Nesta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Juízes do Velho Testamento.
Uma observação recorrente no Livro dos Juízes é que "naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo", especialmente quando se tratava de sua adoração a Javé, que atingiu seu ponto baixo após a morte de Sansão (17:6, 18:1, 19:1 e 21:25):
(1) Este filho aparentemente adulto tinha roubado uma grande quantidade de prata de sua mãe (cerca de 13 kg ou 28 libras). Por que ele de repente sentiu a necessidade de devolvê-la à sua mãe?
(2) Como as ações desse homem revelaram sua condição espiritual? Ele temia a Deus, ou simplesmente tinha um medo supersticioso da maldição?
(3) Por que sua mãe respondeu com as palavras “Consagro solenemente a minha prata ao Senhor [quer dizer, a Jeová]” (NVI-PT)?
(4) De onde ela tirou a ideia de esculpir uma imagem e fundir um ídolo para sua "consagração" e depois devolver o ídolo ao filho?
(5) A Lei de Moisés (especialmente o segundo dos Dez Mandamentos), em termos inequívocos, proibia o povo de fazer uma imagem para representar Deus. Por que essa mulher aparentemente motivada pelo desejo de adorar violou a Lei de Moisés de maneira tão descarada?
(6) Como suas ações se encaixam bem com o comentário de que “cada um fazia o que lhe parecia certo”?
(7) Quanta prata ela acabou usando para esculpir o ídolo? O que você acha que ela fez com o resto da prata consagrada?
(8) O que esse homem decidiu fazer com esse novo ídolo (esculpido para Jeová)? Por que ele fez isso?
(9) Se esse homem realmente fosse tão religioso, ele teria roubado o dinheiro de sua mãe?
(10) Você diria que aquelas pessoas que fazem um santuário em sua casa, com as imagens dos santos ou de Maria, não são muito diferentes deste homem?
(11) Faça uma pausa e reflita sobre a mensagem principal para você hoje. Como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Com base no que diz o texto em 18:17-18, parece que o homem fez dois objetos: uma imagem esculpida e um ídolo fundido, sendo o primeiro o principal objeto de adoração.
“… Ela disse: 'Consagro solenemente a minha prata ao Senhor para que o meu filho faça uma imagem esculpida e um ídolo de metal'." (NVI-PT) (Juízes 17:3)
A casa de Mica descrita em Juízes 17 era uma casa muito interessante. Parece que ele tinha uma mãe muito religiosa. Ele acreditava em Javé, mas não hesitava em amaldiçoar qualquer um que pudesse ter roubado sua preciosa prata. Mas quano ela soube a verdade, que a pessoa que ela tinha amaldiçoado era o próprio filho, ela inmediatamente tentou anular a maldição consagrando a prata a Jeová, mas para isso ela a transformou numa imagm esculpida e um ídolo fundido, uma clara violação dos Dez Mandamentos. Aliás, ela só usou duzentos dos mil e cem siclos de prata para fazer esse ídolo. O que será que aconteceu com os novecentos siclos restantes!
Para ser sincero, quando eu li este trecho, senti como se estivesse lendo uma lenda folclóricas da China antiga. Aliás, também me lembrou da sociedade em que cresci em Hong Kong. Muitos dos meus amigos e vizinhos tinham um santuário dedicado a um dos muitos deuses populares da sociedade chinesa. Alguns até tinham transformado seus quartos ou quintais em santuários com estátuas de ídolos muito caras. Eles ofereciam incenso aos seus deuses diariamente com muita devoção. Alguns deles até não hesitavam em amaldiçoar quando se sentiam ofendidos.
Mas a história de Juízes 17 deveria ser diferente. É uma história sobre o povo de Deus que tinha experimentado uma libertação milagrosa após a outra por parte do Senhor, o povo que tinha a Lei de Moisés, onde havia instruções claras contra a idolatria, o povo que tinha sacerdotes cujo dever era ensiná-los e guiá-los nos caminhos de Jeová. Porém…
Percebo a sabedoria de Deus em sua proibição de esculpir uma imagem, mesmo que fosse uma imagem dEle mesmo: “nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra” (NVI-PT) (Êxodo 20:4). Ele não fez isso somente porque fazer isso equivale a reduzir o Deus Criador a uma criatura, mas também porque abre caminho para a adoração de outros ídolos!
