Esta semana continuaremos o nosso estudo do Livro de Isaías no Velho Testamento.
No capítulo anterior, a mensagem de consolação continuou com o pronunciamento de juízo contra a Babilônia e contra sua confiança na magia, nos feitiços e na astrologia. Com essa mensagem, o Senhor confrontou Judá com as implicações de predizer essas “coisas novas” que ainda não tinham acontecido:
48:1-6—As loucuras de Judá—A Babilônia era de fato iníqua; no entanto, o Senhor lembra a Judá que, na verdade, eles não eram melhores:
(1) Quem eram eles para Deus? (48:1; vide também 43:1)
(2) Quão falsa era sua religião? (48:1-2)
(3) O que eles deveriam ter aprendido do seu passado, ou da história de seus encontros com Deus? Você consegue pensar em algum exemplo disso? (48:3)
(4) Qual tinha sido o propósito de Deus ao dar-lhes profecias no passado? Ele tinha alcançado Seu propósito?
48:7-11—As consequências de sua traição
(5) O que tinha acontecido com o povo por ter ignorado seus encontros com Deus no passado? (48:9-10)
(6) Quais são as “coisas novas” já mencionadas por Deus no capítulo anterior?
(7) Por que Deus ainda decidiu contar-lhes "coisas novas"? (48:11)
48:12-22—Um chamado ao arrependimento
(8) Do que Deus os lembrou nos vv. 12-13, onde Ele os chamou para vir e ouvir? Por quê?
(9) Quais são as “coisas novas” mencionadas novamente nos vv. 14-15?
(10) Por que o povo devia vir e ouvir? (v. 17)
(11) O que teria acontecido se o povo tivesse escolhido ouvir antes? (vv. 18-19)
(12) Como eles deviam se arrepender agora? (v. 20) Por quê? (v. 22)
(13) O que é prometido nos vv. 20-21?
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Deixem a Babilônia, fujam do meio dos babilônios!" (NVI-PT) (Isaías 48:20)
Nos oráculos de consolação de Isaías a Judá, a mensagem de Deus (Aquele que tinha feito todas as coisas acontecerem como Ele predisse) é repetida várias vezes, e Isaías enfatiza que isso sem dúvida distingue Deus dos ídolos. Infelizmente, o povo de Deus não tinha admitido o que tinha visto e ouvido (48:6).
Apesar disso, Deus não havia desistido deles; por isso, na época de Isaías, Deus permitiu que os assírios os oprimissem para refiná-los, embora Ele ainda não os tivesse entregado à destruição total (48:9-10). Fazendo um esforço para atraí-los para Si, o Senhor agora permite que eles ouçam “coisas novas”, uma expressão que se refere à destruição total do seu próximo opressor, os babilônios, nas mãos da Pérsia (48:14-15). No entanto, uma vez que eles não tinham prestado atenção às profecias cumpridas no passado, como eles poderiam prestar atenção àquilo que ainda estava por vir! Por essa razão, concordo com a maioria dos comentaristas que essas "coisas novas" que estavam sendo anunciadas eram para aqueles que seriam exilados na Babilônia no futuro, para que tivessem esperança e até se arrependessem, mesmo no meio da dificuldade.
No entanto, também acredito que esta mensagem é para todas as épocas - para aqueles em Judá que tendiam a depositar no Egito sua esperança de serem libertados dos assírios, para aqueles que no futuro estariam no exílio, e também para todos nós hoje. A razão é esta — o propósito de Deus ao predizer a futura destruição de Babilônia fica evidente no versículo 20: “Deixem a Babilônia, fujam do meio dos babilônios!”. Essa ordem não é dirigida somente a Judá; ela deve ser proclamada “aos confins da terra” (48:20).
Aqui, a palavra "Babilônia" não se refere à Babilônia dos séculos VI e VII a.C.; é usada como um símbolo do poder mundial "maligno" que está empenhado em desafiar Deus e Seu reino. O verdadeiro significado do mandamento é revelado totalmente no livro do Apocalipse:
"Caiu! Caiu a grande Babilônia! Ela se tornou habitação de demônios e antro de todo espírito imundo... Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam! Pois os pecados da Babilônia acumularam-se até o céu, e Deus se lembrou dos seus crimes” (NVI-PT) (Apocalipse 18:2, 4-5).
Conforme vamos nos aproximando do cumprimento dessas profecias do fim dos
tempos, não devemos estar entre aqueles que simplesmente vão "por todo lado em busca de maior conhecimento" a
respeito dos sinais da volta do Senhor (Dan. 12:4). Em vez disso,
devemos prestar atenção à mesma advertência de nos dissociarmos dos maus
caminhos do mundo:
“Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. Ao contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne” (NVI-PT) (Rom. 13:13-14).
Esta é a atitude correta que se deve ter ao estudar a profecia bíblica.
