Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 6:1–10

Nesta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Juízes no Velho Testamento.

(1) Muitos eruditos consideram que no Velho Testamento o período de 40 anos representa uma geração; portanto, parece que era difícil para os israelitas transmitirem sua fé para a próxima geração. Como nós podemos ter certeza de que a próxima geração seguirá o Senhor?

(2) Em comparação com o que os israelitas tinham experimentado antes, quão inusitada ou incomum era sua situação sob os midianitas? Em que sentido sua situação é semelhante à vida de um cristão rebelde que nunca consegue descansar porque depende de seus próprios esforços e não do Senhor?

(3) Você já teve alguma experiência semelhante?

(4) Antes de lhes dar um libertador, Deus se assegurou de que o povo soubessem o motivo de sua humilhação. Embora essa repreensão seja bastante familiar, vale a pena refletir sobre ela: essas palavras de repreensão têm algum significado contemporâneo para nossa geração, inclusive para nós mesmos?

(5) Desta vez, quanto tempo o povo esperou antes de clamar a Jeová? Qual é a razão dada no texto?

(6) O que o fato de o povo ainda ter um profeta entre eles nos ensina sobre sua condição espiritual?

(7) Faça uma pausa para refletir sobre a mensagem principal para você hoje. Como você pode aplicá-lo em sua vida?

Reflexão meditativa
A vida separada de Deus

"Sempre que os israelitas faziam as suas plantações, os midianitas, os amalequitas e outros povos da região a leste deles as invadiam." (NVI-PT) (Juízes 6:3)

O ciclo vicioso de rebelião contra o Senhor continuou após a morte de Débora, e mais uma vez a geração sob a liderança de Débora não transmitiu sua fé no Senhor aos seus descendentes.

Embora ainda houvesse pelo menos um profeta entre o povo que Deus pôde usar como Seu mensageiro, parece que não só o povo em geral, mas também seus líderes tinham tomado a iniciativa de se rebelar contra Jeová. Um exemplo dessa rebelião foi o pai de Gideão, Joás, cuja vida teria abrangido a geração anterior (da época de Débora) e a geração atual que tinha se afastado descaradamente de Deus e seguido os ídolos. Foi Joás, e não Gideão, que tinha construído um altar para Baal (6:25). Joás provavelmente ainda era muito jovem na época da milagrosa derrota dos moabitas; no entanto, ele não podia alegar que nunca tinha ouvido falar da grande obra de libertação que Deus realizara sob a liderança de Débora.

Desta vez, o castigo de Jeová foi bastante inusitado. Em vez de exercer domínio total sobre os israelitas, os midianitas e os "povos da região a leste deles" decidiram não tomar posse de suas terras, mas atacarem o povo nos momentos mais inoportunosquando estavam plantando suas lavouras. Ou seja, todo o esforço e trabalho que investiam era em vão. No entanto, isso descreve de forma muito apropriada um povo que, apesar de pertencer ao Senhor, escolhe se distanciar dEle. Nós, os cristãos, devemos entender perfeitamente o que isso significa.

Como cisternas rachadas (Jeremias 2:13), nada do nosso próprio esforço, trabalho, planos e energia pode nos trazer sucesso. Parece que Deus se opõe a nós a cada passo. Pior ainda, a alegria e a paz que antes conhecíamos se são convertidas em inquietação e ansiedade, e tudo porque escolhemos desobedecer a Deus e à Sua vontade. Mas isso, na verdade, é graça. Se tudo corresse bem para nós apesar da nossa falta de paz, a nossa consciência ficaria tão cauterizada que nos afastaríamos ainda mais do Senhor.

Assim, Israel "empobreceu tanto" que eles "clamaram por socorro ao Senhor" (6:6). Surpreendentemente, o Deus gracioso ouviu seu clamor mais uma vez e lhes deu outra chance. Para alguns de nós, já é hora de clamar a Jeová e voltar a Ele e à Sua vontade.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 6:11–18

(1) Onde o povo de Israel normalmente debulhava o trigo? (vide Rute 3:2)

(2) Por que Gideão o debulhava na prensa?

