Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Rute 1:1–5

(1) Esta história aconteceu no contexto da época dos juízes. Como você descreveria este período da história de Israel, especialmente à luz do comentário que encerra todo o livro de Juízes?

(2) Você se lembra de alguns dos períodos de fome descritos no livro de Gênesis? Quais foram os resultados das ações dos patriarcas em circunstâncias semelhantes às da historia de Rute? (vide, por exemplo, Gênesis 12:10, 26: 1 e 42:5)

(3) Quão difícil teria sido para Elimeleque a decisão de deixar Belém (que significa "casa de pão") e ir para Moabe (o território dos seus tradicionais inimigos)? Quais aspectos ele teria levado em consideração?

(4) Você se identifica com a luta destas pessoas? (Se você é um imigrante, por que você decidiu deixar o seu país, e quais foram os aspectos que você teve que levar em consideração? Você buscou a vontade de Deus com respeito a isso?)

(5) Quanto tempo eles esperavam ficar em Moabe? Quanto tempo eles acabaram ficando? O que aconteceu durante esta estadia prolongada em Moabe?

(6) Embora a maioria dos estudiosos pensem que realmente não se sabe os significados dos nomes dos filhos, sabemos que o nome de Elimeleque significa "Deus é Rei" e o de Noemi significa "ser agradável e encantadora". Dada a importância que os judeus davam ao significado de seus nomes, como Noemi se sentia a respeito de seu Deus despois de ter experimentado todos os eventos descritos nos vv. 1-5? (vide 1:20) Que tipo de perguntas ela estaria fazendo?

(7) O que você faria se fosse Noemi?

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Deus está presente em sua situação

Por mais linda que seja a história de Rute, ela começa com uma comovente história de migração com a qual muitos de nós podemos nos identificar. Já conheci muitos imigrantes que tiveram que enfrentar muitos desafios depois de imigrar para um país estrangeiro; eles tiveram que se adaptar a um novo ambiente e uma nova cultura, além de enfrentar a vergonha ou até mesmo a discriminação. Mas alguns deles também perderam seus entes queridos devido a doenças ou acidentes, enquanto outros experimentaram a ruína financeira, e alguns até viram seu casamento terminar em divórcio. Nessas circunstâncias, tanto os cristãos quanto os não-cristãos não podem deixar de fazer a seguinte pergunta: "Tomamos a decisão errada ao imigrar?".

No caso de Noemi, raramente se encontra uma situação tão adversa. Ela perdeu não só o marido, mas também os dois filhos. Embora a Bíblia não mencione que ela tenha perguntado ao Senhor “Por quê?”, tenho certeza de que ela o fez. Afinal, ela era humana. Por ser uma judia devota, ela também sabia que a mão de Deus estava ativa em sua situação, mas ela pensava que Deus estava trabalhando contra ela (pelo menos, foi isso o que pensou na época - vide 1:13). Mas quem a culparia?

É claro que nós temos o privilégio de saber o final da história, e entendemos que, se não fosse pela fome, esta família não teria se mudado para Moabe; e se eles não tivessem se mudado para Moabe, Rute não teria se casado com o filho, tornando-se parte de sua família; se os homens da família não tivessem morrido, Rute não teria voltado para Belém com Noemi; e se Rute não tivesse se mudado para Belém, ela não teria se casado com Boaz e dado à luz o filho que se tornaria um dos antepassados do Messias, Jesus Cristo.

No caso de Noemi, não há dúvida de que a mão de Deus estava ativo em suas circunstâncias, e que tudo o que Deus permitiu que acontecesse em sua vida finalmente levou ao cumprimento de Seu plano — o plano que culmina na salvação de toda a humanidade.

Como filhos de Deus, podemos confiar totalmente em que todas as coisas que nos acontecem não só são para o nosso bem (Romanos 8:28), mas também terão um impacto sobre o reino que talvez não cheguemos a entender até que vejamos a Cristo, desde que permitamos que Deus trabalhe em nossa tragédia, assim como Noemi fez.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Rute 1:6–14

(1) Leia 1:6. Parece que Noemi atribui tudo a Deus, quer seja bom ou mal. Devemos atribuir tudo à obra de Deus? Por que ou por que não?

(2) Devido à sua idade avançada, e à luz de sua situação, era correto para Noemi pensar em voltar para Belém?

