Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Números no Velho Testamento.
Cabe lembrar que o Tabernáculo foi levantado no primeiro dia do primeiro mês do segundo ano após a saída dos israelitas do Egito (Êxodo 40:17), e o livro de Números retoma a narrativa no primeiro dia do segundo mês do segundo ano, apenas um mês mais tarde.
8:1-4—A disposição das 7 lâmpadas no candelabro de ouro
Parece que Arão não tinha colocado o candelabro de ouro na posição correta, e o Senhor precisou informá-lo por meio de Moisés.
(1) Qual era o significado simbólico das sete lâmpadas na Bíblia? (vide Zacarias 4:2 e ss. e Apocalipse 1:12 e ss.; 4:5)
(2) Qual era o propósito prático das sete lâmpadas? (Êxodo 25:37)
(3) A que aponta a ênfase dada ao fato de elas serem feitas de ouro?
8:5-22—A separação dos levitas
Uma vez que a jornada para a Terra Prometida estava prestes a começar, e a constante desmontagem e montagem do Tabernáculo começaria a figurar entre os deveres regulares dos levitas, Deus ordenou a Moisés que os separasse:
(4) As razões pelas quais os levitas precisavam passar por uma cerimônia de purificação antes de poderem desempenhar seu ministério são explicadas nos vv. 15-19. Leia esses versículos com atenção, fazendo uma lista de cada uma dessas razões; em seguida, explique numa única frase e com suas próprias palavras por que foi necessário eles realizarem essa cerimônia naquele momento específico.
(5) Os ritos de purificação:
a. Os levitas precisavam ser cerimonialmente limpos:
- purificados por aspersão de água (v. 7)
- todo o corpo rapado (v. 7)
- suas roupas lavadas (v. 7)
b. Seus pecados precisavam ser expiados:
- Expiação pelos levitas (v. 12) pela imposição das mãos sobre os seguintes animais:
1. um novilho, com uma oferta de cereais para holocausto (v. 8)
2. Um novilho como oferta pelo pecado (v. 8)
c. Os levitas precisavam ser apresentados ao povo:
- A cerimônia devia ser realizada diante da Tenda do Encontro. (v. 9)
- Os levitas deviam ser apresentados a toda a nação de Israel e os representantes do povo deviam impor as mãos sobre eles (v. 10).
- Deviam ser apresentados ao Senhor como uma oferta movida por parte dos israelitas (vv. 11, 13)—vide a Nota abaixo.
d. O resultado: "para servirem no ministério do Senhor" (v. 11) e “os levitas serão meus” (v. 14).
Que princípios que você pode enxergar em cada uma das categorias acima devemos aplicar ao nosso serviço na obra do Senhor hoje?
8:23-26—Idade mínima para o serviço
(6) Na sua opinião, por que foi estabelecida essa idade mínima?
(7) Por que foi estabelecida uma idade máxima?
(8) Aqueles levitas que atingiam a idade máxima precisavam se aposentar totalmente?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Talvez seja útil lembrar novamente o que era uma oferta movida:
A oferta movida
“era usada somente nas ofertas pacíficas e de consagração: os sacerdotes colocavam o objeto a ser movido sobre as mãos de quem apresentava a oferta; em seguida, colocavam suas próprias mãos sob as dele, movendo as mãos daquele que estava apresentando a oferta para trás e para frente numa direção horizontal, simbolizando com movimento para frente (ou seja, em direção ao altar) a apresentação do sacrifício, ou sua transferência simbólica para Deus, e, com o movimento para trás, a devolução do mesmo sacrifício, como um presente dado por Deus ao Seu servo, o sacerdote” (K&D, 539).
Nesta consagração específica dos levitas, o povo
"podia transferir para os levitas a obrigação que a nação inteira tinha de servir ao Senhor através dos primogênitos, apresentando-os ao Senhor como representantes dos primogênitos de Israel, para servi-lo como sacrifício vivo" (K&D, 681).
"Isto diz respeito aos levitas: os homens de vinte e cinco anos para cima, aptos para servir, tomarão parte no trabalho que se faz na Tenda do Encontro, mas aos cinqüenta anos deverão afastar-se do serviço regular e nele não mais trabalharão." (NVI-PT) (Números 8:24-25)
É realmente desconcertante ver que num intervalo de 5 capítulos (4:3 e 8:23) são estabelecidas duas idades mínimas diferentes para os levitas começarem o seu serviço. Embora os estudiosos tenham opiniões divergentes quanto a prováveis explicações para essa diferença, é impossível não admirar os antigos escribas que copiaram fielmente as palavras exatas de seus manuscritos, sem decidir por si mesmos alterá-las a fim de "harmonizar" as Sagradas Escrituras.
