Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Neemias 9:1–6

Nesta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Neemias no Antigo Testamento.

Resumo da leitura da semana passada:

Comecemos com uma recapitulação do que aconteceu nos capítulos imediatamente anteriores a este:

A reconstrução das muralhas de Jerusalém foi concluída, apesar de muita oposição: porém, Neemias descobriu que pouquíssimas pessoas residiam em Jerusalém, o que dificultava a defesa da cidade e colocava em dúvida seu futuro. Por isso, Deus colocou em seu coração fazer algo a respeito (7:5) e o primeiro passo foi recuperar o registro oficial da lista de repatriados da época do decreto de Ciro. Enquanto isso, "todo o povo juntou-se como se fosse um só homem" (8:1) (NVI-PT) em Jerusalém e pediu a Esdras (que parece não ter tomado a iniciativa como tinha feito quando voltou 13 anos antes) que trouxesse o Livro da Lei para ler para o povo durante a manhã. Então outros levitas explicaram ou traduziram para que o povo pudesse entender o que estava sendo lido. No dia seguinte, a multidão era menor, composta principalmente de chefes de família, levitas e sacerdotes, que se reuniram para um “pequeno grupo de estudos bíblicos” liderado por Esdras. Naquela reunião eles leram sobre a Festa dos Tabernáculos, e o povo imediatamente começou a se preparar para observar a Festa, que aconteceria em aproximadamente 2 semanas. Eles construíram cabanas ou tendas conforme estabelecido na Lei, e observaram o festival com 7 dias de grande alegria. Em seguida, eles descansaram, conforme o estabelecido para o oitavo dia (isto é, o dia 22 do mês).

(1) De acordo com a descrição em 9:1, qual foi o impacto de observar a Festa dos Tabernáculos, especialmente o oitavo dia de descanso?

(2) Como você explicaria o fato de que na primeira leitura que Esdras fez do Livro da Lei (que foi explicada pelos levitas) o povo respondeu com choro genuíno, mas Neemias lhes deu ordens para se alegrarem em 8:10 (algo que sem dúvida fizeram na alegre celebração da Festa dos Tabernáculos), e mais tarde o povo fez uma lamentação ainda maior, com jejuns, pano de saco e terra sobre a cabeça?

(3) O capítulo dez nos mostra que o povo foi movido a assumir um compromisso muito sério na forma de uma aliança com Deus, na qual eles cumpririam Sua Lei a partir daquele momento. Aqui, depois de expressar sua contrição, tanto pelos pecados de sus pais como pelos seus próprios pecados, eles fizeram uma oração comprida como prelúdio desse compromisso extremamente sério que marcou o tom da vida religiosa da nação durante os siguientes séculos, até a época de Jesus:

a. No prelúdio (ou preparação) para este compromisso solene, o povo leu o Livro da Lei durante uma quarta parte do dia (provavelmente 3 horas), e passou mais 3 horas em confissão e adoração. Você acha que essa sequência tem algum significado? Que impacto você acha que teria em sua vida se você imitasse o que eles fizeram?

b. A Bíblia enfatiza que aqueles que estavam se preparando para assumir esse compromisso eram aqueles que "tinham se separado de todos os estrangeiros" (9:2) (NVI-PT). Por que o autor da Bíblia decidiu enfatizar isso, além de descrever a solene expressão externa de contrição no v. 1?

O resto do capítulo é um registro da oração coletiva do povo como prefácio da aliança ou pacto que estavam prestes a fazer com Deus (capítulo 10). Tente fazer o seguinte ao refletir sobre cada seção desta importante oração:

- Discernir o tema ou ideia destacada de cada seção

- Entender por que o povo o expressou como parte do prefácio ou fundamento do novo compromisso com Jeová

- Tentar se identificar com a sua oração

(4) Vv. 5-6: Adoração

a. Por que eles começaram sua oração com adoração?

b. O que significa " tu és Senhor  [Jeová]" (NVI-PT)? (itálico acrescentado)

c. O povo mencionou que Deus era Criador não só do céu, mas de todo o universo. Faça uma pausa para meditar na imensidão do universo que conhecemos.

