Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 25:10–22

Hoje continuaremos o nosso estudo de Êxodo, o segundo livro do Velho Testamento.

Ao refletir sobre a construção e o conteúdo do tabernáculo, talvez seja útil consultar o diagrama abaixo que mostra a disposição de seus objetos:



A Arca da Aliança


Talvez seja útil
observar que essas instruções sobre a construção do tabernáculo foram dadas diretamente a Moisés; portanto, quando Deus diz: "eu me encontrarei com você" (NVI-PT) no v. 22, a palavra "você" (dirigida a Moisés) está no singular.

(1) Escolhi esta representação incomum da arca que mostra as varas conectadas à sua parte inferior (os suportes) porque isso corresponde melhor com a instrução dado no versículo 12. No entanto, se você estiver vendo esta imagem de cor, talvez note que não é dourada. Por que a aparência da arca tinha que ser de ouro?


(2) Por que era necessário que houvesse querubins na tampa da arca? Por que eles deviam ser feitas com essa postura específica? Até que ponto isso reflete a realidade da adoração celestial?

(3) Por que a tampa é chamada de Propiciatório? (vide Levítico 16:15-16)

(4) Por que as duas tábuas dos Dez Mandamentos deviam ser colocadas dentro da arca?

(5) Compare o papel dos querubins no final de Gênesis 3 com o papel que eles têm hoje. Qual poderia ser a mensagem transmitida pela arca?

(6) Os israelitas foram convocados ao Monte Sinai para se encontrarem com Deus e receberem a lei da aliança; por isso, eles teriam considerado o Monte Sinai como a montanha de Deus. No entanto, que mensagem Deus procurou transmitir a eles e a Moisés quando mandou que construíssem esta arca portátil (vide v. 22)?

(7) Pense em tudo o que este trecho descreve sobre a arca. Que tipo de trono ela representa? O que Deus espera que Seu povo pense sobre esta arca? (vide Hebreus 4:16)

(8) Qual lição você aprendeu hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?


Reflexão meditativa
O Deus acessível

"Ali, sobre a tampa, no meio dos dois querubins que se encontram sobre a arca da aliança, eu me encontrarei com você e lhe darei todos os meus mandamentos destinados aos israelitas." (NVI-PT) (Êxodo 25:22)

Quando Deus revela Seu desejo de habitar entre Seu povo e dá instruções a Moisés para a construção do tabernáculo, a primeira coisa que Ele menciona é a Arca do Testemunho. O fato de tudo estar coberto com ouro, ou ser feito de ouro, além da presença dos dois querubins, sem dúvida reflete o caráter santo de Deus e a realidade de que até os seres angelicais são subservientes a Ele e O adoram. Portanto, Sua majestade deve ser abordada com total reverência.

No entanto, o fato de a tampa ser chamada de "propiciatório" e o depósito da Aliança (ou seja, as duas tábuas dos Dez Mandamentos) aponta não só para a relação de aliança especial entre Deus e Seu povo, mas também para o fato de que agora, até mesmo os homens pecadores podiam entrar na presença deste Deus santo e maravilhoso.

É claro que hoje sabemos que o “propiciatório” aponta para o sacrifício expiatório do Filho de Deus, Jesus Cristo, cujo sangue “cobre” todos os nossos pecados, e que todos os mandamentos de Deus também foram cumpridos por Sua morte na cruz. Como resultado, aqueles que creem nEle podem se apresentar confiantemente diante do trono de Deus, sabendo que não é um trono de juízo, mas um trono de graça, "a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hb 4:16).

Claro, foi Moisés quem tinha recebido diretamente esta revelação de Deus sobre o tabernáculo e a arca; e ele de fato se encontrou com Deus no tabernáculo diante da arca, onde recebeu mandamentos para transmitir aos israelitas. No entanto, suspeito que Moisés não fazia ideia de que um dia todos poderíam se aproximar do trono de Deus como eleou melhor, de uma forma muito mais íntima, pois agora Deus habita no coração de cada um de Seus filhos. Se Moisés soubesse o que simbolizava aquilo que lhe foi ordenado construir, e que um dia seria possível uma expiação feita, não pelo sangue de animais, mas pelo próprio sangue de Deus, ele teria se engajado em seu projeto com ainda maior entusiasmo.

