Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Isaías no Velho Testamento.
O "livro das ais" começa com o capítulo 28 e termina com este capítulo. Embora este ai seja dirigido contra as nações (o destruidor), o foco é o arrependimento de Jerusalém e a exaltação do Senhor. A linguagem desse oráculo é tal que a destruição das nações e a restauração de Sião parecem ser realidades escatológicas, quer dizer, a invasão da Assíria e suas consequências na época de Isaías são usadas para falar sobre a restauração escatológica de Sião.
33:1-6—Ai do Destruidor, bênçãos para Sião
(1) As nações (representadas ou simbolizadas pela Assíria) destruiriam Sião; no entanto, qual seria o destino dessas nações? Por quê? (v. 1)
(2) Apesar da angústia que o povo (que fugia) estava experimentando na época, como o profeta suplica em favor deles? (v. 2)
(3) O profeta espera que o Senhor responda a dois aspectos de sua súplica:
a. De acordo com o v. 4, qual é o primeiro aspecto?
b. De acordo com o v. 5, qual é o segundo aspecto?
(4) Qual era a chave para a sua salvação? (v. 6)
33:7-9—Desolação antes da restauração
(5) O que aconteceria com os esforços do povo em buscar ajuda?
33:10-16—A explicação da chave para a restauração
(6) Como o Senhor ridiculariza a decisão do povo de depender dos homens (o Egito) e não dEle? (vv. 10-12)
(7) Com o que o Senhor se compara em Seu juízo contra Sião (v. 14)
(8) Apesar de Ele ser um "fogo consumidor", há alguns que podem habitar com Ele:
a. Como o Senhor identifica e descreve os seguintes aspectos dessas pessoas?
- seu andar
- seu falar
- sua atitude em relação à injustiça
- seus ouvidos
- seus olhos
b. Por que essas coisas são tão importantes para poder habitar com Ele?
c. Em vez de habitar com o fogo, o que acontecerá com eles?
33:17-24—A bela visão do rei e da cidade
(9) O que é descrito no curto v. 17?
a. Como a beleza do rei é explicada no v. 22?
b. O que a terra (a cidade) se tornará, de acordo com os vv. 20-21?
(10) O passado será apenas uma lembrança (vv. 18-19)
a. Que aspectos são destacados como seus "terrores passados"?
b. Um dia, quando você estiver no céu, quais serão os seus "terrores passados" ao se lembrar de sua vida passada?
(11) A visão do futuro apresenta o seguinte:
a. o reinado do Rei Poderoso
b. a cessação da opressão por parte de governantes injustos
c. uma cidade que permanece
d. a cessação das guerras (a vitória sobre as nações — vide a Nota abaixo)
e. a eliminação de todas as doençasf. o perdão do pecado
Que palavra você usaria para descrever esta futura cidade de Jerusalém?
Qual dos elementos acima você mais apreciará? Por quê?
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
O v. 23 provavelmente é um eco do v. 21, uma vez que descreve a cessação da invasão pela poderosa frota de nações.
“Olhe para Sião, a cidade das nossas festas; seus olhos verão Jerusalém, morada pacífica, tenda que não será removida; suas estacas jamais serão arrancadas, nem se romperá nenhuma de suas cordas." (NVI-PT) (Isaías 33:20)
A maioria dos comentaristas pensam que o contexto histórico deste oráculo que aparece no capítulo 33 de Isaías é o período imediatamente anterior à invasão ou sítio de Judá pela Assíria. De qualquer forma, o povo sabia que sozinhos, mesmo com a ajuda do Egito, não poderiam resistir aos assírios. De uma perspectiva humana, a derrota (até mesmo a destruição total) era inevitável — a nação, suas riquezas, seus lares e suas famílias deixariam de existir. Na melhor das hipóteses, seriam capturados e exilados para uma terra estrangeira. Foi nesse momento de angústia e incerteza que eles receberam a gloriosa visão da cidade prometida de Jerusalém, a “morada do sossego” (33:20).
Essa promessa de paz incluía o seguinte:
- um belo rei que é poderoso para salvar (vv. 17, 21)
- a remoção interna de príncipes e governantes injustos e opressores (vv. 18-19)
- uma cidade que permanece
- vitórias sobre seus inimigos, cuja poderosa frota nunca mais os ameaçaria (vv. 21, 23)
- a eliminação de todas as doenças
- o perdão de seus pecados
É evidente que essa é uma visão da Nova Jerusalém onde Cristo reinará. Eu me pergunto qual dos detalhes mencionados acima para representar essa "morada pacífica" você mais aprecia?
