Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de 1 Reis no Velho Testamento.
Este longo
capítulo descreve o templo que Salomão construiu. Para uma leitura
mais eficiente, consulte o diagrama abaixo. Nos versículos que destaquei para nossa reflexão, procurarei dar as principais
medidas em "metros (e pés)" (1 côvado = aproximadamente 0,46m ou 1,5 pés):
6:1-10—A estrutura principal do templo
(1) Acredita-se que Salomão começou a construir o templo no ano 967/6 a.C.
a. Qual poderia ser a importância do fato de o autor ter usado o Êxodo como ponto de referência ao falar sobre a data da construção do templo?
b. Qual é o símbolo mais significativo do templo do Senhor para Israel?
(2) A tabela a seguir contém o registro das medidas específicas do edifício:
Comprimento | Largura | Altura | |
O templo em si | 27,4m | 9,1m | 13,7m |
O pórtico | 6,1m | 9,1m | |
Salas laterais (andar inferior) | 2,3m | 2,3m | |
Salas laterais (andar intermediário) | 2,7m | 2,3m | |
Salas laterais (terceiro andar) | 3,2m | 2,3m |
(3) É obvio que as salas laterais não eram consideradas parte do “Lugar Santo”: Qual teria sido a importância de garantir que elas fossem construídas sem embutir as vigas nas paredes do templo? (v. 6)
(4) Por que era importante garantir que as pedras fossem preparadas (ou seja, cortadas e esculpidas nas medidas exatas especificadas) na pedreira para evitar o uso de ferramentas de ferro no local do templo a fim de reduzir o ruído ao mínimo possível?
6:11-13—O lembrete de Deus para Salomão
(5) De que maneira esse lembrete serviu para enfatizar a coisa mais importante que o templo simbolizava para Israel?
(6) A simples existência do templo era uma garantia automática de que Deus viveria “no meio dos israelitas”?
6:14-18—Foi usada somente madeira de cedro
(7) Antes de dar mais detalhes sobre o Lugar Santíssimo (vv. 19-28), o texto enfatiza que "o interior do templo" – isto é, tanto o santuário interno (o Lugar Santíssimo) quanto a sala principal (o Lugar Santo)—eram revestidos de cedro, e “não se via pedra alguma”: O que essa ênfase poderia estar apontando? (v. 18) )
6:19-28 — O Lugar Santíssimo
Comprimento | Largura | Altura | |
O templo em si (v.2) | 27,4m | 9,1m | 13,7m |
A sala principal (v.17) | 18,3m | 9,1m | 13,7m |
O santuário interior | 9,1m | 9,1m | 9,1m |
(8) Ao descrever a decoração do Lugar Santíssimo, o v. 20 enfatiza que estava revestido de "ouro puro" (o que é compreensível); no entanto, por que a Bíblia também menciona que o altar de cedro (ou seja, o altar de incenso) também estava revestido de ouro? (Leia Êxodo 30:6 e 40:50 para uma explicação do significado especial ligado ao altar de incenso; leia também a interpretação que faz o autor do livro de Hebreus no v. 9:4 sobre sua localização no templo.)
(9) Os dois querubins tinham 2,3m (7,5') de comprimento, 4,6m(15') de largura e 4,6m(15') de altura: qual era o simbolismo importante desses dois querubins? (vide Gênesis 3:24; Êxodo 25:20; Isaías 37:16 e Heb. 9:5)
6:29-37—A decoração do interior e das portas
(10) Esculturas de querubins, palmeiras e flores abertas são motivos recorrentes na decoração do interior do templo (6:29, 32 e 35). Leia Salmos 92:12 para ver como o salmista foi inspirado de maneira especial pelas palmeiras enquanto adorava no templo aos sábados.
(11) Em termos absolutos, o templo não era um edifício muito grande; no entanto, depois de refletir sobre o trabalho, os materiais e o tempo gasto em sua construção, o que você pensa sobre o desejo e o propósito de Deus para sua construção?
