Nesta semana começaremos o nosso estudo de 2 Crônicas no Antigo Testamento.
2 Crônicas 1-9
Como já foi mencionado, na Bíblia hebraica os livros de 1 e 2 Crônicas formavam um único livro. Uma vez que 1 Crônicas termina com a história de Davi, 2 Crônicas começa com a história de Salomão (capítulos 1-9). Quando comparamos esses capítulos com a descrição do reinado de Salomão em 1 Reis 1-11, observamos que o Cronista optou por omitir muitos dos eventos do reinado de Salomão, sendo os seguintes alguns dos mais notáveis:
- a sucessão de Salomão ao trono como resultado da tentativa de usurpação de Adonias (caps. 1-2)
- seu casamento com uma princesa egípcia (3:1)
- sua sabedoria para julgar (3:16-28)
- seus administradores públicos (4:1-34)
- a construção de seu palácio (7:1-12)
- sua idolatria e seus adversários (11:1-40)
No entanto, o cronista também acrescenta muita informação sobre a construção e consagração do templo. Assim, parece que o cronista procura enfatizar o processo de construção e consagração do templo, um tema que teria sido mais relevante para o seu público imediato — os repatriados do exílio que procuravam restabelecer o culto permanente no templo reconstruído; daí o comentário em 5:9 de que "Essas varas [da arca] eram tão compridas que as suas pontas se estendiam para fora da arca e podiam ser vistas da parte da frente do santuário interno ... e elas estão lá até hoje".
(1) O v. 1:1 serve como um título que resume o reinado de Salomão:
a. Quais ênfases o cronista queria que soubéssemos com relação ao reinado de Salomão?
b. Por quê?
(2) Enquanto 1 Reis 3:4 menciona simplesmente que Salomão ofereceu um grande sacrifício no altar, o Cronista dá mais informação. Reflita sobre o seguinte:
a. De acordo com o Cronista, o que realmente aconteceu? (v.2)
b. Embora o cronista não tenha registrado exatamente o que Salomão disse a todo o povo de Israel, o que suas ações ao oferecer seu grande sacrifício naquele momento específico (vários anos depois de ter herdado o trono de Davi) mostraram ao povo?
(3) Onde Salomão ofereceu seu sacrifício a Jeová? Por quê? (vv. 3-6; vide a Nota abaixo)
(4) Tanto este texto quanto o de 1 Reis 3:5 deixam claro que Deus apareceu a Salomão no próprio local do sacrifício (Gibeom).
a. O que as ações de Salomão em Gibeom significaram para Jeová?
b. O que Jeová ofereceu a Salomão como consequência disso? (v. 7)
c. Isso realmente foi um dom, ou foi um teste? Foi ambos? Por quê?
(5) Deus nunca fez essa mesma pergunta a nenhum outro rei de Israel:
a. Você acha que Salomão esperava que Deus fizesse tal oferta?
b. Sua resposta foi algo que pensou naquele momento ou representou o desejo de seu coração? Por quê?
c. Se o Senhor fizesse a mesma pergunta para você hoje, qual seria sua resposta?
(6) Vale a pena refletir um pouco mais sobre resposta de Salomão: (vv. 8-10)
a. Como Salomão encarava seu reinado? (v. 8)
b. Ele pediu a Deus que confirmasse sua promessa a Davi: A que promessa ele estava se referindo? (leia o relato mais detalhado da promessa de Deus a Davi em 2 Samuel 7:11-16)
c. De todas as coisas que Salomão poderia ter pedido a Jeová, por que ele pediu apenas sabedoria e conhecimento? (v. 10)
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Os altos eram lugares de sacrifício e oração que os homens construiam nas partes mais altas das colinas porque pensavam que ali estariam mais próximos da Divindade. No entanto, os altos de Salomão eram consagrados à adoração de YHWH, sendo em essência diferentes dos altos dos cananeus, os quais eram consagrados a Baal. No entanto, sacrificar nesses altos era proibido pela lei, que estipulava que o único lugar onde era permitido oferecer sacrifícios era aquele que o próprio Jeová havia escolhido para revelar o Seu nome (Lv 17:3 e ss.). No entanto, neste caso o sacrifício foi desculpado porque ainda não se havia construído casa (templo) alguma ao nome de Jeová. Observe também que naquela época o Tabernáculo de Moisés estava em Gibeom (1 Crônicas 16:39; 21:29), embora a arca (que Davi havia levado para a Cidade de Davi) estivesse na tenda que Davi havia levantado para ela em Jerusalém. (2 Sam. 6:16-17).