(3) As três já haviam iniciado sua viagem. O que foi que fez Naomi parar para pensar em suas duas noras?

(4) Ambas as mulheres já tinham começado esta longa e possivelmente perigosa viagem com Noemi quando começaram a chorar e se recusaram a abandoná-la. O que isso nos diz sobre elas?

(5) Com base nas palavras de Noemi nos vv. 11-13, você consegue perceber como Noemi enxergava a sua situação, e por que ela decidiu exortar as duas mulheres a voltarem para Moabe?

(6) O que isso diz sobre Noemi como sogra e o relacionamento que ela tinha com as duas noras?

(7) Orfa tomou a decisão errada ao deixar Noemi?

(8) À medida que a história se desenrola, você consegue perceber o que Orfa acabou renunciando, sobretudo tendo em conta que ela tinha casado com o primogênito de Noemi? (O fato de Orfa ser mencionada antes de Rute em 1:4 provavelmente significa que ela tinha se casado com o filho mais velho.)

(9) Orfa decidiu voltar para casa, enquanto Rute decidiu ficar com Noemi. Com base no que Noemi disse sobre Orfa, e também na resposta de Rute, você consegue identificar a principal diferença entre Orfa e Rute? Qual você acha que é o aspecto mais comovente da resposta de Rute?

(10) Em todo o mundo, os relacionamentos entre os esposos e seus respectivos sogros com frequência são problemáticos. Como podemos aprender com Rute e Noemi?

(11) Você pode culpar Noemi por sua reação às palavras das mulheres da cidade? Por que ou por que não?

(12) O que essas mulheres exclamaram quando viram Noemi? O que isso implica?

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Não busque algo espetacular

O Livro de Rute é um dos livros do Velho Testamento que sempre foi aceito como parte do Cânon com muito pouca controvérsia. Aliás, é um livro da Bíblia muito amado.

É uma história sobre pessoas comuns. Esta história não menciona nenhum profeta, nem nenhum rei, só uma família comum, composta por quatro pessoas que moram numa cidade comum: um marido que precisa tomar as decisões para a família, uma esposa que apoia as decisões do marido e dois jovens adultos (talvez adolescentes na época) que vão aonde quer que a família vá. É uma história sobre duas moças comuns, moças gentias que antes adoravam ídolos. É sobre a temporada da colheita, sobre os trabalhadores que fazem a colheita e sobre os alimentos ligados à colheita. Embora Boaz seja um homem rico, não há nele nada mais de muito notável. Todos nós podemos nos identificar com pelo menos um dos personagens da história.

É uma história sobre os desafios da vida. Esta família enfrenta uma fome inesperada que interrompe sua vida. É sobre uma família que precisou tomar a difícil decisão de emigrar (provavelmente junto com muitas outras pessoas da cidade). É sobre morte, o desespero e a solidão. É sobre o anseio pela pátria, especialmente na velhice e na solidão.

É sobre a fé do povo de Deus na vida. Noemi, com ou sem razão, atribui suas circunstâncias difíceis e sua posterior libertação a Deus. É uma história sobre duas moças gentias que precisaram tomar uma decisão, não tanto a decisão de ir a Israel, mas a decisão sobre qual Deus elas escolheriam adorar e seguir. É uma história sobre o desdobramento do plano de Deus na vida daqueles que confiam nEle, contribuindo assim para o cumprimento do plano maior do reino.

No entanto, ao contrário de muitos outros livros da Bíblia, neste livro as vozes audíveis de Deus estão ausentes. Não contém nem visões, nem milagres. No entanto, Deus está presente; Deus está no controle e está presente tanto na fome quanto na colheita; no entanto, o que é mais importante, Deus está presente na vida cotidiana destas pessoas. Isso é o que eu realmente gosto no Livro de Rute. Não precisamos ser profetas, não precisamos ser super-homens espirituais e não precisamos ter encontros espetaculares ou místicos com Deus. Mesmo quando não conseguimos compreender os planos de Deus, devemos simplesmente nos submeter e confiar nas intenções de Deus, e mostrar o amor de Deus, preocupando-nos com o bem-estar daqueles que estão ao nosso redor, e pensando mais nas necessidades deles do que nas nossas. É nesse processo que encontraremos a Deus e Sua bondade. Mais importante, permitiremos que o propósito maior de Deus seja realizado por meio de nossa obediência silenciosa.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Rute 2:1–13

(1) Leia Levítico 19:9-10, 23:22 e Deuteronômio 24:19-22. Por que Deus estabeleceu essas disposições? Você acha que os fazendeiros ou produtores atuais seguiriam estas instruções? Por que ou por que não? Examine a sua própria vida para ver se você tem deixado de fazer o que está no coração de Deus com respeito a isso, mesmo que você não seja um fazendeiro.

