Nesta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Juízes do Velho Testamento.
(1) Em sua apresentação dos próximos dois juízes de Israel, a Bíblia não menciona nada sobre seus feitos especiais ou liderança espiritual; ela só menciona seus nomes, lugares de origem e a duração no cargo. O que você pode deduzir sobre as condições de Israel, uma vez que ainda precisavam ser “libertados” e que os filhos de Jair eram conhecidos por montar 30 jumentos em vez de cavalos?
(2) Parece que Tola e Jair conseguiram impedir que os israelitas se rebelassem abertamente contra Jeová, mas também parece que os pecados do povo se agravaram após a morte dos juízes. Como o v. 6 descreve a soma de seus pecados? Como é possível entender esta condição espiritual do Povo Eleito de Deus?
(3) Israel não tinha adotado os deuses dos filisteus e amonitas? Nesse caso, por que os filisteus e amonitas oprimiriam os israelitas, que já tinham se identificado com sua cultura e religião? Que lição (ou lições) podemos aprender com o fracasso dos israelitas?
(4) Uma vez que a Bíblia não menciona nenhum profeta, qualquer comunicação entre os israelitas e Jeová deve ter sido por meio do Sumo Sacerdote da época. Qual foi a resposta inicial de Deus ao seu clamor?
(5) Que ações mudaram a opinião de Jeová?
(6) Após o arrependimento do povo, houve alguma mudança observável na forma em que enfrentavam a ameaça representada pelo inimigo?
(7) Faça uma pausa para refletir sobre a mensagem principal para você hoje. Como você pode aplicá-lo em sua vida?
“Mais uma vez os israelitas fizeram o que o Senhor reprova. Serviram aos baalins, às imagens de Astarote, aos deuses de Arã, aos deuses de Sidom, aos deuses de Moabe, aos deuses dos amonitas e aos deuses dos filisteus... " (NVI-PT) (Juízes 10:6)
Claro, havia muitas razões pelas quais os israelitas se afastavam de Jeová para adorar os deuses dos povos vizinhos, e parece que sua "prostituição" atingiu seu ponto mais baixo após a morte de Tola e Jair, uma vez que a Bíblia dedicou espaço para incluir uma lista de todos os deuses aos quais eles tinham recorrido—os deuses de Arã, Sidom, Moabe, dos amonitas e dos filisteus. Em outras palavras, eles adoravam todos os deuses que podiam. Esses versículos descrevem um quadro muito triste em que o povo escolhido de Jeová "se prostituía". Que vergonha eles trouxeram para o nome de Jeová, que antes era temido e reverenciado pelos povos e reis da terra por causa de todas as obras milagrosas que realizava para o Seu povo!
Entre as muitas razões óbvias pelas quais o povo se afastava de Jeová e adorava os deuses das nações vizinhas, pelo menos uma das mais possíveis ou prováveis é bastante compreensível, a saber, o desejo de fazer amizades com esses vizinhos hostis ou apaziguá-los, procurando ser como eles para serem aceitos. De maneira especial, os casamentos entre seus filhos e filhas e os das nações vizinhas garantiriam um vínculo mais forte que (na opinião do povo) diminuiria a probabilidade de hostilidade entre eles. E ao adorar seus deuses, eles sem dúvida sentiriam que haviam conseguido se integrar totalmente à sua sociedade. No entanto, nada disso produziu os efeitos que procuravam. O mais forte desses vizinhos—os filisteus e os amonitas—nem prestaram atenção aos seus esforços de assimilarse, em vez disso, "oprimiram e vexaram aos filhos de Israel" (10:8) , oprimindo-os por dezoito anos. Isso serve como uma lição que nós, os cristãos, precisamos levar a sério hoje.
Qualquer tentativa de fazer concessões com relação aos padrões bíblicos a fim de apaziguar o mundo, ser mais como o mundo ou fazer amizades com o mundo será simplesmente um exercício fútil. Como ressalta Clark Pinnock, o único resultado disso será "uma secularização da Igreja Cristã em vez de uma cristianização da sociedade".
O que sempre faz a luz do evangelho brilhar na escuridão do mundo é a diferença que há entre nós e ele.
