Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Isaías 9:1–21

Esta semana continuaremos o nosso estudo do Livro de Isaías no Velho Testamento.

É útil lembrar que o contexto desta famosa promessa sobre o Messias em 9:6 é a advertência que o Senhor deu ao profeta para não seguir o caminho de seu povo (8:11), mas para advertir o povo a não consultar os médiuns ou espíritos, a fim de não cair nas mais negras trevas espirituais, numa terrível escuridão (8:19-22). Entre estas advertências está a promessa de que Deus seria seu santuário; no entanto, para a casa incrédula de Israel Ele seria uma pedra de tropeço (8:14).

9:1-7A promessa do nascimento do Messias

(1) A história nos conta que Israel não atendeu às advertências de Deus, e assim trouxe sobre si não só a destruição literal (de Israel em 721 a.C. e de Judá em 586 a.C.), mas também uma total escuridão espiritual, com a destruição do templo de Deus. Isso foi um sinal de que Deus os tinha deixado. "Contudo" esse não seria seu destino final. As terras de Zebulom e Naftali eram as regiões setentrionais de Israel que mais sofriam com as invasões provenientes do norte e se tornaram uma terra de "gentios" um caldeirão cultural de judeus, cananeus, arameus, hititas e mesopotâmios:

a. O que significa a afirmação de que essas pessoas (da Galiléia) veriam "uma grande luz"? (vide Mateus 4:14)

b. Como essa promessa contrasta com a descrição anterior de que (i) apenas um pequeno remanescente sobreviveria (4.2), (ii) a terra seria devastada (7.23) e (iii) o povo seria saqueado pelos inimigos? (8:4)?

(2) Em seguida, essa alegria é expressa em termos de (i) a quebra de seu jugo e fardos uma evocação de sua escravidão no Egito, e (ii) a libertação dada ao povo pelo herói Gideão (em Juízes 7) com um pequeno exército (como o remanescente do povo) depois de 7 anos de serem governados por Midiã:

a. Que tipo de alegria é prometida neste trecho?

b. Que tipo de quadro é descrito no v. 5?

(3) A razão é dada nos vv. 6-7:

a. Por que esse "Salvador" é chamado de menino e filho? (Lucas 2:7; João 3:16; 1 João 4:9)

b. Que tipo de responsabilidade ou poder ele assumiria?

  1. Com base no v. 7, faça uma lista de todas as características atípicas de Seu governo.
  2. Que tipo de governo seria esse?

c. O que Seu nome revela sobre Sua verdadeira identidade? Reflita sobre os seguintes termos:

  1. Maravilhoso (Juízes 13:18)
  2. Conselheiro (Isaías 11:2)
  3. Deus Poderoso (El gibbor, uma expressão na qual El significa Deus; também em Deuteronômio 10:17; Jeremias 32:18; Neemias 9:32; Salmos 24:8)
  4. Pai Eterno
  5. Príncipe da Paz (Mq 5:5; Ef 2:14)

(4) De que maneira esta profecia aponta para o caráter “divino-humano” do Messias?

(5) Como esta passagem confirma a verdade da “Trindade”?

9:8-21O pecado continua, o juízo continua

(6) Orgulho teimoso do povo apesar do juízo (9:8-12)

a. Que tipo de pecado é descrito neste trecho?

b. Como as ações do rei Oséias manifestam essa atitude? (2 Reis 17:3-4)

c. Que sentença é proferida?

(7) O pecado canceroso do líder (9:13-17)

a. Como o Senhor descreve o pecado dos líderes?

b. Delitzsch sugere que o objetivo dessa imagem é comparar a adulação desses profetas, que eram como a cauda de um cachorro que estava sendo abanado, transmitindo assim o desprezo de Isaías pelos líderes ímpios. O que você acha?

c. Qual foi o impacto de seu pecado na nação?

