Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 32:27–35

Hoje continuaremos o nosso estudo de Êxodo, o segundo livro do Velho Testamento.

(1) Quando Moisés exigiu ao povo que tomasse uma decisão (v. 26), ele os estava chamando a se arrependerem e se comprometerem novamente com o Senhor. Quais foram os que responderam ao seu chamado e, na sua opinião, como eles manifestaram a sua decisão “pelo Senhor”?

(2) Aconteceu que "se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi"; isso sugere que as outras tribos estavam divididos quanto à sua decisão. O que Moisés fez com aqueles que continuavam rebeldes? Suas ações foram demasiado severas?

(3) Em que sentido os levitas foram consagrados ao Senhor"? Como eles mostraram que eram dignos do seu chamado (para servir ao Senhor)?

(4) Que lição espiritual devemos aprender dos levitas?

(5) O Senhor se conteve e não infligiu nenhum castigo imediato; no entanto, Moisés não tinha certeza de que seria possível "fazer propiciação" pelos pecados do povo (v. 30). O que ele quis dizer quando usou o termo "propiciação" com relação ao que seria necessário para "fazer propiciação" pelo pecado do povo? (vide Levítico 17:11)

(6) Talvez motivado por sua percepção da gravidade do pecado do povo, que talvez fosse maior que a capacidade expiatória do sangue de um animal, o que Moisés ofereceu a Deus?

(7) Moisés entendia quais eram as consequências de sua súplica? Mesmo assim, com sua súplica ele esteve disposto a colocar em risco seu próprio destino eterno. Por que?

(8) Que paralelismo encontramos em Romanos 9:3? Como líder, quão semelhante era a situação de Paulo à de Moisés?

(9) A julgar pela resposta de Deus, Ele tinha perdoado o Seu povo? Por que ou por que não?

(10) Com base nessa ação de Deus, que definição você daria ao perdão?

(11) Qual foi o veredicto da Bíblia sobre Arão?

(12) O que você aprendeu hoje e como pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
Um líder como nenhum outro

"Mas agora, eu te rogo, perdoa-lhes o pecado; se não, risca-me do teu livro que escreveste." (NVI-PT) (Êxodo 32:32)

Esta oração de Moisés em Êxodo 32:32 é, sem dúvida, uma das maiores orações (se não a maior) feita por algum homem na Bíblia.

Esse relutante líder de Israel sabia quão ingrato, infiel e mutável era seu povo. Quando ele matou um egípcio, arriscando sua própria vida para defender o povo, eles não o apreciaram de forma alguma (Êxodo 2:14); quando ele basicamente foi obrigado a assumir a tarefa impossível de libertar o povo do jugo de Faraó, eles gemeram ao experimentarem o primeiro revés (5:20). Depois de ter visto inúmeras pragas milagrosas caírem sobre os egípcios, o povo rapidamente se arrependeu de suas ações quando foi perseguido pelo exército do faraó. Mais tarde houve queixas contínuas, primeiro sobre a falta de água e depois que a comida era inaceitável. Suas queixas constantes finalmente culminaram na fabricação do bezerro de ouro. Se eu fosse Moisés, receio que teria aproveitado esta oportunidade de ouro para abandonar a missão e deixar que Deus levantasse outro líder novato que não sabia no que estava se metendo, ou que Ele prosseguisse com o Seu plano de castigar essas pessoas perversas, infiéis e ingratas, apesar de tudo o que Moisés tinha sacrificado por eles.

Mas Moisés fez o oposto. Ele sabia que seu pecado era tão grave que não podia ser expiado, nem mesmo pelo sangue de animais. Por isso ele disse ao povo: "Mas agora subirei ao Senhor, e talvez possa oferecer propiciação pelo pecado de vocês" (32:30). Com isso, ele subiu ao encontro de Deus sem levar nenhum animal de sacrifício. Ele sabia que era necessário fazer expiação para obter o perdão; por isso ele em essência apresentou o seu próprio sangue: “Se não, risca-me do teu livro que escreveste”, disse Moisés ao Senhor.

