Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Números 28:1–15

Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Números no Velho Testamento.

Essas instruções são diferentes das de outras passagens (especialmente Levítico 23), uma vez que tratam principalmente do "holocausto oferecido inteiramente ao Senhor", além das purificações (ou seja, oferta pelo pecado). Consulte a tabela abaixo enquanto refletimos brevemente sobre cada tipo de oferta. O propósito destes dois capítulos é fornecer um calendário litúrgico para o Povo de Deus:

28:1-8—As ofertas diárias

(1) Qual poderia ser o significado desta exigência de que um animal inteiro fosse sacrificado a Jeová cada manhã e cada noite?

(2) Qual pode ter sido o significado desta exigência de também oferecer um aroma agradável a Jeová cada manhã e cada noite?

(3) Como isso pode nos lembrar hoje de que precisamos ter uma hora tranquila pela manhã e à noite?

(4) Embora seja compreensível que Jeová tenha especificado as quantidades, por que ele incluiu detalhes tão específicos sobre a farinha, o óleo e a oferta derramada?

28:9-10—As ofertas semanais (o sábado)

(5) Qual era o significado peculiar das ofertas que deviam ser apresentadas no sábado?

(6) Por que o Senhor enfatiza que essas ofertas deviam ser apresentadas “além do holocausto diário e da oferta derramada”?

(7) Qual é a implicação para nós hoje?

28:11-15—As ofertas mensais (a Lua Nova)

(8) Por que foi necessário introduzir também uma oferta mensal de Lua Nova quando já havia ofertas diárias e semanais?

(9) As instruções sobre essas ofertas já tinham sido dadas quarenta anos antes, no Monte Sinai (v. 6). O que pode significar o fato de elas serem repetidas aqui (observe que são ofertas públicas, não privadas)?

(10) Por que desta vez uma oferta pelo pecado devia ser adicionada?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota: A tabela abaixo contém um resumo das quantidades de animais necessárias para estas ofertas (aquelas mencionadas nos capítulos 28-29).


Holocaustos inteiros novilho

Holocaustos inteiros carneiro

Holocaustos inteiros cordeiro

Oferta para purificação / pelo pecado: bode

Diariamente



2


Semanalmente - no sábado



2


Mensalmente - na lua nova

2

1

7

1

Anualmente:





Páscoa

2

1

7

1

Festa das Semanas (Primícias)

2

1

7

1

Festa das Trombetas

1

1

7

1

Dia da Expiação

1

1

7

1

Dia 1

Festa das Cabanas

13

2

14

1

Dia 2

12

2

14

1

Dia 3

11


2

14

1

Dia 4

10

2

14

1

Dia 5

9

2

14

1

Dia 6

8

2

14

1

Dia 7

7

2

14

1

O dia seguinte

1

1

7

1


Reflexão meditativa
Um corpo em Cristo

"O Senhor disse a Moisés: 'Ordene aos israelitas e diga-lhes: "Tenham o cuidado de apresentar-me na época designada a comida para as minhas ofertas preparadas no fogo, como um aroma que me seja agradável".' " (NVI-PT) (Números 28:1-2)

Não fui criado nas tradições litúrgicas da Igreja Cristã, e os únicos feriados cristãos que celebrei nos primeiros anos de minha fé foram a Páscoa e o Natal. No entanto, à medida que comecei a seguir mais de perto o calendário litúrgico da Igreja Cristã, aprendi a valorizar minha caminhada espiritual com o Senhor de uma nova maneira; agora ela está mais sintonizada com o ritmo de vida de outros cristãos ao meu redor. Aliás, entendi que minha fé não é só uma fé pessoal, mas uma fé comunitária, como Deus a projetou.

Os capítulos 28-29 de Números confirmam os desejos de Deus para Seu povo a esse respeito, pois Ele estabelece o calendário litúrgico anual de todos os festivais/festas públicas de Israel "Além dos votos que fizerem e das ofertas voluntárias" (Nm 29:39), os quais seriam de caráter pessoal. Algumas dessas festas exigiam uma assembléia sagrada (por exemplo, 28:18, 25, 26; 29:1, 7, 12), enquanto outras, como as ofertas diárias, eram simplesmente oferecidas pelos sacerdotes em nome da comunidade inteira; no entanto, mesmo nestas últimas, o povo estava envolvido como um só povo que apresentava seus sacrifícios a Jeová.

