte comentário: "Foi muito agradável ouvir você orar especificamente pelos descendentes deste novo casal".
Embora esse casal tivesse seus próprios filhos, eles me disseram que nunca tinham ouvido alguém dizer na igreja que gerar e criar filhos faz parte do mandato do casamento cristão hoje em dia. O que eles compartilharam comigo reflete que a mentalidade egoísta e individualista da nossa época já conseguiu penetrar até mesmo na igreja de Jesus Cristo. A mentalidade atual vê o casamento principalmente da perspectiva da busca da satisfação na vida. Mas isso não é nada bíblico, e as verdades bíblicas são eternas.
O fato de muitas regiões do mundo estarem superpovoadas não suprime parte do mandato da criação: “Sejam férteis e multipliquem-se” (Gênesis 1:28). É verdade que precisamos enfrentar os graves problemas da pobreza e da fome; no entanto, o uso de medidas de controle populacional, especialmente o aborto, para lidar com tais problemas é uma abordagem inteiramente utilitária que não encontramos nas Escrituras.
Embora a satisfação sexual dentro dos limites do casamento seja uma dádiva de Deus, essa satisfação não deve ser puramente egoísta, mas inclui a sagrada responsabilidade de gerar e criar filhos. A rejeição total desta responsabilidade sagrada é o que impulsiona a revolução sexual da nossa época, junto com suas consequências devastadoras.
A menos que Deus, por algum motivo, não tenha lhe dado o dom de ter filhos, aqueles de nós que temos recebido essa bênção podemos dar testemunho do tremendo privilégio que é aprender o que significa amar incondicionalmente, assim como Deus nos ama, por meio da criação dos filhos.
Chuck Swindoll vai ainda mais longe: ele sugere que casais cristãos inférteis deveriam considerar a adoção, uma vez que esta é a melhor forma de evangelização. Seu comentário faz ainda mais sentido quando pensamos nas muitas vezes em que Gaddafi, o ex-ditador da Líbia, disse que os muçulmanos não precisam bombardear a Europa porque poderão dominar o continente com suas altas taxas de imigração e natalidade.
Motivos de reflexão!
(1) Como você descreveria Moises nesta etapa de sua vida, depois de ele ter desfrutado do privilégio de ser o filho adotivo da filha de Faraó e crescer no palácio de Faraó? (vide Atos 7:22)
(2) O que significa o fato de Moisés ter matado o egípcio que ele viu espancar um hebreu?
(3) Por que (aparentemente) a briga entre os dois hebreus o incomodou tanto, especialmente à luz da condição desses hebreus no Egito?
(4) Você sente uma dor semelhante àquela de Moisés quando vê brigas ao seu redor na igreja? Qual desses dois exemplos deveria ser o mais doloroso? Por quê?
(5) Qual foi a resposta que Moisés recebeu de seus companheiros hebreus? O que essa resposta significava? (Observe que essa mesma atitude persistiu ao longo da jornada do povo pelo deserto.)
(6) O que o resgate das moças no poço nos ensina sobre Moisés?
(7) Parece que Moisés se estabeleceu, casou-se e teve um filho. (Aliás, como Estêvão mencionou em seu sermão em Atos 7:30, Moisés viveria os próximos 40 anos em Midiã.) Por que ele deu ao filho o nome de Gérson? Você compartilha o mesmo sentimento sobre sua vida?
(8) Leia os seguintes comentários do NT em Atos 7:19-29 e Hebreus 11:23-27 sobre este período da vida de Moisés.
(9) Que novas percepções você obteve da vida de Moisés?
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Ela [Zífora] deu à luz um menino, a quem Moisés deu o nome de Gérson, dizendo: 'Sou imigrante em terra estrangeira'." (NVI-PT) (Êxodo 2:22)
Para Moisés, depois de ter vivido 40 anos de conforto e facilidade no palácio do faraó, com certeza teria sido difícil sentir-se em casa no deserto de Midiã, mesmo depois de se estabelecer com sua esposa e filho. Mas ao dar a seu filho o nome Gérson, Moisés expressou seu profundo sentimento de ser um imigrante em terra estrangeira.