(8) O fogo da destruição (9:18-21)

a. A destruição é como o fogo: isso é o resultado do pecado humano ou da ira de Deus? Em que sentido?

b. Que juízo terrível sobre o povo de Deus é descrito nos vv. 20-21?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O dom do Filho de Deus

"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado ..." (NIV-PT) (Isaías 9:6)

Calvino diz o seguinte sobre a aplicação que esta magnífica profecia sobre o dom do Filho de Deus tem para nós:

“Agora, apliquemos esta instrução a nós mesmos: sempre que surgir alguma desconfiança e todos os meios de fuga nos forem tirados; em suma, sempre que nos pareça que tudo está em ruínas, lembremo-nos do fato de que Cristo é chamado de Maravilhoso porque Ele tem métodos inconcebíveis para nos ajudar e porque Seu poder está muito além da nossa imaginação. Quando precisarmos de conselho, lembremo-nos de que Ele é o Conselheiro. Quando precisarmos de força, lembremo-nos de que Ele é Poderoso e Forte. Quando novos terrores surgirem repentinamente a cada momento, e quando muitas formas de morte nos ameaçarem de todos os lados, confiemos naquela eternidade da qual ele é (com razão) chamado de Pai; e com essa mesma consolação aprendamos a aliviar todas as angústias temporais. Quando o nosso interior for sacudido  por várias tempestades, e quando Satanás tentar perturbar as nossas consciências, lembremo-nos de que Cristo é o Príncipe da Paz, e que é fácil para Ele dissipar rapidamente todos os nossos sentimentos de ansiedade. Assim, esses títulos nos confirmam cada vez mais na fé de Cristo e nos fortalecem contra Satanás e contra o próprio inferno." (Comentários de Calvino VII, 312-3)

Além dessas verdades úteis mencionadas por Calvino, esta gloriosa profecia nos mostra poderosamente o seguiente sobre este Messias, sobre este Salvador:

- Ele é homem e Deus Ele nasceria como um menino e um filho é totalmente humano; no entanto, Ele não é outro senão o Deus Poderoso é totalmente Deus.

- Os nomes Deus Poderoso e Pai Eterno nos mostram que Ele é o próprio Javé, afirmando assim a doutrina da Santíssima Trindade um Deus em três pessoas.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Isaías 10:1–19

10:1-4 O pecado contínuo de IsraelNeste capítulo, Isaías retoma o tema de que "Apesar disso tudo, a ira divina não se desviou", a fim de enfatizar o pecado deliberado de Israel que tinha provocado a ira contínua de Deus:

(1) Que tipo de maldade adicional que havia entre o povo de Deus é destacada aqui?

(2) Qual seria o seu castigo?

10:5-19Assíria, o instrumento que também seria castigado

(3) O que os vv. 5-6 sugerem com relação ao seguinte:

a. Quem realmente tinha tornado a potência mundial pagã, a Assíria, tão poderosa?

b. Para que propósito Deus os usou?

(4) Quão diferente era a opinião que Assíria tinha sobre si mesma da de Deus? (v. 7)

(5) Além de consideradar os reis de Jerusalém e Samaria como iguais aos reis das outras nações (isto é, seriam facilmente conquistados), o que a Assíria pensava sobre o Deus de Jerusalém e Samaria? Por quê? (vv. 8-11)

(6) Em geral, o que os líderes mundiais pensam sobre o nosso Senhor Jesus Cristo, no que diz respeito à sua forma de governar os seus próprios países e ao lidar com questões internacionais?

(7) Nos vv. 13-14, como o Senhor descreve o orgulho do coração da Assíria devido ao seguinte?

a. sua força

b. sua sabedoria

c. a facilidade com que derrotavam as outras nações

(8) De acordo com o v. 15, que erro fundamental cometeram ao se orgulharem?

a. Em outras palavras, o que eles não conseguiam perceber?

b. Por quê?

(9) Como o Semhor descreve sua destruição em 10:16, 18 e 19?

(10) Quem é a Luz de Israel? (10:17)

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Di
zer o que o povo quer ouvir

"Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores!" (NIV-PT) (Isaías 10:1)

Nesta advertência de juízo iminente por parte do Senhor, Isaías destaca os líderes para repreendê-los (9:13-21; 10:1-4). Na minha opinião, o comentário de Oswalt sobre a maldição desse tipo de liderança populista é muito perspicaz e oportuno. Segue o texto desse comentário:

