Esta semana começaremos o estudo do livro de Números no Antigo Testamento.
Introdução
O título do livro de Números se refere aos dois censos registrados no livro. O primeiro censo foi feito no Monte Sinai no primeiro dia do segundo mês do segundo ano após a saída do povo do Egito (1:1). Isso significa que o povo já havia passado cerca de 13 meses no Monte Sinai, onde tinha recebido muitas instruções do Senhor. Agora estavam se preparando para partir em sua jornada para a Terra Prometida, para a qual receberiam instruções mais específicas e seria feito um censo para prepará-los para a batalha (nos capítulos 1:1-10:10). O segundo censo, feito uns 37 anos mais tarde, é descrito no capítulo 26; este segundo censo também foi feito para fins militares (apenas Josué e Calebe foram contados em ambos os censos - vide a Nota abaixo).
O título da versão original em hebraico é a primeira palavra do texto do livro, que significa "no deserto", uma expressão que descreve adequadamente o contexto do livro inteiro. As jornadas do povo o levaria a um lugar chamado Cades Barnea, na fronteira de Canaã, onde teria entrado na terra de Canaã sem nenhum problema se não fosse por sua falta de fé e desobediência, fomentadas pelos dez detratores que se opuseram a Josué e Calebe e persuadiram todo o resto da população a se rebelar contra o Senhor (capítulos 10:11-14:45). Como resultado, Deus condenou o povo a vagar no deserto durante os seguintes 38 anos, até que todos os de vinte anos ou mais na época do êxodo (com a exceção de Josué e Calebe) morressem no deserto sem terem entrado na Terra Prometida (capítulos 15-36).
Embora este primeiro capítulo seja bastante longo, a maior parte dele (vv. 20-43) é composta de estatísticas. O livro começa com a palavra que o Senhor falou a Moisés no primeiro dia do segundo mês do segundo ano, na qual ele lhe mandou fazer um censo.
(1) Quando o tabernáculo tinha sido erguido para que Deus aparecesse aos israelitas nele? (vide Êx. 40:17)
(2) Além de lhes dar instruções diretas por meio de Moisés, como o Senhor tinha escolhido guiá-los dia e noite? (Êxodo 40:36-38)
(3) Qual foi o propósito deste censo? (Nm. 1:3)?
(4) Por que os levitas não foram contados no censo?
(5) Quais tarefas específicas foram atribuídas aos levitas como sua única responsabilidade? (Nm. 1:50-51)
(6) Por que os outros não podiam desempenhar as funções dos levitas?
(7) Qual teria sido o resultado se qualquer pessoa que não fosse levita pudesse desempenhar as funções dos levitas? Por quê? (Nm. 1:51)
(8) Você preferiria ser um levita, dedicado ao serviço do Senhor em tempo integral, ou um não-levita que participava do cumprimento da promessa de Deus ao lutar pelo povo? Por quê?
(9) Em sua opinião, qual desses dois papéis era mais importante para Deus e Seu propósito para Israel? Por quê?
(10) O membos povo podiam escolher se queriam ou não ser levitas? E você? Você acha que a decisão de servir a Deus em tempo integral é sua?
(11) Qual era o número total de homens com vinte anos de idade ou mais?
(12) Por extrapolação, quantos homens, mulheres e crianças precisavam ser conduzidos à Terra Prometida?
(13) Com uma população tão grande, qual teria sido a chave para Moisés levar o povo com sucesso à Terra Prometida?
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Você e Arão contarão todos os homens que possam servir no exército, de vinte anos para cima, organizados segundo as suas divisões." (NVI-PT) (Números 1:3)
O livro de Números começa com uma contagem dos israelitas "no primeiro dia do segundo mês do segundo ano, depois que os israelitas saíram do Egito" (Nm 1:1). Em outras palavras, o povo tinha passado treze meses completos no Monte Sinai, onde tinha visto a glória do Senhor e recebido os mandamentos de Deus. O tabernáculo havia sido erguido apenas um mês antes, e a glória de Deus o enchera de tal modo que “Moisés não podia entrar” (Êxodo 40:17, 34-35). O povo estava pronto para dar o próximo passo, ou seja, marchar para a Terra Prometida como uma nova nação, como um novo povo — o Povo do Senhor!