Por mais que admiremos Moisés e o relacionamento especial que ele tinha com Deus, ele tinha que esperar até que Deus descesse sobre tabernáculo para se reunir com Ele, algo que com frequência acontecia no tempo de Deus; mas o nosso relacionamento é muito mais feliz do que o dele. Podemos nos aproximar diante de Seu trono de graça a qualquer hora que quisermos. Quanta apreciação devemos ter hoje por nossa comunhão com Deus!

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 25:23–30


Embora a "origem e o significado exatos deste Pão da Presença não sejam claros" (Durham, 362), reflitamos sobre o que é descrito no texto; também é útil consultar Levítico 24:5-9, onde é explicada a função do pão e do incenso (vide também a Nota abaixo):

(1) O significado literal da palavra traduzida "Presença" é "face" (Alter, 463). À luz disso, o que "os pães da Presença (de Deus)" significam para o povo?

(2) Pode-se presumir que este pão especial era colocado na mesa todos os sábados, junto com o incenso que era queimado para o Senhor (de acordo com Levítico 24:7, para representar o pão). Embora os sacerdotes (e somente os sacerdotesvide 1 Sam. 21:4-6 e Mateus 12:4) comiam o pão da semana anterior, como o uso simbólico do Pão da Presença funcionava "como aliança perpétua" por parte do Senhor (vide Levítico 24:8)?

(3) Na cultura oriental, o que normalmente representa o ato de comer?

Nesse contexto, o que significa quando Deus aceita o pão (uma ação simbolizada pela queima do incenso) e os sacerdotes comem o mesmo pão na semana seguinte? Qual é a “aliança perpétuaafirmada por este ritual semanal?

(4) Se os 12 pães simbolizam a comunhão eterna de Deus com Seu povo, essa aliança só é perpetuada num ambiente extremamente santo:

a. O ritual é realizado "num lugar sagrado" como uma "parte santíssima de sua porção regular das ofertas dedicadas ao Senhor" (Lv 24:9).

b. A mesa inteira, além de ser feita de ouro, também era desenhada de tal forma que qualquer contato direto ou manipulação por humanos fosse evitado.

O que esse equilíbrio entre a preservação da santidade e a comunhão deve nos ensinar sobre a nossa comunhão com Deus hoje?

(5) O que você aprendeu hoje e como pode aplicá-lo em sua vida?

Nota:

A mesa tinha quatro tipos de recipientes:

1. um prato no qual era colocado o Pão da Presenço

2. um pequeno pote para incenso

3. uma jarra para o vinho de libação

4. uma tigela na qual a libação era derramada

Reflexão meditativa
Toma
r como garantida a graça de Deus

"Revista-a de ouro puro... Faça de ouro puro os seus pratos e o recipiente para incenso, as suas tigelas e as bacias nas quais se derramam as ofertas de bebidas."(NVI-PT) (Êxodo 25:24, 29)

O ouro usado na fabricação da Arca e da Mesa da Presença é um símbolo inconfundível da santidade do Senhor. O uso de madeira de acácia como material de base foi uma questão de praticidade, uma vez que se toda a arca ou mesa fosse feita de ouro puro, teria sido pesada demais para carregar. Tanto a arca quanto a mesa foram desenhados de tal modo que ao movê-los não havia contato direto com as mãos humanas.

Embora a própria arca fosse colocada dentro do Santo dos Santos, onde somente O Sumo Sacerdote podia entrar, e somente uma vez por ano com o sangue do sacrifício, a mesa era visível para os sacerdotes que serviam. Portanto, esta mesa e seu pão eram uma aliança visível da presença de Deus com Seu povo. E enquanto o Senhor aceitava o pão (uma ação simbolizada pela queima do incenso com o pão), os sacerdotes comiam o mesmo pão da semana anterior. Esse ritual semanal (contanto que fosse cumprida com fidelidade) seria uma aliança duradoura, não só da presença de Deus, mas também de Sua comunhão com Seu povo. Como sabemos, este ato mútuo de “comer” o pão é um símbolo de amizade.

