1 & 2 Crônicas
No cânone hebraico, os dois livros de Crônicas originalmente formavam uma única obra chamada "os eventos dos dias" (as primeiras palavras do texto). Na tradução grega do AT (a Septuaginta), eram chamados os dois "Paraleipomena", quer dizer, um suplemento dos dois livros de Samuel e os dois livros de Reis, "uma vez que muitos dos eventos registrados nos livros de Reis também aparecem nestes" (K&D, 375). O título usado em nossas Bíblias é derivado do termo em latim usado por Jerônimo.
De acordo com a tradição, o autor desta obra foi Esdras, uma vez que o livro de Esdras começa com as mesmas palavras que encerram esta obra (compare 2 Crônicas 36:22-23 com Esdras 1:1-3). Como suplemento aos livros de Samuel e Reis, O livro Crônicas omite muito da história do Reino do Norte e, embora ele mencione a história dos reis de Judá, o foco do autor está na adoração de Javé. Com suas alusões aos escritos de vários profetas (incluindo Natã, Aías, Ido, Semaías e Isaías), a mensagem do cronista é clara: a obediência a Deus traz bênçãos, enquanto a desobediência traz desastre e derrota. Era uma lição que os repatriados do exílio, que acabavam de fazer reparações na cidade de Jerusalém e reconstruir o templo, precisavam levar a sério.
É importante notar "que a Crônica foi composta na época de Esdras, e que até aquele tempo, a maioria de todas as famílias e clãs que tinham retornado a Canaã eram das tribos de Judá, Levi e Benjamin" (K&D, 401). Isso também nos ajuda a entender por que a maioria das genealogias é fragmentária e incompleta. Um dos propósitos da Crônica era servir como um documento histórico para os repatriados que tinham voltado para restabelecer suas vidas num território muito menor do que tinha sido a Terra Prometida, outrora ocupada pelas doze tribos; portanto, não há registro de genealogia para as tribos de Dã e Zebulom, e somente um versículo menciona os filhos de Naftali (7:13), três tribos que outrora ocupavam o norte da Palestina, território que a nação já não possuía na época de Esdras .
Grande parte de 1 Crônicas (especialmente os primeiros nove capítulos) é composta de genealogias; como já mencionei na introdução, isso teria sido mais relevante para os repatriados em Jerusalém após o exílio do que é para nós hoje. Apesar disso, eu o encorajo a ler essas genealogias enquanto procuramos refletir sobre alguns dos objetivos do autor ao registrá-las.
Divisões dos Capítulos 1-9: Dos Tempos Primitivos até as Tribos de Israel
I. De Adão a Abraão (cap. 1)
II. Os filhos de Israel, as famílias de Judá e os filhos de Davi (2:1–4:23)
III. A tribo de Simeão e as tribos da Transjordânia (4:24–5:26)
IV. A tribo de Levi (5:27–6:66)
V. As outras tribos ( caps. 7 e 8)
VI. Os antigos habitantes de Jerusalém e as famílias de Saul (9:1–9:44)
1:1-4—Os patriarcas, de Adão a Noé
(1) Por que você acha que o Cronista traçou a genealogia do Povo Escolhido até Adão — o homem que além de ser o ancestral comum de toda a humanidade, também foi a pessoa pela qual o pecado entrou no mundo? (Romanos 5:12)
1:5-23—Os descendentes dos filhos de Noé
(2) Jafé (1:5-7) parece ter sido o ancestral dos "povos que moravam no extremo norte da Europa meridional" (PCD, 402), e não do Povo Escolhido. Que obra de justiça ele fez para ajudar seu irmão Sem? Que bênção ele recebeu? (Gênesis 9:20-27)
(3) Cam (1:8-13), como seus irmãos, foi uma das oito pessoas que foram salvas do dilúvio; foi o ancestral dos egípcios, etíopes, líbios e cananeus. Qual de seus atos provocou a maldição de Noé? (Gênesis 9:20-27)
(4) Sem é o ancestral dos semitas (1:17-23). Que ato de justiça ele fez? Que bênção ele recebeu? (Gn 9:20-27)
1:24-34—Os patriarcas, de Sem a Abraão e seus filhos
(5) Compare 1:24-27 com Gênesis 11:10-26; Qual pode ter sido a razão pela qual o registro no livro de Crônicas não menciona nenhum dos outros filhos de Terá?
