Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 4:12–22

Nesta semana continuaremos o nosso estudo do livro inteiro de 1 Samuel no Velho Testamento.

(1) O capítulo final do governo do juiz Eli começa com as trágicas notícias do campo de batalha. Que palavras o versículo 12 usa para descrever esse fim trágico?

(2) Quais pensamentos teriam enchido o coração de Eli enquanto ele se sentava em sua cadeira tentando imaginar o que tinha acontecido no campo de batalha? O que ele teria pensado enquanto esperava?

(3) Coloque-se no lugar dos habitantes da cidade. O que seus gritos significavam?

(4) Se Eli realmente "em seu coração temia pela arca de Deus", o que ele deveria ter feito em primeiro lugar? O que ele deveria ter feito como juiz de Israel durante os 40 anos anteriores?

(5) Com que evento a Bíblia relaciona a morte de Eli? Por quê? Se você tivesse que escrever o epitáfio de Eli, o que escreveria em sua lápide?

(6) Qual foi o nome que a esposa de Finéias deu ao filho deles? Por quê? O que isso talvez revele sobre seu caráter?

(7) Parece que esta batalha foi travada durante uma época em que Jeová já tinha começado a falar com Israel novamente, por meio de Samuel (3:21); À luz disso, por que Deus permitiu que sofressem uma derrota tão contundente, na qual Sua arca foi roubada, representando a partida da glória de Deus (vide 4:22 e 7:2)?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma vida cheia de
remorso

"Quando ele mencionou a arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, ao lado do portão, quebrou o pescoço, e morreu, pois era velho e pesado. Ele liderou Israel durante quarenta anos." (NVI-PT) (1 Sam. 4:18)

As últimas palavras sobre a vida de Eli (em 1 Sam. 4:18) contêm um dos comentários mais tristes sobre a vida de qualquer pessoa na Bíblia. Um epitáfio baseado nessas palavras poderia ser: "Uma vida cheia de remorso!"

A Bíblia faz uma ligação direta entre a morte de Eli e a notícia da captura da Arca de Deus. Como sacerdote, seu dever era servir perante Jeová, cuja presença era simbolizada pela arca no Lugar Santíssimo. Talvez seria mais correto dizer que Sua presença, além de ser simbolizada pela Arca, era revelada por meio dela, pois Ele revelava Sua vontade por meio do sacerdote que se aproximava com o Urim e o Tumim. Mesmo assim, por causa do pecado de Eli, "naqueles dias raramente o Senhor falava, e as visões não eram freqüentes" (1 Sam. 3:1). Seu pecado atingiu o ponto mais baixo quando ele permitiu que os anciãos tirassem a Arca do Tabernáculo; além de endossar a superstição do povo, ele sem dúvida permitiu que alguém entrasse no Lugar Santíssimo, onde somente o Sumo Sacerdote podia entrar, e somente no Dia da Expiação com o sangue do sacrifício (Levítico 16). Assim, ao fazer uma ligação entre sua morte e a notícia sobre a arca, o texto sem dúvida o acusa diretamente de seu fracasso como Sumo Sacerdote.

Uma acusação menos direta, mas igualmente séria, é o comentário de que ele caiu para trás na cadeira devido ao seu peso. Isso faz eco das acusações que foram levantadas contra ele pelo homem de Deus: "Por que você honra seus filhos mais do que a mim, deixando-os engordar com as melhores partes de todas as ofertas [que pertenciam exclusivamente a Deus]"? (1 Sam. 2:29). Em outras palavras, ele servia a Deus para o seu próprio proveito; pior ainda, ele fazia isso principalmente para encher o estômago (Fp 3:19).

No entanto, as últimas palavras contêm uma acusação sumamente grave para qualquer líder: "Ele liderou Israel durante quarenta anos." Quarenta anos é muito tempo. Uma vez que o Livro dos Juízes termina com o triste comentário de que “naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo", o fracasso de Eli como Sumo Sacerdote e juiz se torna muito evidente.

Enquanto ele se sentava em sua cadeira, tentando imaginar o que estava acontecendo no campo de batalha, esse homem idoso já sabia que seu fim estava próximo. Imagino que seu coração estava cheio de ansiedade devido aos pecados de seus próprios filhos e do juízo inevitável que enfrentariam. "O que eu fiz como pai?" Imagino que seu coração também estava cheio de preocupação pela Arca. “Por que permiti que a Arca fosse levada embora? Será que ela já foi capturada? Será que ela já foi destruída?" Seu coração estava cheio de remorso!

