Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 7:19–25

Nesta semana continuaremos o nosso estudo do Livro de Juízes no Velho Testamento.

(1) Foi correto Gideão dar ordens a seus soldados para invocar seu nome junto com nome de Jeová ao gritarem: "À espada, pelo Senhor e por Gideão!"? (vide 7:14, 8:23)

(2) Portanto, quando poderia ser correto invocar o nome de uma pessoa junto com o de Deus?

(3) Que tática foi usada por Gideão e seus homens, e qual foi o objetivo de suas ações?

(4) Qual foi o resultado?

(5) De acordo com o v. 22, qual foi a principal razão da derrota dos midianitas?

(6) Quantos inimigos havia? (vide 8:10)

(7) Que lição (ou lições) podemos aprender com esta batalha?

(8) Embora Deus tenha usado apenas 300 homens para dissipar os inimigos, foi necessária a participação de outras tribos do norte (Naftali, Aser e a outra metade de Manassés) para completar a campanha. E quando os midianitas fugiram para sua terra natal, Gideão teve que pedir ajuda dos efraimitas no sul para capturar os inimigos que estavam em fuga.

a. Como responderam essas tribos do norte (nas quais havia muitas pessoas que Gideão tinha mandado embora durante as duas reduções)? Por quê?

b. É óbvio que os efraimitas (que moravam muito perto do campo de batalha, imediatamente ao norte de seu território) sabiam sobre a batalha. Por que só agora decidiram participar?

(9) Faça uma pausa para refletir sobre a mensagem principal para você hoje. Como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
À
espada, pelo Senhor e por Gideão

As três companhias tocaram as trombetas e despedaçaram os jarros. Empunhando as tochas com a mão esquerda e as trombetas com a direita, gritaram: 'À espada, pelo Senhor e por Gideão!'." (NVI-PT) (Juízes 7:20)

A batalha contra os midianitas e seus aliados orientais é uma das lições da Bíblia mais belas, pelas seguintes razões:

(1) Aconteceu num dos pontos baixos da história espiritual do povo de Deus, no qual não havia nenhum Moisés, Josué ou seus equivalentes homens de Deus cujos corações estavam no lugar certo para liderar o povo com seus vidas e palavras.

(2) O Povo de Deus tinha se afastado dEle por alguns anos (segundo 6:1, eram sete) para servir a outros deuses.

(3) A vitória exigia atos de fé incomuns, não do líder, Gideão, mas também dos muitos que tinham jurado segui-lo, ou melhor, a Deus.

Com certeza, a vitória de somente 300 homens sobre 135.000 midianitas bem treinados na guerra é uma lição de fé. A ordem dada por Deus a Gideão de reduzir o tamanho de seu exército tem lições muito práticas para o ministério evangélico de hoje, pois Deus só pode usar pessoas com um forte sentido de missão e um andar com Deus que é caracterizado pela oração e vigilância. É muito triste ver que muitos daqueles que hoje respondem ao chamado de Deus para servi-Lo em Seu Reino carecem de fé, principalmente quando se trata de confiar que Deus suprirá todas as suas necessidades.

No entanto, também é interessante notar que como parte de seu esforço para confundir seus inimigos à noite (provavelmente na vigília da meia-noite), o exército devia gritar: "À espada, pelo Senhor e por Gideão!" (7:20). Qualquer um se perguntaria por que eles invocaram o nome de Gideão, e não só o nome de Jeová.

Eu acredito que cada aspecto da estratégia provinha de Jeová. Gideão não teria inventado uma estratégia tão arriscada que facilmente poderia ter custado a vida de todos os 300 homens. Tudo deve ter sido a ideia do Senhor, inclusive o que os soldados deviam gritar.

Por um lado, não era novidade invocar o nome de um líder escolhido por Deus, uma vez que até mesmo o nome de Josué era temido na terra. Ao ordenar ao povo que também invocasse o nome de Gideão, Deus afirmou que Ele o havia escolhido para que o povo o seguisse. É claro que Ele também sabia que Gideão não era uma pessoa sedenta de poder ou reconhecimento (vide 8:23).

Além disso, é importante notar que o nome de Gideão é mencionado depois do nome de Jeová.