(1) Em que aspecto(s) o destino de Jefté era semelhante ao de Ismael? (Gênesis 21:10 e ss.)
(2) Que mensagem a escolha de Jefté, um "filho ilegítimo" que tinha sido expulso por seus meio-irmãos, transmite a alguém nascido como filho "ilegítimo"?
(3) Por que os anciãos (provavelmente os filhos) de Gileade recorreram a Jefté—um homem que desprezavam e tinha expulso—em busca de ajuda? Diante disso, o que podemos deduzir sobre a resposta ao chamado feito no v. 9?
(4) O que persuadiu Jefté a acreditar nas palavras dos anciãos, e o que ele fez para assegurar que cumprissem suas promessas?
(5) O que Jefté fez antes de recorrer ao conflito armado com os amonitas?
(6) O que isso nos mostra sobre o tipo de líder que Jefté era para seu povo?
(7) Qual foi a resposta do rei dos amonitas? Se fosse verdadeira, sua afirmação seria fundamentada? Por que ou por que não? (vide a Nota abaixo)
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
É verdade que Deus tinha proibido Israel de tomar pela força as terras de Edom, Moabe e Amom, porque o primeiro era irmão de Jacó, enquanto os dois últimos eram filhos de Ló (Dt 2:5, 9, 19). No entanto, quando derrotaram o rei de Siom, um rei amorreu, eles tomaram a terra que ele já havia tomado dos amonitas, e Josué deu aquela parte da terra à tribo de Gade (Josué 13:25).
"Que é que tens contra nós, para teres atacado a nossa terra?" (NVI-PT) (Juízes 11:12)
Como já foi repetido várias vezes, os juízes neste período da história de Israel nada mais eram do que guerreiros que lideravam seu povo com um zelo guerreiro, embora todos tenham sido capacitados pelo Espírito de Jeová. Portanto, ao ler sobre a primeira parte da vida de Jefté, qualquer um pensaria que ele estaria empenhado em usar a violência e se vingar; afinal, ele tinha sido expulso por seus irmãos por ser um filho "ilegítimo", e mais tarde tinha formado um grupo de bandidos. Mas apesar disso, ele acabou sendo um líder muito razoável que usou a guerra somente como último recurso. Jefté realmente é uma lufada de ar fresco.
Independentemente de a resposta dos amonitas ser legítima ou não, foram eles, e não Israel, que tinham começado a guerra. Em outras palavras, Jefté não estava procurando uma causa justa para começar uma guerra; ele simplesmente estava defendendo seu país. Ele procurou evitar um confronto armado e tentou fazer uma espécie de acordo. Apesar de sua subsequente tolice em fazer um voto que custou a vida de sua própria filha, Jefté se destaca como o único juiz neste período da história de Israel que parece ter optado pela guerra somente como último recurso.
(1) Em sua explicação ao rei dos amonitas, Jefté narrou os eventos relevantes do Êxodo "em total acordo com os relatos do Pentateuco sobre a questão que estava sendo disputada"; mais especificamente, “os vv. 19-22 são quase uma repetição literal de Números 21:21-25” (Keil & Delitszch, 275-6). Dada a condição espiritual de Israel durante grande parte do período dos juízes, como você explica o conhecimento tão preciso que Jefté tinha do Pentateuco? O que isso nos diz sobre a condição espiritual dele?
(2) Armado com esses dados históricos, quais foram as três razões usadas por Jefté para provar que os amonitas estavam errados ao tentar retomar a terra (vv. 23-27)?
(3) O que você acha da primeira razão dada por Jefté, a saber, que tinha sido Deus quem havia permitido que o povo de Israel expulsasse os amorreus (o rei Siom), dando-lhe a sua terra; portanto, os amonitas (que tinham perdido sua terra para Sihon muito tempo antes) não tinham o direito de tomar posse dela? (v. 23)
(4) O que você acha da segunda razão, a saber, que o rei de Moabe (Balaque) simplesmente havia tentado subornar Balaão para que amaldiçoasse Israel, sem reivindicar ou lutar pela terra que havia conquistado anteriormente dos amorreus (Números 22)?
