Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Levítico.
Este capítulo destaca sete festas. Os detalhes da maioria dessas festas são mencionados em outras partes do Pentateuco. Parece que o Senhor procurou estabelecer uma espécie de calendário religioso para Israel cujas ênfases eram o “descanso” e as “reuniões sagradas”, dois termos que são repetidos muitas vezes ao longo deste capítulo. Hoje refletiremos brevemente sobre cada um deles:
V. 3—O Sábado—Este breve mandamento contém pontos salientes que merecem nossa reflexão;
(1) O que sugere este contraste entre os seis dias (de trabalho) e o dia de descanso?
(2) Qual é o verdadeiro significado do "descanso" no contexto do sábado?
(3) Por que esse dia é chamado de dia de “reunião sagrada”?
(4) Hoje, ao observarmos o nosso “sábado” no Dia do Senhor, como você (e sua igreja) pode viver o verdadeiro significado do sábado?
Vv. 4-14—A Páscoa, os Pães Ázimos e as Primícias: Sabemos que a Páscoa (que era observada no dia 14 de Abib, o primeiro mês do ano) foi estabelecida para comemorar a libertação de Israel do Egito depois da morte dos primogênitos do Egito e a preservação dos primogênitos de Israel. Depois desta festa, seguia-se sem interrupção a Festa dos pães Ázimos, que durava uma semana (começava no dia 15 de Abib). Ela comemorava a época do Êxodo, quando o povo teve que sair com tanta pressa que não houve tempo para colocar levadura na massa do pão. Os detalhes sobre a observância dessas festas aparecem em Êxodo 12-13. Embora Êxodo 23:15 e 34:18-20 possam ser interpretados de tal maneira que sugiram o dever nesta festa de apresentar uma oferta dos primeiros frutos, ela é expressa claramente nestes vv. 10-13, os quais esclarecem que a apresentação dos primeiros frutos (provavelmente no dia 16 de Abib) devia ser um evento comunitário e não individual. Cabe ressaltar, talvez, duas coisas:
(5) Primeiro, a oferta de cereal que devia ser apresentada nesta ocasião era o dobro daquela que normalmente era exigido (vide Nm 28:13). O que isso pode significar?
(6) Segundo, o povo era autorizado a comer dos produtos da nova temporada somente depois de apresentar essas ofertas a Deus. O que significava essa disposição?
Vv. 15-22—A Festa das Semanas (ou seja, de Pentecostes): O termo “Pentecostes” vem de uma palavra grega que significa “quinquagésimo”; refere-se aos 50 dias (ou seja, sete semanas) que passavam entre a oferta do primeiro molho e o fim da colheita de grãos:
(7) Era a única temporada do ano na qual devia ser apresentado pão “fermentado” (v. 17). Por quê? (vide a Nota abaixo)
(8) Por que Jeová decidiu concluir esta disposição sobre o dia de Pentecostes com um lembrete de que o povo devia cuidar dos pobres e dos estrangeiros? (v. 22)
Vv. 23-44—As Festas de Outono—a Festa das Trombetas, o Dia da Expiação e a Festa das Cabanas:
- Estas festas eram celebradas no sétimo mês (conhecido como o mês de Tishri), que marcava o fim do ano agrícola com a colheita das uvas e azeitonas, e o início de um ano novo, com a expectativa da chegada da estação das chuvas, que começa em outubro e vai até março;
- Tão importante era sétimo mês (Tishri) que incluía tanto a festa mais solene (o Dia da Expiação) quanto a festa mais alegre (a Festa das Cabanas), que na era pós-exílica se tornou o primeiro mês do ano cívico, enquanto o Dia da Festa das Trombetas se tornou o Dia de Ano Novo de Israel (Rosh Hashaná):
(9) Quão importante era a Festa das Trombetas para “anunciar” o início do mês de Tishri?
(10) Nesta breve menção do Dia da Expiação, o texto fala duas vezes sobre a necessidade de se humilhar e dá uma advertência de que a consequência de desobedecer era ser eliminado. Por que isso foi enfatizado, e por que o castigo era tão severo?
(11) Leia Neemias 8:13-17 para ter uma ideia de como era celebrada a Festa das Cabanas. Qual você acha que era o objetivo dessa festa? (vide o v. 43 e Deuteronômio 16:10-12)
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Embora os comentaristas tenham opiniões divergentes, eu acho que, neste contexto, o fermento não é um símbolo do pecado (como normalmente é usado), mas que a Festa dos Pães Ázimos lembrava a época em que o povo teve que sair do Egito às pressas, sem ter tempo para colocar o fermento na massa para o pão. Assim, no final da colheita de grãos (que seria celebrado somente após a entrada do povo na Terra Prometida), a oferta e o consumo do pão levedado simboliza o fato de eles já terem entrado "no descanso de Deus".