Agora, o "servo" que já foi apresentado no capítulo 42:1 e ss. é o foco desta próxima porção que começa no capítulo 49 e termina no capítulo 57. A descrição e atividade deste servo vai muito além das de Ciro, que seria usado para derrotar e castigar a Babilônia. Descobriremos que, embora este Servo seja identificado com Israel (49:3), Seu caráter e origem sem dúvida transcendem aqueles da nação iníqua de Israel e só podem pertencer a Jesus Cristo, o Messias.
49:1-4—A auto-apresentação do "Servo"
(1) A quem esta mensagem é dirigida? Por quê? (v. 1)
(2) O v. 1 não aborda origem do servo, mas Sua missão, descrevendo como Ele foi chamado. Portanto, como o v. 1 é cumprido em Jesus Cristo? (Mateus 1:21)
(3) O v. 2 menciona tanto de Seu ministério quanto a maneira como Deus O protegeria:
a. Em que sentido Jesus é como uma espada afiada e uma flecha polida? (Hebreus 4:12)
b. Você consegue se lembrar de exemplos específicos de como Deus o protegeu? (por exemplo, Mat. 2:12 e ss.)
(4) Israel tinha fracassado em sua missão de exibir o esplendor de Deus, mas este “servo”o faria no seu lugar: como Cristo tem glorificado a Deus? (João 17:4)
(5) O que o v. 4. diz sobre a maneira como Jesus seria recebido pelo povo, e sobre Seu triunfo final? (vide João 1:5; Atos 2:24, 36)
49:5-7—A missão do "Servo"
(6) Qual seria a dupla missão do servo? (vv. 5-6)
(7) Qual seria o resultado de Sua dupla missão? (v. 7)
49:8-12—A restauração de Israel
(8) A restauração de Israel é anunciada em termos do "ano do jubileu" (vide Levítico 25:8 e ss.), ano em que as propriedades (hipotecadas) deviam ser devolvidas e os escravos libertados:
a. Como a verdadeira liberdade é alcançada por meio de Cristo? (João 8:36)
b. O que quer dizer "farei de você uma aliança para o povo"? (Mateus 26:28)
(9) Embora a restauração de Israel pareça ser expressa em termos físicos, qual poderia ser a realidade espiritual descrita pelos vv. 9-12?
49:13-21—Respostas para aqueles que duvidam (I)
(10) Por que alguns teriam dúvidas, apesar do caráter grandioso desta notícia para Israel? (v. 14, v. 21)
(11) Como o Senhor lhes responde? (vv. 15-16)
(12) Como você pode aplicar a resposta de Deus a si mesmo?
(13) Em resumo, que tipo de promessa é dada nos vv. 18-21?
49:22-26—Respostas para aqueles que duvidam (II)
(14) Qual é a segunda pergunta feita pelos céticos? (v. 24)
(15) Como o Senhor lhes responde?
(16) O que quer dizer que esta promessa será cumprida para “todo mundo”? (v. 26)
(17) Como esta grande salvação realizada por Deus através de Seu Servo deve ser recebida? (v. 13)
(18) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você! Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos;" (NVI-PT) (Isaías 49:15-16)
Isaías 49:15 deve ser um dos versículos mais comoventes da Bíblia, uma vez que Deus usa a imagem de uma mãe lactante para expressar Seu amor por nós. Gostaria de compartilhar as seguintes reflexões de Francisco de Sales a esse respeito:
“A comparação do amor que as criancinhas têm por suas mães não deve ser rejeitada devido a seu caráter puro e inocente. Pense numa linda criança a quem uma mãe sentada oferece seu seio. A criança se joga energicamente nos braços da mãe, segura e entrelaça todo o seu corpinho naquele seio materno querido. Pense em como a mãe, por sua vez, pega a criança, aperta-a e a prende (por assim dizer) no seio, coloca sua boca na da criança e a beija. Pense novamente em como aquele bebezinho é atraído pelas carícias de sua mãe, e em como ele também coopera nessa união com sua mãe. Tanto quanto possível, ele segura e aperta o seio e o rosto de sua mãe, como se quisesse se enterrar e se esconder completamente no seio querido de onde veio. Nesse momento, há uma união perfeita; embora ela seja uma só, procede tanto da mãe quanto da criança, embora de certa forma dependa inteiramente da mãe. Foi ela quem tomou a criança para si. Ela primeiro a tomou nos braços e depois o apertou contra o seio. A força da criança nunca teria sido suficiente para abraçar sua mãe e se manter tão perto dela. No entanto, por sua vez, o coitado faz tudo o possível, e com todas as suas forças se junta ao peito da mãe. Ela não só tolera a doce união iniciada pela mãe, mas de todo o coração contribui com seus próprios esforços débeis. Eu os chamo de esforços débeis porque são tão débeis que parecem tentativas de união em vez de uma verdadeira união.