“Esse orgulho e arrogância que exalta a humanidade conduz à adulação dos 'grandes' homens da sociedade. Mas essa mesma bajulação torna esses homens cada vez menos capazes de liderar o povo. Uma liderança justa é possível somente com pessoas que conhecem suas próprias fraquezas e corruptibilidade. Além disso, quando tal pessoa estiver consciente de que, em última análise, é responsável perante Deus, ela desempenha seus deveres com admiração e dedicação. Mas quem pensar (de forma consciente ou não) que a humanidade é a suprema autoridade facilmente aceitará a adulação de outros (sobre si), e seu único objetivo será conseguir que ela continue. O 'governo' desaparecerá conforme esses líderes buscam satisfazer cada vez mais os caprichos de um povo inconstante. Essa é a situação que Isaías descreve em 3:1-12, e novamente em 28:1-29 (também sobre Efraim). Aqueles de quem a nação deveria poder depender para definir seu curso e estabelecer altos padrões pelos quais poderá ser medida consultarão o povo a fim de determinar qual curso e padrões são os mais populares. O único resultado possível disso é a corrupção progressiva de todos os objetivos e valores pelo egoismo e a auto-adulação."
(NICOT, Isaías 1-39, 254)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Isaías 10:20–11:9

A expressão "Naquele dia" geralmente se refere ao fim dos tempos "o dia do Senhor":

10:20-23A esperança do remanescente

(1) Que mudança ocorrerá no remanescente nos últimos dias?

(2) A preservação de apenas um remanescente em Israel contradiz a promessa de Deus a Abraão em Gênesis 22:17-18? Por que ou por que não?

(3) Embora esta promessa para o futuro distante seja gloriosa, o que aconteceria no futuro imediato? (10:21) Por quê?

10:24-34A destruição da Assíria

(4) Que metáforas o Senhor usa para descrever as condições do povo sob as ameaças da Assíria (v. 27)?

(5) Que eventos históricos Deus usou para dar ao povo a esperança de que seriam libertos (v. 26)? (vide Juízes 7:23-25; Êxodo 14:21 e ss.)

(6) Embora este trecho prometa a libertação, Deus também mostra ao povo quão terrível era ameaça de Jerusalém ser atacada pela Assíria (vv. 28-32) Aiate, Migrom, Micmás, etc. eram todas cidades na região de Jerusalém que estavam localizadas ao longo da estrada que seria usada para atacá-la

a. Que promessa é dada nos vv. 33-34? (Nota: A Assíria é comparada com uma floresta em 10:19, e ao Líbano em Ezequiel 31:3.)

b. A história nos mostra que, embora Israel tenha sido destruído pela Assíria, Judá e Jerusalém sobreviveram ao ataque em 701 a.C., enquanto a Assíria finalmente foi subjugada pela Babilônia entre os anos 609-5 a.C. O que isso nos ensina sobre a profecia bíblica? (vide a Nota abaixo)

11:1-9A raiz desta gloriosa esperança

(7) Na continuação desta mensagem de esperança para o remanescente, o que significa o fato de ela usar o termo "um ramoque sai “do tronco de Jessé(o pai de Davi) para se referir ao Messias? (2 Sam. 7:12-16)

(8) Em que sentido o Messias seria diferente de qualquer rei terrestre de Israel? Considere o seguinte:

a. Sua vida (11:2)

b. Sua administração (11:3-4)

c. Como será a vida no Seu reino (11:5-9)

d. Por que existirão essas diferenças?

(9) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Embora certos pormenores relatados na história secular sobre o ataque assírio a Jerusalém sejam diferentes do que é descrito na profecia de Isaías, esse fato só serve para mostrar que Isaías não escreveu a profecia depois desses eventos acontecerem. Além disso, a precisão dos anais de Senaqueribe é duvidosa. Edward Young concorda com Delitzsch:

“O que o profeta prediz aqui, quando for interpretado corretamente, foi cumprido de forma literal. Os assírios chegaram do norte com os passos tempestuosos de um conquistador, e as cidades mencionadas neste texto de fato foram expostas aos perigos e terrores da guerra. Isso foi o que o profeta descreveu quando ele olhou da perspectiva de uma eminência divina e tirou do coração dos conselhos divinos, e em seguida pintou o futuro com cores que eram apenas as luzes quebradas desses conselhos na forma em que existiam em sua própria mente."
(Young, 374, K&D, 179)

Reflexão meditativa
O tronco de Jesse

Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um renovo.” (NIV-PT) (Isaías 11:1)