No final, todos os seus medos se tornaram realidade! Oh! Esses são os erros da vida que não se pode cometer!

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 5:1–12

(1) De acordo com os vv. 7-8, o que os filiseus pensaram inicialmente sobre o Deus de Israel?

(2) À luz de sua grande vitória sobre Israel e a captura da arca de Jeová, o que esses filisteus teriam pensado sobre o seguinte?

a. o Deus de Israel

b. seu próprio deus, Dagom

(3) Por que eles simplesmente não destruíram a arca? O que o fato de eles terem colocado a arca ao lado da estátua de Dagom nos mostra sobre sua atitude com relação à arca?

(4) O que a queda de Dagom diante da arca representa para as seguintes pessoas?

a. nós

b. os filisteus

(5) O que aconteceu na manhã seguinte? Qual foi a mensagem inconfundível?

(6) Por que não foi suficiente quebrar a estátua de Dagom? Por que Deus teve que matar os filisteus e afligi-los com tumores (vide 5:11-12)?

(7) O que os filisteus tentaram fazer? Funcionou? Por quê?

(8) Uma vez que parece que a intenção dos filisteus era incluir a arca em sua adoração, o que eles deveriam ter feito ao reconhecer que o Deus de Israel, além de ser muito mais poderoso do que pensavam, é o único Deus?

(9) Por que eles não o abraçaram como seu Deus?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Não terás outros deuses diante de mim

Mas, na manhã seguinte, quando se levantaram de madrugada, lá estava Dagom caído, rosto em terra, diante da arca do Senhor! Sua cabeça e mãos tinham sido quebradas e estavam sobre a soleira; só o seu corpo ficou no lugar." (NVI-PT) (1 Samuel 5:4)

As ações dos filisteus nos ensinam muito sobre o desejo das pessoas de adorarem e apaziguarem todas as divindades. Devido à sua esmagadora vitória sobre Israel, não é inconcebível que os filisteus tenham atribuído o sucesso à sua própria divindade principal, Dagom. Mas é interessante notar que eles não destruíram a arca, nem a deixaram esquecida em algum armazém, mas colocaram-na dentro do templo de Dagom. Foi um ato de respeito que mostrou seu desejo de incluir o Deus da arca entre as divindades que eles adoravam.

Para sua surpresa, esse Deus de Israel mostrou não só que era maior que Dagom, mas também que não aceita coexistir com nenhum outro deus. Os filisteus aprenderam em primeira mão o que significa o primeiro mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3).

Infelizmente, à medida que o evangelho se espalha pelo mundo, vemos com frequência que a igreja nem sempre exige dos assim chamados convertidos esse tipo de adoração exclusiva ao nosso Senhor. Muitos incorporaram a adoração de suas divindades e ídolos à adoração de Jesus Cristo, e alguns também incorporaram seu desejo de adorar imagens ao cristianismo. O resultado disso, além da perda de uma verdadeira adoração de Jesus Cristo, é o enfraquecimento do poder do evangelho. Quando olhamos para todos os países que adotaram uma forma sincretizada de adoração ao Senhor, vemos que eles continuaram escravizadas pela corrupção, o pobreza e por governantes totalitários. É completamente inútil tentar reformar essas sociedades antes de eles se livrarem de todos os seus ídolos e imagens e adorarem somente a Jesus Cristo “em espírito e em verdade” (Jo 4:24).

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 6:1–7:1

(1) Por que os filisteus esperaram sete meses antes de estarem dispostos a enviar a arca de Deus de volta a Israel?

(2) Dado seu medo dos deuses e suas superstições, parece que eles consultaram sacerdotes e adivinhos de outros povos, não só dos filisteus. É óbvio que esses sacerdotes e adivinhos não conheciam o Senhor nem a Lei de Moisés; no entanto, a sugestão de apresentar uma oferta pela culpa revela uma forma correta de pensar? Por que ou por que não?

(3) Aliás, qual era a oferta pela culpa que eles tinham em mente? Essa oferta realmente podia apaziguar a ira de Deus?