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Na construção do templo só foram usados blocos lavrados nas pedreiras, e não se ouviu no templo nenhum barulho de martelo, nem de talhadeira, nem de qualquer outra ferramenta de ferro durante a sua construção." (NVI-PT) (1 Rei. 6:7)
Encontramos que a descrição bíblica do templo que Salomão estava construindo para o Senhor enfatiza vários elementos cujo significado global (embora seu significado individual não seja explícito) dá ao templo certo ar de santidade, pois é o símbolo da presença do Senhor, o Deus vivo entre Israel. Esses itens incluem os seguintes:
(1) As salas laterais deviam se apoiar em saliências, de tal maneira que nenhuma viga fosse embutida nas paredes do templo (6:6).
(2) As enormes pedras da estrutura eram preparadas previamente na pedreira para que não houvesse nenhum ruído excessivo no local do templo, nem mesmo durante a construção (6:7).
(3) Ao redor das paredes internas do templo havia entalhes de querubins, palmeiras e flores abertas (6:29).
(4) As paredes internas eram todas revestidas com madeira, de tal modo que "não se via pedra alguma" (6:18).
Teria sido mais natural que a estrutura das salas laterias se apoiasse em vigas embutidas na estrutura robusta do edifício principal do templo. No entanto, a estipulação de que as vigas deviam repousar sobre as saliências fez uma clara distinção entre as salas e os Lugares Santo e Santíssimo. A mensagem nisso é que Deus é tão santo que nada poderia ser introduzido no templo que não fosse exclusivamente para Sua adoração. Isso nos serve de advertência: não devemos adorar a Deus com motivos impuros.
Se mesmo durante o período de construção do templo era indesejável fazer ruído excessivo, quanto mais nós devemos ter um espírito quieto ao nos aproximarmos do Senhor para adorá-Lo.
Êxodo 25:20 e ss. nos ajuda a entender o significado dos dois querubins que pairavam sobre o trono de graça, pois assim como guardavam o jardim do Éden e a árvore da vida em Gênesis 3 como resultado do pecado humano, eles também deviam guardar o trono da graça de Deus. A única forma de torná-lo acessível foi através da aspersão do sangue trazido diante dele pelo Sumo Sacerdote no Dia da Expiação. No entanto, uma vez que esse trono era acessível somente uma vez por ano, e somente o Sumo Sacerdote podia vê-lo, os querubins esculpidos em todas as paredes do templo serviam de lembrete aos sacerdotes durante o resto do ano.
Parece que o símbolo das palmeiras foi o que inspirou o salmista (provavelmente um sacerdote) a reconhecer a necessidade de observar o sábado para que "os justos floresçam como a palmeira; ... plantados na casa do Senhor..." (Sal. 92:12-13).
Mesmo sem tentar interpretar o simbolismo das "flores abertas" e a estipulação de que não devia aparecer "pedra alguma" nas paredes internas (e especialmente à luz da falta de uma fundamentação bíblica adequada), esses elementos especiais enfatizados no texto transmitem claramente um ar da santidade do templo e da santidade do Deus que adoramos.
Este capítulo é longo, mas a maior parte dele trata dos materiais e objetos que pertenciam ao templo (vv. 15-50). Eu me limitarei a salientar um ou dois elementos de reflexão em cada seção do capítulo:
7:1-12—A construção do palácio de Salomão
(1)
No meio da descrição da construção do templo de Deus, o autor bíblico decide incluir uma breve descrição do palácio que Salomão construiu
para si mesmo. Com base na comparação apresentada no gráfico abaixo, quais podem ter sido
as razões do autor para incluir uma descrição do palácio de Salomão
aqui?
(3) Vv. 13-14: Hirão de Tiro, o artífice em "bronze"
a. Qual seria uma possível explicação para a origem de Hirão, o artífice de Tiro?
(4)
Vv. 15-22: As colunas de bronze do pórtico (consulte o diagrama do dia
anterior) — Essas colunas mediam 8,2m (27') de altura e 5,5m (18') de
circunferência, e a altura dos capitéis no topo das colunas era de 2,3m (7,5').
a. Considere o trabalho meticuloso que teria sido necessário para sua construção: por que até mesmo essas colunas de bronze precisavam ser decoradas de forma tão elaborada?
(5) Vv. 23-26: O Mar de Bronze (consulte o diagrama do dia anterior)—13,7m (45') de circunferência e 2,3m (7,5') de altura:
a. Para que servia o mar (ou tanque)? (vide 2 Crônicas 4:6; Êxodo 30:18 e ss.)
b. Qual poderia ser o significado simbólico dos 12 touros que formavam a base desse tanque que os sacerdotes usavam para se preparar para o serviço? (Observe que os touros eram os animais mais caros usados para os sacrifícios.)