"Dá-me sabedoria e conhecimento, para que eu possa liderar esta nação, pois quem pode governar este teu grande povo?" (NVI-PT) (2 Crônicas 1:10)
Deus disse a Salomão: “Peça-me o que quiser, e eu lhe darei” (1:7). Isso me lembra o que Herodes disse a sua filha quando esta o agradou: “Peça-me qualquer coisa que você quiser, e eu lhe darei” (Mc 6:22). É claro que não estou tentando comparar Jeová com o iníquo rei Herodes; simplesmente quero mostrar o quanto Jeová gostava de Salomão. Aliás, assim é o coração de um Pai. Um pai quer fazer tudo o que pode por seus filhos amados!
Naturalmente, a nossa pergunta é esta: o que Salomão fez para agradar tanto a Jeová? A Bíblia já nos deu a resposta: “Salomão amava o Senhor, o que demonstrava andando de acordo com os decretos do seu pai Davi” (1 Reis 3:3). E Salomão mostrou isso com sua resposta surpreendente a esta oferta tão generosa de Deus: “Dá-me sabedoria e conhecimento, para que eu possa liderar esta nação, pois quem pode governar este teu grande povo?” (2 Crônicas 1:10).
O rei não pediu longevidade, riqueza ou a morte de seus inimigos (1:11) — somente o mais essencial para cumprir o chamado que Jeová lhe dera—governar o povo, que era de Deus e não dele!
Salomão sabia que não devia perseguir ou se preocupar com a longevidade, a riqueza ou a estabilidade de seu reino, coisas que estavam nas mãos de Deus, senão com o que estava em suas próprias mãos (pelo qual ele teria que prestar contas), sua forma de governar o povo. Ele também entendia que o povo não era dele, mas de Deus. Em outras palavras, ele sabia que, na verdade, o reino não era dele, mas de Deus. Portanto, o que ele pediu e buscou acima de tudo foi o reino de Deus e a Sua justiça (Mt 6:33). Não é de admirar que isso tenha agradado tanto a Jeová, e que Deus respondeu dando-lhe muito mais do que ele pediu— acrescentou riqueza e honra (1:12).
E você? Qual seria sua resposta se o Senhor lhe fizesse a mesma pergunta hoje? Motivos para reflexão!
(1) O que Jeová disse que o pedido de Salomão representava? (v. 11a)
(2) De acordo com Jeová, que desejos normalmente havia nos corações dos reis? (v. 11b)
(3) Qual desejo há no seu coração hoje?
(4) Uma vez que o desejo do coração de Salomão era correto, o que mais Deus lhe concedeu?
(5) Como isso faz eco do que Deus promete conceder em Mateus 6:33?
(6) Ontem refletimos sobre a pergunta de se a oferta de Deus a Salomão para lhe dar o que quer que ele pedisse foi "um dom ou um teste". O que você diria sobre a oferta de Deus no v. 11?
a. Foi um dom ou um teste?
b. Foi ambos? Por quê?
(7) Após seu sacrifício em Gibeão e seu encontro com Jeová, Salomão voltou a Jerusalém (v. 13); 1 Reis 3:15 acrescenta que “ele se pôs diante da arca da aliança do SENHOR, e ofereceu holocaustos, e ofereceu ofertas pacíficas, e deu um banquete a todos os seus servos”. O que suas ações talvez representem?