"Estas são as minhas festas, as festas fixas do Senhor, que vocês proclamarão como reuniões sagradas." (NVI-PT) (Levítico 23:2)
Em Levítico 23, Jeová estabelece um calendário religioso para o povo de Israel ao criar festas anuais (exceto o sábado, que devia ser observado semanalmente) cuja observância era de extrema importância para eles. Sua importância é expressa pela repetição das seguintes palavras ao longo do capítulo:
(1) "Um decreto perpétuo para as suas gerações" (vv. 14, 21, 31 e 41):
Os cristãos evangélicos tendem a ignorar a importância de qualquer observância das festas bíblicas, e alguns ainda defendem a noção de que é, de fato, antibíblico observar qualquer festa religiosa, já que não estamos mais sob a lei, mas sob a graça. Embora suas intenções possam ser nobres, suas ideias são extremamente erradas. Não se tratava de festas que o Senhor queria que o povo observasse como meros rituais. Eram eventos importantes na história da salvação de Israel que anunciavam o poder e a bondade do Senhor. É certo que algumas eram festas suntuosas de muita alegria, mas outras incluíam muita abnegação e ofertas de sacrifícios que lembravam o povo de seus pecados. Um dos ensinamentos repetidos com frequência ao longo de toda a Bíblia é a exortação a “lembrar”; a razão disso é muito óbvia: Deus sabe que somos extremamente esquecediços e, portanto, extremamente ingratos. Foi o caso dos israelitas (daí a instituição destas festas), e continua sendo o nosso caso hoje.
(2) "Reunião sagrada" (vv. 2, 4, 7, 8, 21, 24, 27, 35, 37):
A instituição destas festas também aponta para a importância de o povo de Deus ter uma identidade comum. Ninguém devia ser um filho solitário de Deus, mas um membro de Sua família. Nisto há uma mensagem muito importante para os cristãos de hoje; muitos, por alguma razão, têm adotado uma mentalidade bastante individualista com relação à sua fé em Cristo. É importante reconhecer que além de ser parte da família de Deus, precisamos uns dos outros para conhecer a Cristo, crescer à semelhança de Cristo e evangelizar o mundo—precisamos de outros cristãos tanto quanto eles precisam de nós.
(3) “Descanso” ou “não realizar trabalho algum” (vv. 3, 24, 32, 39 e 7, 8, 21, 25, 28, 30-31, 35-36):
Os
mesmos requisitos que se aplicam ao sábado semanal também se aplicam a todas estas disposições, e seu objetivo principal não poderia ser mais claro: o povo
deve descansar. Isso se refere não só ao descanso do trabalho, mas
também ao descanso de qualquer atividade que possa nos impedir de descansar em
Deus. Por isso, vemos que todas as preparações, incluindo a
montagem das tendas, etc., eram feitas antes dos sábados, e todo o
trabalho envolvido nos sacrifícios etc. era deixado para os sacerdotes. O povo realmente passava seu tempo numa “reunião sagrada”—reunindo-se
para orar e ouvir as Escrituras serem lidas e expostas (Deuteronômio 31:10 e ss.;
Neemias 8-9). É lamentável o fato de muitas igrejas de hoje permitirem que as
pessoas fiquem ocupadas com todos os tipos de atividades e reuniões de negócios na
igreja, fazendo do Dia do Senhor um dia tão ocupado que muitos cristãos têm desenvolvido a doença das segundas-feiras—isso não é um bom testemunho na vida dos cristãos que trabalham num ambiente secular.
O foco desta reiteração dos regulamentos parece ser a disposição de que tanto o óleo para o candelabro de ouro (Êxodo 27:20-21) quanto a farinha para o Pão da Presença (Êxodo 25:30) deviam ser fornecidos pelo povo. Talvez seja útil estudar o seguinte diagrama do santuário para lembrar seu desenho:
Lugar Santíssimo A arca |
Lugar Santo O altar do incenso O candelabro |
(1) Os itens enfatizados incluem os seguintes (vv. 1-4):
a. O tipo de azeite que devia ser utilizado
b. A necessidade de cuidar das lâmpadas para garantir que continuassem acesas.
Por que esses dois itens específicos foram escolhidos para serem repetidos?
(2) O Pão da Presença (literalmente, do rosto) (vv. 5-9)
a. doze pães, cada um feito com 2/10 de um efa
b. com incenso puro, colocado no pão como uma porção memorial para o Senhor
c. comido somente por Arão e seus filhos depois da substituição semanal com novos pães
d. chamado a parte santíssima de sua porção regular de ofertas
Uma vez que somente o Sumo Sacerdote podia entrar apenas uma vez por ano no Lugar Santíssimo, onde ficava a Arca (que representava a presença de Deus), como os elementos enfatizados acima expressavam o significado do Pão da Presença?
Um caso de blasfêmia (vv. 10-23)
(3) Você acha que foi por acaso que o blasfemador tenha sido filho de um pai egípcio? Por que ou por que não?
(4) Não era evidente que esse homem tinha violado o terceiro mandamento (Êxodo 20:7)? Por que, então, eles decidiram esperar até que a "a vontade do Senhor" lhes fosse esclarecida?
(5) Qual foi o veredicto de Deus? Foi demasiado severo? Por que ou por que não? (Veja como os líderes religiosos usaram isso para julgar Jesus em Mateus 26:66-67.)
(6) Em seguida, Deus também estabeleceu uma regra que explica como eles deviam tratar aqueles que tinham tirado a vida de outra pessoa (entende-se que o contexto é de um juízo emitido como parte de um processo legal correto):
a. Qual é a decisão sobre o ato de tirar uma vida humana?
b. Qual é a decisão sobre o ato de tirar a vida de um animal que pertence a outra pessoa?
c. Qual é a decisão sobre os ferimentos corporais?