(3) Como o anjo de Jeová se dirigiu a Gideão?

(4) Quão incomum foi a resposta de Gideão? O que isso nos ensina sobre o estado de ânimo de Gideão?

(5) Suas dúvidas e queixas eram bem fundamentadas? Por que ou por que não?

(6) Compare cuidadosamente o v. 11 com o v. 14. Quem era, então, esse anjo de Jeová ?

(7) Como Jeová expressou Seu “chamado” no v. 14?

(8) Se você fosse Gideon, qual teria sido sua resposta imediata?

(9) Quão diferente sua resposta hipotética é da resposta dada por Gideon?

(10) Compare a resposta de Gideão com uma resposta dada por outra pessoa em circunstâncias parecidas (por exemplo, a de Saul em 1 Sam. 9:21). As respostas são genuínas? São fundamentadas?

(11) A chamada de Deus e a Sua presença prometida sempre andam de mãos dadas. O que essa verdade significa para você?

(12) O que significam a pergunta de Gideão e suas ações (nos vv. 17-18)?

(13) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

As eiras eram construídas nos montes, onde o vento noturno soprava a palha com mais facilidade, enquanto o lagar era um buraco no chão.

Reflexão meditativa
Não levar
Deus a sério

Se o Senhor está conosco, por que aconteceu tudo isso? ... Mas agora o Senhor nos abandonou e nos entregou nas mãos de Midiã." (NVI-PT) (Juízes 6:13)

Quando o anjo de Jeová (que é o próprio Jeová, como fica claro no v. 14) chamou Gideão para ser o próximo libertador de Israel, Ele foi recebido com uma série de perguntas que beiravam a blasfêmia:

se o Senhor está conosco, por que aconteceu tudo isso? Onde estão todas as suas maravilhas que os nossos pais nos contam quando dizem: Não foi o Senhor que nos tirou do Egito? Mas agora o Senhor nos abandonou e nos entregou nas mãos de Midiã ” (NVI-PT) (6:13).

Essas palavras cheias de queixas e dúvidas foram ditas depois da repreensão de um profeta que (na minha opinião) todos em Israel teriam ouvido. Como era possível que um homem (mesmo Gideão) ousasse culpar Deus por sua própria decadência?

Mas apesar disso, Jeová deu uma resposta cheia de compreensão, paciência e encorajamento. Por quê?

Acho que foi porque Jeová sabia que Gideão vivia num lar onde não havia temor de Deus. Perguntas como essas, embora incorretas em si mesmas, são compreensíveis quando são ditas por uma pessoa que não conhece a Jeová. Outra coisa seria se Gideão tivesse feito tais perguntas depois de seu encontro pessoal com Jeová.

Assim são as pessoas nesta era pós-cristã. Já ouvi muitas vezes disputas como as seguintes da boa de não-cristãos enquanto tentava falar com eles sobre Cristo: "Se existe um Deus, por que o mundo está tão cheio de dor e sofrimento?" Em seguida, citam como exemplos a fome na África, o genocídio, as doenças e os tsunamis.

Não devemos ficar ofendidos ao ouvir tais disputas; trata-se de pessoas que ainda não conhecem pessoalmente o amor de Deus. No entanto, outra coisa é quando cristãos que já provaram a bondade de Jeová em Sua salvação expressam queixas e dúvidas semelhantes a essas.