Tudo o que foi dito acima foi cumprido por nosso Senhor Jesus, pois Ele é o verdadeiro Pão da Vida (João 6:51 e segs.) com quem somos alimentados para a vida eterna e com quem temos comunhão diária. Mas a Mesa da Presença continua a nos lembrar da nossa necessidade de santidade. Se o Pão da Presença era considerado uma oferta santíssima (Lv 24:9), quanto mais santos devemos ser nós ao nos aproximarmos do Pão da Vida? Não é de se admirar que enquanto os crentes coríntios comiam a Ceia do Senhor “sem discernir o corpo do Senhor”, muitos estivessem “fracos e doentes” (1 Coríntios 11:29, 30). Portanto, ao mesmo tempo que enfatizamos que estamos sob a graça, não devemos ignorar que nosso Senhor continua sendo o Santo que não se pode menosprezar.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 25:31–40


(1) Ao ler sobre o desenho do candelabro, pondere as seguintes perguntas:

a. Que aspectos chamaram sua atenção ou estimularam sua imaginação?

b. Que perguntas este trecho faz surgir em você?

(2) Do ponto de vista prático, o Lugar Santo precisava de luz para que os sacerdotes pudessem servir diante do Senhor em favor do povo, e a função do candelabro era fornecer essa luz. Mas sua implicação espiritual também é inconfundível. Além do simbolismo do ouro, que outros símbolos representados por este candelabro dourado você conseguiu identificar?

(3) Embora o Pentateuco não atribua nenhum significado espiritual imediato a este candelabro, Deus mais tarde revelaria seu significado espiritual (ou pelo menos um de seus significados espirituais) a Zacarias (Zacarias 4:1-14). Qual é esse significado?

(4) O Senhor Jesus também usa candelabros de ouro como analogia (Apocalipse 1:20). O que esses candelabros representam? Como isso nos ajuda a entender a função espiritual do candelabro de ouro que era colocado dentro do tabernáculo?

(5) Em geral, os comentaristas pensam que a razão pela qual o candelabro tinha a forma de uma amendoeira em flor é “que de todas as árvores ela é a primeira a florescer e dar frutos” (K&D, 435) (Jer. 1: 11, 12). Se isso for certo, qual a importância do fato de o castiçal ter a forma de uma amendoeira?

(6) O que significa a repetição do mandamento no v. 40?

(7) Qual é a lição que você aprendeu hoje e como pode aplicá-la em sua vida?


Reflexão meditativa
O candelabro de ouro

Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele.” (NVI-PT) (Apocalipse 2:5)

Gostaria de compartilhar com vocês os seguintes pensamentos de Keil & Delitzsch sobre o que significa o candelabro de ouro, tanto para aquela época quanto para hoje:

“O significado do candelabro de sete braços se vê claramente ao observar seu propósito, a saber, sustentar sete lâmpadas que cada manhã eram limpadas e enchidas com óleo, e cada tarde eram acesas para queimarem durante a noite (cap. 27:20, 21; 30:7, 8; Levítico 24:3, 4). Assim como os israelitas deviam preparar o alimento espiritual (pães da proposição) na presença de Jeová e oferecer continuamente o fruto de seu trabalho no campo do reino de Deus como oferta espiritual ao Senhor, eles também deviam se apresentar continuamente diante Jeová através das lâmpadas acesas, como veículos e meios de luz, como uma nação cuja luz brilharia nas trevas deste mundo (cf. Mt. 5:14, 16; Lc. 12:35; Filipenses 2:15). Devido à sua virtude peculiar de conferir força ao corpo e restaurar o poder vital, o azeite usado pelas lâmpadas para queimar e brilhar era uma representação do espírito divino, a fonte de todo poder vital no homem; e ao longo das Escrituras, o azeite que era oferecido pela congregação de Israel e dedicado a propósitos sagrados conforme ordenado por Deus é um símbolo do Espírito de Deus que enchia a congregação de Deus com maior luz e vida. Pelo poder desse Espírito, Israel, em sua aliança com o Senhor, faria brilhar sua luz, a luz de seu conhecimento de Deus e sua iluminação espiritual, diante de todas as nações da terra. Em seus sete braços, o selo do relacionamento da aliança estava gravado no castiçal; e a flor de amêndoa com que era adornada representava a oferta sazonal das flores e frutos do Espírito; a amendoeira deriva seu nome... do fato de que, de todas as árvores, ela é a primeira a florescer e a dar frutos (cf. Jer. 1:11, 12). As Escrituras apontam claramente o caráter simbólico do candelabro. O profeta Zacarias (cap. 4) vê um candelabro de ouro com sete lâmpadas e duas oliveiras, uma de cada lado, que abastecem o vaso de azeite; e o anjo que fala com ele explica que as oliveiras são os dois filhos do azeite, quer dizer, representavam o reino e o sacerdócio, as entidades divinamente designadas, pelas quais o Espírito de Deus era comunicado e canalizado para a nação da aliança. E em Apocalipse 1:20, as sete igrejas, que representam o novo povo de Deus, isto é, a Igreja Cristã, são reveladas ao santo vidente na forma de sete candelabros que estavam diante do trono de Deus”.
(Keil & Delitzsch, 435)