(5) O que você acha da terceira razão, a saber, que a terra tinha sido tomada aproximadamente 300 anos antes? O que você acha do seguinte comentário de Clericus (um teólogo do século XVII), "se não fosse admitido nenhum direito prescritivo baseado na duração, e se a posse prolongada não desse título, ninguém jamais possuiria nada com certeza, e as guerras e dissensões seriam intermináveis"? (K&D, p. 277)
(6) À luz disso, o que devemos pensar sobre a reivindicação dos palestinos à terra que hoje é ocupada por Israel (a palavra "Palestina", derivada da forma grega da palavra "Filisteu", é usada para se referir a toda Canaã, de acordo com Jean-Pierre Isbouts, The Biblical World, p.164)?
(7) Como o rei de Amom respondeu às palavras de Jefté? Por quê?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Agora que o Senhor, o Deus de Israel, expulsou os amorreus da presença de Israel, seu povo, queres tu tomá-la?" (NVI-PT) (Juízes 11:23)
Sei que estou me aventurando numa das questões políticas mais polêmicas do mundo: quem tem o direito de possuir a terra da Palestina.
Com base em documentos históricos, tanto seculares quanto bíblicos, sabemos que antes de ela ser ocupada pelos israelitas após o Êxodo, a "Terra Prometida" foi ocupada por vários grupos de pessoas que a Bíblia chama de "cananeus", que na verdade eram formado pelos hititas, perizeus, gergeseus, amorreus, jebuseus e até mesmo os filisteus. Aparentemente, os últimos (os filisteus) chegaram depois dos outros, por volta de 1175 a.C., depois de se mudarem com os outros povos do mar do Peloponeso grego para a região costeira da atual Síria e Líbano. Mais tarde, eles também capturaram as cidades de Ascalão, Ecrom, Asdode, Gate e Gaza, transformando "as cinco cidades numa confederação que veio a ser conhecida como Filístia (da onde os gregos mais tarde derivaram a palavra 'Palestina', usada para se referir a toda a terra de Canaã)” (Jean-Pierre Isbouts, p. 163-4). Ou seja, parece que esse povo do mar chegou à terra de Canaã numa época muito próxima da chegada do povo de Israel.
Em sua jornada para a Terra Prometida, os israelitas tomaram uma rota bastante indireta, entrando pelo leste do Jordão, uma rota que exigia que passassem pelos territórios de Edom, Moabe e Amon. Deuteronômio 2 nos diz que Deus proibiu o povo de atacar essas três nações, uma vez que seus antepassados eram parentes dos próprios israelitas. Os israelitas propuseram fazer o mesmo para os amorreus, pedindo somente que fossem concedidos passagem segura, mas os amorreus, além de se recusarem, também os atacaram. Como resultado, os israelitas derrotaram os amorreus e ocuparam suas terras, parte das quais tinham sido tomadas dos moabitas e amonitas pelos próprios amorreus. Josué mais tarde deu esta porção à tribo de Gade (Josué 13:25-28).
Ora, o rei dos amonitas resolveu fazer guerra contra Israel a pretexto de justiça, alegando que o território que se estende do rio Arnon até o rio Jaboque pertencia a Amom antes da época do Êxodo. Uma das razões citadas por Jefté em sua resposta é o fato de que a terra lhes fora dada por Jeová, o Deus de Israel, e que já haviam passado pelo menos 300 anos desde a última posse pelos amonitas.
Com relação a esse último ponto, o teólogo Clericus opinou que, "se não fosse admitido nenhum direito prescritivo baseado na duração, e se a posse prolongada não desse título, ninguém jamais possuiria nada com certeza, e as guerras e dissensões seriam intermináveis” (K&D, 277).
Embora sua declaração contenha certa verdade, o argumento ainda mais difícil de refutar é o primeiro dado por Jefté: “Agora que o Senhor, o Deus de Israel, expulsou os amorreus da presença de Israel, seu povo, queres tu tomá-la?" (Juízes 11:23).