d. Deus também é o Criador da terra e dos mares, e tudo o que há neles. Faça uma pausa para pensar na imagem que isso evoca em sua mente.

e. "Tu deste vida a todos os seres" (NVI-PT). Faça uma pausa para refletir sobre o que quer dizer que Deus é o doador da vida para “todos os seres”.

f. A oração deixa de lado mundo físico e começa a falar sobre as coisas espirituais. Quem é Deus?

g. Escreva suas próprias palavras de adoração com base nessas reflexões.

h. Compare as palavras de adoração que você escreveu com aquelas do início desta frase (v. 5). Você se identifica com os sentimentos do povo para com Jeová?

(5) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um arrependimento genuíno e duradouro

"No vigésimo quarto dia do mês, os israelitas se reuniram, jejuaram, vestiram pano de saco e puseram terra sobre a cabeça." (NVI-PT) (Neemias 9:1)

Com certeza é muito estranho ler que depois de celebrar a Festa dos Tabernáculos durante uma semana com tanta alegria (8:17), os israelitas se reuniram espontaneamente, aparentemente sem serem convocados, e expressaram sua contrição de maneira muito comovente —  jejuando, com pano de saco e com terra sobre as cabeças.

É óbvio que isso foi obra do Espírito Santo, pois só Ele pode produzir uma contrição e arrependimento genuínos no coração do homem, especialmente no coração do povo inteiro ao mesmo tempo.

No entanto, o choro e contrição do povo haviam começado antes, no primeiro dia do mês, quando pela primeira vez em muito tempo o Livro da Lei foi lido e explicado a todos. Não sabemos qual porção da Lei eles leram, mas uma vez que Esdras o leu do amanhecer até o meio-dia e foi seguido por leituras adicionais feitas pelos levitas, pode ter sido o Pentateuco inteiro. Sem importar se foram palavras de repreensão ou promessas, sabemos que a experiência de perceber quem é Deus, o que Ele tem feito por nós, quem somos nós e quão longe estamos de cumprir Suas expectativas é poderosa o suficiente para nos fazer cair de joelhos em adoração e arrependimento. Foi o que aconteceu com o povo naquela época.

Embora o choro tenha se transformado em alegria, especialmente devido à celebração da Festa dos Tabernáculos, aquela semana de lembrança da bondade e salvação de Deus, seguida de um dia de descanso e adoração, o que tinha aproximado o povo ainda mais de Jeová. Não podiam deixar de sentir profundamente a necessidade de se arrependerem de forma genuína, não só de sentirem contrição, mas de fazerem um compromisso decisivo como povo de voltar a Deus para sempre, e especialmente ao seguir e obedecer toda a Lei de Moisés.

Para garantir que sua decisão não fosse uma simples reação emocional, o povo decidiu basear seu compromisso na Palavra de Deus e na oração; em seguida, decidiram passar cerca de três horas lendo a Palavra de Deus e três horas de confissão e adoração pública antes de entrarem numa aliança solene com Deus para "seguir a Lei de Deus dada por meio do servo de Deus, Moisés, e a obedecer fielmente a todos os mandamentos, ordenanças e decretos do Senhor, o nosso Senhor" (NVI-PT) (10:29).

Em retrospectiva, o fato de Neemias ter ordenado ao povo inicialmente que parasse de chorar só serviu para mostrar quão genuíno o espírito de contrição que mostraram mais tarde. Desta vez, Neemias não podia e nem tentou detê-los; em vez disso, ele se junto ao povo neste importante compromisso de cumprir com a Lei de Deus perpetuamente.

Já observei muitas vezes que tentamos impor certa aparência de arrependimento e reconciliação na igreja, sem saber que nossas repreensões e exigências de arrependimento não podem produzir nada genuíno e duradouro. Somente o Espírito Santo pode fazer isso.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Neemias 9:7–14

(1) Vv. 7-8: Escolhido pelo Deus fiel

a. Por que era importante lembrar o fato de Deus ter escolhido Abraão?

b. Como e por que Deus escolheu Abraão?

c. Por que o povo chegou à conclusão de que Deus é justo?

d. Qual é a énfase desta seção da oração?