(6) Vv. 27-39: Os carrinhos de bronze e suas bacias—1,8m (6') de comprimento x 1,8m (6') de largura x 1,4m (4,5') de altura
a. Já lemos em 2 Crônicas 4:6 que o tanque de bronze servia para os sacerdotes se lavarem em preparação para se aproximarem do altar para oferecer sacrifícios. Qual era, então, a função das dez bacias?
b. Algumas das decorações nas bases eram semelhantes às das paredes do templo (querubins, tamareiras e flores). Quais poderiam ser os significados simbólicos dos touros e dos leões?
(7) Vv. 40-51: Um resumo dos utensílios—Além dos objetos de bronze já mencionados, são adicionados os objetos de ouro e os despojos que Davi tinha consagrado ao santuário (vide 2 Sam. 8:7, 11, 12; 1 Crô. 18 :7, 10, 11).
a. Quais podem ter sido as razões para a preparação de um registro tão detalhado da produção desses objetos do templo?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"O tanque ficava sobre doze touros, três voltados para o norte, três para o oeste, três para o sul e três para o leste." (NVI-PT) (1 Reis 7:25)
Embora
o capítulo 7 de 1 Reis seja um capítulo muito longo que trata
principalmente dos objetos de bronze que seriam produzidos para o templo,
não devemos ignorar os significados importantes de alguns dos símbolos que seriam feitos. Um desses importantes símbolos são os 12
touros nos quais se apoiava o mar (ou tanque) de bronze. Gostaria de
compartilhar com você a reflexão de Keil e Delitzsch a esse respeito:
“Esta bacia que substituía a pia do tabernáculo era usado para os sacerdotes se lavarem (2 Crônicas 4:6), ou seja, para que sempre houvesse um suprimento de água, permitindo que os sacerdotes lavassem as mãos e os pés antes de se aproximarem do altar para oficiar, ou quando estavam prestes a entrar no Santo Lugar (Ex. 30:18 e ss.). Este tanque de água com certeza tinha torneiras pelas quais eles podiam ter acesso à água. A forma artística que esta piscina tinha correspondia ao seu propósito sagrado. O propósito da borda do tanque, que se erguia em forma de lírio, era representar a santidade e a beleza daquela vida que fluía do santuário. Os doze bois que sustentavam o tanque indicavam que as doze tribos de Israel eram uma nação sacerdotal que se lavava naquele local através de seus sacerdotes, a fim de que fosse puro e santo diante do Senhor. Assim como o número doze é uma clara alusão às doze tribos da nação da aliança, é impossível não notar que a decisão de que a base do tanque fosse em forma de bois (o primeiro e mais importante dos sacrifícios animais) serviu para representar o serviço sacerdotal, especialmente quando comparados com os leões que estavam no trono de Salomão (cap. 10:20)."
(K&D, Vol. 3, 75)
Sabemos que o templo foi concluído no oitavo mês do décimo primeiro ano do reinado de Salomão (1 Reis 6:38). Com base nisso, podemos deduzir que ele esperou 11 meses para poder dedicar o templo numa temporada que coincidiu com as diversas grandes festas que eram celebradas no sétimo mês (vide Nm. 29):
(1) De onde a arca foi trazida, e onde foi unida novamente à nova morada do Senhor? (vide 2 Crônicas 3:1)
(2) A arca tinha sido separada do Tabernáculo na época de Eli (1 Sam. 4:17), e nem mesmo durante os reinados de Saul e Davi foi reunida com o Tabernáculo. De acordo com o texto, como o povo celebrou seu retorno? (v. 5) Como você teria se sentido se fosse um dos sacerdotes?
(3) No passado, o transporte da arca tinha causado calamidades (1 Sam. 6:19; 2 Sam. 6:7). Você acha que desta vez os sacerdotes estavam com muito medo? Qual foi o resultado? Por quê?
(4) O v. 9 diz que "na arca havia só as duas tábuas de pedra." Se interpretarmos esta declaração de forma literal (não há razão para não interpretá-la assim), realmente importará o fato de o ômer de maná (Éxodo 16:33) e o cajado de Arão que tinha brotado (Núm. 17:10) estarem ausentes? Por que ou por que não?