Devemos simpatizar com os palestinos (que nem sequer têm seu próprio estado) que atualmente reivindicam a terra. O fato de muitos dos palestinos serem cristãos, enquanto a nação de Israel como um todo ainda rejeita Aquele que traspassaram (Zacarias 12:10) também nos predispõe a ficar do lado dos palestinos. No entanto, o que Jefté disse aos amonitas continua sendo verdade hoje. Dada a maneira inequívoca em que a Terra Prometida foi dada a Israel por Deus, que homem tem o direito de tomá-la? Nem mesmo o argumento de Clericus é relevante, uma vez que Deus e sua palavra não mudam com o tempo.
No entanto, a propriedade e a soberania de Israel sobre a terra não devem impedir que os dois povos vivam juntos em paz e igualdade.
(1) Quando o Espírito do Senhor veio sobre ele, Jefté fez um voto ao Senhor antes de iniciar sua campanha contra os amonitas.
a. De que maneira seu voto pode ter agradado ao Senhor?
b. De que maneira seu voto pode ter entristecido o Senhor?
c. Jefté realmente precisava fazer um voto depois de o Espírito de Jeová vir sobre ele? Por que ou por que não?
(2) Sacrificar uma pessoa como holocausto é algo que Jeová proibe em termis inequívocos (vide Deuteronômio 12:31). À luz disso, por que Jefté o considerou uma opção válida?
(3) Embora o que aconteceu tenha sido uma grande tragédia, e embora Jeová sem dúvida não quisesse que Jefté sacrificasse sua filha, nem o teria obrigado a cumprir um voto que não O agradava, o que nos diz o fato de Jefté ter cumprido seu voto a Jeová sobre o tipo de pessoa que ele era?
(4) Sua filha tentou dissuadi-lo? Porque não?
(5) Que lição você pode aprender com o erro de Jephta?
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“aquele que estiver saindo da porta da minha casa ao meu encontro, quando eu retornar da vitória sobre os amonitas, será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto.” (NVI-PT) (Juízes 11:31)
O sacrifício da filha de Jefté, embora tenha sido uma grande tragédia, era evitável.
Ao fazer o seu voto ao Senhor antes de sua campanha contra os amonitas, Jefté obviamente procurava expressar sua total dependência dEle. Sua tentativa de chegar a um acordo com os amonitas mostra que ele era uma pessoa pacífica. Além disso, sua narração da história dos eventos do Êxodo também nos mostra que ele não era totalmente ignorante da Lei de Moisés. No entanto, devido à longa história de assimilação com o povo de Canaã e a adoração de seus deuses a mente dos israelitas já estava profundamente secularizada. Como os cananeus, Jefté considerava o sacrifício humano como a forma mais elevada de sacrifício, algo digno da Divindade. Além disso, ele provavelmente tinha ouvido ou lido sobre a história de Abraão e o sacrifício de seu filho no Monte Moriá (Gênesis 22). No entanto, ele ignorou completamente o fato de Deus ter proibido o sacrifício humano em termos inequívocos em Deuteronômio 12:31.
Pode-se perguntar também o que o Sumo Sacerdote estava fazendo, uma vez que ele deveria ter impedido qualquer sacrifício fora do local designado (ou seja, o tabernáculo), especialmente o sacrifício de uma filha. Houve um período de dois meses durante o qual o Sumo Sacerdote provavelmente teria ouvido sobre o incidente e poderia tê-lo impedido.
A tragédia, portanto, é um reflexo da falta de ensino por parte dos sacerdotes (especialmente o Sumo Sacerdote), e da falta generalizada de conhecimento da Palavra de Deus por parte do povo. Como resultado, todos faziam o que lhes parecia certo (Jz 21:25). Se os sacerdotes tivessem cumprido seu dever, essa tragédia teria sido evitada.
O desejo de Jefté de honrar a Jeová com o melhor do que tinha era admirável, mas sua falta de conhecimento da Palavra de Deus e do próprio Deus era trágica. Infelizmente, muitos cristãos de hoje continuam a negligenciar o estudo e a compreensão adequados da Palavra de Deus (e portanto, do próprio Deus ), o que tem resultado no “sacrifício” da unidade e harmonia da igreja. Por esta razão, o apóstolo Paulo fez a seguinte oração pela igreja de Filipos: “Esta é a minha oração: Que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo” (NVI-PT) (Fp 1:9-10).