"Assim, também, Nosso Senhor oferece o peito amoroso de Seu amor divino a uma alma devota, atrai-a totalmente para si, recolhe-a e (por assim dizer) envolve todos os seus poderes no seio de sua consolação que é maior que a consolação maternal."
(Christian Meditations, 118)
Capítulo 50—Aquele que atende ao chamado—Enquanto Deus continua a apresentar Seu servo, a pessoa pelo qual a salvação viria a Israel (e ao mundo), Ele salienta que Israel devia ser responsabilizado por sua própria destruição:
50:1-3—Israel não havia respondido ao chamado de Deus:
(1) Quais são as duas analogias que o Senhor usa para apontar para Seu relacionamento quebrado com Israel? (v. 1)
(2) Uma vez que Deus não tinha cortado os laços com Israel, quem era responsável por sua situação? (v. 1)
(3) Deus de fato não os tinha abandonado. Ele os tinha buscado e chamado. Qual foi a reação de Israel quando Deus ofereceu ajudá-los? (v. 2)
(4) Eles tinham alguma desculpa? Por que ou por que não? (vv. 2-3)
50:4-1—O "servo" responde ao chamado de Deus
(5) Reflita sobre o fato de que Israel não esteve presente quando Deus chegou, nem ouviu o Seu chamado:
a. Quão diferente foi esse "Servo" com respeito a estes dois aspectos? (vv. 4-5)
b. O que quer dizer a expressão “uma língua instruída [ou disciplinada]”?
(6) Por que esse “Servo” devia receber golpes e ser ridicularizado?
(7) Como Ele enfrentaria esses sofrimentos? (v. 6)
(8) Por quê? (vv. 7-9)
(9) Como Cristo cumpriu essa profecia? (Marcos 15:16-20; Filipenses 2:6-11)
(10) Como o servo obteria Sua vitória? (vv. 7-9)
(11) Como aqueles que andam nas trevas (quer dizer, aqueles que reconhecem sua pecaminosidade) e aqueles que acendem seu próprio fogo (quer dizer, aqueles que confiam em sua própria justiça) deviam responder às palavras do servo? Por quê? (vv. 10-11)
Cap. 51—A salvação eterna
51:1-3—As boas novas para os de Sião que se arrependem
(12) Se estes buscarem ao Senhor e seguirem a justiça, como eles cumprirão a promessa de Deus a Abraão e Sara? (Gênesis 22:17)
(13) Como Sião será consolada? (v. 3)
51:4-16—A salvação de Deus
(14) Quão especial é esta salvação que já veio (vv. 4-6):
a. Quem serão os beneficiários? Só Israel?
b. Quão diferente será esta salvação da libertação passada de Israel? (v. 6)
(15) Não devem temer seus inimigos (vv. 7-16):
a. Quem é chamado pelo Senhor a não ter medo? (v. 7)
b. Que contraste o Senhor usa para dar-lhes segurança? (v. 8)
c. Que exemplo do passado o Senhor menciona para lembrá-los de Seu poder? (vv. 9-11. Observe que a palavra Raabe é usada para se referir ao Egito; vide 30:7)
d. A realidade é que eles tinham medo de “homens mortais” (v. 12): Qual era a razão de seu medo? (v. 13)
e. Deus lhes dá mais garantias de Sua salvação: além de reiterar a destruição de seus inimigos, os quais eram “meros mortais”, o que Ele diz sobre o papel que Israel desempenhará na criação de “um novos céus e nova terra”? Como isso acontecerá? (v. 16)
(16) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Pus minhas palavras em sua boca e o cobri com a sombra da minha mão, eu, que pus os céus no lugar, que lancei os alicerces da terra, e que digo a Sião: 'Você é o meu povo'.” (NVI-PT) (Isaías 51:16)
Quando o Senhor revelou a salvação eterna que Seu Servo (Cristo) traria, Ele encorajou Judá a não temer seus inimigos, quer fossem inimigos do passado (Egito, Raabe) ou do futuro (assírios e babilônios). Além de reiterar o fato de que essas nações que não reconheciam o Senhor seriam totalmente destruídas, Ele aponta para o glorioso papel de Seu povo no estabelecimento dos céus e da terra, uma vez que Ele tinha colocado Suas palavras em suas bocas, os tinha coberto com a sombra de Sua mão e os chamaria Sião "meu povo" (51:16).