Quando reflito sobre os pais da fé mencionados em Hebreus 11, e especialmente sobre Abraão, tenho a sensação de que a “cidade permanente” teria sido muito significativa para eles, pois estavam “buscando uma pátria. Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial ... lhes [Deus] preparou uma cidade” (Hebreus 11:14-16).
Na verdade, essa cidade é a mesma que é descrita na visão de Isaías — a cidade que esses pais da fé “ansiavam”. E você? Qual cidade você tem ansiado?O caráter escatológico do oráculo se torna ainda mais claro neste capítulo e nos seguintes; aqui é revelado o juízo de Deus sobre as nações no Dia de Vingança do Senhor:
34:1-4—Uma mensagem para todas as nações e povos
(1) Quais serão as consequências da ira de Deus? (34:2-3)
(2) O que acontecerá com os próprios corpos celestes? (34:4; vide também Mateus 24:29)
34:5-7—Edom, um representante de todas as nações
(3) Que tipo de metáfora ou figura o Senhor usa para descrever Seu juízo contra Edom (isto é, as nações da terra) ao mencionar que Sua espada está encharcada do sangue e gordura de animais?
(4) Quão horrível é essa imagem?
34:8-17—Um juízo que traz devastação total
(5) Que tipo de devastação é descrita nos vv. 8-10?
(6) Os vv. 11-15 descrevem outro tipo de devastação — a de uma cidade próspera e fortificada que é transformada em deserto:
a. Qual é a cidade mais próspera que você conhece?
b. De acordo com esses versículos, o que acontecerá para aquela cidade no Dia da Vingança de Deus?
(7) É interessante notar que as duas palavras usadas para se referir ao mundo em Gênesis 1:2 (sem forma e vazia) são usadas de novo nesta passagem para descrever Edom ou as nações (em termos de caos e desolação): Que mensagem o autor provavelmente procurou transmitir ao usar essas duas palavras para descrever o juízo de Deus no Último Dia?
(8) Que ideia é repetida nos vv. 10 e 17 para enfatizar o caráter permanente dessa destruição?
(9) Como sabemos que isso certamente ocorrerá? (vv. 16-17)
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Para assegurar aos ouvintes que esse juízo certamente ocorrerá, o Senhor nos desafia a ler “o livro do Senhor” (provavelmente uma referência às Escrituras). Além disso, a metáfora dos pássaros e animais do deserto continua nos vv. 16-17: esses animais se estabelecerão nas ruínas. "Nenhum desses animais (as corujas, as cabras, os gaviões, etc.) estará faltando; nenhum estará sem o seu par.” — Que sinal de permanência!
“Deus estenderá sobre Edom o caos como linha de medir, e a desolação como fio de prumo.” (NVI-PT) (Isaías 34:11)
Antes, eu trabalhava na construção civil. Portanto, essas palavras inusitadas que descrevem a destruição de Edom são bastante significativas para mim.
A maioria dos comentaristas concordam que Edom é usado neste trecho como um simples representante da destruição de todas as nações da terra no Dia da Vingança de Deus (34:8). O conteúdo deste oráculo é tão definitivo e universal que não há dúvida de que evoca uma imagem do Último Dia (leia as palavras de Jesus em Mateus 24:29 sobre o abalo dos corpos celestes com a Sua volta).
No entanto, o uso das palavras a "linha de medir" e "fio de prumo" (34:11) mostra que tudo isso faz parte de um processo de construção, mas antes de construir é necessário desconstruir ou demolir o que é velho. Portanto, a terra que foi poluída pelo pecado precisa ser totalmente destruída; aliás, ela precisa voltar ao que era antes dos Seis Dias da Criação, quando a terra ainda estava “sem forma/tohu” e “vazia/bohu” (Gênesis 1:2).
As mesmas duas palavras são usadas aqui para descrever a destruição total da terra, embora a NVI-PT as traduza como "caos" e "desolação".