(4) Deus realmente deseja ratos e tumores dourados? O que tinha de errado com essa ideia?

(5) De onde esses sacerdotes e adivinhos tiraram essa ideia?

(6) Quão significativa foi sua menção do evento do "Êxodo", algo que tinha acontecido mais de 400 anos antes?

(7) Qual foi a lógica por trás do uso de uma carroça nova para levar a arca de Deus?

(8) Por que eles usaram duas vacas leiteiras cujas crias tinham sido confinados no curral? (vide a Nota abaixo)

(9) Como Deus foi glorificado por meio desse incidente?

(10) Os habitantes de Bete-Semes reagiram de maneira muito diferente dos habitantes de Gate e Ecrom. Qual foi o motivo? Por que eles ficaram tão jubilosos? Você também teria se sentido assim?

(11) Por que a celebração logo se transformou em luto? Por que eles decidiram enviar a arca para outro lugar? O que eles aprenderam com esse incidente?

(12) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota :

Acredita-se que a tendência natural das duas vacas leiteiras teria sido voltar para seus bezerros no curral, e o fato de eles irem a Bete-Semes teria sido extremamente antinatural. Esse foi o significado de seus mugidos enquanto se afastavam do curral.

Reflexão meditativa
Deus não muda

Quem pode permanecer na presença do Senhor, esse Deus santo? A quem enviaremos a arca, para que ele se afaste de nós? (NVI-PT) (1 Sam. 6:20)

Quando lemos uma passagem como esta sobre a decisão dos filisteus de enviar a arca de Deus de volta a Israel, milhares de anos depois dos eventos que descreve e seu contexto, poderíamos perguntar por que Deus escolheu agir de maneira tão terrível, tanto contra os filisteus quanto contra o Seu próprio povo em Bete-Semes. Parte de nossa confusão tem a ver com a compreensão inadequada da santidade de Deus que prevalece em nossa sociedade.

Nunca devemos esquecer que embora as culturas mudem com o tempo e variem de um lugar para outro, Deus não precisa mudar para se adequar à nossa cultura ou a qualquer outra. Aliás, Ele não muda, porque Ele é Deus.

Como vimos ontem, os filisteus experimentaram em primeira mão que não há outro Deus além de Jeová, e Ele não coexiste nem pode coexistir com outro deus, pela simples razão de que não há outro deus além dEle! É uma pena que os filisteus, assim como os habitantes da região de Garasenos, decidiram pedir ao único Deus verdadeiro que deixasse seu território (Mc 5:17).

Apesar de os sacerdotes e adivinhos pagãos não conhecerem a Lei de Moisés, eles entendiam que os filisteus haviam enfurecido a Deus e precisavam apresentar uma oferta pela culpa; no entanto, eles trataram Jeová como como se fosse uma divindade pagã qualquer e ofereceram presentes de ouro que obviamente não podiam expiar seus pecados. No entanto, foi suficiente para Jeová ser glorificado, e pode-se presumir que Ele deteve a praga que lhes havia infligido. No entanto, isso não quer dizer que seus pecados foram expiados.

Por outro lado, o povo de Bete-Semes regozijou-se ao ver a volta da arca. Eu acredito que não foi somente porque entenderam que a glória de Deus havia voltado a Israel, mas também porque tiveram o privilégio de estar entre os primeiros a receber a arca no território de Israel. Porém, nos desconcerta o fato de Deus ter matado setenta homens entre eles. A celebração rapidamente se transformou em luto. Isso quer dizer que Israel não era diferente dos filisteus?

Claro, Israel de fato era diferente, e diferente de qualquer outro povo. Eles eram o Povo de Deus. Mas Deus não muda! Sua santidade não muda! Tenho certeza de que após a devolução da arca os levitas que havia entre o povo os teriam advertido sobre a necessidade de tratar a arca de maneira solene. Não me surpreenderia se os levitas tivessem coberto a arca imediatamente, de modo que a ação daquelas pessoas que "olharam para dentro" dela foi um flagrante ato de desprezo! A morte que se seguiu foi inevitável, assim como seu luto. No entanto, havia uma grande diferença. Este evento ocorreu apenas uma vez, e não houve nenhuma praga contínua que os afligisse, como havia acontecido com os filisteus.