Já ouvi com os próprios ouvidos uma certa líder de uma comunidade cristã encorajar outros cristãos a desabafarem suas frustrações e raiva diante do Senhor, dizendo que "Ele aguenta". Quando ouvi isso, fiquei com medo, pois não há dúvida de que os filhos de Deus não devem tratar seu Pai celestial de maneira tão leviana, casual e irreverente. Embora Ele seja o nosso Pai celestial, Ele ainda é o Deus santo e maravilhoso. Acontece que alguns anos depois apareceu no noticiário que a líder que havia dito isso tinha tido uma briga com o marido, e que os dois acabaram no hospital. Uma coisa é não conseguir controlar a própria raiva, mas ensinar aos outros que não há problema em desabafar sua raiva contra Deus é outra bem diferente. Não há dúvida nenhuma de que não devemos tratar Deus de maneira leviana!

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 6:19–27

(1) O que significam as ações de Gideão nos vv. 17-19 quanto ao seu reconhecimento da identidade desse mensageiro de Jeová?

(2) O que as ações do “anjo” nos vv. 20-21 revelaram?

(3) A julgar pelo seu medo, e pelo fato de ele ter construído um altar, o que essa experiência significou para Gideão?

(4) Você acha que devido a essa experiência/encontro, Gideão já estava pronto para cumprir o encargo de Jeová? Por que ou por que não?

(5) Antes de libertar o povo, o que Deus ordenou que Gideão fizesse naquela mesma noite?

(6) Qual foi o significado simbólico de (a) a destruição do poste Aserá, (b) a construção de um altar adequado e (c) o fato de o altar pertencer ao pai ou à casa de Gideão?

(7) Como e por que Gideão cumpriu essa ordem de Jeová?

(8) O que isso nos ensina sobre Gideão e seu relacionamento com Jeová naquele momento?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Livrar-se dos ídolos

"Despedace o altar de Baal, que pertence a seu pai, e corte o poste sagrado de Aserá que está ao lado do altar." (NVI-PT) (Juízes 6:25)

Muitas vezes pensamos nos juízes de Israel como simples heróis que lutaram com força bruta. No caso de Sansão isso é certo, mas quando consideramos os muitos outros juízes que Deus levantou, vemos que com frequência havia uma dimensão espiritual mais profunda para esses indivíduos. A maneira como Deus escolheu lidar com eles ao prepará-los para serem juízes também mostra que Ele estava tão interessado na restauração da nação para Si mesmo quanto na restauração daqueles que Ele levantava, para que tivessem um relacionamento pessoal com Ele.

No caso de Gideão, Deus poderia simplesmente ter permitido que um dia Seu Espírito viesse sobre ele, fazendo com que ele reunisse o povo e derrotasse os inimigos que os estavam aterrorizando. Mas o que vemos é que Deus realizou pacientemente Seu plano de levar Gideão a ter um relacionamento pessoal com Ele:

- Sua aparição diante de Gideão no lagar foi um convite pessoal, um sinal de que Ele lhe estava estendendo Sua amizade.

- Permitir que Gideon desabafasse suas frustrações e dúvidas contra Ele foi uma excelente forma de ajudá-lo a se conhecer e expressar sua paixão pelo seu povo.

- A queima milagrosa da carne e do pão foi mais do que uma epifania para revelar Sua identidade; foi também um sinal de sua aceitação de Gideão e sua oferta.

Agora Gideão precisava tomar uma decisão, não tanto a de aceitar o chamado de ser o libertador de Israel, mas o de fazer de Jeová o seu Deus. O altar que ele tinha construído a Jeová era uma evidência de que ele o reconhecia como Deus. No entanto, Deus não podia coexistir em sua casa com outros ídolos. Para Jeová realmente ser seu Deus, Gideão precisava se livrar de todos os deuses e ídolos que adorava. De todas as provas que Deus deu a Gideão, esta pode ter sido a mais difícil, uma vez que o altar de Baal e o poste Aserá não eram dele, mas de seu pai (pode-se presumir que Joás também era o líder do clã, e que esses santuários também eram usados por todos os demais habitantes da cidade). Sem disputa ou demora, Gideon demoliu todos esses santuários. Assim, ele realmente fez de Jeová seu Deus.