Hoje em dia, até mesmo alguns cristãos evangélicos estão a favor de aceitar o uso de imagens de Maria e de outros santos e defendem que não há problema algum em usá-las, desde que não sejam objetos de adoração, senão acessórios para ajudar com a reflexão. O que eles não entendem é que ao fazer isso estão seguindo os passos dos israelitas na época dos Juízes, e em pouco tempo cada crente fará o que bem entender (Juízes 17:6).
(1) Considere as seguintes perguntas à luz do fato de a tribo dos levitas não ter recebido terra alguma:
a. Onde eles podiam morar? (vide Josué 21)
b. De acordo com Jeová, qual era a razão disso? (Deuteronômio 10:9 e Números 18:21)
c. Que papel eles deviam desempenhar entre o povo e na cidade onde moravam? (vide Números 16:9-10 e também 35:6)
(2) Belém não era uma das cidades dos levitas:
a. Por que esse jovem levita morava numa cidade que não havia sido designada para ele morar?
b. Não deveria haver uma cidade em Efraim designada para os levitas?
(3) Você acha que a providência de Deus o levou à casa de Mica? Por que ou por que não?
(4) Foi certo o jovem levita ter aceitado a proposta de Mica? Por que ou por que não?
(5) De quem o jovem se tornou sacerdote?
(6) Mica disse o seguinte: "Agora sei que o Senhor me fará bem", uma vez que o sacerdote que agora o servia não era mais seu filho, mas um levita. O que há de errado com essa crença de Mica?
(7) Como nós, os cristãos, podemos ser como Mica?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Há duas razões possíveis pelas quais esse jovem levita precisava encontrar um lugar para morar: (1) a possibilidade de as cidades designadas aos levitas por Josué em Judá e Efraim ainda não terem sido conquistadas, (2) algum motivo pessoal que tinha levado esse jovem levita a não morar entre os seus.
“Sou levita, de Belém de Judá ... Estou procurando um lugar para morar.” (NVI-PT) (Juízes 17:9)
O sacerdote que morava em Belém provavelmente se chamava Jônatas (Jz 18:30). Ao chegar a Mica, apresentou-se com a declaração: “Sou levita” (Jz 17:9). O que ele quis dizer com essa afirmação? Era muito diferente de dizer “sou benjamita” ou “sou danita”.
Os levitas pertenciam a Jeová: Ao contrário das outras 11 tribos de Israel, a tribo dos levitas não tinha recebido terra alguma em Canaã; a Bíblia explica que “Levi, com seus irmãos, não tem parte na herança; o Senhor é a sua herança” (ARC) (Deut. 10:9).
Os levitas eram dedicados ao serviço de Jeová: Embora nem todos os levitas fossem sacerdotes, todos tinham um papel muito especial entre o povo de Deus, como explica Moisés: “Não lhes é suficiente que o Deus de Israel os tenha separado do restante da comunidade de Israel e os tenha trazido para junto de si a fim de realizarem o trabalho no tabernáculo do Senhor e para estarem preparados para servir a comunidade? Ele trouxe você e todos os seus irmãos levitas para junto dele..." (NVI-PT) (Nm 16:9, 10)
Os levitas não possuíam terra: E quando Deus (através de Moisés e Josué) designou-lhes 46 cidades onde podiam morar (Números 35 e Josué 21), Sua intenção foi que sua propriedade principal fosse suas casas, e não a terra, uma vez que “a tarefa dos levitas era servir o povo no santuário e ensinar-lhes a lei; não deveriam ter a responsabilidade de praticar a agropecuária” (Hartley, WBC, Levítico, 440).
Isso é o que significava sua declaração: "Sou levita".
Uma vez que nestes tempos do Novo Testamento já somos um sacerdócio real, nossa declaração ao mundo de que somos cristãos tem um significado semelhante — nós também pertencemos ao Senhor, estamos totalmente dedicados a servi-Lo, e este mundo não é a nossa casa (1 Pe 2:9).
Por favor, leia a "Nota" abaixo antes de refletir sobre as seguintes perguntas:
(1) Embora tivessem medo dos inimigos mais fortes, os danitas estavam procurando expandir seu território e enviaram espiões para ver se havia uma “presa” mais fácil: Como Mica recebeu esses cinco espiões? Por que?
(2) Os espiões provavelmente detectaram um sotaque muito diferente ao conversar com o sacerdote. Por que eles ficaram tão interessados no padre e fizeram tantas perguntas? O que eles teriam pensado ao se depararem com um sacerdote?