O povo de Bete-Semes, ao dizer "Quem pode permanecer na presença do Senhor, esse Deus santo?", tinha entendido que embora fossem o Povo Eleito, ainda eram pecadores que deviam se aproximar de Deus conforme os decretos prescritos na Lei de Moisés. Portanto, a forma como mandaram a arca embora também foi bem diferente do que os filisteus tinham feito, pois o povo de Bete-Semes reconheceu que a arca de Deus devia ser devolvida ao seu devido lugar em Siló — o local designado para a adoração, e Quiriate-Jearim “era a cidade grande mais próxima na estrada entre Bete-Semes e Siló” (K&D, 408).

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 7:2–17

(1) Qual foi o efeito da permanência da arca em Quiriate-Jearim, sem ser devolvida ao tabernáculo?

(2) Que lição o povo tinha aprendido com o erro cometido em Bete-Semes, e o que fizeram para evitar que acontecesse novamente?

(3) Embora os israelitas tivessem uma noção geral de que estavam voltando a Jeová, o que Samuel fez para ajudá-los a expressar seu arrependimento com ações concretas?

(4) Qual pode ter sido a razão pela qual nenhum sacrifício animal foi feito em sua expressão inicial de arrependimento?

(5) O que finalmente levou Samuel a oferecer um sacrifício animal?

(6) Você acha que os filisteus escolheram o melhor momento para atacar? Por que ou por que não?

(7) Que lição importante podemos aprender sobre a chave para a vitória?

(8) Embora a oração e a vitória andem de mãos dadas, o mesmo acontece com a vitória e a paz. Como você pode aplicar esses princípios em sua vida quando se trata de obter vitória sobre seus pecados?

(9) Uma tradução mais literal de "Ebenezer" é "Pedra de Ajuda" (K&D, 412). À luz de sua vitória tão notável, Samuel poderia ter dado a esta pedra memorial muitos outros nomes. Por que ele deu um nome que expressava que "Até aqui o Senhor nos ajudou"? (7:12)

(10) De acordo com os vv. 15-17, que estilo de liderança Samuel adotou?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O arrependimento deve ser acompanhado de ações concretas

"Assim, os israelitas se livraram dos baalins e dos postes sagrados, e começaram a prestar culto somente ao Senhor." (NVI-PT) (1 Sam. 7:4)

Teria sido natural se a arca do Senhor tivesse sido devolvida a Siló e colocada dentro do tabernáculo imediatamente após a sua devolução pelos filisteus. No entanto, o texto, sem dar nenhuma outra explicação, nos diz que ela permaneceu em Quiriate-Jearim por cerca de vinte anos.

No entanto, a Bíblia nos descreve o resultado de sua permanência em Kiriat-jearim: "lamentava toda a casa de Israel após o Senhor" (1 Sam. 7:2). Em outras palavras, se a arca tivesse sido devolvida imediatamente a Siló, o povo teria achado isso natural e simplesmente continuado com suas vidas e estilos de vida, a saber, "cada um fazia o que lhe parecia certo" (Juízes 21:25).

Mas uma vez que parecia que sem a arca não poderiam ir mais a Siló todos os anos para adorar e apresentar suas ofertas, o povo reconheceu que ainda vivia sob a ira de Deus. Isso despertou neles um desejo geral de voltar a Jeová, ou um sentimento de remorso ou tristeza. Infelizmente, um sentimento de remorso ou tristeza não é arrependimento. Samuel o sabia muito bem; portanto, aproveitando o desejo do povo de mudar, ele os ajudou a expressar seu arrependimento com ações concretas em Mizpá.

Aprendemos uma grande lição com sua expressão de arrependimento, que incluiu os seguintes elementos:

- Livraram-se de todos os seus deuses estrangeiros, especialmente os ídolos de Baal e os postes de Astarte. Quando lemos sobre sua tristeza e seu desejo de buscar a Jeová, pensamos automaticamente que o povo já teria se livrado completamente desses ídolos. Mas ao longo desses 20 anos de supostas mudanças, nunca houve desejo ou iniciativa de cortar os laços com os ídolos. A mesma coisa acontece conosco: nosso arrependimento necessariamente se manifesta na renúncia de todas as coisas ou pessoas que ocupam o lugar supremo de Deus em nossos corações.