Claro, isso se refere ao Sião espiritual, que será composta por todos os crentes que têm levado a sério a palavra do evangelho de Deus (51:7) e a proclamam. Como Young salienta, embora os céus e a terra que finalmente seriam estabelecidos se refiram aos Novos Céus e à Nova Terra, Calvino vê nisso outra dimensão:
“Parece-me que o verdadeiro significado é este: o céu e a terra são restaurados pela doutrina da salvação; pois 'em Cristo', diz Paulo, 'todas as coisas que estão nos céus e na terra estão reunidas' (Efésios 1:10). Desde a queda do primeiro homem, não enxergamos nada além de uma terrível confusão que perturba até as criaturas mudas, fazendo-as sofrer, de certa forma, o castigo dos nossos pecados; consequentemente, essa confusão só pode ser remediada por Cristo. Portanto, uma vez que toda a face do mundo foi manchada por uma terrível desolação, há boas razões para dizer que os mestres piedosos renovam o mundo, como se Deus formasse novamente o céu e a terra por Sua mão. Daí se torna evidente quão atroz é a nossa culpa, a qual deu origem a tão terrível confusão na natureza das coisas. Assim, diz-se que ao estabelecer os céus, lançando os fundamentos da terra, o Senhor estabelece Sua Igreja pela palavra; Ele faz isso por meio de ministros que Ele guia por Seu Espírito, e protege contra inimigos ocultos e diversos perigos, a fim de que possam cumprir eficazmente o que Ele ordenou."
(Comentário de Calvino, Isaías Vol. III, 83)
A mensagem de consolação continua; desta vez Ele diz a Jerusalém: "Desperte! Desperte!"
51:17-23—O cálice da ira—a ira de Deus con frequência é descrita como um “cálice”. Embora essa expressão seja usada principalmente para se referir ao juízo de Deus contra as nações, neste trecho Jerusalém é a primeira nação a beber do cálice:
(1) Qual é o resultado de ter que beber o cálice da ira de Deus? (51:17-20)
(2) Os comentaristas se esforçam muito para entender exatamente o que as palavras “dobro ... por todos os seus pecados” querem dizer; leia 40:2 para ter uma ideia do que Deus pode ter em mente.
(3) Se Jerusalém está tão bêbada, como ela pode acordar? (vv. 21-23)
Capítulo 52—A mensagem de consolação continua com as boas novas de que Deus "redimiu Jerusalém" (52:9). Seu plano de redenção torna-se cada vez mais claro com o surgimento de Seu "Servo sofredor", descrito na última parte deste capítulo e ao longo do próximo:
52:1-6—Desperte, ó Sião
(4) Qual era a condição de Sião quando o Senhor a chamou a sacudir a sua poeira? (v. 2)
(5) Em vez de ser coberta de pó, Jerusalém se vestiria com suas belas vestes. O que caracteriza sua beleza? (v. 1)
(6) Ao descrever as dificuldades das filhas de Sião, o Senhor disse que eram como pessoas que são vendidas “por nada”:
a. O que Ele quis dizer com isso?
b. Em certo sentido, o Senhor não recebeu nada em troca quando Sião se vendeu, mas em outro sentido, Ele de fato recebeu algo em troca. O que Ele recebeu, de acordo com a última parte do v. 5?
(7) Uma vez que Sião estava no pó, quase morta, como ela podia acordar? (v. 6)
52:7-12—As boas novas da salvação—As boas novas da redenção são apresentadas no versículo 6 com a expressão “naquele dia” e o anúncio de "Sim, sou eu".
(8) Como o v. 7 faz eco do anúncio em 40:9, e que informação adicional é dada neste trecho sobre a boa notícia?
(9) O que essa salvação significaria especialmente para Sião? (vv. 8-9)
(10) O que quer dizer que Ele desnudaria Seu braço santo ao efetuar esta redenção?
(11) O que o povo (especialmente aqueles que servia ao Senhor no templo) devia fazer em resposta a essas boas novas? (v. 11; vide também 48:20)
(12) Uma vez mais, essas boas novas são somente para Jerusalém e seu povo? (v. 10)
52:13-15—O Servo sofredor
(13) Se este "Servo" que traria salvação a todos seria muitíssimo exaltado (v. 13), por que muitos ficariam pasmados diante dEle? (v. 14)
(14) O que o versículo 14 nos revela sobre o nosso Senhor Jesus quando Ele estava na cruz?
(15) O que Cristo aspergiria da cruz, e sobre quem Ele o aspergiria? (v. 15; vide 1 Pe.1:1-2)
(16) Como Cristo cala a boca dos reis do mundo?
(17) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Desperte! Desperte, ó Sião! Vista-se de força. Vista suas roupas de esplendor ..." (NVI-PT) (Isa. 52:1)
Eu tentei imaginar como teria sido se eu fosse um dos israelitas cativos que moravam no exílio na Babilônia, cujos lares foram totalmente destruídos, seus entes queridos assassinados e seu país devastado. Ao ler estas palavras de Isaías que foram escritas mais de 100 anos antes desses eventos, nas quais ele predisse e advertiu sobre o horrível juízo de Deus, eu teria me sentido não só culpado, mas também desesperado. O povo de fato era como os que jaziam no pó (52:2), quase mortos; como um bêbado, bêbado demais para voltar para casa; a diferença é que em vez de vinho, eles estavam bebendo do cálice da ira de Deus (51:17-18).