Quando Isaías apresenta este glorioso Rei-Messias, ele O descreve como um renovo que brota do “tronco de Jessé”. Deus poderia ter dito a Isaías que a origem do Messias seria a semente de Davi, mas o fato de ele ter mencionado um renovo do tronco de Jessé transmite os seguintes significados:

- Isto foi profetizado logo após ele ter descrito a destruição da Assíria em termos de uma floresta poderosa que é derrubada por um machado, sem deixar nenhum tronco. A destruição é permanente. Não seria assim com Israel. Israel também seria submetido a punição severa na forma de sua destruição; no entanto, no seu caso seria deixado um tronco; e por mais insignificante e inútil que seja um tronco, Deus pode fazer Seu milagre (e o fará) para reanimá-lo, a fim de que se torne novamente uma floresta poderosa. O Senhor sempre trabalha assimEle humilha Seu povo e seu orgulho, e só então os eleva a uma glória maior, desde que escolham confiar nEle, e somente nEle.

- Alguns comentaristas, entre os quais estão Calvino, sugerem o seguinte:

A menção de Jessé “é uma tentativa de minimizar a importância da casa de Davi... A salvação não viria da pompa e da glória da casa real. Pelo contrário, viria da promessa de uma pessoa capaz de criar uma casa real a partir de uma família de camponeses. A libertação é um dom da graça de Deus, um exercício de Sua fidelidade" (NICOT, Isaías 1-39, 278-9).

Se você se sente que é um “tronco”, não se desespere; coloque sua confiança nEle, e somente nEle, e em Seu tempo Ele o fortalecerá até você se tornar uma floresta formidável.

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Isaías 11:10–12:6

11:10-16O estabelecimento do reino do Messias

(1) O Messias, a raiz de Jessé "será como uma bandeira para os povos" (11:10, 12). Como essa afirmação corresponde à salvação que vem por meio de Cristo Jesus? (João 3:14-15; 12:32)

a. Dois tipos de pessoas serão atraídas pelo Messias. Quais são (vv. 10-12)?

b. Qual é a interpretação de Paulo em Romanos 11:25-27 com relação a esses dois grupos?

c. Por que Seu lugar é chamado o lugar de descanso?

(2) A promessa da restauração de Israel e Judá como nação. Isso tem as seguintes implicações:

a. O desaparecimento do ciúme e da inimizade entre as duas nações (v. 13)—Como isso é possível? (Efésios 2:15-16)

b. A vitória sobre seus inimigos ao redor (v. 14)—O que isso nos ensina sobre a ameaça proveniente das nações vizinhas que Israel enfrenta atualmente?

c. Um milagre maior do que a seca do Mar Vermelho (vv. 15-16)—Em que sentido esse "segundo resgate" (11:11) será diferente de seu êxodo do Egito? (Vide também Apocalipse 16:12, que fala sobre a seca do Eufrates.)

12:1-6Um cântico de agradecimento pela salvação

(3) A julgar pelo conteúdo deste cântico, quão diferente será a cena "naquele dia" em comparação com o que foi mencionado acima (por exemplo, 3:7, 18)?

(4) O cântico tem duas partes:

a. Parte I (vv. 1-3):

  1. Quem são as pessoas que recebem a salvação?
  2. No seu entender, por quanto tempo a ira de Deus já permaneceu sobre Seu povo (Israel e Judá)?
  3. Como eles serão "consolados"? (vide 40:1-2)
  4. No final, o que eles aprenderão sobre Deus?
  5. De onde eles poderão tirar água das fontes da salvação? (João 7:37-38)

b. Parte II (vv. 4-6):

  1. A quem o povo de Sião devia proclamar o nome de Jeová? (v. 4)
  2. Por quê? (v. 5)
  3. Que grandes coisas Jeová tem feito pelo povo de Sião e pelo mundo? (João 3:16)

(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
A pregação da salvação

Deus é a minha salvação; terei confiança e não temerei. O Senhor, sim, o Senhor é a minha força e o meu cântico; ele é a minha salvação!" (NIV-PT) (Isaías 12:2)

Na conclusão deste trecho maravilhoso que anuncia a salvação por meio de “Emanuel” (capítulos 7-11), Isaías irrompe num cântico de louvor e ação de graças pela salvação do Senhor. O cântico tem duas partes.