- Derramaram água perante o Senhor: Isso simboliza uma "dissolução interior devido à dor, miséria e angústia" do arrependimento diante do Senhor (K&D, 411, citando Salmos 22:14, Lam. 2:19). Essa dissolução interior foi acompanhada de jejum. No Salmo 51, Davi acompanhou sua dissolução interior com estas palavras: "um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás" (51:17).

- Uma confissão pública de que “pecamos contra o Senhor” (7:6) — O modelo bíblico não é manter a confissão privada.

Você deve ter notado que no chamado inicial ao arrependimento, Samuel não fez sacrifícios de animais. É muito provável que ele tenha entendido que a Lei estabelecia que os sacrifícios só podiam ser oferecidos no local designado, Siló (Lv 17:9). No entanto, no final das contas Deus não é legalista. Sem a arca, Siló não era mais o lugar designado, e devido à necessidade urgente do povo de enfrentar seus inimigos, Samuel sabia que o perdão não poderia ser comsumado sem o derramamento de sangue. Portanto, quando o povo fez sua parte, colocando em prática seu arrependimento, Samuel foi obrigado a oferecer um cordeiro ainda não desmamado como sacrifício para selar o perdão de Deus.

Isso ressalta o fato de que, em última análise, o perdão é graça. Podemos nos arrepender tanto quanto pudermos; se não fosse pelo sangue de Cristo, nunca poderíamos ser perdoados e reconciliados com Deus. Portanto, uma vez que Cristo morreu como sacrifício expiatório por nossos pecados, “agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!”(2 Coríntios 6:2). Arrependamo-nos, livrando-nos de todos os nossos ídolos, derramando os nossos corações em quebrantamento e contrição, e confessando os nossos pecados publicamente (pelo menos para alguém que conhecemos, e especialmente para aqueles que ofendemos).

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 8:1–22

Parece que Samuel tinha nomeado seus dois filhos como juízes para servirem com ele, uma vez que eles estavam estacionados em Berseba, no extremo sul do país, enquanto Samuel ainda residia em Ramá, no norte.

(1) Ao contrário de Eli, Samuel agradava a Jeová e se comportava com retidão. Por que, então, seus filhos eram tão diferentes dele? Você consegue pensar em algumas possíveis explicações?

(2) Você se lembra de como Deus chamou Samuel quando ainda era uma criança, e das palavras que Ele lhe disse? Leia novamente 1 Samuel 3:11-14. Ele não deveria ter levado essas palavras a sério? Você acha que a culpa era de Samuel? Ele sabia da maldade de seus filhos? O que ele deveria ter feito?

(3) No v. 4 lemos que os anciãos usaram a velhice de Samuel e os erros de seus filhos como razões para pedir um rei:

a. Em que sentido seu pedido era válido?

b. Seu objetivo era manter uma nação teocrática sob Deus?

c. Nesse caso, qual deveria ter sido o seu pedido?

d. No entanto, qual era o seu verdadeiro desejo?

e. O que significa a frase "como o têm todas as nações"? O que isso sugere?

(4) Reflita sobre as seguintes perguntas com base na resposta que Deus deu a Samuel:

a. Deus o culpou? Porque não? Ele tinha culpado Eli pelos erros de seus filhos!

b. O que significa a afirmação "assim também te fez a ti"?

c. Jeová já tinha predito em Deuteronômio 17:14-20 que a nação teria seus próprios reis. À luz disso, o povo não estava simplesmente pedindo o que Jeová já tinha predito por meio de Seu servo Moisés? Por que seu pedido foi uma rejeição de Deus como seu rei?

(5) Deus pediu a Samuel para alertar o povo sobre a tolice de ter um rei para governá-los:

a. Você teve a sensação de que o povo realmente não se importava com as desvantagens? Quais podem ter sido suas razões?

b. O que os teria feito ignorar todas essas desvantagens (que eles poderiam ter observado nas nações vizinhas)?

c. Baseado nos vv. 11-18, qual foi a advertência mais severa?

(6) Eles poderiam ter pedido a Samuel que nomeasse outro juiz em seu lugar, mas em vez disso pediram um rei "como o têm todas as nações". Quais seriam as diferenças entre ser governado por um juiz como Samuel e ser governado por um rei como as outras nações, com relação ao seguinte:

a. a preservação da paz e da prosperidade

b. a ênfase e prioridade de honrar a Deus e sua lei

c. a expansão do território para incluir terras além da Terra Prometida

d. a estrutura do governo

e. a estrutura do exército

(7) O que teria acontecido se Samuel tivesse rejeitado o pedido do povo?

