Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 23:1–14

Nesta semana continuaremos o nosso estudo do livro inteiro de 1 Samuel no Velho Testamento.

(1) Por que Davi queria libertar o povo de Queila, uma das aldeias localizadas nas colinas ocidentais de Judá (vide Js 15:44)?

(2) O v. 6 menciona que quando o filho do sumo sacerdote fugiu para se juntar a Davi, ele lhe levou o éfode. O que isso teria significado para Davi, especialmente para seu desejo de libertar o povo de Queila ?

(3) Por que Davi sentiu a necessidade de consultar a Jeová?

(4) Por que ele O consultou novamente quando seus homens ficaram com medo de lutar contra os filisteus?

(5) Qual foi o resultado de sua campanha? O que teria significado para as seguintes pessoas?

a. Davi

b. seus seguidores

c. os habitantes de Queila

(6) Saul e toda a nação de Israel teriam ouvido falar da vitória de Davi sobre os filisteus em Queila.

a. Que impacto essa vitória deveria ter causado sobre a nação de Israel como um todo?

b. Que impacto isso deveria ter causado sobre Saul?

c. Que impacto deveria ter causado sobre o povo de Queila? Você acha que eles trairiam Davi?

(7) O que o fato de Saul (aparentemente) estar perseguindo Davi em nome de Deus nesse momento nos mostra sobre ele?

(8) É compreensível que Davi tenha consultado a Jeová. Parece ter sido para ele uma atitude habitual não tomar decisões importantes sem consultar a Jeová:

a. No entanto, por que ele perguntou se o povo de Queila o entregaria a Saul?

b. Infelizmente, a resposta de Jeová foi "sim". Por que o povo de Queila trairia a pessoa que acabara de libertá-los?

(9) Por que Davi decidiu fugir em vez de confrontar o povo de Queila ou lutar contra Saul?

(10) Quantos homens ele tinha agora, enquanto se escondia na parte do deserto que ficava entre Judá e o Mar Morto (a cidade de Zife estava localizada a cerca de 1,75 horas a sudeste de Hebrom)?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Consult
ar a Deus a cada passo

Quando Davi soube que Saul tramava atacá-lo, disse a Abiatar: 'Traga o colete sacerdotal'.” (NVI-PT) (1 Sam. 23:9)

Enquanto fugia para a terra dos filisteus, Davi fez uma parada em Nobe que aparentemente custou a vida de quase toda a família do sumo sacerdote (22:18-19). No entanto, isso foi inevitável, porque uma vez que Davi se tornaria rei de Israel e o sacerdote não teria outra opção a não ser mudar sua lealdade de Saul para Davi. Se até mesmo Samuel temeu por sua vida ao ungir outro rei (16:2), é compreensível que o sumo sacerdote também tenha enfrentado perigo.

Mas Deus decidiu proteger Abiatar, um dos filhos do sumo sacerdote Aimeleque, que conseguiu escapar para se juntar a Davi (22:20). Isso foi muito importante para Davi, uma vez que com a morte de Aimeleque, Abiatar automaticamente se tornou sumo sacerdote. Com a presença de Abiatar e seu éfode (23:9), Davi podia consultar a Jeová de forma oficial, algo que ele fazia antes de realizar qualquer operação militar.

Davi perguntou se deveria atacar os filisteus para livrar o povo de Queila (23:2, 4); perguntou se o boato sobre o ataque de Saul era real (23:11); perguntou se seria traído pelos cidadãos de Queila (23:12). Isso não só mostra sua total confiança em Jeová para suas batalhas; também mostra sua total obediência à vontade de Jeová.

Não é difícil imaginar o que seus homens teriam dito ao descobrirem que seriam traídos pelos cidadãos de Queila: "Não falamos que não era uma boa ideia atacar os filisteus para libertar o povo de Queila? [23:3]... Olha, agora eles estão prestes a entregá-lo nas mãos de Saul! Não deveríamos tê-los libertado [23:12]!"

No entanto, a libertação do povo de Queila tinha sido o resultado de consultar a Jeová não uma, mas duas vezes. Portanto, os homens de Davi não podiam fazer esse tipo de comentários, e Davi pôde ter certeza de que havia agido exatamente de acordo com a vontade de Deus. Davi entendeu que não se deve usar os resultados para medir se as nossas ações foram certas ou erradas, somente a obediência!