(8) Os vv. 14-17:
a. Qual é o tema deste trecho?
b. Como ele confirma o título que resume o reinado de Salomão em 1:1?
c. Foi uma coisa boa ou ruim? Por quê?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
" você receberá o que pediu, mas também lhe darei riquezas, bens e honra, como nenhum rei antes de você teve e nenhum depois de você terá." (NVI-PT) (2 Crônicas 1:12)
É óbvio que o coração de Salomão foi tão reto que Jeová lhe deu muito mais do que ele desejava e cumpriu Sua promessa ao torná-lo "muito poderoso" (1:1).
No entanto, sabemos que Salomão acabou cedendo aos prazeres sensuais, e que como consequência “seu coração já não era totalmente dedicado ao Senhor, o seu Deus” (1 Reis 11:4). É impossível não perguntar: "Essa recompensa de Deus foi uma bênção ou uma maldição?"
Eu acredito no seguinte:
(1) Não podemos nem devemos culpar Deus pelas nossas próprias ações ou decisões. Embora Salomão pareça ter sido vítima de seu sucesso e riqueza, no final das contas, ele mesmo escolheu suas ações. Muitos outros personagens bíblicos, entre os quais Jó e Abraão, também tiveram grandes riquezas, mas permaneceram totalmente dedicados a Jeová.
(2) Efetivamente, o sucesso e as riquezas são sempre um "teste" da nossa devoção única Àquele que nos deu essas bênçãos. É tão fácil amar as bênçãos em vez de amar Aquele que abençoa—Jeová. É por isso que o sábio autor faz o seguinte pedido a Jeová em seu provérbio:
“Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus." (Prov. 30:8-9)
Nesse sentido, ele era mais sábio que Salomão!
O relato sobre a preparação feita por Salomão para a construção do templo também está registrado em 1 Reis 5:1-18. Embora existam diferenças óbvias entre os dois relatos, essas diferenças apenas destacam o fato de cada relato ter focos e ênfases diferentes. No caso de Crônicas, é útil ter em mente que o público imediato são os exilados que o cronista procurou encorajar a fim de restabelecer uma adoração plena e permanente a Jeová no templo reconstruído.
2:1-10—Salomão pediu ajuda a Hirão, rei de Tiro (uma região que incluía Sidom)
(1) 1 Reis 5:1 explica o contexto em que Salomão fez seu pedido a Hirão. Qual foi?
(2) Com que fundamento Salomão fez esse pedido? (v. 3)
(3) Aqui, Salomão explica o propósito do templo que ele queria construir para Jeová (vv. 4-6).
a. Por que Salomão disse que estava prestes a construir um templo “ao nome do Senhor, o meu Deus”? Por que ele não disse simplesmente um templo ao Senhor, meu Deus ?
b. A que este templo seria dedicado? (v. 4)
c. Portanto, como seria diferente de todos os outros templos dedicados a outros deuses?
d. Que razão Salomão deu para querer construir um templo tão luxuoso? (v. 5)
e. Como Salomão esclareceu o caráter único deste templo? (v. 6)
f. Em sua elucidação, como Salomão "evangelizou" o rei Hirão?
(4) O pedido e a promessa de Salomão (vv. 7-10)
a. Que tipo de pessoa ele pediu ao rei Hirão que lhe enviasse? (v. 7)
b. Que materiais ele requereu do rei Hirão? (vv. 8-9)
c. Sob os termos desse acordo, o que Salomão prometeu em troca? (v. 10)
2:11-16—A resposta escrita do rei Hirão
(5) Em sua resposta escrita, que título ele usou para se referir ao Deus de Israel em seu louvor? (v. 12)
(6) Você acha que foi um simples caso de conveniência política? Por que ou por que não?
(7) Quem o rei Hirão enviou para esta importante obra? A ascendência étnica dessa pessoa foi uma coincidência? Por que ou por que não?
(8) Esse homem tinha habilidades impressionantes (vv. 13-14): Tente fazer uma lista de todas as suas habilidades. Como você chamaria uma pessoa como ele?