(2) Vv. 9-12: A libertação da escravidão

a. Quanto à libertação do povo da escravidão, quais são os três verbos (ou ações) de Jeová que foram destacados na oração (vv. 9-10)?

b. Ao castigar o Faraó e libertar os israelitas com Seu poder milagroso, Deus alcançou para Si mesmo "renome, que permanece até hoje". Você já percebeu que isso foi um resultado importante do Êxodo? Como você pode aplicá-lo à sua própria salvação?

c. O que aconteceu imediatamente após sua libertação do Egito? (9:12)

d. Qual é a ênfase desta seção da oração?

(3) Vv. 13-14: A entrega da lei

a. Como a Lei foi dada?

b. Por que a oração menciona que as leis são justas, corretas e boas no contexto desta oração e do novo compromisso que fizeram posteriormente?

c. Por que, dentre todas as leis, o povo escolheu destacar o sábado?

d. Qual é a ênfase desta seção da oração?

(4) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Tudo se trata de
Deus, não de nós

"Alcançaste renome, que permanece até hoje." (NVI-PT) (Neemias 9:10)

Esta longa oração, que serve de prefácio ao novo compromisso do povo de seguir a Lei de Deus, é uma das mais comoventes que os israelitas fizeram como povo de Deus.

Ao longo da oração, cada seção é dominada por verbos conjugados na segunda pessoa (que se referem a Deus). É verdade que o povo ainda estava numa situação de cativeiro e angústia (9:37); no entanto, Deus, e não eles mesmos ou sua situação, é o foco de sua oração. Isso representou uma grande mudança de foco em seu relacionamento com Jeová. Eles não estavam mais seguindo e obedecendo a Deus para si mesmos, mas para Ele. Por isso a oração começa com adoração que fala sobre a pessoa de Deus! Ao começar com esta adoração, a oração se centra totalmente em Deus.

Assim, mesmo ao narrar sobre a aliança abraâmica e recapitular os eventos do Êxodo, os verbos conjugados na segunda pessoa aparecem tantas vezes que toda a glória, honra e poder são dados a Ele. Pelo menos esta geração de israelitas parece realmente ter aprendido com erro de seus pais.

E você? Você acredita em Deus por amor a Ele ou por amor a si mesmo? Uma maneira de examinar a si mesmo é pensar em como você orou hoje. Sua oração estava centrada em Deus; seu objetivo principal foi dar glória, honra e poder a Ele, ou você falou principalmente (ou talvez exclusivamente) sobre você mesmo e suas necessidades?

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Neemias 9:15–25

(1) V. 15: A provisão celestial

a. Dentre todas as provisões que Deus tinha feito para o povo, por que a oração destacou a do maná e da água da rocha?

b. Que ideia é destacada nesta seção da oração?

(2) Vv. 16-18: O pecado do bezerro de ouro

a. Como o povo descreveu os pecados de seus antepassados, especialmente a fundição do bezerro de ouro?

b. Qual é a ênfase desta porção da oraçãoos pecados do povo ou a misericórdia de Deus? Por quê?

(3) Vv. 19-21: Os 40 anos no deserto

a. Que ideia é destacada nesta seção da oração? Por quê?

(4) Vv. 22-25: Uma promessa cumprida

a. A oração menciona a entrada do povo na Terra Prometida. Você consegue fazer uma lista de todas as frases cujos verbos estão conjugados na segunda pessoa?

b. Que ideia é destacada nesta seção da oração?

(5) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Se não fosse pela misericórdia de Deus

"Foi por tua grande compaixão que não os abandonaste no deserto." (NVI-PT) (Neemias 9:19)

Ontem refletimos sobre a abordagem teocêntrica desta oração, e apontei as muitas vezes que a oração usa verbos conjugados na segunda pessoa. Esse padrão continua na passagem de hoje (vv. 15-25), onde palavras como "tu" e "teu" são usados pelo menos 23 vezes para se referir a Deus (na versão NVI em inglês).

Esses 11 versículos destacam os pecados dos pais, especialmente o terrível pecado de fundir o bezerro de ouro. No entanto, quanto mais os pecados do povo são destacados, mais isso faz ressaltar a misericórdia de Deus. Aliás, é possível resumir a oração como um todo com estas palavras: "se não fosse pela misericórdia de Deus".