(3) Como o jovem levita lhes respondeu? Era permitido “contratar” um sacerdote?
(4) Você se lembra do que havia dentro do santuário onde esse sacerdote “servia”? Você acha que Jeová realmente falava com ele?
(5) Você acha que este sacerdote violou o terceiro mandamento com sua resposta no v. 6? Por que ou por que não? (vide Êxodo 20:7)
(6) Que lição podemos aprender com as ações desse sacerdote?
(7) Quais foram as razões dadas pelos espiões para tomar posse da terra que tinham espionado?
(8) O que teria acontecido se esse povo tivesse sido forte e “desconfiado”? Não teria sido melhor para a tribo tomar posse da terra que Josué lhes tinha repartido?
(9) Portanto, qual era o fator decisivo para os danitas tomarem alguma terra?
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Para entender melhor o contexto histórico dessa passagem, devemos lembrar que (a) havia 64.400 homens de Dã de 20 anos ou mais (Números 26:43); (b) eles não tinham expulsado os poderosos amorreus de seu território e como resutado foram confinados às montanhas (Juízes 1:34); (c) agora estavam procurando algum vizinho mais fraco para conquistar; (d) a arca da aliança estava em Siló, a terra dos efraimitas.
“Chegando lá, vocês encontrarão um povo despreocupado e uma terra espaçosa que Deus pôs nas mãos de vocês, terra onde não falta coisa alguma!" (NVI-PT) (Juízes 18:10)
O nome de Jeová é invocado duas vezes nesta passagem em conexão com a tomada da terra onde morava este “povo despreocupado” por parte dos danitas.
Primeiro, o "sacerdote" invocou o nome de Jeová quando os cinco espiões de Dã pediram que ele consultasse a Deus sobre se sua jornada seria bem-sucedida.
Mais tarde, quando os espiões voltaram a Zora e Estaol, eles invocaram o nome de Deus ao animarem seus irmãos (como Josué e Caleb tinham feito antes deles) a atacar essas pessoas, provavelmente porque eram um alvo fácil.
Em ambos os casos devemos perguntar se Deus realmente estava envolvido nisso ou deu Sua aprovação à causa e às ações dos danitas, como eles alegavam.
Sabemos que esse sacerdote não só servia a Jeová, mas também aos deuses e ídolos no santuário estabelecido pela casa de Mica (enquanto o tabernáculo com sua arca ainda estava em Siló). Ele não tinha sido designado por Deus, nem estava no lugar prescrito por Deus. Pior ainda, estava servindo aos ídolos e a Jeová ao mesmo tempo. Não havia dúvida de que isso não agradava a Deus. Portanto, Deus realmente teria falado por meio dele? A Bíblia nem mesmo diz que esse sacerdote tenha consultado a Jeová; ele simplesmente deu uma resposta quase imediata aos espiões. Mas apesar disso, ele invocou o nome de Jeová.
Em seguida, os cinco espiões encorajaram seus irmãos a tomarem a terra dessas pessoas, obviamente com a ajuda da promessa feito pelo sacerdote em nome de Deus, mas isso nem mesmo foi necessariamente seu argumento principal. Parece que seu argumento principal era que se tratava de um “povo despreocupado”. Alguém disse uma vez: "A tarefa que Deus nos dá sempre vai além das nossas capacidades". Eu não acho que isso seja necessariamente verdade. Acredito que a dificuldade (ou falta de dificuldade) de uma tarefa não deve ser o critério para decidir se ela é do Senhor.
Josias decidiu enfrentar o poderoso Faraó Neco, e como resultado perdeu a vida (2 Crônicas 35:20-27); os israelitas liderados por Josué atacaram a pequena cidade de Ai e facilmente foram derrotados (Josué 7:4).
Embora a busca da vontade de Deus seja um assunto muito pessoal, na maioria dos casos as Escrituras já nos forneceram princípios bíblicos ou éticos simples para nos guiar. Mesmo nos casos em que esses princípios éticos ou bíblicos não são violados, devemos ter muito cuidado ao invocar o nome de Jeová. A menos que sejamos claramente guiados pelo Espírito Santo, não só prejudicaremos a nós mesmos, mas também traremos vergonha ao Seu nome.
(1) Por que os homens de Dã queriam levar o éfode de Mica, juto com a imagem esculpida, o ídolo derretido e outros deuses domésticos?