Parte 1 (12.1-3): Assim como a canção que Moisés cantou depois de atravessar o Mar Vermelho (Êxodo 15), esta canção também agradece a Deus por ter libertado Seu povo. Mas há diferenças marcantes nos dois contextos:

- Esta libertação do Senhor na pessoa de Emanuel é apropriadamente traduzida com a palavra "salvação", uma vez que a razão pela qual eles são "consolados" não é tanto a vitória sobre seus inimigos, mas o perdão de seus pecados, como fica claro em Isaías 40:1-2.

- Portanto, o povo não terá mais medo, não devido ao reinado pacífico do Messias (11:2-9), uma vez que “a terra [não só Israel] se encherá do conhecimento do Senhor” (11:9), mas também porque Deus não estaria mais zangado com elesnunca mais serão oprimidos por seu próprio pecado e o dos outros.

- Isso marca a sua jornada, não só o início dela, mas também o seu fim, quando o povo entrar na terra prometida de descanso (11:10) e alegremente tirar a água viva da salvação eterna de Cristo (João 4:10,14; 7:37-38).

Parte 2 (12:4-6): Este é um cântico missionário que expressa seu desejo de que "os povos" invoquem o nome do Senhor e de dar a conhecer a sua salvação "em toda a terra". Vale a pena citar o comentário de Young sobre este trecho (Young, Vol. I, 206):

“Aqui está o conteúdo da verdadeira pregação missionária; ela trata das maravilhas de Javé. Mas não é possível contar as maravilhas de Deus sem também fazer uma interpretação dessas obras. Não basta dizer que houve um homem chamado Jesus que morreu na cruz. Precisamos dizer quem é Jesus e explicar o que Ele realizou com sua morte. Quando fazemos isso, pregamos doutrina. Portanto, o conteúdo do que pregamos aos pagãos deve ser a doutrina. 'Se voltaram para Deus, deixando os ídolos', diz o apóstolo Paulo, no que pode ser considerado um resumo de sua pregação missionária, 'a fim de servir ao Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos: Jesus, que nos livra da ira que há de vir' (1 Tessalonicenses 1:9, 10)."

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Isaías 13:1–22

De maneira muito apropriada, o cântico de ação de graças encerra a seção sobre "Emanuel". Em seguida, o profeta se concentra na "confiabilidade do Senhor". Enquanto a mensagem dos capítulos 7-12 foi dada em resposta à confiança de Acaz na Assíria, que levou à destruição, a mensagem dos capítulos 36-39 mostra uma resposta contrária por parte de Ezequias, cuja confiança no Senhor resultou na destruição da Assíria. Entre essas duas mensagens encontramos a revelação sobre quem é realmente o Senhor de todas as nações da terra:

Cap. 13-23: O destino de todas as nações está nas mãos de Deus.

Cap. 24-27: Deus é o Senhor soberano da história.

Cap. 28-33: Confiar nas nações (nos homens) é loucura.

Cap. 34-35: Confiar nas nações é um deserto; confiar em Deus é um jardim.

Refletiremos sobre o “oráculo” sobre Babilônia que aparece nos capítulos 13 e 14, que formam uma unidade:

13:2-5Deus reúne Seu exército

(1) Qual é o propósito de reunir este exército? (13:2, 5)

(2) De onde são seus integrantes?

(3) Embora o texto (ainda) não tenha identificado esse exército, é evidente que é de origem terrestre. Por que, então, seus integrantes são chamado de "meus santos"? (Nota: "santo" significa "separado para um propósito".)

(4) Qual será o alcance da destruição?

13:6-16O dia do Senhor

(5) Embora no capítulo 12 o dia do Senhor seja uma ocasião de celebração, nesta passagem o povo é convocado a "chorar". Por quê?

(6) Um dia de terror (vv. 7-8): Como o ser humano enfrentará esse dia? Por quê?

(7) Por que será necessário esse dia (vv. 9, 11)?

(8) Como os céus reagirão a esse Dia? (v. 10) Por quê? (v. 13)

(9) Qual será o seu efeito na vida humana? (vv. 12, 15-16)

(10) À luz da descrição acima, que nome você daria a esse Dia?