2:17-18—Os trabalhadores estrangeiros recrutados por Salomão
(9) Que preparações Davi tinha feito para recrutar trabalhadores estrangeiros para esta obra? (1 Crônicas 22:2)
(10) Essas pessoas provavelmente eram "descendentes dos cananeus que não haviam sido exterminados" (K&D, 584):
a. Como eles teriam se sentido ao serem “forçado[s]” a fazer esse trabalho?
b. Eles teriam se sentido como os escravos hebreus durante seu tempo no Egito? Por que ou por que não?
c. Como teriam se sentido se alguns já tivessem adotado o Deus de Israel como seu?
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Agora, envia meu senhor a teus servos o trigo, a cevada, o azeite e o vinho que o meu senhor prometeu." (NVI-PT) (2 Crônicas 2:15)
Não há dúvida de que Salomão foi um rei muito sábio; no entanto, na minha opinião, Hirão também foi um governante muito sábio.
Ao ajudar Salomão a construir o templo de Jeová, ele conseguiu fechar um importante acordo comercial internacional: ele fornecia a Salomão os recursos naturais de sua terra—a famosa madeira de cedro do Líbano — bem como seus artesãos. Em troca, ele recebia uma grande quantidade de alimentos e bens valiosos no melhor azeite. De acordo com o relato em 1 Reis 5:6, Salomão inicialmente ofereceu pagar o salário dos homens de Hirão, mas Hirão sabiamente recusou, preservando assim a lealdade de seu povo e mantendo-os sob seu controle direto. Além disso, essa aliança com Salomão lhe garantiu a proteção dessa poderosa nação crescente e, sem dúvida, deu-lhe acesso a muitas rotas comerciais importantes que levavam ao Egito e ao rio Eufrates.
No entanto, o maior benefício que obteve foi o privilégio de ser usado na construção do templo de Javé, o Único Deus Verdadeiro. É provável que ele tenha adorado o Deus de Israel como o Deus que fez o céu e a terra (2:12) devido a uma fé genuína, e não por conveniência política.
Você talvéz queira consultar o diagrama abaixo ao ler sobre as dimensões, materiais e móveis do templo. Abaixo estão as principais medidas expressas em metros e pés (aproximadamente 1 côvado = 1,5 pés [0,5 m]).
3:1-7—A estrutura principal do templo
(1) Onde o templo estaria localizado? Por quê? (v. 1)
(2) Qual o outro simbolismo importante do monte Moriá? (vide Gênesis 22:2-14)
(3) A seguinte tabela (uma compilação feita dos dados encontrados em 1 Reis 6 e 2 Crônicas 3) contém as medidas especificadas para o edifício e suas partes:
Comprimento | Largura | Altura | |
O templo propriamente dito | 27m | 9m | 14m |
O Pórtico da entrada | 6m | 9m | 14m |
| 2m | 2m | |
| 3m | 2m | |
| 3,2m | 2m |
(4) Quais foram os principais materiais usados para enfeitar o templo? (vv. 5-7) O que isso sugere?
3:8-14—O Lugar Santíssimo
Comprimento | Largura | Altura | |
O templo propriamente dito (v. 3) | 27m | 9m | 14m |
A sala principal (v. 4) | 18m | 9m | 14m |
O Santuário interior | 9m | 9m | 9m |
(5) Quanto ouro Salomão usou para construir o Lugar Santíssimo? (vv. 8-9)
(6) Os dois querubins tinham 2m (7,5') de comprimento, 4,6m (15') de largura e 4,6m (15') de altura. Qual era a importância simbólica desses dois querubins? (vide Gênesis 3:24; Êxodo 25:20; Isaías 37:16 e Hebreus 9:5)
(7) Qual era o propósito da cortina, e o que ela simbolizava? (Êxodo 26:33)
(8) Quando a cortina do Segundo Templo foi rasgada? O que isso simbolizou? (Lucas 23:45)
Vv. 15-17—As colunas de bronze do pórtico—Suas medidas eram 8m (27') de altura x 5,5m (18') de circunferência. A altura dos capitéis superiores era de 2,3 m (7,5'):
(9) Leia sobre os detalhes artísticos que seriam usados na construção. Por que até mesmo as colunas de bronze precisaram ter enfeites tão elaborados?