Aparentemente, João Calvino pensou que Moisés estava sendo presunçoso; no entanto, eu acredito que ele realmente quis dizer cada palavra que saiu de sua boca. É possível que Moisés, a essa altura de sua compreensão e relacionamento com o Senhor, ainda não tivesse alcançado uma compreensão teológica totalmente adequada (por isso Deus teve que informar-lhe que seu destino eterno já estava seguro); no entanto, ele foi sincero quando colocou o destino eterno coletivo de seu povo à frente do seu próprio destino. Ele sabia que o que realmente importa na vida é o relacionamento eterno que se tem com Deus. "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos" (Jo 15:13), Moisés foi um exemplo desse amor, embora fosse impossível que sua vida, a vida de um pecador (mesmo que fosse eterna), fosse tomada como base de expiação; somente a vida sem pecado de Cristo pode ser usada como base de expiação. Mas apesar disso, a súplica de Moisés foi uma poderosa manifestação de sua semelhança com Cristo com respeito a isso.

Não é exagero dizer que Moisés foi um líder incomparável.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 33:1–11

(1) Em 32:10, parece que o Senhor tinha decidido quebrar a Sua promessa com Abraão; mas aqui, Ele a reafirma, mas inclui uma exceção. Qual é essa exceção?

(2) Quão importante foi essa exceção, especialmente à luz da necessidade de a adoração a Javé ser diferente da adoração pagã?

(3) Como o povo reagiu diante da resposta do Senhor?

(4) Por que eles consideraram Sua resposta “palavras terríveis”? Como isso revelou a maturidade do povo com relação a seu relacionamento com o Senhor?

(5) Nesta passagem, aprendemos que mesmo antes de receber as instruções para a construção do tabernáculo, Moisés já tinha montado uma “Tenda do Encontro”.

a. Para que servia essa tenda?

b. Como Deus escolheu revelar Sua presença?

c. Por que Ele escolheu revelar Sua presença assim? Que mensagem clara Ele quis transmitir ao povo?

(6) Por mais incrível que tenha sido Deus e Sua aparição, como a Bíblia descreve os encontros que Moisés tinha com o Senhor?

(7) O que significa “face a face”?

(8) O que significa “como quem fala com seu amigo”?

(9) Que tipo de Deus é descrito neste trecho?

(10) Você poderia usar as mesmas expressões para descrever o seu próprio encontro diário com o Senhor? Por que ou por que não?

(11) Josué é mencionado aqui numa nota final sobre essas reuniões. Por que ele é mencionado?

(12) O que você aprendeu hoje e como pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
A aliança definitiva

"Pois não subirei no meio de ti, ó Israel, para que não te destrua no caminho, pois és um povo de dura cerviz." (NVI-PT) (Êxodo 33:3)

Parece que a ira de Deus foi apaciguada pela súplica sem precedentes de Moisés, na qual ele usou o seu próprio destino eterno como sacrifício, pois Deus declarou que não quebraria a promessa que tinha feito aos seus antepassados, salvo com respeito a um detalhe: em vez de ir com eles, Ele enviaria um anjo para guiá-los.

Embora isso possa ter sido uma boa notícia para Moisés e o povo, eles entendiam o grande impacto que teria a ausência de Deus e ficaram angustiados. Talvez você se pergunte qual seria a diferença. Contanto que o anjo fosse enviado por Deus como representante do Senhor, tudo sairia bem; os milagres continuariam a segui-los ou até mesmo ir diante deles; os inimigos seriam derrotados e o povo finalmente seria levado para a Terra Prometida. Qual seria a diferença? Moisés explicou essa diferença enquanto continuava a suplicar a Deus que mudasse sua decisão: "Se não fores conosco ... Que mais poderá distinguir a mim e a teu povo de todos os demais povos da face da terra?" (Êxodo 33:15-16).

Durham explica perspicazmente: “Nenhum povo, independentemente de quão religioso seja (ou por qualquer outro motivo), pode ser o povo de Deus sem possuir a Presença de Deus. Moisés apresentou o dilema final: a decisão de Javé de retirar Sua presença de Israel era o equivalente a decidir o próprio destino de Israel. Sem a presença de Javé, na sombra escura e caótica de Sua ausência, Israel deixaria de existir." (Durham, 448)

De fato, em última análise, a aliança não é sobre sua entrada na Terra Prometida, nem sobre sua posição como nação independente, mas sobre sua identidade como um Povo que pertence a Deus.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 33:12–14

[Devido à preciosidade deste diálogo entre Moisés e o Senhor, ele merece a nossa atenção especial. Por isso, sugiro que façamos uma pausa para refletir cuidadosamente sobre os três versículos de hoje.]