Os antigos rabinos acreditavam que os dois limites de idade discrepantes não implicam contradição alguma, pois parecem sugerir um período de aprendizado de cinco anos, ou seja, os jovens levitas eram autorizados a iniciar o serviço aos vinte e cinco anos (8:23), mas só podiam exercer o cargo plenamente a partir dos trinta anos (4:3).
Alguns entendem que o primeiro limite foi imposto como uma regra de longo prazo que continuaria vigente depois da época do Tabernáculo. Segundo essa lógica, quando a época do Tabernáculo deu lugar à época do templo, não existia mais a necessidade de transportar o tabernáculo; portanto, uma vez que não era necessário ter muitos levitas jovens para servir, a regra de trinta anos entrou em vigor. Por outro lado, durante a época do Tabernáculo era necessário ter mais jovens para ajudar com o transporte da tenda, daí a redução provisória da idade mínima para vinte e cinco anos.
Timothy Ashley dá a seguinte opinião perspicaz adicional:
“Talvez o incidente de Nadabe e Abiú registrado em Levítico 10:1-20 tenha levado ao aumento da idade mínima para o serviço levítico. Embora não se saiba as idades de Nadabe e Abiú no momento de suas mortes, esse incidente teria acontecido após a construção do tabernáculo e antes da partida do povo do Monte Sinai, ou seja, num intervalo de cinquenta dias. Esse terrível evento pode muito bem ter levado ao aumento do limite de idade para melhor impedir que um indivíduo imaturo assumisse este papel (pelo menos potencialmente) perigoso de ser levita” (NICOT, Números, 176).
No entanto, eu acredito que é muito menos importante especular sobre o motivo dessa discrepância no limite de idade mínima do que entender a razão pelo estabelecimento de uma idade de aposentadoria compulsória. Mesmo num ministério tão sagrado como este, ninguém é indispensável. Os anciãos devem preparar seus sucessores e aprender a abrir mão de suas posições. No entanto, abrir mão não significa que não podemos mais servir, mas que devemos deixar de lado o nosso papel de liderança para podermos fazer como os levitas aposentados, que deviam "ajudar seus companheiros de ofício na responsabilidade de cuidar da Tenda do Encontro, mas eles mesmos não deverão fazer o trabalho" (8:26). Eu acho que isso é um ótimo conselho!
9:1-14—Um aviso para o povo não se esquecer de observar a Páscoa
Neste primeiro aniversário do Êxodo, o povo estava prestes a celebrar a Páscoa fora do Egito pela primeira vez. Foi neste momento que o Senhor falou a Moisés para lembrá-lo de que o povo devia observá-lo “de acordo com todas as suas leis e ordenanças” (9:3).
(1) Qual é a importância simbólica da observância da Páscoa? (Êxodo 12:26-27)
(2) Por que a falta de sua observância acarretaria a severa penalidade de ser "eliminado do meio do seu povo"? (9:13)
(3) Que problema prático surgiu nesta primeira celebração da festa fora do Egito? (9:6)
(4) Moisés não deveria ter tido sabedoria para lidar com ele? Por que ele teve de consultar ao Senhor?
(5) O que a resposta do Senhor (9:9-13) revela sobre o seguinte?
a. A importância simbólica da observância da Páscoa; como sua resposta revela isso?
b. A santidade que Deus exige daqueles que se aproximam dEle
c. A abordagem não legalista de Deus com relação à observância de uma festa tão importante
9:15-23—A presença e orientação de Deus através da nuvem
(6) Ao dar instruções específicas ao povo sobre seus movimentos, o Senhor usou como sinal a subida e descida da nuvem sobre o Tabernáculo:
a. Uma vez que o povo veria esse fenômeno todos os dias ao longo dos seguintes 38 anos, você acha que seu aspecto “milagroso” diminuiria com o tempo? Por que ou por que não?
b. Não teria sido melhor se o Senhor tivesse falado com o povo cada vez que era hora de estabelecer ou desmontar o acampamento?
c. Quais são alguns dos “milagres” diários que damos por garantidos?