(8) Por que Jeová “cedeu” à sua exigência? Ele não poderia ter mostrado seu descontentamento com o povo como tinha durante seu tempo no deserto? Por que Ele não fez isso?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Ser
como o mundo

"E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras." (NVI-PT) (1 Sam. 8:20)

Não muito tempo antes, o povo tinha lamentado a partida da arca de Jeová do seu território (7:2) e tinha jurado arrepender-se e servir somente a Jeová sob a liderança de Samuel (7:3). Bem, talvez já tivesse passado bastante tempo. Desde então, eles tinham desfrutado de muita paz e prosperidade sob a liderança de Samuel (7:13-17). Aliás, o conforto e a tranquilidade tendem a provocar uma insensibilidade espiritual e a nos despojar do nosso sentido de missão. É evidente que o povo tinha tomado por garantidas a paz e a prosperidade que tinha esquecido sua identidade: “um reino de sacerdotes e uma nação santa”, um povo que pertencia a Jeová.

Agora tinham o luxo de querer ser como as nações ao seu redor:

- Queriam ser agressivos como as outras nações, e não se contentavam mais em ocupar apenas a Terra Prometida.

- Eles se importavam menos que Deus fosse temido pelas nações; em vez disso, eles mesmos queriam ser temidos como nação.

- Queriam ter mais do que uma força de defesa que se reunisse somente quando fossem atacados; queriam um exército bem treinado e equipado.

- Queriam um governo estruturado onde houvesse poder e status hierárquico.

- Queriam palácios grandiosos e desfiles dos vencedores.

- Queriam a oportunidade de ser rei um dia.

Nada disso seria possível se continuassem a ser governados por juízes como Samuel e pela teocracia. Eles até estavam até dispostos a abrir mão de sua liberdade para serem como as outras nações. É por isso que Deus disse que ao pedirem um rei, eles O estavam rejeitando como seu rei.

Não devemos nos precipitar em condenar os israelitas, pois somos muito semelhantes a eles em muitos aspectos. O conforto e a tranquilidade, junto com a ausência da perseguição, podem nos levar à insensibilidade espiritual e à perda do sentido de missão. Sem isso, tendemos a nos concentrar em nós mesmos: ficamos insatisfeitos com o destino que Deus nos deu; usurpamos a glória que deveria pertencer a Deus; ficamos obcecados com o tamanho da nossa igreja; perdemos tempo com a estrutura administrativa e os estatutos; ficamos preocupados demais com a aparência e a imagem da igreja, e temos fome do poder e reconhecimento. Inclusive, podemos até ser piores do que os israelitas. Pelo menos eles foram honestos o suficiente para reconhecer que queriam ser como o mundo !

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 9:1–21

(1) A história de Saul começa com uma descrição dele e de sua família:

a. De que família era Saul?

b. Que tipo de pessoa era?

c. Por que o autor da Bíblia escolheu descrevê-lo nesses termos? Você notou um eco do pedido do povo no capítulo 8?

(2) O desaparecimento das jumentas não foi um acidente, senão um incidente usado por Deus para cumprir Seu propósito. Diante disso, como você pode pensar sobre aqueles incidentes em sua vida que poderiam ser considerados aborrecimentos ou infortúnios?

(3) Depois de vasculhar uma área geográfica bastante ampla, eles chegaram à região onde morava Samuel, e Saul decidiu desistir da busca. Que tipo de virtude Saul mostrou no v. 5?

(4) O que aconteceu a seguir foi, em essência, um encontro divino que levou ao chamado e unção de Saul como rei de Israel. É óbvio que Saul não tinha ideia do que estava prestes a acontecer. Aliás, é possível estar “preparado” para enfrentar um chamado tão importante e divino? Que tipo de preparação pode ser necessária para assumir um chamado tão importante e sagrado? Você acha que Saul estava pronto para isso? Por que ou por que não?

(5) Saul não estava pronto, mas Samuel estava. Como Deus o tinha preparado para ungir Saul?