(6) Se a Cetura também deu filhos a Abraão, por que somente Isaque e Ismael são chamados “os filhos de Abraão”? (1:28)
1:35-54—Os descendentes de Esaú (os edomitas)
(7) Parece que Esaú e seus descendentes não simplesmente se estabeleceram no Monte Seir; eles também assimilaram os povos indígenas da região, de modo que seus descendentes foram chamados "os filhos de Seir":
a. Por que você acha que o autor bíblico se deu ao trabalho de incluir tantos detalhes sobre os descendentes de Esaú?
b. O que os edomitas fizeram aos israelitas mais tarde em sua história, e qual foi o seu destino? (vide, por exemplo, Amós 1:9, 11; 2:1)
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Foram estes os seus descendentes …. ” (NVI-PT) (1 Crônicas 1:29)
“Nove capítulos de tabelas genealógicas! Que desperdício de espaço! Antes, quão cego é aquele que pensa assim! Nenhuma parte de Crônicas é mais importante do que outra. Essas linhagens tinham uma importância sagrada para todos os judeus piedosos, e com razão, pois sabiam que sua nação era mais do que um simples repositório de uma revelação divina especial; ela possuía maravilhosas promessas divinas que afetavam até mesmo as gerações ainda não nascidas. O próprio cronista sabia muito bem que as genealogias revelam o processo seletivo da eleição divina de Adão, e que a linhagem da aliança com o propósito redentor culminaria no Messias. A preservação do tronco e dos ramos principais da árvore genealógica de Israel tornou-se uma questão vital após o exílio babilônico (a época em que o livro de Crônicas foi escrito). Milhares de famílias tinham sido expatriadas. Os laços tinham sido quebrados. Muitos registros tinham sido perdidos (vide, por exemplo, Esdras ii. 59) e muitos dos arquivos de Judá que não tinham sido destruídos haviam se desintegrado. As listas do nosso cronista servem como um elo entre o período pré-exílico e o período pós-exílico, uma vez que (como se deve entender claramente) o cap. ix. 2-34 refere-se ao repovoamento da Judéia após o exílio. Essa pausa é sinalizada pelos primeiros versículos daquele capítulo, os quais realmente deveriam ser os últimos versículos do capítulo anterior. O Angus Handbook of the Bible comenta: 'Estas tabelas são um registro da linhagem sagrada através da qual a promessa foi transmitida por quase 3.500 anos, um evento sem precedentes na história da raça humana'."
(Explore the Book, J.S. Baxter, 164)
Os descendentes dos filhos de Israel (a lista não começa com Rúben, o filho mais velho, mas com Judá): Embora esta não signifique muito para nós, precisamos entender o quanto significava para aqueles que tinham voltado do exílio naquela época, muitos dos quais eram da tribo de Judá. Por outro lado, também podemos aprender muito com as vidas de muitos desses personagens famosos ou infames e aprofundar nossa compreensão de muitos lugares importantes cujos nomes derivam de alguns desses patriarcas da tribo de Judá.
É útil ler Mateus 1:1-6 junto com este capítulo para não esquecer quais desses descendentes fazem parte da linhagem escolhida.
2:1-2— Os filhos de Israel
(1) Por que o autor bíblico ignorou os dois filhos mais velhos? Por que o papel de Filho Escolhido foi dado a Judá? (Gênesis 49:1-7; 35:22; 34:26)
2:3-5—Os filhos de Judá
(2) O que o autor enfatiza nesta genealogia? Por quê? (Gênesis 38:6-10)
2:6-8—Os filhos de Zerá—o outro filho de Judá
(3) Por que o autor menciona que Acar (ou seja, Acã) era descendente de Zerá? (2:7; Josué 7:1)
2:9-54—Os descendentes de Perez, o filho escolhido de Judá—Sua genealogia continua com os filhos de seu filho Hezrom: Rão, Calebe e Jerameel. Mais descendentes de Hezrom são mencionados nos vv. 21-24:
(4) O que sabemos sobre os ancestrais de Gileade, que deu seu nome à terra de Gileade? (vide K&D, 412) (vv. 21-23)
(5) Os descendentes de Rão (vv. 10-17) — Isto faz parte da genealogia de Jesus Cristo (vide Mateus 1)
a. Com quais das pessoas famosas mencionadas aqui você está familiarizado? (vv. 10-14)
b. Qual pessoa que Mateus destaca em sua genealogia de Cristo não é mencionada aqui? Por que Mateus decidiu destacar até mesmo a(s) mãe(s)?