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 23:15–29

(1) Por que Jônatas decidiu visitar Davi enquanto ele fugia para salvar sua vida?

(2) Leia atentamente as palavras que ele disse a Davi:

a. De que maneira suas palavras ajudaram Davi a encontrar força “em Deus”?

b. E você? Como as palavras de Jônatas o comoveram?

(3) Devido à localização geográfica de Zife, seus habitantes teriam pertencido à tribo de Judá, a mesma tribo à qual pertencia Davi. Por que eles o teriam entregado a Saul?

(4) Como Davi teria se sentido sobre isso?

(5) Como Saul reagiu à oferta de ajuda por parte do povo de Zife? O que esse detalhe nos mostra sobre esta pessoa que já sabia que Jeová o havia abandonado e rejeitado?

(6) Desta vez, como Deus interveio para salvar Davi?

(7) Quem realmente era o inimigo mais importante de Saul e Israel?

(8) Saul realmente precisava perseguir Davi? Que outras opções ele tinha?

(9) Ao invés de se concentrar em lutar contra o verdadeiro inimigo do povo de Deus, Saul tinha decidido perder seu tempo lutando contra Davi, criando assim divisão interna e confusão:

a. A igreja de hoje é diferente de Saul e seus seguidores?

b. O que você aprendeu com David e como pode aplicá-lo ao se encontrar no meio de um conflito na igreja?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A verdadeira humildade

"E Jônatas, filho de Saul, foi falar com ele, em Horesa, e o ajudou a encontrar forças em Deus." (NVI-PT) (1 Sam. 23:16)

Além de nos mostrar o que é a verdadeira amizade em Cristo, Jônatas exemplifica o que é a verdadeira humildade.

Ao observar que Jônatas veio a Davi como “filho de Saul” (23:16), a Bíblia enfatiza que, enquanto seu pai Saul continuava a caçar a vida de Davi, Jônatas cuidava dele. Aliás, uma vez que Jônatas era filho de Saul e seu capaz assistente, era quase certo que ele era o indicado para sucedê-lo no trono, algo que Saul afirmava abertamente (20:31). No entanto, Jônatas não se importava com quem ele era e o futuro que teria; ele só se importava com a segurança de Davi e a vontade de Deus. Isso foi demonstrado plenamente nas seguintes palavras de encorajamento que deu a Davi em 23:17:

- "Meu pai não porá as mãos em você": Isso não quer dizer que Jônatas acreditava que seu pai pararia de perseguir Davi, mas que não conseguiria capturá-lo. Por quê? Porque em suas próprias palavras a Davi: "Você será rei de Israel". Sua confiança não estava na capacidade de Davi para escapar, mas na fidelidade de Deus à Sua promessa. Jônatas sabia que a vontade de Deus era que Davi fosse rei e que ninguém, nem mesmo Saul, era capaz de frustrar a vontade de Deus.

- “Eu lhe serei o segundo em comando”: Jônatas não disse isso para tentar garantir um papel no futuro reino de Davi (ao contrário do que os filhos de Zebedeu fizeram em Mateus 20:20 e ss.). Uma vez que ele era o herdeiro aparente de Saul, essas palavras mostram sua grande humildade. Ele estava disposto a ser o segundo de Davi como seu servo.

  - "Até meu pai sabe disso": Não há dúvida de que Saul sabia que Deus o havia rejeitado e ungido Davi em seu lugar. Acho que o que Jônatas quis dizer a Davi foi que seu pai estava ciente de seu compromisso com Davi e de sua submissão a Davi como seu rei. Isso significa que Jônatas estava totalmente do lado de Davi, embora sua postura colocasse em risco seu relacionamento com o pai e sua própria segurança. Isso nos lembra o que o Apóstolo diz sobre a humildade de Cristo (Fl 2,6-7), e de certa forma Jônatas é parecido com Cristo, pois embora em essência fosse um rei, não considerava a igualdade com seu pai Saul como algo a que devia apegar-se, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo. Essa é a verdadeira humildade!

Não é de se admirar que Jônatas tenha dito a Davi: "Não tenha medo", e que foi ajudá-lo a "encontrar forças em Deus" (23:16). E embora Jônatas não tivesse levado milhares de soldados consigo para ajudar Davi, ele se tornou o mensageiro de Deus para tranqüilizá-lo sobre Sua promessa inquebrantável. Com sua verdadeira humildade, ele deu a Davi uma palavra de encorajamento que foi muito melhor do que mil guerreiros.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 24:1–7

(1) Quantos homens Saul escolheu para retomar sua perseguição de Davi, que agora estava em En-Gedi, localizado na região central da costa ocidental do Mar Morto (vide Josué 15:62)?

