Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
2 Samuel 19:24–43

Nesta semana continuaremos o nosso estudo do livro de 2 Samuel no Antigo Testamento.

Mefibosete:

(1) Como Mefibosete provou sua lealdade a Davi?

(2) Por que Davi perguntou a Mefibosete por que ele não tinha fugido com ele, mesmo sabendo que ele era coxo? (vide 16:3)

(3) Qual foi a explicação de Mefibosete?

(4) Davi acreditou nele? Davi reconheceu o erro que tinha cometido ao tomar uma decisão precipitada? Ele realmente corrigiu esse erro?

(5) Como Mefibosete reagiu à decisão de Davi?

(6) O que mais você diria sobre o Mefibosete? E sobre Davi?

Barzilai:

(7) Leia 17:27-29 para lembrar o que Barzilai tinha feito por Davi e seus homens enquanto estavam fugindo de Absalão.

(8) Como Davi desejava recompensar sua lealdade e bondade?

(9) Por que Barzilai enviou Quimã (baseando-se em 1 Reis 2:7, alguns comentaristas acreditam por razões fundamentadas que Quimã era o filho de Barzilai) em vez de ir ele mesmo com Davi?

Conflitos entre as tribos:

(10) Por que “todos os homens de Israel” (ou seja, seus representantes) se opuseram à tribo de Judá?

(11) Sua queixa foi justificada? Por que ou por que não?

(12) A resposta dada pelos homens de Judá era válida? Por que ou por que não?

(13) A quem os homens de Israel apresentaram sua queixa? (v. 41)

(14) Por que Davi nem tentou responder ou intervir para trazer paz ao seu povo? (vide 19:11-14)

(15) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Reconhecer a Jeová em todos os nossos caminhos

Logo os homens de Israel chegaram ao rei para reclamar: 'Por que os nossos irmãos, os de Judá, seqüestraram o rei e o levaram para o outro lado do Jordão, como também a família dele e todos os seus homens?'.” (NVI-PT) (2 Sam. 19:41)

Já vimos que os homens de Israel não eram súditos muito leais. Quando parecia que Absalão poderia ter uma vantagem, eles se juntaram a ele e apoiaram sua rebelião contra Davi (15:10-12). Mais tarde, após a morte de Absalão, eles descaradamente trocaram sua lealdade mais uma vez e apoiaram Davi (19:9-10).

A tribo de Judá foi a primeira a recebê-lo de volta; seus homens enviaram um grande contingente ao outro lado do rio Jordão para escoltá-lo em sua volta. A queixa dos homens de Israel era infundada: primeiro, eles também eram traidores; segundo, "todo o exército de Judá e a metade do exército de Israel acompanharam o rei " (19:40), mas estes provavelmente teriam chegado depois dos homens de Judá, sendo obrigados a caminhar atrás deles na procissão de volta a Jerusalém.

Entretanto, é interessante notar que quando os homens de Israel levaram sua queixa a Davi (19:41), ele não fez nada para tentar apaziguá-los. O que ele poderia ter feito? Ele mesmo era o culpado por tudo.

Após a derrota de Absalão, em vez de simplesmente marchar de volta a Jerusalém para retomá-la, ele exigiu que o povo o convidasse, como se estivesse se recusando a voltar como seu rei sem ser convidado. E para jogar pelo seguro, isto foi o que ele fez:

- Ele apresentou seu pedido somente à tribo de Judá, por intermédio dos sacerdotes Zadoque e Abiatar, pessoas cuja lealdade era inquestionável e que tinham muita influência sobre o povo (19:11).

- No entanto, para convencer os indecisos, ele até incluiu Amasa, um daqueles que o tinha traído ao se tornar comandante do exército de Absalão. Em vez de executá-lo por sua rebelião, ele o nomeou como substituto de Joabe, seu comandante. Mais tarde, no capítulo 20, descobriremos que Davi realmente não tinha Amasa em alta consideração e basicamente o ignorou quando parecia que não estava cumprindo suas funções (20:5).

Em outras palavras, em vez de consultar a Jeová e depender dEle, Davi (para variar) recorreu a manobras políticas para recuperar seu controle sobre Israel, mas o tiro saiu pela culatra. O que ele acabou fazendo foi provocar divisão e conflito entre o povo. Esta é uma advertência muito importante para todos nós que nos mostra a importância de prestar atenção às palavras de Provérbios: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas” (NVI-PT) (Pv 3:5-6; grifo meu).