Foi por isso que esta ordem foi dada não só a Moisés e aos sacerdotes, mas "aos israelitas" (Nm 28:1). Embora nossa entrada na fé em Cristo seja uma experiência pessoal, uma vez dentro, somos parte de um só povo—o povo de Deus; o apóstolo Paulo usa o termo “um só corpo” para transmitir essa realidade (1 Coríntios 12).

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Números 28:16–31

28:16-25As ofertas anuais: começando com a Páscoa

(1) Por que era tão importante que a Páscoa fosse a primeira celebração anual do ano (era celebrada no dia 14 do primeiro mês)?

(2) Em que sentido a Festa dos Pães Asmos (os sete dias que se seguiam imediatamente) também relembra o Êxodo? (vide Êxodo 12:15 e ss.; 23:15; 34:18; Levítico 23:6; Deuteronômio 16:16)

(3) Por que os dias primeiro e o sétimo da Festa dos Pães Asmos deviam ser observados com abstinência de trabalho “habitual” (isto é, trabalho destinado a ganhar dinheiro)? (vv. 18, 25)

(4) De que isso nos recorda hoje?

28:26-31A festa das semanas: Em Êxodo 23:16, esta festa é chamada de “Festa da colheita”; em Êxodo 34:22, Deuteronômio 16:10 e aqui é chamado de "Festa das Semanas"; mais tarde seria chamado de "Pentecostes", porque devia ser celebrada 50 dias após a apresentação da colheita dos primeiros grãos, o que significa que o termo "Dia dos primeiros frutos" é bastante fluido.

(5) O que simboliza o ato de apresentar as primeiras porções das primícias e das colheitas de grãos ao Senhor? (Êxodo 34:26)

(6) Você acha que a última observação (v. 31) foi fortuita? Por que ou por que não?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A essência de
guardar os dias de festa

"Tenham o cuidado de apresentar-me na época designada a comida para as minhas ofertas preparadas no fogo, como um aroma que me seja agradável ... No décimo quinto dia desse mês haverá uma festa; durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia convoquem uma santa assembléia e não façam trabalho algum.” (NVI-PT) (Números 28:2, 17-18).

Em suas reflexões sobre os vários dias de festa que o Senhor ordenou que o povo observasse, Ambrósio, bispo de Milão (ca. 340 4 de abril de 397), diz o seguinte:

“Este sacrifício é com certeza completo e perfeito, como o Senhor nos diz quando afirma que as ofertas e contribuições são Suas: 'Vocês me oferecerão uma oblação nos meus dias de festa', sem poupar nada ou guardar nada para si; vocês devem oferecer um sacrifício completo, pleno e perfeito. Entende-se que a expressão 'dia de festa' se refere ao Dia do Senhor, um momento apropriado para atos de perfeita virtude. Tais atos são aperfeiçoados quando nossas almas sufocam as ansiedades deste mundo e as tentações da carne numa luta vitoriosa contra o hedonismo, de tal forma que a alma é libertada do mundo e dedicada a Deus, sem se desviar nem um pouco do caminho de boas intenções, deixando de lado todas as distrações, sejam elas de prazer ou de trabalho. Os sábios—e ninguém mais—celebram este feriado com a devida solenidade." (ACCS, III, Caim e Abel, Livro 2, cap. 2.8)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Números 29:1–40

29:1-6—A Festa das Trombetas

(1) Uma vez que já havia uma oferta de “Lua Nova” que era apresentada no primeiro dia de cada mês, qual teria sido o número total de ofertas que eram apresentadas no primeiro dia do sétimo mês?

(2) A Festa das Trombetas marcava o início não só do sétimo mês, mas também de uma série de festas importantes (29:7; 12 e ss.). À luz disso, qual poderia ser o significado desta festa das “trombetas”?

29:7-11—O Dia da Expiação

(3) Os detalhes sobre o Dia da Expiação são registrados em Levítico 16. Aqui é mencionado simplesmente como um dias importante no calendário litúrgico do ano judaico. Compare o mandamento “Vocês se humilharão e não farão trabalho algum”, dado em relação com o Dia da Expiação (v. 7), com o mandamento dado para a Festa das Trombetas: “nenhuma obra servil fareis(v. 1). Qual poderia ser a mensagem nisso?

29:12-38—A Festa dos Tabernáculos—Consulte a tabela acima ao ler esta passagem:

(4) Quantos dias havia entre a observância do Dia da Expiação e a reunião do povo para celebrar a Festa dos Tabernáculos?