(7) A julgar pela narrativa nos vv. 15-23, quais teriam sido os períodos de tempo mais longos e mais curtos em que o povo ficou acampado?
a. Como eles teriam se sentido naquelas ocasiões em que só ficavam acampados uma noite (pense em todas as suas tarefas de montar e desmontar as barracas)? (v. 21)
b. Como eles teriam se sentido quando ficavam acampados durante um ano inteiro? (v. 22)
c. Que lições importantes você pode aprender da experiência deles?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Conforme a ordem do Senhor os israelitas partiam, e conforme a ordem do Senhor, acampavam. Enquanto a nuvem estivesse por cima do tabernáculo, eles permaneciam acampados." (NVI-PT) (Números 9:18)
Sempre leio com inveja como os israelitas vivenciavam o milagre diário de ver a coluna de nuvem de dia e a coluna de fogo de noite pairando sobre a Tenda do Encontro, um sinal direto do Senhor, tanto de Sua presença quanto de Sua orientação. Ao mesmo tempo, leio com perplexidade que esses mesmos israelitas tiveram a ousadia de reclamar, rebelar-se e afastar-se de Deus na presença desse milagre diário.
No entanto, devido ao simples fato de que esse "milagre" de nuvem de dia e fogo de noite foi visto pelo povo no deserto todos os dias durante 38 anos, a maioria (se não todos) eventualmente o teria dado por garantido. Alguns céticos até podem ter começado a descartá-lo, dizendo que era um fenômeno "natural".
Isso não é o que aconteceu com o arco-íris? É possível que os primeiros descendentes de Noé, ao olharem para o arco-íris, tivessem recordado vividamente os pecados da geração anterior, o horrível julgamento de Deus e a promessa misericordiosa de Deus expressa no aparecimento do arco-íris após uma tempestade. No entanto, tenho certeza de que este fenômeno, ao se tornar "natural", perdeu seu poder "milagroso" como lembrança para as seguintes gerações (sem mencionar a nossa), especialmente para as mentes científicas e iluminadas.
A mesma coisa acontece com os muitos milagres que tomamos como garantidos todos os dias: a respiração que ainda temos quando acordamos todas as manhãs; o retorno da manhã após uma noite de escuridão; nossa capacidade de ver, ouvir, falar, comer e excretar; e a presença de Deus em nossas vidas que se manifesta em Sua proteção, Sua paz e Suas respostas às nossas orações. O nosso problema sempre é expresso na verdade do seguinte ditado: "A familiaridade gera o desprezo".
10:1-10—As funções das trombetas
É lógico que seriam necessárias trombetas para reunir o povo para iniciar sua marcha; no entanto, o Senhor menciona funções adicionais para essas trombetas:
(1) Qual era a função dos toques de trombeta que serviam para chamar o povo para a batalha? (v. 9) Por quê?
(2) Qual era a função dos toques de trombeta que serviam para chamar o povo para apresentar holocaustos e ofertas de comunhão durante as festas e festivais estabelecidos? (v. 10) Por quê?
10:11-36—A partida do povo do Monte Sinai (vide a Nota abaixo)
(3) Os vv. 14-28 estabelecem a ordem na qual as divisões israelitas deviam marchar do Monte Sinai. Compare essa ordem com o que já tinha sido estabelecido em Números 2:3-31. O povo marchou na ordem exata que o Senhor havia ordenado?
(4) Em que dia o povo deixou o Monte Sinai? (Números 10:12)
(5) O que eles fizeram na semana anterior à sua partida do Monte Sinai? (Núm. 9:1-3) Como isso os preparou para a viagem?
(6) Os v. 29-32 contêm um breve interlúdio sobre o sogro de Moisés, cujo nome era Jetro, mas que agora é chamado Hobabe (alguns comentaristas sustentam que Hobabe era filho de Jetro). Com base em Juízes 1:16, parece que Hobabe decidiu acompanhar os israelitas. O que poderia significar sua decisão de ficar com os israelitas? Quem se beneficiou com sua decisão?