(1) Antes de refletir sobre este maravilhoso diálogo entre Moisés e o Senhor, peço-lhe que reflita sobre seu encontro diário com o Senhor: você está satisfeito com sua comunhão diária com o Senhor? Numa escala de 1 a 10, como você avaliaria o seu encontro diário com o Senhor?

(2) Explique o(s) motivo(s) dessa classificação.

(3) Ao ler esta passagem, reflita sobre as seguintes perguntas:

a. Como você avaliaria a comunhão que Moisés teve com o Senhor?

b. Você acha que Moisés ficou satisfeito com o seu encontro com o Senhor? Por que ou por que não?

(4) Leia com atenção os vv. 12-13 e analise os seguintes detalhes (um por um) com relação a (a) o que Moisés estava pedindo, e (b) a base sobre a qual ele fez cada um de seus pedidos:

a. Ele pediu que Deus lhe dissesse quem enviaria. Qual foi a base desse pedido? Por quê?

b. Ele pediu que Deus lhe revelasse os Seus propósitos. Qual foi a base desse pedido? Por quê?

  1. Mais especificamente, o que significa "que eu te conheço pelo nome"?
  2. O que esse pedido tem a ver com o fato de Moisés ter achado graça aos olhos de Deus e ser visto com agrado?
  3. O que significa "para que eu te conheça"? O que isso tem a ver com o pedido?

c. O que o lembrete de que “esta nação é o teu povo” tem a ver com os pedidos acima?

(5) O que podemos aprender com Moisés sobre o seguinte?

a. o fato de ele ter baseado seus pedidos naquilo que o Senhor tinha dito

b. as razões pelas quais ele fez esse pedido específico

(6) Qual foi a resposta de Deus (v. 14)?

(7) Responda as seguintes perguntas sobre o descanso que Deus prometeu que daria a Moisés:

a. O que Deus considerou como o pedido final de Moisés?

b. O que significa "descanso"?

c. Qual a relação entre o descanso de Moisés e a “Presença” de Deus que o acompanharia?

(8) Você pode dizer que tem esse mesmo "descanso" que o Senhor prometeu a Moisés? Por que ou por que não?

(9) Depois de ter lido este diálogo entre Moisés e o Senhor, o que você quer pedir ao Senhor hoje?

(10) O que você aprendeu hoje e como pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
Conhecer a Deus

"Para que eu te conheça ... " (NVI-PT) (Êxodo 33:13)

Acabamos de ler uma das descrições mais surpreendentes da comunhão de Moisés com o Senhor: os dois estavam face a face, falavam como quem fala com seu amigo; além disso, Moisés refletiu a glória de Deus em seu rosto. Se eu tivesse que avaliar o tempo que Moisés passou a sós com Deus, eu com certeza lhe daria uma nota 10!

No entanto, parece que Moisés, apesar de ter tido um encontro tão íntimo com o Senhor, ainda estava longe de estar satisfeito; algo ainda estava faltandoalgo ainda estava faltando. Por isso, ele pressionou o Senhor para que lhe desse mais (Êxodo 33:12-13).

O primeiro de seus pedidos tinha a ver com sua missão como líder do povo de Deus. Moisés disse: “mas você não me disse quem você vai enviar comigo”. Em outras palavras, ele admitiu que não era capaz de liderar o povo de Deus sozinho. Ele sabia que sem a ajuda de Deus ele só seria um fracasso, não um sucesso.

Ele baseou o seu segundo pedido na escolha e no favor de Deus. Deus tinha dito que conhecia Moisés pelo nome; isso significa que entre todas as pessoas, Deus o conhecia de maneira pessoal, completa e intima, e esse conhecimento era uma prova do favor de Deus. No entanto, Moisés não ficou satisfeito com isso, uma vez que podia ser unilateral. Embora não houvesse dúvida de que Deus o conhecia intimamente, ele não conhecia a Deus na mesma medida. Por isso ele pediu: "revela-me os teus propósitos, para que eu te conheça ..." Moisés queria conhecer a Deus como ele era conhecido por Deus. Ele ansiava por um conhecimento genuíno, um conhecimento mútuo, uma intimidade verdadeira. E não haveria nenhum conhecimento verdadeiro se a presença de Deus não o acompanhasse.

Lemos em seguida que Deus ficou tão satisfeito com seu pedido que respondeu: "Eu mesmo o acompanharei, e lhe darei descanso".