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Então Salomão começou a construir o templo do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor havia aparecido a seu pai Davi." (NVI-PT) (2 Crônicas 3:1)
Não há dúvida de que a escolha do monte Moriá como local do templo foi sumamente apropriada, pois foi o local que Jeová escolheu para revelar Sua presença e satisfação a dois dos mais importantes “pais” de Israel, pessoas com quem Deus fez e renovou (respectivamente) Sua aliança. Além disso, ambos incidentes também encapsulam o que é o verdadeiro espírito de adoração.
Abraão estave disposto a oferecer seu único filho, Isaque, no altar a Jeová—um ato de entrega total a Deus que, sem dúvida, é o verdadeiro espírito de adoração (Gn 22). Como resultado, Jeová não só apareceu a ele por meio do Anjo de Jeová, mas também providenciou um cordeiro para tomar o lugar de Isaque, uma poderosa figura do verdadeiro Cordeiro de Deus, o Filho unigênito de Deus, Jesus Cristo, que tira o pecado do mundo. (João 1:29).
O cronista também nos lembra que Deus revelou Sua presença e Sua aceitação da oferta de Davi nesse mesmo lugar (1 Crônicas 21:26), ainda que, neste caso, o ato de adoração de Davi não tenha sido resultado de sua entrega total a Deus, mas à sua desobediência. Mas apesar disso, Deus aceitou plenamente sua adoração, devido à sua contrição genuína e ao sacrifício que ofereceu. Isso também expressa o que é um verdadeiro espírito de adoração.
Portanto, a localização do templo era um poderoso lembrete para todos os filhos de Israel de que Deus estaria com eles para aceitar sua adoração e revelar Sua presença, contanto que eles se aproximassem dEle com o mesmo espírito de Abraão (de entrega total) ou de Davi (de uma verdadeira contrição).
Você pode estar se perguntando: uma vez que o templo foi completamente destruído no ano 70 d.C., como e onde os filhos de Deus podem adorá-Lo? Visto que o Senhor Jesus veio para oferecer o sacrifício definitivo em nome de toda a humanidade, Ele deu a seguinte resposta a essa pergunta: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura” (João 4:23).
Em outras palavras, os corações de todos os que crêem em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador tornaram-se o "Monte Moriah" no qual Deus tem o prazer de revelar Sua presença e aceitar a nossa adoração diária, mesmo neste exato momento!
Agora, o cronista descreve a mobília do templo de Salomão de forma resumida (vide o diagrama do templo). Sugiro que você também leia o relato paralelo (mais detalhado) em 1 Reis 7:23-26 e 38-50.
4:1-10—O altar, o tanque e as pias de bronze
(1) As medidas do altar de bronze eram 9m x 9m x 4,6m (30'x30'x15'), enquanto o tanque de bronze tinha um diâmetro de 4,6m (15'), uma altura de 2,3m (7,5') e uma circunferência de 14m (45') (vv. 1-6).
a. Para que servia o tanque (ou reservatório)? (vide v. 6; Êxodo 30:18 e ss.)
b. Qual teria sido a importância simbólica dos 12 touros sobre os quais ficava este tanque usado pelos sacerdotes que se preparavam para servir? (Observe de todos os animais usados como sacrifícios, os touros eram os mais caros.)
c. Para que serviam as dez pias? (v. 6)
(2) Os candelabros de ouro (vv. 7-8)
a. Quantos havia? Qual era sua função prática?
b. Qual era a importância de sua função simbólica? (vide Apocalipse 1:20; 2:5; Zacarias 4:1-6)
(3) Os pátios (vv. 9-10)—Quando comparamos os móveis do antigo templo com os edifícios eclesiásticos de hoje, uma das principais diferenças é a ausência no templo de cadeiras ou bancs:
a. O que isso nos mostra sobre como a adoração era concebida no Antigo Testamento?
b. Como você responderia hoje àquelas pessoas que geram controvérsias sobre o tipo de cadeiras ou bancos são apropriados para uso na igreja?