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 26:1–37

Este longo capítulo pode parecer bastante tedioso; no entanto, sugiro que você o leia devagar, usando como guia as divisões e elementos destacados abaixo. É boa ideia prestar atenção aos materiais e cores utilizados e tentar compreender o seu significado:

Vv. 1-6: O tabernáculo era composto de 10 cortinas feitas de fio e tecido caro (dois conjuntos de cinco cortinas), unidas por laços, de modo que seu comprimento total era de aproximadamente 18,3m (60 pés) e sua altura de 12,8m (42 pés). Observe que essas cortinas tinham bordados de querubins.

Vv. 7-14: Para proteger essas cortinas caras, o povo devia fazer um conjunto adicional de cortinas e duas coberturas. As cortinas eram feitas de pele de cabra com os pelos intactos, cujas dimensões quando estendidas eram de aproximadamente 20m (66 pés) de comprimento e 14m (45 pés) de altura, o suficiente para cobrir o tabernáculo em si, incluindo seu anterior e postierior. Além dessas duas camadas, outra cobertura devia ser feita de pele de carneiro, e ainda outra de pele de toninha; isso significa que o tabernáculo era uma tenda com quatro camadas ao todo.

Vv.15-30: Estas cortinas deviam ser fixadas por suportes verticais ancorados em pedestais de prata e unidos por uma série de travessas e dois suportes de canto especiais.

Vv. 31-35: O tabernáculo seria dividido num Lugar Santíssimo com menores dimensões [4,6m (15') x 4,6m(15') x 4,6m(15')] onde seria colocada a arca, separado do Lugar Santo [cujas dimensões eram de 9,1m (30') x 4,6m(15') x 4,6m(15')] por um véu de tecido fino com bordados de querubins.

Vv. 36-37: A extremidade oriental aberta do tabernáculo devia ser vedada com uma cortina feita do mesmo material que as cortinas internas e o véu.

(1) Você notou que no desenho do tabernáculo há uma mudança gradual em relação aos materiais usados, a saber, quanto maior a distância entre o material e o Santo dos Santos, menos precioso era? Por que?

(2) Além dos dois querubins que seriam feitos para estarem em cima da tampa da Arca, outros seriam bordados na camada mais interna das cortinas. O que isso simboliza?

(3) Acredita-se que o desenho do sistema usado para suportar as cortinas enfatiza sua portabilidade; isso significa que o tabernáculo representava uma Presença que estava sempre em movimento. Alguns comentaristas pensam que isso aponta para a temporalidade da presença de Deus, enquanto outros pensam que é um sinal de Sua presença constante onde quer que Seu povo estivesse. O que você acha? Por quê?

(4) Leia novamente os vv. 31-34, sobre a colocação do véu que separava o Lugar Santíssimo do Lugar Santo. Depois leia Marcos 15:38. Imagine que você fosse o sacerdote que servia no Lugar Santo quando presenciou o rompimento do véu. Que impacto isso teria tido sobre você e os outros que teriam corrido para ver o que tinha acontecido?