Isto é apenas mais um incidente que mostra que Deus exige que respeitemos e nos submetamos aos líderes que Ele escolhe para liderar Seu povo.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 8:1–9

(1) Por que os efraimitas ficaram tão ressentidos por não terem sido convidados a participar da campanha inicial, e por que eles só reclamaram depois de terem capturado dois dos líderes midianitas? Por que as outras tribos (por exemplo, Judá) não fizeram a mesma queixa diante de Gideão?

(2) Quão sábia foi a resposta de Gideão? Infelizmente, o que Gideão mencionou para tentar acalmar o amargo ressentimento dos efraimitas?

(3) Qual deve ser a nossa atitude ao travar uma batalha por Jeová como uma comunidade de crentes?

(4) Mais que simplesmente reclamar como os efraimitas, os habitantes de Sucote e Peniel (provavelmente pertencentes à tribo de Gade, que morava a leste do rio Jordão) até se recusaram a alimentar o exército exausto de Gideão. O que isso nos ensina sobre sua fé e condição espiritual, dado o pequeno número de seguidores de Gideão, sua proximidade com os midianitas e a notícia da derrota dos midianitas a oeste do Jordão?

(5) O restante do povo de Israel (exceto as tribos do norte e Efraim) era diferente?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A
glória da vitória

"Por que não nos chamou quando foi lutar contra Midiã?" (NVI-PT) (Juízes 8:1)

Você não acha irônico que os efraimitas tenham reclamado amargamente por não terem sido chamados para a batalha inicial, mas somente apresentaram sua queixa amarga após terem experimentado e conquistado a glória da vitória?

Os midianitas os tinham oprimido tanto ao longo dos últimos sete anos anteriores que tiveram que clamar a Jeová por ajuda. E os midianitas tinham escolhido um método inusitado para oprimi-los: em vez de reinar sobre eles, simplesmente os atacavam repetidamente logo após o plantio. O resultado foi que o povo, além de ficar pobre, tinha que viver com um medo constante; isso é ainda pior do que a opressão política.

Mas Deus decidiu responder ao seu clamor e levantou um juiz chamado Gideão. O resto de Israel sem dúvida foi informado quando Gideão convocou as tribos do norte para se levantarem contra seu inimigo.

E parece que nenhuma das tribos do sul ou ao leste do rio Jordão participou quando Gideão enfrentou os midianitas. Foi somente quando os midianitas e seus aliados orientais fugiram confusos que os efraimitas responderam ao chamado de Gideão, juntando-se à batalha.

A pergunta é esta: Por que Efraim e as outras tribos não participaram da batalha desde o início? Precisavam ser convocados? Os midianitas não eram seus inimigos também? Eles não faziam parte de Israel?

A recusa dos habitantes de Sucote e Peniel representa muito bem a atitude ou mentalidade do resto de Israel. Embora tivessem sofrido muito nas mãos dos midianitas, eles não acreditavam que Gideão e seu exército eram capazes de derrotar o enorme exército dos midianitas e seus aliados do oriente.

No caso dos efraimitas, eles tiveram que ver a mão de Deus revelada na vitória que Ele alcançou por meio dos 300 homens solitários de Gideão que Deus tinha preparado "a fim de que Israel não se orgulhe contra mim, dizendo que a sua própria força o libertou" (7:2).

No entanto, essa vitória tão milagrosa sem dúvida deu a Gideão e seus homens muito prestígio entre o povo, e os efraimitas ficaram com ciúmes. No entanto, por que eles ficaram com ciúmes? Foi por não terem sido usados por Deus? Ou foi porque eles não tinham o mesmo prestígio?

A sábia resposta de Gideão revela que o verdadeiro motivo era o segundo, e não o primeiro. Que pena! Mas essa não é a mesma atitude de muitos cristãos hoje que parecem desejar ser usados por Deus para fazer grandes coisas, mas na realidade buscam a sua própria glória e não a de Deus! Como podemos perceber quando nós estamos fazendo a mesma coisa? Se ficamos com um gosto amargo na boca quando outras pessoas recebem elogios enquanto nós nem somos mencionados, ou quando parece que outras pessoas estão sendo usados de forma mais milagrosa do que nós, provavelmente estamos buscando a nossa própria glória e não a de Deus! Na verdade, nós não somos melhores que os efraimitas!

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 8:10–21

(1) Quantos homens do exército do oriente estavam mortos e quantos tinham sobrevivido quando Gideão e seus homens alcançarem Zeba e Zalmuna ?