Isso descreve muito bem esta terra poluída pelo pecado, mas também descreve as nossas vidas de escravidão ao pecado. É necessária uma destruição total da terra que foi manchada pelo pecado antes de poder ser inaugurado o mundo da justiça na volta do Senhor. Também deve haver uma morte total do nosso velho eu para a nossa nova vida poder estar totalmente sob o reino do Espírito Santo. Embora já tenhamos atualmente a nova vida de Cristo, ainda lutamos (junto com esta criação) contra o pecado, mas lutamos com a gloriosa esperança da nossa redenção total final. Portanto, sejamos encorajados pelas seguintes palavras do apóstolo Paulo:“Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.” (NVI-PT) (Romanos 8:22-25)
35:1-10—A alegria escatológica dos remidos
(1) As nações se tornarão um deserto, mas os remidos se regozijarão:
a. Como serão revelados a glória e o esplendor de Deus? (vv. 1-2)
b. De quem são as "mãos cansadas" e quem são os "desanimados de coração"? (vv. 3-4) Em que sentido eles são como o "deserto" e o "ermo" (v. 6b)?
c. Onde está a sua esperança?
(2) O momento desta salvação é indicado no v. 5 pelo uso da palavra “então”:
a. De acordo com os vv. 5-6, o que acontecerá naquele momento?
b. Como isso está sendo cumprido em Jesus Cristo? (vide Lucas 7:22)
(3) Enquanto os vv. 6-7 parecem falar de uma mudança milagrosa de fortuna no reino físico, o trecho conclui com a promessa de uma "grande estrada" (v. 8):
a. Como essa estrada é chamada?
b. Quem não poderá passar por ela?
c. Quem poderá passar por ela? Por quê?
d. Aonde levará essa estrada?
e. Quais serão as bênçãos para aqueles que entrarem na cidade?
36:1-10—O cerco de Jerusalém
As palavras anunciadas pelo Senhor por meio de Isaías ao longo dos 35 capítulos anteriores (durante os reinados de Uzias, Jotão e Acaz) agora culminam na época da invasão de Judá pelos asírios durante o reinado de Ezequias. Para uma melhor compreensão do contexto, leia também o relato paralelo deste incidente em 2 Reis 18:13-16:
(4) Reflita sobre as seguintes perguntas à luz do fato de Judá ter perdido todas as suas cidades fortificadas menos Jerusalém, e à luz da humilhação de ser obrigado a pagar tributo com ouro extraído da estrutura do templo:
a. Como o povo de Judá teria se sentido em relação ao seu rei e seu Deus?
b. Imagine que você fosse Ezequias. Como você teria se sentido nessa situação?
c. Qual seria a reação do rei diante dos muitos oráculos e repreensões de Isaías, especialmente aqueles que assinalavam o erro de ter buscado ajuda no Egito? (por exemplo, 30:1-7)
(5) O desafio do comandante de campo de Senaqueribe: Ezequias é ridicularizado por duas razões: confiar no Egito (v. 6) e confiar em Deus (v. 7):
a. Como Ezequias devia responder à primeira parte do desafio?
b. O que o comandante procurava fazer ao zombar da devoção de Ezequias ao Senhor? (vide 2 Reis 18:4)
c. Quão destrutiva teria sido para a confiança do rei e seu povo a segunda parte do desafio? (v. 7)
(6) Mais adiante na sua ridicularização (nos vv. 8-10), como o comandante procura sacudir a confiança do povo e do rei? Quão verdadeira pode ter sido sua última afirmação? (v. 10)
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Além disso, você pensa que vim atacar e destruir esta nação sem o Senhor? O próprio Senhor me mandou marchar contra esta nação e destruí-la.” (NVI-PT) (Isaías 36:10)
A pior situação possível para aqueles que pertencem ao Senhor e O amam não é necessariamente estar totalmente desamparado e desesperado, mas experimentar um desastre para o qual o nosso próprio pecado tem contribuído. Essa foi a situação que Ezequias enfrentou no capítulo 36 de Isaías.
Isaías tinha advertido o rei a não confiar no Egito, mas confiar plenamente no Senhor (Isaías 30:1 e ss.). As palavras do comandante assírio nos mostram claramente que isso não foi o que ele fez. Ezequias de fato tinha buscado ajuda no Egito (36:6), e o resultado foi exatamente o que o Senhor tinha predito (30:2-5). O Egito não foi de nenhuma ajuda. As palavras do comandante com certeza derramaram “vergonha e zombaria” sobre Ezequias (30:5). Como resultado, Ezequias teve que enfrentar sua crise com vergonha e culpa.