Além de seus propósitos práticos, a realização do censo foi um sinal de que ainda haveria batalhas pela frente. No entanto, em todas as batalhas que tinham enfrentado até aquele momento, Deus lhes tinha dado a vitória — fosse pelo afogamento dos exércitos de Faraó (Êxodo 14) ou a derrota dos amalequitas (Êxodo 17:8-16). Portanto, pode-se presumir que o povo estava de bom humor. O resultado do censo também teria sido extremamente encorajador – um total de 603.550 combatentes. Tanto no mundo antigo quanto nos tempos modernos, um número tão grande de guerreiros representa um exército formidável!
No entanto, lemos que assim o povo partiu do Monte Sinai, começou a reclamar das dificuldades do deserto, e até pensou em voltar ao Egito (Nm 11). O problema foi agravado pelos ciúmes de Aarão e Miriã com relação a Moisés (Nm 12), e culminou na rebelião do povo e sua recusa a entrar na Terra Prometida devido ao medo dos inimigos.
No final, este censo cujo propósito original era reunir um exército
vitorioso para servir ao Senhor se tornou a base sobre a qual Deus
traria sobre eles Seu castigo:
“Cairão neste deserto os cadáveres de todos vocês, de vinte anos para cima, que foram contados no recenseamento e que se queixaram contra mim. Nenhum de vocês entrará na terra que, com mão levantada, jurei dar-lhes para sua habitação, exceto Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.” (NVI-PT) (Números 14:29-30)
Esta é uma advertência para todos nós que somos escolhidos para servir ao Senhor. Fomos contados para servir no exército do Senhor para a vitória sobre Seus inimigos. Isso deveria ser uma grande bênção e um grande privilégio. Não permitamos que esse chamado se torne a base sobre a qual nós, a igreja e o nome do Senhor ficam envergonhados!
Mesmo que esta informação não tenha nenhum significado espiritual, é útil estar ciente das seguintes observações sobre o acampamento dos israelitas:
(1) Leste:
a. Quais tribos deviam acampar a leste?
b. Qual tribo foi designada como chefe?
c. Qual era o número total de pessoas neste acampamento?
(2) Sul:
a. Quais tribos deviam acampar ao sul?
b. Qual tribo foi designada como chefe?
c. Qual era o número total de pessoas neste acampamento?
(3) Oeste:
a. Quais tribos deviam acampar a oeste?
b. Qual tribo foi designada como chefe?
c. Qual era o número total de pessoas neste acampamento?
(4) Norte:
a. Quais tribos deviam acampar ao norte?
b. Qual tribo foi designada como chefe?
c. Qual era o número total de pessoas neste acampamento?
(5) Além do fato de os levitas terem o dever de ajudar Arão e seus filhos com o serviço no Tabernáculo (Números 3:21-37), qual teria sido outra razão prática para eles acamparem perto (na verdade, ao redor) do Tabernáculo? (vide Números 3:21-37)
(6) Este censo foi feito com o objetivo de armar e treinar os homens de vinte anos de idade ou mais para lutar por Jeová para tomar posse da Terra Prometida, mas acabou sendo um censo de morte. Por que? (vide Números 14:29-30) Que lição importante você pode aprender com isso?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Assim os israelitas fizeram tudo o que o Senhor tinha ordenado a Moisés;" (NVI-PT) (Números 2:34)
Embora talvez não entendamos completamente a lógica por trás da divisão das doze tribos em seus respectivos acampamentos, gostaria de compartilhar as seguintes reflexões de Calvino:
“O propósito desta distribuição em bandos deve ter sido evitar disputas, pois se Deus não tivesse atribuído a cada um a sua posição específica, as tribos teriam lutado para obter a posição de honra, devido à ambição que naturalmente se encontra nos homens. Teria sido doloroso para a família de Rubén, o primogênito, abrir mão de sua dignidade; e mesmo que tivessem se submetido com paciência ao castigo que lhes fora infligido, teriam sido obrigados a tomar posição de menos honra, como aqueles que estão condenados à ignomínia. Também teriam surgido disputas com relação aos filhos das concubinas, uma vez que não teriam considerado coerente que os filhos de Lia e Raquel lhes dessem o lugar superior. Além disso, uma vez que algumas das tribos tinham uma vantagem numérica, elas teriam ficado indignados se não tivessem recebido um lugar de destaque com relação aos outros...