Deus sabia que, apesar de Suas gloriosas aparições a Moisés que aconteciam de vez em quando, somente Sua presença constante e permanente podia satisfazer verdadeiramente o anseio interior de uma alma humana. Isso não quer dizer que Moisés estivesse correndo atrás de algo espetacular; ele só queria uma coisaa presença eterna de Deus com ele.

Agostinho teve razão quando disse: "Nossos corações estão inquietos até eles encontrarem o seu descanso em Ti".

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 33:15–23

(1) De acordo com Moisés, por que a presença de Deus distinguia ele e o povo de Deus de todos os outros povos sobre face da terra? Por que não teria sido suficiente a proposta de Deus de enviar um anjo diante deles?

(2) Qual foi a resposta inequívoca de Deus a Moisés? Reflita sobre Sua resposta e considere quão preciosa ela deve ter sido para Moisés.

(3) E você? Deus está lhe dizendo a mesma coisa hoje? Por que ou por que não?

(4) No v. 18, Moisés faz um pedido muito ousado a Deus. Você acha que foi um pedido feito sob o impulso do momento, ou algo sobre o qual Moisés já esteve pensado desde o início do diálogo?

(5) O que levou Moisés a fazer um pedido tão ousado?

(6) O que isso nos mostra sobre Moisés e seu relacionamento com o Senhor?

(7) A resposta que Deus deu a Moisés teve 4 partes:

a. O que queria dizer que Deus faria toda a Sua bondade passar diante de Moisés?

b. O que significou a proclamação do nome de Deus (isto é, Javé) na presença de Moisés?

c. Por que Deus enfatiza Sua soberania com relação à Sua misericórdia e compaixão neste trecho?

d. Qual é a única coisa que Deus não pode fazer? Por quê?

(8) Qual foi a segunda "melhor" coisa que o Senhor podia fazer em resposta ao pedido de Moisés? Qual foi o seu propósito?

(9) Compare o encontro que Moisés teve com o Senhor aqui com os nossos encontros com Ele hoje:

a. Existe alguma diferença quanto ao nosso relacionamento com Deus?

b. Existe alguma diferença quanto à Sua presença conosco?

c. Existe alguma diferença quanto à orientação que Ele nos dá?

d. Existe alguma diferença quanto à experiência de ver Seu rosto?

(10) Quem é mais bem-aventurado: Moisés ou você? Por quê?

(11) O que você aprendeu hoje e como pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
A beleza de sua glória

"Eu imploro que você me mostre sua glória." () (Êxodo 33:18)

Acabamos de refletir sobre como Moisés ansiava por conhecer a Deus como Deus o conhecia. Com a presença de Deus assegurada, sua alma deveria ter repousado. Eu acho que ele de fato descansou; no entanto, o amor não tem fim. Quem não quer mergulhar na fonte do amor de Deus? Por isso, ele insistiu que Deus lhe desse mais: “Rogo-te que me mostres a tua glória”, disse Moisés ao Senhor.

Talvez você se pergunte por que Moisés fez esse pedido. Ele não tinha visto a presença impressionante de Deus no Monte Sinai? Ele não tinha visto Deus face a face, até mesmo na humilde tenda da reunião? Ele não tinha falado com Deus como com um amigo? A glória de Deus não tinha envolvido a tenda? Por que ele pediu que Deus lhe mostrasse Sua glória?

Deus entendeu o anseio de Moisés e respondeu: "Você não poderá ver a minha face, porque ninguém poderá ver-me e continuar vivo" (Êxodo 33:20).

A maioria dos comentários que encontrei são da opinião de que Deus já tinha mostrado Seu rosto a Moisés, embora de forma limitada, não em toda a Sua plenitude; caso contrário, Moisés não teria suportado a visão. Portanto, o que Moisés queria agora era ver Deus como Ele é em Sua forma plena, algo que é impossível até aquele dia "quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1 João 3:2).

Embora o que Moisés pediu tenha sido impossível, ele recebeu o que é possível antes de chegar ao céu; além de lhe mostrar suas costas, Deus fez passar toda a Sua "glória" diante dele. (Êxodo 33:19)

Gosto muito do que Calvino diz sobre este trecho:

“A expressão fazer passar refere-se a uma visão de curta duração, como se Deus dissesse: Basta que você veja minha glória uma vez, como por um momento, quando ela passar diante de seus olhos. A palavra ... tub, que eu traduzi com a palavra beleza (decorum), tem sido traduzido por outros com a palavra bem (bonum); é por isso que alguns a entendem como se fosse bondade; no entanto, a expressão beleza ... é mais adequada, e encontramos que esse é o significado com o qual a palavra é usada mais de uma vez."
(Calvino, 378)

Ó Senhor, que possamos ver a mesma beleza que Moisés viu!