No
entanto, o comandante juntou o insulto à injúria quando sugeriu que o
próprio Deus tinha se voltado contra Ezequias pelas seguintes razões:
- A remoção dos altos e altares foi um erro que provavelmente tinha provocado a ira do Senhor: além de ser um rei que "fez o que o Senhor aprova" (2 Reis 18:3), Ezequias também teve o discernimento espiritual e a coragem suficientes para quebrar a serpente de bronze que Moisés tinha feito (Nm. 21:9) para que o povo não a adorasse como um ídolo (isso serve como uma forte advertência para aqueles que simpatizam com a adoração de ícones hoje!); ele também derrubou os altos que os israelitas tinham erguido de acordo com os costumes dos cananeus para poderem adorar ao Senhor fora do local de adoração designado em Jerusalém. Nesta passagem, o comandante usa as falhas militares de Ezequias para sugerir que ele tinha cometido um grande erro. Além disso, ele acrescentou o seguinte:
- O próprio Senhor o tinha enviado para destruir Jerusalém (v.10b) — isso concordava com muitas das profecias de Isaías. Deus usa as nações para castigar Seu povo por seus pecados.
Eu me pergunto o que cada um de nós teria pensado e feito no lugar de Ezequias:
- À luz do fato de que, de todas as cidades fortificadas, somente Jerusalém tinha sobrevivido, e agora estava sitiada, e também à luz do pecado que ele tinha cometido, parecia que Deus realmente o tinha abandonado.
- Se ele confessasse seu pecado e pedisse perdão, Deus permaneceria fiel a ele apesar desse pecado, à luz de sua fidelidade a Deus em destruir todos os altos, e até mesmo a serpente de bronze de Moisés?
- Teríamos tido o mesmo discernimento que ele para entender que os oráculos de Isaías diziam que Deus usaria a Assíria como ferramenta para destruir totalmente Israel, e não Judá (por exemplo 9:8 e ss.) — quer dizer, Judá sobreviveria, mas a Assíria seria castigada (10:12)?
Descobriremos em nossa leitura do próximo capítulo do livro de Isaías que Ezequias ouviu a exortação de Isaías (30:15) e "no arrependimento e no descanso ” (somente em Deus), ele encontrou libertação! (37:36-37). De fato, "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).
36:11-22—O insulto do comandante de campo
(1) O que você acha da resposta dos oficiais do rei ao desafio do comandante assírio? (v. 11)
(2) Como eles deveriam ter respondido? (36:21)
(3) A resposta do comandante:
a. Como ele respondeu ao seu pedido? (vv. 12-13)
b. Dirigindo-se ao povo em sua própria língua hebraica, o comandante fez as seguintes coisas para tentar persuadi-los:
- Ele disse para não confiar em Ezequias, nem em Deus.
- Ele prometeu poupar suas vidas e dar-lhes prosperidade, mas numa terra estrangeira.
- Ele citou a queda de Hamate, Arpade (cidades no norte da Síria), Sefarvaim (a cidade mais meridional da Mesopotâmia) e Samaria como exemplos de cidades cujos deuses não tinham conseguido salvá-los.
- "Como então o Senhor poderá livrar Jerusalém das minhas mãos?" (36:20).
Na sua opinião, que impacto essas palavras teriam tido sobre o povo de Jerusalém? Por quê?
(4) Por que o oficial do rei rasgou suas vestes quando isso aconteceu?
37:1-13—A resposta de Ezequias
(5) A resposta imediata de Ezequias incluiu o seguinte:
a. Ele também rasgou suas vestes: por que ele fez isso?
b. Enviou os oficiais para ver Isaías. Porque ele fez isso?
c. Por que ele mesmo não foi ver Isaías? O que ele fez em vez disso? (v. 1) Por quê?
(6) Reflita com cuidado sobre as palavras que esses oficiais disseram a Isaías (vv. 3-4):
a. Como Ezequias descreveu sua situação atual no v. 3? Por quê?
b. Que expressão Ezequias usou no v. 4 para se referir ao Senhor? Por quê?
c. Qual era sua última esperança? (v. 4)
d. Que palavra ele usou para se referir ao povo no final do v. 4?
e. Qual foi o seu pedido para Isaías?
(7) Reflita sobre a resposta que o Senhor deu nos vv. 5-7
a. O Senhor confirmou que aquelas palavras do comandante eram de fato palavras blasfemas.
b. O rei assírio se retiraria devido a uma notícia ou boato.
c. No entanto, Deus o mataria com a espada em seu próprio país.
Você acha que essa era a resposta que Ezequias esperava? Por que ou por que não?
(8) De acordo com os vv. 8-9, como a resposta do Senhor foi cumprida?
(9) O rei da Assíria foi obrigado a se retirar; no entanto, qual foi a essência da mensagem que ele enviou a Ezequias?