(6) Com uma breve declaração pouco antes de eles subirem para adorar, Samuel revelou a Saul que Deus o havia escolhido para ser rei. Qual foi a reação imediata de Saul?

(7) Supondo que sua resposta foi genuína (uma vez que ele não tinha conhecimento prévio nem tempo para pensar em como responder), o que ela nos diz sobre Saul? Em que sentido ele estava pronto para assumir esse chamado?

(8) O que mais ele pode ter faltado naquela época?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um ótimo começo

Acaso não sou eu um benjamita, da menor das tribos de Israel, e não é o meu clã o mais insignificante de todos os clãs da tribo de Benjamim? Por que estás me dizendo tudo isso?" (NVI-PT) (1 Sam. 9:21)

E acredito que a reação imediata de Saul ao chamado que Deus lhe deu por meio de Samuel foi genuína. De certa forma, ele estava totalmente despreparado para esse chamado sagrado. Não sabemos nada sobre sua condição espiritual antes deste chamado. A única coisa que sabemos são suas qualidades externas:

- Pertencia a uma família com certo status social, que provavelmente também era rica (9:1)

- Era um jovem impressionante sem igual, o que provavelmente significa que era muito alto (9:2)

Essa descrição parece ser uma confirmação um tanto sarcástica do tipo de rei que o povo queria, exatamente como os reis das nações ao seu redor.

No entanto, sua preocupação com a ansiedade de seu pai (9:5) nos dá um pequeno vislumbre do caráter interno de Saul: ele tinha um bom coração e amava seu pai. Em outras palavras, ele era um homem que se preocupava com as pessoas uma característica bastante incomum e preciosa para um futuro rei.

Embora ainda não conhecesse o Senhor e com certeza não estivesse mental e espiritualmente preparado para ser o primeiro rei de Israel, sua resposta imediata à revelação do chamado de Deus revelou sua humildade: "Acaso não sou eu um benjamita, da menor das tribos de Israel, e não é o meu clã o mais insignificante de todos os clãs da tribo de Benjamim? Por que estás me dizendo tudo isso? (NVI-PT) (1 Sam. 9:21).

Uma vez que não sabia que seria esocolhido, sua resposta não foi um discurso preparado, mas uma reação espontânea. Embora seu pai tenha sido um homem com certo prestígio, e sua casa tenha sido rica, isso não era nada em comparação com ser escolhido para ser o futuro rei de Israel. Benjamim de fato era a menor tribo de Israel e quase tinha sido exterminada e eliminada de Israel (Juízes 20:46-48).

Embora o pedido de ter um rei tivesse sido errado, e o coração de Deus tivesse ficado triste diante da rebelião do povo contra Ele, Ele foi misericordioso e lhes deu um rei bondoso e humilde. Foi de fato um bom começo para Saul e para a nação. No entanto, como veremos mais adiante, um bom começo não garante um bom final — sua humildade logo deu lugar à presunção e à arrogância assim que assumiu o poder. É por isso que nunca devemos colocar nossa esperança em nenhum homem ou mulher, especialmente num político!

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 9:22–10:8

(1) Qual pode ter sido o significado simbólico de reservar a perna (direita) para Saul e entregá-la a ele na presença dos convidados (os quais provavelmente eram líderes importantes)? (vide Levítico 7:32 e ss.)

(2) Embora a Bíblia não nos diga o tema da conversa entre Samuel e Saul no terraço (9:25), o que Saul provavelmente quis perguntar, dada a brevidade do chamado revelado anteriormente por Samuel? Sobre o que Samuel provevelmente quis falar com Saul?

(3) Por que Samuel decidiu ungir Saul primeiro num contexto privado? O que você teria feito a Saul para preparar seu coração antes de ele ser dominado e influenciado pela opinião ou pressão pública?

(4) Qual poderia ser o significado de cada um dos eventos ou sinais preditos por Samuel?

a. A confirmação de que as jumentas tinham sido encontradas, o que tranquilizou Saulo (não sabemos onde estava localizada Zelza, mas o túmulo de Raquel ficava perto de Belém).

b. A entrega dos pães (provavelmente para o sacrifício em Betel) a Saul pelos três estranhos. (Uma vez mais, não sabemos onde estava localizado Tabor, exceto que esta passagem deixa claro que era entre Belém e Gibeá.)

c. Seu encontro com um grupo de profetas (provavelmente de uma escola que Samuel tinha começado para treinar profetas) onde ouviu suas profecias, culminando em ele mesmo ficar cheio do Espírito e profetizar junto com eles.

