Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Eclesiastes 5:15–6:12

Esta semana terminaremos o nosso estudo do livro de Eclesiastes no Velho Testamento.

5:15-17—O mal das riquezas (continuação)—Parece que o mal mencionado nos vv. 16 e ss. está ligado àquilo que vem antes (v. 14)

(1) No v. 15, Salomão parece fazer eco das palavras de Jó (Jó 1:21):

a. Isso é uma benção ou uma maldição?

b. Como Jó foi capaz louvar a Jeová por essa mesma razão?

(2) O v. 5:17 é um retrato preciso da maioria das pessoas? Por que ou por que não? (Nota: Comer no escuro pode ser uma simples alusão à realidade de jantar sozinho depois de um dia longo e difícil na relativa escuridão do mundo antigo, onde não havia luz elétrica.)

(3) À luz do que é dito nos vv. 16-17, você acha que esse mal é pior para os pobres, ou para os ricos? Por quê?

5:18–6:9 —Desfrutar das riquezas—Salomão contrasta dois tipos de pessoas que têm riquezas.

(4) Quem pertence ao primeiro grupo, aquele que Salomão considera "bom"? (5:18-20)

(5) Quem pertence ao segundo grupo? (6:1-2)

a. Como eles são semelhantes aos do primeiro grupo?

b. Como são diferentes?

c. Salomão explica o que contribui para seus diferentes destinos? O que você acha?

(6) Como alguém pode ter prosperidade (isto é, riquezas, posses, honra [v. 2] e até mesmo muitos filhos [v. 3]) sem poder desfrutá-la, e nem mesmo receber um enterro adequado?

a. Você já conheceu alguém assim?

b. Por que Salomão compara esse tipo de pessoa com uma criança que nasce morta? (vv. 4-6)

(7) Salomão diz que as seguintes descrições sempre serão válidas, sem importar se a pessoa for sábia ou tola, pobre ou rica (vv. 7-9):

a. "Todo o esforço do homem é feito para a sua boca": Quão verdadeira é essa afirmação?

b. “Contudo, o seu apetite jamais se satisfaz”: Por que não?

c. Portanto, sua conclusão é isso: “Melhor é contentar-se com o que os olhos veem do que sonhar com o que se deseja”. O que significa isso? Você concorda?

d. Por que, então, isso também não faz sentido; é correr atrás do vento?

6:10-12—A conclusão sobre as riquezas—Observe que em sua observação sobre as riquezas e o prazer (ou sua ausência), Salomão nem considera o próprio pecado ou maldade do indivíduo como um fator contribuinte. Tudo parece ser arbitrário:

(8) Quem é aquele que é mais forte (do que o homem)?

(9) Uma vez que "tudo (uma referência às coisas?) o que existe já recebeu nome, e já se sabe o que o homem é (quer dizer, a humanidade)", e uma vez que não podemos contender com o nosso Criador, que implicação o autor extrai de todas as palavras que ele acabou de dizer? (v. 11)

(10) O v. 12 é sua conclusão “debaixo do sol”, ou seja, a conclusão que representa a perspectiva do homem, sem levar em conta a eternidade:

a. Como você entenderia isso como cristão?

b. Isso o ajuda a entender melhor a vida daqueles que estão sem Deus?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Uma fé altruísta!

O homem sai nu do ventre de sua mãe, e como vem, assim vai. De todo o trabalho em que se esforçou nada levará consigo." (NVI-PT) (Ecl. 5:15)

Uma vez que o Livro de Jó é uma obra muito mais antiga que Salomão, provavelmente remontando ao tempo de Abraão ou talvez antes, Salomão sem dúvida já estava familiarizado com ele. Assim, quando fez sua observação sobre a futilidade do açambarcamento praticado pelos ricos (5:15), Salomão essencialmente utiliza as seguintes palavras de Jó: “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou” (Jó 1:21a).

No entanto, enquanto Salomão vê isso como um "mal terrível" (5:16), Jó encerra suas palavras com a frase "Louvado seja o nome do Senhor" (Jó 1:21b). Por que os dois homens tiraram conclusões tão diferentes?

A razão mais importante está na diferença entre seus respectivos objetivos na vida.