Na sua opinião, qual é a base dessas castigos?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“A comunidade toda o apedrejará. Seja estrangeiro, seja natural da terra, se blasfemar o Nome, terá que ser morto." (NVI-PT) (Levítico 24:16)
Embora a rebelião contra Jeová possa assumir diversas formas, a blasfêmia contra Seu nome talvez seja sua expressão máxima. Embora a ordem de apedrejar o infrator possa parecer dura, no caso de ela levar ao arrependimento e à aflição, era muito melhor do que a condenação eterna. Claro, devemos entender que este mandamento foi dado no contexto de uma sociedade "teocrática", não democrática.
Mas apesar disso, a leitura da Lei de Moisés pode suscitar em nós a sensação de que nosso Deus é somente um Deus de vingança, e que aqueles que acreditam na Bíblia são pessoas belicosas e odiosas. Em resposta àqueles que pensam assim, eu citaria o que Jesus disse em Mateus sobre a ignorância da verdadeira intenção da Lei de Moisés (e por conseguinte, também a intenção de Deus), apontando que o que eles pensam são meros "rumores", e não a própria Lei.
Tomemos, por exemplo, o mandamento em Levítico 24, parte do qual é uma reiteração de Êxodo 21. Esta instrução foi dada aos anciãos (ou juízes) para que pudessem julgar o povo com justiça (Êxodo 24:14), evitando assim qualquer execução ou vingança particular. O objetivo dessa regra era garantir que os juízes aplicassem um castigo proporcional à gravidade do crime, sem ser excessivamente severa. Isso quer dizer que o objetivo dessa disposição era limitar a pena, não impô-la como vingança. Nas palavras de Santo Agostinho, "o que essas palavras ensinam é a moderação, para que a pena não seja maior que o prejuízo". (Comentário sobre O Sermão da Montanha do Senhor, 19.1.56)
Esse é, de fato, o objetivo que Jesus desenvolve em Mateus 5:38 e ss. quando Ele explica com mais detalhes como Deus pretendeu que amássemos o nosso próximo: em vez simplesmente tentar cumprir com as restrições impostas à vingança, devemos aumentar nossa tolerância e estar dispostos a ser feridos duplamente (oferecer a outra face), injustiçados duplamente (deixar que tirem a nossa capa também) e ser usados duplamente (caminhar duas milhas). Isso é o que João Cassiano (ca. 360-435 d.C.) chama a "reduplicação dos maus-tratos".
Se você dedicar um tempo para pensar sobre essas formas de ampliar os limites de nossa tolerância, descobrirá que as exigências de Jesus não são irracionais nem insuportáveis. Ele não nos pede que deixemos que os outros cortem os nossos membros, levem embora nossos filhos ou nos obriguem a caminhar mais dez milhas. Estamos dispostos a ampliar nossos limites de tolerância para podermos imitar o amor de nosso Deus no esforço a fim de ganhar nosso próximo. Esse é o verdadeiro espírito da Lei.
Não há dúvida de que estas instruções para guardar o ano sabático e o ano do jubileu não tinham precedentes na antiguidade; no entanto, elas também transmitem mensagens que nós precisamos ouvir hoje:
Vv. 1-7—O ano sabático—os israelitas foram instruídos a não semear, podar ou colher a cada sétimo ano:
(1) Onde os proprietários dos campos obteriam seus alimentos?
(2) O que aconteceria com o lucro anual que normalmente ganhariam?
(3) O que poderia acontecer com os diaristas durante aquele ano?
(4) Uma vez que a terra continuaria a produzir seus frutos e colheitas, quem se beneficiaria com isso?
(5) Diz-se que a terra desfrutaria de "um sábado dedicado ao Senhor" :
a. Que efeito isso teria na terra?
b. À luz disso, quem é o verdadeiro proprietário da terra?
(6) Sabemos que a Lei revela o caráter do Senhor: portanto, que aspecto do caráter de Jeová é revelado nesta provisão?
Vv. 8-28—O Ano do Jubileu (I)—O fato de o quinquagésimo ano (o Ano do Jubileu) começar com o Dia da Expiação significa que ele correspondia ao ano ou ciclo agrícola:
(7) Sua observância (vv. 25:8-12)
a. Qual pode ter sido a razão para ele começar no Dia da Expiação (quando a nação inteira recebia o perdão de todos os seus pecados), a fim de que o ano fosse consagrado e usado para proclamar “libertação por toda a terra a todos os seus moradores”?
b.Como essa “libertação” não era só símbólica, mas também uma realidade para aqueles que tinham perdido seus bens familiares, sendo desalojados?
c. Parece que o Ano do Jubileu seguiu-se imediatamente ao ano 49, que por ser um sétimo ano também teria sido um ano sabático; lembre-se de que durante esse ano o povo não podia semear nem colher. Como um proprietário normal teria se sentido diante disso?
(8) O jubileu da terra (vv. 25:13-28)
a. Vv. 13-17—A base de avaliação: Estes versículos explicam a base para avaliar do valor da terra; ela funciona como um contrato de arrendamento moderno. Que princípio ético é estabelecido pelo Senhor?
b. Vv. 18-22—Incentivos: Apesar da aparente perda de rendimentos devido aos dois anos sabáticos consecutivos e os limites impostos à avaliação do valor da terra, que incentivos o Senhor dá ao povo a fim de que obedeçam?
c. Vv. 23-28—Era proibida a transferência permanente de propriedade: Quais razões são dadas pelo Senhor ao estabelecer esta importante lei?