(7) O v. 35 é parecido com uma "oração de invocação", e o v. 36 a uma bênção. Ambos agora são proferidos por Moisés de forma habitual:
a. Quão importante era essa "invocação" quando o povo partia em suas jornadas?
b. Quão importante era essa "bênção" quando chegava a um lugar de descanso?
c. O que Moisés tentava expressar quando orava assim?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
O significado do nome Parã é incerto, mas de acordo com os textos bíblicos,
“Parã estava localizada ao norte do local tradicional do Monte Sinai e a oeste de Midiã... Possivelmente se estendia para o norte até Cades Barnea, pois Números 13:26 menciona que Cades estava localizado dentro desta região. É possível que Parã tenha sido um termo geral usado para se referir a maioria das regiões desabitadas do Sinai" (NICOT, Numbers, 193).
“Sempre que a arca partia, Moisés dizia: 'Levanta-te, ó Senhor! Sejam espalhados os teus inimigos e fujam de diante de ti os teus adversários'. Sempre que a arca parava, ele dizia: 'Volta, ó Senhor, para os incontáveis milhares de Israel'." (NVI-PT) (Números 10:35-36)
Embora o povo tenha vindo a aceitar gradualmente a liderança de Moisés e o fato de o Senhor ter revelado Seu poder milagroso através dele em várias ocasiões, Moisés sabia no fundo do coração que ele sozinho era totalmente inadequado para levar o povo de Deus à Terra Prometida. Ele sabia que somente Deus e mais ninguém era capaz de lhes dar a vitória. Isso é visto claramente nas suas orações, que ele provavelmente orava em voz alta diante de toda a assembléia do povo cada vez que partiam e cada vez que descansavam, mesmo na presença da arca e da coluna de nuvem.
Calvino fez ainda mais reflexões sobre as orações de Moisés:
“Uma vez que sua viagem não era de forma alguma pacífica, mas marcada pelo medo constante do ataque inimigo, era necessário implorar a Deus que saísse com eles, como se estivessem se preparando para a batalha. Era assim que Moisés fortalecía a coragem do povo, para que nenhuma causa mais imediata de terror os tornasse indolentes e inertes. Portanto, é como se ele tivesse orado assim: 'Ó Senhor, não só nos mostres o caminho, mas também abre-o com o poder da Tua mão para a destruição dos inimigos'. Ele não os chamava de inimigos do povo, mas inimigos de Deus, para que os israelitas tivessem a certeza de que estavam lutando sob Seus auspícios; pois assim eles podiam esperar uma vitória mais certa, uma vez que o Deus justo, que vinga a iniqüidade, estava defendendo Sua própria causa; além disso, proporcionava não pouco conforto e alegria para o povo ouvir que qualquer um que se levantasse para assediá-lo injustamente também era inimigo de Deus, pois Ele protegeria Seu povo como a menina de Seus olhos. Portanto, o Profeta tomou emprestada esta passagem para armar a Igreja com confiança e mantê-la alegre enquanto experimentava os violentos ataques de seus inimigos. (Sal. 107:1) Deve-se notar também a analogia e semelhança entre o sinal visível e a coisa significada; pois Moisés não foi tão tolo a ponto de se dirigir à Arca com essas palavras; ele simplesmente pedia a Deus que mostrasse efetivamente que a Arca era uma imagem viva de Seu poder e glória.
"Ao orar assim, ele também exortava o povo a ser paciente, para que o cansaço da demora não gerasse indignação. Caso contrário, teria sido incômodo qualquer prolongamento do tempo de sua viagem, fazendo que chegassem mais tarde ao seu lugar de descanso. E vemos, de fato, como suas mentes ficaram exasperadas, como se o progresso mais lento fosse uma espécie de decepção. Portanto, para corrigir essa impaciência, Moisés os lembra que suas paradas eram vantajosas, servindo para que Deus, que morava no Seu lar como pai de família, pudesse manifestar Seu cuidado por eles; porque a alusão que se faz aqui é àqueles homens que aproveitam um tempo de descanso, livres de outros assuntos, para terem mais liberdade para cuidar de sua própria família."
(Comentários de Calvino, Vol. III, 13-14)
É possível considerar Números 11:1–12:16 como uma unidade literária que narra os problemas específicos que surgiram entre o povo em Taberá (11:1-3), Quibrote-Hataavá (11:4-35) e Hazerote (12:1-16).
11:1-3—Reclamações sobre as dificuldades da viagem
Isto parece ser uma referência à viagem de três dias mencionada em 10:33.
(1) Que tipos de dificuldades o povo pode ter experimentado enquanto viajava pelo deserto?
(2) Eles só tinham viajado três dias; no entanto, eles tinham alguma ideia de quanto tempo a viagem levaria?