O tempo todo, Salomão procurava encontrar sentido na vida por meio das coisas desta terra (todas as quais são objetos passageiros) e encontrar satisfação para a sua alma, que é eterna. Portanto, quando nem os prazeres, nem o trabalho, nem os chamados "projetos importantes", nem as riquezas e nem mesmo a própria sabedoria (1:16-2:10) puderam satisfazer o vazio que ele tinha no interior, ele foi obrigado a dizer que essas buscas e seus frutos eram vãos, como correr atrás do vento. Embora algumas dessas coisas fossem capazes de lhe dar algum tipo de gozo passageiro (5:19), o fato de elas serem tiradas dele, fosse durante a vida ou na morte (6:15), era um mal ainda maior!

Enquanto Salomão fez sua avaliação de forma objetivamente, Jó experimenta isso em primeira mão, pois perdeu seus dez filhos e basicamente tudo o que tinha (e suas riquezas tinham sido consideráveis [Jó 1:3]). No entanto, uma vez que ele era um homem "íntegro e justo; temia a Deus" (Jó 1:1), ele não procurava sua satisfação ou significado na vida nas coisas terrenas (ou seja, as bênçãos ou dons de Deus), mas em sua fé e relacionamento com o Doador da Vida, Seu Criador. De fato, depois de lutas intensas em meio a seus sofrimentos e perdas, Jó finalmente mostrou que realmente temia a Deus “debalde” (Jó 1:9). Esse tipo de fé que não depende de coisas passageiras para encontrar significado ou satisfação para a alma do indivíduo, é chamado por alguns comentadores uma “fé desinteressada”. Essa foi a diferença entre Jó e Salomão.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Eclesiastes 7:1–29

7:1-10—A antítese do que é melhor—As opiniões que Salomão expressa aqui às vezes são totalmente contrárias ao que normalmente pensamos:

(1) Um nome vs. perfume: (v. 1a)

a. O que um bom nome e um bom perfume têm em comum?

b. Quais podem ser algumas diferenças entre as duas coisas? (por exemplo, sua fonte, seu valor e sua longevidade, etc.)

(2) Morte vs. nascimento, no contexto deste pequeno trecho (vv. 1-4)

a. Em que sentido(s) o "dia" da morte é melhor do que o "dia" do nascimento? (vv. 2, 4)

b. Responda honestamente: Qual destes dois você preferiria assistir: um funeral ou uma festa de aniversário?

c. Por quê?

d. Qual deveria ser sua atitude ao comparecer a um funeral ou serviço funerário?

(3) É claro que não gostamos de sentir frustração e tristeza. No entanto, como o conselho de Salomão no v. 3 nos ajuda a lidar com isso?

(4) Também não gostamos de ser repreendidos. Como o v. 5 o ajuda a lidar com a repreensão?

(5) Portanto, como pessoas sábias, qual deve ser a nossa reação diante dos elogios? (vv. 5-6)

(6) O v. 7 é um provérbio simples, e não um contraste:

a. Em que circunstâncias até mesmo uma pessoa sábia poderia recorrer à “a opressão” (ou tortura)?

b. Em que circunstâncias até mesmo uma pessoa sábia poderia recorrer ao “suborno”?

(7) Por que o “fim” e o “início” de um assunto são comparados a serpacientee “orgulhoso”? (v. 8) À luz disso, por que o “fim” é melhor?

(8) À luz do provérbio do v. 9, você entende por que Paulo advertiu Tito a nomear uma pessoa que não fosse “briguento” como líder da igreja? (Tito 1:7)

(9) Sempre gostamos de falar sobre “os bons velhos tempos”. Por que não é sábio usar essa expressão? (v. 10)

7:11-12—O louvor da sabedoria

(10) De que forma a sabedoria é como herança e o dinheiro?

(11) Que vantagem tem aquele que possui a sabedoria sobre aqueles que possuem as outras duas coisas? (v. 12)

7:13-18—O temor de Deus

(12) Responda à luz do fato de que ninguém pode mudar o que Deus tem feito:

a. Como devemos encarar a prosperidade e a adversidade? (v. 14)

b. Por quê?

(13) O que significa ser “excessivamente justo" e "demasiadamente sábio”? (v. 16)

(14) Por que isso nos destruiria?