(2) Quando Saul foi fazer suas necessidades na caverna onde Davi e seus homens tinham se escondido, os homens de Davi interpretaram isso como uma oportunidade "dado por Deus". Você teria concordado com eles? Por que ou por que não?

(3) Davi considerou isso uma oportunidade "dada por Deus"? O que ele fez com essa oportunidade?

(4) Por que a consciência de Davi o incomodou depois? O mesmo teria acontecido com você? Por que ou por que não?

(5) Será que você não teria aproveitado essa oportunidade para matar Saul?

(6) Qual é, então, a diferença entre você e Davi?

(7) Imagine que você fosse um dos homens de Davi. Como você teria se sentido com relação ao seguinte?

a. as ações de Davi

b. a consciência de Davi

c. a repreensão que você recebeu por parte de Davi

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Que coração
sensível!

"Mas Davi sentiu bater-lhe o coração de remorso por ter cortado uma ponta do manto de Saul." (NVI-PT) (1 Samuel 24:5)

Pode-se discutir muito sobre se Davi fez a coisa certa ao desperdiçar aquela oportunidade de ouro (que, de acordo com o raciocínio de seus homens, era mais do que uma oportunidade de ouro; era uma oportunidade dada por Deus) para se livrar de Saul; no entanto, o fato de que "Davi sentiu bater-lhe o coração de remorso por ter cortado uma ponta do manto de Saul” é verdadeiramente inconcebível. No entanto, isso mostra que coração de Davi era muito sensível um coração tão manso e puro que ele se sentiu culpado pelo menor pecado de sua vida! Isso é muito raro, não só em seu próprio tempo, mas em qualquer época!

Pelo contrário, o coração de Saul se endurecia mais e mais cada dia, tornando-se incapaz de experimentar uma genuína contrição, mesmo diante da severa repreensão de Samuel e sua clara rejeição como rei por parte de Jeová. Ao lermos o resto do livro de 1 Samuel, vemos que sua perseguição incansável de Davi não diminuiu apesar das repetidas vezes que Davi lhe mostrou misericórdia poupando sua vida (vide 1 Samuel capítulos 24 e 26). Que contraste entre as duas consciências!

Talvez devêssemos fazer uma pausa para examinar a nossa própria consciência com a seguinte pergunta: "Minha consciência é mais parecida com a de Davi ou a de Saul?"

- As coisas questionáveis que fazemos, dizemos, vemos ou pensamos nos incomodam?

- Ao invés de experimentarmos contrição em nossa consciência, tentamos racionalizá-las?

- Estamos tão ocupados que nem temos tempo para examinar os nossos corações? Lembre-se de que estar muito ocupado endurece o coração.

- Nosso coração tem-se tornado tão duro que a nossa consciência não nos aflige há muito tempo?

Não é de se admirar que Davi seja chamado “um homem segundo o seu coração[de Deus]”! (1 Sam. 13:14; Atos 13:22)

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 24:8–25:1

(1) Reflita sobre as seguintes perguntas com relação ao que aconteceu quando Davi se mostrou a Saul:

a. Como ele se dirigiu a Saul (v. 8 e v. 11)?

b. Qual foi a sua postura?

c. O que isso nos ensina sobre Davi?

(2) O discurso de Davi a Saul foi sincero e honesto:

a. Quem ele culpou? (v. 9) Por quê?

b. Ele reconheceu que Deus tinha entregado Saul em suas mãos? (v. 10)

c. Que razões ele deu a Saul pelas quais ele decidiu não matá-lo? (v. 10)

d. Como ele declarou sua inocência? (v. 11)

e. Quem ele chamou para julgar entre eles? (v. 12)

f. Como Davi se humilhou diante de Saul? (v. 14) Por que ele fez isso?

g. Em última análise, a quem ele dirigiu sua apelação? (v. 15)

(3) Antes de continuar lendo, adivinhe qual será a resposta de Saul.

(4) Quais são as únicas opções que Saul tem agora?