(9) Você consegue resumir as importantes mensagens e os princípios subjacentes a este Ano do Jubileu?
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Consagrem o qüinquagésimo ano e proclamem libertação por toda a terra a todos os seus moradores. Este lhes será um ano de jubileu, quando cada um de vocês voltará para a propriedade da sua família e para o seu próprio clã.” (NVI-PT) (Levítico 25:10)
A adoção do ano sabático e do Ano do Jubileu deve ter sido algo inédito no mundo antigo. Não é de se admirar que alguns estudiosos têm-se esforçado muito por atribuir este capítulo ao período pós-exílico. Não obstante o seu caráter inusitado, ele revela plenamente o desejo de Deus de que a santidade não seja limitada somente ao âmbito da adoração, mas vivida na vida cotidiana. É difícil não notar certas mensagens ou princípios:
(1) A terra pertence ao Senhor:
Mesmo que saibamos que Deus é quem criou os céus e a terra, e que nós só fomos encarregados com a tarefa de gerenciá-la (Gênesis 1), muitas vezes consideramos a terra e a casa que possuímos, ou o negócio que operamos, como coisas nossas—temos propriedade total, toda autoridade e controle total. No entanto, por meio deste Ano de Jubileu, Deus nos lembra a todos que “a terra... é minha, e vocês são apenas estrangeiros e imigrantes” (Lev. 25:23).
(2) As pessoas e terras não devem ser exploradas a fim de maximizar lucros ou rendimentos:
Devido a esse conceito de propriedade exclusiva, por alguma razão sentimos a necessidade de sempre maximizar os nossos lucros ou rendimento, esquecendo que o Senhor é o que nos faz prosperar, e não a nossa própria sabedoria, trabalho árduo ou frugalidade. Os anos consecutivos de descanso (quer dizer, os anos 49 e 50) devem ter sido muito difíceis para os proprietários. Mas isso é exatamente o tipo de treinamento que precisamos para sermos obedientes, confiando no Senhor, E Sua promessa é realmente extravagante: "eu lhes enviarei a minha bênção no sexto ano [uma referência ao ano 48], e a terra produzirá o suficiente para três anos” (Levítico 25:21). A implicação mais surpreendente desta instrução é que até mesmo a terra precisa descansar!
(3) Não deve haver pobreza permanente:
Se os israelitas tivessem acatado este mandamento sobre a observação do Ano do Jubileu, nenhum israelita teria experimentado a pobreza perpétua. Mesmo que alguém fosse obrigado a vender a propriedade da família, no ano 50 seus descendentes (se não o vendedor original) receberiam a oportunidade de recuperá-la e ter um novo começo!
Nesta proclamação do Ano de Jubileu, eu vejo a soberania, sabedoria e bondade de nosso Deus, para quem devemos nos separar, vivendo a Sua santidade em obediência, confiança e bondade uns para com os outros.
(1) A redenção de uma casa, em comparação com a de um campo aberto (vv. 29-31):
a. Quando o texto menciona uma casa dentro de uma cidade amuralhada, refere-se a uma casa que servia somente como residência.
b. Uma casa em campo aberto fazia parte de um campo destinado à plantação de grãos ou outras plantas ou árvores que geram renda.
Qual o motivo do tratamento diferenciado dado a cada tipo de propriedade?
(2) As casas dos levitas (vv. 32-34)
-Uma exceção é feita para as casas dos levitas, as quais sempre podiam ser resgatadas, enquanto suas terras nunca podiam ser vendidas (mesmo se o levita fosse pobre)
Por que essa exceção era feita para os levitas?
Quem e quão diferentes eram os levitas com respeito às suas fontes de renda?
(3) A proibição de cobrar juros (vv. 35-38)
a. Que obrigação tinha o povo para com os seus conterrâneos?
b. De acordo com o texto, por que não eram autorizados a cobrar juros sobre empréstimos feitos aos seus compatriotas? (v. 38)
c. Como, então, devemos aplicar esse princípio entre nós?
(4) Sobre a escravidão (vv. 39-55):
a. De acordo com o texto, por que o povo não devia escravizar os seus conterrâneos? (v. 42)
b. Por que, então, eram autorizados a comprar escravos estrangeiros? (vv. 44-46)
c. Que disposições foram estabelecidas para garantir a possibilidade de redimir escravos judeus pertenecentes a estrangeiros que viviam dentro de Israel?
d. O que essa distinção entre israelitas e estrangeiros nos ensina sobre seu relacionamento com Deus? (vv. 54-55)
e. Para aqueles que são filhos de Deus, como ele nos trata diferente de outros, que não pertencem a Ele?