(15) Por que Salomão diz que “pois quem teme a Deus
    evitará ambos os extremos
”?

(16) Como você pode aplicar essa verdade em sua própria vida?

7:19-29—Não há ninguém que seja justo

(17) Reflita sobre o fato de que não há um só justo na terra (v. 20).

a. Quem deve ser responsável: os homens ou o Deus Criador? (v. 29)

b. Por que Salomão parece dizer que há mais mulheres más do que homens maus? (vv. 27, 28)

c. Isso é um fato, ou ele só estava expressando seu preconceito?

(18) Embora Salomão reconheça que a sabedoria, seja lá o que fosse, ainda estava longe dele, onde ele concentra a sua busca? (v. 25) Por quê?

(19) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O pecado da justiça própria

Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo.” (NVI-PT) (Ecl.7:16)

À primeira vista, parece que Salomão defende o conceito grego e chinês do “meio termo”, algo que, em si mesmo, é sábio na maioria das situações da vida. No entanto, a Bíblia nunca nos ensina que não devemos ser demasiadamente justos, embora ela se oponha à "justiça própria" (o pecado dos fariseus), algo que é muito destrutivo, tanto para aquele que o pratica quanto para os outros.

Em todos os quatro livros do Evangelho, os fariseus estão entre os principais culpados, aqueles que se opuseram a Jesus e O mataram. Eles também foram os principais alvos das repreensões de Jesus. Eles achavam que estavam cumprindo rigorosamente a Lei de Moisés; portanto, eles acreditavam que eram os mais santos e corretos em sua interpretação das Escrituras. Como ficou evidente, sua justiça própria os cegou tanto que não conseguiram enxergar sua necessidade de Cristo e Seu perdão. Ao mesmo tempo, eles estavam guiando outros, como cegos que guiavam outros cegos (Mt 15:14). A maneira pela qual eles destruíram a si mesmos e aos outros com a sua justiça própria é melhor expressa nas seguintes palavras de Jesus:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós" (ARC) (Mateus 23:15).

Infelizmente, essa mentalidade farisaica ainda é muito prevalente nas igrejas de hoje, pois a justiça própria cega os olhos dos fariseus atuais, que não conseguem distinguir entre o que é essencial e o que não é essencial ao evangelho quanto às suas divergências. Isso faz com que as igrejas se dividam e danifiquem a fé dos novos crentes, e ao mesmo tempo desanima aqueles que estão buscando a Cristo.

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Eclesiastes 8:1–17

8:1-9Obedeça ao rei, sem importar se ele for bom ou mau

(1) Tenha em mente que, em geral, os comentaristas não têm certeza sobre o que o v. 1 tem a ver com os outros versículos:

a. Por que a sabedoria pode iluminar o rosto de uma pessoa e mudar sua aparência áspera?

b. Portanto, como a sabedoria pode ajudá-la diante de uma ordem possivelmente irracional de um rei?

(2) Uma exortação a obedecer à ordem de um rei (nos tempos antigos, o rei tinha autoridade absoluta):

a. Qual é a razão fundamental dada aqui? (v. 2)

b. Qual é a razão ética? (v. 3)

c. Qual é a razão prática? (v. 4)

d. Qual é a razão funcional? (v. 5)

e. O que a expressão “há tempo e modo” quer dizer, especialmente quando“o mal do homem é grande sobre ele”? (v. 6)

f. Como a incerteza quanto ao desenlace de determinado assunto, especialmente quando envolve a morte, deve afetar nossa atitude para com a ordem do rei? (vv. 7-8)

(3) Como Salomão usa o poder absoluto de um rei que não libera seu súdito de seu dever de servício militar como uma analogia para as consequências de praticar o mal? (v. 8)

(4) Como rei, qual é o conselho de Salomão para outro monarca com poder absoluto? (v. 9)

8:10-15—Os ímpios e os justos

(5) Que tipo de pessoas ímpias Salomão descreve no v. 10?

(6) A que Salomão atribui a razão do aumento da maldade (v. 11)?

(7) O que isso pode nos ensinar sobre uma das formas de controlar o crime em nossa cidade?