(1) A tragédia do sacrifício da filha de Jefté foi rapidamente ofuscada por uma tragédia ainda maior, a luta e a divisão entre o povo de Deus.
a. Qual foi a queixa dos homens de Efraim?
b. Na sua opinião, qual foi a verdadeira razão de sua queixa? (Compare-a com a queixa anterior no capítulo 8.)
c. Como a ameaça de violência nos mostra o tipo de homens que eram esses personagens e o verdadeiro motivo de sua reclamação?
(2) O que a resposta de Jefté nos revela?
(3) Desta vez, por que Jefté não pôde recorrer a uma resposta semelhante à de Gideão para apaziguar os efraimitas?
(4) Quantos efraimitas morreram nesta batalha? Não eram ambos os lados o povo de Deus? Ambos não pertenciam ao povo de Israel? Além da queixa mencionada no v. 1, que outro detalhe é mencionado nos vv. 4-6, quase como se tivesse sido a causa do conflito?
(5) Por que os gileaditas se sentiram tão insultados nesta "guerra de palavras"? (vide a Nota abaixo)
(6) O que eles deram aos efraimitas em troca de seu "sotaque"?
(7) Que verdades são ressaltadas nesta "guerra de palavras"?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
É possível que os gileaditas tenham sido desprezados como "desertores" por causa dos antecedentes pessoais de Jefté (que tinha sido o líder de um grupo de "homens inúteis"; Juízes 11:3), e não de algum acontecimento histórico sobre o qual os acadêmicos possam especular. No entanto, esse insulto foi suficiente para convencer os gileaditas a atacarem os efraimitas.
"Vamos queimar a sua casa e você junto." (NVI-PT) (Juízes 12:1)
O período dos Juízes foi marcado por uma constante opressão por parte dos diversos povos de Canaã. Isso já era ruim, mas pior ainda era que quando o povo de Israel era abençoado com um período de relativa paz, sem opressão externa, começavam as lutas internas. Lemos que os efraimitas, após a derrota dos amonitas, reclamaram novamente por não terem sido convidados a participar da batalha para derrotar o inimigo.
A última vez que tinham apresentado essa queixa havia sido após a derrota dos midianitas por Gideão, que conseguiu apaziguá-los com palavras sábias, atribuindo-lhes uma grande honra que na verdade não mereciam (Jz 8:2). No entanto, Jefté não podia apaziguá-los com palavras lisonjeiras como essas, uma vez que os efraimitas não estavam zangados por não terem recebido a honra, mas obviamente por terem perdido a oportunidade de compartilhar os despojos. Na guerra contra os midianitas, eles pelo menos puderam participar das últimas etapas da guerra, e pode-se supor que também receberam as recompensas materiais dos vencedores. Mas o contexto geográfico dessa batalha foi bem diferente daquele da batalha anterior, uma vez que tudo aconteceu basicamente a leste do rio Jordão, e Jefté não precisou pedir ajuda a nenhuma outra tribo.
Em vez de se alegrar com seus irmãos, os efraimitas se sentiram magoados com a perda de prestígio e liderança, além de eles não terem recebido nenuma porção dos despojos. No entanto, uma coisa era reclamar, mas dizer que iam incendiar a casa de Jefté é outra bem diferente. Pode-se presumir que as palavras ofensivas proferidas contra os gileaditas foram a gota d'água que levou ao conflito concreto. Basicamente, o que suas palavras queriam dizer era que os gileaditas não faziam parte nem de Efraim nem de Manassés; portanto, não eram realmente parte do povo de Deus. Em resposta a isso, os efraimitas que tentaram fugir também foram mortos com base em seu sotaque, que era diferente do sotaque dos gileaditas.
Mesmo sem qualquer opressão externa, Israel se mostrou ser um povo derrotado — um povo que não era digno de ser chamado de Povo de Deus.