(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas
novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e
recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o
ano da graça do Senhor ... Hoje se cumpriu a Escritura que vocês
acabaram de ouvir.” (NVI-PT) (Lucas 4:18-21)
Os comentaristas geralmente consideram que o propósito de Jesus ao ler Isaías 61:1-2 na sinagoga foi proclamar que Ele estava cumprindo o Ano do Jubileu por meio de Sua vinda—“o termo libertação/perdão usado na LXX (o VT grego) para traduzir a expressão "Jubileu" serve como a dimensão principal da obra terrena de Jesus no conjunto Lucas-Atos" (Hartley, Word, 447). De fato, o Senhor Jesus Cristo veio não só para proclamar a libertação final do pecado, mas para cumpri-la através de Sua morte e ressurreição,. No entanto, também houve um impacto mais "terrestre" ou temporário na civilização ocidental com esta proclamação em Levítico. Gostaria de citar um pouco mais da obra de Hartley:
“Este manifesto do Jubileu não se perdeu nas páginas de um livro esquecido do VT. Ele atuou como fermento no pensamento social ocidental... (pois ele) propõe o ideal de uma sociedade igualitária a ser realizada numa era de harmonia social. Esses ideais têm inspirado muitos líderes da democracia e grandes reformadores sociais. Esta legislação, que promove a propriedade familiar individual da terra, tem contribuído para o ideal ocidental de que cada família tem o direito à propriedade. No entanto, a visão da propriedade da terra descrita neste capítulo é revolucionária. Não promove uma noção de propriedade privada que permitiria aos ricos acumular grandes extensões de terra, desalojando os pobres, nem permite a especulação na compra e venda de terras, uma prática que alimenta a inflação, que por sua vez aumenta a pobreza. Este manifesto também não promove a noção da propriedade social ou comum da terra. Em vez disso, essa legislação estabelece uma sociedade sem classes, na qual cada família tem a propriedade inalienável de um lote de terra. Ele promove o trabalho responsável que vem com a posse de propriedades, ao mesmo tempo que promove uma fraternidade responsável entre todo o povo de Javé, decorrente de sua fé em Javé. Os mais prósperos ajudam os seus irmãos mais pobres, elevando-os ao seu próprio nível, devido ao seu temor de Javé. Um parente ajuda outro, um vizinho ajuda outro, para que possam enfrentar e superar as dificuldades econômicas. A inveja e a ganância são quebradas..."
Ao nos aproximarmos do final desta coletânea dos "decretos, as ordenanças e as leis que o Senhor estabeleceu no monte Sinai entre ele próprio e os israelitas, por intermédio de Moisés" (26:46), lemos no capítulo 26 que o O Senhor coloca diante de Seu povo da aliança certas bênçãos por sua obediência, e maldições por sua desobediência. Hoje examinaremos as bênçãos:
(1) Antes de anunciar Suas bênçãos prometidas, o Senhor usa dois mandamentos para apresentá-las. Quais são? (vv. 1-2)
(2) Quão importante é cada um desses mandamentos (tanto que o Senhor o usou para prefaciar Suas bênçãos e maldições)?
(3) Quão importantes são para nós hoje?
(4) A primeira bênção prometida: suficientes alimentos durante todo o ano (vv. 3-5)—vide a Nota abaixo
a. Você acha que essa promessa ainda se aplica a Israel hoje?
b. Você acha que essa promessa se aplica a nós hoje?
(5) A Segunda Bênção Prometida: paz e Segurança (vv. 6-8)
a. À luz da localização geográfica da Palestina — uma região por onde as potências mundiais do norte e do sul têm passado ao longo da história — quão importante foi essa promessa?
b. No Salmo 23, como o rei Davi experimentou essa promessa de "se deitar" em paz?
(6) A terceira bênção prometida: crescimento populacional (v. 9)
a. Aqui a promessa de fecundidade e crescimento é vinculado á aliança de Deus. A que aliança o texto se refere? (vide Gênesis 15:5; 17:2-6)
b. Em última análise, para o que essa aliança aponta?
(7) A quarta bênção prometida: uma colheita abundante (v. 10)
a. Que tipo de imagem é usada para representar sua colheita abundante?
b. Apesar da nossa tendência de colocar o espiritual antes do material, o que essa passagem nos ensina sobre o que Deus deseja para o mundo e para as pessoas que Ele criou?
(8) A quinta bênção prometida: a presença contínua da aliança (vv. 11-12)
a. Claro, as coisas espirituais são sumamente importantes. O que essa promessa implica?
b. Quão preciosa e significativa é essa promessa?
(9) A base da promessa (v. 13)
a. Quem é Deus para Israel, e o que Ele tem feito pelo povo?
b. Quem é Deus para você, e o que Ele tem feito por você?
c. Você tem conseguido “andar de cabeça erguida”?
(10) Que condição "extremamente importante" está ligada a essas promessas no v. 3?
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
As uvas e azeitonas são os últimos produtos a serem colhidos no ano agrícola, pouco antes da temporada das chuvas (outubro a março). Elas marcam o início de mais uma temporada de plantação.