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
2 Samuel 20:1–13

(1) Por que os homens de Israel responderam tão prontamente ao grito de Sabá para abandonar Davi?

(2) Por que os homens de Judá decidiram ficar com Davi?

(3) O que Davi poderia ter feito para evitar essa divisão? Por que ele não fez isso?

(4) Você acha que a forma como Davi tratou as dez concubinas foi um ato de honra e bondade? Por que ou por que não?

(5) Agora que Davi tinha que lidar com a rebelião de Seba, ele cumpriu sua promessa e fez Amasa seu comandante; no entanto, primeiro Amasa precisava reunir o resto dos homens em Judá (provavelmente a razão pela qual Davi o tinha nomeado em primeiro lugar). A Bíblia não explica por que Amasa demorou mais do que os três dias estabelecidos pelo rei:

a. Três dias eram suficientes para ele convocar os homens e reuni-los em Jerusalém (ou seja, um dia e meio para convocá-los por toda a região de Judá, e outro dia e meio para voltar a Jerusalém)?

b. Por que Davi não esperou?

(6) Em seguida, Davi pediu a Abisai (irmão de Joabe) para tomar "os servos de teu senhor" (isto é, os homens de Joabe) para perseguir Seba. Que tipo de jogo Davi estava tentando jogar? Ele deveria ter feito isso? Por que ou por que não?

(7) Por que Joabe assassinou Amasa, mais uma vez a sangue frio (como ele tinha feito com Abner em 3:26-27)? De quem foi a culpa? Por quê?

(8) Não obstante as manobras políticas de Davi, quem realmente comandava o exército?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um ato de honra

“Quando Davi voltou ao palácio, em Jerusalém, mandou confinar numa casa, sob guarda, as dez concubinas que tinha deixado tomando conta do palácio. Ele as sustentou, mas nunca mais as possuiu ...” (NVI-PT) (2 Sam. 20:3)

Uma vez que Absalão tinha desonrado seu pai estuprando suas concubinas, teria sido uma abominação se Davi tivesse continuado a dormir com elas (de acordo com a Lei de Moisés em Levítico 20:11). À luz disso, o que ele fez com essas dez concubinas foi na verdade um ato de bondade e honra:

Os escritores judeus dizem que as rainhas viúvas dos monarcas hebreus eram proibidas de se casar novamente, sendo obrigadas a passar o resto de suas vidas em estrita reclusão. O mesmo valia para as esposas do imperador da China. Quando o soberano morria, todas as suas mulheres eram removidas do palácio e levadas a uma mansão separada onde vivem em reclusão pelo resto de suas vidas (Macartney, p. 375). Depois da abominação cometida por Absalão contra as concubinas de Davi, ele as tratou como nos exemplos citados acima. Não se divorciou delas, porque eram inocentes; no entanto, não foram mais reconhecidas publicamente como suas esposas; além disso, a vida em reclusão que tiveram que levar depois também não foi uma sentença muito dura numa região onde as mulheres não estavam acostumadas a sair muito."
(JFB, Vol. 1, p. 266)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
2 Samuel 20:14–26

(1) Seba conseguiu o apoio dos homens de Israel, que o seguiram até o extremo norte de Israel — Abel-Bete-Maaca, ou seja, longe de sua base de operações em Benjamim (você pode consultar um mapa do mundo bíblico naquela época). Que erro ele cometeu ao usar a cidade de Abel-Bete-Maaca como base fortificada para lutar contra Joabe?

(2) O que o fato de ele ter conseguido marchar tão longe para sitiar a cidade nos ensina sobre a força do exército de Joabe?

(3) A "mulher sábia" provavelmente era uma líder feminina da cidade, como Débora. Embora os acadêmicos não tenham conseguido encontrar nenhuma história que possa explicar o ditado no v. 18 "‘Peça conselho na cidade de Abel, e isso resolvia a questão" (NVI-PT), o que esse ditado nos diz sobre a história dos habitantes, sua cidade e seu prestígio em Israel?

(4) Que advertência essa mulher deu a Joabe quando ele tentou atacar a cidade?

(5) Que acordo Joabe fez com eles?

(6) O que esse detalhe nos mostra sobre este guerreiro que era capaz de matar "a sangue frio"?