(5) Como se pode explicar essa mudança radical, de solenidade para alegria, em apenas uma semana?

(6) Qual era o propósito da Festa dos Tabernáculos (vide Levítico 23:34-36; 39-43)?

(7) Quão extravagante era essa festa? (Veja na tabela acima o número de carneiros e cordeiros que eram oferecidos nesta festa; era o dobro do número oferecido na Páscoa e na Festa de Pentecostes, e o número de bois era cinco vezes maior.)

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A alegria que vem da expiação

No décimo dia desse sétimo mês convoquem uma santa assembléia. Vocês se humilharão e não farão trabalho algum ... No décimo quinto dia do sétimo mês convoquem uma santa assembléia e não façam trabalho algum. Celebrem uma festa ao Senhor durante sete dias." (NVI-PT) (Números 29:7, 12)

Ao lermos Números 29, compreendemos a importância do sétimo mês no calendário litúrgico de Israel, começando no primeiro dia, que também era a Festa das Trombetas, continuando com o décimo dia, o Dia da Expiação, e terminando com os 7 dias (que na verdade eram 8) da celebração extravagante da Festa dos Tabernáculos.

É óbvio que as trombetas eram usadas para convocar o povo a uma assembléia. Parece que a Festa das Trombetas (que começava com um toque de trombeta) chamava o povo a se preparar para as duas festas que se seguiam mais tarde no mêso Dia da Expiação e a Festa dos Tabernáculos.

Sabemos quão importante era o Dia da Expiação (observada no décimo dia do mês), no qual o Sumo Sacerdote, vestido com todas as vestes pontifícias, penetrava o véu, aproximando-se do "Lugar Santíssimo" com o sangue do animal; ele só fazia isso uma vez por ano para expiar os pecados do povo. Era um evento tão solene que o povo, arrependido, tinha que “afligir-se” ou “humilhar-se” (29:7).

No entanto, uma vez expiados os seus pecados, 7 dias depois, no dia 15 do mês, toda essa tristeza se transformava em alegria com a celebração da Festa da Colheita, que durava 8 dias. O povo construía tendas, barracos ou estruturas temporárias onde moravam para recordar seus 40 anos de peregrinação no deserto. As ofertas públicas que eram feitas nesta festa excediam em muito as de qualquer outra, o que fazia dela a principal festa do anoo número de carneiros e cordeiros era o dobro do número oferecido na Páscoa e na festa de Pentecostes, enquanto o número de bois era cinco vezes maior.

Isso nos lembra de forma poderosa de quão perfeito é o perdão de Deus. Quando nosso arrependimento é sincero, o desejo de Deus é nos encher de alegriauma alegria imensa, uma alegria que transborda.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Números 30:1–16

(1) Vv. 1-2: (vide Ecl.5:4-5)

a. O que motivaria uma pessoa a fazer um voto a Deus?

b. Você tem feito algum voto a Deus que ainda não cumpriu?

c. Você tem feito alguma promessa a outra pessoa que ainda não cumpriu?

d. Existe alguma diferença verdadeira entre fazer um voto a Deus e fazer uma promessa a uma pessoa?

(2) Vv. 3-5—O caso de uma jovem ainda morava em casa—Por que seu voto pessoal a Deus devia estar sujeito à vontade de seu pai?

(3) Vv. 6-8—O caso de uma mulher casada

a. Por que seu voto pessoal a Deus devia estar sujeito à vontade de seu marido?

b. Por que o ato de pronunciar palavras precipitadas devia receber o mesmo tratamento que um voto?

(4) V. 9O caso de uma mulher viúva ou divorciadaQuão diferente ela deveria ser tratada? Por quê?

(5) Vv. 10-15—O consentimento do marido

a. Por que o silêncio (seja do pai ou do marido) devia ser considerado como consentimento?

b. Havia duas formas em que o marido podea anular o voto: a anulação imediata (vv. 12-13) e a anulação após ter guardado silêncio (vv. 14-15). O que devia acontecer neste último caso? Por quê?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A culpa dos votos não cumpridos

"Mas, se o seu marido a proibir quando o souber, anulará o voto que a obriga ou a promessa precipitada pela qual ela se obrigou, e o Senhor a livrará." (NVI-PT) (Números 30:8)

Levítico 27 trata extensivamente dos diversos aspectos de fazer votos ao Senhor, e o resto das Escrituras nos lembram muitas vezes da seriedade de fazer votos ao Senhor e do dever de cumpri-los (por exemplo, Ec. 5:4-7). Portanto, pode-se perguntar por que o Senhor teria escolhido dar normas adicionais que governavam os votos feitos especificamente por mulheres.