“Embora Rúben tivesse sido privado de seu direito de primogenitura, sua tribo foi encarregada do segundo estandarte a fim de sua posteridade tivesse um pouco de consolação; as duas tribos que foram atribuídas a ele, devido aos seus laços, não teriam ficado indignadas por ter que lutar sob seu comando: Simeão era seu irmão uterino, e a tribo de Gad descendia da serva de Lia.
“Deus teve que exercer Sua autoridade para que duas tribos fossem formadas de uma só cabeça, José. Caso contrário, isso teria gerado disputas, pois a própria desigualdade teria sido odiosa, e aquela família poderia ter buscado ser exaltada, não sem trazer desonra aos demais. Além disso, os filhos de Manassés, que de acordo com a lei natural eram superiores, nunca teriam sido persuadidos a obedecê-lo sem a interposição de um decreto divino. Mas a composição dessa divisão não poderia ter sido melhor, pois os filhos de Raquel eram mais próximos pela consanguinidade; porque também poderia ter surgido uma forte disputa pela liderança do quarto bando, pois teria sido injusto que o filho de uma das servas tivesse sido colocado à sua frente, recebendo o lugar de preferência em vez de um dos filhos legítimos de Lia ou do outro filho de Raquel, especialmente à luz do fato de Jacó (o pai comum de todos eles) ter amado Benjamim de forma tão singular.
“É certo que a simples vontade de Deus teria sido suficiente, e mais do que suficiente, para evitar qualquer disputa; no entanto, uma vez que Deus tinha decidido governá-los de forma generosa e paternal, e não despótica, Ele preferia conformar-se aos desejos deles em vez de se impor. No entanto, visto que não teria sido possível evitar suas contendas por meio de simples decisões humanas, no final do capítulo repete-se que Moisés não fez nada que não tivesse sido ordenado por Deus. Ao mesmo tempo, evidencia-se a obediência do povo, que obedeceu a Moisés de forma pacífica, mostrando assim que o reconhecia como um verdadeiro e fiel ministro de Deus; pois tal submissão, a atitude de que o povo deve aceitar com reverência tudo o que for proposto pelos seus ministros aprovados, não pode existir separada de uma piedade sincera para com Deus."
(Comentarios de Calvino, Vol. III, 447-449)
Após o censo das 12 tribos de Israel, era hora de contar os levitas, mas com um propósito diferente:
(1) Antes de falar sobre a contagem dos levitas, o texto menciona primeiro os sacerdotes:
a. Por que a Bíblia menciona aqui a morte de Nadabe e Abiú, os dois filhos de Arão?
b. A morte deles foi o resultado de se aproximarem de Deus de maneira não autorizada (Nm 1:51) ou do fato de eles terem usado "fogo profano" ?
c. Que lição podemos aprender com sua morte?
(2) Qual razão é dada pelo Senhor por ter escolhido os levitas dentre os israelitas para servir (ou auxiliar) os sacerdotes no Tabernáculo? (Números 3:11-13)
a. O que significa "todos os primogênitos são meus"? (3:13) Não seria mais correto dizer que a nação inteira de Israel pertencia a Jeová?
b. Como, então, devemos entender a afirmação de que “os levitas são meus”? (3:12)
(3) Para melhor informação, façamos também as seguintes observações sobre as divisões entre os levitas:
a. Quais clãs deveiam acampar a oeste, atrás do tabernáculo?
b. Qual era sua população total?
c. Quais clãs deviam acampar no lado sul do tabernáculo?
d. Qual era sua população total?
e. Quais clãs deviam acampar no lado norte do tabernáculo?
f. Qual era sua população total?
g. Quem devia acampar a leste do tabernáculo?
(4) Por que Deus pediu a Moisés que também fizesse um censo do número total de primogênitos de todos os israelitas (ou seja, aqueles com um mês de idade para cima)?