(2) Por que Zeba a e Zalmuna não suspeitavam que o pequeno grupo de homens de Gideão os estavam perseguindo?

(3) Mesmo que Gideão e seus homens não tivessem conseguido derrotar o exército de Zeba e Zalmuna, o povo de Sucote não deveria tê-los alimentado? De que pecado(s) eram culpados? Qual foi o seu castigo? Foi justificado?

(4) Embora não saibamos por que Gideão castigou o povo de Peniel com muito mais severidade do que os de Sucote, é lógico presumir que eles tinham cometido um pecado muito mais sério. Em qualquer caso, reflita sobre a advertência inicial de Gideão em 8:7-9 e compare o estado de ânimo de Gideão (e seus homens) com o dos habitantes de Sucote e Peniel.

(5) De acordo com o v. 19 porque Gideão decidiu perseguir especificamente Zeba e Zalmuna?

(6) Por que Gideão queria que seu filho, que ainda era uma criança, matasse os dois líderes?

(7) Ele fez a coisa certa ao pedir a seu filho para matá-los? Por que ou por que não?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Como criar filhos à maneira de
Gideão

"E Gideão voltou-se para Jéter, seu filho mais velho, e lhe disse: 'Mate-os!' Jéter, porém, teve medo e não desembainhou a espada, pois era muito jovem." (NVI-PT) (Juízes 8:20)

Somos todos seres humanos imperfeitos. Gideão não foi exceção.

Embora muitos aspectos de seu caráter tenham sido admiráveissua total confiança em Deus, sua humildade e muito maissua vida familiar, e especialmente a criação de seus filhos, era extremamente deficiente.

O texto nos diz que ele teve muitas esposas e cerca de setenta filhos. Embora ele não tenha sido o único líder israelita com muitas esposas (Jacó também teve várias esposas), Deus nunca quis que os homens tivéssem mais de uma esposa. O profeta Malaquias foi muito claro sobre isso: “Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem. E por que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada" (Mal. 2:15). Aliás, o simples fato de ter muitas esposas não dá um exemplo piedoso e só leva a conflitos entre as esposas e os filhos. Davi também concordaria com isso. E no caso de Gideon, outro exemplo trágico foi o assassinato de 69 de seus filhos pelo filho de sua concubina.

Aqui, no capítulo 8 de Juízes, podemos ver como Gideão tentou "transformar" seu filho num guerreiro como ele. O pobre Jeter era seu filho mais velho, e Gideon estava ansioso para que seu filho mais velho herdasse não só sua propriedade, mas também sua coragem e suas habilidades na guerra. Por isso, tentou obrigá-lo a aprender a matar quando ainda era criança. Não tenha ideia do trauma psicológico que ele infligiu a esta criança, mas pode-se presumir que Jeter e todos os outros filhos de Gideão também o decepcionaram com respeito a isso. Keil e Delitszch ressaltam que o nome "Abimeleque" (pai do rei) dado por Gideão ao filho da concubina era na verdade uma espécie de "segundo nome" que talvez sugira que Gideão tinha ficado decepcionado com seus outros filhos.

Mesmo hoje, muitos pais cristãos têm expectativas muito altas com relação aos filhos. Eles ignoram que Deus fez cada um de nós diferente, dando a cada filho seu próprio caminho ou inclinação (Provérbios 22:6). Devemos guiá-los no caminho de Deus e não no nosso.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 8:22–32

(1) Por que os israelitas pediram a Gideão para ser seu rei? Foi correto pedir isso? Por que ou por que não?

(2) Por que Gideão rejeitou seu pedido? Ele tomou a decisão certa ou não? Por quê?

(3) A designação "Ismaelita" provavelmente era um termo geral que se referia a nações árabes estrangeiras que havia na região. Que mensagem Gideão procurava transmitir ao seu povo ao pedir os brincos de ouro dos ismaelitas?

(4) Por que Gideão decidiu fazer um éfode com aproximadamente 43 libras (20 quilos) de ouro?

a. O que o éfode representava?

b. Quem era autorizado a usar um éfode?

c. O povo tinha recebido instruções minuciosas sobre como um éfode devia ser feito? Por quê? (vide Êxodo 28:6-14; 25:40; Heb. 8:5)

d. Que pecados Gideão cometeu ao fazer o éfode?