(3) Sua reclamação foi justificada? Por que ou por que não?
(4) Por que o Senhor reagiu com tanta ira? Sua reação foi justificada? Por que ou por que não?
(5) Como o povo soube que o castigo tinha vindo do Senhor?
(6) Se você fosse Moisés, o que essa experiência lhe teria mostrado?
11:4-23—Reclamações sobre a comida
(7) Quais foram os que fomentaram as denúncias? (Números 11:4; Êxodo 12:38)
(8) Por que eles não foram gratos pela provisão de maná do céu? Será que eles realmente teriam preferido ficar no Egito?
(9) Na sua opinião, qual era o seu verdadeiro problema?
(10) O Senhor ficou extremamente irado, mas Moisés ficou perturbado (vv. 10-15).
a. Quem Moisés culpou?
b. O que ele pensava sobre o povo?
c. O que ele pensava sobre sua missão?
d. O que ele pediu a Deus que fizesse?
e. Ao apresentar sua queixa, Moisés tentou identificar-se com os sentimentos de Deus?
f. A birra de Moisés foi justificada? Por que ou por que não?
(11) O que o Senhor fez imediatamente para atender à reclamação de Moisés? (vv. 16-17) Por quê?
(12) Isso foi algo que Moisés tinha pedido ou esperava? Por que ou por que não?
(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná!" (NVI-PT) (Números 11:6)
É tão fácil para nós repreender os israelitas por abandonar o maná celestial e querer voltar à escravidão no Egito só para poderem comer peixe, pepinos, melancias, alhos-porós, cebolas e alhos! (Núm. 11:6) Mas será que somos tão diferentes assim?
Como
cristãos nascidos de novo, sem dúvida já experimentamos o maná celestial, o
próprio Jesus Cristo, que habita em nossos corações e continua a nos
alimentar com Sua palavra celestial; mas apesar disso, quantas vezes desejamos experimentar os pecados que costumavam nos escravizar! Ouçamos o conselho de
Agostinho:
"Por acaso não vemos que os israelitas obtiveram em detrimento seu o que eles haviam pedido, motivados por uma cobiça culpada? De fato, aqueles para quem o maná chovia do céu desejavam se alimentar de carne, pois desprezavam o que tinham e pediam descaradamente o que não tinham, como se não tivesse sido melhor se em vez de pedir que seus desejos desordenados fossem satisfeitos com o alimento que não tinham, tivessem pedido que fosse retirada sua aversão, para que pudessem receber de forma adequada o que lhes estava sendo provisto. Porque quando nos deleitamos com o mal, e não desejamos o que é bom, deveríamos suplicar a Deus que nos conceda novamente o amor do bem, em vez de nos conceder os nossos desejos malvados. Isso não quer dizer que é ruim comer carne, uma vez que o Apóstolo, ao falar sobre este assunto, diz o seguinte: 'porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças" [ARC] [1 Timóteo 4:4]; no entanto, uma vez que ele também afirma que 'mal vai para o homem que come com escândalo' [Romanos 14:20]; e se esse for o caso com as ofensas contra humanos, quanto mais com as ofensas contra Deus? Para Ele não era insignificante a ofensa dos israelitas, que estavam rejeitando o que a sabedoria lhes providenciava e pedindo o que a sua concupiscência desejava, embora na verdade nem sequer pedissem, mas murmuravam porque não o tinham. Mas a fim de que entendéssemos que a maldade não se encontra em nenhuma coisa criada por Deus, mas na desobediência obstinada e o desejo desordenado, o primeiro homem morreu não por causa da carne de porco, mas por causa de uma fruta, e Esaú perdeu sua primogenitura não por causa de uma ave, mas por causa de um prato de lentilhas."
(NPF, 7, 331-332)
(1) Em seguida, o Senhor prometeu alimentar o povo com carne. (vv.18-23)
a. Quão rápida foi a resposta do Senhor pela qual Ele informou o povo que Ele lhes daria sua carne?
b. Quanta carne Ele lhes prometeu?
c. O que você acha da reação de Moisés nos vv. 21-22?
d. Como você descreveria o estado de espírito de Moisés naquele momento?
(2) Como o Senhor mostrou que Seu espírito também repousava sobre os setenta líderes?
(3) Foi um castigo de Deus ter que compartilhar o fardo de Moisés? Por que ou por que não?