(5) Reflita cuidadosamente sobre a resposta de Saul:

a. Como Saul se dirigiu a Davi em resposta às suas palavras? (v. 16)

b. Porque ele chorou?

c. Como ele expressou abertamente seu pesar diante de todos os que estavam presentes? (v. 17)

d. Que ação de Davi o deixou envergonhado? (vv. 18-19)

e. O que ele confessou sobre o que sabia sobre seu próprio destino? (v. 20)

f. Qual foi sua súplica a Davi? (v. 21)

(6) Você acha que a resposta real de Saul foi genuína? Por que ou por que não?

(7) "Samuel morreu" (25:1). Aproveitemos o resto do nosso tempo hoje para refletir sobre a vida deste grande homem de Deus:

a. Você se lembra de como foi seu nascimento? Quão especial foi? (1 Sam. 1)

b. Em que contexto ele foi criado quando era criança? (1 Sam. 2-3)

c. Que mudanças significativas e importantes Samuel produziu na nação de Israel com relação ao seguinte: (i) a restauração da comunicação entre Deus e Israel (3:19-21), (ii) a retomada da teocracia, (iii) mas também o início da monarquia?

d. Se você fosse Samuel, o que teria dito a Jeová ao se lembrar de tudo o que tinha acontecido em sua vida?

e. Se você tivesse que escrever o epitáfio de Samuel, o que colocaria em sua lápide?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Recordando a vida de Samuel

"Samuel morreu, e todo o Israel se reuniu e o pranteou; e o sepultaram onde tinha vivido, em Ramá." (NVI-PT) (1 Sam. 25:1)

A morte de Samuel aconteceu num momento de muita incerteza interna em Israel. Saul, o rei que tinha sido rejeitado por Deus, continuou a perseguir Davi, o rei ungido por Deus. É impossível não se perguntar quem intercederia pela nação agora. Quem estaria presente para ajudar Davi? No entanto, eu acredito que Samuel já tinha servido bem a sua geração, deixando um legado que continuaria a conduzir Israel no caminho certo. Gostaria de compartilhar os seguintes pensamentos de Jamieson, Fausset e Brown sobre o legado de Samuel:

“…depois de uma longa vida de piedade e utilidade pública, tendo deixado para trás uma reputação que o coloca entre os gigantes das Escrituras. Ele marcou o seu tempo e país com o seu próprio caráter, sendo o homem mais destacado, o grande e influente líder político, eclesiástico, literário e religioso. Como homem, ele se destacou ao longo de sua vida por sua santidade excepcional, sua energia, atividade infatigável, consistência digna e hábitos devocionais que desde a infância cresceram com ele, tornando-se mais fortes à medida que ele se tornava mais forte. Como magistrado, ele incorporou os princípios da constituição teocrática em todos os seus atos públicos; e uma vez que ele foi chamado a assumir as rédeas do governo num momento de recém-adquirida liberdade e independência da dominação estrangeira, seu objetivo consistente foi concretizar entre seus compatriotas a noção de que eles eram a linhagem eleita, a nação santa, o real sacerdócio, o povo adquirido. No que diz respeito à Igreja, sua influência foi benéfica e duradoura, pois num período de tão grande e predominante corrupção ele realizou uma reforma completa da religião, restaurando a autoridade da lei mosaica por meio do cumprimento regular das ordenanças do culto, sobretudo pela fundação das escolas dos profetas, de onde se obtinha um suprimento de jovens professores devidamente qualificados para instruir o povo no conhecimento sagrado e na salmodia, e na sua formação e posterior manutenção, da qual um grande passo foi tomada no desenvolvimento progressivo do plano de graça... Em suma, o ministério de Samuel foi uma época decisiva na história de Israel (Atos iii, 21; xiii, 20); e muitas das lições que o profeta ensinou, ou medidas que ele contemplou, as quais Davi aprendeu enquanto residia em Naiote, foram posteriormente introduzidas por aquele rei, entre as quais estavam seus projetos para melhorar a música sacra."
(JFB, 199-200)

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 25:2–22

Depois disso, Davi mudou-se para o deserto de Maom (ou Parã), localizado na região norte do deserto da Arábia, que se estende até encontrar as montanhas de Judá (Números 10:12). Nesse deserto, ele teve um encontro com um homem chamado Nabal de Carmelo. Isso provavelmente não se refere ao Monte Carmelo, localizado no extremo noroeste de Israel, mas a "Kurmul" nas montanhas de Judá, "a menos de meia hora de viagem a noroeste de Maom" (K&D, 526).