(5) Qual a importância desses três sinais para Saul com relação ao seu chamado?

(6) O que quer dizer que Saul seria transformado "em outro homem" ao ficar cheio do Espírito?

(7) O que quer dizer que, depois disso, Saul podia fazer "o que achar a tua mão"? Por quê?

(8) A última palavra de Samuel não foi um sinal, mas uma ordem. Qual foi o significado de dizer para eleesperar sete dias” até que ele chegasse? Que tipo de prova foi isso?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Deus
forma o Seu servo

"O Espírito do Senhor se apossará de você, e com eles você profetizará, e será um novo homem." (NVI-PT) (1 Samuel 10:6)

Basicamente, o povo tinha abandonado a Deus e em Seu lugar queria um rei que iria adiante deles e lutaria por eles (8:20). Em outras palavras, eles não queriam depender de Deus para lutar por eles, mas de cavalos, carros e príncipes (Sl 20:7, 146:3). Que tolos eles eram!

Mas o nosso Deus é um Deus extremamente bondoso, lento para a ira e cheio de amor (Sl 103:8); Ele ainda queria liderá-los por meio de um rei segundo o Seu próprio coração. Portanto, embora Saul não estivesse à altura da tarefa, Deus estava determinado a formá-lo, como ele faz com todos os seus servos. Deus ainda faz isso, porque Ele é o Deus Todo-Poderoso que pode realizar Sua vontade independentemente de quem sejam Seus servos. No entanto, Ele quer moldá-los, não para serem servos úteis, mas para entenderem Seu coração.

É por isso que ele decidiu ungir Saul primeiro num contexto privado, para que ele não fosse dominado pela pressão pública e tivesse tempo para processar sua chamada repentina.

Uma vez que Saul realmente não O conhecia (ou pelo menos não o conhecia bem pessoalmente), Deus lhe pediu que lhe desse três sinais em sua viagem para casa. O objetivo principal desses sinais foi assegurar-lhe que o chamado tinha sido genuíno e que Deus estava no controle total da situação:

- A declaração de que os jumentos tinham sido encontrados teria aliviado sua preocupação com o pai, permitindo-lhe concentrar-se em processar esse chamado repentino.

- A entrega dos pães pelos homens que estavam a caminho para adorar em Betel lhe confirmou ainda mais que Deus o havia escolhido. No entanto, a mensagem de Deus também deixou claro que ser um rei em Israel era totalmente diferente de ser um rei em alguma outra nação — era um cargo sagrado cujo status era semelhante ao de um sacerdote. O rei precisava servir ao povo em nome de Deus. Tanto a perna que Samuel lhe tinha dado quanto os pães dados pelos três homens serviram para enfatizar esse ponto importante.

- No entanto, o último sinal foi totalmente diferente dos dois primeiros, pois para ser um rei segundo o coração de Deus, Saul precisava ser uma pessoa totalmente diferente. Na maioria dos casos na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, a vinda do Espírito sobre uma pessoa é o resultado do arrependimento (Atos 10:47). Parece que o Espírito agia de maneira um pouco diferente no Velho Testamento, pois costumava vir sobre uma pessoa para capacitá-la a realizar a obra de Deus. Os juízes são exemplos típicos disso (Juízes 3:10; 6:34; 11:29; 14:6, 19; 15:14 e 16:25).

No entanto, no caso de Saul, ficou claro que a vinda do Espírito sobre ele para lhe dar poder não seria um evento único, mas deveria causar uma mudança dentro dele. Isso é o que Deus sempre deseja para Seus servos! Isso também é o desejo de Deus para você e para mim hoje! Mas o Espírito Santo trabalha em nós de uma maneira muito diferente dos espíritos malignos. Enquanto os espíritos malignos procuram tirar a nossa vontade e nos controlar, o Espírito Santo simplesmente nos empurra mansamente para uma submissão amorosa, de uma maneira expressa tão lindamente no Cântico dos Cânticos: “Mulheres de Jerusalém, eu as faço jurar pelas gazelas e pelas corças do campo: não despertem nem provoquem o amor enquanto ele não o quiser" (Cântico 2:7).