13:17-22O Castigo do orgulho humanoLeia a reflexão meditativa de hoje sobre a escolha de Babilônia como representante do orgulho humano dirigido contra Deus:

(11) O que Nabucodonosor pensou sobre seu próprio reino e suas realizações? (vide Dan.4:28-30)

(12) Quanto tempo durou o império babilônico? (Jer. 25:12; 29:10)

(13) Como terminou e quem pôs fim a esse império? (Dan. 5:30-31)

(14) Como Isaías descreve as consequências devastadoras do castigo de Deus que ele prediz contra esse que era “o ornamento dos reinos” do mundo antigo? (vv. 20-22)? (vide a Nota abaixo)

(15) Qual é a mensagem desta profecia?

(16) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

“Embora o resultado do juízo descrito aqui seja desolador, ele não ocorreu imediatamente. Ciro deixou intactas as muralhas e a cidade de Babilônia. Mais tarde, no ano 518 a.C., as muralhas foram destruídas. Foi então que Xerxes reduziu a ruínas o templo de Belus. Conforme a importância de Selêucia subia, a de Babilônia minguava, e na época de Estrabão (um historiador grego que viveu no final do primeiro século antes de Cristo), a Babilônia já era um deserto sobre o qual ele disse: 'a grande cidade é um grande deserto'."
(Young, vol. I, 427)

Reflexão meditativa
O Deus da história mundial

Vejam! Eu despertarei contra eles os medos, que não se interessam pela prata nem se deleitam com o ouro." (NIV-PT) (Isaías 13:17)

O Livro de Isaías dedica muito mais espaço ao destino das nações do que qualquer outro livro profético; isso nos mostra que o Deus de Israel não é um simples Deus tribal, mas o Deus do Universo. Isaías, que profetizou na época de Acaz, adverte o rei e seu povo nos primeiros 12 capítulos de seu livro sobre a futilidade de confiar na Assíria; ele também prediz a destruição de Israel pela Assíria, que também viria a ameaçar Judá. Mas não passaria de uma ameaça, uma vez que o império seria aniquilado pela Babilônia.

Revela-se, ao longo de sua profecia, o grandioso tema da salvação de Deus para o mundo inteiro através de “Emanuel” (capítulos 7-12). Essa grande revelação é rapidamente seguida por uma seção que abrange os capítulos 13-35 na qual o profeta mostra a soberania de Deus sobre a história das nações do mundo. Esta seção usa a Babilônia para representar o orgulho humano que desafia e rejeita a Deus. Gostaria de citar Oswalt para dar o tom para a nossa reflexão sobre os capítulos seguintes:

“Uma análise desse segmento sugere que o tema do orgulho é a chave para entender a estrutura dos capítulos 13 e 14 que abrem a unidade. É evidente que não se trata tanto de um ataque contra a Babilônia histórica (para isso, vide 21:10), mas um ataque dirigido contra aquilo que Babilônia sempre representou: a glória humana. Nesse sentido, a Babilônia foi uma escolha muito mais adequada, uma vez que Nínive era uma cidade que sempre tinha sido considerada (até pelos próprios assírios) um pouco menos culta que a Babilônia. Da mesma forma, o oráculo contra Tiro (no capítulo 23) que encerra esta unidade é expresso com figuras muito gráficas que sugerem que aquilo que estava sendo atacado era muito mais do que Tiro histórico. O alvo verdadeiro da profecia é a conquista comercial que sempre foi a base das riquezas e a glória humanas. É interessante notar que as imagens aplicadas à Babilônia no livro de Apocalipse provenham especificamente desta descrição de Tiro (Apocalipse 17:1-6)."
(NICOT, Isaías 1-39, 299)

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Isaías 14:1–23

A profecia da queda de Babilônia agora é apresentada à luz da salvação de Deus:

14:1-8O caráter universal da libertação de Israel

(1) A maioria dos comentaristas começa a tradução de 14:1 com a palavra "Porque" que aparece no original. À luz disso, em que sentido o castigo da "Babilônia" é uma expressão da compaixão de Deus por Jacó?