Nesse momento, quando Isaías nos diz: "Desperte! Desperte!" (51:17; 52:1), a resposta natural seria: "Como é possível nos acordar?"
A resposta é clara: é impossível para Sião acordar sozinho; no entanto, este chamado é precedido por um chamado ao "braço do Senhor" para despertá-lo (51:9), e o Senhor responde desnudando Seu braço santo à vista de todas as nações (52:10). O braço nu de Deus é a manifestação de Seu poder — quando ninguém mais guiar Seus filhos bêbados, Ele o fará (51:20); quando Sião não puder acortar sozinha, Ele a levantará; quando ela estiver cativa, Ele irá adiante dela para tirá-la do cativeiro (52:12).
Esta também é uma imagem da salvação de toda a humanidade. Como pecadores, estamos mortos em nossos delitos e pecados (Efésios 2:1); isso é pior do que estar bêbado demais para andar, pois somos escravos dos nossos pecados, incapazes de nos libertar (Rm 6:16; 7:18). Mas Deus nos despertou, no sentido de que Ele agiu por meio de Seu Servo sofredor, Jesus Cristo, que “borrifará muitas nações” (52:15) com Seu sangue na cruz para o perdão dos pecados. Quando cremos em Cristo, nós também fomos aspergidos, e Ele “deu-nos vida com Cristo” (Efésios 2:5). Antes éramos como os mortos no pó, mas agora fomos vestidos com as belas vestes de Cristo, marcadas pela santidade, pois Deus reina em nossas vidas (52:1, 7). É claro que esta obra não é a nossa, mas de Deus; a beleza não é a nossa, mas a de Cristo.
Esta é a descrição mais clara de como o "Servo Sofredor" obteria redenção para toda a humanidade; leia-a com atenção para ver como tudo foi cumprido plenamente na pessoa de Jesus Cristo:
53:1-3—Quem creu em nossa mensagem?
(1) O plano de redenção de Deus sem dúvida é uma manifestação de Seu poder (simbolizado pelo “braço do Senhor”). O que normalmente esperaríamos ver se soubéssemos que Deus estava prestes a manifestar Sua força e poder por meio de Seu servo? Por quê?
(2) No entanto, o surgimento deste "Servo", este Messias e Salvador, é bastante inesperado (v. 2):
a. Que aspecto do surgimento de Cristo é parecido com um rebento tenro e uma raiz de terra seca?
b. O que essa aparência faria com Ele?
(3) Apesar de Ele não ter beleza ou majestade para nos atrair, o que você acha do seguinte?
a. Por que Ele é desprezado e rejeitado?
b. Até que ponto Ele é desprezado e rejeitado?
(4) Sua vida é caracterizada por "dores" e "sofrimento":
a. Que tipo de sofrimento Cristo experimentou?
b. Que tipo de dor Ele suportou?
53:4-6—Tudo foi para o nosso bem
(5) Reflia sobre a descrição de Seu sofrimento e dor e responda:
a. O que o profeta salienta no v. 5?
b. Como isso foi cumprido literalmente em Jesus Cristo?
(6) Por que o profeta diz que Seu sofrimento e dor são nossos? (v. 4)
(7) Por que consideraríamos isso como um castigo de Deus? (Mateus 27:43)
(8) O que quer dizer que Ele foi transpassado e esmagado pelas nossas transgressões e iniqüidades? (v. 5)
(9) Como, então, Seu castigo nos trouxe paz? (Colossenses 1:20)
(10) Como somos curados por Suas feridas (uma referência às feridas que Cristo sofreu)?
53:7-10a—Submissão à morte
(11) Como Cristo lidou com a opressão e a aflição? (v. 7, vide Mat. 26:62, 63; 27:14) Por quê?
(12) Em que culminariam todos esses sofrimentos e aflições? Por quê? (v. 8)
(13) De acordo com o versículo 9, como esse Servo sofredor seria enterrado? (vide Mateus 27:57-61)
(14) Sabemos que o nosso Senhor Jesus clamou a Seu Pai enquanto estava na cruz (Mateus 27:46), mas não houve resposta do céu. Que informação adicional o versículo 10 nos dá a esse respeito?
53:10b-12—Está consumado!
(15) Em que sentido a morte deste Servo é uma “oferta pela culpa”? (vide Hebreus 10:5 e ss.)
(16) Sua morte teria as seguintes consequências:
a. Ele teria descendência: Quem seria Sua descendência? (v. 10)
b. A vontade de Deus prosperaria em Suas mãos: Você se lembra de algumas das muitas palavras de consolação que já foram ditas desde o capítulo 40? (Todas elas seriam cumpridas devido à morte expiatória de Cristo.)
c. Ele seria o Vencedor (v. 12): Como Filipenses 2:9-11 descreve a vitória de Cristo?