“Andarei entre vocês e serei o seu Deus, e vocês serão o meu povo.” (NVI-PT) (Lev. 26:12)
Perto do final do livro de Levítico, o Senhor estabelece as bênçãos que seriam concedidas aos israelitas se eles andassem em Seus decretos e fossem cuidadosos para obedecer a Seus mandamentos (26:3). Através das bênçãos que Deus lhes prometeu, podemos ver que Deus não é um Deus que se deleita em ver a humanidade sofrer de secas, fomes e guerras. Pelo contrário, Ele quer que Sua criação e Suas criaturas vivam em harmonia e gozem de paz e prosperidade. No entanto, a maior bênção que Ele já prometeu continua sendo sua decisão de habitar e andar entre eles; eles serão o Seu povo, e Ele será o seu Deus (26:12). Agostinho diz o seguinte sobre essa mesma promessa em Levítico:
“Haverá uma paz verdadeira, onde ninguém sofrerá oposição, nem por parte de si mesmo, nem por parte de qualquer outra pessoa. O próprio Deus, o Autor da virtude, será sua recompensa; pois não havendo nada maior ou melhor, Ele prometeu a Si mesmo. O que mais poderia significar Sua palavra dada por meio do profeta, 'Eu serei o seu Deus, e vocês serão o meu povo', a não ser isto: 'Eu serei a sua satisfação; Eu serei tudo o que os homens honrosamente desejam—vida, saúde, comida, fartura, glória, honra, paz e tudo o que é bom'? Esta é também a interpretação correta da seguinte frase do apóstolo, 'a fim de que Deus seja tudo em todos' (1 Coríntios 15:28). Ele será o objeto dos nossos desejos, que será visto sem cessar, amado sem enjoar, louvado sem cansar. Esta manifestação de afeto, esta ocupação, será sem dúvida comum a todos, bem como a própria vida eterna.”
(Agostinho, Cidade de Deus, XXII, 30)
Embora as recompensas pela obediência seriam grandes, os castigos pela desobediência também seriam severas; mas apesar disso, o fato de eles serem mencionados por etapas reflete a paciência e longanimidade de Deus:
Vv. 14-17—A etapa inicial
(1) Os castigos são descritos de forma gráfica; talvez a melhor maneira de resumi-los seja usar a expressão inicial, "pavor repentino":
a. Como você descreveria a condição na qual o povo teria que viver depois de pecar?
b. Na sua opinião, qual castigo é a mais assustadora?
c. Leia Juízes 6:3, 4 para ver como um desses castigos foi cumprido.
(2) Por que o povo de Israel escolheria rejeitar os decretos de Deus, apesar das tremendas bênçãos que o esperavam se tão somente lhes obedecesse?
Vv. 18-20—A segunda etapa —os castigos "sete vezes mais", que incluem o seguinte:
(3) Uma terra estéril: Deus faria com que o céu e a terra se tornassem como ferro e bronze; em vez de colheita abundante, não haveria colheita alguma:
a. Por que o povo continuaria sem se arrepender, apesar dos castigos que teria sofrido?
b. O que Deus pretendia conseguir com esses castigos mais severos? (v. 19)
Vv. 21-22—A terceira etapa—os castigos "sete vezes mais", que incluem o seguinte:
(4) Extermínio de gado e privação de filhos
a. Que meios Deus usaria para fazer isso?
b. Em que sentido esses castigos são “sete vezes mais” severos que os anteriores?
Vv. 23-26—A quarta etapa—os castigos "sete vezes mais", que incluem o seguinte:
(5) Guerra, peste e fome
a. O que Jeová diz antes de declarar esta intensificação de Seus castigos?
b. Do que Deus acusa o povo no v. 25?
Vv. 27-39—A quinta etapa—os castigos “sete vezes mais”, que incluem o seguinte:
(6) Fome severa, destruição dos altares de ídolos, a ruína das cidades e santuários, terra devastada, exílio:
a. Quais são as razões dadas para esta destruição total (vv. 28, 39)
b. Como a história de Israel transformou esta advertência numa profecia cumprida? (vide 2 Reis 6:24-31; 25:1-12)
Uma mensagem de esperança (vv. 40-45)
(7) Apesar de seus pecados serem tão horríveis, o que ainda mudaria o coração de Deus? (vv. 40-41)
(8) Israel algum dia se arrependerá de seus pecados? (Zacarias 12:10; Romanos 11:25-27)
(9) O que obriga o Senhor a aceitar seu arrependimento? (v. 42)
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“São esses os decretos, as ordenanças e as leis que o Senhor estabeleceu no monte Sinai entre ele próprio e os israelitas, por intermédio de Moisés.” (NVI-PT) (Lev. 26:46)
Apesar da clareza com a qual o versículo acima se expressa, certos estudiosos, entre eles alguns estudiosos evangélicos, ainda insistem (com base no seu "deus"—o método histórico e gramatical de crítica bíblica) que o capítulo 26 de Levítico foi uma invenção tardia. Não se engane, não estou dizendo que sou contra o uso desse método em si; no entanto, nas palavras de Robert Barron, esses estudiosos “enfatizaram tanto sua tentativa de discernir a intencionalidade dos autores humanos e as especificidades de seus contextos históricos que perderam o sentido da integridade da Bíblia como um todo” (First Things, abr 2014, 21).