(2) Em que condições viviam Noemi e Rute depois de seu regresso a Belém? O que a atitude de Rute diz sobre ela mesma e sobre sua decisão de acompanhar Noemi?

(3) Qual foi a expressão que o capataz usou para se referir a Rute? O que isso nos pode ensinar sobre como teria sido a vida de Ruth, uma jovem estrangeira num país estrangeiro? Como ela enfrentou esse desafio?

(4) A julgar pela forma como Boaz se dirigiu a Rute e falou com ela nos vv. 8-9, aproximadamente quantos anos ele teria, e o que você pode aprender sobre ele?

(5) A forma áspera em que os judeus do VT geralmente tratavam os gentios não pode ser contestada. À luz disso, quão especial foi o tratamento que Boaz deu a Rute?

(6) O que as palavras de Boaz nos vv. 11-12 !!check Spanish - something appears to be missing!! significam para você?

(7) O que elas significaram para Rute?

(8) O que Rute aprendeu sobre o Deus de Israel através deste encontro?

(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

De acordo com a descoberta arqueológica conhecida como o calendário de Gezer, a colheita da cevada começava no final de abril ou no início de maio, o oitavo mês do ano agrícola. (R. Hubbard, Jr.)

Reflexão meditativa

O Deus das viúvas, dos órfãos e dos estrangeiros

Dos meus anos de trabalho no setor comercial, lembro-me do seguinte ditado que aqueles de nós que trabalhávamos na administração gostávamos de enfatizar em nossas reuniões de vendas: “Não deixe as bolachas na mesa”. Todos os que trabalhavam no mundo dos negócios aceitavam esse princípio como a pura verdade, como se fosse o próprio evangelho. Eu não só o enfatizava, mas também o praticava na realização dos meus negócios. Maximizar os ganhos a qualquer custo não só era visto como uma prática aceitável; era considerado a única forma de fazer negócios.

Muitos anos depois, quando tomei um curso de Ética Cristã no seminário, me deparei com os ensinamentos de Levítico 19:9-10, 23:22 e Deuteronômio 24:19-22. Aliás, eu já tinha lido Levítico e Deuteronômio. Acho que até os ensinei na escola dominical, mas nunca tinha prestado atenção no que eles ensinam. Você pode imaginar o quanto fiquei chocado quando "descobri" esses ensinamentos na Bíblia. Fiquei ainda mais chocado quando li no Livro de Rute que essas instruções realmente estavam sendo seguidas, e sobretudo pelos israelitas, e de todas as etapas de sua história, precisamente durante o tempo dos Juízes!

Você pode imaginar como seria se isso fosse praticado hoje pelos agricultores e produtores agrícolas, especialmente as grandes corporações? Se eu fosse um administrador de uma empresa e fizesse a sugestão de "deixar as bolachas na mesa" para os imigrantes, os pobres e estrangeiros, acho que não duraria muito naquela empresa.

Quando o Senhor dá esses mandamentos ao povo de Israel, Ele enfatiza duas coisas:
(1) Eu sou o Senhor vosso Deus:

(2) “Te lembrarás que foste servo na terra do Egito...pelo que o Senhor, teu Deus, te ordenou..." (ARC). (Deuteronômio 5:15)
O primeiro não é propriamente uma razão pela qual o povo de Israel devia deixar o que sobrava nos campos para a viúva, os órfãos e o estrangeiro; ele afirma simplesmente que eles não têm outra opção, porque era o mandamento de Deus! Portanto, a violação deste mandamento de Deus traria as mesmas consequências que a violação de qualquer outro mandamento, a saber, resultaria na maldição de Deus, o que incluia fome e más colheitas. (Deuteronômio 28)

A segunda é uma razão, propriamente dita: eles já haviam sido escravos no Egito, onde tinham vivido como estrangeiros, pobres e marginalizados. Uma vez que eles mesmos tinham experimentado esses sofrimentos, deviam sentir compaixão por aqueles que naquele instante eram menos afortunados que eles. Ignorar tais necessidades, além de ser uma violação do mandamento de Deus, também era um comportamento que não é digno de alguém que foi criado à imagem de Deus.