(5) De que maneira o Senhor expressou Seu prazer em habitar no templo de Salomão? (vide também Deuteronômio 4:11; 5:22 e ss.; Êxodo 40:34 e ss.)
(6) Depois de Deus confirmar Sua presença e Seu deleite, e antes de Salomão fazer sua grande oração, ele fez um reconhecimento público diante de seu povo (vv. 14-21):
a. O que foi que ele reconheceu ao se referir à promessa que Deus tinha feito a seu pai, Davi?
b. Quais foram os dois propósitos reconhecidos por Salomão para a construção deste templo? (vv. 20-21)
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Quando os sacerdotes se retiraram do Lugar Santo, uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o seu templo.” (NVI-PT) (1 Reis 8:10-11)
Não há dúvida de que a dedicação do templo foi um momento de grande celebração para Salomão e seu povo. Além de ser a primeira vez desde sua remoção do Tabernáculo pelos filhos de Eli que ela foi reunida com sua habitação, também foi a primeira vez que Deus manifestou Sua morada perpétua entre o povo de Israel como seu Deus através da construção de uma estrutura fixa, o templo.
Sabemos que Deus nunca pediu que construíssem um templo; as únicas ordens que ele tinha dado a Moisés foram para construir uma tenda para Ele; e quando foi colocada a arca do testemunho, Deus manifestou Sua presença entre eles. É claro que o Senhor fazia mais do que manifestar Sua presença de maneira simbólica; Ele aparecia frequentemente na forma de nuvem e enchia o Tabernáculo com Sua glória (por exemplo, em Êxodo 40:34-35; Levítico 9:23; Nm. 14:10). No entanto, desde a época do Êxodo, 480 anos antes (1 Reis 6:1), esse tipo de manifestação do Senhor em Sua habitação, o Tabernáculo, não passava de uma história transmitida pelas gerações após o Êxodo. Samuel nunca teve o privilégio de ver a glória de Deus, nem Saul, nem Davi, e até esse momento nem o próprio Salomão.
Mas na dedicação do templo que Salomão construiu para o Senhor, e na presença de todos aqueles que tinham se reunido para celebrarem o retorno da arca a este novo templo, eles tiveram a oportunidade de ver com os próprios olhos o que antes só tinham ouvido com seus ouvidos: “uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o seu templo” (1 Reis 8:10-11). Não é de admirar que Salomão tenha ficado tão comovido com essa confirmação do Senhor que proferiu uma das maiores e mais longas orações de toda a Bíblia (1 Reis 8:22-53).
Nós
também temos ouvido e lido sobre a glória do Senhor, e um dia, assim como
Salomão, a veremos com os próprios olhos; e assim como Charles
Gabriel, um escritor de hinos, podemos dizer:
[Edição em espanhol]
“Oh eso será gloria para mí, gloria para mí, gloria para mí;
Cuando por Su gracia, miraré Su rostro.
¡Eso será gloria, será gloria para mí!"
Esta longa oração pode ser dividida nas seguintes seções: Invocação (vv. 23-30); Intercessão (primeiro pedido vv. 31-32; segundo pedido vv. 33-34; terceiro pedido vv. 35-36; quarto pedido 37-40; quinto pedido vv. 41-43; sexto pedido vv. 44-45; sétimo pedido vv. 46-51); a base de sua confiança (vv. 52-53); a bênção (vv. 54-61). Hoje refletiremos sobre sua Invocação.
(1) Reflita sobre as seguintes consequências das nossas orações quando sempre se focam em pedir, sem incluir nenhum tipo de “adoração” (ou seja, sem louvar a Deus por quem Ele é e pelo que Ele tem feito):
a. Que tipo de vida de oração desenvolveremos?
b. Que tipo de cristãos nos tornaremos?
(2) A adoração de Salomão (vv. 23-24):
a. A Pessoa de Deus: Como Salomão louvou e adorou a Deus (v. 23)?
b. As obras de Deus: Como ele justificou suas palavras de adoração? (vv. 23-24)
c. Como essa adoração inicial serviu de base para o resto de sua súplica?