(5) Que lição você aprendeu hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?


Reflexão meditativa
Para uma compreensão adequada do uso de imagens

E o tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e pano azul, e púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada.” (ARC) (Êxodo 26:1)

Ao lermos as diversas instruções sobre a construção do tabernáculo, talvez nos perguntemos por que o mesmo Deus que se opunha tanto à fabricação de ídolos usaria imagens em Seu próprio santuário. Gostaria de compartilhar com você as reflexões de João Damasceno, um pai da Igreja Oriental que viveu no século 7. Embora hoje não concordemos com tudo o que ele acreditava sobre o uso de imagens e ícones, suas observações sobre o tabernáculo merecem nossa reflexão:

'Disse então o Senhor a Moisés: "Eu escolhi Bezalel ... e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, para talhar e esculpir pedras, para entalhar madeira;" ' (Êxodo 31:1-5) [18]. E ainda: 'Disse Moisés a toda a comunidade de Israel... "Todo aquele que, de coração, estiver disposto, trará como oferta ao Senhor ouro, prata e bronze; fios de tecidos azul, roxo e vermelho; linho fino e pêlos de cabra; peles de carneiro tingidas de vermelho e couro; madeira de acácia; óleo para a iluminação; especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático; pedras de ônix e outras pedras preciosas para serem encravadas no colete sacerdotal e no peitoral" ' (Êxodo 35:4-10).

"Eis aqui a glorificação dos materiais que tu tornas inglórios. O que é mais insignificante do que o cabelo ou as cores de uma cabra? Não são cores o escarlate, violeta e jacinto? Agora considera isso: o trabalho das mãos do homem se torna a semelhança dos querubins. Como, então, você pode fazer da lei um pretexto para renunciar ao que ela mesma ordena? Se você a invoca contra as imagens, deve guardar o sábado e praticar a circuncisão. É certo que 'caso se deixem circuncidar, Cristo de nada lhes servirá. ... Vocês, que procuram ser justificados pela Lei, [19] caíram da graça' (Gálatas 5:2-4). O Israel da antiguidade não viu a Deus, mas 'todos nós ... com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor' (2 Coríntios 3:18).

"Nós também o proclamamos com nossos sentidos por todos os lados, e santificamos o sentido mais nobre, que é a visão. A imagem é um memorial, o que as palavras são para o ouvido atento. O que um livro é para o letrado, assim é uma imagem para o analfabeto. A imagem fala aos olhos como as palavras ao ouvido, ela nos traz entendimento. Portanto, Deus ordenou que a arca fosse feita de madeira incorruptível, e que fosse dourada por dentro e por fora, e que as tábuas, e o cajado e a urna de ouro contendo o maná fossem colocados nela para servir como lembrança do passado e um tipo do futuro. Quem pode dizer que essas coisas não eram imagens e arautos distantes? E não estavam penduradas nas paredes do tabernáculo, mas à vista de todo o povo que olhava para elas, eram apresentados para o culto e adoração de Deus, que os usava. É evidente que não eram adoradas por si mesmas, mas por elas o povo era guiado a lembrar os sinais do passado e adorarar o Deus das maravilhas. Eram imagens cuja função era servir como lembranças; não eram divinas em si mesmas, mas objetos que conduziam às coisas divinas pelo poder divino."

(João de Damasco, Sobre a Imagem Divina, 18-19)

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 27:1–8; 20-21



Vv. 1-8
: O Altar

Este talvez tenha sido o móvel mais usado no tabernáculo, uma vez que os sacerdotes faziam sacrifícios diários em favor do povo. De fato, sem o altar, não haveria acesso à Presença do Senhor. E como parte do processo de sacrifício, o sangue da oferta pelo pecado devia ser colocado sobre ela (Lv 4:7). Este ritual lembrava constantemente as pessoas de seus pecados e sua necessidade de expiação através do sangue de animais.

(1) Com frequência, a adoração pagã também tomava a forma de sacrifícios de animais em seus altares. À luz disso, como os israelitas deviam distinguir a si mesmos e sua adoração daquela dos pagãos?