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Como então o Senhor poderá livrar Jerusalém das minhas mãos?” (NVI-PT) (Isaías 36:20)
É, sem dúvida, difícil receber insultos. Embora seja difícil receber insultos pessoais, especialmente em público, é ainda mais difícil deixar que os inimigos do Senhor insultem Seu nome na nossa frente sem poder fazer ou dizer nada em resposta.
Essa foi a situação que os oficiais do rei Ezequias tiveram que enfrentar. Primeiro, eles cometeram o erro de implorar ao comandante da Assíria que não falasse em hebraico para o povo não ouvir e entender seus insultos contra o Rei Ezequias e o Senhor. Eles tinham uma mentalidade tão derrotista que basicamente já tinham desistido antes mesmo de os assírios invadirem a cidade. Eles admitiram não só o seu próprio fracasso, mas também o do Senhor, no qual Ezequias tinha depositado sua confiança e esperança.
O resultado foi uma dupla humilhação, pois foram comparados a pessoas que teriam que "comer as próprias fezes e beber a própria urina!" (36:12), e o comandante continuou a falar em hebraico, insultando o Senhor abertamente e dizendo que era incapaz de libertar Jerusalém (36:20). No final, eles ficaram sem resposta ao desafio do comandante (36:21).
No entanto, precisamos entender que, na verdade, não há proveito nem necessidade de ganhar uma discussão, uma vez que Deus sempre tem a última palavra. Aliás, devemos temer por aqueles que insultam abertamente o nome de Deus, algo que Ezequias entendeu corretamente, uma vez que Deus não tomará levianamente nenhuma blasfêmia feita contra Ele. No caso do rei da Assíria Ele disse: "farei com que seja morto à espada" (37:7).
No entanto, Deus é um Deus tão misericordioso que ele estende Seu perdão até mesmo àqueles que em sua ignorância O blasfemam: lembremo-nos de Sua promessa de que nos últimos dias até os egípcios e os assírios O adorarão juntos (19:23), e até mesmo a Assíria será chamada "obra de minhas mãos" (19:25).
37:14-20—A oração de Ezequias
(1) O que Ezequias fez quando recebeu a carta insultuosa de Senaqueribe?
(2) Como Ezequias se dirigiu ao Senhor? O que isso significa? (v. 16)
(3) Como Senaqueribe zombou de Deus em sua carta?
(4) Que realidade Ezequias reconheceu que estava enfrentando? (vv. 18-19)
(5) Em que aspectos esses outros deuses não eram como o Senhor? (vv. 18-19 versus o v. 16)
(6) Com que fundamento Ezequias pediu a libertação de Deus?
(7) O que você aprendeu com a oração de Ezequias?
37:21-35—A resposta de Deus à oração de Ezequias
(8) Por que o Senhor se referiu à cidade como a virgem, a filha de Sião e de Jerusalém? (v. 22)
(9) De quem Senaqueribe tinha zombado e blasfemado? (vv. 23-24)
(10) Ele sabia quem era o Deus de Israel?
(11) Sob o reinado de Senaqueribe, a nação da Assíria foi de fato muito poderosa, e sua fanfarronada nesses capítulos não foi tão exagerada; parece até que o Senhor estava afirmando seu sucesso (v. 27). No entanto, o rei não percebia algo muito importante. De acordo com o v. 26, o que ele não percebia?
(12) Como o Senhor descreveu Sua onisciência? Como isso faz eco das palavras de Davi no Salmo 139:1-6? (vv. 28-29)
(13) Que metáfora o Senhor usou para descrever o destino de Senaqueribe? (v. 29)
(14) Qual seria o sinal da libertação de Deus? (v. 30)
(15) A história secular confirma a retirada do exército assírio e a posterior morte de Senaqueribe; no entanto, que aspecto dessa retirada não foi reconhecido pelos historiadores? (37:36)
(16) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Então o anjo do Senhor saiu e matou cento e oitenta e cinco mil homens no acampamento assírio. Quando o povo se levantou na manhã seguinte, só havia cadáveres!" (NVI-PT) (Isaías 37:36)
Acho bastante perturbador que sempre que o relato bíblico parece ser diferente da narrativa da história secular, a maneira como os comentaristas procuram defender o relato bíblico acaba desacreditando a precisão da Bíblia. A maioria deles procura culpar os escribas por supostos erros de transmissão e querem alterar a grafia de certas palavras para fazê-las conformar-se ao relato histórico secular, enquanto outros são da opinião de que uma seção inteira pode ter sido copiada no lugar errado numa redação posterior do livro. Outros ainda pensam que certos trechos são adições espúrias feitas numa época posterior. Um exemplo disso é Isaías 37:36. É óbvio que a história secular não atribui a retirada do exército assírio à palavra do anjo do Senhor, e que muitos duvidam da possibilidade de que 185.000 soldados tenham morrido.