(3) Que pedido pessoal Salomão fez com base na Pessoa e nas obras de Deus? (vv. 25-26)
(4) De todas as coisas que ele poderia ter pedido, por que essa foi a primeira e única coisa que ele pediu?
(5) Salomão continua sua adoração no versículo 27:
a. Qual era o contexto dessa adoração?
b. Qual era a essência dessa adoração?
(6) Com base nessa adoração, qual é a essência do que Salomão pediu nos vv. 28-30?
(7) Que relação existe entre a adoração no v. 27 e os pedidos nos vv. 28-30?
(8) Com base nos pedidos de Salomão nos vv. 28-30, qual era a principal função do templo? (vide Isaías 56:7; Mat. 21:13)
(9) Você acha que isso deve continuar sendo a função principal da igreja (e seu edifício) hoje? Por que ou por que não?
(10) O que você aprendeu com esta invocação e como pode aplicá-la em sua vida de oração?
"Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu em cima nos céus nem embaixo na terra! ..." (NVI-PT) (1 Reis 8:23)
Não é incomum para os cristãos chegarem diante de Deus com orações focadas em necessidades, suas próprias ou as de seus entes queridos. Não tem nada de errado com isso; afinal, trata-se de Seu trono de graça, diante do qual nos aproximamos "a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hb 4:16).
No entanto, os salmistas nos mostram repetidamente que essa não era sua forma habitual de se aproximarem do Senhor. Independentemente de quão terrível fosse a situação que eles enfrentavam, ou de quão urgente fosse a necessidade em que pensavam, eles geralmente iniciavam suas orações com “adoração”, isto é, louvando a Deus por quem Ele é e por aquilo que tem feito.
É muito importante fazer isso, tanto para nossa vida de oração quanto para nosso relacionamento com o Senhor. Se aprendermos a nos aproximar de Deus em primeiro lugar com nossa adoração, experimentaremos os seguintes resultados:
- Nossas orações serão mais focadas em Deus e menos egocêntricas.
- Nossa situação aparentemente terrível parecerá pequena em comparação com Sua grandeza, pois reconhecemos quem é Deus e lembramos o que Ele tem feito.
- Fará com que as nossas orações sejam menos dominadas pelo medo ou pelas queixas, e mais pela confiança, e até mesmo pelo louvor, à medida que tiramos nosso foco de nós mesmos e fixamos nossos olhos na Pessoa e obras de Deus.
Em outras palavras, somos capazes de permitir que o Espírito Santo nos dirija a pedir ou interceder "pelos santos de acordo com a vontade de Deus" (NVI-PT) (Romanos 8:27).
Nesse sentido, Salomão nos deu um grande exemplo quando começou sua grande oração para a dedicação do templo louvando a Deus por quem Ele é—o Deus sem igual “em cima nos céus nem embaixo na terra”, o Deus que é tão grande que “os céus, mesmo os mais altos céus, não podem cont[ê-Lo]” (1 Reis 8:23, 27). Ele também louvou a Deus pelo que tinha feito, a saber, cumprir Sua promessa a Davi diante de seus olhos, tornando-o rei de Israel.
Assim, a grandeza e fidelidade insuperáveis de Deus formaram a base de sua grande oração intercessória por seu povo na dedicação do templo e fez com que suas orações fossem mais do que simples desejos que ele tinha. Elas estavam firmemente baseados na Pessoa e obras de Deus!
(1) 8:31-32: Pecado contra o próximo (justiça civil)
a. O que Salomão pediu que Deus fizesse quando uma pessoa acusada de pecar contra seu próximo (como no caso mencionado em Êxodo 22:6-12) aparecesse diante do templo e negasse a acusação?
b. Isso significa que Deus necessariamente o condenaria ou justificaria imediatamente? Por que ou por que não?
c. Quão importante foi esta parte da oração, tanto para Salomão quanto para o povo?
(2) 8:33-34: Uma derrota na qual algumas pessoas são levadas cativas (como no caso mencionado em Levítico 26:17; Deuteronômio 28:25).
a. Você acha que todas as derrotas do povo eram causadas necessariamente pelo seu pecado?
b. O que seu arrependimento envolveria? (v. 33)
c. O que Salomão pediu a Deus que fizesse?
d. Quão importante foi esta parte da oração, tanto para Salomão quanto para o povo?