Embora eu saiba que algumas empresas doam uma pequena parte de suas vendas para obras de caridade, algumas delas o fazem simplesmente para fins publicitários, e isso não muda em nada o seu objetivo de ser uma organização com fins lucrativos, e cujo único fim é o lucro. No entanto, há um número crescente de empresários cristãos que têm incorporado uma abordagem mais bíblica para fazer negócios em sua declaração de missão. Uma dessas empresas é ServiceMaster. Deixe-me citar parte de sua declaração de missão:
Honrar a Deus em tudo o que fazemos
Abraçamos essa meta como a base de nossa empresa, acreditando que existe um padrão absoluto para o bem e o mal. Isso exige de nós um firme compromisso com os valores e a ética. Este objetivo afeta principalmente a forma como tratamos as pessoas, as quais foram criadas à imagem e semelhança de Deus, e exige que todos sejam incluídos e respeitados.

Crescer lucrativamente
Consideramos o lucro como uma forma de medir o nosso desempenho comercial. O lucro não é um fim em si, mas um meio para atingir os nossos outros objetivos. A lucratividade nos permite cumprir as nossas obrigações para com nossos acionistas e fornece os meios para as pessoas trabalharem, crescerem e servirem. Nosso desafio é usar os lucros com sabedoria para o benefício de nosso pessoal, nossos clientes e nossas comunidades.
Embora ainda não reflita plenamente os mandamentos encontrados em Levítico e Deuteronômio, pelo menos não estabelece o lucro como o único objetivo e afirma que honrar a Deus e tratar as pessoas como pessoas criadas à imagem de Deus é uma parte importante de sua existência.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Rute 2:14–23

(1) Leia o convite que Boaz fez a Rute. Da perspectiva do motivo da Redenção que se encontra nesta história, qual é o simbolismo importante deste ato de aceitação e inclusão que Boaz estende a Rute?

(2) Por que Boaz faria um esforço para ajudar Rute?

(3) O tema do v.20 apresenta um "consenso impressionante" refererente a Javé (uma opinião que eu compartilho). Compare o que Noemi disse aqui com o que ela tinha dito no final do primeiro capítulo.

  1. Como isso reflete uma mudança na atitude de Noemi para com Deus?
  2. O que isso pode lhe ensinar sobre suas queixas ou até mesmo sua amargura (se houver) para com Deus?

(4) Que impacto você acha que teve sobre os servos o fato de Boaz ter aceitado Rute?

(5) Noemi diz que Boaz é um dos "resgatadores" da família. Para mais informações sobre as diversas obrigações desta pessoa, leia Lev. 25:25-30, 47-55. O que isso pode lhe ensinar sobre a "redenção"?

(6) Por que Noemi aconselhou a Rute a ficar com os servos de Boaz? O que isso lhe ensina sobre como era a vida na época dos juízes e a decisão de Ruth de sair para recolher espigas?

(7) Quais detalhes nesta parte da narrativa você acha que são as mais notáveis?

(8) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O resgatador da família

Noemi apresenta Boaz a Rute como um dos resgatadores de sua família. Embora esse termo não especifique a relação exata que havia entre as famílias de Boaz e Noemi, ele outorga a ele certos deveres, entre os quais estão os seguintes:

  1. Comprar de volta uma propriedade que tinha sido vendido por um dos membros de seu clã devido à pobreza (Levítico 25)
  2. Resgatar da escravidão um membro do clã que tinha se vendido devido à pobreza (Levítico 25)

É interessante notar que o Velho Testamento sempre usa o termo redenção para se referir à libertação que Deus dá a Seu povo. Naturalmente, este termo pressupõe duas coisas: (1) uma reivindicação de propriedade e (2) o pagamento de um resgate. Boaz, como resgatador da família, é claramente um tipo de Jesus Cristo, pois ele não só resgata a propriedade da família, mas também se casa com a viúva do membro falecido do clã.