c. Por que o cronista inclui os descendentes das irmãs de Davi em sua lista? (vv. 16-17)
(6) Os descendentes de Jerameel (vv. 25-41)
a. Qual poderia ser a importância da inclusão da genealogia detalhada dos descendentes de Jará? (v. 35)
(7) Os descendentes de Calebe (vv. 18-20; 42-49) e seu filho Hur (de seu segundo casamento, mencionado no v. 20) (vv. 50-55)
a. Existem certos nomes que, de acordo com os estudiosos, provavelmente deram origem aos nomes das cidades. Tente descobrir quem eram as seguintes pessoas:
- Hebrom (v. 42)
- Efrata/Belém (vv. 19-20, 54)
b. Qual queneu famoso era parente de Moisés? (v. 55; Juízes 1:16)
c. Pelo que são conhecidos os recabitas? (v. 55; Jeremias 35:12-14)
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Estes foram os filhos de Israel: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, José, Benjamim, Naftali, Gade e Aser." (NVI-PT) (1 Crônicas 2:1-2)
É compreensível que os descendentes de Judá tenham recebido mais atenção do cronista do que as outras tribos, uma vez que Judá é a linhagem "escolhida" do Messias (Mateus 1). Também é compreensível que o cronista tenha sido muito seletivo ao compor seu registro, incluindo na genealogia apenas as famílias ou indivíduos mais famosos ou infames da história de Israel. Portanto, sua obra é mais do que um simples documento histórico cujo propósito era ajudar os repatriados a restabelecer suas vidas em Jerusalém e seus arredores com a autorização dos éditos de sucessivos imperadores persas (Esdras 1:1-4; 6:1-12; Neemias 6:9); também pretendia ensinar aos israelitas lições de sua história. No capítulo dois, pelo menos, notamos o seguinte:
- A maldade dos filhos de Judá, incluindo Er e Onã, que Jeová castigou com a morte (2:3-4; Gênesis 38:6, 10): ao contrário dos outros filhos de Israel, esses dois poderiam ter tido o privilégio de serem um antepassado do Messias, mas eles o desprezaram e escolheram o caminho da morte.
- O pecado de Acar ou Acã (2:7; Josué 7:1 e ss.): A menção de Acã serve para destacar o fato de o pecado de um membro de uma comunidade de fé ser que um simples pecado individual: ele tem consequências que se estendem além do pecador e sua família; no caso de Acã, seu pecado levou à derrota de Israel às mãos dos homens de Ai.
- No entanto, há também um lado mais positivo dessa genealogia: A menção dos fiéis recabitas (2:55), que no tempo de Jeremias foram usados por Jeová como exemplo de fidelidade inabalável à obediência aos decretos que seus antepassados lhes havia transmitido (Jr 35:1 e ss.).
Depois de nos dar uma genealogia detalhada de Jerameel e Caleb, os outros dois filhos de Esrom (ver capítulo anterior), o Cronista nos dá detalhes sobre a genealogia da personagem mais importante da linhagem de Rão, a saber, Davi:
3:1-9—Os filhos de Davi
(1) Você consegue contar o número total de filhos que Davi teve?
(2) Quantas esposas ele teve (sem contar as concubinas)?
(3) Embora Davi tenha sido "um homem segundo o seu coração [de Deus]" (1 Sam. 13:14; Atos 13:22), com tantas esposas e concubinas e pelo menos 19 filhos, você acha que foi capaz de ensinar e levar seus filhos ao conhecimento e temor de Deus? Por que ou por que não?
(4) Davi também teria tido muitas filhas. Por que somente Tamar é mencionada nesta genealogia? (v. 9; vide 2 Sam. 13)
(5) Como o estupro de Tamar por Amnom e o posterior assassinato de Amnom por Absalão (que mais tarde tentou usurpar o trono de Davi) apóiam sua resposta à pergunta #3?