(1) Dada a instabilidade da época em que viviam, e à luz de como a Bíblia descreve o homem Nabal, o que teria sido necessário para ele poder se tornar tão rico e proteger sua prosperidade?

(2) Os diálogos que encontramos nesta história, junto com o que já foi mencionado nos capítulos anteriores, sabemos que Davi já era uma pessoa famosa. O fato de que Saul o havia perseguido era de conhecimento público, e até mesmo Saul tinha confessado que Deus havia escolhido Davi para ser rei (24:20). Portanto, o que Nabal deveria ter feito com Davi e seus homens durante esse período festivo de tosquiar as ovelhas, uma vez que eram vizinhos e Nabal tinha se beneficiado muito da proteção de Davi?

(3) O que o fato de Davi ter precisado enviar seus homens a Nabal para “lembrá-lode suas necessidades nos diz sobre o homem?

(4) Qual das ações de Nabal provocou tanta ira em Davi?

a. Sua recusa em dar suprimentos a Davi e a seus homens?

b. As palavras ofensivas que lhes disse de propósito?

c. O que suas palavras representavam?

d. Será que Nabal não tinha medo de Davi? Com o que ele estava contando?

e. Como seu próprio servo o descreveu? (25:17)

f. Como você o descreveria?

(5) Você acha que Davi teria tido razão em matar Nabal? (25:21-22) Por que ou por que não?

(6) Como já sabemos, os homens de Davi eram um bando de "perdedores" descontentes (22:2); entretanto, com base na descrição dada pelo servo a Abigail nos vv. 14-17, o que esses homens tinham se tornado?

(7) O que Abigail fez imediatamente ao ouvir o relatório de seu servo? O que ela estava tentando conseguir? Por que ela não contou nada ao seu marido?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma esposa inteligente

Seu nome era Nabal e o nome de sua mulher era Abigail, mulher inteligente e bonita; mas seu marido, descendente de Calebe, era rude e mau." (NVI-PT) (1 Samuel 25:3)

Muitas pessoas interpretam mal a Bíblia e acham que é um livro que rebaixa as mulheres. Nada é mais longe da verdade. Embora Deus com certeza tenha estabelecido certa ordem social baseada no gênero (como o apóstolo Paulo aponta em 1 Timóteo 2:13), isso não quer dizer que as mulheres sejam inferiores aos olhos de Deus. Ao contrário, a Bíblia nos mostra repetidas vezes que muitas vezes as mulheres são as primeiras a ter fé em Cristo (por exemplo, Atos 16:15; 17:12, etc.). Além disso, algumas esposas no Velho Testamento são muito mais piedosas e perspicazes do que seus maridos. Um exemplo é a mãe de Sansão (Juízes 13:23), e Abigail é outro. Enquanto a mãe de Sansão acalmou o medo de seu marido ignorante, Abagail salvou a vida de seu marido tolo e perverso.

A Bíblia chama Abigail de "mulher inteligente" (1 Sam. 25:3), e sua inteligência se manifesta no seguinte:

- Não contou ao marido o que estava prestes a fazer (25:19): Não creio que o caso dela fosse um de ignorar o marido, mas de saber que o marido era "um homem tão mau que ninguém consegue conversar com ele" (25:17). Se Nabal tivesse descoberto o que ela estava prestes a fazer, ele a teria impedido, causando sua própria morte.

- Suplicou a Davi que a considerasse como a única culpada (25.24): Abigail sabia que Davi era um homem temente a Deus que não mataria uma pessoa inocente. Ao mudar o foco para ela mesma, ela sabia que Davi perdoaria tanto ela quanto sua família.

- Apontou corajosamente o grave pecado que Davi estava prestes a cometer: Até Davi teve que admitir mais tarde que ela o havia impedido de derramar sangue e de se vingar “com minhas próprias mãos” (25:33).

Abigail de fato era uma mulher atenciosa, inteligente e corajosa — uma verdadeira bênção para seu marido!

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 25:23–44

Ao tentar salvar a vida do marido, Abigail agiu por conta própria e mostrou por que a Bíblia a chama de "inteligente" (25:3).

(1) Como Abigail descreveu seu marido? (v. 25) Foi correto ela dizer isso?