Embora os homens e mulheres modernos busquem desafiar o ensino bíblico da ordem da criação de Deus, que ensina que o homem foi estabelecido como cabeça da família, qualquer interpretação honesta das Escrituras nos leva a essa conclusão, afirmada claramente por Paulo em 1 Coríntios 11:2-16. No entanto, essas disposições em Números 30 nos revelam claramente que, na prática, ser “cabeça” acarreta grandes responsabilidades, e também pode ser abusado.

Esta passagem reconhece que uma mulher podia ser impedida de cumprir um voto (seja negativo ou positivo) que queria fazer ou que já havia feito ao Senhor, seja pelo pai ou pelo marido. Essas provisões serviam para liberá-la de sua responsabilidade, para que ela não tivesse nenhum sentimento de culpa pelo resto da vida.

Ao mesmo tempo, esta passagem "autoriza" a mulher a fazer e cumprir seu voto ao Senhor, mesmo que o pai ou marido não lhe desse nenhum consentimento verbal; seu silêncio seria seu consentimento.

Este trecho também protegia a mulher, caso seu marido que inicialmente tinha guardado silêncio procurasse mais tarde anular seu voto. Nesse caso, "ele sofrerá as conseqüências de sua iniqüidade" (30:15).

É certo que as mulheres que viviam neste contexto no Velho Testamento não eram livres para fazer e cumprir os votos como desejavam. No entanto, em última análise, Deus é um Deus que examina o coração. O que realmente contava era seu desejo de fazer um voto e sua disposição de cumpri-lo.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Números 31:1–24

Leia novamente 25:16-18; esta passagem é uma resposta às palavras do Senhor sobre a vingança contra Midiã:

(1) Esta seria a última batalha sob a liderança de Moisés; à luz disso, que elementos significantes podemos esperar encontrar nesta passagem? (vv. 1-2)

(2) O exército de Israel (vv. 3-6):

a. De acordo com o censo mais recente, quantos combatentes havia entre o povo? (vide 26:51)

b. Quantos homens o Senhor queria que lutassem nesta batalha? Por quê?

c. Como eles foram selecionados? Por quê?

d. Por que um sacerdote foi designado para o exército? Qual seria o seu papel? (Observação: Além das trombetas, não sabemos exatamente o que ele portava.)

(3) Sua vitória (vv. 7-12):

a. Quem eles mataram?

b. Por que Balaão também foi morto?

c. Por que os soldados não mataram as mulheres?

d. Qual foi a extensão de sua vitória?

(4) Assuntos pendentes (vv. 13-24)

a. Por que Moisés se enfureceu com eles? Sua raiva era justificada?

b. O que Moisés pediu que fizessem? Isso foi cruel demais? Por que ou por que não?

c. Que lição devemos aprender com isso?

d. Que ritos de purificação deviam ser aplicados ao seguinte:

  1. os soldados
  2. suas roupas
  3. os despojos (metais)
  4. os despojos (objetos não metálicos)

(5) Uma vez que esta foi a última batalha sob a liderança de Moisés, quão importante foi tudo isso?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O mandamento de matar todo
s os homens

"Lutaram então contra Midiã, conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés, e mataram todos os homens." (NVI-PT) (Números 31:7)

Embora a Bíblia afirme que os israelitas mataram todos os homens em Midiã, como o Senhor lhes tinha ordenado, é importante entender que os midianitas tinham laços com muitos outros povos do Velho Testamentoos ismaelitas, os moabitas, os amalequitas, etc. Aqueles que morreram na batalha de Números 31 provavelmente tinham laços familiares com os moabitas, e os midianitas de outras regiões continuariam causando problemas para Israel (vide Juízes 6-8).