(2) Que pecado(s) eles cometeram?
(3) O sacerdote confrontou os danitas a respeito de suas ações? Por que ou por que não?
(4) Como os danitas lhe responderam?
(5) Qual foi a resposta do sacerdote à sua proposta? Que tipo de sacerdote ele era?
(6) Como essa história serve de advertência para todos os servos do Senhor?
(7) Com base no relato nos vv. 22-26, que tipo de sociedade era Israel? Na sua opinião, o que Deus deveria ter feito com eles?
(8) Por quanto tempo esse sacerdote (descrito como um descendente de Gershom) e seus descendentes perpetuaram essa idolatria entre a tribo de Dã?
(9) O que o autor procura destacar com a frase “todo o tempo em que o santuário de Deus esteve em Siló”? (vide Deuteronômio 12:11, 13)
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
É possível que a frase “até que o povo foi para o exílio” não seja uma referência ao período do cativeiro do povo nas mãos dos assírios ou babilônios, mas a um período anterior sobre o qual não temos informação.
"Não será melhor para você servir como sacerdote uma tribo e um clã de Israel do que apenas a família de um só homem?" (NVI-PT) (Juízes 18:19)
Tive o grande privilégio de ser convidado para servir em certa igreja antes mesmo da minha formatura no seminário. Na época, eu estava fazendo um estágio em outra igreja, onde os membros tinham sido muito gentis comigo. Além de me oferecer o estágio, eles também tinham oferecido um cargo permanente após a minha formatura. Devido à bondade que essa igreja tinha mostrado para comigo, eu informei a outra igreja que após a formatura eu permaneceria na igreja atual pelo menos durante o mesmo tempo que tinha durado meu estágio, a fim de pagar a minha dívida de amor para com eles, embora eu soubesse (depois de consultar o Senhor em oração) que a oferta que tinha recebido antes da formatura ajudaria muito na preparação e treinamento de um novo pastor como eu.
Ao saber que eu tinha planos de sair da igreja onde tinha feito meu estágio, uma das líderes disse à minha esposa que ela entendia que seria bom para mim servir na outra igreja, citando um provérbio chinês sobre uma pessoa que procura terra mais alta (uma promoção).
Sei que muitos cristãos abusam da "vontade de Deus" como desculpa para fazer o que eles mesmos querem fazer; entretanto, é extremamente importante que os servos de Jeová busquem e obedeçam à vontade de Deus, independentemente do que os outros digam sobre eles. Mesmo assim, foi muito doloroso ouvir esse comentário, porque significava que os outros me viam (um servo do Senhor) como alguém que procurava oportunidades de promoção, que tratava o ministério do evangelho como se fosse um trabalho secular.
Mas essa foi a atitude desse assim chamado sacerdote que "se alegrou" com a oportunidade de servir a uma tribo e a um clã inteiro em Israel, em vez de servir na casa de um só homem (Jz 18:19). Em essência, ele era um sacerdote de aluguel! No entanto, os verdadeiros servos do Senhor não podem ser contratados! O apóstolo Paulo nos dá um exemplo muito bom disso.
Por um lado, Paulo insiste que para aqueles que trabalham no evangelho não há nada de errado com colher benefícios materiais dele (1 Coríntios 9:11, 13, 14). Por outro lado, ele não aceitou nenhum centavo da igreja de Corinto (1 Coríntios 9:15), porque como servo do Senhor, ele não podia ser contratado.
Espero que as igrejas de Jesus Cristo não considerem seus pastores como trabalhadores temporários. Não são seus empregados, mas os pastores de suas almas. Portanto, eu recomendo que as igrejas não assinem um "contrato de trabalho" com seus pastores, mas uma "aliança", de acordo com o coração de Deus, para fazer distinção entre o corpo de Cristo e as empresas seculares e templos de ídolos (como o que este sacerdote tinha feito com os santuários de Mica e dos danitas).
(1) Qual era o desejo de Deus para os levitas? (Leia as referências bíblicas sobre os levitas em Juízes 17:7-13, Ano 2, Semana 41, Dia 282.)
(2) A julgar pelo exemplo do levita no capítulo 19 (que tinha uma concubina, servos e provavelmente um número considerável de bens), até que ponto os levitas tinham se desviado do desejo de Deus?
(3) Que lição (ou lições) os servos do Senhor de hoje devem aprender com este levita?