3:10-16—Os reis de Judá
(6) Vale a pena notar o seguinte sobre esta porção da genealogia:
a. Os filhos de Josias são mencionados juntos, "porque foi com Josias que cessou a sucessão regular ao trono na casa de Davi... e o reinado independente de Davi chegou ao fim com a morte de Josias" (K&D, 421): O que uma leitura dessa lista teria significado para os repatriados?
b. Na versão de Mateus desta porção da genealogia, ele (obviamente de propósito) omitiu os nomes de Acazias, Joás e Amazias (vv. 11-12; Mat. 1:7-11), para que houvesse somente 14 gerações na linhagem entre Salomão e Jeconias (ou Joaquim). O que ele procurou enfatizar com isso? (Mateus 1:17)
3:17-24—A linhagem real após o exílio
(7) A maioria desses nomes de pessoas que viveram após o exílio são relativamente desconhecidas. Por que o Cronista os incluiu na lista para os retornados? Foi para as gerações que se levantariam depois de sua época?
(8) O descendente mais proeminente de todos nesta lista é Zorobabel (v. 19). Leia também Esdras 3:2; 5:2; Ageu 1:1, 14; Zacarias 4:9. Por que essa genealogia foi importante para Zorobabel e para a obra de reconstrução do templo em Jerusalém?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Todos esses foram filhos de Davi, além dos que teve com suas concubinas, e a filha Tamar, irmã deles." (NVI-PT) (1 Crônicas 3:9)
Quando leio a genealoga em 1 Crônicas 3, lembro-me de que embora os vários reis de Judá (e seu povo) tenham provocado a ira de Deus com sua rebelião contra o Senhor (especialmente sua idolatria) quem realmente plantou as sementes da rebelião no coração da nação foi Davi, o rei segundo o coração de Deus.
Uma vez que ele era um rei piedoso, ele teria estado bem familiarizado com a Lei de Moisés, especialmente a seguinte advertência para reis (como ele): "Ele não deverá tomar para si muitas mulheres; se o fizer, desviará o seu coração" (Deuteronômio 17:17). Apesar dessa advertência, Davi escolheu imitar a cultura de sua época; pior ainda, ele imitou as práticas dos reis das nações ao seu redor ao se casar com muitas esposas e tomar concubinas, provavelmente para fins políticos. É óbvio que algumas dessas mulheres (como Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur, um pequeno reino no nordeste de Basã) não temiam a Deus. As consequências não poderiam ter sido mais trágicas: como este texto nos lembra, foi dessa união proibida por Deus que nasceu Absalão (3:2). “Absalão significa 'pai da paz' ou 'a paz do pai'. O nome foi completamente inapropriado, uma vez que seu portador acabou sendo o perturbador da felicidade de Davi e um rebelde ao seu governo." (JFB, 222)
Lembrei-me das palavras de Malaquias: “Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem. E por que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham cuidado: Ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade” (NVI-PT) (Mal. 2:15). É fato: ao tomar muitas esposas e concubinas, Davi eliminou qualquer possibilidade de produzir "uma descendência consagrada", e a decisão do cronista de destacar Tamar (3:9) nos lembra o trágico estupro e assassinato cometido entre os filhos de Davi, que em sua velhice o obrigaram a fugir para salvar a vida por medo de Absalão. Infelizmente, o velho ditado sempre é verdade: “os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo” (ARC) (Jó 4:8).
4:1-23—Os outros clãs de Judá
Antes de ler este capítulo, gostaria de mencionar o seguinte:
- Trata-se de uma genealogia selecionada dos chefes de família dos descendentes de Judá ainda não mencionados. Entre os "filhos" de Judá cujos nomes seguem o cabeçalho, apenas Perez é seu filho, enquanto Esrom é seu neto, Hur é neto de Esrom, e Sobal é filho de Hur. Carmi provavelmente se refere ao neto de Judá da linhagem de Zerá (v. 1).
- É inútil tentar descobrir quem foram os portadores de alguns desses nomes, que parecem surgir do nada. A razão pode ser que os nomes dos filhos que aparecem no capítulo 3 podem não incluir todos os filhos de cada família. Assim, não temos ideia de quem era o "Etã" em 4:3; tudo o que podemos fazer é supor que os nomes no v. 3 são a continuação da lista dos descendentes de Sobal (v. 2).
- Além disso, o caráter seletivo da genealogia pode se dever ao fato de algumas dessas famílias terem deixado de existir na época de Esdras; nesse caso, seu registro não teria servido nenhum propósito prático para o restabelecimento da vida familiar desses repatriados.