Precisamos lembrar que esta longa oração é o prefácio do novo compromisso do povo de seguir a Deus e Sua Lei. Eles entendiam muito bem que Deus não necessariamente perdoaria os pecados os de seus pais e deles mesmos simplesmente porque tinham decidido segui-Lo. Era somente por Sua misericórdia que Deus podia aceitar a promessa do povo de ser diferente de seus pais e de segui-Lo. Portanto, esta oração constantemente lembra ao povo que se não tivesse sido pela misericórdia de Deus, não teriam voltado a Jerusalém; se não tivesse sido pela misericórdia de Deus, não teriam reconstruído o templo; e se não tivesse sido pela misericórdia de Deus, não teriam reconstruído a cidade.

Portanto, se não fosse pela misericórdia de Deus, este novo compromisso também não seria aceitável ao Senhor.

É óbvio que isso também se aplica a nós, os crentes neotestamentários. Não há nada que possamos fazer para ganhar o favor do Senhor. Nas palavras de Isaías, "todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo" diante dEle (Isaías 64:6). O mesmo se aplica a nós hoje: quando nos aproximamos de Deus, a única coisa que podemos fazer é implorar com base na misericórdia de Deus que foi derramada sobre nós por meio do sacrifício do nosso Senhor Jesus Cristo. Agora Ele é a nossa justiça (1 Coríntios 1:30). Também hoje, só podemos nos aproximar de Deus com base naquele que é a nossa justiça, e não na nossa própria justiça.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Neemias 9:26–35

(1) Vv. 26-27: Libertação apesar do pecado

a. Ao contrário da porção anterior, o v. 26 é marcado por verbos de terceira pessoa (“eles”). Você consegue fazer uma lista de todos os verbos neste versículo que são conjugados na terceira pessoa?

b. No entanto, o que é destacado neste trecho da oração?

(2) V. 28: O padrão recorrente

a. Que padrão recorrente é enfatizado nesta oração?

b. Que ideia é enfatizada neste trecho da oração? Por quê?

(3) Vv. 29-31: A longanimidade de Deus

a. Como os antepassados do povo tinham posto Jeová à prova?

b. Deus realmente tinha ignorado ou feito vista grossa aos seus pecados? Por que ou por que não? Qual é a evidência?

c. Que ideia é enfatizada neste trecho da oração?

(4) Vv. 32-35: As dificuldades eram reais

a. A que dificuldades esta frase se refere?

b. Este trecho é uma confissão dos pecados mais recentes que tinham provocado as dificuldades atuais:

  1. Faça uma lista dos pecados que o povo confessou.
  2. Como esta oração mostra a contrição do povo?
  3. Com que fundamento a oração suplicava pela misericórdia de Deus naquele momento?

(5) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Submeter-se a Deus

Em tudo o que nos aconteceu foste justo; agiste com lealdade mesmo quando fomos infiéis.” (NVI-PT) (Neemias 9:33)

O último trecho desta longa oração apresenta várias características sobre as quais vale a pena refletir:

(1) Um reconhecimento honesto do pecado: Os muitos verbos conjugados na segunda pessoa são substituídos por verbos conjugados na terceira pessoa que se referem aos antepassados do povo que viveram durante a época do reino dividido. O relato sobre os pecados desses antepassados é sincero e gráfico:

a. Lançaram a tua lei para trás das suas costas.

b. Mataram os teus profetas.

c. Fizeram grandes abominações.

d. Tão logo voltavam a ter paz, de novo faziam o que tu reprovas.