(5) De acordo com o v. 27, qual foi o resultado horrível das ações de Gideon? Que lição importante podemos aprender com o seu pecado?

(6) O que o fato de Gideão ter 70 filhos e muitas esposas nos diz sobre sua influência na seguinte geração?

(7) Que epitáfio você escreveria na lápide de Gideão?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Usurpar um papel não dado por Deus

"Todo o Israel prostituiu-se, fazendo dele objeto de adoração; e veio a ser uma armadilha para Gideão e sua família." (NVI-PT) (Juízes 8:27)

Foi realmente admirável Gideão ter recusado o pedido do povo de que ele (e seus filhos) fosse rei de Israel. Embora ele fosse um verdadeiro guerreiro que Deus tinha usado de maneira poderosa para livrar os israelitas das mãos de Midiã, sua decisão mostrou ao mesmo tempo sua humildade e sua falta de ambição de poder e honra:

- Gideão sabia muito bem que ele não havia derrotado os inimigos com sua própria força; Deus, e somente Deus, tinha dado a vitória.

- Além de não desejar ser rei, Gideão também reconhecia que somente Deus devia ser o rei e governante do povo.

Essa é uma qualidade rara, não só naquela época, mas também hoje!

Infelizmente, parece que Gideão cometeu um pecado que pode ter sido tão ruim ou até pior do que usurpar o papel de Deus como governante de Seu povoele usurpou o papel de representante de Deus em Sua adoração!

O papel do sacerdote pertencia claramente à tribo de Levi e seus descendentes, e Deus tinha estabelecido diretrizes claras e bem definidas a respeito desse papel, incluindo aquelas que controlavam a confecção e uso do éfode.

Já era um pecado e uma grande desobediência fazer um éfode não "segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte" por Jeová (Êxodo 25:40). Usurpar o papel do sumo sacerdote sem dúvida era um ato muito parecido com a blasfêmia, sem mencionar que ao fazer isso Gideão minou o cargo de sumo sacerdote de sua época.

O resultado foi muito trágico, pois seu éfode não só fez com que o povo parasse de adorar a Deus através do tabernáculo, mas também se tornou um ídolo que levou Israel a se "prostituir". É por isso que eu disse que esse pecado pode ter sido maior do que usurpar o papel de Deus como rei do povo! Eu ainda acredito que apesar do nosso zelo em praticar o “sacerdócio real” de todos os crentes (algo que originou em Êxodo 19:6 e foi reafirmado em 1 Pedro 2:9), devemos estar muito atentos ao papel que Deus estabeleceu para cada um de nós em Seu Reino!

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 8:33–9:6

(1) Embora a paz tenha durado durante os 40 anos da “vida” de Gideão, o povo realmente não começou a se afastar de Deus até depois de sua morte. Quais são os três pecados dos quais a Bíblia os acusa em 8:33-35?

(2) O capítulo anterior deixou claro que nem Gideão nem seus filhos reinaram sobre Israel; no entanto, que desculpas foram usadas por Abimeleque para convencer o povo de Siquém a coroá-lo como governante sobre eles? Que efeito específico procurou produzir no povo ao mencionar que o nome de Gideão era “Jerubaal” (6:32)?

(3) O que representava a doação dos 70 siclos de prata do templo?

(4) Em sua opinião, quão perverso foi Abimeleque ao assassinar todos os 70 filhos de Gideão (salvo um)?

(5) Sabemos que, de acordo com a antiga tradição oriental, o nome dado a uma pessoa era muito significativo. Gideão deu o nome "Abimeleque" (que significa "pai do rei") a um dos filhos de sua concubina. Como isso acabou alimentando a ambição desse filho?

(6) Qual foi o significado simbólico de coroar o “rei” Abimeleque? Israel tinha tido algum rei antes dele?

(7) Alguma pessoa ou tribo de Israel contestou esse crime horrível?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Com base no relato no capítulo 9, parece que (a) os habitantes de Siquém eram adoradores de Baal-Berite e tinham um templo dedicado a esse deus e (b) possivelmente eram os habitantes nativos (não-israelitas) de Siquém. Isso explicaria por que a mãe de Abimeleque não foi considerada uma das muitas esposas de Gideão, mas uma concubina ou escrava (9:18).