Gostaria de compartilhar as seguintes reflexões de Oswalt a esse respeito:
“Este versículo é o cerne de toda a história. Portanto, não é de surpreender que tenha recebido um severo escrutínio por parte dos estudiosos da Bíblia. Isaías não diz que o monarca assírio voltou a casa satisfeito com a rendição de Ezequias, nem que ele voltou depois de ter alcançado seus objetivos no Ocidente, nem devido a alguma crise em outra parte do império. O profeta diz que foi para casa por causa das consequências de dois eventos: o fato de Senaqueribe ter afirmado que a glória humana era superior à de Deus, e a ousadia de Ezequias ao confiar em Deus. Devido a essas duas coisas, Deus interveio nos eventos naturais e dizimou um número significativo do exército assírio. Se tentarmos dizer que esse evento não foi um fato histórico (como muitos comentaristas desejam fazer), todo o conteúdo teológico da passagem desmorona... Quanto às terríveis perdas... Smith aponta que a Terceira Cruzada reuniu mais de um milhão e meio de homens, e que as perdas estimadas da Primeira Cruzada foram superiores a 300.000. Talvez mais a propósito, H.W. Saggs, usando como base nos relatórios assírios, conclui que o "Grande Exército" assírio teria incluído centenas de milhares de soldados... isso mostra que o relato não é uma simples fantasia, mas está dentro do âmbito do possível".
(NICOT, Isaías 1-39, 669-670)
38:1-8—A oração de Ezequias para ser curado:
(1) Talvez seja útil notar o seguinte sobre o período da doença de Ezequias:
a. Ele começou a reinar aos 25 anos (2 Reis 18:2).
b. Ele reinou por 29 anos, o que significa que ele morreu aos 54 anos.
c. O Senhor acrescentou 15 anos à sua vida após sua doença.
d. Ele teria tido 39 anos quando adoeceu.
(2) O que normalmente diríamos e faríamos ao visitar um moribundo? O que Isaías disse ao rei? Por quê? (Observe que a promessa no versículo 6 mostra claramente que Judá ainda estava sob ameaça da Assíria.)
(3) Embora Ezequias talvez tenha suspeitado que sua doença era terminal, qual foi o impacto sobre ele da confirmação de Isaías de que ele iria morrer?
(4) Qual deveria ser a atitude daquele que pertence a Deus e o ama ao enfrentar a morte?
a. Por que Ezequias não queria morrer, ao ponto de chorar amargamente?
b. Ezequias realmente andava fielmente e de todo o coração diante do Senhor, fazendo o que era bom aos Seus olhos. À luz disso, reflita sobre as seguintes perguntas:
- Ele não deveria ter se submetido ao destino que o Senhor designado para ele?
- Ele realmente fez a coisa certa ao usar seu bom comportamento como um mérito para pedir a Deus que poupasse sua vida? (64:6)
(5) Responda as seguintes perguntas com base na resposta que Deus lhe deu por meio de Isaías:
a. Deus o repreendeu por sua auto-retidão? Porque não?
b. O que quer dizer que Deus tinha visto suas lágrimas?
c. Além de lhe dar mais 15 anos de vida, que outra promessa Deus fez a Ezequias?
d. Você acha que isso foi parte da razão de seu desejo de viver um pouco mais?
(6) O v. 22 nos mostra que Ezequias foi quem pediu um sinal:
a. Compare sua atitude com relação ao sinal com a de Acaz (7:10-13). Que diferença havia entre eles?
b. Quão apropriado foi o sinal que o Senhor lhe deu à luz de Sua promessa de lhe dar mais anos de vida?
38:9-20—O cântico de louvor de Ezequias (por escrito)
(7) Uma vez que Ezequias tinha somente 39 anos, você se identifica com o seu desejo de ser curado?
(8) Que figuras ele usou para descrever sua condição física enquanto estava doente? (vv. 12-13)
(9) Como ele descreveu sua condição emocional diante da doença? (v. 14)
(10) Você já passou por uma luta parecida com a de Ezequias?