(2) Quais foram as primeiras palavras de Abigail ao se encontrar com Davi? Por que ela acrescentou que ela não tinha visto os mensageiros que Davi enviara para falar com Nabal ? (v. 25)

(3) O que ela disse nos vv. 26-31 foi extremamente importante, pois revelou que sua ação não visava apenas salvar a vida de seu marido, mas também garantir o bem-estar de Davi:

a. Como ela afirmou o fato de que Deus tinha escolhido Davi como rei de Israel?

b. Por que ela mencionou a "funda"? (v. 29)

c. O que ela tinha impedido Davi de fazer?

d. Você percebeu a inteligência de Abigail por meio de suas palavras e ações?

(4) Qual foi a qualidade que Davi mais apreciou em Abigail? Por quê?

(5) Quando Nabal já estava sóbrio e ele ouviu a história de sua esposa, por que seu coração se amorteceu nele e ele ficou como pedra? O que isso nos mostra sobre o tipo de pessoa que ele era?

(6) A Bíblia diz: "o Senhor feriu Nabal, e ele morreu" (v. 38). Por que a Bíblia atribui claramente a morte de Nabal a Jeová? Qual pode ser a mensagem aqui, especialmente à luz do que Davi disse no v. 39?

(7) A morte de Nabal, seguida pelo pedido de Davi para tomar Abigail como sua esposa mostra claramente a admiração de Davi pela inteligência e beleza de Abigail; porém, o autor bíblico também decidiu nos contar que Davi já tinha outra esposa chamada Ainoã (embora sua ex-esposa, Mical, tivesse sido tirada dele por Saul). Qual é o efeito deste comentário adicional nesta história que nos demais aspectos é tão bonita?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Não há desculpa para a poligamia

"Davi também casou-se com Ainoã, de Jezreel; as duas foram suas mulheres." (NVI-PT) (1 Sam. 25:43)

Não há dúvida de que o caráter de Abigail era admirável, e também é compreensível que David a tenha admirado por sua inteligência e beleza. A morte de Nabal por um ato de Deus deu a Davi a oportunidade legítima de tomar Abigail como esposa. Certamente é uma bela história, exceto que o autor bíblico escolheu incluir neste momento da narrativa o comentário de que "Davi também casou-se com Ainoã, de Jezreel; as duas foram suas mulheres." (25:43). Eu acredito que este comentário final nesta história cujos demais detalhes são tão bonitos não é acidental. Gostaria de compartilhar a seguinte reflexão de Matthew Henry sobre esta observação final:

“Finalmente, desta vez temos um comentário sobre as esposas de David.

1. Primeiro, que antes de se casar com Abigail ele tinha perdido Mical, filha de Saul, sua primeira esposa e a mulher de sua juventude, a quem ele teria sido fiel, se ela tivesse sido fiel a ele; mas Saul a havia dado a outro homem (v. 44), um sinal de seu descontentamento contra Davi e repúdio ao relacionamento de sogro dele.

2. Havia outra com quem ele se casou além de Abigail (v. 43); parece que já estava casado com ela quando se casou com Abigail, uma vez que ela é mencionada primeiro, cap. 27:3. David deixou-se levar pelo costume corrupto daquela época; mas desde o princípio não foi assim, nem é agora que o Messias já veio, e nos tempos de reforma, Mat. 19:4.

3. Talvez o fato de Saul ter defraudado Davi de sua única esposa legítima tenha sido a causa de ele permitir essa irregularidade, pois quando o nó do afeto conjugal for afrouxado, quase nunca será amarrado novamente. Quando Davi não pôde conservar sua primeira esposa, ele pensou que poderia desculpar o fato de ele não se manter fiel à segunda. Mas nos enganamos quando tentamos fazer dos defeitos dos demais um pretexto para encobrir os nossos."

(Comentário de Matthew Henry, 428-9)

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
1 Samuel 26:1–25

(1) A última vez que lemos sobre a perseguição de Davi por parte de Saul, os eventos ocorreram no deserto de En-Gedi, onde Davi poupou a vida de Saul e Saul reconheceu seu erro abertamente (24:17-21). Se a confissão de Saul realmente tivesse sido sincera, seu “arrependimento” não teria durado? O que isso nos mostra sobre o coração humano? (vide Jeremias 17:9)

(2) Até que ponto a repetida traição de Davi por parte dos zifeus (de Judá) pode ter encorajado Saul a persegui-lo? (23:19-20)

(3) Pode-se presumir que Aimeleque, o hitita, e Abisai, filho de Sarvia (irmã de Davi — vide 1 Crônicas 2:16) eram confidentes íntimos de Davi:

a. Por que Davi pediu a um deles que o acompanhasse ao acampamento de Saul?

b. O que ele estava tentando fazer?

c. Abisai sabia do plano de Davi?