(5) A redenção do excedente de primogênitos do sexo masculino de Israel em comparação com aquele dos levitas deve ser simbólico: por que Deus se esforçou tanto para garantir que o lugar de cada primogênito de Israel fosse ocupado por um levita ou redimido mediante o pagamento de cinco siclos (o preço geral estabelecido por lei—vide 18:16)?
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Eu mesmo escolho os levitas dentre os israelitas em lugar do primeiro filho de cada mulher israelita. Os levitas são meus, pois todos os primogênitos são meus." (NVI-PT) (Números 3:12-13)
“Deus designou os levitas para este serviço porque Ele tinha decidido adotá-los como seus em lugar de todos os primogênitos do Egito. Quando Deus matou os primogênitos do Egito, Ele santificou para Si todo primogênito de Israel, tanto de homens quanto de animais, para Sua própria possessão (vide Êxodo 13:1, 2). Em virtude dessa santificação, que foi baseada na adoção da nação inteira como Seu próprio primogênito... a nação tinha a obrigação de dedicar seus primogênitos a Ele para servir no santuário e sacrificar a Ele todos os primogênitos de seu gado. Mas agora os levitas e seu gado seriam adotados no seu lugar, e por isso os primogênitos de Israel seriam libertados (vv. 40 e ss.). Por meio desse arranjo no qual os cuidados do culto do santuário seriam transferidos para uma única tribo que doravante se dedicaria inteiramente a esse chamado, Deus não só garantiu que esse culto fosse conduzido de maneira mais ordenada do que teria acontecido se tivesse sido desempenhado pelos primogênitos de todas as tribos; com certeza Ele também facilitou o cumprimento das obrigações que esse culto implicava, no que dizia respeito à nação como um todo. Além disso, os levitas, por meio de sua firme e fiel defesa da honra de Jeová no incidente da adoração do bezerro de ouro (Êxodo 32:26 e ss.), já tinham se mostrado a mais adequada entre as tribos para desempenhar essa função. É nesse espírito que destacou a tribo de Levi que descobrimos por que ela foi escolhida por Deus para servir no santuário. Não foi pelo simples fato de Moisés e Arão pertencerem à tribo, nem por algum desejo de formar uma casta hierárquico que incluía somente membros de sua própria tribo, como havia entre outras nações (por exemplo, os magos entre os medos, os caldeus entre os persas e os brâmanes entre os índios...). 'Serão meus. Eu sou o Senhor' (vv. 13, 41 e 45)."
(K&D, 602)
Em seguida, Moisés foi dado a tarefa de contar os levitas e atribuir-lhes tarefas específicas para o transporte do Tabernáculo:
(1) Embora a Bíblia não explique por que foi estabelecida a qualificação de idade, ela a enfatiza sete vezes (4:3, 23, 30, 35, 39, 43, 47) e mais tarde (em 8:23) reduz a 25 anos a idade mínima para começar a servir. Quais podem ter sido as razões para o estabelecimento desta qualificação?
(2) Para melhor informação, faça as seguintes observações sobre o transporte do Tabernáculo:
a. O que os filhos de Arão deviam fazer antes do transporte propriamente dito? (vv. 5-14)
b. Quais eram os deveres específicos dos coatitas? (vv. 15-20)
c. Qual era o seu número total? (v. 36)
d. Quais eram os deveres específicos dos gersonitas ? (vv. 21-28)
e. Qual era o seu número total? (v. 40)
f. Quais eram os deveres específicos dos meraritas ? (vv. 29-33)
g. Qual era o seu número total? (v. 44)
(3) Por que os coatitas não podiam desempanhar as funções dos filhos de Aarão? (v. 15)
(4) O Senhor disse a Moisés e Arão: "Não permitam que o ramo dos clãs coatitas seja eliminado dentre os levitas" (v. 18).
a. Por que Deus mencionou especificamente os clãs coatitas ao dar este aviso?