Reflexão meditativa
Um ponto ainda mais baixo do ciclo vicioso

"Também não foram bondosos com a família de Jerubaal, isto é, Gideão, pois não reconheceram todo o bem que ele tinha feito a Israel." (NVI-PT) (Juízes 8:35)

Ler os capítulos de Juízes é como ouvir um disco quebrado: o círculo vicioso da rebelião dos israelitas contra seu Deus da Aliança começava logo após a morte do juiz que Deus havia levantado para libertá-los de seus inimigos. Em seguida, lemos em 8:33 que "Logo depois que Gideão morreu, os israelitas voltaram a prostituir-se com os baalins, cultuando-os" (NVI-PT).

Mas desta vez, seu círculo vicioso atingiu um ponto ainda mais baixo, uma vez que a Bíblia os acusa de três pecados diferentes:

(1) Prostituição com Baal: Alguns estudiosos traduziriam esta expressão com a simples afirmação de que Israel começou a se comportar como uma prostituta. De fato, isso foi o que fizeram. Desta vez, ao estabelecerem Baal-berit como seu deus (a palavra "Berite” significa “aliança”) o que realmente fizeram foi trair seu Deus da aliança, o mesmo que faz uma esposa infiel. Eles fizeram de Baal seu novo senhor da aliança.

(2) Não se lembraram do Senhor seu Deus: O que eles fizeram aqui foi intencional; foi um insulto ao Senhor que pouco antes os havia perdoado depois de ficar comovido ao ouvir seu clamor, libertando-os da opressão dos midianitas. Mas essa não foi a primeira vez que Deus decidiu se lembrar deles. A Bíblia acrescenta que Deus "os tinha livrado das mãos dos seus inimigos em redor" (8:34). Em outras palavras, a pergunta que a Bíblia faz é esta: "Como era possível que o povo não se lembrasse?"

(3) Não mostraram bondade para com a família de Gideão por causa de todo o bem que ele havia feito por eles: Talvez você tenha feito a seguinte pergunta: "Como eles não mostraram bondade para com a família de Gideão?" A resposta é óbvia: após a morte dos 69 filhos de Gideão nas mãos de Abimeleque, a nação inteira de Israel deveria ter ficado indignado a ponto de se levantar como um só homem para vingar o sangue derramado da família de Gideão. No entanto, nem uma só tribo, nem mesmo um só indivíduo, se levantou para desafiar Abimeleque, salvo a voz solitária de Jotão, o único sobrevivente do massacre. Em outras palavras, Israel não foi mergulhado numa apatia espiritual, mas também perdeu os elementos da dignidade humana, rebaixando-se ao nível dos animaisIsrael era um mundo onde somente os mais aptos sobreviviam e todos buscavam os seus próprios interesses!

Desta vez, o castigo que se seguiu não foi a destruição causada por algum inimigo externo, mas (muito apropriadamente) uma autodestruição!

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 9:7–21

(1) Por que Jotão arriscou sua vida para pronunciar um juízo profético contra o povo de Siquém e Abimeleque?

(2) Como ele começou sua longa mensagem profética (v. 7)? O que ele estava insinuando?

(3) Era verdade que Gideão tinha recusado o pedido do povo para ser seu rei, e parecia que o povo não tinha desistido desse desejo. Como Jotão comparou Gideão e seus filhos com Abimeleque (vv. 8-14)?

(4) Que razões foram dadas pela oliveira, a figueira e a videira, e o que todas têm em comum?

(5) Quão diferente foi a resposta do espinheiro? Um espinheiro pode dar sombra a outras árvores?

(6) Em outras palavras, como Jotão zombou de Abimeleque?

(7) Jotão declarou que não necessariamente era contra a unção de Abimeleque como rei (v. 19). Portanto, o que ele era contra (9:16-18)?

(8) Que maldições proféticas ele proferiu nos vv. 19-20?

(9) Que tipo de vítima foi Jotão?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma família fiel ao legado do pai

A videira, porém, respondeu: Deveria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para ter domínio sobre as árvores?'.” (NVI-PT) (Juízes 9:13)

Já refletimos sobre um dos traços admiráveis de Gideão sua falta de ambição pelo poder, uma qualidade que mostrou ao se recusar a ser coroado como rei pelos israelitas. Sua atitude era baseada em sua compreensão de que somente Jeová devia ser o rei do povo de Israel e reinar sobre eles (8:23).