(7) Parece que Davi procurava rebaixar Joabe ou marginalizá-lo, mas apesar dos esforços de Davi, Joabe continuava sendo o líder de "todo o exército de Israel” (v. 23): Você acha que Davi tinha razão em temer Joabe (3:39)? Por que ou por que não?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O poder da sabedoria

"Quando o exército de Joabe estava para derrubar a muralha, uma mulher sábia gritou da cidade ..." (NVI-PT) (2 Sam. 20:15-16)

Embora não se saiba muito sobre a cidade de Abel, e menos ainda sobre a "mulher sábia" que morava nela, este relato bíblico serve para reforçar a verdade de que Deus deseja a paz e é avesso ao derramamento de sangue.

Este breve relato bíblico nos ensina pelo menos o seguinte sobre a cidade de Abel e seus habitantes:

1. Estava localizada no extremo norte de Israel, na terra de Naftali: Seba foi muito imprudente ao escolher esta cidade como centro de operações para combater o exército de Joabe, pois ficava longe de sua base em Benjamim, e claramente não contava com o apoio dos habitantes da cidade, os quais provavelmente tinham sido obrigados a abrigá-lo junto com seus soldados rebeldes.

2. Era uma das cidades "pacíficas e fiéis" em Israel: A cidade e seus habitantes não eram conhecidos por serem fortes e poderosos, mas por amarem a paz e serem leais ao rei.

3. Mas o ditado é ainda mais importante: “'Peça conselho na cidade de Abel’, e isso resolvia a questão”. Isso mostra "que anteriormente Abel tinha sido célebre pela sabedoria de seus habitantes" (K&D, 674). Uma vez que a cidade ficava tão longe de qualquer capital, tanto na época de Saul quanto na de Davi, parece que os habitantes desta região setentrional levavam suas disputas para a cidade, cujos líderes eram tão cheios de sabedoria que suas palavras resolviam qualquer disputa.

4. Essa sabedoria foi sintetizada por essa “mulher sábia que, como Débora, provavelmente era uma espécie de juíza ou prefeita da cidade” (JFB, 208). Ela lembrou a Joabe que suas ações poderiam exterminar esta “cidade que é mãe em Israel”— uma cidade que era muito respeitada e amada, e assim destruir “a herança do Senhor — um povo pacífico e fiel que pertencia a Jeová.

Essas palavras de sabedoria foram poderosas o suficiente para dissuadir até mesmo um guerreiro endurecido como Joabe, e me lembram do seguinte ditado em Eclesiastes: “A sabedoria torna o sábio mais poderoso que uma cidade guardada por dez valentes” (Eclesiastes 7:19).

Mas o que acho muito interessante é a observação que Matthew Henry fez a esse respeito: “As almas entendem a diferença entre os sexos. Embora o homen seja a cabeça, não se segue que ele tenha o monopólio do cérebro..." ( Matthew Henry Commentary, 472)

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
2 Samuel 21:1–10

Aqui aparece um relato que parece não seguir a órdem cronológica dos outros eventos do livro. Parece que o autor do livro o inseriu no final do reinado de Davi para dar ao seu relato uma sensação de completude:

(1) Por que Davi sentiu a necessidade de consultar Jeová por causa da fome?

(2) Quão especial ou inesperada foi a resposta de Deus?

(3) Uma vez que o crime de derramamento de sangue tinha sido cometido por Saul e sua casa (que não existia mais), por que a fome afetou Davi e seu povo?

(4) O que esse relato nos mostra sobre o que Deus pensa sobre a violação de uma promessa e a culpa pelo derramamento de sangue? (vide a Nota abaixo)

(5) Em sua resposta a Davi, os gibeonitas disseram o seguinte: (i) entendiam que a culpa de sangue não podia ser compensada com prata ou ouro; (ii) também não poderia ser compensada com a vida de pessoas inocentes; (iii) só podia ser compensada pelos descendentes do culpado — Saul, o escolhido de Jeová; finalmente, (iv) eles deviam ser executados em Gibeá — a cidade natal e capital de Saul!

a. O que você acha desta resposta?

b. Ela era justificada sob a Lei de Moisés? (Números 35:31)

c. Estritamente falando, David não precisava atender ao pedido; no entanto, o que teria acontecido se tivesse ignorado o pedido? (vide 21:14)

(6) Davi (por razões óbvias) poupou a vida de Mefibosete mas ofereceu os dois filhos de Rispa (a esposa de Saul que tinha dormido com Abner) e os cinco filhos de Merabe (a filha de Saul que ele uma vez prometeu dar a Davi como esposa, só para voltar atrás mais tarde).

a. Como você se sentiu ao ler sobre a morte destes descendentes de Saul — a vida desses homens pelo pecado de Saul?

b. Como você teria se sentido se fosse uma das mães?