Gostaria de compartilhar a perspectiva de Keil e Delitszch sobre esse assunto:
“Quando os críticos modernos, impulsionados pelo naturalismo, sustentam com base no conteúdo profético dessas exortações e advertências que Moisés não foi o autor delas, atribuindo-as à época dos reis, no final do século VII ou início do século VII ... devido à sua antipatia a qualquer noção de revelação sobrenatural de Deus no Antigo Testamento, eles não levam em conta o fato de que mesmo sem nenhuma iluminação superior, a ideia fundamental dessas promessas e ameaças teria se apresentado à mente do legislador Moisés. Um conhecimento muito básico da natureza do coração humano e uma compreensão clara do caráter espiritual e ético da lei teriam bastado para Moisés prever que esta nação ímpia e mundana não cumpriria a exigência solene da lei de que sua vida inteira fosse santificada ao Senhor Deus, que o povo transgrediria de muitas maneiras e se rebelaria contra Deus e Suas santas leis. Portanto, no melhor dos casos, as épocas de fidelidade, junto com a bênção que isso acarretava, se revezariam com épocas de infidelidade, junto com a maldição que isso acarretava; mas apesar de tudo, a graça de Deus acabaria obtendo a vitória sobre esta nação depois de ela ser severamente castigada e profundamente humilhada, levando a obra da salvação ao seu fim glorioso. É certo que isso não pode explicar totalmente o caráter específico deste capítulo; no entanto, ele fornece a chave para uma interpretação psicológica da idealização deste discurso profético e nos mostra os pontos de contato subjetivos para a revelação divina que Moisés nos anunciou aqui. Como observa Auberlen,
"A maravilha e grandiosidade da grandeza de Deus são vistas no fato de Ele ter apresentado ao povo que Ele acabava de libertar das mãos dos pagãos e reunir ao Seu redor a possibilidade de eles serem novamente dispersos entre as nações. Antes mesmo de a terra ser tomada pelos israelitas, Ele já prediz seu retorno à desolação. Tais palavras só podem ter sido pronunciadas por Aquele cuja mente realmente vê o futuro diante dele, cujo olhar penetra todas as profundezas do pecado, que pode destruir as Suas próprias obras e mesmo assim alcançar o seus objetivos. Mas ainda mais digna de adoração e maravilhosa é a graça que, apesar de tudo isso, começa sua obra entre tais pecadores, com a plena certeza de obter a vitória, não obstante todas as dificuldades que impedem e se opõem.'
"O caráter peculiar dessa revelação, que deve ter afetado profundamente Moisés, explica as peculiaridades de seu estilo, a saber, o fato de ela amontoar palavras e modos de expressão inusitados, vários dos quais não aparecem novamente no Velho Testamento, enquanto outros são usados somente por aqueles profetas que imitaram o estilo do Pentateuco."
(K&D, Pentateuco, 633)
Este capítulo final de Levítico parece mais um apêndice ao livro de Levítico que aborda um assunto muito bom (os votos voluntários feitos a Deus) mas que também representa uma oportunidade para pecar contra o Senhor:
(1) Antes de refletir sobre estas disposições com respeito à necessidade de cumprir os votos feitos a Deus, tente pensar em razões ou condições que poderiam levar uma pessoa a fazer um voto a Deus.
a. Algum de seus exemplos acontece em épocas de angústia?
b. Algum de seus exemplos acontece em épocas de bênção?
c. Os votos normalmente são feitos no calor do momento?
d. O que levaria uma pessoa a querer "revogar" seus votos?
(2) Leia as seguintes passagens relacionadas aos votos:
a. Deuteronômio 23:21-23
b. Provérbios 20:25;
c. Eclesiastes 5:3-5
(3) Votos de dedicação de uma pessoa (vv. 2-8)
a. Para maior clareza, consulte o gráfico com os preços de resgate abaixo:
IDADE | SICLOS - MASCULINO | SICLOS-FEMININO |
1 mês – 5 anos | 5 | 3 |
5-20 anos | 20 | 10 |
20-60 anos | 50 | 30 |
mais de 60 anos | 15 | 10 |
b. Dedicar uma pessoa era o equivalente a fazer um compromisso de ser escravo de Deus; no entanto, uma vez que somente os levitas podiam servir no templo de Jeová, para expressar essa dedicação, “dinheiro” era pago como redenção na hora de expressar o voto. Os valores estabelecidos parecem ser comparáveis aos preços de mercado para o resgate de escravos.
c. Com base no exemplo de Samuel (que na verdade foi uma exceção - 1 Sam. 1:11), você consegue entender o que podia ter significado dedicar uma pessoa a Jeová?
(4) Votos de dedicação de animais (vv. 9-13)
a. As palavras "bom" e "ruim" parecem ser descrições de valor, e provavelmente não tinham nada a ver com a presença de imperfeições. O que a regra "não poderá trocá-lo" buscava conseguir e ensinar?
b. Nota: Os animais limpos dedicados dessa forma provavelmente eram usados como sacrifícios, enquanto os animais impuros teriam sido vendidos pelo sacerdote, e o dinheiro obtido depositado no cofre do templo.
(5) Votos de dedicação de propriedade (vv. 14-24)
a. Casas: Podiam ser resgatadas pelo valor estabelecido, mais o acréscimo de um quinto do valor (vv. 14-15)
b. Propriedades da família: Podiam ser resgatadas na forma descrita acima; aquelas que não fossem redimidas pertenceriam permanentemente aos sacerdotes no ano do Jubileu (vv. 16-21).
c. Terra comprada: O preço a ser pago aos sacerdotes era o valor avalidado (imediatamente), e a terra retornaria ao proprietário original no ano do Jubileu (vv. 22-25).
Por que o Senhor permitiu que as pessoas resgatassem o que já tinham prometido?