No entanto, na parábola de Jotão podemos ver que esta atitude ou compreensão também foi adotado pelos seus 70 filhos.

Parece que, por alguma razão, os israelitas estavam determinados a imitar o padrão das nações vizinhas, não só sua idolatria, mas também sua prática de ser governados por um rei. A morte de Gideão com certeza teria criado um vácuo de poder no cargo de juiz, e o povo naturalmente esperaria que um de seus filhos os governasse. Mas parece que nenhum de seus filhos queria contrariar o legado de seu pai, salvo (é claro) seu filho ilegítimo, Abimeleque.

Ao denunciar o crime cometido por Abimeleque, Jotão usou uma parábola sobre vários tipos de árvores para descrever a atitude de todos os filhos de Gideão que se recusaram a ser coroados como rei. As respostas das árvores têm uma ideia comum: cada uma decidiu se apegar à sua própria função.

(1) A função da oliveira é produzir azeite para honrar a Deus e aos homens.

(2) A função da figueira é produzir frutos bons e doces.

(3) A função da videira é dar o vinho que alegra a Deus e aos homens.

Eu acredito que as árvores representam os vários filhos de Gideão, os quais podem ter recebido a proposta de ser rei sobre Israel por serem descendentes de Gideão. No entanto, todos esses filhos permaneceram fiéis ao legado do pai. Ninguém quis usurpar o lugar que pertencia somente a Deus. É impossível não admirar a influência de Gideão sobre seus filhos.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Juízes 9:22–57

(1) Parece que como "rei", Abimeleque não residia na cidade de Siquém. Como você interpretaria a afirmação de que “Deus enviou um espírito maligno entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém”? Quais podem ter sido as implicações disso, de acordo com o v. 24?

(2) O que o povo de Siquém fez para desafiar o governo de Abimeleque?

(3) Como Gaal, filho de Ebede, pediu aos cidadãos de Siquém que o seguissem? Quem foi Hamor? (vide Gênesis 33:19 e Gênesis 34)

(4) Como a maldição de Jotão foi cumprida de forma literal na cidade e nos habitantes de Siquém?

(5) Os habitantes de Siquém mereciam esse castigo? Por que ou por que não?

(6) Tebas provavelmente era uma cidade vizinha que tinha se juntado aos cidadãos de Siquém em sua rebelião contra Abimeleque. Como Abimeleque morreu nesse ataque? Que ironia houve em sua morte?

(7) Você acha que o fim de Abimeleque e do povo de Siquém realmente foi resultado da maldição de Jotão? Por que ou por que não?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Quem teve a última palavra?

"Certamente os pões em terreno escorregadio e os fazes cair na ruína." (NVI-PT) (Salmos 73:18)

Ao ler sobre os assassinatos cometidos por Abimeleque e a traição dos cidadãos de Siquém, é impossível não dizer com o salmista: “os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios” (Salmos 73:2-3).

Se nós nos sentimos assim, imagino que foi muito pior para Jotão, que tinha perdido seus 69 irmãos e teve que fugir para salvar sua vida. É verdade que provavelmente foi o Espírito Santo quem o inspirou a profetizar contra Abimeleque e o povo de Siquém e predizer sua destruição final. No entanto, nada aconteceu nos três anos seguintes. Esses três anos teriam parecido uma eternidade!

Mas Deus foi fiel. Ele sempre é fiel.

Enquanto Abimeleque pensava que tudo estava indo bem, ele provavelmente disse o seguinte em seu coração: “Como saberá Deus? Terá conhecimento o Altíssimo?" (Salmos 73:11). Foi Deus quem enviou um espírito maligno para lançar os siquemitas contra Abimeleque. No final, eles caíram na cova que eles mesmos tinham cavado. Os siquemitas foram queimados vivos por Abimeleque. Assim, eles tiveram que provar do próprio veneno que tinham servido aos filhos de Gideão.

E Abimeleque, no calor da batalha e achando-se invencível, foi morto pela pedra de moinho de uma mulher—que nem era guerreira!

Efetivamente, o sucesso e a prosperidade deste mundo que essas pessoas tinham conseguido por meio da traição eram como um terreno escorregadio que os levou à ruínae à ruína eterna!

Quem teve a última palavra? Deus e os justos! Isso sempre acontece; é só uma questão de tempo.