Mesmo antes dos eventos do capítulo quatro, Boaz já realiza um ato de redenção ao convidar Rute para sua mesa. Se nos tempos apostólicos não era permitido aos judeus nenhuma associação com os gentios, imagine como teria sido na época de Boaz. Portanto, o convite que Boaz estendeu a uma mulher moabita de comer com ele em público tem um significado simbólico significativo, no sentido de que Cristo, nosso Redentor, estende o convite para sua mesa de banquete a todos os povos, não apenas o povo de Israel. Embora Boaz talvez não estivesse ciente do simbolismo de sua ação, ela diz muito a respeito do tipo de pessoa que ele é — uma pessoa que aceita todas as raças e gêneros — e isso certamente o qualifica para ser um tipo de Cristo.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Rute 3:1–18

(1) Se você fosse uma viúva idosa sem nenhum meio de subsistência permanente, quais seriam as coisas que mais a preocupariam? De acordo com o versículo 1, qual era a preocupação de Noemi?

(2) Leia novamente a oração que Noemi tinha feito por Rute em 1:8-9.

  1. Alguns diriam que foi nesse momento que ela percebeu o que considerava como uma oportunidade dada por Deus. Você está de acordo? Por quê?
  2. Alguns dizem que Noemi estava respondendo à sua própria oração com suas ações. O que você acha? Por quê?

(3) Imagine que você fosse Rute. Você seguiria as instruções de Noemi nos vv. 2-4? Por que ou por que não?

(4) Como Boaz interpretou a ação de Rute? Sua ação foi indecente ou nobre? Por quê?

(5) A julgar pela maneira como Boaz tratou Rute mais tarde, o que você pensa sobre Boaz? Por quê?

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um modelo de integridade (I)

Fico um pouco preocupado com alguns estudiosos que se esforçam para sugerir que o que aconteceu entre Boaz e Rute na eira foi algo de caráter sexual.

Em primeiro lugar, o texto (do capítulo 3) nunca menciona nada sexual, pelo menos não de forma explícita.

Além disso, se algum ato sexual realmente tivesse acontecido, como Boaz poderia ter deferido o casamento com Rute como resgatador da família para outro parente mais próximo? Isso certamente não teria sido aceitável, quer seja de acordo com a decência cultural, quer seja conforme a Lei de Moisés.

Na verdade, o fato de Boaz ter deferido seu direito de resgatar a propriedade e se casar com Rute revela sua grande integridade. É muito óbvio que Boaz nutria a maior estima por Rute, considerando-a uma mulher nobre, digna de se casar com ele. Uma vez que Rute tomou a iniciativa, seria uma honra para ele e o cumprimento de seu sonho casar-se com ela. Mas para ele era mais importante fazer a coisa certa do que satisfazer os seus próprios desejos. Em certo sentido, ele coloca tudo nas mãos de Deus. Sua ação me lembra o famoso poema (na verdade, uma oração) de Khalil Gibran:

(Consulte a versão bilíngue desta lição.)

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Rute 4:1–12

Prefácio a Rute 4
  • Pode-se supor que a terra que pertencia a Noemi havia sido hipotecada ou vendida, ou simplemente permaneceu ocioso quando eles deixaram Belém para escapar da fome, mas de acordo com a Lei de Moisés, o título tinha que permanecer na família.
  • A condição de resgatar a viúva junto com a terra não aparece na Lei de Moisés. Os comentaristas especulam que era um costume local ou uma condição imposta por Noemi. (Matthew Henry)
(1) Parece que Boaz abordou o assunto imediatamente, assim como Noemi havia predito em 3:18. Por que você acha que Boaz escolheu resolver o assunto tão rápido que "aquele homem não descansará até que conclua hoje este negócio" (ARC)?

(2) Se ele estava tão interessado em dar o seguimento necessário, por que ele se daria o trabalho de cumprir as formalidades necessárias de abordar o outro resgatador da família, especialmente considerando que era a época dos juízes, e parece que Boaz era rico e poderoso?

(3) Por que o resgatador da família mais próximo parece estar tão disposto a realizar transação, mas logo volta atrás tão rapidamente? Não sabemos como isso "poria em risco" sua propriedade. Você consegue pensar numa possível razão para ele renunciar a seus direitos (por exemplo, a origem de Rute)? Mas a pergunta mais importante é esta: Que diferença havia entre esses dois parentes com respeito à sua motivação?

(4) O que os anciãos pensaram sobre Rute e seu casamento com Boaz?

(5) Considere as bênçãos pronunciadas pelos anciãos. Quão proféticas foram?