b. Portanto, o que Moisés e Arão deviam fazer? (v. 20)
(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Assim Moisés, Arão e os líderes de Israel contaram todos os levitas conforme os seus clãs e famílias." (NVI-PT) (Números 4:46)
No passado eu estava muito confuso com respeito aos termos levitas e sacerdotes; muitas vezes eu me perguntava se os levitas eram necessariamente sacerdotes e vice-versa. Suspeito que este seja o caso da maioria dos leitores; portanto, gostaria de citar Timothy Ashley para ajudar a esclarecer essa confusão:
Em outras palavras, todos os sacerdotes precisavam ser levitas e descendentes de Arão. No entanto, parece que na época dos cronistas, os deveres dos levitas foram ampliados para incluir o cuidado dos vasos do tabernáculo (1 Crônicas 9:28-32). A razão pode ser que“De acordo com as narrativas bíblicas, tanto os sacerdotes quanto os levitas eram descendentes de Levi, o terceiro filho de Jacó e Lia (Gn 29:34). Levi teve três filhos: Gérson... Coate e Merari (Gênesis 46:11). Aarão e Moisés eram descendentes de Coate (Êxodo 6:16-20; 1 Crônicas 6:2-3), e embora não fossem descendentes do primogênito, o próprio fato de os sacerdotes serem seus descendentes [de Aarão] provavelmente é corroborado pelo fato de eles terem recebido mais responsabilidade e honra do que os outros levitas. Os sacerdotes eram os únicos autorizados a oferecer sacrifícios e presidir os ritos sagrados no tabernáculo (vide, por exemplo, Nm 3:38; 18:1-32). A categoria dos levitas incluía todos os outros descendentes de Levi, a saber, os coatitas não-aronitas, os gersonitas e os meraritas. Os deveres dos levitas incluíam guardar o lado de fora do tabernáculo... e levar a cabo o trabalho físico de erguê-lo, desmontá-lo e transportá-lo..."
(NICOT, Números 86-87).
“não há comparação entre o grande número de outros tipos de oficiais (por exemplo, cantores) nos livros de Crônicas e aqueles em Números. Em suma, o livro de Números é inteiramente orientado para o serviço levítico num santuário com tenda móvel, enquanto Crônicas mostra o mecanismo mais complexo de um templo permanente” (NICOT, Números, 91).
No entanto, embora as responsabilidades dos levitas tenham sido ampliadas um pouco ao longo do tempo, a distinção entre ambos grupos devia permanecer nítida, como se vê nos planos de Ezequiel para um templo restaurado (capítulos 40-44).
5:1-4—A remoção da impureza
(1) Regulamentos detalhados sobre a impureza já foram dados em Levítico. Por que você acha que Deus escolheu este momento específico para assegurar que fossem seguidos? (v. 3)
(2) Que princípio espiritual está sendo enfatizado aqui?
5:5-10—Restituição por danos
(3) Por que o pecado de prejudicar outra pessoa é considerado “ofender o Senhor”? (v. 6)
(4) Quais são os passos necessários para fazer uma “restituição total”?
(5) O que significa cada uma das etapas?
(6) Que o princípio espiritual está sendo enfatizado aqui, e como podemos aplicá-lo à nossa vida dentro da igreja?
5:11-31—A prova da esposa suspeita de adultério
(7) Independentemente de se concordarmos ou não com o método usado nesta prova, devemos supor que Deus respeitava os resultados das ações do sacerdote (no que diz respeito ao aborto do útero e ao inchaço da barriga), pelo menos durante a época de Moisés:
a. No contexto do Antigo Oriente, o que poderia ter acontecido se Deus não tivesse feito essa provisão para Israel? O que o marido ciumento provavelmente teria feito?