4:11-22—Os outros móveis
(4) Você sabe quantos anos Salomão levou para completar a construção do templo? (vide 1 Reis 6:38)
(5) Agora que “acabou Hirão de fazer a obra que fazia para o rei Salomão, na casa de Deus” (4:11), você consegue descrever como ele teria se sentido?
(6) A Bíblia observa que "Salomão os fez em tão grande quantidade que não se pôde determinar o peso do bronze utilizado" (4:18).
a. Você acha que realmente valeu a pena investir tanta mão de obra, tempo e dinheiro para construir e mobiliar um templo tão magnífico? (Considere as próprias palavras de Salomão em 2:5-6, junto com as de Davi em 1 Crônicas 22:4.)
b. Como os repatriados provavelmente se sentiam com respeito ao seu muito menos glamoroso "Segundo Templo"?
c. Com base no relato do Cronista, eles deviam se sentir desanimados ou gratos? Por quê?
d. Qual pode ter sido a mensagem para eles, e qual é a mensagem para nós hoje?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"O tanque ficava sobre doze touros, três voltados para o norte, três para o oeste, três para o sul e três para o leste." (NVI-PT) (2 Crônicas 4:4)
No resumo dado pelo Cronista dos móveis do templo, observamos que os móveis do Lugar Santo e do Lugar Santíssimo eram feitos principalmente de ouro. Embora os do pátio fossem feitos principalmente de bronze, não devemos ignorar o significado de alguns dos símbolos prescritos para a construção destes últimos. Um desses símbolos importantes é o dos 12 touros, sobre os quais ficava o tanque (ou reservatório) de bronze. Gostaria de compartilhar as reflexões de Keil e Delitzsch a esse respeito:
“Este reservatório, que cumpria a mesma função que a pia havia cumprido no tabernáculo, foi providenciado para que os sacerdotes se lavassem (2 Cr. 4:6), ou seja, para que sempre houvesse uma fonte de água para os sacerdotes lavarem as mãos e os pés antes de se aproximarem do altar para cumprir os seus deveres ou entrar no Lugar Santo (Êxodo 30:18 e ss.). Com certeza havia torneiras no tanque, de onde os sacerdotes podiam tirar água para esses propósitos. A forma artística que foi dada ao reservatório correspondia ao seu propósito sagrado. Sua borda, que se erguia sobre ele na forma de um lírio, ressaltava a santidade e a beleza da vida que brotava do santuário. Os doze bois, sobre os quais ficava o tanque, apontavam para as doze tribos de Israel, a nação sacerdotal que se purificava aqui na pessoa de seus sacerdotes, a fim de se apresentar como limpa e santa diante de Jeová. Assim como o número doze é sem dúvida uma alusão às doze tribos da nação da aliança, é impossível ignorar a importância da escolha dos bois, os primeiros e melhores animais sacrificiais, como suportes para o tanque a fim de representar o serviço sacerdotal, especialmente ao serem comparados com a posição dos leões no trono de Salomão (cap. 10:20)."
(K&D, Vol. 3, 75)
(1) Uma vez que o templo foi concluído no oitavo mês do décimo primeiro ano do reinado de Salomão e dedicado no sétimo mês (1 Reis 6:38), quanto tempo Salomão esperou antes de dedicá-lo?
(2) Qual pode ter sido a razão pela qual ele decidiu programar a celebração para o sétimo mês (vide Números 29)?
(3) De onde a arca foi transportada, e onde foi juntada à nova habitação de Jeová? (v. 5 e 3:1)
(4) A arca estivera separada do Tabernáculo desde a época de Eli (1 Sam. 4:17), e não havia sido juntada novamente com o Tabernáculo, nem mesmo durante os reinados de Saul e Davi. Como o povo comemorou seu retorno a uma morada digna? (v. 6) Como você teria se sentido se fosse um dos sacerdotes?