(8) Que observação Salomão faz sobre o destino de uma pessoa iníqua? (vv. 12-13)

(9) Isso sempre acontece? (v. 14)

(10) Uma vez que isso nem sempre acontece, o que Salomão nos aconselha a fazer? (v. 15)

(11) Você concorda com isso? Por que ou por que não?

8:16-17—Os limites da sabedoria humana

(12) Que observação Salomão faz no v. 16?

(13) Como isso o levou a reconhecer os limites da sabedoria humana?

(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Rostos iluminados

Quem é como o sábio? Quem sabe interpretar as coisas? A sabedoria de um homen alcança o favor do rei
e muda o seu semblante carregado
.” (NVI-PT) (
Ecl. 8:1)

Quando Salomão diz: “Quem é como o sábio? Quem sabe interpretar as coisas?" (8:1), ele quer dizer que o sábio conhece a explicação de todas as coisas? Não necessariamente, uma vez que no final do mesmo capítulo ele conclui que "Ninguém é capaz de entender o que se faz debaixo do sol. Por mais que se esforce para descobrir o sentido das coisas, o homem não o encontrará. O sábio pode até afirmar que entende, mas, na realidade, não o consegue encontrar.” (8:17).

Portanto, Salomão reconhece que a verdadeira sabedoria não consiste necessariamente em conhecer a explicação de todas as coisas, mas em reconhecer aquilo que não se sabe ou não se compreende. Por um lado, a arrogância daqueles que se julgam sábios é o que resulta na “dureza do seu rosto”, uma vez que ficam frustrados com suas limitações. Por outro lado, para aqueles que reconhecem as próprias limitações, isso faz "brilhar o seu rosto".

Reconhecer as próprias limitações se aplica não só na área da "sabedoria", mas também ás habilidades. Já vi algumas pessoas se esforçarem ao máximo para alcançar a perfeição, mas não alcançam as suas expectativas; sua decepção e frustração são refletidas em seus rostosna “dureza do seu rosto” (8:1).

Por outro lado, aquele que reconhece suas limitações aceita o resultado depois de dar o seu melhor, uma vez que sabe que realmente deu o seu melhor. E sua humildade também é visível em seu rosto em seu semblante iluminado (8:1).

Eu me pergunto se você hoje tem um rosto brilhante ou uma aparência dura.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Eclesiastes 9:1–18

9:1-12—O mesmo destino para todos?

(1) Os justos e os sábios (v. 1):

a. O que significa a afirmação de que "as suas obras estão nas mãos de Deus" (ARC), ao contrário das dos ímpios e tolos?

b. É verdade que ninguém sabe o que tem pela frente; no entanto, isso realmente importa para os justos e sábios? Por que ou por que não?

(2) O bom e o mau (vv. 2-3)

a. De todos os contrastes que Salomão poderia ter usado no v. 2, por que ele decidiu incluir "como aquele que jura, assim é aquele que teme jurar" (v. 2)? O que há de errado em ter medo de fazer compromissos?

b. Salomão realmente quer dizer que os corações de todos os homens estão cheios de maldade e loucura? (vide Jeremias 17:9)

(3) As vantagens de estar vivo (vv. 4-10)

a. Que vantagem têm os vivos sobre os mortos? (vv. 4-6)

b. Para que isso realmente seja uma vantagem, o que os vivos devem fazer, como sugere Salomão nos vv. 5-6?

c. Se há um só destino para todos, a morte, por que isso é um mal? (v. 3)

d. Salomão parece concluir que a vida não tem sentido, pois há um só destino para todos (v. 9).

  1. Que conselho ele dá aos vivos? (vv. 7-10)
  2. Você acha que ele está sendo sarcástico ou está falando sério? Por quê?

(4) Algo mais (vv. 11-12)

a. Quais são as duas realidades que ele observa na vida?

b. Essas observações validam sua conclusão expressa nos vv. 7-10? Por que ou por que não?

9:13-18—Um exemplo de sabedoria

(5) Você também ficou impressionado com a sabedoria desse pobre homem? Por que ou por que não?

(6) Por que os habitantes da cidade desprezaram sua sabedoria e não prestaram mais atenção às suas palavras?