Durante a minha vida, já tive a experiência infeliz de testemunhar algumas brigas amargas dentro da igreja, e não foram bonitas — as ações que foram tomadas e as palavras ditas por cristãos de boa aparência durante essas brigas foram coisas que muitas vezes “não ocorre nem entre os pagãos” (1 Cor 5:1). Realmente não somos melhores do que os israelitas!
(1) O povo de Israel pagou caro pelo fracasso em sua missão de expulsar os ocupantes originais de Canaã, pois um povo após o outro se levantou para oprimi-los. Reflita sobre sua própria vida e identifique o que você ainda precisa eliminar dela.
(2) Parece que Deus gosta de levantar Seus servos escolhidos de casais estéreis. Que desafio específico teria experimentado um casal antes estéril na hora de entregar o filho para o serviço de Jeová?
(3) Ao escolher Sansão, Deus deu instruções aos seus pais para criá-lo como nazireu:
a. De acordo com Números 6, o que era um nazireu?
b. Por que essa criança precisava ser nazireu?
c. O que isso nos mostra sobre o que Jeová deseja para aqueles que Ele escolhe para serem usados por Ele?
(4) Se você fosse a esposa de Manoá, qual teria sido sua reação ao se deparar com o anjo de Jeová? Por que ela não fez mais perguntas ao anjo de Jeová?
(5) Qual foi a reação de Manoá ao ouvir a história de sua esposa? Como ele repetiu sua pergunta ao anjo do Senhor quando ele apareceu novamente? O que isso revela sobre Manoá?
(6) Como o anjo de Jeová lhe respondeu? Qual foi o foco da sua resposta? Por quê?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Os filisteus eram bem diferentes dos outros cananeus, pois vinham da Grécia e eram de pele clara. Para mais informações, leia o artigo meditativo sobre Juízes 11:14-28 (Ano 2, Semana 39, Dia 269).
“Quando as tuas palavras se cumprirem, Manoá perguntou, 'como devemos criar o menino? O que ele deverá fazer?'.” (NVI-PT) (Juízes 13:12)
O aparecimento de Sansão, que seria o próximo Juiz, foi precedido pelas seguintes palavras na Bíblia: "Os israelitas voltaram a fazer o que o Senhor reprova, e por isso o Senhor os entregou nas mãos dos filisteus durante quarenta anos" (NVI-PT) (Juízes 13:1).
É fácil imaginar como teria sido o estilo de vida e a condição espiritual do israelita médio após quarenta anos de idolatria e ocupação pelos filisteus. A julgar pelas repetidas instruções dadas pelo anjo de Jeová, parece que Manoá e sua esposa tomavam vinho com frequência e imitavam outros costumes dos filisteus.
Mas apesar disso, é importante notar os aspectos positivos da resposta de Manoá diante da aparição e da promessa do Anjo de Jeová. Ele nunca expressou indício algum de descrença. Aliás, ele até acreditou que seu filho seria o libertador de seu povo, o que pode ser deduzido das seguintes perguntas que fez ao Senhor:
"Senhor, eu te imploro que o homem de Deus que enviaste volte para nos instruir sobre o que fazer com o menino que vai nascer" (NVI-PT) (Juízes 13:8) .
"Quando as tuas palavras se cumprirem ... como devemos criar o menino? O que ele deverá fazer?" (Juízes 13:12).
Em outras palavras, sua abordagem foi correta: ele queria saber como ele e sua esposa deviam criar esse filho para que ele estivesse pronto e digno de ser usado pelo Senhor.
O curioso é que o Anjo de Jeová nunca respondeu às suas perguntas; em ambas as ocasiões, ele se limitou a se concentrar no que a esposa de Manoá devia fazer, especialmente durante sua gravidez, a saber, não comer nem beber nada produzido pela videira, nem qualquer bebida fermentada (13:4, 14). O foco do anjo não era somente o que deviam ensinar à criança, mas como eles mesmos deviam viver.
A julgar pelo comportamento posterior de Sansão, pode-se deduzir como era o estilo de vida do povo de Israel (um povo do qual Sansão e sua família faziam parte), e não seria descabido supor que seus pais falharam grandemente na criação de seu filho. Portanto, não é de se surpreender que o anjo de Jeová tenha chamado sua atenção para a maneira como eles mesmos deviam viver suas vidas em vez do que deviam ensinar a seu filho.