(2) Um reconhecimento constante da misericórdia de Deus: Embora este trecho, com seus muitos muitos verbos da terceira pessoa, destaque os pecados do povo, cada seção termina com uma menção da longanimidade de Deus:

a. Tua grande compaixão (v. 27)

b. Tua compaixão (v. 28)

c. Foste paciente com eles (v. 30)

d. Tua grande misericórdia (v. 31)

(3) Uma afirmação da justiça de Deus: Mesmo quando o povo menciona a ruína que ainda estava experimentando resultado do aparente esgotamento da paciência de Deus, a destruição e exílio dos reinos do norte e do sul, em vez de reclamar, eles culparam somente a si mesmos: "Em tudo o que nos aconteceu foste justo; ... quando fomos infiéis" (NVI-PT) (9:33); e

(4) Uma submissão total: O que talvez seja o aspecto mais surpreendente desta oração é que ela é aberta, ou seja, seu único propósito foi servir de plataforma para fazer um compromisso vinculativo de seguir a Deus e Sua Lei a partir daquele momento. Não contem nenhum pedido de que a nação fosse restaurada ou que o governante persa fosse expulso. Embora isso possa ter sido porque era imprudente do ponto de vista político fazer esse tipo de pedido, mesmo assim destaca uma das atitudes mais importantes da oração — a submissão. Em essência, o que o povo quis dizer foi isso:

a. Tu, Jeová, Deus do universo, es o Soberano Senhor.

b. Tu escolheste Abraão e serás fiel até o fim.

c. Tu nos tiraste do Egito; nos colocaste nesta terra prometida.

d. Embora seja certo que nossos antepassados pecaram repetidamente contra Ti, Tu tens sido paciente, tratando-nos somente com compaixão e misericórdia.

e. A razão da nossa desgraça atual é que fomos rebeldes contra Ti e Tua lei.

f. Agora, com esta aliança vinculativa, prometemos voltar a Ti e observar Tua lei.

Deixamos o resto em Tuas mãos sabemos que podemos contar com Tua fidelidade e misericórdia.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Neemias 9:36–10:29

(1) Vv. 36-37: Ainda eram escravos

a. O povo já tinha conseguido reconstruir não só o templo, mas também a cidade. Por que disseram que ainda estavam numa “grande angústia”?

b. Como a conclusão dessa longa oração serviu de transição para o compromisso público do povo de seguir a Lei como nação?

(2) Como eles fizeram dele "um acordo, por escrito" que seria vinculativo?

(3) Quais são os nomes das pessoas que assinaram esta aliança? Embora ninguém saiba realmente o porquê, você notou que o nome de Esdras não estava no documento?

(4) Embora o restante do povo não tenha participado do procedimento oficial de "selar" a aliança, como eles se vincularam a essa aliança? A quem se refere a expressão "o restante do povo"?

(5) Que compromisso eles fizeram naquele momento com relação à Lei de Moisés?

(6) Como esse compromisso é um reflexo das lições que o povo tinha aprendido com o seu passado e presente?

(7) O que você pode aprender com sua própria reflexão sobre a oração no capítulo anterior, e como você pode aplicar em sua própria vida o compromisso feito pelo povo?

Reflexão meditativa
Um povo da Lei (I)

“Esta é a relação dos que o assinaram: Neemias, o governador... os sacerdotes... os levitas... os líderes do povo... o restante do povo... se obrigam sob maldição e sob juramento a seguir a Lei de Deus... e a obedecer fielmente a todos os mandamentos, ordenanças e decretos do Senhor, o nosso Senhor..." (NVI-PT) (Neemias 10:1-29)

Percebe-se nos seguintes detalhes a solenidade com que os israelitas estavam decididos a aprender com os pecados de seus antepassados, bem como seu desejo de ser diferentes, colocando a observância da Lei de Moisés no centro da vida de todo o povo:

(1) A formulação de um acordo por escrito para o efeito, e sua ratificação (provavelmente com as assinaturas de todos os líderes, começando com Neemias, o governador, seguido pelos sacerdotes, os levitas e os líderes do povo; 10:1-27).

(2) A participação de todos os habitantes da cidade e a ênfase está naqueles que eram capazes de entender e naqueles que se separaram dos povos vizinhos (10:28). Isso quer dizer que se tratava de uma decisão consciente feita por todos, precedida de seu ato de arrependimento.

(3) A invocação de uma maldição e juramento, a expressão de sua máxima sinceridade para cumprir seu compromisso (10:29).