(6) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um modelo de integridade (II)

É verdade que o resgatador da família mais próximo em Rute 4 estava pensando somente no lucro financeiro, isto é, o que ele obteria se ele resgatasse a propriedade de Elimeleque. Era um muito bom negócio para ele, uma vez que ele também podia aparentar que estava cumprindo seu dever como resgatador da família. Ao comprar a propriedade de Naomi, a propriedade teria ficado sob seu nome por ser ele o parente mais próximo da família de Elimeleque. Isso significa que ele manteria o nome de Elimeleque como uma "mera formalidade". Mas ele ficaria com a renda da propriedade poderia deixá-la aos seus descendentes, uma vez que não havia mais ninguém para recebê-la na própria linhagem de Elimeleque.

No entanto, se ele também fosse obrigado a se casar com a viúva, "Ruth se tornaria sua esposa, e a propriedade pertenceria a ele somente de forma provisória até nascer um herdeiro que a pudesse herdar". (Hubbard Jr.) Nesse caso, a transação resultaria numa perda.

Portanto, a pergunta é esta: Por que Boaz estaria disposto a fazer o que esse parente redentor se recusou a fazer? Foi por amor? Bem, é possível que o amor tenha tido um papel na sua decisão. No entanto, o risco era o mesmo para os dois homens. O texto não diz se Boaz já tinha seus próprios filhos (embora isso seja muito provável), somente que sua principal motivação era cumprir o seu dever como resgatador da família. O resto não era importante, mesmo que significasse transmitir o direito à propriedade para o filho que nasceria de Rute. Esse filho levaria o nome de Elimeleque. Para Boaz, o nome não era importante; era óbvio que ele trataria esse filho como seu.

No final das contas, Obede nasceu de Rute, mas Deus parece ter anulado as tradições humanas e escolhido Obede para levar o nome de Boaz, o qual se tornou o antepassado do Messias.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Rute 4:13–22

(1) Noemi uma vez disse: "o Todo-Poderoso me trouxe desgraça" em 1:21. Ela tinha razão?

(2) Por que a Bíblia parece enfatizar que foi o Senhor quem "concedeu" que Rute engravidasse?

(3) O autor agora foca novamente Noemi: por que as mulheres disseram que a criança era o resgatador da família (ou o resgatador-guardião)? De modo geral, o que o nascimento desta criança significou para Naomi, à luz de seu presente e futuro?

(4) O que você pode aprender da experiência de Noemi? Você consegue pensar em pelo menos três coisas que aprendeu dela?

(5) Qual você acha que é a chave para um relacionamento amoroso entre esposos e seus respectivos sogros?

(6) Com base no exemplo de Rute e Noemi, como você definiria o amor?

(7) Leia com atenção os últimos versículos do capítulo. De quem é a genealogia (vide também Mt. 1)? Ela contém alguma surpresa?

(8) Reflita sobre as decisões respectivas de Rute e Orfa. O que você pode aprender com elas?

(9) Você consegue fazer um resumo das principais lições que aprendeu neste livro e como você pode aplicá-las à sua vida?

Reflexão meditativa
A história da salvação

Ao chegar à conclusão do nosso estudo do livro de Rute, lembrei das seguintes lições muito básicas, embora importantes:
  1. Deus se importa com pessoas comuns como você e eu. Assim como Ele nos lembra repetidamente ao longo do Velho Testamento, Ele é o Deus que cuida do estrangeiro, da viúva e do órfão.
  2. A fé em Jeová traz bênçãos enormes, e até recompensas nesta vida, como vemos na vida de Rute, que tomou a decisão consciente de adotar o Deus de sua sogra como seu Deus.
  3. Nenhuma boa obra feita no Senhor fica sem recompensa. Embora seja certo que não ganhamos a salvação por meio de boas obras, Deus é justo e não deixará nenhuma boa obra ficar sem recompensa. Deus recompensou a compaixão e integridade de Boaz de uma forma que foi muito além de qualquer coisa que ele jamais teria sonhado — ele chegou a ser parte da genealogia do Messias, uma verdadeira honra!
  4. Por último, isso me lembra que a história individual de cada um dos filhos de Deus está emaranhada em Sua própria história — a história da salvação de nosso Senhor Jesus Cristo. Apesar de que nenhum de nós é parte da linhagem que levou ao nascimento de Cristo, todos fomos recrutados para propagar esta nova genealogia celestial que foi aumentada por nosso Senhor Jesus Cristo.