(5) Por que o Cronista mencionou que as varas da arca se estendiam para fora, podendo ser vistas do santuário, e afirmou que "elas estão lá até hoje"? (vv. 7-9) (A palavra "hoje" se refere à época em que o livro de Crônicas foi escrito.)
(6) O v. 10 diz que "Na arca havia só as duas tábuas". Com base numa interpretação literal dessa afirmação (e não há razão para não interpretá-la assim), considere o seguinte:
a. A ausência da vasilha de maná (Êxodo 16:33) e da vara de Arão que tinha brotado (Números 17:10) realmente importava? Por que ou por que não?
b. Qual pode ter sido a mensagem para o público imediato do livro de Crônicas—os repatriados do exílio que buscavam restabelecer a adoração permanente no "Segundo Templo"?
(7) Foi uma grande festa (vv. 11-14):
a. Como o cronista descreve essa grande celebração?
b. Eu acho que as músicas cantadas provavelmente duravam mais e continham mais palavras do que simplesmente “Ele é bom porque sua misericórdia é para sempre” (que provavelmente funcionava como um “refrão” ou era o tema dos louvores):
- Quão apropriadas eram essas palavras para tal evento?
- Este refrão ressoa em seu coração hoje? Por que ou por que não?
c. Como Jeová confirmou o prazer que sentia em habitar no templo de Salomão? (vide também Deuteronômio 4:11; 5:22 e ss.; Êxodo 40:34 e ss.)
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus.” (NVI-PT) (2 Crônicas 5:13-14)
Não há dúvida de que a dedicação do templo foi um momento de muita celebração para Salomão e seu povo. Além de ser a primeira vez que a arca foi reunida novamente com sua morada desde que os filhos de Eli a tiraram do Tabernáculo, também foi a primeira vez que Deus manifestou Sua presença perpétua entre o povo de Israel como seu Deus por meio de uma estrutura permanente.
Sabemos que Deus não pediu ao povo que construísse um templo para Ele; as únicas ordens que deu a Moisés ao respeito foram as de construir uma tenda, e quando foi colocada a arca do testemunho, Deus manifestou Sua presença entre eles. É claro que Jeová fazia mais do que simplesmente manifestar Sua presença de maneira simbólica; Ele com frequência aparecia em forma de nuvem e enchia o Tabernáculo com Sua glória (por exemplo, em Êxodo 40:34-35; Levítico 9:23; Num. 14:10). No entanto, desde a época do Êxodo, 480 anos antes (1 Reis 6:1), esse tipo de manifestação de Jeová em Sua morada, o Tabernáculo, tinha sido pouco mais que uma história transmitida pelas gerações posteriores ao Êxodo. Samuel não tivera o privilégio de ver essa glória de Deus, nem Saul, nem Davi, para não mencionar Salomão.
Mas na dedicação do templo que Salomão havia construído para o Senhor, e diante de todo o povo que se reuniu para celebrar o retorno da arca a esse novo templo, todos viram com os próprios olhos aquilo do qual antes só tinham ouvido falar: “Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus” (5:13-14). Não é de admirar que Salomão tenha ficado tão comovido com essa confirmação de Jeová que fez uma das maiores e mais longas orações de toda a Bíblia (6:14-42).
Nós também ouvimos e lemos
sobre a glória de Jeová, e um dia, como Salomão, veremos essa glória com os
próprios olhos. Nas palavras de Charles Gabriel, o escritor de hinos:
(Consulte a versão bilíngue desta lição.)
6:1-11—A declaração de Salomão
(1) A expressão "nuvem escura" (NVI-PT) se refere à nuvem que encheu o templo:
a. Quando Deus havia dito que habitaria numa nuvem escura? (Vide Êxodo 19:9; 20:21; Deuteronômio 4:11; 5:22 e ss.)