(2) Por que os israelitas levariam seus inimigos (gentios) para sua terra natal, e até mesmo “se juntariam” a eles? (Era muito difícil aceitar isso, mesmo para Pedro vide Atos 10:28)

(3) Por que os gentios se tornariam servos de Israel, conforme narrado nesta unidade? Qual das seguintes explicações faz mais sentido para você? Por quê?

a. K&D: “a verdadeira felicidade das nações é que sejam governadas pelo povo de Deus, e a verdadeira liberdade é permitirem que sejam governadas pelo povo de Deus” (K&D, 199).

b. Young: “Israel não os servirá, mas eles o servirão, e por meio dele servirão a Deus… Por meio de Cristo, os pagãos estão sendo subjugados espiritualmente; quer dizer, eles estão sendo subjugados pela obra de Cristo por meio de Seus ministros e missionários." (Young, Volume I, 434)

(4) A paz na terra (vv. 5-8) é alcançada por causa do seguinte:

a. O opressor e sua fúria acabaram:

  1. Quão gravosa era a opressão do opressor?

b. O Senhor quebrou seu poder (a vara e o cetro)

  1. Embora Deus tenha usado os medos para derrubar a Babilônia, como Deus derrubará a vara e o cetro de Satanás?

c. O descanso e a paz são expressos no canto das árvores do Líbano:

  1. Como este cântico descreve a nação de Israel após sua restauração?
  2. Como ele também descreve a raça humana ao ser restaurada a Deus?

(5) Vv.  9-23Tumulto no Inferno

a. O que faria com que "Seol" estremecesse com a chegada da Babilônia? (vv. 9-11) Por que foi um evento tão inesperado?

b. Alguns comentaristas são da opinião de que os vv. 12-17 descrevem Satanás; embora isso seja possível, o caráter satânico do orgulho humano é inquestionável. Com isso em mente, reflita sobre o seguinte:

  1. Quão grande tinha sido o império babilônico? (vv. 12, 16-17)
  2. Em que sentido o orgulho expresso por Nabucodonosor era semelhante à arrogância expressa nos vv. 13-14? (vide Dan. 3:15; 4:30)
  3. Que tipo de orgulho expressaram os construtores da Torre de Babel? (Gênesis 11:1-5)
  4. Você consegue pensar em alguma expressão moderna de orgulho humano parecida com a arrogância da Babilônia?

c. Babilônia, a personificação do orgulho humano, terá um fim vergonhoso que incluirá o seguinte:

  1. Não receberá sequer um túmulo (v. 19).
  2. Não terá uma morte natural (v. 19).
  3. Além disso, seu cadáver será pisado (v. 19).
  4. Seu nome de família será apagado da memória humana (v. 20).
  5. Não terá descendência para herdar a terra (v. 21). Como devemos entender essa maldição à luz do fato de que nenhum rei babilônico parece ter sofrido esse tipo de morte? (vv. 22-23)

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Precisamos cantar

Toda a terra descansa tranqüila, todos irrompem em gritos de alegria.” (NIN-PT) (Isaías 14:7)

Não há dúvida de que o cristianismo é uma religião marcada pelo canto, e não sem razão. Assim como as orações, as músicas podem unir o nosso corpo, alma e espírito numa expressão dos nossos sentimentos mais profundos por nosso Senhor e Salvador. Há momentos em que as palavras não são suficientes para expressar os nossos pensamentos e sentimentos mais íntimos, e quando o que transmite nossa mensagem a Deus de forma mais pungente são as notas que acompanham às nossas canções sem palavras como lágrimas de alegria ou tristeza. No entanto, além do que foi dito acima, as canções também têm a habilidade especial de atrair outros a nós enquanto expressamos os nossos sentimentos a Deus, especialmente o louvor e a ação de graças.

É por isso que a Bíblia, especialmente o Velho Testamento, está repleta de salmos que foram escritos não só para serem lidos, mas também para serem cantados de forma individual e coletiva. Essas canções são "essenciais para uma vida espiritual sadia" (Oswalt).