(4) Moisés se arrependeu de ter reclamado, e do fato de que sua liderança foi de certa forma compartilhada (e, por conseguinte, um pouco diminuída) por estes líderes "cheios do Espírito"? Como sabemos? (v. 29)
(5) Deus enviou codornizes para satisfazer o desejo carnal do povo:
a. Quantas codornizes o Senhor enviou entre eles?
b. Com base na forma como o povo coletava as codornizes, você acha que eles o consideravam algo que tinham conseguido por meio de suas reclamações, ou como algo cujo propósito era fazê-los enxergar sua tolice? (Nota: 10 hômeres é provavelmente o equivalente a 2,2 kg.)
(6)
Embora parecesse que Deus estava satisfazendo o desejo carnal do povo, Ele também lhes infligiu um castigo (vv. 31-34). Que lição (ou lições) as seguintes categorias de pessoas aprenderam com este incidente?
a. o povo
b. os setenta líderes
c. Moisés
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas Moisés respondeu: 'Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles!'.” (NVI-PT) (Números 11:29)
Fiquei completamente surprendido ao ler sobre a humildade que Moisés demonstrou diante desta grande rebelião do povo em Quibrote-Hataavá, onde eles acamparam, provavelmente depois de uma viagem de só três dias.
O povo tinha acabado de celebrar sua primeira Páscoa fora do Egito no dia 14 do primeiro mês, e agora, no dia 20 eles estavam partindo em sua primeira viagem em direção à terra prometida de uma maneira muito ordenada que deve ter sido um espetáculo e tanto! Além da arca que ia adiante deles, o povo também estava sendo guiado pela milagrosa coluna de nuvem que sempre o guiava em suas jornadas. Mas apesar disso, eles não aguentaram as dificuldades que experimentaram nesta jornada no deserto quente e árido. Talvez na verdade eles não estivessem focados em suas dificuldades. Afinal, eles não estavam numa jornada qualquer; eles tinham uma missão: herdar a promessa de Deus, não só receber terra, mas também se tornar uma nação santa, um reino de sacerdotes e um tesouro pessoal de Deus (Êxodo 19:5-6).
Mas eles foram instigados pelo "bando de estrangeiros" (11:4), a multidão mista que provavelmente não era de descendência judaica (Êxodo 12:38). Essas pessoas estavam contentes por terem sido libertados do jugo do Egito, mas não tinham nenhum senso de missão ou temor de Jeová. Mesmo assim, não havia desculpa para sua queixa, na qual expressavam sua tristeza por terem deixado o Egito (Nm 11:20). Era um povo ingrato e rebelde que não tinha nenhum sentimento de orgulho e dignidade e preferia continuar sendo escravos em vez de ser um povo glorioso de Deus, simplesmente por não querer sacrificar temporariamente a facilidade e o conforto!
A birra que Moisés fez imediatamente diante do Senhor pode parecer imprudente e desrespeitosa (Nm. 11:10-15). Sem dúvida foi muito imaturo da parte de Moisés pedir a Deus que o matasse. Mas Deus estava tão frustrado quanto ele por causa do povo; por isso, Ele entendia como Moisés se sentia, embora com certeza Deus esperava que Moisés se identificasse ou até mesmo simpatizasse com Seus sentimentos—é isso que Deus procura nos Seus servos. Mas nesta etapa inicial de seu aprendizado, Moisés ainda tinha muito a aprender como líder e amigo de Deus. Por isso, Deus percebeu que seria necessário reduzir o fardo de Moisés—a responsabilidade de liderar esse povo rebelde realmente era demais para uma só pessoa; portanto, Deus decidiu permitir que 70 líderes compartilhassem seu fardo e pôs Seu Espírito sobre eles também.
Não tenho certeza de que essa era a resposta que Moisés esperava, mas sem dúvida o seu assistente, o jovem Josué (Nm 11:28), não a esperava, pois ficou com ciúmes de que esses líderes compartilhassem o Espírito de Deus com Moisés. Mas Moisés deixou claro que ele não cobiçava poder e os privilégios quando disse a Josué: “Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles!” (Números 11:29).
Quando li essas palavras, entendi por que Deus não se irritou com Moisés, apesar das suas palavras aparentemente desrespeitosas. Como vemos mais tarde em Números 12:3, Deus conhecia o coração de Moisés: "Moisés era um homem muito paciente, mais do que qualquer outro que havia na terra."