(3) 8:35-36: Uma seca (como aquela mencionado em Levítico 26:19; Deuteronômio 11:17; 28:23)
a. Você acha que ainda hoje as secas podem ser consequências do nosso pecado?
b. O que o arrependimento envolveria?
c. O que Salomão pediu a Deus que fizesse?
d. Quão importante é esta parte da oração para nós hoje?
(4) 8:37-40: Pragas e desastres naturais (como aqueles mencionados em Levítico 26:19, 20, 26; Deuteronômio 28:20-22)
a. Quantas pessoas seriam necessárias para interceder por toda a nação?
b. O que Salomão pediu a Deus que fizesse?
c. Como você pode aplicar esta oração hoje?
(5) 8:41-43: Adoradores estrangeiros (como aqueles mencionados em Nm 15:14-16)
a. Por que Salomão decidiu orar pelos adoradores estrangeiros nesta cerimônia de dedicação?
b. Como seu pedido está de acordo com Isaías 56:6-7 e Marcos 11:17?
c. Como reflete o desejo que Deus expressa em Sua aliança com Abraão? (Gênesis 22:18)
(6) 8:44-45: Sair para a batalha
a. Qual condição estava ligada a tal batalha? (v. 44)
b. Quão importante era essa condição?
c. O que Salomão pediu a Deus que fizesse?
(7) 8:46-51: No cativeiro (como aquele mencionado em Levítico 26:33, 44; Deuteronômio 28:45 e ss., 64 e ss.; 30:1-5)
a. A julgar pelas suas palavras, você acha que Salomão previu o exílio do povo? (v. 46)
b. Uma vez que seriam exilados numa terra estrangeira, como poderiam orar no templo? (v. 48)
c. O que Salomão pediu a Deus que fizesse?
d. Você se lembra de alguém que viveu durante o exílio de Israel e orou exatamente de acordo com o pedido de Salomão? (vide Daniel 9)
(8) Reflita sobre as seguintes perguntas à luz de todas as intercessões de Salomão mencionadas acima:
a. Salomão percebia onde Deus realmente habita? (8:34, 36, 39, 43, 45, 49)
b. Nesse caso, o que significa o templo? (8:29)
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Atende o pedido do estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome e te temam, como faz Israel, o teu povo, e saibam que este templo que construí traz o teu nome.” (NVI-PT) (1 Rs 8:43)
Fico impressionado não só com a “abrangência de conhecimento” de Salomão (1 Reis 4:29), mas também com a abrangência de sua intercessão.
Antes de ler sua oração de dedicação, eu já esperava ouvir sua adoração e ação de graças, e também já esperava ouvir sua intercessão por seu povo; no entanto, fiquei muito impressionado com o seguinte:
- Sua preocupação com as gerações futuras, um detalhe que é aparente em todas as suas orações, incluindo aquelas orações sobre a administração da justiça social entre seu povo (8.31-32). Ele sabia que Deus lhe tinha dado sabedoria para fazer exatamente isso, mas decidiu orar pelas gerações futuras, para que, apesar da ausência de Salomão, Deus continuasse a responder as orações enquanto o povo levava seus casos diante dos sacerdotes. Ele não ficaria satisfeito somente com aquilo que aconteceria em sua época; estava preocupado com o que aconteceria nas seguintes gerações. Quão diferente ele era de Ezequias! (Isaías 39:8).
- Ele sabia que Deus não é Deus somente de Israel, mas de todo o mundo; ele também entendia o verdadeiro significado da Aliança Abraâmica, segundo a qual o propósito do templo era ser uma bênção para todas as nações (Gn 22:18), e também uma casa de oração para todas as nações (Is 56:6-7; Marcos 11:17).
Ele entendia a depravação humana; cada um dos sete pedidos específicos é baseado em seu profundo entendimento da depravação humana — pois não há ninguém que não peque (8:46). Ele sabia perfeitamente que as futuras gerações pecariam, e que por isso haveria secas, desastres naturais, derrotas e até exílio. Devido a essa compreensão, ele entendeu a importância de ele estar comprometido com Deus a fim de levar Seu nome e revelar Sua presença por meio da construção do templo para que o povo aprendesse a se arrepender e o Senhor continuasse sendo seu Deus e eles Sua “herança” — o propósito final de Êxodo (8:51).