Nosso Guia Devocional foi projetado de forma intencional para nos ajudar a ter uma comunicação mais significativa com o Senhor; mas apesar disso, todas as nossas orações e reflexões, e até mesmo a nossahora tranquila”, podem não passar de um mero exercício mental. Mas somos criaturas que possuem corpo, alma e espírito (1 Tessalonicenses 5:23); precisamos chegar diante da presença do Senhor com todas as faculdades que Ele criou. Portanto, eu o animo, especialmente durante aqueles momentos em que você se sente muito seco por dentro talvez até seco demais para ler a Bíblia ou orar a deixar de lado o nosso Guia Devocional e pegar um hinário para cantar ou um livro de poemas para ler. Você ficará surpreso com o quanto isso o ajudará a suavizar a alma, preparando-a para chegar diante de Deus em oração e estudar Sua Palavra.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Isaías 14:24–15:9

Após a profecia sobre a destruição da Babilônia (como representante do orgulho humano e sua rejeição a Deus), Isaías profetiza contra a Assíria:

14:24-2O juízo contra a Assíria

(1) Leia Jeremias 50:18-19 para entender por que o juízo contra a Babilônia é seguido pelo juízo contra a Assíria.

(2) Enquanto os babilônios seriam destruídos pelos medos, onde seriam esmagados os assírios? (v. 25)

(3) Como isso aconteceu? (vide 2 Reis 19:35-37 e Isaías 37:33-38)

(4) O que esse cumprimento nos ensina sobre a história do mundo - seu passado, presente e futuro? (vv. 26-27)

14:29-32O juízo contra os filisteus

(5) Leia 2 Crônicas 28:18 para ter uma ideia do contexto deste oráculo contra os filisteus.

(6) Quão malvado foi Acaz (vide 2 Crônicas 28:1-4, 22-25)?

(7) Por que, então, a alegria dos filisteus merecia ser punida? (v. 32)

(8) Em que sentido a morte de Acaz foi um ponto de inflexão para a nação? (2 Crônicas 29:1-2)

15:1-9O juízo contra Moabe

(9) O que marcaria a queda de Ar, capital de Moabe, e Quir, a principal fortaleza de Moabe? (v. 1)

(10) Que tema é repetido ao longo desta descrição da destruição das várias cidades de Moabe? (vv. 2-5)

(11) Por que o profeta também choraria com eles? (v. 5)

(12) Moabe era um país vizinho localizado ao sudeste de Judá. Era uma nação que não adorava a Jeová. Reflita sobre as seguintes perguntas:

a. Este tipo de oráculo serviria de advertência para Judá. Contra o que?

b. O que este tipo de oráculo significaria para Moabe?

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Chor
ar com os ímpios

O meu coração clama por causa de Moabe! Os seus fugitivos vão até Zoar, até Eglate-Selisia. Sobem pelo caminho de Luíte, caminhando e chorando. Pela estrada de Horonaim levantam clamor em face da destruição.” (NVI-PT) (Is 15:5)

O que normalmente esperamos de um profeta que pronuncia juízo contra os inimigos vizinhos de Israel é que ele expresse prazer, uma vez que essas nações perversas seriam castigadas não só pelos seus pecados, mas também pela humilhação que Israel tinha sofrido em suas mãos.

Esse com certeza não é o caso em Isaías 15.

Em primeiro lugar, Isaías, em sua descrição da destruição total de Moabe, marca sua profecia com palavras de lamento:

Dibom ...chorar;... Moabe pranteia ... Todas as cabeças estão rapadas e toda barba foi cortada." (15:2);

todos pranteiam e se prostram chorando" (15:3);

os homens armados de Moabe gritam" (15:4);

Sobem ... caminhando e chorando.” (15:5);

"... seu clamor espalha-se por todo o território de Moabe.." (15:8).

A imagem é muito claraé um momento de luto nacional!

Mas a parte mais surpreendente desta profecia é que até o profeta sente sua dor: “O meu coração clama por causa de Moabe!” (15:5).

Este é um lembrete solene para mim de que, ao pregar contra todos os tipos de males da sociedade, especialmente contra o flagrante desafio às leis morais de Deus e a rejeição desdenhosa da salvação que Deus oferece por meio de Seu Filho Jesus Cristo, devo ter o coração de Isaías; quer dizer, eu preciso entender que o juízo que virá contra o mundo incrédulo é real. Isso não se refere somente à chegada do Dia do Senhor; a destruição, seja aquela descrita por Isaías ou a de Apocalipse, será tão terrível que só haverá choro e lamento. O que é ainda pior é que aquelas pessoas perversas acabarão na condenação eterna.

É por isso que Deus também não se agrada da morte do ímpio (Ezequiel 18:23) e o Seu Dia parece demorar, uma vez que "ele é paciente ... não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9).