(6) Os primogênitos dos animais (vv. 26-27)
a. O que essas provisões feitas para os primogênitos procuravam proteger, quer fossem puros ou impuros?
b. Existe alguma lição espiritual que podemos aprender disso?
(7) Votos irreversíveis (vv. 28-29)
a. Parece que o v. 28 trata de uma espécie de voto especial e muito solene, embora não conheçamos seu caráter exato: a palavra “dedicar” significa “consagrar” (K&D, 644).
b. Parece que o v. 29 trata do juízo divino contra os idólatras, como aqueles descritos em Deuteronômio 13:13 e ss.
(8) Dízimos (vv. 30-33)
a. De acordo com o texto, qual é o propósito desse mandamento sobre os “dízimos” dos grãos e frutas? Como ele é relacionado à proteção contra o uso dos primogênitos nos votos?
b. Por que era permitido o resgate de dízimos de grãos ou frutas?
c. Como essa provisão de gado e rebanho protegia contra a manipulação?
(9) Como você se sente ao ler as disposições acima e perceber que até mesmo os votos voluntários precisavam ser regulamentados?
a. Isso o deixa triste?
b. O que isso nos ensina sobre a nossa pecaminosidade?
(10) Ao chegar ao final do Livro de Levítico, reserve um tempo para ler novamente suas anotações ou diário e destacar as principais mensagens que você aprendeu. Em resposta a isso, expresse suas reflexões em numa oração.
“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês." (NVI-PT) (Romanos 12:1)
Imagino que quando você começou este estudo refletivo de Levítico, você ficou um pouco apreensivo, imaginando como seria possível sobreviver a um estudo de um livro aparentemente tão monótono, muito menos aprender algo significativo dele. Após várias semanas de estudo cuidadoso, espero que você tenha mudado de ideia e já consegue apreciar o quão significativo é este livro de Levítico. No meu caso, eu gostaria de ter estudado este livro muito antes, quando ainda era jovem. Se tivesse feito isso, eu teria entendido não só o caráter santo de Deus e a total pecaminosidade dos seres humanos, mas também o valor que Ele dá às vidas, tanto as vidas humanas quanto as vidas de animais, e Sua legítima exigência de pureza sexual.
Os primeiros cinco capítulos de instruções para os leigos sobre as leis de sacrifício mostram não só a necessidade da expiação do pecado do povo por meio do derramamento de sangue, mas o convite de Deus para se aproximar dEle e ter comunhão com Ele. O chamado à santidade é complementado pelo convite para aproximar-se de Deus.
Os próximos dois capítulos de instruções para o sacerdote sobre as leis dos sacrifício, juntamente com os capítulos 8-10 sobre a instituição do sacerdócio e as regras nos capítulos 21-22, destacam a maravilha do sacerdócio e o caráter sagrado de seu trabalho. O juízo dos dois filhos de Aarão no capítulo 10 deve servir como uma séria advertência a todos os servos do Senhor sobre o grande cuidado que devemos exercer no cumprimento do nosso ministério, e o exemplo piedoso que devemos dar à congregação.
As instruções detalhadas nos capítulos 11-15 sobre animais limpos e impuros, o parto, as doenças, as emissões, etc., apontam para uma santidade que não se limita ao momento do culto, mas faz parte da vida cotidiana.
O Dia da Expiação foi colocado estrategicamente no centro do livro (capítulo 16). Além de ser a festa religiosa mais importante do calendário judaico, também era o ato profético de salvação mais decisivo para toda a humanidade, cujo cumprimento final ocorreu na pessoa de Jesus Cristo e Seu derramamento de sangue em Sua morte na cruz. O capítulo que se segue imediatamente explica a funcionalidade do sacrifício de sangue.
Em seguida, os capítulos 18-20 desenvolvem o tema da santidade cotidiana para os leigos, com uma forte ênfase na pureza sexual e uma reiteração da segunda parte dos Dez Mandamentos, cujo tema é amar o próximo como a si mesmo. O elemento que é repetidamente enfatizado é a obrigação de eles serem diferentes de seus vizinhos pagãos. Embora muitas das regras sobre a distinção entre puro e impuro nos capítulos 11-15 sejam cerimoniais e tenham sido cumpridas pelo ato redentor de Cristo, essas leis éticas de pureza sexual e amor ao próximo são permanentes. Precisamos continuar vivendo essa santidade a fim de sermos diferentes do mundo.
Aprendi muito nos capítulos 23 a 25 sobre o aspecto comunitário da nossa fé em Deus— as datas designadas para as assembleias sagradas, a observância do ano sabático e do ano do jubileu—tudo isso aponta para o que um povo de Deus deve ser, um sacerdócio de crentes. Se os israelitas tivessem sido capazes de obedecer a todos os mandamentos e observar todos os decretos de Deus, teriam sido um testemunho poderosíssimo do verdadeiro descanso, paz e liberdade em Deus. Infelizmente, em vez de desfrutar da verdadeira paz, descanso e liberdade em Deus, cumpriu-se a advertência profética dos castigos descritos no capítulo 26. No entanto, o livro termina com a gloriosa esperança de arrependimento do povo de Deus e o perdão prometido pelo Deus que "se lembra" de Sua aliança com Abraão, por meio de cuja semente, nosso Senhor Jesus Cristo, o Senhor não só será o seu Deus novamente, mas também o nosso.