b. Quão semelhante era o método usado neste teste ao uso do Urim e Tumim pelo sacerdote para buscar a vontade de Deus? (vide Êxodo 28:30; 1 Sam. 14:41)
(8) Em que sentido a infidelidade de uma esposa é um pecado composto que combina a impureza e a transgressão?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Ele a fará beber a água amarga que traz maldição, e essa água entrará nela, causando-lhe amargo sofrimento." (NVI-PT) (Números 5:24)
Ao lermos sobre o tratamento que recebia uma esposa suspeita de adultério, não podemos deixar de sentir pena da mulher, especialmente se ela era inocente. Também ficamos assustados com o caráter quase mágico do teste. Gostaria de compartilhar o seguinte comentário de Timothy Ashley:
“No plano sociológico, esta passagem levanta dúvidas preocupantes sobre o chamado julgamento por provações, bem como o tratamento injusto que esta passagem prescreve (uma vez que não foi registrado nenhum procedimento comparável para uma esposa que suspeitava do marido). Primeiro, devemos reconhecer que este trecho não é produto da lógica ocidental moderna. A vida cultural no Antigo Oriente era muito diferente da vida moderna quanto a funções sociais, etc., e não devemos tentar transformar este texto algo que não é, somente porque ofende a nossa consciência do século XX. No entanto, feita essa advertência inicial, também devemos ter cuidado para não transformar este texto num julgamento misógino por provações, com base numa leitura superficial...
“Neste relato vemos que tudo, do início ao fim, está nas mãos de Deus. Além dos atos divinos, não se impõe nenhum castigo humano. O castigo estabelecido na Torá para uma adúltera é a morte (Lv 20:10). O termo adúltera nem é mencionado aqui... nem a pena de morte. Em vez disso, o castigo divino é limitado à 'coxa seca' e a 'barriga incha', qualquer que seja o significado dessas expressões. Aliás, este texto complementa o que lemos em Lv. 20:10 ao impedir que um marido ciumento castigue sua esposa com base somente em sua suspeita. Era necessário realizar cuidadosamente este ritual complexo (v. 30b) para proteger a mulher do capricho do marido numa época em que se reconhece que havia escassas leis que protegiam as mulheres. No entanto, é enganoso e confuso chamar esse ritual de "julgamento por provações".
“Do ponto de vista teológico, é preciso afirmar a teocentridade desta passagem para evitar transformá-la em algo mágico. Seria incorreto interpretar este texto de tal forma que essas águas marim funcionem magicamente, ou seja, por si mesmas, sem nenhuma ação divina. Do início ao fim, o ritual foi revelado por Deus (v. 11); a mulher devia ser levada para Deus (vv. 16, 18, 30); Deus era quem castigava aquela que fosse culpada (v. 21); e era a Deus que a oferta devia ser apresentada. A poção devia ser feita de água sagrada (chamada assim porque era tomada da presença de Deus no tabernáculo) e pó tomado do chão do tabernáculo (portanto, também da esfera das coisas sagradas), juntamente com as palavras de um juramento negativo (uma maldição) que era feito diante de Deus. Deus é o ator principal neste drama ritual, e nenhuma parte acontece sem Ele.
“Portanto, o perigo era real para a mulher culpada (impura). Qualquer contato entre o sagrado e o impuro traz desastre para este último. Deve-se rejeitar qualquer interpretação 'naturalista' que considera que a poção era água inofensiva que 'mais provavelmente absolveria uma centena de esposas culpadas antes de condenar uma inocente', ou que o castigo ocorria simplesmente devido ao poder de sugestão, ou que o ritual é uma 'farsa transparente' cujo objetivo era desmascarar um marido ciumento. O fato de o castigo sobre a mulher ser (neste caso) limitado deve ser visto como uma operação da graça divina."
(NICOT, Números, 124)
(1) Você consegue pensar em possíveis razões ou circunstâncias que levariam uma pessoa a fazer um voto de nazireu?
(2) Por que era necessário fazer o seguinte para se dedicar plenamente ao Senhor como nazireu?
a. Abster-se de bebidas fermentadas (vv. 3-4)
b. Não cortar o cabelo (v. 5 — vide o final do v. 7, especialmente vv. 11, 19)
c. Não se aproximar de um cadáver (vv. 6-8 — vide Lev. 21:11)
(3) Embora nem todos os descendentes de Israel pudessem ser sacerdotes ou levitas, quem podia ser nazireu?
(4) Uma vez que a decisão de ser nazareo era um ato voluntário, por que uma contaminação acidental (como aquele mencionado no v. 9) exigia que a pessoa passasse por um processo de purificação tão tedioso que incluía a apresentação de uma "oferta pelo pecado"? Aliás, por que a contaminação era considerada um "pecado" ou "culpa"?