(1) Embora não possamos ter certeza se essa mulher "cuxita" era Zípora, a midianita, sem dúvida é desconcertante o fato de Miriã e Arão tierem escolhido aquele momento (em Hazerote) para desafiar a liderança de Moisés. Será que Miriã e Aarão tinham participado dos eventos do capítulo 11? O que teria despertado os ciúmes de Miriã e Arão?
(2) K&D salientam que o verbo "falar/ תְּדַבֵּ֨ר” usado no v. 1 é um "verbo feminino". Como isso nos mostra quem foi o instigador?
(3) Quão destacadas eram as posições que Miriã e Arão já ocupavam? (vide Êxodo 15:20; 7:1; 28:2; Números 3:10 etc.)
(4) Embora pareça que Miriã e Arão não concordavam com o fato de Moisés ter se casado com uma mulher não-israelita, o que eles realmente disseram contra Moisés no v. 2? Por quê?
(5) A quem eles dirigiram seu comentário no v. 2?
(6) O que significa “E o Senhor o ouviu”?
(7) Se você fosse Moisés, como você teria respondido a este desafio proveniente de seus próprios irmãos? Moisés sequer o mencionou diante do Senhor?
(8) De acordo com o Senhor, quão único era Seu servo Moisés? Por que era tão único?
(9) O que o Senhor fez para expressar seu desagrado contra Miriã? E contra Arão?
(10) Que palavra Aarão usou ao se dirigir a seu irmão no v. 11? Por quê?
(11) O que essa experiência teria significado para Miriam?
(12) Como esse incidente e os eventos do capítulo 11 mostram a mansidão de Moisés?
(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"'Será que o Senhor tem falado apenas por meio de Moisés?', perguntaram. 'Também não tem ele falado por meio de nós?' ." (NVI-PT) (Números 12:2)
“Por muitas razões, este relato é particularmente digna de nossa atenção. Se Arão e Miriã tivessem apoiado calma e cordialmente a honra de seu irmão em todo momento, sem se deixarem levar por ciúmes perversos e ímpios, sua harmonia, por mais santa que tivesse sido, isso teria sido pervertido pela injustiça da maioria e usada contra eles, como se se tratasse de uma conspiração enganosa e insidiosa. Portanto, de acordo com a maravilhosa providência de Deus, aconteceu que seu próprio irmão e irmã provocaram uma disputa quanto à supremacia, tentando derrubar Moisés da posição na qual Deus o havia colocado: assim, qualquer suspeita de parcialidade familiar foi eliminado, e foi mostrado claramente que Moisés, ao ser desafiado pela sua própria família, foi sustentado somente pelo poder de Deus. Ao mesmo tempo, percebe-se quão natural é a ambição na mente de quase todos os homens, e também quão cega e furiosa é o desejo pelo poder. Arão e Miriã estavam competindo com seu próprio irmão pela supremacia, mesmo após terem visto abundante evidência de que aquele que desejavam derrubar tinha sido exaltado pela mão de Deus, e pela mesma mão tinha mantido sua posição. Porque Moisés não tinha se arrogado nada; por isso não foi permitido ao homem tentar minar a dignidade daquele alto cargo que Deus lhe havia outorgado. Além disso, foi na pessoa de Moisés que Deus tinha enobrecido sua própria casa e nome, e foi por causa do favor tinha mostrado a Moisés que eles também tinham sido dotados de seus próprios dons peculiares. Pois com que direito Miriam tinha obtido o dom da profecia, exceto pela ratificação mais plena do poder de seu irmão? Mas a arrogância e a ingratidão de Arão eram ainda mais vergonhosas. Por meio de seu irmão, ele tinha se associado consigo mesmo: Moisés tinha permitido a transferência do sumo sacerdócio para ele e seus descendentes, sujeitando assim os seus próprios descendentes aos de Arão. Que razão havia para Arão invejar seu irmão, quando seus próprios filhos haviam sido investidos de tão exaltada dignidade, enquanto toda a família de Moisés tinha sido rebaixada? Mas apesar disso, Arão tinha ficado tão cego que considerava a honra de seu irmão como uma afronta a si mesmo; de qualquer forma, ele não suportava que sua dignidade fosse inferior à de seu irmão, apesar de ele ter sido seu superior em virtude do sacerdócio. Portanto, este exemplo nos ensina com quanta ansiedade devemos evitar essa praga maligna (a ambição).