(11) Seu louvor a Deus por tê-lo curado
a. O que Ezequias prometeu ao Senhor? (v. 15; no entanto, veja o comentário bíblico em 2 Crônicas 32:24-26 sobre sua vida depois de ser curado)
b. O que ele pensava sobre sua doença agora? (v. 17)
c. Que outras promessas ele fez ao Senhor? (vv. 18-20)
(12) No geral, o que você acha do desejo desesperado de Ezequias de viver mais?
(13) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Assim diz o Senhor, o Deus de seu antepassado Davi: 'Ouvi sua oração e vi suas lágrimas; acrescentarei quinze anos à sua vida'.” (NVI-PT) (Isaías 38:5)
Devo confessar que tenho sentimentos contraditórios com relação à oração de Ezequias para ser curado. Por um lado, seu desejo desesperado de não morrer é compreensível:
- Como o próprio Ezequias menciona, ele ainda estava “no vigor da sua vida” (v. 10); ele provavelmente tinha cerca de 39 anos; era jovem demais para morrer;
- Ele tinha assuntos não resolvidos: Embora não possamos afirmar com certeza que de uma perspectiva cronológica o capítulo 38 ocorreu após a retirada de Senaqueribe no capítulo anterior, a resposta de Deus no v. 6 deixa claro que o povo ainda estava sob ameaça da Assíria. Seu arrependimento de ter confiado no Egito tinha levado a nação de volta ao caminho certo de confiar somente em Deus. É possível que ele tenha se sentido que eram seus assuntos não resolvidos, algo que foi afirmado pelo Senhor em Sua resposta no v. 6.
- Sua oração depois de ser curado mostra que ele tinha aprendido uma lição de sua doença (v. 17): ele prometeu andar em humildade (v. 15) e ensinar a seus filhos a fidelidade de Deus (v. 19).
Por outro lado, o que aconteceu após sua cura mostra que os últimos 15 anos de sua vida acabaram sendo uma maldição, e não uma benção, para ele e para a nação:
- Lemos o seguinte em 2 Crônicas sobre a vida de Ezequias após ser curado: “Mas Ezequias tornou-se orgulhoso, e não correspondeu à bondade com que foi tratado” (2 Cr 32:25).
- O próximo capítulo de Isaías revela seu orgulho ainda mais quando nos conta que ele mostrou seus tesouros aos emissários do rei da Babilônia; isso com certeza contribuiu (direta ou indiretamente) para a queda de Jerusalém para os babilônios.
- Ele não ensinou seu filho Manassés a ser fiel ao Senhor. Esse filho tinha 12 anos de idade quando o sucedeu (2 Crônicas 33:1); isso significa que ele nasceu durante os 15 anos adicionais de vida de Ezequias. Como já sabemos, Manassés acabou sendo um dos piores reis de Judá, um rei que aos olhos de Jeová cometeu muito mal.
Talvez Ezequias devesse ter se submetido à vontade de Deus, pois o que realmente importa não é quanto tempo vivemos, mas como vivemos!
O capítulo 39 marca o fim da porção histórica de Isaías. Este capítulo nos mostra que, apesar de todos os oráculos que Isaías tinha proferido ao longo dos sucessivos reinados dos reis de Judá (1:1), nem mesmo um rei relativamente bom (Ezequias) foi capaz de permanecer humilde e confiar somente no Senhor:
(1) Por que o rei da Babilônia enviou seu filho para visitar Ezequias? (Observe que isso aconteceu numa época em que o poder dos babilônios estava crescendo gradualmente e a Babilônia ameaçava ultrapassar a Assíria como potência mundial dominante.)
(2) Por que Ezequias ficou tão feliz que ele até mostrou todos os tesouros de seu palácio aos enviados, de modo que "não houve nada em seu palácio ... que Ezequias não lhes mostrasse" (39:2)?
(3) Na sua opinião, qual foi o propósito da visita de Isaías ao rei?
(4) Com base nas palavras da resposta que Ezequias deu a Isaías, você acha que sentiu que o que ele tinha feito foi errado? Por que ou por que não? (v. 4)
(5) De acordo com Isaías, qual seria o resultado do seu orgulho? (vv. 5-7)
(6) Qual foi a resposta de Ezequias a esse juízo terrível? (v. 8)
(7) O que a resposta de Ezequias revelou sobre seu coração?
(8) Qual deveria ter sido sua resposta?
O capítulo 40 em diante dá a gloriosa resposta à pergunta feita nos 39 capítulos anteriores: "Como pode a nação pecadora e rebelde de Israel ser salvo e santo?" Como veremos, a resposta miraculosamente aponta para uma salvação cujo impacto vai muito além da terra e do povo de Israel, afetando o mundo inteiro.