Alguns têm criticado os primeiros missionários que foram a China, dizendo que eles foram insensíveis à cultura e herança chinesas ao obrigarem os novos convertidos a destruir seus ídolos. O exemplo de Gideão é uma resposta muito clara a tais críticas. Por outro lado, um triste exemplo negativo da chamada “evangelização culturalmente sensível” é a perpetuação da prática do “Vodoo no Haiti pelos chamados cristãos/católicos.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 6:28–35

(1) O que a reação dos habitantes da cidade nos ensina sobre a condição espiritual dos israelitas em geral naquela época?

(2) O que isso nos mostra sobre as ações de Gideão?

(3) Qual foi a resposta do pai de Gideão? Você ficou surpreso com sua resposta? Por que ou por que não?

(4) Tenho certeza de que durante a investigação do povo (v. 29), o pai de Gideão estava fazendo a sua própria investigação e conversou diretamente com Gideão sobre o que tinha acontecido. Portanto, o que Joás revelou quando decidiu defender seu filho, que havia derrubado “seu” altar a Baal?

(5) Gideão pertencia à tribo de Manassés. Você consegue se lembrar de quais tribos tinham vindo os juízes anteriores?

(6) Embora Gideão tivesse recebido um claro chamado por parte de Jeová para libertar seu povo, qual foi a chave para seu ato de libertação e o momento certo para a libertação?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O momento
certo pertence a Deus

"Então o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão, e ele, com toque de trombeta, convocou os abiezritas para segui-lo." (NVI-PT) (Juízes 6:34)

De todos os juízes, eu gosto muito de Gideão: ele não fazia nada a menos que Jeová o instruísse claramente.
É verdade que em certas passagens pode parecer
que ele vacilou (e isso provavelmente aconteceu), mas eu acho que é melhor errar por lentidão do que por presunção.

Se eu tivesse visto o Senhor face a face e ouvido Seu chamado tão claro quanto a luz do sol, se eu tivesse testemunhado a queima milagrosa de minha oferta (poucos na história da Bíblia haviam testemunhado algo tão espetacular), se o Senhor tivesse continuado a falar comigo num sonho ou pessoalmente, se eu tivesse tomado medidas para destruir o altar de Baal e o poste Aserá, e se eu até tivesse visto meu pai se arrepender de sua idolatria, eu estaria pronto para conquistar o mundo e cumprir as palavras de Jeová: "Com a força que você tem, vá libertar Israel...” (6:14).

Desde o primeiro dia, Gideão não teve a ilusão de que era capaz de resgatar Israel sozinho. Ele sabia desde o início que não podia fazer isso sozinho, e suas palavras no v. 15 não foram palavras de falsa humildade: "Meu clã é o menos importante de Manassés, e eu sou o menor da minha família." Todos os eventos milagrosos posteriores aumentaram sua fé em Deus, mas não em si mesmo. Que bonito!

Ele não faria isso sozinho ou de acordo com o seu próprio cronograma. Mas uma vez que o Espírito de Jeová veio sobre Gideão, ele tocou a primeira trombeta para que o povo o seguisse (6:34).

O Espírito de Jeová não parou de operar depois da época dos juízes; ele está ativo da mesma forma entre nós hoje. Precisamos aprender com o exemplo de Gideão, que confiou no Espírito de Deus e em Seu tempo.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 6:36–40

(1) Gideão viu Jeová, ouviu sua voz e viu a aceitação milagrosa de sua oferta; ele mostrou sua coragem ao derrubar o altar de Baal que pertencia a seu pai e testemunhou as consequências de suas ações; agora o Espírito de Jeová veio sobre Gideão, e ele levantou um grande exército. À luz de tudo isso, por que ele precisava de mais evidências da libertação que Deus havia prometido?

(2) Jeová ficou com raiva ou impaciente com seu pedido? Por quê?