Para nos ajudar a entender quão importante e abrangente foi o impacto desse compromisso na história do povo de Deus, deixe-me citar William Barclay:

“Chegou um dia na história da cidade em que essa preeminência da Lei foi, por assim dizer, reconhecida publicamente; houve o que só pode ser chamado um ato deliberado de decisão, pelo qual o povo de Israel se tornou um povo da Lei, no sentido mais exclusivo da expressão. Sob Esdras e Neemias, foi permitido ao povo voltar a Jerusalém, reconstruir sua cidade destruída e retomar sua vida nacional. Quando isso aconteceu, chegou um dia em que Esdras, o Escriba, tomou o livro da Lei e o leu diante deles; foi então que aconteceu algo que foi nada menos que a dedicação nacional de um povo inteiro à observância da Lei... A partir desse dia, o estudo da Lei tornou-se a mais importante de todas as profissões; e o estudo da Lei foi confiado aos homens da Grande Sinagoga, os Escribas….

"...embora fosse evidente que o poder político era impossível, o povo possuía a Lei, e para eles a Lei era a própria palavra de Deus, o maior e mais precioso bem do mundo."
(Barclay, Mateus II, 281/2)

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Neemias 10:30–39

Neste trecho foram estabelecidos compromissos específicos para o povo observar a Lei de Deus e obedecer cuidadosamente a todos os mandamentos, regulamentos e decretos de Jeová:

(1) O primeiro compromisso trata de casamentos mistos com habitantes das cidades vizinhas. Por que isso foi mencionado primeiro entre os compromissos? Quão importante foi esse compromisso?

(2) Ao guardar o sábado, de que pecado específico o povo estava se arrependendo? Quão importante foi esse compromisso?

(3) Em que sentido o próximo compromisso (10:31b) está relacionado à repreensão de Neemias em 5:9-11? Quão importante foi esse compromisso?

(4) Qual foi o próximo compromisso (10:32) (vide Êxodo 30:11–16)? Quão importante foi o impacto desse compromisso? (É possível que a alteração do valor, de meio siclo em Êxodo 30:13 para um terço de siclo aqui, seja simplesmente um reflexo da mudança no sistema monetário que houve ao longo dos anos, especialmente sob o sistema monetário persa.)

(5) Em seguida, os sacerdotes e levitas também se comprometeram a fornecer lenha para o altar, o que parece esclarecer a responsabilidade mencionada em Levítico 1:17 e 6:12 e ss. Uma vez que esse compromisso provavelmente foi uma resposta à sua negligência anterior, o que pode ter acontecido (com relação à apresentação dos sacrifícios no altar) antes de esse compromisso ter sido feito?

(6) O povo então se comprometeu a trazer seus dízimos novamente à casa de Jeová, o que incluía os dízimos anuais das primícias, as ofertas que eram apresentadas no lugar dos primogênitos, etc. Quão importante foi esse compromisso?

(7) Finalmente, o povo estabeleceu a retomada de procedimentos adequados para garantir que os dízimos fossem devidamente coletados e contabilizados, com o objetivo de não negligenciar "o templo de nosso Deus" (10:39). Quão importante foi esse compromisso, especialmente à luz do fato de que o templo provavelmente tinha sido negligenciado durante os 70 anos desde sua reconstrução?

(8) Antes de continuar, pare por um momento para imaginar como teria sido uma nova sociedade na qual o povo de Deus não contraísse mais casamentos mistos com os gentios idólatras ao seu redor e realmente guardasse o sábado, onde a pobreza extrema fosse evitada, onde o culto no templo fosse retomado com as ofertas devidas nos horários estabelecidos e onde o povo desse os dízimos que devia. Quão diferente essa sociedade teria sido do que era antes?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Um povo da Lei (II)

"Não negligenciaremos o templo de nosso Deus." (NVI-PT) (Neemias 10:39)

O caráter único da aliança que o povo de Israel fez sob a liderança de Neemias se deve aos seguintes aspectos (entre outros):

(1) Ao contrário das alianças anteriores feitas sob Moisés (Êxodo 24:3-8; Deuteronômio 29) e Josué (Josué 24:1-25), esta aliança foi uma iniciativa do povo. Deus não tinha convidado o povo a fazer esta aliança; sem dúvida foi uma resposta à convicção do Espírito Santo, e depois da leitura da Lei o povo tomou essa decisão inédita por conta própria. Talvez por isso seu impacto tenha sido tão duradouro e de longo alcance, como observou William Barclay (vide a reflexão meditativa de ontem).