(2) Consulte Êxodo 21:14 e 1 Reis 1:50-53. Você consegue formar uma ideia sobre o que os israelitas pensavam do altar?

(3) A primeira coisa que os israelitas fizeram quando voltaram do exílio após a destruição do templo pelos babilônios foi reconstruir seu altar (Esdras 3:2-6). Por quê?

(4) Desde o ano 70 d.C. até hoje, basicamente não existe mais um altar designado para o povo judeu fazer os seus sacrifícios. Qual deveria ser a mensagem para os judeus hoje?

(5) Além da necessidade de eles se apresentarem a Deus com o sangue sacrificial, que outros significados são sugeridos pelo ato de oferecer o sacrifício?

(6) Agora, como cristãos, não precisamos realizar ritos de sacrifício porque Jesus, o Cordeiro de Deus, já apresentou o sacrifício final, de uma vez por todas, por nossos pecados. À luz disso, como devemos viver o significado definitivo da adoração mediante a oferta de sacrifícios a Deus? (vide Romanos 12:1-2)

Vv. 20-21: O azeite para o candelabro

O propósito da instrução para usar azeite claro (não prensado) era garantir que a luz gerasse a menor quantidade de fumaça possível, e parece que a tarefa de manter as lâmpadas acesas desde a tarde até à manhã era responsabilidade do sacerdote do turno da noite. O Salmo 134:1 diz o seguinte ao sacerdote que servia no turno da noite: "Venham! Bendigam o Senhor todos vocês, servos do Senhor, vocês, que servem de noite na casa do Senhor".

(7) Por que o salmista faz uma menção especial a esses sacerdotes que provavelmente tinham poucas responsabilidades além daquela de manter o candelabro aceso, e eram muito menos vistos pelo público?

(8) Qual poderia ser a lição para você hoje?

Reflexão meditativa
A adoração única de
Javé

Faça um altar de madeira de acácia. Será quadrado, com dois metros e vinte e cinco centímetros de largura e um metro e trinta e cinco centímetros de altura.” (NVI-PT) (Êxodo 27:1)

O altar era, sem dúvida, o móvel mais usado do tabernáculo, sem o qual era impossível o povo ter acesso a Deus. Além de oferecer sacrifícios em ocasiões especiais (como no Dia da Expiação), os sacerdotes usavam o altar para fazer as oferendas diárias.

Certa vez fui abordado por um líder de louvor na igreja que queria queimar incenso como parte do culto. Numa igreja chinesa, onde a maioria dos membros vem de uma tradição de culto ancestral tradicional (ou budista), é impossível desvincular a queima de incenso da adoração de ídolos; portanto, gentilmente recusei o pedido deste líder, embora ele tenha citado boas razões para fazê-lo, e até mesmo exemplos do livro de Apocalipse.

Isso me faz refletir sobre os ritos de sacrifício que Deus deu aos israelitas. Não seria exagero dizer que todos os vizinhos pagãos de Israel praticavam alguma forma de sacrifício animal aos seus deuses. À luz disso, como o povo de Deus podia mostrar através de sua adoração que seu Deus, Javé, é o único Deus verdadeiro?

Com certeza, os muitos mandamentos rígidos que governavam a maneira como eles deviam ser oferecidos representavam a santidade única de Javé (por exemplo, a insistência em evitar o uso de fermento), mas o próprio desenho do altar também refletia a santidade de Javé, das seguintes formas:

- Era feito de madeira de acácia coberta de bronze, com a expressa proibição de usar as pedras esculpidas (Êxodo 20:25) comuns no culto pagão, cujos altares eram "cobertos" de todo tipo de imagens de criaturas. Isso está em sintonia com o Segundo dos Dez Mandamentos. A atenção dos adoradores é desviada do instrumentoo altarpara os próprios sacrifícios—o derramamento de sangue nas ofertas pelo pecado, ou para o significado das ofertas. Em última análise, é claro que o foco principal é o Senhor que adoramos.