No entanto, esse nome foi uma expressão não só de como ele se sentiu naquele momento, mas como ele tinha se sentido desde o começo, até mesmo durante sua vida no Egito. Embora Moisés tenha sido filho da filha de Faraó, ele sabia que era hebreu e não egípcio. E apesar de ter recebido o privilégio de desfrutar de todos os tesouros e prazeres do palácio egípcio, seu coração permanecia com seu povo, que estava sujeito a trabalhos forçados. Como Abraão e os outros homens e mulheres de fé que tinham vivido antes dele, o que Moisés ansiava era a cidade celestial. Somente a cidade celestial e sua recompensa poderiam trazer paz à sua alma inquieta. É por isso que lemos em Hebreus 11 que ele "Por amor de Cristo, considerou sua desonra uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa" (11:26).
Em outro artigo, compartilhei que depois de me mudar para São Francisco, apesar de toda sua beleza e abundância, eu fiquei inquieto e com saudades de casa. Eu era um homem chinês que tinha crescido em Hong Kong e se mudado para a América do Norte mais de 30 anos antes, e ainda não sabia onde era minha casa. Foi num retiro pessoal há alguns anos que Deus me lembrou de que, seja como for, eu nunca deveria me sentir em casa nesta terra o fato de ter uma esposa, filhos, netos, amigos, um lar e riqueza (algo que Abraão tinha com muita mais abundância do que eu) — nada disso nos dá a sensação de estarmos em casa. Nas palavras de Agostinho, é óbvio que nossas almas estão inquietas até encontrarem seu descanso em nosso lar celestial.
(1) Não lemos sobre nenhuma rebelião ou golpe militar durante este "muito tempo" de sofrimento na escravidão. Como os israelitas reagiram à sua condição? Que lição podemos aprender com eles? (Lembre-se de que as únicas informações que eles tinham sobre sua história e sobre a aliança de Deus com os patriarcas consistiam, na melhor das hipóteses, em tradições orais. Não havia entre eles profetas, sacerdotes ou líderes religiosos evidentes.)
(2) Os vv. 24-25 descrevem vividamente a resposta de Deus ao seu clamor. Faça uma lista dos vários verbos que são usados para descrever Sua resposta. O que esses verbos nos dizem sobre o Deus de Israel?
(3)
Moisés passou quarenta anos no deserto de Midiã, muito longe de sua paixão
patriótica e sem poder usar seu avançado e sofisticado conhecimento e
treinamento nas ciências, artes e cultura. Coloque-se no lugar dele. O que ele teria pensado sobre o seguinte?
a. seu passado
b. seu presente
c. seu futuro
(4) Você tem alguma ideia por que Deus escolheu aparecer a Moisés depois de "muito tempo"? (E foi ainda mais tempo para o povo de Israel como um todo!)
(5) Esse foi o primeiro encontro de Moisés com Deus. Como Deus se revelou a ele? Que mensagens sobre Si mesmo Ele tentou transmitir a Moisés através dos seguintes detalhes?
a. o uso de um fogo milagroso que não consumia a sarça
b. o fato de Deus ter-lhe aparecido numa chama de fogo
c. a advertência para não se aproximar
d. a instrução de remover as sandálias
e. o fato de Deus se apresentar como "o Deus de seu pai ..." (2:6)?
(6) Você acha que Deus conseguiu o efeito que queria em Moisés? Por quê?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Muito tempo depois, morreu o rei do Egito. Os israelitas gemiam e clamavam debaixo da escravidão; e o seu clamor subiu até Deus." (ARC) (Êxodo 2:23)
No capítulo que abre o livro de Êxodo, aprendemos que o povo de Israel foi sujeitado à escravidão por um novo rei que não conhecia José. Embora não tenhamos idéia de quando esse período de escravidão começou, sabemos que durou "muito tempo". Mais tarde, depois de a paixão e a coragem de Moisés crescerem, ele pensou que conseguiria libertar seu povo da escravidão por sua própria força; no entanto, o único resultado de seus esforços foi que ele mesmo teve que fugir para salvar sua vida. Aprendemos mais tarde que ele ficou escondido no deserto de Midiã por quarenta anos — outro período de "muito tempo" (Atos 7:30).