(17) O capítulo termina com uma profecia final sobre o sofrimento do Servo. Qual é essa profecia, e como foi cumprido por Jesus Cristo? (Lucas 23:34)
(18) Ao chegar ao final do nosso estudo deste capítulo, é possível não acreditar que Jesus é o Servo sofredor? Por que ou por que não?
(19) Façamos uma pausa para oferecer uma oração de adoração e ação de graças ao nosso Senhor Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que foi morto!
"Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?" (ARC) (Isaías 53:1)
A maioria dos comentaristas concorda que o trecho sobre o Servo Sofredor realmente começa em 52:13, uma vez que, mesmo que viesse a ser exaltado (52:13), o Servo seria desprezado e rejeitado por causa de Sua aparência — mais desfigurado do que a de qualquer homem, tão danificada que não parecia mais um ser humano (52:14); em seguida, o capítulo 53 continua com mais detalhes sobre Seu sofrimento.
É muito provável que 52:14 seja uma descrição do aspecto de Cristo na cruz depois de ter sido brutalmente espancado (especialmente devido às marcas deixadas pelos chicotes, que tinham ganchos de metal) e depois de ter sido brutalmente pregado na cruz. Pode-se imaginar que sua cabeça já estava coberta de sangue antes de ele ser pregado na cruz, consequência da coroa de espinhos, e que Ele estava extremamente exausto depois de uma noite de interrogatórios e espancamentos, precedida por horas lutando em oração no jardim de Getsêmani — Ele teria estado totalmente gasto, e a palavra "desfigurado" seria uma descrição adequada.
No entanto, Seu sofrimento não começou na cruz. Isaías afirma que Ele é “um homem de dores e experimentado no sofrimento”.
Embora saibamos muito pouco sobre a vida de Jesus antes de Seus últimos três
anos de ministério, eu acredito que a dor deve ter sido uma parte normal de Sua vida
adulta —
talvez consequência da Sua vida como um pobre carpinteiro, mas mais
provavelmente devido à carga dos pecados que tinham sido lançados sobre Ele—ao contemplar como Sua criação havia sido manchada por pecados, e como todas as pessoas ao seu redor continuavam sendo “tal qual ovelhas ... cada um ... se voltou para o seu próprio caminho” (53:6). O Deus Criador deve ter sentido uma carga imensa ao ver tudo isso.
Não há dúvida de que Sua submissão silenciosa durante Sua prisão e julgamento, "como uma ovelha ... diante de seus tosquiadores" (53:7) apenas intensificou a decepção daqueles que antes estavam dispostos a coroá-Lo rei; no entanto, o desprezo e a rejeição das pessoas não começaram na cruz. Embora muitas das ilustrações do nosso Senhor mostram um homem bonito e carismático, Isaías também afirma que desde Seus primeiros dias “foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos” (ARC) (53:2).
Se você tivesse que pintar um retrato de Cristo, como você O representaria?
Eu já tinha lutado com esse pensamento por muito, muito tempo, quando um dia passei por certo homem na rua. Não tinha visto o seu rosto no início, mas ele se virou bem quando eu ia passar por ele. Para dizer a verdade, eu nunca tinha visto um rosto tão feio e desfigurado em minha vida; não aguentei e me virei rapidamente para não olhar para ele. Naquele exato momento, estas palavras de Isaías me vieram à mente: "Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum;" (53:3).
Quando cheguei a casa naquele dia, chorei.
"Senhor, o que você se tornou? E tudo devido ao meu pecado!"
O Capítulo 54 continua com a mensagem de consolação usando duas analogias:
54:1-10—A mulher estéril
(1) Por que Israel é comparado com uma mulher estéril? (1 Samuel 1:11; Lucas 1:24-25)
(2) Que mensagem de consolação e esperança há nos vv. 2-3?
(3) Além da analogia da mulher estéril, a que outra coisa Israel é comparado? (v. 6)
(4) Como é ser abandonado por Deus? (vv. 4, 6)
(5) Quem é Deus? (v. 5) Por que, então, Ele chama a si mesmo de marido de Israel?
(6) O que O levou a chamar Israel de volta para Si? (vv. 7-8)
(7) Que exemplo o Senhor usa para dar segurança a Israel sobre essa promessa? (v. 9)
(8) Que imagens Ele evoca para assegurar a Israel a certeza dessa consolação? (v. 10)
54:11-17—A cidade aflita
(9) Talvez o exemplo da cidade aflita seja mais uma realidade do que uma analogia. Ainda assim, que imagens são evocadas pela promessa de Deus de reconstruir nos vv. 11-12? Para onde aponta essa cidade reconstruída? (Apocalipse 21:15-21)
(10) Qual será a herança do povo na Nova Jerusalém? (vv. 13-14)
(11) Como serão vindicados? (vv. 15, 17)
(12) Como a atitude de Deus para com o povo tinha mudado? (v. 16)
Capítulo 55—Um convite aos sedentos
(13) O que Israel tinha procurado para saciar sua sede e fome? Por que isso os tinha deixado insatisfeitos?