(1) Por que o anjo de Jeová rejeitou a refeição de cabra preparada por Manoá, ordenando que fizesse um holocausto em seu lugar?
(2) Com a intenção de recompensar ou agradecer a este Anjo de Jeová, como se se tratasse de uma pessoa normal, Manoá perguntou seu nome. Em essência, a resposta foi que Seu nome era "Maravilhoso". Esse nome o lembra de algo? (vide Isaías 9:6)
(3) O que o anjo de Jeová fez com sua oferta?
(4) Depois de testemunhar esse espetáculo milagroso, Manoá temeu por sua vida. Por quê?
(5) Ele morreu? Por que não?
(6) Como a esposa de Manoá interpretou os acontecimentos?
(7) Quem é este Anjo de Jeová?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas a mulher respondeu: 'Se o Senhor tivesse a intenção de nos matar, não teria aceitado o holocausto e a oferta de cereal das nossas mãos ...'.” (NVI-PT) (Juízes 13:23)
J.I. Packer diz que muitas vezes o que mais mostra a maturidade espiritual de uma pessoa é sua reação diante de alguma crise ou susto. No trecho citado abaixo, ele usa como ilustração a resposta dos pais de Sansão à aparição do Anjo de Jeová:
“Isso foi o que aconteceu (para dar apenas um exemplo) com a mulher anônima que chamamos de Sra. Manoá, cuja história lemos em Juízes 13. O anjo de Jeová (Deus, quando ele age como Seu próprio mensageiro: aparentemente uma manifestação pré-encarnada do Deus Filho) havia dito a ela que teria um filho especial (Sansão), e que esse filho se tornaria o libertador de Israel. O anjo mensageiro lhe deu instruções especiais sobre como ela devia se preparar para o nascimento do filho. Quando ela contou isso a Manoá (que parece ter sido um chauvinista com uma pomposa piedade), ele orou para que o mensageiro voltasse e desse mais instruções aos dois. É evidente que Manoá estava bem ciente de seu papel como líder espiritual. Também é evidente que ele desconfiava que sua esposa não tinha entendido a mensagem corretamente. O mensageiro amavelmente reapareceu e repetiu as instruções. Foi então que veio o momento traumático quando Manoá percebeu que seu visitante era o próprio Senhor. Sua pomposidade deu lugar ao pânico. O homem que até então presumia sua própria superioridade espiritual perdeu o juízo. 'Sem dúvida vamos morrer!' — ele balbuciou para sua esposa — 'pois vimos a Deus!' (v. 22). Ele entendia de forma geral que ninguém está apto para ter comunhão com Deus; portanto, ele foi mergulhado no desespero.
“Felizmente, sua esposa, que até este ponto da história parece uma pessoa muito discreta, agora sobressai como uma mulher sábia que ministra fielmente a seu marido com pensamentos claros sobre a fidelidade de Deus aos Seus próprios propósitos. 'Se o Senhor tivesse a intenção de nos matar, não teria aceitado o holocausto e a oferta de cereal das nossas mãos, não nos teria mostrado todas essas coisas e não nos teria revelado o que agora nos revelou' (Juízes 13:23). Kipling escreveu: 'Meu filho, se você conseguir manter o juízo quando todos ao seu redor estiverem perdendo o juizo e jogando a culpa em você ... você será um homem!' Num sentido tanto humano quanto espiritual, a Sra. Manoa aparece aqui como um 'Homem' (no sentido de Kipling) enquanto seu marido se comporta como sua própria noção do que é uma mulher irracional — aliás , como uma criança assustada. Assim, a reação da Sra. Manoá a esse susto revelou que ela era uma mulher que vinha crescendo espiritualmente, enquanto seu marido, apesar de toda sua religiosidade cuidadosa e diligente, não tinha crescido. Os filhos de Deus não nascem maduros, mas alcançam a maturidade através do crescimento. Nesta história, a pessoa madura é a mulher."
(J.I. Packer, Growing into Christ-likeness)