8:52-53—A oração final
(1) Na conclusão de sua intercessão, qual foi a base da confiança de Salomão em que Deus abriria Seus olhos para vê-los e ouviria seu clamor? (v. 53)
(2) Como isso pode lhe dar confiança em suas próprias orações? (vide 1 Pedro 2:9)
8:54-61— A bênção
(3) Como você entende a palavra "bênção"?
(4) O que ela significa para você?
(5) A "Bênção" de Salomão se divide basicamente em duas partes:
a. Parte 1—Salomão louva a Deus por duas razões:
- O resto de Seu povo: Em que sentido Deus já lhes tinha dado descanso naquele momento? (vide Salmo 95:8-11)
- O fato de nenhuma palavra (de Suas promessas) ter falhado: Você pode dizer o mesmo sobre as promessas que Deus tem feito a você? Por que ou por que não?
b. Parte 2—Salomão expressa seus desejos na forma de bênçãos que começam com a palavra "que":
8:62-66—A dedicação do templo
(6) É útil lembrar que no sétimo mês havia festivais importantes; o primeiro dia do mes era a Festa das Trombetas, o décimo era o Dia da Expiação, e os dias 15—21 eram a Festa dos Tabernáculos. Uma vez que a festa da dedicação do templo foi celebrada por "mais sete dias", é possível que tenha sido celebrada imediatamente após a Festa dos Tabernáculos (Salomão sem dúvida não teria ignorado a observância do Dia da Expiação—vide Nm. 29):
a. É óbvio que o templo (e o próprio Deus) foi o ponto focal da celebração, e depois o rei que o tinha construído. Como a passagem como um todo termina no v. 66?
b. O que essa dedicação do templo significou para o povo?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Pôs-se em pé e abençoou em alta voz toda a assembléia de Israel, dizendo: 'Bendito seja o Senhor, que deu descanso a Israel, o seu povo, como havia prometido' ” (NVI-PT) (1 Reis 8:55-56)
Na conclusão de suas “orações e súplicas” nesta cerimônia de dedicação do novo templo, Salomão abençoou toda a assembléia de Israel com uma bênção muito comovente (1 Reis 8:56-61). Essa prática ainda existe hoje, especialmente no final dos cultos. Gostaria de compartilhar com vocês sua história e significado:
“Nas Igrejas Protestantes, a bênção do povo por parte do ministro (é pronunciada) durante o culto divino e em sua conclusão. Na Igreja da Inglaterra é dado no final da comunhão, bem como no final do culto. Embora o ministro não pretenda conceder nenhuma bênção, ele ora para que a 'paz de Deus' preserve os 'corações e mentes' das pessoas. Cristo diz à sua Igreja: 'A minha paz lhes dou' (João XIV, 27): o ministro oficiante, como órgão da Igreja, proclama este dom de forma geral, e ora para que ela desça sobre a parte específica da Igreja de Cristo que naquele momento está reunido naquele lugar. A maior parte da bênção usada com mais frequência no final do culto nas igrejas protestantes vem das Escrituras; a primeira parte vem de Phil. iv, 7, e a última parte é uma paráfrase de Num. vi, 24, 25: 'A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e mente no conhecimento e amor de Deus, e de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor; e a bênção do Deus Todo-Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, esteja entre vós e permaneça sempre convosco. Amém.' A grande bênção cristã é a bênção apostólica: 'A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês. Amém.' (2 Cor. XIII, 14). Na Igreja antiga, bênçãos curtas, como 'Bendito seja Deus', 'Bendito seja o nome do Senhor' (mas nunca a Ave Maria), eram usadas com frequência antes do sermão. Depois do Pai Nosso, na Eucaristia, era pronunciada a bênção: 'A paz de Deus esteja com todos vós'."
(CBTEL, Vol. I, 747)
(1) Qual foi a ocasião em que Deus apareceu pela primeira vez a Salomão em Gibeão? (1 Reis 3)
(2) Além de conceder seu pedido de sabedoria, Deus lhe deu uma advertência. Qual foi? (1 Reis 3:14)
(3) Quanto ao sonho que ele teve em Gibeão, "então Salomão acordou e percebeu que tinha sido um sonho." (1 Reis 3:15). O que a Bíblia diz sobre esse sonho nos versículos 9:1-2?