(3) Qual foi o seu primeiro pedido?

(4) Qual foi o resultado desse primeiro teste?

(5) Por que ele não ficou satisfeito?

(6) Qual foi o seu próximo pedido?

(7) Você acha que Gideão concebeu os dois testes como um só?

(8) Jeová ficou com raiva ou impaciente com seu pedido adicional? Por quê?

(9) Podemos testar o Senhor como Gideão fez? Por que ou por que não?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Deus
realmente pode me usar?

"Quero saber se vais libertar Israel por meu intermédio, como prometeste." (NVI-PT) (Juízes 6:36)

Se você pensar um pouco sobre como Gideão testou Jeová com a lã, perceberá que foi uma pouco engraçado. Ele já tinha tocado sua trombeta e visto as tribos do norte responderem em massa. Ele os havia reunido para enfrentar seus inimigos; mas foi nesse momento que ele decidiu testar Jeová mais uma vez! O que teria acontecido se Deus não tivesse passado a prova? Ou melhor, o que teria acontecido se Gideão tivesse interpretado as instruções de Deus de forma incorreta? O que ele teria feito!

Porém, quando lemos com atenção o pedido que ele fez ao Senhor, percebemos que ele não procurou testar a Deus para ver se cumpriria Sua promessa de salvar Israel. Ele o testou para ver se salvaria Israel a través dele! Ele queria deixar claro, sem dúvida alguma, que não havia agido com presunção, porque o que estava em jogo não era apenas sua vida e reputação, mas também a vida e reputação da nação inteira (aliás, de Deus também!).

Ele também desenhou o teste e acho que concebeu os dois testes como um só, com bastante antecedência. Talvez (como alguns dizem) a lã tenha representado o próprio Gideãoum objeto insignificante no chão de sua eira mas se Deus se importasse o suficiente para alterar o estado da lã (molhado ou seco) de acordo com o desejo de Gideão, Ele se importaria o suficiente para usá-lo em qualquer situação!

Além disso, ele o fez com reverência, com temor e tremor, pedindo a Deus: "Não se acenda a tua ira contra mim", porque ele reverenciava a Jeová.

Tem-se discutido muito sobre se é apropriado testarmos a Jeová como Gideão fez. Com base nas reflexões acima, acredito que é muito mais importante buscarmos imitar a atitude de Gideão do que o teste que ele fez para Jeová, pois devemos ter muito cuidado para que o que fazemos seja motivado pela vontade de Deus e não pela nossa. Devemos ter em mente a reputação de Deus, e não a nossa; devemos também temer a Deus como o Santo e o Soberano. Quando tivermos a atitude certa, nossas ações irão agradá-Lo. Eu acredito que Gideão tenha agradado a Deus com o teste da lã.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 7:1–8

(1) O que significa “Jerubaal”? Como teria impactado Gideão ser chamado por esse nome o tempo todo? (Coloque-se no lugar dele.)

(2) Por que Deus decidiu reduzir o tamanho do exército de Gideão?

(3) O que isso teria significado para Gideão?

(4) Que desculpa Deus permitiu que esses “voluntários” israelitas tivessem?

(5) Quantos aproveitaram esta oportunidade para voltar atrás e não lutar na batalha?

(6) Que mensagem (ou mensagens) pode haver nisso para nós hoje (a) como seguidores de Jesus Cristo e (b) como pessoas que chamamos outros para seguir a Cristo e servir em Sua causa?

(7) O que isso significou para Gideão, um homem que pouco tempo atrás ainda lutava para confiar na promessa de Deus?

(8) Quantos homens sobraram para seguir Gideão, e a que tamanho Deus queria reduzir o exército?

(9) Qual foi o segundo método que Deus usou para reduzir o tamanho do exército?

(10) Qual teria sido a diferença entre ajoelhar-se para beber e beber água levando a mão à boca?