(7) Como Rispa a se sentiu sobre isso, e o que ela fez?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Nada se sabe sobre esta culpa de sangue de Saul, salvo o que é dito no v. 2: “Os gibeonitas não eram de origem israelita, mas remanescentes dos amorreus. Os israelitas tinham feito com eles um acordo sob juramento; mas Saul, em seu zelo por Israel e Judá, havia tentado exterminá-los”. Keil e Delitzsch acreditam que a morte dos sete descendentes foi por crucificação, mas que foram mortos antes de serem pendurados.

Reflexão meditativa
O vingador de sangue

"Quanto ao homem que quase nos exterminou e que pretendia destruir-nos, para que não tivéssemos lugar em Israel, que sete descendentes dele sejam executados..." (NVI-PT) (2 Sam. 21:5-6)

Neste trecho nos deparamos com uma passagem sobre a vingança de sangue que, além de perturbar a mente moderna, também parece contradizer a própria lei de Deus no Antigo Testamento.

A Lei de Moisés estabelece claramente: “Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos pais; cada um morrerá pelo seu próprio pecado” (Dt 24:16). Por que, então, Deus permitiu que sete dos descendentes de Saul fossem mortos pelo pecado dele? Aliás, foi o próprio Deus que usou os três anos de fome para lembrar Davi sobre a culpa de Saul que ainda não tinha sido resolvida; após a morte dos sete descendentes de Saul, a fome acabou quando “Deus respondeu as orações em favor da terra de Israel (21:14).

As palavras de Matthew Henry resumem bem a defesa que tem sido proposta por vários comentaristas em nome de Deus com relação a este assunto geral:

“Mas o caso dos gibeonitas foi bastante extraordinário. Deus se envolveu diretmente no assunto como uma parte ativa e sem dúvida colocou no coração dos gibeonitas o desejo de fazer essa exigência, uma vez que Ele mesmo autorizou o que foi feito (v. 14), e o Seu parecer não está sujeito às mesmas regras que os pareceres humanos. Que os pais, por causa de seus pobres filhos, se cuidem do pecado, especialmente o pecado da crueldade e da opressão, pois essas crianças podem ser feridas pela justa mão de Deus quando seus pais jazem em seus túmulos. A culpa e maldição são uma herança nocivas para uma família. Parece que os descendentes de Saul tinham seguido suas pegadas, pois são chamados 'sua casa sanguinária'; assim era o espírito da família; portanto, era justo que a retribuição caísse sobre eles, tanto pelos pecados de seu pai quanto por seus próprios pecados.”
(Comentário de Matthew Henry, 473)

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
2 Samuel 21:11–22

O enterro dos ossos de Saul e seus descendentes:

(1) Leia novamente o que Rispa fez para proteger a honra de seus filhos mortos:

a. Quando você acha que Deus “respondeu as orações em favor da terra de Israel” e enviou chuva?

b. O que levou Davi a recolher até mesmo os ossos de Saul e Jônatas, junto com os desses descendentes mortos, para dar-lhes um enterro digno?

Quatro batalhas com os refains:

Parece que as quatro batalhas, assim como a fome mencionada no relato anterior, não necessariamente ocorreram no final do reinado de Davi, mas são parte de uma coleção de relatos das batalhas entre Davi e os quatro descendentes de Rafa (isto é, os refains) em Gate, os quais provavelmente eram conhecidos por sua estatura gigantesca.

(2) A batalha contra Isbi-Benobe:

a. Compare a lança deste homem com a de Golias, que foi morto por Davi quando ainda era um "rapaz" (1 Sam. 17:7, 33).

b. Davi conseguiu matar o gigante, agora que estava muito melhor equipado? Por que ou por que não?

c. Quem veio em seu socorro?

d. Por que os homens de Davi o fizeram jurar que não voltaria à batalha? Qual foi o motivo que eles deram? O que eles queriam dizer com isso?

e. Na sua opinião, qual era o seu motivo mais profundo?