Sugiro que você leia com atenção a lista desses clãs de Judá, observando os detalhes específicos que mais lhe chamam a atenção. Talvez você tenha obervado o seguinte:
(1) Jabez (vv. 9-10)—Jabez, cujo nome significa "afligir" ou "filho de dores", parece ser um dos descendentes de Coz (v. 8) que, por sua vez, parece ser um dos descendentes de Sobal (v. 2).
a. Por que ele recebeu esse nome?
b. De acordo com a antiga tradição hebraica, o nome de uma pessoa parece predizer como será sua vida. À luz disso, como Jabez tentou mudar seu futuro?
c. Que resposta ele recebeu à sua oração? (vide o início do v. 9 e o final do v. 10)
d. Sem especular demais, o que você pode aprender com esse breve interlúdio?
(2) Otoniel, o "filho" de Quenaz (v. 13):—Leia Juízes 3:9-11 e Josué 15:17.
a. Quem foi Otoniel?
b. Como Deus usou este "primeiro juiz" de Israel?
c. À luz da descrição que encontramos tanto em Juízes quanto em Josué, qual foi a sua relação com com Calebe, filho de Jefoné?
d. Nesse caso, o que significa "filho de Quenaz"?
4:24-43—As famílias e cidades da tribo de Simeão
- As famílias da tribo—vv. 24-27
- As antigas cidades da tribo—vv. 28-33
- A migração de algumas das famílias da tribo—vv. 34-43
(3) As famílias da tribo (vv. 24-27)
a. Por que a genealogia de Simeão é tão curta? (v. 27)
b. Leia Números 1-4, comparando o tamanho da tribo de Simeão com o de Judá, já na época de Moisés.
c. Como isso é um reflexo da maldição de Jacó? (Gênesis 49:5-7)
(4) As antigas cidades da tribo (vv. 28-33)
a. Leia Josué 19:1-9 sobre as cidades que a tribo recebeu, incluindo Ziclague.
b. O que aconteceu com (pelo menos parte de) seu território durante a época de Saul? (vide 1 Sam. 27:1-6 e a Nota abaixo)
(5) A migração da tribo (vv. 34-43)
a. Não temos ideia de onde ficava Gedor, salvo que era um lugar anteriormente habitado pelos camitas — descendentes de Cam — povos do norte da África. Que tipo de terra era Gedor?
b. Eles também invadiram a região montanhosa de Seir (ou seja, Edom), exterminaram os amalequitas que não tinham sido exterminados por Saul e "ali vivem até hoje" (v. 43). Isso talvez explique por que eles não foram mencionados no período de repatriação após o exílio.
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
“Mesmo antes do reinado de Davi, os filisteus tomaram Ziclague dos simeonitas e a converteu em propriedade do rei Aquis, que durante o reinado de Saul a entregou a Davi; foi assim que se tornou propriedade dos reis de Judá... O único significado possível da observação é que até o reinado de Davi essas cidades eram propriedade legítima dos simeonitas, mas durante e após o reinado de Davi essa herança legítima dos simeonitas foi expropriada; uma prova histórica atestada dessa limitação de seus direitos é a inclusão da cidade de Ziclague entre as propriedades dos reis de Judá."
(K&D, 434)
"Jabez foi o homem mais respeitado de sua família. Sua mãe lhe deu o nome de Jabez, dizendo: 'Com muitas dores o dei à luz'. Jabez orou ao Deus de Israel: …” (NVI-PT) (1 Crônicas 4:9-10)
Não sei se o que levou o Cronista a inserir de vez em quando alguns interlúdios bastante interessante nestas genealogias foi a sensação de que vários capítulos ininterruptos de informação genealógica teriam sido uma leitura bastante pesada. Em qualquer caso, a história de Jabez é um exemplo desses interlúdios (4:9-10).
Embora devamos ter muito cuidado para não interpretar ou extrapolar demais destes poucos versículos breves que mencionam uma pessoa sobre a qual realmente não sabemos nada, salvo o que está escrito aqui, é evidente que sua mãe sofreu muito ao dar à luz, pelo que deu-lhe o nome Jabez, que significa afligir. Infelizmente, parece que na antiga cultura oriental, o nome de uma pessoa carregava um significado importante que parecia determinar seu futuro, pelo menos no âmbito psicológico. Para se livrar dessa escravidão (pelo menos psicologica), Jabez recorreu à oração a Jeová. Como não sabemos exatamente qual era sua situação, não quero especular sobre o que poderia significar a frase "aumenta as minhas terras" (4:10). No entanto, o resultado de sua oração é claro: “E Deus atendeu ao seu pedido” e “Jabez foi o homem mais respeitado de sua família”.