(2) Embora esta aliança não tenha sido selado por aspersão de sangue, como em Êxodo 24, foi assinado por todos os representantes, tanto políticos quanto religiosos, com um compromisso voluntário do povo que incluía uma maldição e um juramento.

(3) Os compromissos não foram formulados em termos vagos, mas em termos muito específicos, obviamente com o objetivo de corrigir aquelas áreas que o povo tinha negligenciado ou violado descaradamente no passado imediato:

a. Casamentos mistos com habitantes das cidades vizinhas (v. 30)

b. Comércio no sábado (v. 31)

c. Não perdoar as dívidas dos outros a cada sete anos (v. 31)

d. Não pagar o (baixo) imposto do templo conforme estabelecido em Êxodo 30:11-16 (vv. 32-33)

e. Não contribuir (no caso dos sacerdotes e levitas) lenha para queimar no altar (v. 34)

f. Não cumprir as responsabilidades básicas dos dízimos, da oferta dos primogênitos, etc. Como resultado, os sacerdotes e levitas não tinham recebido as provisões necessárias e a casa de Deus tinha sido negligenciada (vv. 35-39).

Eu acho que o desejo do povo de observar a Lei sem dúvida agradou a Jeová. No entanto, eles ainda não percebiam que não tinham a força em si mesmos para observar a Lei. Ninguém consegue observá-la! Como resultado, pouco tempo depois da conclusão da aliança (e após uma breve ausência de Neemias), algumas de suas disposições foram violadas de maneira descarada, o que levou Neemias a tomar as medidas mais radicais descritas no último capítulo do livro.

Isso nos mostra que, embora a Lei de Moisés seja boa, seu principal objetivo é nos mostrar e nos conscientizar de nossos pecados (Rm 3:20) a fim de nos levar ao arrependimento e à plena fé em Deus para a nossa redenção por meio de Seu sacrifício prescrito, que é, em última instância, nosso Senhor Jesus Cristo.

Sem importar o quão boa e significativa tenha sido essa reforma liderada por Neemias, o povo da Lei aos poucos degenerou até se tornar um povo do legalismo — uma religião que foi condenada pelo nosso Senhor Jesus Cristo, uma religião que mais tarde O sentenciou à morte.

Esta é uma lição importante que nós também precisamos aprender hoje, pois não defendemos a Palavra de Deus motivados pelo orgulho, mas para que ela nos leve a ver a loucura dos nossos pecados e a necessidade desesperada de confiar em Deus para sermos perdoados e recebermos o poder de que precisamos para viver uma vida que o agrade continuamente — esse é o verdadeiro significado de ser um povo da Palavra.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Neemias 11:1–36

(1) O problema mencionado em 7:4 de que “a cidade era grande e espaçosa, mas havia poucos moradores” (NVI-PT) é resolvido neste trecho. De acordo com os vv. 1-2, quem eram os voluntários e quem não eram?

(2) Por que era tão importante que a cidade de Jerusalém tivesse suficientes habitantes?

(3) Esta foi a primeira vez desde a volta do exílio que Jerusalém foi chamada a Cidade Santa. Qual teria sido a importância adicional desse fato para o repovoamento da cidade?

(4) Aqui, Neemias incluiu uma lista de líderes provinciais que se estabeleceram em Jerusalém (alguns de forma voluntaria e outros não), entre os quais havia pessoas de Judá e Benjamim, sacerdotes, levitas e porteiros. Qual pode ter sido a razão pela qual o versículo 20 enfatiza que o resto do povo (que teria sido a maioria) morava fora de Jerusalém, cada um em sua propriedade ancestral?

(5) Qual pode ter sido a razão pela qual o rei (persa) ordenou que a atividade do templo fosse regulamentada (isto é, mantida), especialmente por meio dos cantores?