(11) Em essência, a julgar por essas duas etapas eliminatórias, que tipo de homens Deus queria em Seu exército? Que tipo de pessoas Ele não queria?

(12) Qual é a implicação disso para nós como discípulos de Jesus Cristo?

(13) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Aqueles a quem Deus pode usar

"Ainda há gente demais ... e eu separarei os que ficarão com você." (NVI-PT) (Juízes 7:4)

Já refletimos sobre como Gideão testou a Jeová com a lã. Eu me pergunto qual dos dois realmente estava testando o outro!

Quando o Espírito de Jeová desceu sobre Gideão e ele tocou sua trombeta, 32.000 homens se juntaram a ele para lutar contra o formidável exército aliado dos midianitas. Isso provavelmente ajudou muito a melhorar o moral, não só o de Gideão, mas o de todo o Israel! Mas espere! Isso não foi um estímulo para o moral de Deus. Pelo contrário, Ele não considerava a maioria desses homens aptos para Sua batalha. O simples fato de eles serem guerreiros habilidosos não era suficiente para Ele. As duas reduções que Ele ordenou que Gideão fizesse refletiam o tipo de pessoa que Ele permitiria entrar em Seu exército.

Em primeiro lugar, Deus não queria que as pessoas se alistassem ao Seu exército simplesmente porque outros estavam se alistando. Em outras palavras, tais pessoas podem não ter nenhuma paixão ou sentido de missão para lutar por Jeová. Eles podem não estar dispostos a arriscar suas vidas, deixar suas famílias ou interromper as atividades cotidianas. Esse tipo de pessoa se alistava simplesmente porque outros estavam se alistando, e eles, não querendo ficar mal, se alistavam também. Mas quando Gideão ofereceu oficialmente a opção de desistir, 22.000 delesmais de dois terços do exército desistiram imediatamente. Eles realmente fizeram isso porque estavam “tremendo de medo”? Duvido muito, porque a última coisa que um guerreiro quer é que as pessoas riam dele. Mas como essas pessoas não tinham uma verdadeira paixão ou setido de missão, elas aproveitaram a melhor oportunidade para desistir!

Em seguida Jeová não permitiu que ninguém que não estivesse alerta e disciplinado para a guerra entrasse no exército. Embora tivessem o desejo sincero de participar da guerra de Deus, suas vidas eram tais que nunca estavam preparados. A diferença entre beber de joelhos e lamber a água com a mão na boca é a de estar alerta e disciplinado. A forma como os primeiros bebiam mostrava que seu foco principal era matar a sede e não manter-se alerta para um possível ataque inimigo. Estes últimos mostraram que eram soldados vigilantes e disciplinados.

Ambos são critérios muito importantes para nós hoje como soldados de Jeová. O Senhor exige que O sigamos com um claro sentido de missão, e que estejamos dispostos a abandonar até mesmo os nossos entes queridos mais próximos para carregar a nossa cruz e segui-lo (Lucas 14:26-27). É por isso que ele diz: "qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo." (Lc. 14:33).

É igualmente importante viver uma vida de disciplina e vigilância, como nos lembra o apóstolo Paulo: “Chegou a hora de vocês despertarem do sono ... A noite está quase acabando; o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz. Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja..." (NVI-PT) (Rom. 13:11-13).

Se pensamos que podemos servir ao Senhor com um espírito adormecido, não somos aptos para o Seu exército.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 7:9–18

(1) No capítulo anterior, lemos os muitos diálogos animados que houve entre Gideão e Jeová. Gideão disse algo a Jeová durante o processo de redução do exército? O que isso nos ensina sobre Gideão?

(2) O que isso no ensina sobre o processo de treinamento pelo qual uma pessoa precisa passar antes de ser usada grandemente pelo Senhor?

(3) Como a Bíblia descreve o exército dos midianitas?