O objetivo do Cronista ao incluir esse conto em sua genealogia monótona com certeza não foi promover a "teologia da prosperidade"; antes, ele quis nos mostrar que o nosso passado ou família de origem não determina o nosso futuro; ele está totalmente nas mãos de Deus. Se olharmos para Deus e não para os homens, e nem mesmo para a nossa própria capacidade, Ele transformará as nossas vidas. Isso me lembra as seguintes palavras do salmista:
“Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus." (NVI-PT) (Sl.42:11; 43:5)
(1) A razão dada para a sequência desta genealogia (5:1-3)
a. De acordo com essa razão dada no texto, por que a genealogia de Rúben não foi incluída antes da de Judá? (v. 1)
b. A quem foi transferido o direito do primogênito (conforme indicado pela herança da porção dobrada)? (vv. 1-2; cf. Dt 21:7)
c. Por que nem mesmo esta genealogia foi registrada de acordo com os (novos) direitos de primogenitura?
(2) Os chefes da família de Joel (vv. 4-6)—Joel provavelmente era descendente de um dos filhos mencionados no v. 4.
a. O que aconteceu com Beera, um dos chefes de família dos descendentes de Joel? (vide a Nota 1 abaixo)
(3) As famílias dos irmãos de Joel (vv. 7-10)
a. Você talvez queira consultar um mapa do mundo bíblico para ver onde ficava Gileade, e até onde os descendentes de Rúben tiveram que migrar para chegar até o rio Eufrates.
b. Contra quem travaram guerras vitoriosas durante a época de Saul? (vide a Nota 2 abaixo)
5:11-17—Os descendentes de Gade (a outra tribo da Transjordânia)
(4) Que parte da Transjordânia foi ocupada pelos descendentes de Gade?
(5) Como eles a receberam? (vide Deuteronômio 3:12 e ss.)
(6) Onde o cronista conseguiu seu registro genealógico? (v. 17)
5:18-22—O registro da guerra da Transjordânia
(7) Quantos guerreiros tinham as 2½ tribos da Transjordânia (provavelmente na época de Saul, conforme indicado no v. 10)?
(8) Quais eram as populações dessas tribos quando entraram na Terra Prometida? (vide Números 26:14, 18 e 34)
(9) O que pode ter acontecido nos anos seguintes?
(10) Que razão é dada para sua vitória sobre a aliança árabe? (v. 20)
(11) Qual foi a quantidade dos despojos que tomaram?
(12) Quando eles perderam todas as suas terras e posses? (v. 22)
5:23-26—Os descendentes da meia tribo de Manassés (a outra tribo que morava na Transjordânia)
(13) Responda à luz de os chefes das tribos de Manassés terem sido grandes guerreiros e de a população da meia tribo de Manassés ter sido muito grande (vv. 23-24):
a. Por que foram destruídos (junto com as outras tribos da Transjordânia)? (v. 25)
b. Onde eles estavam agora (quer dizer, no tempo de Esdras)? (v. 26)
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la à sua vida?
Nota 1:
Parece que o povo de Israel tinha sido levado cativo três vezes pelos assírios: primeiro por Pul (v. 26), depois por Tiglate-Pileser (vv. 6, 26; 2 Reis 15:29) e finalmente por Salmaneser (2 Reis 17:6; 18:11).