b. Como Salomão interpretou a magnífica aparição de Jeová na nuvem que encheu o templo? (v. 1)
c. Qual foi sua reação? (v. 2)
(2) Deus havia confirmado Sua presença e Seu deleite, e Salomão, antes de fazer sua grande oração, fez um reconhecimento público diante de seu povo (vv. 3-10):
a. Quais são as duas promessas de Deus que ele mencionou? (vv. 5-6)
b. Embora Deus não tivesse escolhido Davi para construir o templo, que promessa Deus lhe fizera sobre o projeto? (vv. 7-9)
c. Embora Deus tivesse cumprido Sua última promessa, o que Salomão tinha feito, e o que representava para ele o templo que acabara de construir para Jeová? (v. 11)
6:12-21—A oração de Salomão—Parte 1, Invocação
(3) A adoração de Salomão (vv. 14-15):
a. A Pessoa de Deus: Como ele louvou e adorou a Deus no v. 14?
b. Como Deus é diferente dos outros deuses? (vv. 14-15)
c. Como essa adoração inicial formou a base para o resto de sua súplica?
(4) O que Salomão fez com base na pessoa de Deus e no que Ele tinha feito
a. Qual foi o pedido pessoal de Salomão? (vv. 16-17)
b. De todas as coisas que ele poderia ter pedido, por que ele pediu isso primeiro?
(5) A adoração de Salomão continua (v. 18).
a. Qual era o contexto dessa adoração?
b. Qual era a essência dessa adoração?
(6) Em poucas palavras, o que Salomão pediu nos vv. 19-21, com base nessa adoração?
a. Que relação existe entre a adoração do v. 18 e os pedidos dos vv. 19-21?
b. A julgar pelos pedidos de Salomão nos vv. 19-21, o que ele considerava como a principal função do templo? (vide Isaías 56:7; Mateus 21:13)
c. Isso deve ser a principal função de uma igreja (e do lugar onde ela se reune) hoje? Por que ou por que não?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu nos céus e na terra!" (NVI-PT) (2 Crônicas 6:14)
Não é incomum que os cristãos se apresentem diante de Deus com orações focadas em suas próprias necessidades ou nas de outras pessoas que amam. Não há nada de errado com isso; afinal, nos aproximamos de Seu trono de graça "a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade" (Hb 4:16).
No entanto, há muitos exemplos onde os salmistas nos mostram que essa não era sua maneira habitual de se chegar diante de Jeová. Independentemente de quão terrível fosse a situação que enfrentavam, ou de quão urgente fosse a necessidade que tinham em mente, eles com frequência iniciavam suas orações com “adoração”, isto é, louvando a Deus por quem Ele é e pelo que Ele tem feito.
Isso é muito importante, tanto para nossa vida de oração quanto para o nosso relacionamento com Jeová. Quando aprendemos a nos aproximar de Deus em primeiro com nossa adoração, experimentamos o seguinte:
- Nossas orações são mais centradas em Deus e menos egocêntricas.
- Quando reconhecemos quem Deus é e lembramos o que Ele tem feito, até mesmo a nossa situação aparentemente terrível empalidece em comparação com Sua grandeza.
- Quando desviamos nosso foco de nós mesmos e fixamos o nossos olhos em quem Deus é e no que Ele tem feito, é provável que nossas orações sejam menos dominadas pelo medo ou pelas reclamações, e mais pela confiança, ou até mesmo pelo louvor.
Em outras palavras, somos capazes de permitir que o Espírito Santo nos guie na súplica ou intercessão “pelos santos de acordo com a vontade de Deus” (Romanos 8:27).
Salomão seguiu o exemplo de Davi a esse respeito quando começou sua grande oração pela dedicação do templo com louvor a Deus por quem Ele é, a saber, o Deus sem igual "nos céus e na terra", tão grande que "os céus, mesmo os mais altos céus, não podem conter-te" (6:14, 18). Ele também louvou a Deus pelo que havia feito, a saber, cumprir Sua promessa feita a Davi diante de seus olhos, colocá-lo sobre o trono de Israel.
Assim, a grandeza e a fidelidade insuperáveis de Deus formaram a base de sua grande oração de intercessão pelo seu povo na dedicação do templo e fizeram com que suas orações fossem mais do que simples desejos de sua parte. Suas orações estavam alicerçados firmemente na pessoa de Deus e no que Ele tinha feito!