(5) Qual é o princípio espiritual por trás desses requisitos?
(6) Os procedimentos para encerrar o período do voto de nazireu eram igualmente complexos:
a. Devia ser feito na entrada da Tenda do Encontro.
b. O nazireu devia apresentar um holocausto, uma oferta pelo pecado e uma oferta pacífica.
c. Além disso, deviam ser apresentadas ofertas de cereais, de bebidas e pães.
d. O nazireu devia rapar o cabelo.
e. Os sacerdotes deviam fazer uma oferta movida.
Por que todos os itens acima eram necessários para encerrar este voto de dedicação?
(7) Qual seria o equivalente moderno do voto de nazireu?
(8) A bênção sacerdotal (vv.22-27)
a. Como essa bênção revela o coração de Deus ao Seu povo?
b. Por que Deus diz que por meio desta bênção “porão o meu nome sobre os filhos de Israel” (ARC)?
c. Essa bênção era real ou uma mera formalidade? Por quê?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça.” (NVI-PT) (Números 6:24-25)
Eu me pergunto quantas pessoas levam a sério a bênção no final do culto! Para muitos adoradores, não passa de um sinal de que o culto acabou e é hora de ir a casa ou fazer o que estavam esperando fazer durante a semana inteira.
As palavras do Senhor a Moisés deixam claro que tais bênçãos não são simples rituais para encerrar o culto, mas têm um significado real, pois elas colocam o nome de Deus sobre o povo, e Ele os abençoa (Nm. 6:27).
Talvez você esteja se perguntando como essa bênção pode colocar o nome de Deus sobre as pessoas:
1. Deus é tudo:
Muitos estudiosos salientam corretamente que não é por acaso que o nome de Deus é mencionado três vezes. Com essa bênção, a congregação que estava sendo despedida lembraria que Deus é tudo; Nas palavras de Tiago: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tiago 1:17). Somente Deus realmente pode conceder bênçãos em nossas vidas.
2. As bênçãos incluem o seguinte:
a. O Senhor te guarde: Isso lembrava aos adoradores que Deus tinha assumido a responsabilidade de preservá-los do mal do mundo.
b. O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti: Com frequência, a expressão "rosto de Deus" se refere à Sua própria presença. Ele não só se compromete a nos proteger, mas também quer andar conosco, estar conosco em qualquer situação e ter comunhão conosco.
c. O Senhor sobre ti levante o seu rosto: Como parte dessa comunhão, Ele espera que conversemos com Ele e lhe apresentemos nossas súplicas, e Ele está pronto para ouvir. Ao levantar o Seu rosto sobre nós, Deus também nos demonstra o Seu poder.
d. O Senhor te dê a paz: Deus quer nos dar a paz — não só no sentido de ausência de guerra ou desastre, mas uma paz holística que envolve o bem-estar do nosso corpo, alma e espírito, o significado da palavra "shalom".
Em outras palavras, com essa bênção Deus desejava que o povo, ao sair do local de culto, vivesse em total dependência e comunhão contínua com Ele, com suas vidas centradas nEle, e que essas bênçãos se tornassem uma realidade em suas vidas.
Portanto, se você é servo do Senhor, pronuncie sua bênção com preparação e de forma significativa; e se você fizer parte da congregação, leve a bênção a sério, recebendo-a com fé, e comprometa-se a levar o nome de Deus aonde quer que você for.
Embora este capítulo seja muito longo, a maior parte dele (vv. 12-83) descreve os presentes que foram apresentados pelo líder de cada uma das doze tribos, de acordo com a disposição das tribos no acampamento (descrita no capítulo 2):
(1) Você consegue se lembrar qual era o propósito do Tabernáculo?
(2) Por que ele tinha que ser “ungido e consagrado” antes de o povo poder apresentar suas ofertas ao Senhor?
(3) Depois disso, o Tabernáculo já estava pronto para funcionar como o lugar onde o povo poderia entrar na presença de Deus por meio da apresentação de sacrifícios. Antes de apresentar seus sacrifícios, os líderes das tribos (obviamente em nome de suas respectivas tribos) apresentaram presentes diante do Senhor: seis carroças cobertas e 12 bois (não para serem sacrifícados, mas para puxarem as carroças). Foram dados por Moisés aos gersonitas e meraritas “conforme exigia o trabalho deles" A que trabalho se refere este versículo, e por que exigia o uso desses carros e bois?