É impossível não nos perguntarmos: "Por que Deus teve que esperar tanto tempo antes de resgatar Seu povo?"
Fossem quais fossem os motivos de Deus, sabemos que não foi porque Ele não se importava com o sofrimento de Seu povo. O capítulo dois de Êxodo termina com as seguintes palavras: “Ouviu Deus o lamento deles e lembrou-se da aliança que fizera com Abraão, Isaque e Jacó. Deus olhou para os israelitas e viu a situação deles” (Êxodo 2:24-25).
Os verbos usados aqui para descrever as ações de Deus são muito comoventes: Ele ouviu, Ele lembrou-se, Ele olhou e Ele viu a situação deles. Estas palavras não pintam um quadro de um Deus que não se importa com Seu povo, mas de um Deus cujo coração anseia por eles.
Então por que Ele decidiu esperar "muito tempo" antes de agir?
Embora nesta passagem a Bíblia não use a frase "no tempo determinado" (uma de suas expressões favoritas) para descrever o ato de Deus de libertar o Seu povo do Egito, sabemos que também houve um tempo determinado para o Êxodo, e só podemos especular quanto aos Seus propósitos.
Por um lado, ao lermos que o povo de Israel se queixou de cada revés no deserto, apesar de ter visto os sinais e maravilhas que Deus realizava, podemos depreender que, se eles não tivessem chegado ao fundo do poço nas suas dificuldades no Egito, não teriam confiado em Moisés para tirá-los do Egito. O mesmo acontece conosco. Muitas vezes precisamos chegar ao fundo do poço antes de estarmos dispostos a entregar as nossas vidas totalmente a Deus e confiar nEle.
No caso de Moisés, talvez os quarenta anos adicionais tenham sido necessários para ele aprender a não confiar em sua própria força e sabedoria, e no excelente treinamento que recebera no Egito. Deve ter sido uma experiência humilhante para ele ter que viver quarenta anos no deserto, onde não era possível usar nenhuma de suas habilidades e conhecimentos e não havia ninguém para admirar suas qualificações acadêmicas. No entanto, como alguém já disse, para ser grandemente usado por Deus, "é preciso ser grandemente humilhado". Isso também costuma acontecer conosco.
Da próxima vez que reclamarmos da aparente inação de Deus, olhemos para nós mesmos e façamos esta pergunta: "Senhor, sou eu a causa de Tua demora?"
(1) Ao dar a Moisés a tarefa de salvar os israelitas, Deus usou vários verbos-chave para descrever (nos vv. 7-8) o processo que Ele usaria para levar a cabo Sua libertação. Quais são esses verbos? Quão adequados são para se referir ao plano de salvação através da encarnação de Jesus?
(2) Que planos de ação Deus poderia ter usado para executar este plano para a libertação dos israelitas? Tente fazer uma lista. Qual desses planos Ele escolheu? Por quê?
(3) O v. 11 mostra como Moisés se opôs ao plano de ação escolhido por Deus. Que desculpa ele usou? Você acha que foi uma desculpa válida? Por que ou por que não?
(4) Qual foi a resposta de Deus? Você acha que essa resposta foi satisfatória? Por que ou por que não?
(5) Qual foi a próxima desculpa que Moisés deu? Essa também foi uma preocupação válida?
(6) Deus respondeu com a revelação de Seu nome: "Eu Sou o que Sou", cuja forma abreviada é "Eu Sou".
a. Em geral, por quem é dado o nome de uma pessoa?
b. O que significa um nome?
c. Reflita cuidadosamente sobre o nome de Deus. O que esse nome significa, especialmente no que diz respeito àquilo que Ele revela sobre Sua identidade?
(7) O que deveria significar para Moisés e sua missão?