(3) As três batalhas seguintes também são registradas em 1 Crônicas 20:4-8:

a. Qual é o tema comum dessas batalhas?

b. O que o autor bíblico está tentando nos dizer?

(4) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A preservação de Deus

"Mas Abisai, filho de Zeruia, foi em socorro de Davi e matou o filisteu." (NVI-PT) (2 Sam. 21:17)

O autor bíblico escolheu registrar como Davi e seus homens derrotaram quatro dos descendentes da família de Rafa em Gate, uma família que provavelmente tinha produzido alguns dos mais famosos e temidos guerreiros filisteus. No entanto, a descrição da batalha entre David e Isbi-Benobe nos conta que David quase foi morto.

O autor bíblico parece destacar as semelhanças entre essa batalha e a batalha que Davi travou com Golias quando era apenas um rapaz (ou jovem):

a. Tanto Golias quanto Isbi-Benobe eram de Gate.

b. Golias era um gigante que tinha quase 3 metros (nove pés) de altura, e embora não saibamos a altura de Isbi-Benobe, sabemos que ele também carregava uma lança muito pesada, cuja ponta pesava 300 siclos (aproximadamente) 3,5 quilos — menos pesada que a de Golias, que pesava 600 siclos.

No entanto, as semelhanças terminam aqui, porque enquanto o rapaz Davi lutou sem armadura e suas únicas armas eram sua funda e pedras, o rei Davi (obviamente bem equipado com armadura e uma espada) estava exausto. Isbi-Benobe quase o matou. No entanto, após uma reflexão mais aprofundada, ainda há mais semelhanças, uma vez que o resultado foi o mesmo os filisteus foram mortos e a vida de Davi foi poupada. Em ambos casos, o resultado foi obra de Deus.

Tendemos a atribuir o nosso sucesso a Deus somente quando ocorre de forma milagrosa. No entanto, quando as coisas não dão muito certo, tendemos a não atribuir o resultado à mão de Deus, mesmo quando o resultado final ainda trabalha para o nosso bem. Mas Davi não pensava assim sobre suas batalhas: tanto na batalha contra Golias quanto na batalha contra Isbi-Benobe, Davi disse o seguinte sobre Jeová: "Tu me livraste... preservaste-me como líder de nações" (2 Sam. 22:44/Salmos 18:43).

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
2 Samuel 22:1–25

O capítulo 22 é uma canção cantada por Davi que também foi registrada (com algumas pequenas variações) no livro dos Salmos como o Salmo 18. Ambos os textos registram a mesma ocasião para a qual foi composto: "o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul" (em 2 Samuel 22:1 e no título do Salmo 18). Uma vez que isso também se refere à sua libertação de Saul, que ocorreu no início de sua vida adulta, esta canção não foi escrita necessariamente no final da vida de Davi, mas quando seu reinado sobre Israel já tinha sido firmemente estabelecido. Examinaremos esta canção/salmo dividindo-a em seções significativas (conforme as divisões sugeridas abaixo):

2 Samuel 22 e Salmo 18

Vv. 2-4 Louvor a Deus vv. 23

Vv. 5-7 Arrependimento / sofrimento vv. 4-6

Vv. 8-16 A poderosa aparição de Deus vv. 7-15

Vv. 17-20 A libertação de Deus vv. 16-19

Vv. 21-25 Auto-inocência/justiça vv. 20-24

Vv. 26-28 Os caminhos justos de Deus vv. 25-27

Vv. 29-37 Confiança vv. 28-36

Vv. 38-46 A vitória concedida por Deus vv. 37-45

Vv. 47-51 Um voto de louvor vv. 46-50

Hoje refletiremos sobre os vv. 2-25

Vv. 2-4 Louvor a Deus

(1) Como Davi descreve seus inimigos?

(2) E você? Quais seriam os seus inimigos?

(3) Ao refletir sobre quem Deus era para ele, Davi usou três grupos de tercetos. Faça uma lista ou destaque esses três grupos em sua Bíblia.

(4) Como Davi procura retratar Deus usando esses tercetos?

(5) Quem é Deus para você? Você também pode descrevê-Lo com esses grupos de tercetos?

Vv. 5-7 Arrependimento/dificuldade

(6) Que metáfora Davi usou para descrever sua situação?