(7) Que lição você pode aprender com esse exemplo?

(8) Qual foi a lição que Salomão aprendeu? (vv. 17-18)

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Realmente há um só
destino para todos?

"Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica;" (ARC) (Ecl. 9:2)

No meio de seu tratado sobre sua busca do sentido da vida, Salomão diz o seguinte: “Deveras revolvi todas essas coisas no meu coração, para claramente entender tudo isto...Tudo sucede igualmente a todos" (ARC) (Ecl. 9:1-2).

Parece que o que ele lamenta e o fato de que todos, "o justo e o ímpio" têm o mesmo destino, e que, portanto, isso é um mal (9:3). Além disso, esse destino comum se torna ainda mais perverso quando pensamos que tudo o que acontece debaixo do sol é uma questão de "tempo e o acaso", duas coisas que ninguém pode controlar (9:11-12).

Essa observação parece tê-lo levado à conclusão existencial de que o melhor que podemos fazer é aproveitar a vida ao máximo enquanto podemos (9:7-10). Essa é, naturalmente, a filosofia da maioria das pessoas na Terra.

No entanto, suspeito que Salomão está sendo sarcástico ao tirar essa conclusão, a fim de colocar uma armadilha para aqueles que adotam uma visão tão existencialista da vida, uma vez que ele usa as seguintes palavras como prefácio desta longa observação sobre o destino comum de todos:

"Deveras revolvi todas essas coisas no meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras estão nas mãos de Deus, e também que o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante a sua face" (ARC) (9:1).

Em outras palavras, ele reconhece que a obra dos justos e sábios está nas mãos de Deus, o que significa que eles são dirigidos por Deus. Isso sugere que as ações dos injustos e tolos estão totalmente fora de seu controle, e "que o tempo e o acaso afetam a todos" (9:11). É certo que nem os justos e os sábios conhecem "nem o amor nem o ódio" (isto é, qual dessas coisas os espera) (9:1). No entanto, uma vez que seu trabalho (e o futuro) está nas mãos de Deus, eles não precisam se preocupar com isso; além disso, suas vidas não carecem de sentido, ao contrário daquelas dos injustos e tolos.

Uma vez que as vidas desses não têm sentido, o melhor que podem fazer é aproveitar a vida ao máximo enquanto podem (9:7-10); no entanto, Salomão revelaria no final sua conclusão de que para os justos e sábios, o significado da vida começa e está baseado na lembrança de seu Criador (12:1).

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Eclesiastes 10:1–20

Este capítulo é uma coleção de provérbios (independentes); consideremos o significado e a aplicação de cada um:

(1) O v. 1 parece estar ligado às idéias encontradas em 9:18b; portanto, deve ser considerado em conjunto com esse versículo. Como devemos nos proteger de “um pouco de estultíciaa fim de não estragar todo o bem que fizemos?

(2) Vv. 2-3 (vide a Nota abaixo): Pode um tolo esconder sua tolice? Por que ou por que não?

(3) V. 4: Qual é a melhor maneira de lidar com uma pessoa iracunda?

(4) Vv. 5-7: Salomão não foi o único que observou esse fenômeno.

a. Isso necessariamente é uma coisa ruim?

b. Se isso realmente for um "erro", explique como poderá ser corrigido, com base em suas próprias observações.

(5) Vv. 8-9 e 11: Existem riscos inerentes a tudo o que fazemos:

a. Isso significa que devemos evitar fazer essas coisas?

b. Ou significa que devemos ter cuidado quando fazemos essas coisas?

(6) V. 10: O que essa observação sensato nos ensina?

(7) Vv. 12-14: As palavras importam

a. O que caracteriza as palavras dos sábios? (v.12)

b. O que caracteriza as palavras do insensato? (v. 14a)

c. Para onde levam as palavras do insensato?

(8) V. 15: A maioria de nós se sente exausta devido ao nosso esforço e trabalho.

a. Em que sentido a experiência dos tolos é diferente a esse respeito?

b. Por quê?