- Embora o mandamento anterior seja implícito, o mandamento em Deuteronômio 12 é explícito: os israelitas "não adorarão o Senhor, o seu Deus, como eles adoram os seus deuses" (NVI-PT) (12:4). Ele os ordena que tragam seus holocaustos e sacrifícios somente para o lugar que Deus tinha escolhido – “Para lá vocês deverão ir” (NVI-PT) (12:5).

Todos esses mandamentos que parecem rígidos e estritos apontam não só para a santidade de Deus, mas também para a intenção da adoração como um todoisso os distingue da adoração pagã, onde as pessoas adoram com base naquilo que podem obter; pelo contrário, a adoração de Javé, além de ser totalmente centrada em Deus, é uma adoração de amor e comunhão com Deus.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 27:9–19

(1) O perímetro do pátio tinha a função de separar o espaço de culto do mundo exterior. A pessoa entrava no pátio com o único propósito de se aproximar de Deus e adorá-Lo. Como isso deve nos lembrar da atitude que nós devemos ter ao participar do nosso culto dominical?

Neste momento, talvez seja apropriado relembrar e refletir sobre o que já lemos até agora sobre o tabernáculo:

(2) 25:1-9: Deus revelou Seu desejo de “tabernacular” com Seu povo além dos limites do Monte Sinai. Quão diferente é nosso Deus de todos os deuses dos pagãos a esse respeito?

(3) 25:10-22: Deus revelaria Sua presença e se encontraria com Moisés entre os querubins na tampa sobre a Arca da Aliança. Como isso reflete tanto a santidade quanto a misericórdia de Deus?

(4) 25:23-30: Seria feita uma Mesa da Presença (face) sobre a qual seria colocado o Pão da Presença, que devia ser oferecido e guardado em perpetuidade. Como isso aprofunda a nossa compreensão do que Jesus, o Pão da Vida, diz sobre Si mesmo? "Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos" (João 6:53).

(5) 25:31-40: Um candelabro de ouro seria feito de ouro puro para iluminar o Lugar Santo (27:20-21 exige o uso de azeite claro e afirma que devia permanecer aceso perpetuamente). Em que sentido devemos nos tornar como Jesus, a luz deste mundo, semelhante à pureza e brilho do candelabro de ouro?

(6) 26:1-37: Este trecho specifica que devia haver quatro camadas de cortinas e uma divisória entre o Lugar Santíssimo e o Lugar Santo; essa separação não é mais necessária, pois a barreira entre o Deus Santíssimo e os pecadores já foi derrubada de uma vez por todas. Você acha que o desenho de algumas igrejas ou catedrais que seguem o padrão do tabernáculo (com uma divisão em três seções) é significativo ou consistente com o ensino bíblico?

(7) 27:1-8: São dadas instruções para a construção do importantíssimo altar, sem o qual não havia acesso a Deus. Como, então, devemos viver como "sacrifício vivo" a Deus? (Romanos 12:1-2)

(8) 27:9-19: Um pátio devia ser construído para separar o espaço de adoração do mundo exterior.—Qual dos dois mundos é o mundo "real", o mundo dentro do pátio ou fora do pátio?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?


Reflexão meditativa
Um verdadeiro pátio

Faça um pátio para o tabernáculo...” (NVI-PT) (Êxodo 27:9)

É claro que a razão pela qual o povo devia construir um pátio fora do tabernáculo propriamente dito era a necessidade de separar o tabernáculo e suas atividades do mundo exterior, e com razão. Para muitos cristãos em nossos dias agitados, o culto dominical dentro do santuário de Deus é o único momento e lugar em que podem desfrutar de um momento de quietude e sanidade (isto é, para aqueles que realmente são capazes de alcançar a quietude).

No entanto, os cultos de algumas igrejas são conduzidos como se fossem um show de variedades, com o constante ruído de instrumentos musicais e vocalistas que só serve para entorpecer os sentimentos internos ao invés de propiciar um verdadeiro silêncio para a reflexão. Pior ainda, alguns dos chamados "cultos para buscadores" são tão voltados para a ação que simplesmente não evocam nenhum senso de "santidade", algo que deveria estar relacionado com a adoração do Deus Todo-Poderoso. Talvez isso explique por que cada vez mais cristãos evangélicos estão voltando a igrejas altamente litúrgicas.