(7) Quão semelhante é sua metáfora com o que Jonas realmente experimentou (vide Jonas 2)?

(8) Qual dos dois experimentou dificuldades mais assustadoras e mortais?

(9) Você já teve uma experiência parecida com a de Davi?

Vv. 8-16 A poderosa aparição de Deus em resposta à sua oração

(10) E improvável que Davi realmente tenha "visto" uma aparição tão incrível de Deus; no entanto, o que ele descreveu é como Deus de fato tinha aparecido a Seu povo em outras ocasiões, especialmente durante os eventos do Êxodo. Compare a interpretação poética de Davi da aparição de Deus aqui com Sua aparição no Monte Sinai (Êxodo 19:16-19). Quais são as semelhanças?

Vv. 17-20 A libertação de Deus

(11) Davi acreditava que o mesmo Deus, com o mesmo poder impressionante, o havia libertado. Essa verdade deveria ser uma fonte de força e esperança para você hoje? Por que ou por que não?

(12) De acordo com a razão dada por Davi, por que Deus o livrou?

Vv. 21-25 Auto-inocência/justiça

(13) Você acha que Davi escreveu essas palavras antes ou depois de seu pecado contra Urias? Por quê?

(14) Leia o Salmo 103:10. Imagine que você fosse David, já nos seus últimos anos de vida. Como você teria se expressado vv. 21-25 neste poema ou salmo?

(15) Leia 1 Reis 14:8 e 15:5.

(16) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Justiça própria?

O Senhor me tratou conforme a minha retidão; conforme a pureza das minhas mãos me recompensou.” (NVI-PT) (2 Sam. 22:21)

Basicamente, todos os comentários que li defendem Davi, dizendo que sua intenção realmente não foi afirmar que sua própria justiça tinha sido a razão pela qual Deus o recompensou com Sua libertação e favor.

Acho que há duas questões diferentes: (1) se Davi realmente podia afirmar que era inocente, que tinha guardado os caminhos do Senhor e que tinha se guardado do pecado; e (2) se tal "retidão [e] pureza" tinha sido a razão pela qual Deus o recompensou com Sua libertação e favor.

(1) Davi era justo?

Todos nos ficamos perturbados ao pensar sobre o pecado de Davi contra Urias (que incluía tanto o pecado de adultério quanto o pecado de assassinato) e nos perguntamos como Davi podia afirmar sua própria justiça e pureza, especialmente com as palavras inequívocas que usou nos vv. 21-25. Pois bem, vamos dar uma olhada no veredicto da própria Bíblia a respeito da vida de Davi:

E rasguei o reino da casa de Davi, e a ti to dei, e tu não foste como o meu servo Davi, que guardou os meus mandamentos e que andou após mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos.” (ARC) (1 Reis 14:8)

“Porquanto Davi tinha feito o que era reto aos olhos do Senhor e não se tinha desviado de tudo o que lhe ordenara em todos os dias da sua vida, senão só no caso de Urias, o heteu.” (ARC) (1 Reis 15:5, parte da repreensão que Deus deu a Abias, rei de Judá)

Em outras palavras, a Bíblia declara que Davi era justo, apesar de seu pecado, uma vez que até mesmo seu pecado contra Urias tinha sido removido (2 Sam. 12:13). Portanto, a base de sua justiça não era o que ele tinha feito, mas o fato de ele confiar e seguir a Jeová “com todo o seu coração”. O fato de ele ter guardado os mandamentos de Deus e feito o que era reto aos olhos de Jeová foi resultado de ele ser aceito por Jeová por meio da fé — uma fé que permitia que ele recebesse o perdão total de seus pecados. A fé em Jeová continua sendo a base da justiça (Fp 3:9).

(2) A libertação foi uma recompensa por sua justiça?

Uma vez que a justiça de Davi era pela fé, o favor e a libertação de Deus eram a recompensa pela sua fé nEle, e não pela suas obras.

Eu acho que Davi provavelmente escreveu este salmo antes de cometer seu terrível pecado contra Urias. Não quero dizer que a comprensão de Davi a respeito do favor ou livramento de Deus tivesse mudado, mas que ele provavelmente teria usado palavras mais parecidas com as do Salmo 103, no qual ele disse o seguinte:

"Não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniqüidades... Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno, está com os que o temem, e a sua justiça com os filhos dos seus filhos; com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos." (NVI-PT) (Salmos 103:10, 17, 18)

Embora Davi tivesse guardado Sua aliança e se lembrado de obedecer a Seus preceitos, com as palavras acima ele teria deixado mais claro que a justiça era “Sua justiça”, não a justiça própria!