(4) Em seguida, ao chegar sua vez, cada tribo apresentou suas ofertas, uma tribo por dia; todas as suas ofertas eram idênticas. Examinemos como exemplo as ofertas de Judá (vv. 13-17):
a. A oferta de cereais foi apresentada nos seguintes recipientes:
- uma prato de prata que pesava cento e trinta siclos
- uma bacia de prata que pesava setenta siclos
- ambos calculados de acordo com o siclo do santuário, cada um cheio da melhor farinha amassada com óleo como oferta de cereais
b. O incenso estava no seguinte recipiente:
- um prato de ouro que pesava dez siclos, cheio de incenso
c. Um holocausto:
- um novilho, um carneiro e um cordeiro de um ano
d. Uma oferta pelo pecado:
- um bode como oferta pelo pecado;
e. Um sacrifício de comunhão:
- dois bois, cinco carneiros, cinco bodes e cinco cordeiros de um ano
Responda as seguintes perguntas à luz do fato de o altar já ter sido ungido e santificado por Moisés (7:1):
- Por que era necessário dedicá-lo? (7:11)
- O que teria significado o fato de cada tribo ter levado suas respectivas ofertas para esta dedicação, especialmente seu próprio prato de prata, bacia e prato de ouro (quer dizer, incensário)?
(5) Nenhum fogo veio do céu para consumir os sacrifícios após esta elaborada cerimônia. Portanto, como o povo soube que o Senhor tinha aceitado suas ofertas e dedicação? (7:89)
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
“Esta
apresentação aconteceu no momento... em que Moisés, havendo concluído a
construção do tabernáculo, ungiu e santificou a habitação e o altar,
junto com os móveis (Lv 8:10, 11). Do ponto de vista cronológico, este
relato deveria ter aparecido logo após Lev. 8:10. No entanto, para evitar uma
interrupção no fluxo de idéias relacionadas com as leis do Sinai, é
mencionado aqui pela primeira vez, onde é colocado no início dos eventos
imediatamente anteriores à saída do povo do Monte Sinai..."
(K&D, 678)
"Quando o altar foi ungido, os líderes trouxeram as suas ofertas para a dedicação do altar, e as apresentaram diante dele... No décimo segundo dia, Aira, filho de Enã e líder de Naftali, trouxe a sua oferta." (NVI-PT) (Números 7:10, 78)
É impossível que Números 7 não seja ser o capítulo mais repetitivo de toda a Bíblia. Do versículo 12 até o versículo 83, este capítulo detalha as ofertas feitas por cada uma das doze tribos na dedicação do altar depois de ele ter sido ungido por Moisés. Além de algumas variações superficiais e muito triviais, não só as ofertas feitas por cada tribo são idênticas, mas até mesmo as palavras usadas para descrevê-las são essencialmente repetições textuais! É natural perguntar por quê.
Leia a seguinte reflexão de Timothy Ashley a esse respeito:
“A resposta com certeza deve ser que o autor procurava o efeito cumulativo que resulta da leitura de um relato de doze ofertas idênticas. Através da repetição, o autor mostrou que cada tribo teve o mesmo interesse em apoiar o ministério sacrificial do tabernáculo. Nenhuma tribo tinha o monopólio da responsabilidade de sustentá-lo, e nenhuma tribo era desnecessária. Também é significativo que o apoio tenha vindo das próprias tribos, e não dos sacerdotes ou levitas. O resultado desse envolvimento no apoio ao ministério é visto no último versículo do capítulo... o cumprimento da promessa de Deus em Êxodo 25:22: comunhão e comunhão entre Deus e Moisés, o representante do povo."
(NICOT, Números, 164)
Devemos prestar atenção às palavras acima, pois tenho visto líderes em alguns ministérios da igreja que, devido à nossa mentalidade altamente individualista, acham que suas próprias áreas são as mais importantes, como se os outros ministérios da igreja fossem desnecessários!