(4) Em sua opinião, por que o sogro tentou várias vezes entreter e impedir que o levita fosse embora?
(5) Com que argumento ou ou suposição o levita decidiu passar a noite em Gibeá e não em Jebus?
(6) Você consegue pensar em alguma razão pela qual naquela cidade não havia "ninguém ... que me recolha em casa"?
(7) Por que o homem idoso disse: "tão somente não passes a noite na praça"?
(8) Qual era a demanda dos ímpios na cidade? Quão perversa foi sua demanda?
(9) Como era a sociedade desta cidade em Benjamin em comparação com a cidade onde você mora?
(10) O povo de Gibeá (israelitas) era melhor do que os habitantes de Jebus (jebuseus)?
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Uma vez que Finéias, o filho de Eleazar, ainda era o sumo sacerdote (Juízes 20:28), os eventos narrados nestes capítulo provavelmente ocorreram logo após a morte de Josué.
"Traga para fora o homem que entrou em sua casa para que tenhamos relações com ele!" (NVI-PT) (Juízes 19:22)
O crime horrível cometido pelos homens perversos de Gibeá nos lembra imediatamente a perversidade de Sodoma, exceto que foi ainda pior.
Foi pior porque Sodoma era uma cidade que não conhecia a Deus, enquanto Gibeá, uma cidade dentro da terra dos benjamitas, pertencia ao povo de Israel. Mesmo nesse período rotulado como um período em que todos faziam o que queriam, uma violação tão flagrante do mandamento de Deus e contra a decência humana pelo povo de Deus é simplesmente inconcebível e incompreensível. Qualquer um se perguntaria o que tinha acontecido com o povo de Deus, uma vez que a arca da aliança de Deus ainda estava com eles (20:27), o que significa que, por pior que fosse o povo, eles ainda tinham o sumo sacerdote Finéias e a Lei de Moisés ainda era lida em adoração.
Concordo com muitos dos comentários sobre estes eventos em que a decadência espiritual e moral do povo esteve ligado ao fracasso em seu dever de expulsar os cananeus de seu território. Já lemos que os benjamitas “deixaram de expulsar os jebuseus que estavam morando em Jerusalém. Os jebuseus vivem ali com os benjamitas até o dia de hoje” (Juízes 1:21).
Os eventos posteriores mostram claramente que os homens iníquos mencionados neste capítulo não eram jebuseus, mas benjamitas. Eles não podiam culpar os jebuseus, mas a si mesmos, pois eles mesmos tinham decidido seguir seus deuses e imitar sua cultura imoral; aliás, sua maldade até era muito pior que a dos jebuseus.
O apóstolo Paulo tem razão: "As más companhias corrompem os bons costumes" (1 Coríntios 15:33).
(1) De que maneira esse incidente é semelhante ao de Sodoma mencionado em Gênesis 19? Por outro lado, quais seriam as principais diferenças entre os dois incidentes?
(2) O homem idoso e o sacerdote fizeram o correto ao tentar sacrificar as mulheres para salvar suas próprias vidas? Por que ou por que não?
(3) Embora a mulher tivesse sido infiel, foi certo o que o homem fez?
(4) O que eles deveriam ter feito naquelas circunstâncias?
(5) Depois de ter sacrificado sua concubina, o que o homem planejava fazer depois de abrir a porta? O que ele achava que tinha acontecido com a concubina?
(6) Nesse caso, por que parece que ele ficou horrorizado ao encontrá-la morta junto à porta?
(7) Qual detalhe você acha mais horrível: o estupro coletivo ou o fato de o levita ter cortado os membros da concubina em doze partes?
(8) Como todos os habitantes de Israel reagiram diante desse incidente? Por quê?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes e enviou-os por todos os termos de Israel." (NVI-PT) (Juízes 19:29)
Quando eu era mais jovem, um dos meus parentes (o marido de uma das irmãs da minha mãe) foi assassinado e seu corpo foi encontrado mutilado e embrulhado em um saco plástico. Foi considerado um crime tão perverso que chocou toda a cidade na época. Foi tão horrível que deixou uma impressão duradoura em mim.
Portanto, tenho certeza de que ao ler esta história sobre o estupro coletivo da concubina do levita, você ficou tão horrorizado quanto eu. No entanto, parece que o que mais me chocou foi o fato de o levita ter cortado o corpo da concubina morta.