(4) A julgar pelo que Deus disse no v. 3, qual foi o propósito desta segunda aparição?
a. A oração de dedicação de Salomão foi um simples desejo de sua parte?
b. Como Deus respondeu a sua oração?
- O que quer dizer que o templo foi "consagrado"?
- O que significa "Os meus olhos e o meu coração estarão sempre nele"?
(5) Qual foi a bênção pessoal adicional que Deus prometeu a Salomão? (v. 5) Em sua opinião, quanto isso significou para Salomão?
(6) Que condições Deus estabeleceu para Suas bênçãos? (v. 4) Por quê?
(7) Que maldições cairiam sobre Salomão e seu povo se ele ou seus descendentes se afastassem do Senhor? (vv. 7-9)
(8) Por que Deus decidiu adverti-lo naquele momento?
(9) O que aconteceria mais tarde com Salomão? (1 Reis 11:4)
(10) O que aconteceria com a cidade e o templo? (2 Reis 24:3-4; 25:8-9, 21)
(11) A frase “todos os que passarem” (v. 8) obviamente se refere aos gentios: o que eles diriam? Como eles saberiam isso?
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Ouvi a oração e a súplica que você fez diante de mim; consagrei este templo que você construiu, para que nele habite o meu nome para sempre. Os meus olhos e o meu coração estarão sempre nele.” (NVI-PT) (1 Reis 9:3)
Embora Salomão tenha passado sete anos construindo o templo do Senhor e treze anos construindo o seu próprio palácio, eu não acho que isso seja um sinal de que em seu coração ele se importava mais com seu próprio palácio do que com o templo.
O fato de a Bíblia mencionar que os dois projetos foram realizados um após o outro e levaram um total de vinte anos (1 Reis 9:10) mostra que não foram realizados de maneira simultânea. Pelo contrário, foi somente após a conclusão do templo que Salomão começou a trabalhar em seu palácio. Isso nos mostra quais eram suas prioridades e onde estava seu coração. Também nos mostra que Salomão tinha colocado Deus em primeiro lugar no seu coração, pelo menos durante essa etapa de seu reinado.
Além disso, foi após a conclusão de ambos os projetos que Deus decidiu aparecer a Salomão pela segunda vez (1 Reis 9:2). Isso mostra que Deus ainda estava muito satisfeito com Salomão.
Além
do fato de Deus ter ficado realmente satisfeito com Salomão, Sua
segunda aparição (algo que Deus não estava realmente obrigado a
fazer) foi importante pelas seguintes razões:
- Deus queria que Salomão soubesse que suas orações tinham sido respondidas. Se lermos com atenção os sete pedidos que Salomão tinha feito na cerimônia de dedicação (8:31-51), todos eles eram intercessões para as gerações futuras. Uma vez que Salomão tinha intercedido com fé, o Senhor desejava muito dizer-lhe que Ele realmente ouvira todas as suas orações. Nosso Deus é realmente tão bom assim; Ele deseja muito nos informar que Ele ouve e responde às orações.
- Deus também queria que Salomão soubesse que Ele é um Deus fiel, e que cumpriria a promessa que fizera a seu pai Davi: "Nunca lhe faltará descendente para governar Israel" (9:5).
- No entanto, Deus, segundo Sua presciência, também conhecia a fraqueza de Salomão, aliás, a fraqueza de todos os seus descendentes; é por isso que Ele esperava que com esta aparição especial e Suas palavras de encorajamento, Salomão valorizasse o privilégio de Deus ter colocado o Seu nome no templo e ter prometido que Seus “olhos e o [S]eu coração estarão ali todos os dias”, de tal modo que ele O servisse de todo o coração (9:3-4).
De fato, assim como o incenso no templo do Senhor, nossas orações chegam até o céu. Deus ouve e responde às orações e é nosso Deus fiel; podemos contar com isso. Ao mesmo tempo, precisamos estar cientes não só do nosso próprio desejo de que as nossas orações sejam respondidas, mas também do desejo que Deus tem para as nossas vidas — que andemos diante dEle com integridade de coração e justiça (9:4). Nosso relacionamento de amor com Deus é sempre uma via com dois sentidos!