Nota 2:
Originalmente, o termo hagarenos era sinônimo do termo ismaelita, mas mais tarde foi usado para se referir a uma tribo específica de árabes, os hagaritas, que eram os líderes de uma poderosa aliança beduína no deserto. Estes foram derrotados pelos rubenitas, provavelmente com a ajuda das outras tribos da Transjordânia. (Fonte, JFB, 462-463)
“Por isso o Deus de Israel incitou Pul, que é Tiglate-Pileser, rei da Assíria, a levar as tribos de Rúben, de Gade e a metade da tribo de Manassés Hala, Habor, Hara e para o rio Gozã, onde estão até hoje." (NVI-PT) (1 Crônicas 5:26)
É interessante ler como o cronista se defende por não ter mencionado Rúben primeiro em seu registro genealógico. É óbvio que ele teve razão em apontar o pecado de Rúben (de profanar a cama de seu pai [Gênesis 49:4]) que o levou a perder os “seus direitos de filho mais velho” (5:1). Ele também teve razão em mencionar que os direitos de Rúben, o "filho mais velho", haviam sido transferidos para Efraim e Manassés, os dois filhos de José (Gn 48:5). No entanto, ele também insistiu em mencionar Judá antes de todos os outros filhos de Jacó, devido ao seu poder (tinha a maior população entre as tribos) e seu governante escolhido, Davi. (Keil salienta que a gramática nos mostra que a cláusula “que não foi alistado nos registros genealógicos como o primeiro filho” (NVI-PT) (5:1) se refere a José, não a Rúben [vide K&D, 438]). Depois dessa explicação, o cronista reproduz o registro genealógico dos outros filhos de Jacó, começando com as duas tribos e meia que se estabeleceram a leste do rio Jordão — as “tribos da Transjordânia”. Apesar da brevidade (só 26 versículos) deste relato sobre essas tribos, ele contém importantes lições históricas para os leitores.
Um ótimo começo:
Os conhecedores da história de Israel sem dúvida se lembrarão de como essas 2 tribos e meia conseguiram sua terra —fizeram um pedido ousado a Moisés para se estabelecerem a leste do
rio Jordão, sem precisar compartilhar a terra a oeste do rio, ou seja, a
Terra Prometida propriamente dita (Números 32:1-5). Isso não quer dizer que não queriam lutar e expulsar os cananeus como as outras tribos, mas
simplesmente que gostavam da terra que tinham adquirido por meio de
sua vitória sobre o rei Ogue de Basã. Eles
juraram unir-se a seus irmãos na luta até eles possuirem grande parte da
Terra Prometida (Números 32:25-27). E isso foi o que fizeram, cumprindo sua
promessa com muito sacrifício, pois tiveram de deixar as famílias e
adiar o gozo do descanso por vários anos (Js 22:1-3).
Um grande avivamento:
Embora não tenhamos ideia do que aconteceu com eles durante os 300 anos sob os
juízes, lemos que o número de combatentes diminuiu marcadamente. A
população combinada das tribos de Rúben e Gade (sem contar a tribo de
Manassés) foi de 84.230 quando entraram na Terra Prometida (Números 26),
mas agora, mesmo com a metade da tribo de Manassés, eles tinham um
total de somente 44.760 combatentes (5:18). Mas já tinha começado a época de Saul (v. 10), e
sob a liderança espiritual de Samuel, essas tribos com certeza
aprenderam a confiar em Jeová e reconhecer que “a batalha era de Deus”
(5:22). O resultado foi uma vitória decisiva sobre a poderosa aliança
árabe no deserto e uma enorme quantidade de despojos que lhes permitiu experimentar um
longo período de prosperidade.
Um fim trágico:
Mas quando o reino do povo de Deus foi dividido em dois, essas tribos
optaram por não seguir a casa de Davi (1 Reis 12:20); juntamente com o
restante de Israel, "foram infiéis para com o Deus dos seus antepassados e se prostituíram, seguindo os deuses dos povos"
(5:25). O resultado foi muito trágico: parece que eles estiveram entre os
primeiros a serem levados cativos pelos assírios para "Hala, Habor, Hara e para o rio Gozã” (NVI-PT).
Além disso, quando muitos israelitas que haviam sido exilados já tinham
retornado a Jerusalém e Judá sob Ciro (durante a época de Esdras e
Neemias), estas tribos ainda estavam na terra de seu exílio (5:26).
Quase consigo ouvir o suspiro do Cronista (provavelmente Esdras) ao escrever estas últimas palavras sobre as duas tribos e meia.
6:1-30—Os descendentes de Levi
(1) Quem são os três filhos de Levi? (v. 1)
(2) A julgar pela lista de chefes de família nos vv. 3-15, por que você acha que os quatro filhos (os descendentes de Coate) foram mencionados primeiro?