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 34:1–9

(1) O que simboliza o fato de Deus de ter gravado os Dez Mandamentos em tábuas de pedra novamente, especialmente à luz do incidente do bezerro de ouro?

(2) Dada a idade de Moisés ,as duas tábuas de pedra que ele teve que carregar até o topo da montanha teriam sido muito pesadas. O que mais isso sugere sobre a Lei, num sentido metafórico ou espiritual?

(3) Compare o que aconteceu nos versículos 5-7 com o que Deus tinha prometido a Moisés em 33:19.

a. O que essa revelação especial de Deus significou para Moisés, especialmente à luz da promessa?

b. Reflita novamente sobre o importante simbolismo do fato de Deus ter proclamado o Seu próprio nome, Javé, ao passar diante de Moisés. (Aliás, Ele proclamou Seu nome duas vezes!)

c. Qual é a importância de cada uma das outras proclamações que foram feitas nesse momento?

  1. compassivo, misericordioso e paciente
  2. cheio de amor e de fidelidade
  3. mantém o seu amor a milhares
  4. não deixa de punir o culpado e seus filhos (e netos) até a terceira e a quarta gerações! (Por que isso foi deixado até o final da proclamação?)

(4) Quão especial foi a resposta de Moisés nos vv. 8-9, especialmente à luz do fato de ele poder falar com Deus "como quem fala com seu amigo" (33:11)?

(5) Neste momento em que Deus cumpriu o que tinha prometido a Moisés em 33:19, Moisés aproveitou a oportunidade para apresentar uma súplica a Deus? Qual foi? O que é enfatizado pelo uso da palavra “herança” (34:9)?

(6) O que você aprendeu hoje e como pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
O nome do Senhor

E o Senhor passou diante dele e proclamou: 'O Senhor! Jeová! ' (Êxodo 34:6)

É interessante notar que quando o Senhor apareceu novamente a Moisés e “permaneceu ali com ele”, Ele proclamou o Seu próprio nome, Javé, duas vezes. O significado disso é explicado muito bem por Keil e Delitzsch no parágrafo abaixo:

“Não nos é dito o que Moisés viu, somente as palavras pelas quais Jeová proclamou toda a glória de Seu ser; quanto a Moisés, está registrado que ele inclinou a cabeça à terra e adorou. Este 'sermão sobre o nome do Senhor', como Lutero o chamava, revelou a Moisés a natureza mais oculta de Jeová. Ele proclamou que Deus é amor, mas um tipo de amor no qual a misericórdia, graça, longanimidade, bondade e verdade se unem à santidade e à justiça. Como Aquele que é misericordioso, grande em bondade e verdade, Jeová mostra misericórdia a milhares, perdoa o pecado e a iniquidade com paciência e graça, mas não deixa o pecado impune, e em Sua justiça visita o pecado dos pais sobre os filhos e filhos dos filhos, até a quarta geração. O Senhor já tinha se revelado à nação desde o Monte Sinai como um Deus que pune o pecado e mostra misericórdia (cap. 20:5ss.). No entanto, enquanto neste momento em que o zelo ardente de Jeová que pune o pecado ainda estava em primeiro plano, enquanto a misericórdia só viria depois, esta declaração destaca primeiro a graça, a misericórdia e a bondade. Portanto, todas as palavras que existia na língua para expressar a ideia da graça em suas várias manifestações ao pecador são aqui reunidas a fim de revelar o fato de que no mais íntimo de Deus está o amor. Mas a fim de que a graça não seja pervertida pelos pecadores, servindo de motivo para justificar a devassidão, nem aqui a justiça está ausente, com suas solenes ameaças, embora ela seja mencionada somente depois da misericórdia a fim de mostrar que a misericórdia é mais poderosa do que a ira, e que o amor santo não pune os pecadores até eles desprezarem as riquezas da bondade, paciência e longanimidade de Deus. Assim como Jeová proclamou Seu nome aqui, Ele também continuou a dar testemunho dele aos israelitas, desde sua partida do monte Sinai, até sua entrada em Canaã, e desde então até a sua dispersão entre os pagãos, e mesmo agora em seu exílio [*], mostrando misericórdia a milhares que creem no Redentor que tem saído de Sião."
(Keil e Delitzsch , 478)
[*Nota: os comentários de Keil e Delitzsch foram publicados antes d
o reestabelecimento da nação de Israel em 1948.]