(9) Vv. 16-20—Sobre reis e príncipes

a. Salomão observa que os bons governantes são aqueles que não se entregam à embriaguez, aos prazeres e à preguiça (vv. 16-17). Por que ele parece tolerar as festas, o vinho e o dinheiro? (v. 19)

b. Que verdade é expressa no v. 20 (a qual não se limita necessariamente aos pensamentos e críticas contra os ricos e poderosos)?

c. Como podemos aplicar isso no nosso dia a dia?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

“No antigo Israel, a mão direita era um símbolo de poder e libertação; o lado direito representava bondade moral e favor. Portanto, o lugar de honra estava do lado direito. A mão esquerda geralmente simbolizava incapacidade e maldade."
(Crenshaw, 169)

Reflexão meditativa
As palavras importam

"Nas palavras da boca do sábio, há favor, mas os lábios do tolo o devoram.” (ARC) (Ecl. 10:12)

O capítulo 10 é uma coleção de provérbios. Tenho certeza que ao ler este capítulo, você pensou que alguns dos provérbios eram muito interessantes ("O coração do sábio está à sua mão direita, mas o coração do tolo está à sua esquerda" [v. 2]) e outros intrigantes ("Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança e cujos príncipes comem de manhã." [v. 16]), mas que todos eram muito significativos.

O que mais me chamou a atenção foram os provérbios relacionados à fala, especialmente o v. 12, que diz o seguinte: "As palavras do sábio lhe trazem benefícios". Isso me lembra que a marca da sabedoria é visível, sendo detectada facilmente em nossa fala. Sempre que falamos com raiva, o mais provável é que nos arrependamos das nossas palavras.

Gosto de usar as seguintes palavras quando aconselho casais em conflito: “As palavras ditas com raiva nunca contam”; no entanto, eu também sei que as palavras que saem da boca são como leite derramado que não pode ser juntado de novo. O estrago já foi feito. Portanto, meu conselho para mim mesmo é não reagir quando estou com raiva e, principalmente, não responder com palavras (isso inclui escrever e-mails). Eu literalmente preciso deixar passar uma noite antes de responder.

Sempre que consigo seguir meu próprio conselho, descubro que, depois de uma noite, minha resposta é muito diferente, pois percebo o seguinte quando estou mais tranquilo:

- Sem importar o que aconteceu, não foi tão importante quanto parecia no momento.

- É possível que a pessoa que me irritou não o fez de propósito.

- Ela pode ter tido uma boa razão para o que fez ou disse.

- Posso não tê-lo entendido.

- Talvez eu o merecia!

Da próxima vez que você estiver com raiva, por que não deixar passar uma noite antes de reagir?

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Eclesiastes 11:1–10

11:1-6Sábias estratégias de investimento

(1) Quais são as duas estratégias de investimento que Salomão defende nos vv. 1-2?

(2) Ao defender o investimento de “longo prazo” (v. 1), que fenômeno natural Salomão usa para ensinar que, embora esse tipo de investimento possa levar tempo para produzir um retorno, o resultado com certeza virá? (v. 3a)

(3) O que ele usa para nos ensinar que o sucesso não é garantido? (v. 3b, v. 6)

(4) Quais considerações poderiam impedir uma pessoa de investir sabiamente? (vv. 4-5)

(5) Que razão ele dá para nos encorajar a diversificar nossos investimentos e trabalhar duro? (vv. 2, 6)

11:7-10—Aproveite a vida, porém...

(6) Desfrutemos da vida (vv. 7-8): Ao mesmo tempo que ele nos aconselha desfrutar da vida enquanto ainda podemos (enquanto o sol estiver brilhando), Salomão também nos lembra que devemos “nos lembrar” dos dias de escuridão, que serão inevitáveis e numerosos (v. 8).

a. O que significa "lembrar", uma vez que esses dias de escuridão ainda não chegaram?

b. Como essa prática de “lembrar” afetará a nossa atitude na vida?

(7) Conselhos para os jovens (vv. 9-10)

a. Como a maioria dos jovens vive hoje?

b. O conselho "siga por onde seu coração mandar" é necessariamente útil para eles?

c. Se eles levarem a sério o juízo de Deus, como isso afetará a maneira em que desfrutam da vida? (v. 10; vide a Nota abaixo)

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Lutero traduz o v. 10a assim: "expulse a dor do teu coração e remova o mal do teu corpo" (K&D, 787).