(3) Os vv. 3-15 são basicamente uma lista dos filhos de Aarão. Por que essa lista é tão importante?
a. De acordo com os vv. 48-53, quais eram suas principais funções? (Aliás, eles são os sumos sacerdotes de Israel.)
b. Como seus deveres eram diferentes dos dos outros levitas?
(4) Os vv. 16-19 contêm uma lista dos netos de Levi por meio de seus três filhos, Gérson, Coate e Merari, seguida por uma pequena lista com a seguinte informação:
a. Os descendentes de Gérson por meio de seu filho Libni (vv. 20-21)
b. Os descendentes de Coate por meio de seu filho Aminadabe (provavelmente outro nome para Isar, vv. 22-24), com um tratamento mais detalhado da linhagem dos outros filhos de Elcana (vv. 25-28)
c. Os descendentes de Merari por meio de seu filho Mali (vv. 29-30)
(5) Os vv. 31-47 contém uma lista dos músicos do templo:
a. Na sua opinião, por que Davi foi tão cuidadoso em estabelecer um sistema tão elaborado para o ministério da música "diante do tabernáculo", que provavelmente era equivalente a um trabalho de tempo integral para esses levitas? (v. 32)
b. Que papel a “música eclesiástica” tem desempenhado na história do cristianismo, em sua igreja e em sua própria vida?
- O músico principal era Hemã, um dos descendentes dos coatitas (vv. 33-38).
- À direita dele ficava seu colega Asafe, um dos descendentes de Gérson (vv. 39-43).
- Parece que à esquerda dele ficava Etã, dos descendentes de Merari (vv. 44-47).
c. Pelo menos 12 dos salmos compostos por esses músicos passaram a fazer parte das Sagradas Escrituras. Sugiro que você procure no Livro dos Salmos e encontre um desses salmos com a ajuda do cabeçalho. Em seguida, leia o salmo para ver o tipo de relacionamento que alguns deles tiveram com Jeová. (O Salmo 73 talvez seja o mais famoso dos doze.)
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Estes são os homens a quem Davi encarregou de dirigir os cânticos no templo do Senhor depois que a arca foi levada para lá." (NVI-PT) (1 Crônicas 6:31 )
Você já se perguntou por que Davi designou 4.000 do número total de 38.000 levitas para serem músicos que cantavam e tocavam instrumentos musicais durante a adoração de Jeová? (1 Crônicas 23:5)
Eu acho que não teve nada a ver com o fato de David ter sido amante da música. Antes, foi porque Davi reconhecia que Deus nos deu o dom da música como um meio de expressar as nossas emoções mais íntimas — sejam alegres ou tristes — especialmente quando não podem ser expressas adequadamente com palavras.
Os muitos salmos escritos por Davi (os quais provavelmente foram escritos para serem cantados ou tocados por um ou mais instrumentos musicais) são evidência de que ele usava a música para expressar seu louvor, amor, tristeza e até mesmo seus ressentimentos a Jeová.
Mas além disso, esses salmos também foram compostos para serem cantados e/ou tocados de forma coletiva a fim de unir a comunidade de fé num só coração em sua adoração ao Senhor.
A Bíblia também nos dá a entender que a música pode ser usada não só para acalmar a alma, mas também para afastar o espírito maligno (1 Sam. 16:23).
Na minha própria experiência de conversão, crescimento em Cristo e até mesmo preservação de um espírito pacífico, a música tem desempenhado um papel importante. Aliás, meu relacionamento com a música é um bom indicador do estado de meu relacionamento com o Senhor. Durante muitos anos após a entrega da minha vida ao ministério pastoral, a agitação e o peso das minhas responsabilidades endureceram meu coração—não tinha paciência e compaixão pelas pessoas ao meu redor, e meu relacionamento com o Senhor foi reduzido à pura obediência.
Depois de ceder à pressão do tempo, precisei participar de um seminário de duas semanas fora de casa para poder ver o quanto estava exausto. Enquanto tocava piano no salão com outro pastor, de repente percebi que tinha passado muitíssimo tempo sem uma canção no coração. Depois de lutar com essa condição por muito tempo (aliás, mais 16 anos), o Senhor finalmente me despertou certa manhã chamando a atenção para a letra de uma canção que eu não cantara há muitos anos. Desde então, não só tenho recuperado a canção no coração; também tenho começado minha jornada para recuperar meu “primeiro amor” pelo Senhor (Ap 2:4).