No entanto, a ordem de Deus de matar todos os homens nessa batalha parece incompatível com o caráter de Javé. Gostaria de compartilhar brevemente a seguinte reflexão de Timothy Ashley a esse respeito:

“É evidente que sua lei tinha sido dada para o reino de Deus, que tinha assumido a forma de uma nação (Israel), que esse reino estava destinado a ser uma teocracia e que essa teocracia devia existir no Antigo Oriente. Em primeiro lugar, para os cristãos, o reino de Deus não é mais uma entidade nacional; caso contrário, o NT seria um documento sem sentido. Em vez disso, o reino agora se estende além de qualquer fronteira nacional e inclui todos aqueles que aceitam o senhorio de Cristo. Segundo, embora o reino como tal continua sendo uma teocracia, o sucessor de Israel é a igreja, e não uma entidade nacional (Gálatas 6:16; 1 Pedro 2:9-10). Nenhuma nação tem o direito automático de se apropriar dessas regras para a guerra e aplicá-las a si mesma, como se fosse a sucessora da missão de Israel. Terceiro, o mundo moderno, que tem suficiente poder para aniquilar o planeta várias vezes, é muito diferente do mundo do Antigo Oriente, com sua capacidade limitada de destruição humana."
(NICOT, Números , 590)

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Números 31:25–54

Nesta batalha final sob a liderança Moisés, estavam sendo estabelecidos precedentes que serviriam como exemplo para futuras gerações de israelitas:

(1) Qual princípio foi estabelecido no v. 27 com relação aos "despojos"?

(2) A contribuição (ou imposto) retirada da metade que pertencia aos soldados (vv. 28-29):

a. Qual foi o valor da base de cálculo do imposto?

b. Quem receberia essa contribuição?

(3) A contribuição (ou imposto) retirada da metade que pertencia ao povo (v. 30):

a. Qual foi o valor da base de cálculo do imposto?

b. Quem receberia essa contribuição?

(4) Os v. 36-47 contêm uma lista com números exatos dos despojos e confirmam que o povo fez tudo conforme a ordem do Senhor. Quão importante foi esse precedente? Seu único foco era ser equitativo? Por que ou por que não?

(5) A decisão dos Oficiais (vv. 48-54)

a. O que os oficiais e soldados decidiram fazer com os metais preciosos que tinham saqueado?

b. Você acha que isso teve algo a ver com o fato de quenão esta[va] faltando ninguémapós a batalha?

c. Por que eles consideraram essa oferta como uma expiação? (vide o v. 14 e Êxodo 30:11-16)

d. O que simbolozou o fato de Moisés e Eleazar ter recebido suas ofertas?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O arrependimento instantâneo

Por isso trouxemos como oferta ao Senhor os artigos de ouro dos quais cada um de nós se apossoubraceletes, pulseiras, anéis-selo, brincos e colarespara fazer propiciação por nós perante o Senhor." (NVI-PT) (Números 31:50)

Ao ler o livro de Números, é impossível não ficar com a impressão de que os israelitas eram de fato uma “raça de pecadores” (32:14) que estavam determinados a se rebelar contra o Senhor. Portanto, quando li sobre como derrotaram os midianitas, matando todos os seus reis, junto com "todos os homens" e até mesmo Balaão, o feiticeiro, imediatamente fiquei espantado pelas seguintes palavras: "Os israelitas capturaram as mulheres midianitas" (31:9). Senti imediatamente que haveria problemas. Essas não eram as mesmas mulheres que os tinham desviado? Eles não estavam colocando a si mesmos no perigo de voltar ao pecado?

Pouco depois de eu pensar isso, li que Moisés se enfureceu com eles, acusando-os desses mesmos pecados! (31:15-19)

Com certeza, sua única opção foi obedecer à ordem de Moisés de matar todas as mulheres também, salvo aquelas que nunca tinham dormido com um homem (31:17-18).

Minha única dúvida era esta: esses homens realmente se arrependeram de seus pecados? E essa pergunta foi respondida claramente  quando li sobre suas ações quando foram a Moisés, dizendo: "Por isso trouxemos como oferta ao Senhor os artigos de ouro dos quais cada um de nós se apossou: braceletes, pulseiras, anéis-selo, brincos e colares; para fazer propiciação por nós perante o Senhor” (31:50).

É claro que essa não foi uma oferta de ação de graças, embora eles sem dúvida estivessem agradecidos que não faltava nenhum dos soldados (31:49). Eles deixaram claro que seu propósito era fazer expiação por seu pecado, uma referência ao pecado pelo qual Moisés os havia repreendido. Em outras palavras, eles realmente lamantavam suas ações e tinham se arrependido.

No entanto, a menção da expiação também pode ser uma referência ao censo. Deus tinha estipulado que cada vez que o povo fizesse um censo, devia “pagar ao Senhor um preço pelo resgate por sua vida quando for contado” (Êxodo 30:12). Uma vez que nenhum pagamento de resgate ao Senhor é mencionado no censo registrado em Números 26, é possível que outro propósito da oferta de todos os artigos de ouro (que tinham saqueado) foi satisfazer esse resgate estipulado.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Números 32:1–19

32:1-5—O pedido dos rubenitas e gaditas

(1) Por que os rubenitas e gaditas fizeram esse pedido?