(4) Embora parecesse que Gideão já tinha progredido bastante em sua fé, como Deus lhe encorajou ainda mais? Por que Ele fez isso?

(5) Como o sonho teria afetado o exército midianita, e por que Deus escolheu usar um  "pão de cevada" para representar "a espada de Gideão"?

(6) O que Gideão fez quando ouviu o sonho? O que significa a palavra "adoração" neste contexto?

(7) Você já adorou a Deus por causa de uma experiência semelhante? Para você, o que significa "adorar" cada domingo?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O verdadeiro ato de adoração

"Quando Gideão ouviu o sonho e a sua interpretação, adorou a Deus." (NVI-PT) (Juízes 7:15)

Em geral, antes que Deus possa usar uma pessoa grandemente, há um longo processo de moldagem e treinamento. Essa realidade nos mostra nossa necessidade de sermos transformados, mas também revela a paciência de Deus. No caso de Gideão, parece que o processo de moldagem e transformação atinge o seu auge no versículo 7:15.

Já estamos familiarizados com o chamado de Gideão - a aparição pessoal de Jeová como o "anjo do Senhor", as palavras claras do chamado e a queima milagrosa de sua oferta, uma experiência que somente Abraão tivera antes dele (Gn 15).

Seu chamado foi necessariamente acompanhado de um verdadeiro arrependimentoa destruição de ídolos, inclusive os de seu pai.

Então, pela primeira vez em sua vida, Gideão experimentou a vinda do Espírito de Jeová sobre ele, dando-lhe grande coragem para reunir um considerável exército de 32.000 pessoas das tribos do norte de Israel.

Então veio a prova final de sua fé e obediência, quando Jeová reduziu o exército para apenas 300 pessoas. Eu me pergunto se a prova maior foi para Gideão ou para os 300 que ainda o seguiam. Acho que foi para todos!

Não há dúvida de que Gideão tinha crescido em sua fé — embora não houvesse nenhum diálogo animado entre ele e Jeová, com certeza não houve palavras de dúvida. Gideão permaneceu em silêncio. Mas por dentro ele era um simples humano, e Deus sabia que debaixo desse mar tranquilo, ainda havia correntes de medo. Sem dúvida, o Senhor foi muito compreensivo e deu a Gideão mais uma chance de estar convencido de Sua presença e Sua vitória.

O sonho que o homem contou (provavelmente um soldado do acampamento inimigo) lhe deu a segurança de que precisava: "Não pode ser outra coisa senão a espada de Gideão, filho de Joás, o israelita. Deus entregou os midianitas e todo o acampamento nas mãos dele” (7:14).

Li o seguinte versículo da escritura com grande maravilha e emoção: “Quando Gideão ouviu o sonho e a sua interpretação, adorou a Deus” (7:15). Eu esperava que a resposta de Gideão fosse algo como: "Ele agradeceu ao Senhor" ou "Ele confiou no Senhor"! Mas não! Ele "adorou a Deus"!

Isso significa que Gideão finalmente tinha "se entregado totalmente a Deus" — esse é o verdadeiro significado de adoração. A adoração se expressa com frequência (tanto no Velho quanto no Novo Testamento) no ato de prostrar-se diante do Senhor. Essa postura nada mais significa do que entregar-se totalmente a Deus. Foi exatamente isso que Gideão fez!

Esse ato de adoração encarnou seu arrependimento – com isso, Gideão se arrependeu de suas dúvidas sobre se Deus o usaria para salvar o povo; ele também expressou sua plena confiança de que, embora tivesse apenas 300 homens, isso era mais do que suficiente, porque Deus havia prometido dar-lhes a vitória; além disso, ele mostrou sua entrega total a Deus - agora ele enxergava mais do que seu pecado, pequenez e insignificância - agora ele enxergava a santidade, grandeza e majestade desse Deus do universo. A única resposta possível era prostrar-se diante dEle e adorá-Lo. De certa forma, sua transformação já estava completa!