Claro, o horror de cada evento é diferente.
Por um lado, fiquei horrorizado com a maldade do terrível estupro coletivo e assassinato cometido por esses homens de Gibeá, que (supostamente) eram o povo de Deus. Por outro lado, fiquei horrorizado com a barbárie das ações desse levita, embora não necessariamente tenham sido perversas em si.
É possível que, devido ao ambiente que evoca o "velho oeste" e a cultura cananéia predominante da época, quanto mais bárbaras fossem as ações do levita (a vítima), mais chocante seria a representação da natureza desse crime de estupro coletivo e assassinato! Isso parece ser exatamente o que todo o povo de Israel sentiu quando cada região viu a parte do corpo que lhe foi entregue.
Deixando de lado sua ação bárbara, percebi a natureza bondosa desse levita que soube perdoar a infidelidade de sua concubina; talvez sua ação de cortar seu corpo em partes tenha sido a expressão mais profunda de sua dor diante da perversidade que uma pessoa que ele amava tanto havia experimentado.
Afinal, era outra época com sua própria história e cultura!
(1) Quantos soldados os israelitas reuniram para esta causa? Por quê?
(2) O que esse exército israelita unido exigiu da tribo de Benjamim? Sua exigência era razoável? (vide Deuteronômio 22:22)
(3) Por que os benjamitas não atenderam à demanda de seus irmãos israelitas? Qual pode ter sido o motivo?
(4) Como a Bíblia descreve a força militar do exército benjamita?
(5) Qual foi a primeira medida tomada pelos israelitas após a recusa dos benjamitas?
(6) Qual foi o resultado das duas primeiras batalhas?
(7) Por que eles não desistiram? Por que continuaram a consultar a Jeová, aparentemente sem culpá-Lo?
(8) O que teria acontecido se os israelitas tivessem se unido para conquistar a terra de Canaã? Por que eles não fizeram isso?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"E todos os israelitas se ajuntaram e se uniram como um só homem contra a cidade." (NVI-PT) (Juízes 20:11)
Aprendemos desde o início do livro de Juízes que, essencialmente, nenhuma das tribos de Israel conseguiu expulsar seus inimigos: algumas até foram expulsas e confinadas nas montanhas, enquanto outras foram forçadas a coexistir com os cananeus. Os mais bem-sucedidos só conseguiram sujetar os cananeus a trabalhos forçados (Juízes 1). É verdade que houve algumas ocasiões em que duas tribos se uniram para se ajudarem (Juízes 1:3), e pode-se supor que as duas tribos e meia a leste do Jordão ajudaram as outras tribos a tomar posse de suas terras antes de voltarem para as suas próprias famílias (Josué 1:12-18). No entanto, com base nos relatos do resto do livro de Josué e no livro de Juízes, fica claro que, em geral, cada tribo teve que lutar por conta própria e obteve um sucesso muito limitado. Em outras palavras, embora se tratasse de um só povo sob o nome de Deus, a realidade era que eram um povo dividido. Quer dizer, até que os benjamitas cometeram um crime horrível na cidade de Gibeá. Em pouco tempo, 400.000 soldados armados com espadas foram reunidos (Juízes 20:2) para castigar os benjamitas.
Claro, era justo que eles se unissem para procurar justiça por esse crime tão horrível que, além de ter sido cometido pelos homens de Gibeá, ainda estava sendo protegido pela tribo de Benjamim. Qualquer um se perguntaria por que os benjamitas decidiram proteger os criminosos que estavam entre eles. Mas independentemente do motivo dos benjamitas, as ações do resto do povo de Israel foram totalmente justificadas; eles procuraram justiça, primeiro com o pedido de que os criminosos lhes fossem entregues. Recorreram ao uso da violência somente após a rejeição de suas exigências por parte dos benjamitas.
No entanto, não posso deixar de me perguntar o que teria acontecido se o povo tivesse mostrado a mesma unidade ao tomar posse de toda a terra de Canaã.
Infelizmente, tenho observado a mesma coisa acontecer nas igrejas hoje. Parece que somos muito mais zelosos quando lutamos uns contra os outros dentro da igreja do que quando enfrentamos o mundo fora da igreja. Se a mesma paixão que testemunhamos nas lutas dentro das igrejas fosse aproveitada para alcançar os perdidos, chegaria muito mais rápido o dia em que “este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo” (Mateus 24:14)!