(2) Eles realmente eram muito mais numerosos do que as outras 12 tribos?

(3) Uma vez que que todas as referências à Terra Prometida mencionavam somente o território a oeste do rio Jordão, seu pedido não era uma violação da vontade de Deus? (vide a Nota abaixo)

32:6-15—A ira de Moisés

(4) Que acusação Moisés estava fazendo quando os chamou de "raça de pecadores"? Considere os seguintes versículos:

a. v. 6

b. vv. 7-9

c. vv. 10-11

d. vv. 14-15

(5) A reação enfurecida de Moisés foi exagerada? Por que ou por que não?

32:16-19A resposta das tribos

(6) Que promessa eles fizeram?

(7) Que risco esse plano teria representado?

32:20-33—A autorização de Moisés

(8) Esses homens tinham alguma noção de quanto tempo passaria "enquanto todos os israelitas não receberem a sua herança"? (vide Jos. 22:1-5)

(9) Eles tinham cumprido sua promessa?

32:34-42A inclusão de metade da tribo de Manassés

(10) Moisés violou a promessa de Deus ao atender ao pedido das tribos?

(11) Que lições podemos aprender deste incidente como um todo?

(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

“De acordo com a definição dada consistentemente na Bíblia da terra de Canaã (a Terra Prometida), a região se limitava ao território a oeste do rio Jordão”
(NICOT, Números, 606)


Reflexão meditativa
Deus não é legalista!

E acrescentaram: 'Se podemos contar com o favor de vocês, deixem que essa terra seja dada a estes seus servos como herança. Não nos façam atravessar o Jordão'.” (NVI-PT) (Números 32:5)

À primeira vista, a chegada dos rubenitas e gaditas para pedir autorização para permanecerem no lado leste do Jordão em vez de acompanhar as outras tribos até a Terra Prometida foi totalmente ultrajante e impensável:

- Isso não foi uma flagrante violação da palavra de Deus, uma vez que "a definição dada consistentemente na Bíblia da terra de Canaã (a Terra Prometida), a região se limitava ao território a oeste do rio Jordão" (NICOT, Números, 606)? (vide também Gênesis 12:5; 23:2, 19; 35:6; 48:3, 7; 49:30, etc.)

- A julgar pelas populações masculinas adultas dessas duas tribos (43.730 e 40.500, de acordo com Nm 26:7, 18) elas sem dúvida não eram as maiores das 12 tribos; portanto, seus rebanhos e gado também não teriam sido maiores que os das outras tribos.

- Com certeza, quarenta anos era muito tempo para ter vagado no deserto; no entanto, que direito tinham suas mulheres e crianças de ter o privilégio de descansar antes que as outras tribos?

Moisés (e, por conseguinte, o resto do povo de Israel) teria razão em ficar zangado ao escutar seu pedido. No entanto, o resultado foi que não só Moisés, mas também o resto do povo de Israel deram seu consentimento. Este incidente nos mostra o seguinte:

- Deus não é um Deus legalista cujo único interesse é fazer cumprir a letra de Sua Lei. Embora a expressão "Terra Prometida" sempre tivesse se referido ao território localizado a oeste do rio Jordão, nunca foi intenção de Deus que fosse um território fixo, como nos ensina a história posterior de Israel. Contanto que essas tribos não se esquivassem de suas responsabilidades de permanecerem unidas com seus irmãos e acompanhá-los na conquista do resto da terra, Deus com certeza estaria disposto a encher sua vida “de coisas boas” (Sl. 103:5).

- Os homens dessas duas tribos (e mais tarde, também de metade da tribo de Manassés) eram homens que cumpriam suas promessas, pois não só correram um grande risco ao deixar suas esposas e crianças sozinhos em seu território, mas também se uniram aos seus irmãos para lutar com eles por muito tempo. Embora não se saiba ao certo quanto tempo durou a conquista, Willmington's Guide to the Bible (A Guia da Bíblia de Willmington) calcula que ela "abrangeu um período de aproximadamente vinte e cinco anos" (pág. 86).

- O fato de as outras tribos terem concordado nos dá um vislumbre da unidade que marcou o período que se seguiu sob a liderança de Josué—uma raridade na história do povo de Deus.