(14) Qual é o convite neste trecho? (v. 1)
a. O que precisava acontecer antes que Israel pudesse vir para comer e beber?
b. Por que não lhes custaria nada?
c. Como isso foi cumprido na pessoa de Jesus Cristo? (João 6:35)
(15) O que implica o ato de vir para comer e beber? (vv. 6-7)
(16) Quando Deus lhes pede que abandonem os seus próprios caminhos e pensamentos para abraçar os Seus, Ele compara os dois tipos de pensamentos e caminhos:
a. Como os caminhos e pensamentos de Deus eram diferentes daqueles do povo?
b. Como os caminhos e pensamentos de Deus eram mais altos do que os do povo (e dos nossos)?
(17) Como o povo podia ter certeza de receber o perdão que Deus tinha oferecido no v. 7? (vv. 10-11)
(18) Que sinal desta salvação eterna é dado pelo Senhor? (vv. 12-13; compare isso com o que Paulo diz em Romanos 8:21-22)
(19) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“ 'Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos', diz o Senhor. 'Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos'." (ARC) (Isaías 55:8-9)
Os capítulos 54 e 55 de Isaías contêm mensagens maravilhosas sobre a compaixão e o amor de Deus, expressos quando o Senhor chama Israel de volta a Ele.
Em 54:5, o Senhor diz a Israel que Ele é seu "marido". É inconcebível que o "Criador", "o Senhor Todo-Poderoso", "o Santo de Israel", "o Deus de toda a terra" se chame seu marido. É uma expressão do amor inabalável de Deus, que guarda Sua aliança com Israel como se fosse uma aliança entre marido e mulher: "Porque as montanhas se desviarão e os outeiros tremerão; mas a minha benignidade não se desviará de ti, e o concerto da minha paz não mudará" (ARC) (54:10). Que compromisso digno de um voto matrimonial!
Em seguida, em 55:1-2, Ele dá um glorioso convite para todos os que têm sede (e fome) a se aproximarem para beber da fonte eterna e comer do pão eterno que é Cristo: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede” (NVI-PT) (Jo 6:35).
Uma vez que seus caminhos eram maus e seus pensamentos injustos (55:7), Israel provavelmente pensava que a promessa era bom demais para ser verdade; por isso, o Senhor garante a certeza de Sua promessa com a seguinte lembrança maravilhosa de quem Ele é: “ 'Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos', diz o Senhor. 'Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos'." (Isaías 55:8-9).
É claro que Seus caminhos e pensamentos são tão diferentes dos nossos, pois independentemente de quão perversos e injustos tenhamos sido, Ele sempre nos perdoará livremente quando voltarmos a Ele (55:7). Isto é o que Ele diz sobre os planos que tem para nós: “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jr 29:11).
Minha sobrinha de 28 anos estava morrendo de uma doença incurável, e estava lutando para entender por que Deus a deixaria morrer tão jovem. Logo, uma semana antes de sua morte, ela recebeu um cartão de seu pastor com estas palavras de Isaías 55:8-9. Ele me pediu para lê-los, dizendo: "Tio, eu gostei dessas palavras." Assim como ela depositou sua confiança nessa palavra de Deus, eu também creio que “ela não voltará para [Deus] vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (55:11).
Cap. 56—Salvação para todos—O que antes talvez estivesse implícito, aqui se torna explícito: a salvação é oferecida a todos, não só a Israel:
56:1-2—A preparação para a salvação
(1) Como o Senhor admoesta Israel nos vv. 1-2?
(2) Que razão Ele dá?
(3) Será que isso não é “justiça pelas obras”?
a. Quão semelhante é esse chamado ao chamado ao arrependimento de João Batista? (vide Mateus 3:2 e Lucas 3:10-14)
b. Qual foi o papel da pregação de João? (Lucas 3:4-6)
56:3-8—Salvação para todos
(4) De acordo com a Lei de Moisés, por que os eunucos e estrangeiros eram excluídos da assembléia de Deus? (Deuteronômio 23:1-8)
(5) No futuro, quais serão os critérios comuns usados para determinar quem será aceito na assembléia de Deus?
a. O que é estabelecido para o eunuco? (v. 4)
b. O que é estabelecido para os estrangeiros, quer dizer, os gentios? (v. 6)
c. Esses critérios são diferentes para os judeus? (vv. 1-2)
(6) Que bênçãos são concedidas aos eunucos crentes? (v. 5)
(7) Que bênçãos são concedidas aos gentios crentes? (v. 7)
(8) Que tipo de lugar o Senhor quer que Seu templo seja? (v. 7; vide também Mateus 21:13)
(9) Por que, apesar de terem esta passagem (especialmente o versículo 8), até mesmo os cristãos judeus nos dias de Pedro rejeitaram os gentios? (vide Atos 11:1 e ss., especialmente o comentário reticente dos judeus cristãos em 11:18)
56:9-12—A cegueira dos líderes
(10) Os líderes (especialmente sacerdotes e profetas) deviam ser sentinelas que alertam e pastores que guiam:
a. Que tipo de condição espiritual o Senhor descreve quando compara os sentinelas com cães mudos?
b. Que tipo de pastores eram esses líderes?
c. Que juízo viria do Senhor? (v. 9)
O Capítulo 57 encerra a mensagem de consolação que começa com o capítulo 40.