(4) Eles chegaram muito perto de Saul, perto o suficiente para Abisai se sentir confiante de que poderia matá-lo com um único golpe de sua lança:

a. Sabemos por que Davi não quis ferir Saul no primeiro encontro (24:10). Desta vez, as coisas não eram diferentes uma vez que Saul tinha violado sua promessa?

b. Que explicação adicional Davi deu aqui sobre seu pressentimento de que Saul cairia e seria morto (vv. 10-11)?

c. Que grandes lições podemos aprender com Davi?

d. A que ação a Bíblia atribui essa bem-sucedida expedição furtiva? (v. 12)

(5) Por que Davi desafiou Abner primeiro em vez de desafiar Saul diretamente?

(6) Em sua súplica a Saul, Davi (i) novamente declarou sua inocência; (ii) lembrou a Saul que suas ações não tinham sido motivadas por Deus; (iii) lamentou ter sido forçado a fugir para uma terra estrangeira e para deuses estrangeiros, e (iv) comparou-se com uma pulga e uma perdiz (26:18-20):

a. Você percebeu a abordagem usada por Davi?

b. Qual era seu objetivo final? O que ele estava tentando fazer?

c. O que podemos aprender com seu exemplo?

(7) Compare a resposta de Saul aqui no v. 21 com sua resposta anterior em 24:16-21:

a. Você percebeu qual poderia ser a principal diferença entre as duas respostas?

b. Você acha que desta vez Saul cumpriria suas promessas? Por que ou por que não?

(8) Reflita sobre a resposta de Davi diante da "confissão" de Saul:

a. Davi “voltou” com Saul como ele pediu? Por que não?

b. A quem ele pediu que poupasse sua vida no futuro? Por quê?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Recusa
r-se a brincar de Deus

"O Senhor me livre de levantar a mão contra o seu ungido..." (NVI-PT) (1 Sam. 26:11)

Davi teve duas oportunidades de se livrar de Saul para sempre, algo que teria acabado com o perigo para a sua vida e sua vida de fugitivo, e provavelmente teria lhe permitido assumir o trono como rei ungido de todo o Israel. Ele nem tinha procurado essas oportunidades; como seus homens deixaram claro, foram oportunidades dadas por Deus.

Por um lado, sua decisão de poupar a vida de Saul pode ter parecido muito tola: devido ao orgulho de Saul, sua maldade e a influência do espírito maligno, ele não pararia de perseguir Davi até que o matasse. Dada a disparidade no número de combatentes e a tendência geral do povo de continuar a obedecer a Saul (os zifeus são um excelente exemplo disso), a possibilidade de ele ser morto por Saul era muito grande. Mas além disso, Davi estava colocando em perigo as vidas de seus próprios homens. Nenhuma pessoa sã, nenhum líder responsável deve poupar a vida de seu inimigo! Mas Davi entendeu muito claramente que sua responsabilidade principal era diante do Senhor! Ele temia ao Senhor e a mais ninguém!

Repetidamente, ele deixou bem claro que Saul era o ungido de Jeová (24:10; 26:9). Sabemos que somente reis, profetas e sacerdotes eram ungidos por Deus no Velho Testamento. Essa unção os separava para Deus; portanto, pertenciam exclusivamente a Ele, e ninguém mais podia tocá-los. Mesmo quando pecavam contra Jeová, eles continuavam sendo Sua propriedade! Claro, Davi sabia que o Espírito de Jeová havia se afastado de Saul; porém, para ele, nem isso alterava o fato de Saul ainda pertencer a Deus! É por isso que ele explicou a Abisai como deviam ser tratados aqueles que pertenciam a Deus: "o Senhor mesmo o matará; ou chegará a sua hora e ele morrerá, ou ele irá para a batalha e perecerá" (NVI-PT) (26:10). Em outras palavras, Davi acreditava plenamente que Deus lidaria com Saul em Seu próprio tempo e à Sua própria maneira. Ao levantar a mão contra o ungido de Jeová, Davi estaria brincando de Deus (26:11).

Eu me pergunto que lições podemos aprender de Davi com relação ao nosso zelo para lidar com os males que percebemos nos servos de Deus na igreja. Motivos para reflexão!