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 34:10–17

(1) Apesar do horrível pecado cometido por essas pessoas que essencialmente tinham quebrado a aliança que Deus havia feito com eles, Deus se mostrou disposto a fazer uma nova aliança (ou renovar a aliança original) com eles devido à intercessão de Moisés. De acordo com os v. 10-11, quão especial foi esse pacto?

(2) O que isso revela sobre o caráter de Deus?

(3) Nesta nova (ou melhor, renovada) aliança, Deus repete ao povo as seguintes obrigações (entre outras):

a. Não deviam fazer nenhuma aliança com a população local. Como uma aliança feita com eles poderia se tornar um obstáculo para o povo no futuro? (Leia as razões de Deus nos vv. 15-16.)

b. Eles deviam derrubar altares, pedras e postes (v.13). O que aconteceria se eles não fizessem isso (aliás, eles não fizeram!)?

(4) Por que Deus achou necessário enfatizar esses dois mandamentos acima de todos os outros?

(5) Qual a mensagem atual para nós hoje?

(6) Essas primeiras obrigações terminam com o v. 17, que esté ligado inequivocamente aos eventos do bezerro de ouro. Depois do fracasso tão grave ao pé do Monte Sinai e desta clara reiteração do Senhor, você acha que os israelitas ousariam repetir a mesma ofensa? (Leia sobre o que aconteceu em 1 Reis 12-13 e qual foi a reação de Deus).

(7) O que você aprendeu hoje e como pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma ordem
demasiado passiva?

Acautele-se para não fazer acordo com aqueles que vivem na terra para a qual você está indo, pois eles se tornariam uma armadilha.” (NVI-PT) (Êxodo 34:12)

Como evangélicos, tendemos a resistir à ordem do Senhor aos israelitas na qual Ele os adverte a não se associarem com as nações vizinhas. Somos tentados a perguntar: "Como, então, eles poderiam alcançar essas pessoas pagãs para o Senhor?"

É verdade que Israel foi escolhido por Deus para ser uma nação de sacerdotes, e como herdeiro da aliança abraâmica, para ser uma bênção para todas as nações. Como já sabemos, esse tem sido o maior fracasso da nação de Israel. No entanto, seu fracasso foi precisamente o fato de eles não manterem sua devoção somente a Javé, uma vez que começaram a adorar os deuses das nações ao seu redor, devido ao descumprimento desse mandamento (34:12) do Senhor, um mandamento que Ele achou tão importante que pediu que Moisés o repetisse logo após sua descida do Monte Sinai.

É óbvia a razão pela qual o Senhor escolheu este mandamento específico para estar entre os primeiros que Moisés repetiu ao descer de seu encontro com Deus no Monte Sinai. Em termos de sua condição espiritual, a nação de Israel era como um adolescente. Não eram adultos nos assuntos do Senhor. Como qualquer adolescente, precisavam ser edificados no conhecimento do Senhor, e uma das chaves para seu crescimento era uma estrita obediência aos mandamentos do Senhor.

Se a nação de Israel tivesse obedecido a essa ordem de dissociação, tornando-se uma nação forte e leal à adoração de Javé, outras nações teriam sido atraídas para aprender sobre os caminhos e a adoração ao Senhor. Vemos que alguns poucos gentios foram atraídos pelo judaísmo, como a rainha de Sabá nos dias de Salomão e o eunuco etíope do livro de Atos. No entanto, receio que o fracasso de Israel em viver sua devoção única ao Senhor e sua discriminação contra os gentios tenha impedido muitos mais de virem ao Senhor.

Isso não quer dizer que em nossos dias precisemos ser muito maduros no Senhor antes de podermos alcançar os incrédulos ao nos associar com eles nos lugares públicos da nossa vida diária; No mínimo, precisamos estar firmemente fundamentados na Palavra de Deus antes que poder tentar influenciar outros para Cristo. Ao tentar alcançar outros para Cristo, devemos lembrar que o que os levará a buscar a verdade em Cristo são a nossa cosmovisão e estilo de vida diferentes (e não nossa conformidade com os deles), e o nosso amor será a ponte que os ajudará a atravessar o abismo causado por essas diferenças.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Êxodo 34:18–35

(1) Após a reiteração contra a adoração de ídolos, a segunda parte desta aliança renovada trata das coisas relacionadas à adoração de Javé. Tente analisar todos esses lembretes e determine qual é a ênfase de cada um, quando se trata da adoração a Javé.