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
2 Samuel 22:26–51

Vv. 26-28 Os caminhos justos de Deus

(1) Neste trecho, David expressa sua compreensão dos caminhos do Senhor com base em sua própria experiência. Você já experimentou ou observou o mesmo que Davi?

Vv. 29-37 Confiança em Jeová

Com base em sua fé em Deus e sua experiência pessoal nos caminhos do Senhor, Davi agora expressa sua confiança em Jeová, a mesma confiança que todos podem experimentar:

(2) De acordo com o v. 31, quem poderá compartilhar essa mesma experiência em Jeová?

(3) Qual dos seguintes atos de graça significa mais para você? Por quê?

a. Deus é uma lâmpada que transforma sua escuridão em luz

b. Deus é a sua ajuda que lhe dá poder para avançar contra uma tropa e transpor muralhas.

c. Deus o reveste de força.

d. Deus torna perfeito o seu caminho.

e. Deus faz seus pés como os da gazela (dá energia).

f. Deus firma os passos nos lugares altos (isto é, ele remove o medo).

g. Deus treina suas mãos para a batalha (no seu caso, para a batalha espiritual).

h. Deus lhe dá um escudo de vitória.

i. Deus "se inclina" para fazê-lo prosperar.

j. Deus alarga o caminho sob você para seus tornozelos não se torçerem. (O que significa isso?)

Vv. 38-46 Deus deu a vitória

(4) Quais palavras Davi usa para destacar a vitória “total” em Jeová? (Tente sublinhar essas palavras.)

(5) Você já experimentou "vitórias" semelhantes em sua vida? Você pode experimentá-las? Por que ou por que não?

Vv. 47-51 Voto de louvor

(6) Sabemos que, na verdade, a vida de Davi foi uma vida cheia de agitação, desde que ele foi ungido ou escolhido por Jeová. De acordo com o "voto" de louvor acima, por que Davi foi capaz de se comprometer a louvar a Deus apesar de todas as suas calamidades?

(7) E você? Você pode se comprometer a louvar a Deus apesar de todas as suas calamidades?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O louvor é um sacrifício

"Por isso te louvarei entre as nações, ó Senhor; cantarei louvores ao teu nome." (NVI-PT) (2 Sam. 22:50)

Quando lemos este magnífico salmo de Davi, é muito fácil esquecer que Davi teve uma vida de constantes lutas, calamidades e conflitos. Claro, alguns de seus problemas foram autoinfligidos; no entanto, a maioria deles foram o resultado de ele ser o ungido de Deus. Não seria exagero dizer que sua vida foi uma de constantes batalhas; no entanto, a maioria de seus salmos, incluindo o salmo que acabamos de ler em 2 Samuel 22 (reproduzido no Saltério como o Salmo 18), são marcados pelo louvor.

Quando lemos atentamente as palavras do salmo, percebemos alguns dos problemas que Davi enfrentou:

V. 3 “Me salvas dos violentos”: Eu me lembro com frequência que minha situação, independentemente dos problemas que eu possa ter, não pode ser comparada com a de Davi. Ele teve que enfrentar inimigos "reais" que pretendiam matá-lo.

Vv. 5-6: Davi não só enfrentou homens “violentos”; várias vezes esteve muito perto da morte. Suas metáforas de ser arrastado pelas ondas de morte, dominado por torrentes de destruição ou enrolado pelas cordas da sepultura são tão reais quanto o afogamento que Jonas enfrentou (vide Jonas 2).

Vv. 17-18: Davi também reconheceu que sozinho ele estava perdido, porque seus inimigos eram "fortes demais" para ele e que seu inimigo de fato era muito poderoso. Se nós fôssemos Davi, teríamos vivido sempre com medo.

No entanto, a maioria de seus salmos estão cheios de louvor. Não é de admirar que a Bíblia chame o "louvor" de "sacrifício" (Hb 13:15). É fácil louvar a Deus quando tudo corre do nosso jeito; mas é um sacrifício louvar a Deus em meio à aflição — de acordo com a definição no Dicionário Webster (em inglês), é uma "rendição" — render-se à soberania de Deus.