(8) Quais são desculpas que você dá para não compartilhar o evangelho de maneira mais ativa ou assumir a tarefa que Deus tem para você?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós'.” (NVI-PT) (Êxodo 3:14)
O nome de Deus é como nenhum outro. Todos os outros nomes na terra e no céu são dados por uma pessoa a outra pessoa ou coisa. Ao revelar que Seu nome é "EU SOU O QUE SOU", Deus fez a tremenda afirmação de que Sua existência não é determinada ou definida por mais ninguém ou nada, e nem se refere nada fora de Si mesmo.
Com esse nome, Deus afirma que somente Ele é o Criador de todas as coisas!
Com esse nome, Deus declara que Ele é o Senhor Soberano, cuja vontade não pode ser questionada ou frustrada.
Com esse nome, Deus declara que Ele é eterno.
A tradução da Bíblia em chinês consegue capturar a essência do nome de Deus com uma expressão muito apropriada que significa “Auto-existir; o Deus Eterno”— uma tradução longa, mas poderosa!
(1) Deus enfatizou que Seu nome, "EU SOU",
devia ser lembrado de geração em geração. Quão importante é que todas as
gerações, independentemente da época em que vivem, recordem que
seu Deus é as seguintes coisas?
a. "EU SOU"
b. “O Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”
(2) Deus fez uma promessa muito importante a Moisés, a saber, que os anciãos de Israel o atenderiam (3:18); no entanto, se você fosse um desses anciãos, o que o teria convencido a ouvi-lo?
(3) Os anciãos não só tiveram que ouvir Moisés; eles também tiveram que se apresentar com Moisés diante do faraó. Quão importante era que não só Moisés, mas também eles, fossem juntos para apresentar seu pedido ao faraó?
(4) Qual era o pedido que eles deviam apresentar ao faraó? Isso não seria uma mentira? De que forma seu pedido aponta para o propósito final do livro de Êxodo?
(5) Na parte final das instruções, Deus prediz o seguinte:
a. a oposição por parte do faraó
b. os milagres com os quais Deus feriria os egípcios
c. a pilhagem dos egípcios pelos israelitas no momento de sua partida
Quão difícil seria para o povo e seus anciãos acreditarem nas palavras de Moisés?
Quão difícil seria essa tarefa para Moisés?
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Depois você irá com elas ao rei do Egito e lhe dirá: 'O Senhor, o Deus dos hebreus, veio ao nosso encontro. Agora, deixe-nos fazer uma caminhada de três dias, adentrando o deserto, para oferecermos sacrifícios ao Senhor, o nosso Deus'." (NVI-PT) (Êxodo 3:18)
Todos sabemos que o plano e promessa de Deus eram a libertação do povo de Israel de sua escravidão no Egito; no entanto, as instruções que Ele deu a Moisés e aos anciãos foram de pedir ao faraó uma viagem de três dias pelo deserto. Será que Deus estava pedindo que eles mentissem para o faraó?
Claro, sabemos com certeza que Deus, por causa de Sua presciência, sabia que faraó não deixaria o povo ir, sob nenhuma circunstância. Foi por isso que Ele deu instruções para começar com o pedido muito razoável de somente alguns dias de descanso de seu trabalho árduo, um pedido cuja rejeição só serviria para revelar a dureza do coração de Faraó. Teria parecido irracional pedir mais do que isso.
Mas o que era mais importante do que o número de dias solicitado por Moisés era o propósito de sua viagem: “para oferecermos sacrifícios ao Senhor, o nosso Deus”. Esse foi, de fato, o propósito verdadeiro e final do êxodo — que o povo de Israel chegasse a adorar “EU SOU” como seu próprio Deus.
É verdade que um dos propósitos do Êxodo foi libertar o povo da escravidão no Egito; no entanto, o propósito final era libertá-los da escravidão da adoração de ídolos e de seus próprios pecados. Isso é o que realmente significava fazer do Senhor seu Deus.
Infelizmente, o faraó não foi o único que não cumpriu o desejo de Deus; o povo de Deus também fracassou e não viveu o verdadeiro significado do Êxodo.
Como cristãos, todos nós experimentamos o nosso próprio êxodo espiritual; no entanto, será que entendemos o verdadeiro significado do nosso êxodo? Será que temos vivido o verdadeiro sentido do nosso Êxodo?