57:1-13—Um ataque à idolatria desenfreada
(11) Quão ruim é a condição espiritual de Israel descrita nos vv. 1-2?
(12) Os vv. 3-10 são uma gráfica descrição de uma adoração de ídolos desenfreada:
a. De que coisas o Senhor os chama? (vv. 3-5)
b. Qual pode ter sido a mais vil de todas essas práticas desenfreadas de adoração de ídolos?
(13) Qual pode ter sido a razão pela qual o povo tinha escolhido se manter fiel à sua adoração de ídolos (v. 10) em vez de se voltar para Deus? (v. 11)
(14) Como o Senhor lidaria com eles e seus ídolos? (vv. 12-13)
(15) O que aconteceria se eles decidissem se arrepender? (v. 13)
(16) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Palavra do Soberano, do Senhor, daquele que reúne os exilados de Israel: 'Reunirei ainda outros àqueles que já foram reunidos'.” (NVI-PT) (Is 56:8)
Começando no capítulo 40 de Isaías, lemos uma passagem após outra de palavras de consolação com as quais Deus procura dar esperança a Israel, que está prestes a ser castigado nas mãos dos babilônios devido aos seus pecados. É claro que essas mensagens não eram somente para o povo da época de Isaías, mas também para aqueles que mais tarde estariam no exílio, para aqueles que voltariam a Jerusalém após o decreto de Ciro e também para os seus descendentes — isso inclui aqueles que viveriam na era cristã no primeiro século e para além do primeiro século. Também incluiria gentios como você e eu. No entanto, à luz da ênfase repetida em quão especial Israel é para Deus, é muito fácil interpretar esta mensagem de salvação de forma errada, como se se tratasse de um privilégio (ou até mesmo um monopólio) de Israel. Embora haja vários trechos nestes capítulos que dão a entender que essa salvação também será estendida aos gentios, nenhuma é mais explícita do que a mensagem de Isaías 56.
O capítulo 56 deixa claro que todos são iguais perante o Senhor. O apóstolo Paulo afirma essa igualdade com as seguintes palavras: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (NVI-PT) (Gálatas 3:28-29). Isaías enfatiza esta verdade quando ele cita como exemplos os eunucos e estrangeiros.
Por que os eunucos e estrangeiros são citados como exemplos? A razão é óbvia: eles eram os que a Lei de Moisés excluía da assembléia de Deus.
As seguintes instruções excluíam os eunucos: “Qualquer que tenha os testículos esmagados ou tenha amputado o membro viril, não poderá entrar na assembléia do Senhor” (Dt. 23:1).
Por outro lado, os estrangeiros não eram explicitamente excluídos (com a exceção dos amonitas e moabitas), embora os edomitas e egípcios tivessem que atender a certos critérios para serem incluídos (Dt. 23:3-8). De qualquer forma, qualquer estrangeiro que desejasse adorar ao Senhor, fosse um buscador (temente a Deus) ou um prosélito, só era autorizado (na melhor das hipóteses) a adorar no “Pátio dos Gentios”.
Em outras palavras, uma vez que não podiam fazer parte da assembléia de Deus, é óbvio que não faziam parte da “aliança”. O capítulo 56 derruba completamente essas barreiras. O Senhor afirma duas vezes que essas pessoas também fazem parte de Sua aliança (56:4, 6).
Embora a Lei impedisse a entrada dos eunucos na assembléia, os quais lamentavam a impossibilidade de eles deixarem um nome para seus antepassados, agora eles podem entrar no templo espiritual de Deus (que é o próprio Deus) e ter “um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas”. Aliás, ele será "um nome eterno”, ou seja, a vida eterna (56:5).
Embora os estrangeiros não fossem autorizados a entrar no templo em Jerusalém, sendo confinados ao "pátio dos gentios", agora eles podem entrar no coração do Monte Santo, a Casa de Oração de Deus, uma vez que "a minha casa será chamada casa de oração por todos os povos ” (56:7).
Este é o poder do evangelho que derruba todas as barreiras que separam Deus e os homens, e por conseguinte aquelas que separam os homens uns dos outros. Efetivamente, todos nós já temos o mesmo acesso a Deus em Jesus Cristo.