(2) Agora compare suas reflexões com as seguintes sugestões:

a. A celebração dos pães sem fermento (v. 18): nenhum pecado é permitido!

b. A regra do primogênito ( vv . 19-20): todo o povo pertence ao Senhor !

c. A regra de não comparecer de mãos vazias (v. 20): um sinal de reverência e gratidão!

d. A regra do sábado (v. 21): Descanso, motivado pela obediência, separação e desejo de descansar em Deus !

e. As três festas e bênçãos (vv. 22-24): a importância de se reunir diante de Deus como povo, trazendo bênçãos especiais!

f. Regras que governam os sacrifícios (v. 25) : Sem contaminação!

g. É exigido o melhor! (v.26)

h. O cabrito não deve ser cozido no leite de sua mãe (v. 26b): mesmo quando você estiver oferecendo sacrifícios ao Senhor, tenha compaixão dos animais que serão sacrificados!

Reflita sobre essas regras que governavam os sacrifícios e a ênfase sugerida para cada uma (juntamente com suas próprias reflexões) aplicando-as à sua própria adoração ao Senhor hoje. Como esses lembretes ou ênfases podem revolucionar sua adoração hoje?

(3) Quanto tempo Moisés esteve com o Senhor nesta ocasião?

(4) Desta vez, como o povo lidou com sua ausência?

(5) Por que o rosto de Moisés ficou radiante, embora ele mesmo não estivesse ciente disso?

(6) Com base no que é descrito neste trecho, isso não aconteceu apenas neste encontro específico de seus 40 dias e noites, mas em cada uma das reuniões que Moisés teve com o Senhor. Você acha que isso se trata de algo que  só pode acontecer com Moisés (e com um propósito específico), ou que pode até acontecer conosco hoje?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O rosto radiante de Moisés

Ao descer do monte Sinai com as duas tábuas da aliança nas mãos, Moisés não sabia que o seu rosto resplandecia por ter conversado com o Senhor.” (NVI-PT) (Êxodo 34:29)

Para mim, o ponto culminante do estudo de Êxodo aparece nos capítulos 33-34, onde a relutante jornada de Moisés com Deus se transformou em sua busca pessoal para conhecer a Deus e até mesmo vê-Lo. Sua jornada tinha sido transformado: não era mais uma tarefa e um dever, mas uma amizade e intimidade com seu Mestre. E o mais incrível de tudo é que, embora Moisés nunca tenha buscado o espetacular e a glória, ele acabou mergulhando na glória de Deus sem saber. Cada vez mais, Deus se tornava sua única razão de ser; cada vez mais, conhecer a Deus se tornva sua única paixão na vida; cada vez mais, o brilho do seu rosto se tornava a marca da sua comunhão com o Senhor. Acredito que o brilho em seu rosto tinha menos a ver com a simples Presença de Deus e mais a ver com sua união com Deus no coração e na alma.

Em vez de ansiar pelo esplendor em si, eu o convido a passar um tempo com a fonte desse esplendor, o Senhor Jesus, refletindo sobre a letra do seguinte hino de Bernardo de Claraval, escrito no século XII—

Jesus de Doce Memória

Jesus de Doce Memória
Jesus de doce memória
Que traz verdadeira alegria ao coração
Mais doce que todo mel e todas as coisas
É a Tua doce presença

Nada se canta de mais suave
Nada se ouve de mais alegre
Nada se imagina mais doce
Que Jesus, filho de Deus

Jesus Esperança dos penitentes
Quão piedoso és aos que te pedem!
Quão bom és aos que te procuram!
Mas, oh, o que és então aos que te acham?

Nenhuma língua pode descrever
Nenhuma letra pode expressar
Mas só crendo se pode saber
O que é amar Jesus

Sê Jesus nossa alegria
Tu que és nosso prêmio futuro
Sê a nossa glória
Por todos os séculos dos séculos

Amém

https://www.letras.mus.br/catolicas/jesu-dulcis-memoria-latim/traducao.html