Reflexão meditativa
Sábias estratégias de investimento

Atire o seu pão sobre as águas, e depois de muitos dias você tornará a encontrá-lo. Reparta o que você tem com sete, até mesmo com oito, pois você não sabe que desgraça poderá cair sobre a terra.” (NVI-PT) (Ecl. 11:1-2)

Embora muitos dos discernimentos de Salomão sobre a vida sejam éticos, acho interessante que eles vão além da ética e abrangem também o âmbito prático, o qual inclui estratégias de investimento.

Nos vv. 11:1-2, Salomão defende essencialmente duas estratégias de investimento que os gurus modernos ainda defendem.

(1) Investimento a longo prazo: “Atire o seu pão sobre as águas, e depois de muitos dias você tornará a encontrá-lo” (11:1).

É certo que se você enviar seus grãos por mar, qualquer benefício demorará mais em chegar; no entanto, é lógico que você obterá os seguintes benefícios:

- Provavelmente produzirá um rendimento maior do que os grãos vendidos localmente.

- Expandirá o seu mercado.

- Ao contrário dos investimentos de curto prazo, alivia a ansiedade de precisar fazer o monitoramento constante exigido pelos investimentos de curto prazo (suponho que um exemplo disso seja o day-trading ).

(2) Diversificação do investimento: “Reparta o que você tem com sete, até mesmo com oito, pois você não sabe que desgraça poderá cair sobre a terra” (11:2).

Quem trabalha com investimentos gosta de dizer o seguinte: "Não coloque todos os ovos na mesma cesta"; é exatamente isso que Salomão está tentando ensinar nesses versículos. Salomão enfatiza que há riscos em qualquer investimento; como as árvores que caem sem que possamos prever sua direção com precisão (11:3), assim são os investimentos, "porque tu não sabes qual prosperará" (11:6). Portanto, diversificá-los ajudará a equilibrar os riscos.

Muito bom conselho!

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Eclesiastes 12:1–14

Ao chegar ao final de sua tese sobre a vida, Salomão faz duas conclusões muito perspicazes que todos devem ter em mente:

12:1-8—Lembre-se do seu Criador—Salomão usa uma das imagens mais engraçadas de todo o livro para nos lembrar da futilidade da vida—um retrato do processo de envelhecimento:

(1) Lembrar-nos do nosso Criador em nossa juventude (v. 1)

a. O que significa "Lembre-se do seu Criador"?

b. Que impacto essas palavras devem ter sobre aqueles que ainda são jovens?

c. Isso é difícil para os jovens? Por que ou por que não?

d. Isso significa, então, que isso é fácil para os idosos? Por que ou por que não?

(2) Salomão descreve a velhice como "os dias difíceis" nos quais dizemos: "não tenho satisfação neles"; depois ele explica o porquê. Veja se você concorda (vv. 2-6).

a. V. 2: Como esse versículo descreve nosso corpo enfraquecido como um todo?

b. V. 3a: Como isso descreve os nossos joelhos e pernas na velhice?

c. V. 3b: Como isso descreve os nossos dentes e visão enfraquecida?

d. V. 4: Como isso descreve (por um lado) a nossa perda auditiva e (por outro) a nossa tendência a acordar cedo?

e. V. 5a: Como isso descreve nossa dificuldade para atravessar a rua?

f. V. 5b: Embora nem todas as amendoeiras tenham flores brancas, Dachsel explica que “a amendoeira, com suas flores avermelhadas que aparecem no final do inverno, que espalha suas flores no chão depois de elas lentamente se tornarem brancas como flocos de neve, é um símbolo de o inverno da velhice, com seus cabelos prateados que caem” (Citado em D&K, 796). O que você acha disso?

g. O v. 5b também descreve a perda de desejo. O que essa descrição poderia incluir, levando em conta a velhice?

h. Vv. 5c-6: No final, a morte! Considere a figura gráfica usada para descrever a morte.

  1. O cordão de prata: provavelmente uma referência ao nosso espírito que é cortado do corpo!
  2. A taça de ouro (usada para conter óleo, como em Zacarias 4): provavelmente uma referência à nossa alma quebrada, derramada!
  3. A fonte e o poço representam a fonte da vida; o cântaro e a roda representam o corpo que antes a continha agora estilhaçado e quebrado!