A igreja deve fornecer um "pátio" para proteger os fiéis de atividades e distrações externas. É preciso um planejamento de adoração intencional que evite a conversa e socialização excessiva antes da adoração, com hinos ou canções cuidadosamente selecionados para encorajar a adoração, uma mensagem bíblica centrada em Cristo e tempo suficiente para a oração e meditação. Eu me atrevo a sugerir às igrejas evangélicas que prolonguem o tempo de sua oração final, o qual deve ser o ponto culminante do culto inteiro, para que os adoradores possam rever seus pensamentos sobre o culto como um todo e responder calma e plenamente àquilo que o Espírito lhes falou. Caso contrário, assim que eles saírem do “pátio”, por mais maravilhosa que tenha sido sua experiência de adoração, tudo o que Deus colocou em seu coração se dissipará na mesa do almoço.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 28:1–9

(1) Por que era necessário fazer roupas especiais para o sacerdote?

(2) O que o vestuário tinha a ver com a consagração do sacerdote?

(3) Qual era o papel do sacerdote?

(4) A função de Arão e seus filhos era a de sumo sacerdote, um ofício que exigia um vestuário sagrado composto por um éfode (talvez parecido com um colete), um peitoral, um manto, uma túnica, um turbante e uma faixa. Este trecho especifica que os artesãos deviam usar "linho fino, fios de ouro e fios de tecidos azul, roxo e vermelho". O que as vestes têm em comum com os materiais do tabernáculo? Qual seria a razão disso?

(5) No ombro do sacerdote devia haver duas pedras de ônix gravadas com os nomes dos filhos de Israel:

a. Por que os sacerdotes tinham que carregar esses nomes nos ombros?

b. O que significa “como memorial diante do Senhor” (NVI-PT)?

c. Por que os nomes deviam ser gravados em pedras preciosas?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?


Reflexão meditativa
Jesus o Sumo Sacerdote

"Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles." (NVI-PT) (Hebreus 7:25)

Para mim, as características mais marcantes das vestes do sumo sacerdote são as duas pedras de ônix em suas ombreiras e as doze pedras em seu peitoral com os nomes das doze tribos de Israel.

Isso servia para lembrar o Sumo Sacerdote de sua tremenda responsabilidade diante do Senhor em favor do povo.

- Ele devia estar na presença do Senhor com nomes nos ombros, como um "memorial", ou seja, para lembrar a Deus de Sua aliança com todo o Seu povo.

- Ele sempre tinha que carregar em seu peito (seu coração) as doze tribos de Israel.

Essa é a incrível responsabilidade que os pastores da igreja agora também assumem. Devemos levar o nosso povo sobre os nossos ombros—seu bem-estar espiritual, especialmente seu destino eterno, repousa sobre os nossos ombros. É uma responsabilidade enorme. Mas não é suficiente assumir essa responsabilidade; também devemos levar as pessoas em nossos corações—lembrar-nos delas em cada momento, especialmente na oração. Isso também pode ser uma carga pesada.

Mas estamos enganados se pensamos que essa responsabilidade é inteiramente nossa, pois o verdadeiro Sumo Sacerdote é nosso Senhor Jesus Cristo, que “vive sempre para interceder por eles”.

Com frequência encontro líderes de igreja e pastores com corações pesados (e, portanto, caras tristes) que parecem carregar o fardo de seu rebanho sozinho. E quando tenho o privilégio de orar com eles, eles suplicam ao Senhor como se fossem os únicos que se importam. Mas a realidade é esta: Ele é quem nos atrai para que nos aproximemos dEle e nos juntemos a Ele em intercessão. Somos nós que compartilhamos a Sua carga, ou Ele quem compartilha a nossa? Acredito que a opção correta seja a primeira, uma vez que Ele é o Sumo Sacerdote que leva todos os nossos nomes diante do Pai. Ele é o Sumo Sacerdote que leva todos os nossos nomes em Seu coração. Quando percebemos isso, experimentamos que Seu jugo é suave e Seu fardo é leve, porque Ele já carregou a maior parte de todos esses fardos.