(6) O comentário de Jamieson, Fausset & Brown enfatiza que “a região inteira onde estavam localizadas as aldeias mencionadas aqui [em 11:25-30] tinha sido totalmente devastada pela invasão caldeia; portanto, deve-se supor que essas aldeias tinham sido reconstruídas...” (p. 627). Qual pode ter sido a razão pela qual Neemias tomou o tempo para nos dizer que o povo de Judá agora estava morando nelas?

(7) Em resumo, que tipo de situação Neemias descreve neste capítulo, e qual pode ser sua mensagem?

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A
Cidade Santa

"Os líderes do povo passaram a morar em Jerusalém, e o restante do povo fez um sorteio para que, de cada dez pessoas, uma viesse morar em Jerusalém, a santa cidade..." (NVI-PT) (Neemias 11:1)

Quando Neemias terminou a obra de reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém, ele percebeu que era necessário repovoar a cidade para que pudesse funcionar e ser defendido de forma adequada, pois naquela época, “a cidade era grande e espaçosa, mas havia poucos moradores" (NVI-PT) (7:4).

Portanto, Neemias primeiro procurou nos arquivos da cidade e achou a lista daqueles que tinham voltado à cidade inicialmente sob o edito do rei Ciro, mais de 90 anos antes, para ver quem devia residir na cidade, de acordo com seus direitos ancestrais.

A extrema pobreza enfrentada por aqueles que tinham voltado para morar em Jerusalém, junto com a feroz e constante oposição e o atrativo de terras relativamente férteis nas outras cidades de Judá e Benjamim tinham contribuído para a perda de população em Jerusalém ao longo dos 80 anos anteriores.

No entanto, antes de Neemias poder lidar com a questão do repovoamento da cidade, o povo, ao ler e entender a Lei de Moisés, tinha feito o compromisso de observar a Lei de Moisés algo que foi um grande ato de arrependimento. Pela primeira vez desde sua volta a Jerusalém, Neemias a chamou de Cidade Santa. Antes disso, não fazia sentido chamá-la de Cidade Santa, pelas seguintes razões:

- O povo ainda violava a Lei de Moisés de forma descarada.

- Embora o templo tivesse sido reconstruído aproximadamente 60 anos antes, a Lei não vinha sendo lida nem compreendida corretamente.

- O templo não funcionava adequadamente porque não recebia os dízimos estipulados na Lei, nem tinha um número adequado de levitas e sacerdotes para servir, pois muitos viviam "nas cidades de Judá, cada um em sua propriedade" (11:3).

Agora, depois de seu arrependimento como povo, a cidade de Jerusalém podia ser honrada e reverenciada novamente como a Cidade Santa — a cidade que Deus tinha escolhido como Sua morada. Além disso, o capítulo 11 é bastante comovente porque lemos que o povo "abençoou todos os homens que se apresentaram voluntariamente para morar em Jerusalém" (NVI-PT) (11:2).

Embora não saibamos quem eram esses voluntários, acredito que eles incluiriam os líderes mencionados em 11:1. Os líderes devem liderar pelo exemplo, e com o exemplo desses voluntários outros fariam o mesmo. Foi só quando Neemias percebeu que ainda não havia colonos suficientes que precisou lançar sortes para selecionar uma de cada dez famílias para voltar a Jerusalém.

O número total de famílias (se os meus cálculos estiverem corretos) foi de 3.044, e uma vez que uma família judia típica naquela época era grande, o número total de colonos teria sido maior que 15.000 isso representa um crescimento importante na população da cidade.

Estes colonos de fato merecem ser elogiados, pois seguiram os passos de seus pais cerca de 90 anos antes aqueles cujos corações Deus tinha movido (Esdras 1:5) não para si mesmos, mas para o bem da casa de Deus. A única mudança importante que tinha ocorrido na cidade tinha sido a reparação das muralhas; além disso, houve pouca mudança nas circunstâncias da cidade esses homens teriam que começar a reconstruir suas vidas, terras e famílias mais uma vez, e a ameaça da oposição externa não tinha diminuído. Mas agora eles tinham um ao outro eram um povo unido que procurava observar a Lei de Deus para que Jerusalém fosse uma Cidade Santa novamente.