“O irmão malvado do Poeta Trágico disse o seguinte: 'Porque, se for necessário cometer alguma injustiça, é melhor cometê-la pelo poder.' Talvez tenha dito isso como pretexto para poder atentar com impunidade contra seu próprio sangue. Ora, embora todos detestemos esta noção, ela mostra claramente que o desejo de dominar, quando se apodera dos corações dos homens, os leva não só a abandonar o amor da justiça, mas também extingue toda a humanidade neles, uma vez que por sua causa os irmãos lutam entre si, furiosos (por assim dizer) contra suas próprias entranhas. É realmente surpreendente que apesar de a opinião de todas as épocas ter condenado esse vício com tanta frequência e severidade, a raça humana nunca tenha se livrado dela. Além disso, a Igreja de Deus sempre esteve infestada desta doença, que é a pior de todas: pois a ambição sempre foi e continua sendo a mãe de todos os erros, de todas as revoltas e seitas. Se conseguiu infectar até mesmo Aaron e sua irmã, quão facilmente pode se espalhar entre a multidão!"
(Comentários de Calvino, VIII, 42)
(1) Uma vez que Deus era quem conduzia o povo à Terra Prometida, por que precisavam explorar a terra antes de entrar?
(2) Por que foi necessário enviar doze pessoas? Não teria sido melhor enviar um grupo menor para evitar suspeitas?
(3) Que qualidades pessoais esses homens teriam possuído, já que eram líderes de suas respectivas tribos?
(4) Por que Moisés considerou necessário mudar o nome de Oséias (que significa ele salvou) para Josué (Javé salva)?
(5) Quais foram as tarefas específicas de sua missão? (vv. 17-20)
(6) O que Moisés esperava obter com esta exploração?
(7) Quanto tempo durou e até onde chegou sua exploração? (vv. 21-25)
(8) Qual foi o relatório positivo que eles deram? (v. 27)
(9) Qual foi o relatório negativo que eles deram? (v. 28)
(10) Calebe negou a veracidade do relatório negativo?
(11) Como podemos explicar, então, a diferença de atitude entre os espiões?
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Mas o povo que lá vive é poderoso... Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos." (NVI-PT) (Números 13:28, 30)
Você pode se perguntar por que o Senhor ordenou a Moisés que enviasse espiões (mais precisamente, doze espiões), para explorar a terra que Ele já tinha prometido dar ao povo. Eles não deviam simplesmente entrar pela fé e tomar a terra?
O que o Senhor fez aqui, além de ser sensato e prático, é consistente com o tipo de fé que Ele deseja ver em Seus filhos.
(1) Uma fé sensata: É certo que o contingente de doze espiões que foi enviado pode ter parecido muito grande e bastante visível, chamando muita atenção para si. No entanto, o que Deus deseja ver em Seu povo é a unidade. Ele queria que o povo lutasse na batalha como um povo unido, não só porque Moisés o tinha mandado lutar, mas também porque desejavam participar na batalha como um povo unido. Por isso Ele enviou 12 espiões que representavam as doze tribos.
(2) Uma fé prática: Não se tratava de uma única batalha, mas de uma batalha prolongada. Portanto, era necessário planejar estratégias de batalha com sabedoria, usando informações sobre onde estariam localizadas as fortalezas e quais eram seus pontos mais fracos. O fato de depender de Deus para a vitória não significa que devemos esvaziar os nossos cérebros — nossa sabedoria vem de Deus. O propósito de levar o produto da terra ou frutas locais de volta para o acampamento também foi comprovar que Deus realmente tinha escolhido uma terra boa.
(3) Uma fé genuína: Deus nunca nos exige uma "fé cega". A fé genuína vem da plena consciência das vantagens e desvantagens de nossa situação; isso nos leva a fazer o compromisso consciente de confiar que Deus se encarregará do resultado. Esse é o tipo de fé que Jesus também exige de Seus discípulos antes de eles se comprometerem a segui-Lo, ou seja, eles devem primeiro calcular o custo de ser um discípulo. (Lucas 14:25-35)
É importante notar que Calebe nunca negou o relatório negativo dos outros espiões; ele reconheceu que os inimigos eram formidáveis, mas também que nosso Deus é muito maior. Portanto, "certamente, prevaleceremos contra ela" (Nm 13:30). Isso é uma fé genuína!