40:1-2—Um povo que precisa ser consolado
(9) Embora Jerusalém ainda não tivesse sofrido na época de Isaías, como ele descreve seu sofrimento futuro?
(10) Por que o Senhor considera seu sofrimento o “dobro por todos os seus pecados”?
(11) Como Deus lidaria com ela depois de seu sofrimento?
40:3-5—O precursor do Messias—essa consolação viria através da vinda do próprio Deus (v. 4).
(12) Por que sua vinda exigia um precursor? Qual seria a tarefa desse precursor?
(13) Quem é esse precursor? (vide Marcos 1:3-4; Lucas 3:4-6; João 1:23)
(14) O que João Batista fez para cumprir seu papel? (vide João 1:19-34)
40:6-11—A vinda de Deus
(15) O que essa voz diz (vv. 6-8) e como isso encapsula a mensagem dos 39 capítulos anteriores?
(16) De acordo com o que a voz diz no v. 10, o que será realizado na vinda de Deus?
(17) No entanto, como este Senhor Soberano que chega com poder tratará os Seus? (v. 11)
(18) O que é essa boa notícia? Quem é esse Deus?
(19) Como o apóstolo Paulo responde a esse chamado de trazer as boas novas? (vide Romanos 10:9-15)
(20) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Consolem, consolem o meu povo." (NVI-PT) (Isaías 40:1)
Os primeiros 39 capítulos de Isaías, que juntos formam a primeira unidade deste extenso livro de profecias, servem para enriquecer grandemente a nossa compreensão do grande plano de salvação de Deus, não só para Seu povo escolhido Israel, mas para toda a humanidade.
As repreensões implacáveis dirigidas tanto ao reino do norte quanto ao do sul destacam a incapacidade de Seu povo escolhido de cumprir Sua aliança. Mesmo os reis de Judá que foram relativamente bons falharam e não mantiveram uma confiança plena no Senhor, e isso sem mencionar a degeneração do resto das pessoas - o povo, os sacerdotes e os profetas - numa falsa piedade e religião marcada pelo reconhecimento verbal de Deus enquanto seus corações estavam longe dEle (Isaías 1:10-15; 29:13).
Seu destino inevitável seria a destruição nas mãos das nações. Mas mesmo no meio dessas acusações implacáveis e palavras de juízo, sempre há uma mensagem de esperança, junto com a promessa de um remanescente e um reino restaurado sob o reinado de um descendente de Davi, um reino que seria marcado pelo perdão e justiça (por exemplo, 11:16; 9:7; 16:5).
Esta primeira unidade de Isaías também revela os pecados das nações — sua adoração a falsos deuses, sua crueldade e seu orgulho. Essas nações também seriam julgadas e totalmente destruídas. Surpreendentemente, porém, as mesmas nações seriam incluídas no futuro Reino restaurado e adorariam ao lado de Israel (caps. 13-27; esp. 19:23-25).
A grande pergunta é esta: "Como tudo isso pode acontecer?".
A resposta já foi dada na primeira unidade: as incríveis boas novas sobre o Emanuel-Deus conosco — não só Sua presença por meio de homens de Deus como Moisés e Josué, mas Seu nascimento real como uma criança! (7:14; 8:8; 9:6). Embora essa resposta permeie os primeiros 39 capítulos do livro, devemos admitir que ler esses capítulos ainda é como olhar para um espelho embaçado.
No entanto, a partir do capítulo 40, o que parece embaçado na primeira unidade se torna mais nítido, muito mais nítido, nos capítulos seguintes. Assim será o coração compassivo do Senhor e Sua mensagem de graça para com o Seu povo. Esta mensagem é transmitida de maneira poderosa nos dois versículos que marcam o início do resto do livro:
"Consolem, consolem o meu povo, diz o Deus de vocês. Encoragem a Jerusalém e anunciem que ela já cumpriu o trabalho que lhe foi imposto, pagou por sua iniqüidade, e recebeu da mão do Senhor em dobro por todos os seus pecados.”
(NVI-PT) (40:1-2)
Não preciso explicar o que esses dois versículos significam, só fazer as seguintes perguntas:
- Será que o povo de Israel (aliás, nós também) não merecia os castigos que lhe foram pronunciados?
- No entanto, era certo que o Senhor considerava que o povo já tinha sofrido demais?
- Como Israel podia (e, mais uma vez, como nós podemos) pagar pelos seus pecados?
A surpreendente resposta cheia de graça e compaixão nos espera no resto do livro.