(3) Como o v. 7 remonta à maldição que Deus pronunciou em Gênesis 3:19? No entanto, Salomão diz algo no v. 7 que não é mencionado em Gênesis 3:19. O que ele diz? Por que ele diz isso?

(4) Devemos chamar a "velhice" de "os dias difíceis" e dizer que "não temos prazer neles"? (v. 1)

(5) Que lição podemos aprender com tudo o que foi dito acima?

(6) Portanto, a vida deveria carecer de sentido? (v. 8) Por que ou por que não?

12:9-14—A conclusão de tudo

(7) A que fonte Salomão atribui suas palavras de sabedoria? (v. 11)

(8) Por que você adverte os outros contra escrever e ler muitos livros?

(9) Depois de ter refletido sobre o sentido da vida (ou melhor, sua falta de sentido), Salomão conclui que o dever de todo homem é (i) temer a Deus e (ii) obedecer aos seus mandamentos.

a. Que argumento ele usa para apoiar sua conclusão? (v. 14)

b. Qual é, então, o sentido da vida?

c. Salomão aborda esse tema? Por que ou por que não?

(10) Qual é a principal mensagem do livro de Eclesiastes para você, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O dever de todo homem

Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem.” (NVI-PT) (Ecl. 12:13)

Depois de enfatizar falta de sentido na vida ao longo deste livro, seria lógico esperar que terminaria com uma nota positiva, uma declaração final sobre o significado da vida.

Salomão termina o livro com uma declaração clara e contundente: "Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem" (12:13). Ele também sugere para cumprir esse dever é necessário fazer o seguinte: "Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude". Isso significa que devemos entender quem somos e quem é Deus, começando nos dias da nossa juventude!

Isso é, sem dúvida, um conselho muito bom; no entanto, pode-se dizer que isso é o sentido da vida? Dever é o mesmo que significado? Provavelmente não!

Talvez fiquemos frustrados com Salomão ao ler sua conclusão; no entanto, precisamos entender que o livro de Eclesiastes, como o resto dos livros da Bíblia, é apenas um dos 66 livros do Cânon, os quais coletivamente são a revelação de Deus.

O sentido da vida (que é mais do que temer a Deus e guardar Seus mandamentos) foi claramente proclamado no VT em livros como Deuteronômio: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças” (Dt 6:5); em Isaías todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para a minha glória” (Is 43:7); e em Êxodo vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êxodo 19:6). Além disso, é óbvio que o povo de Deus já o considerava que isso era seu dever nacional, sabendo que Deus o julgaria como nação se não o cumprisse. Portanto, a mensagem do livro de Eclesiastes se encontra não só na revelação da futilidade de uma vida separada de Deus, mas também na revelação do caráter pessoal do juízo:

“(O) objeto do juízo final não serão as sociedades como tais, mas somente os indivíduos, embora seu contexto de vida também será levado em consideração. Essa perspectiva de um julgamento final individual ainda não tinha recebido no VT uma preponderância sobre a perspectiva nacional; nenhuma figura de um julgamento pessoal universal e individualizante é encontrada nele, como o que encontramos em Mateus 7:21-23 e Apocalipse 20:12. O alvo do juízo final são as nações, os reinos, as cidades e as condições dos homens. Mas aqui, com Koheleth (o Mestre), começa uma mudança na direção da contemplação de um juízo final com a perspectiva de um juízo final dos homens, algo que acontecerá no futuro, além da era presente... pela primeira vez em forma de doutrina naquela expressão universalmente humana que continua nas proclamações de Jesus e dos apóstolos...

“(De fato, o Livro de Eclesiastes marca) o alvorecer de uma nova revelação que surge... (e) é um elo precioso na cadeia da preparação do evangelho; e com razão. No Livro de Koheleth, a religião do Antigo Testamento canta sua canção de morte, mas não sem finalmente romper os laços da nacionalidade e da escravidão a esta vida presente, a qual a tornava incapaz de resolver os mistérios da vida e, portanto, não sem profetizar sua ressurreição numa forma glorificada e expandida como a religião da humanidade."
(K&D, 816)